Caderninho (PDF) - USP

O polêmico vazio gerado pelas demolições do grupo Silvio Santos, marca se pelo engajamento
políti co e artí sti co do que é hoje o coleti vo Uzyna Uzona, não só no desgastado embate Zé Celso- Silvio
Santos, como também na valorização e preservação do Bexiga enquanto lugar, em suas dimensões humana,
social, cultural e econômica.
A riqueza do bairro está em suas calçadas, nos pequenos comércios locais e botecos que povoam
suas ruas, nos sobrados que abrem suas portas para as ruas, gerando toda uma ambiência pitoresca,
peculiar. A vivência que se tem hoje em sua ruas, (por mais incômoda e suja possa parecer aos
olhos dos defensores das lógicas correntes de revitalização urbana) é cultura, que certamente será
muti lada quando o metro quadrado do bairro quadruplicar (ou mais do que isso) seu preço em função
do shopping ou das torres residenciais e novos empreendimentos de grande porte forem surgindo no
lugar das vilas, patrimônios históricos vivos reconhecidos pelos órgãos competentes.
“Já vimos inúmeras casas vizinhas ao Teatro Ofi cina serem demolidas na calada da noite pelo
Grupo Silvio Santos quando em processo de tombamento. A história só estará se repeti ndo.” Relato de
morador.
A demolição faz parte de um amplo projeto imobiliário do grupo Silvio Santos, que planeja a
”reabilitação” do bairro do Bexiga. Desde 1980, o Ofi cina e o Grupo que leva o nome do empresário
Silvio Santos travam uma queda de braço em relação a ocupação do terreno anexo ao teatro.
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