uma análise crítica do método kumon à luz da perspectiva
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desenvolvimento <strong>da</strong> conduta cultural, estabeleci<strong>da</strong> por signos e instrumentos cuja<br />
proprie<strong>da</strong>de comum é a sua natureza de ativi<strong>da</strong>de media<strong>do</strong>ra (ARAUJO, 2009). No<br />
campo <strong>da</strong> mediação é possível trabalhar com as ações que o aluno é capaz de<br />
resolver sozinho e com as ações que ele é capaz de resolver com a aju<strong>da</strong> de um<br />
parceiro mais capaz, como estrutura<strong>do</strong> por Vygotsky (VYGOTSKY, 2001) na<br />
denomina<strong>da</strong> Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP), que:<br />
(...) [é] a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se cost<strong>uma</strong><br />
determinar através <strong>da</strong> solução independente de problemas, e o nível de<br />
desenvolvimento potencial, determina<strong>do</strong> através <strong>da</strong> solução de problemas sob a<br />
orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (p.<br />
97).<br />
Para pensarmos as FPS, <strong>da</strong> memória e <strong>da</strong> atenção, como um processo<br />
desencadea<strong>do</strong> pela e com ativi<strong>da</strong>des de mediação, consideramos que essa se dá no<br />
campo <strong>da</strong>s significações, e compreende-se que, segun<strong>do</strong> Araujo (ARAUJO, 2009):<br />
(...)a criação e o emprego <strong>do</strong>s signos existentes na/pela ativi<strong>da</strong>de prática,<br />
configuran<strong>do</strong>-se como <strong>uma</strong> generalização <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de que se materializa pela<br />
linguagem (em to<strong>da</strong>s suas formas de manifestação). O fato de a significação<br />
guar<strong>da</strong>r em si a experiência social <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de a conforma, em termos de<br />
produção histórica <strong>da</strong> consciência, como campo de possibili<strong>da</strong>de no qual a<br />
experiência social <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de se torna a experiência de um sujeito (p.6).<br />
Isso nos mostra que esse entendimento <strong>da</strong> significação, como o que propõe a teoria<br />
histórico-cultural, não foi observa<strong>do</strong> no processo de aprendizagem de L.J.<br />
Entendemos que é compreensível, <strong>uma</strong> vez que a fun<strong>da</strong>mentação teóricometo<strong>do</strong>lógica<br />
<strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Kumon vai de encontro. Não existe no Kumon a<br />
(pré)ocupação com a apropriação <strong>da</strong> experiência social <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de, revela<strong>da</strong> no<br />
reflexo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> sobre o homem e suas práticas sociais, razão pela qual é<br />
aparentemente compreensível o não oferecimento de instrumentos e signos<br />
necessários <strong>à</strong> aluna para a construção <strong>da</strong> significação.<br />
Na cena seguinte [3], a que discute o tempo gasto na realização <strong>do</strong>s bloquinhos,<br />
abor<strong>da</strong>mos a questão <strong>da</strong> eficiência basea<strong>da</strong> no tempo e na existência de metas na<br />
estrutura <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> Kumon. Em ca<strong>da</strong> bloquinho <strong>do</strong> méto<strong>do</strong>, o professor-orienta<strong>do</strong>r<br />
indica qual é a meta que o aluno precisa alcançar e um <strong>do</strong>s critérios está associa<strong>do</strong>,<br />
entre outros fatores, ao tempo gasto na resolução <strong>do</strong>s bloquinhos. Não podemos,<br />
pois, compreender esse tipo de tarefa [resolução <strong>do</strong>s bloquinhos] como <strong>uma</strong> ação<br />
que compõe o sistema de ativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> maneira que concebe Leontiev não elaborar<br />
a Teoria <strong>da</strong> Ativi<strong>da</strong>de (ARAUJO, 2003). As ações no Kumon são, então, isola<strong>da</strong>s e<br />
descontextualiza<strong>da</strong>s <strong>do</strong> movimento de apropriação <strong>do</strong> conhecimento matemático<br />
pela h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de.