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a memória de como era antes, legada pelo excelente levantamento efetuado pelo
então capitão José Antônio Caldas, lente da Aula Militar da Bahia, publicado no seu
livro de Notícia.
Forte da “Eminência”
Devemos observar que em todo discurso sobre a defesa da ilha de Itaparica
vem sempre à baila o tal antigo “Forte da Eminência”, e o Forte de São Lourenço
pressupunha, sempre, o seu apoio para a defesa do local, desde quando foi concebido
pelo mestre de campo Miguel Pereira.
A localização da fortaleza da “eminência” é, possivelmente, na colina cheia de
vegetação que se pode ver na fotografia aérea (Figura 45). Levantamos esta hipótese,
a ser comprovada através de prospecção arqueológica, por meio da fotointerpretação
estereoscópica da região e pelo fato de se ter encontrado uma colubrina no cemitério
construído nesta colina. A cartografia do local indica a cota de 36 m, acima do nível
do mar para esta elevação, o que lhe dá domínio sobre toda a área circunvizinha e
podia bater com sua artilharia qualquer dos lados da “Ponta” da ilha.
Do outro lado do esteiro situa-se, em uma elevação, o reduto do “Mocambo” que
colaborava no bloqueio desta passagem que permitia acesso a local de fácil ancoragem
e desembarque (Figura 45). Foi muito acionado na Guerra da Independência.
O relatório mais antigo que trata dessa fortificação é o de Bernardo Ravasco,
com a seguinte referência:
“Na ponta da Ilha do Taparica”, ha hu’a força q’ o inimigo deixou ally feita, em
que há 14 peças de ferro, 2 de 16. L. as 2 de 14. 2 de 10. e 3 de 8. que “estam na
eminência”: provesse com huma Comp.ª de infanteria; e atualm. te esta nella
com a sua o Cap. m Antonio de Queiros Cerq. ra a quem se da somente na Cam. ra
o socorro que toca aos mais Capitaes de infanteria. (VIEIRA, 1660)
Figura 45 – Montagem feita
pelo autor do levantamento
fotogramétrico da ponta da ilha
de Itaparica, onde foi construído
o Forte de S. Lourenço. Este
deveria ser apoiado pelo Forte da
“Eminência”, hoje desaparecido,
construído pelos holandeses e que
deveria ser restaurado segundo as
especificações de Miguel Pereira.
Fonte: Oliveira (2004).
A defesa da Baía de Todos os Santos | 187