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18<br />

ESPORTE<br />

Entre crescer e desaparecer<br />

Caxias do Sul corre o risco de ter apenas a dupla Ca-Ju como representante do esporte de alto rendimento<br />

Há menos de um ano do início dos Jogos Olímpicos de Londres<br />

uma preocupante tendência pode ser constatada: o maior município da<br />

Serra gaúcha não terá representantes na competição. A falta de atletas<br />

de alto rendimento é um reflexo do panorama esportivo da cidade.<br />

A Universidade de Caxias do Sul (UCS), última referência esportiva<br />

com equipes que disputavam a Superliga Masculina de Vôlei<br />

e a Liga de Futsal, mudou sua política de apoio e “passou a bola” para<br />

o poder público e <strong>em</strong>presários da cidade. “Como uma universidade<br />

comunitária a UCS não pode lidar com custos tão altos para manter<br />

projetos externos. A nossa filosofia, agora, é que os projetos têm que<br />

ser auto-sustentáveis, e a universidade contribui com o espaço físico e<br />

a marca”, avalia o coordenador de Esportes e Formação da Vila Olímpica,<br />

professor Ubirajara Klamos Maciel.<br />

S<strong>em</strong> uma política de apoio dos governos municipal e estadual,<br />

e s<strong>em</strong> a valorização das grandes <strong>em</strong>presas da região, o esporte de alto<br />

rendimento resiste graças a pessoas que se sacrificam <strong>em</strong> nome da sua<br />

modalidade.<br />

ORGULHO PESSOAL<br />

LEONARDO LOPES<br />

leonardo.lopes@ucs.br<br />

Se Caxias t<strong>em</strong> uma equipe que ainda pratica esporte de primeiro<br />

escalão, a “culpa” é de Gabriel Citton, 33 anos. Caxiense, formado<br />

<strong>em</strong> Educação Física pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), <strong>em</strong><br />

2005, ele se “divide” <strong>em</strong> seis para manter a cidade no cenário do handebol<br />

nacional.<br />

Citton começou como treinador de goleiros da modalidade na<br />

UCS <strong>em</strong> 1999. Aos poucos o trabalho consolidou-se, conquistaramse<br />

títulos e meninas foram convocadas para as seleções de base. Dez<br />

anos depois, já como o supervisor do handebol, Citton conseguiu montar<br />

uma equipe para disputar a Liga Nacional de Handebol F<strong>em</strong>inino<br />

2009.<br />

Tendo como base meninas formadas na universidade, reforçada<br />

por atletas experientes, a equipe fez história. Gabriel Citton se tornou o<br />

técnico mais novo a participar da competição, com 30 anos, e a equipe<br />

sagrou-se a primeira estreante a chegar à s s<strong>em</strong>ifinais do torneio. O<br />

sucesso do primeiro ano trouxe mais investimentos, e aquela equipe<br />

feita para disputar a Liga Nacional se transformou numa categoria profissional.<br />

Em 2011, com o nome de Luna ALG/APAH/UCS/Prefeitura de<br />

Caxias do Sul, a equipe é motivo de orgulho. Com um orçamento que<br />

é a metade do das adversárias, a representante caxiense na Liga Nacional<br />

encaminha, pela terceira edição consecutiva, a classificação para<br />

a fase final. No ano passado viu sua atleta Laís Bordin da Silva, 19,<br />

ser a primeira caxiense a conquistar uma medalha oficial do Comitê<br />

Olímpico Internacional (COI), com o bronze nos Jogos Olímpicos da<br />

Juventude, <strong>em</strong> Cingapura.<br />

Porém, a história de sucesso dentro da quadra não é um reflexo<br />

dos bastidores. São quatro pessoas, que divid<strong>em</strong> um orçamento de R$<br />

50 mil por ano e se esforçam para manter a existência do clube. Citton,<br />

por ex<strong>em</strong>plo, t<strong>em</strong> de fazer as funções de supervisor, coordenador<br />

técnico, técnico da equipe adulta, técnico da categoria juvenil, gerente<br />

geral e captador de recursos. “Faz três anos que não tenho salário, todo<br />

o dinheiro acaba indo para a equipe. Eu faço isso por mim, pelo orgulho<br />

pessoal de ver o handebol na minha cidade... mas está chegando a<br />

um ponto insustentável”, declara.<br />

Das sete equipes que disputam a Liga Nacional, quatro t<strong>em</strong> um<br />

orçamento estimado <strong>em</strong> mais de R$ 450 mil. Os custos mínimos para<br />

participar giram <strong>em</strong> torno de R$ 180 mil. A representante caxiense<br />

conta, neste ano, com um orçamento de R$ 230 mil, sendo 65% proveniente<br />

da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal. E a Luna<br />

ALG/APAH/UCS/Prefeitura de Caxias do Sul ainda disputa o Campeonato<br />

Gaúcho, a Copa Mercosul e a Copa do Brasil. “Falta incentivo<br />

tanto público quanto privado. A cidade só dá valor ao esporte às vésperas<br />

das Olimpíadas, quando v<strong>em</strong> as cobranças por falta de representantes”,<br />

avalia Citton, que não garante que a equipe vá ter forças para<br />

continuar na próxima t<strong>em</strong>porada.<br />

Artilheira da t<strong>em</strong>porada, a ponta Samira Rocha (e) abandonou a equipe <strong>em</strong> meio à Liga Nacional para receber mais na Europa<br />

Jonas Ramos

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