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uma análise crítica do método kumon à luz da perspectiva

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A quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> mediação observa<strong>da</strong> e analisa<strong>da</strong> no méto<strong>do</strong> Kumon não permite aos<br />

sujeitos compreender os conhecimentos matemáticos como um processo<br />

historicamente construí<strong>do</strong> pelo homem e, igualmente, não se apropriam <strong>da</strong><br />

experiência social <strong>da</strong> h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de fixa<strong>da</strong> na linguagem matemática e, com isso, o<br />

méto<strong>do</strong> não promove o desenvolvimento <strong>do</strong> pensamento teórico em seus alunos.<br />

Nesse senti<strong>do</strong>, trata-se, pois, de <strong>uma</strong> concepção filosófica alicerça<strong>da</strong> na lógica<br />

tradicional e empírica, segun<strong>do</strong> a qual, "a formação <strong>do</strong>s conceitos ocorre a partir de<br />

<strong>uma</strong> intensificação <strong>do</strong>s traços comuns a um certo número de objetos e a soma<br />

desses traços define o conceito" (ARAUJO, 2003:33).<br />

Podemos indicar, ain<strong>da</strong>, que o méto<strong>do</strong> privilegia apenas o aspecto operacional <strong>do</strong><br />

conhecimento, ou seja, não se ocupa com o movimento histórico <strong>do</strong>s<br />

conhecimentos matemáticos e pauta-se apenas em desenvolver habili<strong>da</strong>des como<br />

memória, atenção e concentração nos usuários, os quais se efetivam por meio <strong>do</strong><br />

"esquema" proposto pela Instrução Programa<strong>da</strong>, no qual o aluno realiza vários<br />

exercícios repetitivos para a memorização <strong>do</strong> conteú<strong>do</strong>.<br />

Percebemos, com isso, os indicativos de um pensamento empírico neste méto<strong>do</strong> de<br />

ensino. N<strong>uma</strong> <strong>perspectiva</strong> contrária, defendemos a formação <strong>do</strong> pensamento<br />

teórico, cuja finali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> ensino deve possibilitar a apropriação <strong>do</strong> conhecimento<br />

teórico e aqui o pensamento teórico é compreendi<strong>do</strong> como o processo de<br />

idealização de um <strong>do</strong>s aspectos <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de objetal - prática, a reprodução nela,<br />

<strong>da</strong>s formas universais <strong>da</strong>s coisas (DAVIDOV, 1988: 125), agregan<strong>do</strong> forma e<br />

conteú<strong>do</strong>. Com o pensamento teórico o sujeito apropria-se <strong>do</strong>s conceitos e assimila<br />

as capaci<strong>da</strong>des h<strong>uma</strong>nas surgi<strong>da</strong>s historicamente, entre elas a atenção e a<br />

memória.<br />

Acreditamos, assim, que a assimilação <strong>da</strong>s capaci<strong>da</strong>des h<strong>uma</strong>nas historicamente<br />

construí<strong>da</strong>s, projeta-nos para a discussão <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s conhecimentos (não<br />

somente) matemáticos pauta<strong>do</strong>s no significa<strong>do</strong> social e no senti<strong>do</strong> pessoal que o<br />

aluno atribui a esses conhecimentos.<br />

Podemos situar o Kumon como um méto<strong>do</strong> que tem em seus princípios filosóficos a<br />

lógica tradicional, em termos epistemológicos, defende o processo <strong>do</strong> conhecimento<br />

como sen<strong>do</strong> linear e cumulativo e a aprendizagem, nesse senti<strong>do</strong>, dá-se pela<br />

repetição.<br />

Por fim, ao defender nosso posicionamento teórico, é possível apontar como é falho<br />

o movimento de aprendizagem presente no ensino <strong>do</strong>s conhecimentos matemáticos<br />

no Kumon, <strong>uma</strong> vez que o aluno pode até conseguir memorizar alguns conteú<strong>do</strong>s,<br />

mas não compreende o movimento histórico acumula<strong>do</strong> pela h<strong>uma</strong>ni<strong>da</strong>de para a<br />

conquista e elaboração <strong>do</strong>s mesmos, nem adquire e desenvolve o pensamento<br />

teórico o qual julgamos essencial nos processos de aprendizagem.<br />

Referências<br />

ARAUJO, E. S. Da Formação e <strong>do</strong> Formar-se: a ativi<strong>da</strong>de de aprendizagem<br />

<strong>do</strong>cente em <strong>uma</strong> escola pública. 2003. 164 p.Tese (Doutora<strong>do</strong> em Educação) -<br />

Facul<strong>da</strong>de de Educação, Universi<strong>da</strong>de de São Paulo, São Paulo.

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