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António Campinos - «Propriedade Industrial: instrumento ... - INPI

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de também a uma miríade de factores<br />

ligados à ecologia, à protecção dos<br />

recursos naturais, às migrações humanas,<br />

à competitividade e à concorrência<br />

internacional, à corrupção e à criminalidade<br />

organizada. Noutro plano, devido<br />

ao desenvolvimento das comunicações,<br />

na indústria do turismo, por exemplo, a<br />

simples publicitação da queda de uma<br />

falésia ou de um crime de características<br />

particularmente graves tem potenciais<br />

repercussões na atracção de turistas<br />

no ano seguinte.<br />

Ora, o tratamento de uma matéria tão<br />

vasta, com inúmeras e tão complexas interdependências,<br />

só pode ser realizado,<br />

com algum grau de sucesso, com recurso<br />

a análises holísticas aos níveis estratégico,<br />

operacional e táctico. Tal como<br />

não existe segurança total, também se<br />

nos afiguram difíceis análises globais<br />

que incorporem, em matéria de segurança,<br />

todos os factores de influência; a<br />

incerteza é, pois, permanente. Este simples<br />

facto obriga-nos a desenvolver os<br />

conhecimentos e as competências que<br />

permitam lidar com os novos desafios<br />

colocados à segurança das sociedades. E<br />

é neste último âmbito que a Universidade<br />

é chamada a desempenhar um papel<br />

insubstituível. Dada a imprevisibilidade<br />

das catástrofes naturais ou provocadas<br />

pelo homem, torna-se necessário que o<br />

país disponha, para além das estruturas<br />

e dos equipamentos adequados, de recursos<br />

humanos capazes de intervir em<br />

situações de urgência e emergência com<br />

o objectivo de salvar pessoas e bens e,<br />

assim, minorar o seu impacto.<br />

Relativamente à criminalidade, na sua<br />

perspectiva mais lata, incumbe à Universidade<br />

estudar o fenómeno, assim como<br />

preparar quadros passíveis de compreender<br />

a natureza e as causas do crime,<br />

a legislação, a eficácia das medidas policiais<br />

e judiciárias e dos sistemas prisionais.<br />

Com base nos conhecimentos adquiridos,<br />

tais quadros deverão gizar soluções<br />

e políticas concretas que permitam<br />

aos vários organismos da sociedade civil<br />

combater eficazmente a criminalidade.<br />

As empresas, por sua vez, carecem<br />

de gestores de segurança que identifiquem<br />

as vulnerabilidades relativas a<br />

instalações e equipamentos, à estrutu-<br />

ra e organização, à espionagem, à situação<br />

económica, à quebra de imagem,<br />

à concorrência, à contrafacção, aos<br />

riscos industriais e ambientais, às questões<br />

laborais e regulamentares.<br />

“a segurança económica<br />

não se reduz à protecção<br />

do segredo comercial ou<br />

industrial face à concorrência,<br />

mas atende também a uma<br />

miríade de factores ligados<br />

à ecologia, à protecção dos<br />

recursos naturais, às migrações<br />

humanas, à competitividade e<br />

à concorrência internacional,<br />

à corrupção e à criminalidade<br />

organizada.”<br />

Cabe também à Universidade, em cooperação<br />

estreita com as instituições<br />

públicas e privadas, nomeadamente as<br />

OPINIÃO<br />

empresas, proceder a estudos que suportem<br />

cientificamente a definição das<br />

políticas de segurança. Foi com este<br />

objectivo que a Universidade Lusófona<br />

organizou uma licenciatura e uma<br />

pós-graduação em Segurança e Higiene<br />

no Trabalho e uma especialização<br />

em Segurança Alimentar. Foi dentro da<br />

mesma política que, este ano, criou o<br />

Instituto Superior de Estudos de Segurança,<br />

que se dedica exclusivamente ao<br />

estudo do largo espectro das questões<br />

de segurança. Este último, associado<br />

a parceiros nacionais e internacionais,<br />

pretende contribuir para a introdução<br />

em Portugal de uma verdadeira cultura<br />

de segurança, isto é, que ultrapasse<br />

o patamar da simples produção de<br />

legislação e do seu cumprimento ou<br />

incumprimento, que não assente exclusivamente<br />

no aparelho judiciário,<br />

que favoreça a prevenção, mais do que<br />

a repressão, do crime e que desperte as<br />

organizações empresariais para o entendimento<br />

de que a segurança constitui<br />

a sua linha de sobrevivência.<br />

Portugalglobal // Novembro 09 // 45

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