Gilson Antunes - Americo Jacomino - teses.musicodobra...
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vinte, o instrumento passa a ser muito requisitado, contrastando com as parcas notícias<br />
que se têm dele até então. Um dos motivos plausíveis poderia ter sido o de seu emprego<br />
nos estúdios de gravações em substituição ao piano, hipótese que não nos coube<br />
destacar.<br />
Após a leitura da literatura disponível, passamos à consulta sistemática dos<br />
jornais de época, acervo do Arquivo do Estado de São Paulo. Esta etapa da pesquisa,<br />
notadamente sobre o jornal O Estado de São Paulo, fez parte de um projeto<br />
compartilhado anteriormente com Paulo Castagna e Eduardo Fleury. Projeto de fôlego,<br />
compreendeu a pesquisa sistemática em jornais para se recolherem as notícias sobre o<br />
instrumento entre os anos de 1900 e 1930. Os resultados colhidos chegaram a ser<br />
divulgados em artigo de 1994 2 .<br />
Numa terceira etapa, desta vez trabalho individual, foi consultado o repertório<br />
disponível a partir das gravações dos próprios compositores-violonistas do início do<br />
século vinte, entre eles Mário Pinheiro, João Pernambuco, Levino Albano da Conceição<br />
e outros. Só então focamos o olhar para o paulistano Américo <strong>Jacomino</strong>, devido à<br />
relevância de citações a seu respeito. Até 1958, as poucas informações sobre <strong>Jacomino</strong><br />
residiam na série de quatro artigos escritos por Ronoel Simões no jornal A Gazeta,<br />
quando dos 30 anos da morte do violonista, crônicas estas inseridas no texto de 1978<br />
que acompanha o livro de J. L. Ferrete e Juvenal Fernandes, obra que traz um valioso<br />
catálogo de peças de Canhoto. Além desses textos, servimo-nos do que o próprio<br />
Ronoel Simões publicaria na revista Violão e Mestres de 1964, em dois números, outra<br />
biografia do violonista, na qual muitas das informações teriam sido obtidas por meio de<br />
entrevistas com o cantor Roque Ricciardi, o Paraguaçu, conforme atestou o próprio<br />
Simões em depoimento ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo em 1981. De<br />
Paraguaçu foi utilizada também uma entrevista histórica concedida ao Museu da<br />
Imagem e do Som do Rio de Janeiro em 1974, com muitas histórias e informações sobre<br />
Canhoto e o período em questão, especialmente sobre a São Paulo de inícios do século<br />
vinte.<br />
De grande valia foi a investigação feita por Henrique Foréis, o Almirante, por<br />
ocasião dos quatro programas especiais de rádio, em 1954, para a comemoração do<br />
quarto centenário da fundação da cidade de São Paulo, cujo material se encontra no<br />
arquivo escrito do Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Segundo Luís<br />
2 CASTAGNA, Paulo & ANTUNES, <strong>Gilson</strong>. 1916, O Violão Brasileiro já é uma Arte. Revista Vozes.<br />
Editora Vozes, n.º 1, p. 18, 1994.