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Mais que torcer, eles “viv<strong>em</strong>” o clube<br />

LEONARDO LOPES<br />

leonardo.lopes@ucs.br<br />

No S.E.R. Caxias, o momento<br />

é de harmonia e foco para voltar à<br />

Série B. Qu<strong>em</strong> garante isto é Alceu<br />

Fassbinder, 64 anos de idade e mais<br />

de 50 deles dedicados ao clube do<br />

seu coração.<br />

Atual presidente do Conselho<br />

Deliberativo do Caxias, Fassbinder é<br />

o responsável por manter a sintonia<br />

entre, aproximadamente, 136 torcedores<br />

fanáticos. “O conselheiro é<br />

um torcedor dedicado, que conhece<br />

mais, vive o cotidiano e sente o sangue<br />

ferver pelo clube”, analisa.<br />

Para fazer parte do Conselho<br />

Deliberativo do clube basta ser sócio<br />

grená, se cadastrar e ser aprovado <strong>em</strong><br />

eleição dos sócios. Entre as obrigações<br />

de um conselheiro, há o pagamento<br />

de uma taxa mensal, no valor<br />

de R$ 150, e a participação <strong>em</strong> reuniões,<br />

quando convocados. Em contrapartida,<br />

ganha livre trânsito pelas<br />

dependências do clube e t<strong>em</strong> direito<br />

a opinião <strong>em</strong> reuniões com outros<br />

conselheiros.<br />

Todo torcedor de futebol sonha<br />

<strong>em</strong> ter acesso ao vestiário do seu<br />

clube, falar com comissão técnica e<br />

grupo de jogadores, opinar e ser ouvido.<br />

É importante ressaltar que isto<br />

só cabe ao Departamento de Futebol,<br />

mas um m<strong>em</strong>bro do Conselho pode<br />

chegar b<strong>em</strong> perto disto. “Por ser<br />

conselheiro nós conhec<strong>em</strong>os mais,<br />

viv<strong>em</strong>os o cotidiano do Caxias. T<strong>em</strong>os<br />

contato com qu<strong>em</strong> trabalha no<br />

dia a dia, por isso é importante saber<br />

manter a harmonia e sintonizar com a<br />

diretoria”, conta o conselheiro.<br />

Esta vivência do cotidiano e<br />

a ligação com os principais assuntos<br />

do clube, discutidos nas reuniões do<br />

Conselho Deliberativo, dá a oportunidade<br />

de ascender no Departamento<br />

de Futebol do clube. Um ex<strong>em</strong>plo<br />

disso é a história de Fassbinder que,<br />

<strong>em</strong> tanto anos de dedicação, já foi<br />

dirigente <strong>em</strong> algumas oportunidades,<br />

entre elas <strong>em</strong> 2000, ano do maior<br />

título da história do S.E.R. Caxias,<br />

com a conquista do Campeonato<br />

Gaúcho, quando ele era vice de futebol.<br />

“A cidade parou. Chegamos de<br />

avião e encontramos um estádio lotado<br />

<strong>em</strong> plena madrugada”, rel<strong>em</strong>bra.<br />

Atualmente, como presidente<br />

do Conselho Deliberativo, Fassbinder<br />

se orgulha da organização do Caxias,<br />

com salários <strong>em</strong> dia e harmonia<br />

entre os comandos, <strong>em</strong> termos de<br />

clube, e pelas histórias que pode contar<br />

depois de tantos anos. “Pela minha<br />

experiência, 64 anos hoje, t<strong>em</strong>os<br />

que ter uma história, uma contribuição<br />

social para com a sociedade da<br />

qual usufruimos. Valorizar os clubes<br />

da nossa cidade é uma dessas formas,<br />

pois sab<strong>em</strong>os que há muita coisa por<br />

trás”, afirma.<br />

O Conselho Deliberativo é o órgão máximo de um clube de futebol profissional. Nas reuniões<br />

são decididas mudanças no estatuto, controle do patrimônio e a prestação de contas. Ser<br />

um conselheiro envolve mais do que votar e supervisionar o clube, é se dedicar a uma paixão.<br />

Fotos Leonardo Lopes<br />

Segundo Segat, ser conselheiro acresce responsabilidade ao torcedor, que “aprende a ouvir, conciliar o torcedor e dirigente”<br />

Com sua experiência, Fassbinder diz que a participação no Conselho é uma forma de contribuir socialmente com a cidade<br />

No Esporte Clube Juventude<br />

o ano é de restruturação. Após um<br />

período conturbado, marcado por rebaixamentos,<br />

o clube alviverde busca<br />

absorver a nova realidade para iniciar<br />

uma reação rumo à elite brasileira<br />

novamente. Qu<strong>em</strong> sintetiza este momento<br />

é Rodrigo Tramontina Segat,<br />

35 anos, ativo nos bastidores do clube<br />

desde 2002.<br />

Secretário da Mesa Diretora<br />

do Conselho Deliberativo do Juventude,<br />

Segat relata um bom momento<br />

interno. “Não pod<strong>em</strong>os ser hipócritas,<br />

exist<strong>em</strong> alas dentro do Conselho<br />

e já tiv<strong>em</strong>os t<strong>em</strong>pos conturbados internamente<br />

no clube, mas o momento<br />

agora é pacificador, de foco no Juventude”,<br />

relata o secretário.<br />

Para ser um conselheiro papo<br />

o torcedor precisa ser sócio há mais<br />

de três anos ininterruptos, para então<br />

encaminhar um pedido, via outro<br />

conselheiro, e ser aprovado <strong>em</strong> reunião<br />

do Conselho Deliberativo. Atualmente,<br />

o clube conta com aproximadamente<br />

220 conselheiros, de um<br />

total de 300 permitidos por estatuto.<br />

Nestes nove anos como conselheiro,<br />

Segat acompanhou de perto<br />

momentos distintos do clube. Dos<br />

bastidores, ele destaca 2006, quando<br />

era diretor de futebol, como um dos<br />

melhores momentos. “Foi uma campanha<br />

brigando até o fim por vaga na<br />

Sul-Americana. Convivi com grandes<br />

jogadores e lideranças no vestiário<br />

como o Antonio Carlos, o André<br />

Doring, o Cristian...”, rel<strong>em</strong>bra.<br />

É importante ressaltar que<br />

ser conselheiro não garante o direito<br />

de se intrometer no Departamento<br />

de Futebol. Mas estar nesta posição<br />

significa estar no cotidiano do clube,<br />

discutir os assuntos mais importantes,<br />

<strong>em</strong> sintonia com qu<strong>em</strong> busca o<br />

melhor para o clube. E este convívio<br />

abre portas, faz amizades e lhe dá a<br />

oportunidade de, <strong>em</strong> uma rápida passag<strong>em</strong>,<br />

trocar palavras de incentivos<br />

com o técnico, os dirigentes e jogadores.<br />

“Futebol é um negócio s<strong>em</strong><br />

garantias. Quando t<strong>em</strong>os este convívio,<br />

perceb<strong>em</strong>os que todos quer<strong>em</strong><br />

o melhor para o clube, mas às vezes<br />

não dá certo”, conta Segat.<br />

Ingressar no conselho é o primeiro<br />

passo para aquele torcedor que<br />

se acha capaz de trabalhar no Futebol<br />

de um clube. Assim, começa o “viver<br />

o clube”, se familiariza com as pessoas<br />

e a rotina, e ganha o direito de<br />

montar uma chapa e ser eleito para<br />

cargos como presidente, vice de futebol<br />

e vice de finanças. “Ser conselheiro<br />

nos torna torcedores com mais<br />

responsabilidades. Aprend<strong>em</strong>os a<br />

ouvir, conciliar o torcedor e dirigente,<br />

para tomar as melhores decisões<br />

para o clube que amamos”, resume.

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