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A história da mais impactante fusão do mercado - Buena Vista ...

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TODOS POR UM<br />

A <strong>história</strong> <strong>da</strong> <strong>mais</strong><br />

<strong>impactante</strong> <strong>fusão</strong><br />

<strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

mineiro<br />

L A R E V I S T A<br />

ESPÍRITO GUERREIRO<br />

A consoli<strong>da</strong>ção <strong>da</strong><br />

filosofia “o cliente<br />

acima de tu<strong>do</strong>”<br />

agosto 2010<br />

ano 1 - edição zero<br />

uma publicação de <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> - Marketing Guerreiro<br />

QUEM É QUEM<br />

Saiba o que pensam os<br />

coman<strong>da</strong>ntes desta revolução


EDITORIAL<br />

Filosofan<strong>do</strong> sobre tesão<br />

Um dia, quase no tempo em que os bichos falavam, eu<br />

era Diretor de Criação <strong>da</strong> Thompson Rio de Janeiro. Para<br />

ficar ain<strong>da</strong> <strong>mais</strong> clara a velhice <strong>da</strong> <strong>história</strong>, o escritório <strong>do</strong><br />

Rio era <strong>mais</strong> importante que o de São Paulo. Pois nesta<br />

época eu era muito jovem. E – como verão – muito louco.<br />

Mesmo sen<strong>do</strong> diretorzão de criação, por susto ou vício,<br />

resolvi abrir uma agência de propagan<strong>da</strong> partin<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

absur<strong>do</strong> motivo que: 1) eu queria fazer erros novos (os<br />

velhos já os tinha cometi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s); 2) queria botar meu<br />

nome na <strong>história</strong> <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>; 3) queria pôr em prática<br />

algumas teorias que tinha a respeito de atender clientes e<br />

– não menos importante – 4) queria ficar rico.<br />

Meu sócio era muito amigo <strong>do</strong> Cesar Tedhin, uma <strong>da</strong>s personali<strong>da</strong>des <strong>mais</strong><br />

conheci<strong>da</strong>s <strong>do</strong> Rio, tremen<strong>do</strong> boa pinta, tremen<strong>do</strong> boa gente, tremen<strong>do</strong><br />

conquista<strong>do</strong>r, tremen<strong>do</strong> empresário. E fomos até ele para ganharmos um pouco<br />

<strong>mais</strong> de confiança para o salto aparentemente irresponsável de largar um emprego<br />

seguríssimo, numa empresa de prestígio internacional, um salário gigantesco em<br />

troca <strong>da</strong> aventura de abrir uma empresa de brasileiros, sem parentes importantes<br />

e sem muito dinheiro. Tínhamos como nosso patrimônio a juventude, o<br />

entusiasmo, algum conhecimento <strong>da</strong> profissão, algum respeito <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. E<br />

quase que <strong>mais</strong> na<strong>da</strong>.<br />

Me lembro como se fosse hoje: contamos<br />

ao Cesar nossos planos, falamos de nossa fé<br />

na possibili<strong>da</strong>de de <strong>da</strong>r certo, e também de<br />

nossos me<strong>do</strong>s. Cesar disse uma frase que<br />

quase virou nosso slogan. “Vão em frente.<br />

Pau duro nunca envergonhou ninguém”. Nós<br />

(bons tempos! bons tempos!) tínhamos<br />

pau duro no senti<strong>do</strong> metafórico (no outro,<br />

tiran<strong>do</strong> as namora<strong>da</strong>s, não interessaria para<br />

<strong>mais</strong> ninguém). E era esse nosso capital.<br />

Assim nasceu a VS Escala Publici<strong>da</strong>de<br />

que, durante 25 anos, foi uma casa<br />

disputadíssima por clientes e profissionais,<br />

que chegou a faturar 120 milhões de reais<br />

por ano. Teve clientes como IBM, Net,<br />

Petrobrás, Eletrobrás, Xerox, Governo <strong>do</strong><br />

Rio, Ministério <strong>da</strong> Saúde, Jornal <strong>do</strong> Brasil,<br />

Telecine, Sportv e muitos outros. Não<br />

ficamos ricos, mas escrevemos um pouco<br />

a <strong>história</strong> <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>. Fomos um <strong>do</strong>s<br />

melhores lugares para se trabalhar no Brasil. E<br />

tivemos clientes fiéis e amigos.<br />

Agora, você que me lê, me pergunta: tu<strong>do</strong><br />

bem, e o que isso tem que ver com a <strong>Buena</strong><br />

<strong>Vista</strong>? Eu respon<strong>do</strong>: tu<strong>do</strong>. Essa gente <strong>da</strong><br />

<strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> tem pau duro, se me per<strong>do</strong>am<br />

a frase chula. Mas não encontro outra<br />

expressão <strong>mais</strong> fiel para explicar o que<br />

estou queren<strong>do</strong> dizer. Eles querem fazer<br />

uma nova agência, querem realizar um<br />

grande trabalho, querem crescer, querem<br />

escrever um pouco <strong>da</strong> <strong>história</strong>, querem<br />

ser bem sucedi<strong>do</strong>s e colaborarem para<br />

outras empresas serem bem sucedi<strong>da</strong>s. E<br />

como não são de to<strong>do</strong> malucos, querem (e<br />

porque não?) ganhar com honesti<strong>da</strong>de seu<br />

dinheirinho.<br />

Ora, bem vin<strong>do</strong>s sejam! Bem vin<strong>do</strong>s e bem<br />

vistos. A hora é esta. Com a facili<strong>da</strong>de de<br />

comunicação <strong>do</strong>s tempos de hoje, com a<br />

internet e as novas mídias crescen<strong>do</strong>, não<br />

é preciso <strong>mais</strong> estar na capital para prestar<br />

um serviço de primeira linha. Eu diria<br />

que até pelo contrário, já que a tendência<br />

Lula Vieira é publicitário, cronista e articulista,<br />

autor de diversos livros sobre propagan<strong>da</strong>, diretor<br />

de marketing <strong>da</strong> Ediouro, radialista, integrante<br />

<strong>do</strong> Conar (Conselho de Auto-Regulamentação<br />

Publicitária) e um <strong>do</strong>s nomes <strong>mais</strong> influentes <strong>da</strong><br />

propagan<strong>da</strong> brasileira.<br />

mundial é que as corporações <strong>mais</strong> criativas<br />

se instalem em lugares <strong>mais</strong> propícios à<br />

geração de idéias.<br />

O Ziller, o Leitão, o Kico e o Tairone<br />

deixam de ser Samba, Mostar<strong>da</strong> e Signa para<br />

anunciarem a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong>, que nasce bem<br />

grande pelo talento deles. E pela vontade<br />

deles. E pelo entusiasmo deles. Não serei<br />

apenas um torce<strong>do</strong>r pelo seu previsível<br />

sucesso. Se algo me for possível fazer<br />

para aju<strong>da</strong>r, vou fazer com alegria. Novas<br />

agências, novas idéias, novas soluções são<br />

absolutamente necessárias.<br />

Que minhas últimas palavras sejam<br />

destina<strong>da</strong>s aos clientes. Se me permitem um<br />

conselho, aproveitem o momento. Nesta<br />

fase eles estarão ansiosos em prestar um<br />

serviço acima <strong>da</strong>s expectativas. É hora de<br />

explorar to<strong>do</strong> o talento deles e ain<strong>da</strong> <strong>mais</strong><br />

um pouco. E digo <strong>mais</strong>: se eu conheço estes<br />

caras, essa fome de bola <strong>do</strong> começo durará<br />

por muito tempo.


íNDICE<br />

3 5<br />

6 8<br />

16 24<br />

2830<br />

EXPEDIENTE<br />

EDITORIAL | Filosofan<strong>do</strong> sobre tesão | por Lula Vieira<br />

O bam-bam-bam <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> fala sobre começo, recomeço e a importância <strong>da</strong> “ereção”<br />

31<br />

33<br />

APRESEnTAçãO | ¡Viva la revolución!<br />

A que viemos<br />

Espírito GuErrEiro<br />

De onde vem a filosofia que nos inspira<br />

Diario DE La GuErra<br />

Fatos que marcaram a pré-<strong>história</strong> <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong><br />

EnTREVISTA | Reunião de esta<strong>do</strong>-MaioR | por Wendell Guiducci<br />

Um bate-papo descontraí<strong>do</strong> sobre passa<strong>do</strong>, presente e o que nos aguar<strong>da</strong><br />

32<br />

trEiNaNDo Futuros GuErrEiros<br />

As boas consequências de um ambiente de trabalho aberto e transparente<br />

BatENDo No pEito<br />

Os prêmios que a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> já nasce exibin<strong>do</strong><br />

ARTIGO | Varejo: Acrescentar inteligência<br />

por tairone Vale<br />

ARTIGO | Os novos tempos <strong>da</strong> política<br />

por arman<strong>do</strong> Ziller<br />

ARTIGO | O caos é o caminho<br />

por Guilerme Leitão<br />

ARTIGO | A boa idéia e os resulta<strong>do</strong>s<br />

por Kico Bakúnin<br />

Jornalista Responsável: Tairone Vale - MTB 06.266<br />

Gráfica: Juizforana Gráfica e Editora<br />

Tiragem: 700 uni<strong>da</strong>des<br />

Fotos capa e estúdio: Kempton Vianna<br />

Capa (<strong>da</strong> esquer<strong>da</strong> para direita): Guilherme Leitão, Arman<strong>do</strong> Ziller,<br />

Tairone Vale e Kico Bakúnin<br />

Obs: Tomamos a liber<strong>da</strong>de de trocar as citações às antigas<br />

agências para a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> na sessão “Agência Guerreira, Clientes Guerreiros”.<br />

O motivo? Nosso passa<strong>do</strong>, assim como nosso futuro, agora é um só. Além <strong>do</strong> <strong>mais</strong>,<br />

se eles já estavam satisfeitos com o antigo rendimento, vão vibrar com o que vem por aí.<br />

bee tags<br />

Ao longo <strong>da</strong> revista você encontra bee tags como<br />

esta acima. Elas trazem comerciais e spots de rádio<br />

<strong>da</strong> agência para você assistir no seu celular.<br />

Para ativá-la, ligue a câmera de seu aparelho, mire a<br />

tag, dispare e pronto; é só esperar carregar.<br />

Se o seu celular não tiver o BeeTagg QR Code Reader<br />

instala<strong>do</strong>, baixe, gratuitamente, o arquivo específico<br />

para seu celular no site:<br />

www.beetagg.com<br />

É uma publicação de <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> Marketing Guerreiro<br />

(32) 3217-0942<br />

Rua Gabriel Rodrigues, 683 - Santa Cecília<br />

Juiz de Fora/MG<br />

CEP: 36026-090<br />

www.buenavistamkt.com.br<br />

comercial@buenavistamkt.com.br<br />

@buenavistamkt<br />

buenavistamkt.tumblr.com<br />

buenavistamkt<br />

L A R E V I S T A


APRESENTAÇÃO<br />

¡Viva la revolución!<br />

As semanas que antecederam o lançamento desta revista foram como<br />

um velório. Um anima<strong>do</strong>, festivo, empolgante e vibrante velório, que<br />

acompanhava, com uma ansie<strong>da</strong>de sem tamanho, o falecimento de<br />

Samba Propagan<strong>da</strong>, Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong> e Signa Comunicação. Três<br />

agências que fizeram <strong>história</strong>, formaram dezenas de bons profissionais,<br />

lutaram por um merca<strong>do</strong> <strong>mais</strong> profissional e, acima de tu<strong>do</strong>, deram o<br />

couro por seus clientes.<br />

Esta revista é o abre-alas para uma empresa que promete. Uma agência que se gaba<br />

não pelo talento nato, inspiração infalível ou criativi<strong>da</strong>de intrínseca, mas pelo esforço,<br />

comprometimento e dedicação à nossa principal razão de ser: os clientes.<br />

À frente, vislumbramos uma revolução no modus operandi <strong>do</strong> atendimento ao cliente e relacionamento<br />

com os parceiros. Uma revolução que visa a prosperi<strong>da</strong>de e o crescimento profissional <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> como<br />

um to<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> veículos, fornece<strong>do</strong>res e, porque não, concorrentes. Afinal, sem ameaças ou obstáculos<br />

à altura to<strong>do</strong> guerreiro perde seu vigor e baixa a guar<strong>da</strong>, abrin<strong>do</strong> o caminho para a derrota.<br />

É claro que não é possível prever o futuro e, portanto, não é possível garantir que este ou qualquer projeto que acaba de sair <strong>do</strong> útero<br />

tem sucesso 100% garanti<strong>do</strong>. Mas a matemática é simples. Some três agências que sempre colocaram seus clientes acima de tu<strong>do</strong>, que já<br />

fizeram o possível e o impossível por eles, e o resulta<strong>do</strong> dificilmente será menor que “caramba, os caras trabalham com vontade de leão!”.<br />

E esse é, afinal, o cerne de um espírito que, para nós, é como uma religião. Uma filosofia que prega o envolvimento com to<strong>do</strong>s os setores<br />

<strong>do</strong> cliente, <strong>do</strong> piso <strong>da</strong> fábrica ao balcão de ven<strong>da</strong>, observan<strong>do</strong> e apontan<strong>do</strong> possíveis soluções para impossíveis problemas, completan<strong>do</strong> o<br />

leque de atuação que convencionamos chamar de MARKETING GUERREIRO.<br />

Por isso, preza<strong>do</strong> leitor, enten<strong>da</strong> estas linhas como um contrato. Um termo de compromisso, firma<strong>do</strong> entre nós quatro e com nossos<br />

clientes, que garante a nossa postura vibrante e positiva diante <strong>da</strong>s barreiras. Que atesta nossa ânsia por crescer exponencialmente e<br />

carregar conosco aqueles ao nosso re<strong>do</strong>r. Que honra to<strong>do</strong> o passa<strong>do</strong> de suor e glórias de Mostar<strong>da</strong>, Signa e Samba e <strong>da</strong>queles que<br />

construíram suas <strong>história</strong>s de sucesso. Que consagra a propensão ao sacrifício por aquilo que acreditamos. E que se deixa levar por este<br />

DNA latino, abusa<strong>do</strong>, caliente, descontraí<strong>do</strong>, contesta<strong>do</strong>r e revolucionário.<br />

Señoras e señores, <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> Marketing Guerreiro!<br />

Arman<strong>do</strong> Ziller<br />

Diretor de Planejamento<br />

Guilherme Leitão<br />

Diretor de Mídia<br />

Kico Bakúnin<br />

Diretor de Atendimento<br />

5<br />

Tairone Vale<br />

Diretor de Criação


Espírito g<br />

6


uerreiro<br />

Eles eram apenas trezentos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s. Do la<strong>do</strong> inimigo,<br />

milhares e milhares de homens <strong>do</strong> poderoso império<br />

persa. Mesmo com um contingente tão minúsculo,<br />

os “300 de Esparta”, já retrata<strong>do</strong>s em quadrinhos<br />

e no cinema, conseguiram infligir um número<br />

enorme de baixas entre os sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> exército de<br />

Xerxes, retar<strong>da</strong>n<strong>do</strong> a passagem destes pelotões pelos<br />

desfiladeiros <strong>da</strong>s Termópilas e conquistan<strong>do</strong> um<br />

precioso tempo para que os batalhões espartanos se<br />

preparassem para a vitória.<br />

Durante a segun<strong>da</strong> guerra, um reduzi<strong>do</strong> grupo de mil sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s japoneses se<br />

encontrava entrincheira<strong>do</strong> no centro de uma ilha <strong>do</strong> Pacífico, cerca<strong>do</strong> por<br />

milhares de sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s norte-americanos. Com a munição chegan<strong>do</strong> ao fim e<br />

diante <strong>da</strong> iminente derrota, os combatentes nipônicos desembainharam suas<br />

espa<strong>da</strong>s samurai e promoveram o que entraria para a <strong>história</strong> como “ataque<br />

banzai”. Pelotões de “samurais” surgiam de várias direções, de espa<strong>da</strong> em<br />

punho e peito aberto contra as metralha<strong>do</strong>ras alia<strong>da</strong>s, espalhan<strong>do</strong> terror entre<br />

os boquiabertos sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s <strong>do</strong> Tio Sam.<br />

O dia 23 de fevereiro de<br />

1847 marcou a batalha<br />

de <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong>, na guerra<br />

Americo-Mexicana, quan<strong>do</strong><br />

4.500 sol<strong>da</strong><strong>do</strong>s americanos<br />

repeliram um contingente de<br />

16.000 homens <strong>do</strong> general<br />

Don Antonio López de Santa<br />

Anna. A artilharia pesa<strong>da</strong> e a<br />

estratégia emprega<strong>da</strong> foram<br />

considera<strong>da</strong>s as grandes<br />

responsáveis pela retira<strong>da</strong> <strong>do</strong>s<br />

mexicanos.<br />

Em comum, essas e outras<br />

grandes batalhas contam<br />

com uma característica tão<br />

fun<strong>da</strong>mental hoje quanto nos<br />

tempos de Leôni<strong>da</strong>s. Uma<br />

força interior, ao mesmo tempo<br />

individual e coletiva, que leva<br />

o coman<strong>da</strong>nte a ser o primeiro<br />

a pisar no campo de batalha<br />

e motiva o <strong>mais</strong> humilde<br />

sol<strong>da</strong><strong>do</strong> a seguí-lo até as últimas<br />

consequências. Uma corrente<br />

que une estratégia e impulso,<br />

razão e fé cega, cautela e bravura.<br />

Tu<strong>do</strong> em defesa de um território,<br />

de uma posição, de uma nação,<br />

de um objetivo, de um ideal.<br />

Um sentimento que só pode<br />

ser traduzi<strong>do</strong> em sua plenitude<br />

como “Espírito Guerreiro”. E é<br />

aí que a <strong>história</strong> <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong><br />

Marketing Guerreiro começa.<br />

No mês de novembro de<br />

2001, um movimento em<br />

prol <strong>da</strong> coletivi<strong>da</strong>de começa<br />

7<br />

a tomar conta <strong>da</strong>s agências de<br />

propagan<strong>da</strong> <strong>da</strong> Zona <strong>da</strong> Mata<br />

mineira. Era o surgimento <strong>do</strong><br />

Clube de Criação de Juiz de<br />

Fora, que aproximou empresas,<br />

re<strong>da</strong>tores, diretores de arte,<br />

fotógrafos, produtores e de<strong>mais</strong><br />

atores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> em busca de<br />

um profissionalismo maior <strong>do</strong><br />

segmento. “Mas isso já tem quase<br />

dez anos? O que tem a ver com<br />

a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong>?” Calma, a gente<br />

chega lá.


PEGANDO<br />

NA MÃO<br />

Essa aproximação permitiu que os<br />

publicitários locais se conhecessem melhor,<br />

trocassem figurinhas, compartilhassem<br />

problemas e apontassem soluções. E o<br />

tão fecha<strong>do</strong> segmento começou a se abrir.<br />

Com a abertura, três empresas começaram<br />

a identificar muitos pontos em comum:<br />

a paixão pela idéia, a vibração pelo bom<br />

trabalho, o olhar estratégico, a ânsia pelo<br />

resulta<strong>do</strong>, o sacrifício pelo cliente. E a<br />

Signa Comunicação, Mostar<strong>da</strong> e Samba<br />

Propagan<strong>da</strong> perceberam uma afini<strong>da</strong>de<br />

e admiração mútuas que ia além <strong>da</strong><br />

simpatia. As crenças, valores, forma de<br />

trabalho e a personali<strong>da</strong>de em comum<br />

abriram as portas para que as três empresas<br />

vislumbrassem um projeto único, forte e<br />

inova<strong>do</strong>r. E de uma paquera que se iniciou<br />

há quase uma déca<strong>da</strong> surge um feliz<br />

casamento a três: <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> Marketing<br />

Guerreiro.<br />

Guilherme Leitão<br />

Jovem veterano<br />

Apesar de caçula <strong>do</strong> grupo, o publicitário Guilherme Leitão tem<br />

experiência de sobra. Pôs o pé na primeira<br />

agência aos 14 anos, muito antes de se graduar<br />

em Publici<strong>da</strong>de e Propagan<strong>da</strong>, de cursar<br />

Marketing Estratégico na PUC/BH e <strong>do</strong> MBA<br />

Gestão de Negócios no Ibmec . Debutou em<br />

propagan<strong>da</strong> como “boy”, e foi acumulan<strong>do</strong><br />

casos e cases de sucesso por to<strong>da</strong>s as agências<br />

por que passou (inclusive a própria Samba)<br />

onde sempre deixava clara sua ver<strong>da</strong>deira<br />

intenção: acumular aprendiza<strong>do</strong> para, um dia,<br />

abrir seu próprio negócio.<br />

Depois de atuar como criativo por muitos<br />

anos, começou a se aventurar pelas searas <strong>do</strong><br />

atendimento, planejamento e mídia, onde revelou<br />

grandes talentos. Em sua segun<strong>da</strong> passagem pela<br />

Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong>, já como atendimento <strong>da</strong>s<br />

contas <strong>mais</strong> importantes <strong>da</strong> agência, criou um<br />

ver<strong>da</strong>deiro dilema para a diretoria <strong>da</strong> empresa. “Ou<br />

convi<strong>da</strong>mos o Leitão para sócio, ou veremos nascer<br />

um grande concorrente”, lembra Tairone Vale. A decisão acerta<strong>da</strong> aju<strong>do</strong>u a<br />

consoli<strong>da</strong>r de vez a imagem de profissionalismo <strong>da</strong> Mostar<strong>da</strong> no merca<strong>do</strong>.<br />

8<br />

uma revolução se faz com<br />

pequenas vitórias.<br />

Conheça alguns de nossos feitos<br />

no campo de batalha.


“<br />

Marketing<br />

guerreiro é<br />

lutar com<br />

bravura pela<br />

nossa pátria;<br />

e nossa pátria<br />

são nossos<br />

clientes.<br />

m”<br />

TAIROnE VALE<br />

Celebran<strong>do</strong> os 30 anos <strong>do</strong> show de<br />

despedi<strong>da</strong> <strong>do</strong>s Beatles no telha<strong>do</strong> <strong>da</strong><br />

grava<strong>do</strong>ra Apple, a ideia foi levar, sem<br />

aviso, a ban<strong>da</strong> Beatles Forever para<br />

o terraço <strong>da</strong> loja Arpel, no principal<br />

cruzamento de Juiz de Fora. Resulta<strong>do</strong>:<br />

trânsito bloquea<strong>do</strong>, milhares de pessoas<br />

lotan<strong>do</strong> as ruas e mídia espontânea em<br />

to<strong>do</strong>s os veículos de comunicação, em uma<br />

ação lembra<strong>da</strong> até hoje como um <strong>do</strong>s <strong>mais</strong><br />

ousa<strong>do</strong>s cases <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de.<br />

História: Signa Comunicação<br />

Clà DE PubliCitáriOS<br />

A <strong>história</strong> começa longe, no fim <strong>do</strong>s anos 60. Era<br />

fim <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> quan<strong>do</strong> Arman<strong>do</strong> Ziller Júnior,<br />

que então trabalhava na filial mineira <strong>da</strong> gigante<br />

internacional McCann/Erickson, foi leva<strong>do</strong><br />

para dirigir a criação <strong>da</strong> recém-nasci<strong>da</strong> ASA<br />

Comunicação. Na<strong>da</strong> a ver com aves ou aeronáutica.<br />

Era a abreviatura para “After Six Agency”, já que seus<br />

sócios só podiam se dedicar à empresa a partir de<br />

seis <strong>da</strong> tarde, após o expediente na McCann.<br />

Arman<strong>do</strong> levou este espírito de sacrifício<br />

pelo cliente para seu projeto solo, a Projeção<br />

Propagan<strong>da</strong>. Em menos de três anos, a nova<br />

agência já figurava entre as <strong>mais</strong> relevantes <strong>do</strong><br />

merca<strong>do</strong> mineiro, atenden<strong>do</strong> contas como<br />

Toulon, Bemge e Vale <strong>do</strong> Rio Doce. Com o<br />

crescimento acelera<strong>do</strong>, Ziller convoca o irmão<br />

Arnal<strong>do</strong> para dividir a tarefa de levar a Projeção a<br />

patamares ain<strong>da</strong> <strong>mais</strong> altos.<br />

Com fatias ca<strong>da</strong> vez maiores <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, a família<br />

Ziller e a agência sofrem um baque traumático com<br />

a per<strong>da</strong> de seu fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r, faleci<strong>do</strong> prematuramente<br />

em 1979. Em homenagem ao irmão, Arnal<strong>do</strong><br />

rebatiza a empresa como AZJ Publici<strong>da</strong>de que,<br />

nos anos 80, consoli<strong>da</strong> a forte que<strong>da</strong> para o<br />

marketing político. Agora, com clientes <strong>do</strong> naipe de<br />

Governo de Minas, Conglomera<strong>do</strong> Bemge, Banco<br />

Rural, Laticínios Cotochés e a Feira Nacional de<br />

Laticínios Cândi<strong>do</strong> Tostes, a AZJ abre filiais em<br />

Brasília e Rio de Janeiro, marcan<strong>do</strong> um perío<strong>do</strong> em<br />

Um pipi<strong>do</strong>or<br />

cria<strong>do</strong> às vésperas<br />

<strong>da</strong> Copa de 2006<br />

convi<strong>da</strong>va o<br />

cliente a testar<br />

sua “mira” em<br />

um gol adesiva<strong>do</strong><br />

no mictório de<br />

restaurantes.<br />

Meses depois,<br />

uma ação similar<br />

cria<strong>da</strong> para a<br />

SporTV faturou<br />

um Leão em<br />

Cannes.<br />

A Motoplus/Hon<strong>da</strong><br />

havia recebi<strong>do</strong> um<br />

carregamento extra<br />

de 60 motos no<br />

fim de 2003. Com a<br />

meta de não deixar o<br />

estoque superlotar,<br />

a campanha “Preços<br />

Censura<strong>do</strong>s”, na<br />

fraca semana entre<br />

natal e Revellón,<br />

deu cabo <strong>da</strong>s motos<br />

extras, limpou o<br />

estoque e deixou até<br />

a vitrine vazia.<br />

9<br />

que foi eleva<strong>da</strong> ao grupo <strong>da</strong>s 10 maiores agências<br />

nacionais em volume de mídia técnica.<br />

No final <strong>da</strong> déca<strong>da</strong> de 80, ain<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong> pré-<br />

Collor, a AZJ era um grupo composto pela AZJ<br />

Publici<strong>da</strong>de, AZJ Promoções, Comptext Fotolito<br />

e Prelo e TOP Tendência de Opinião Pública,<br />

reunin<strong>do</strong> <strong>mais</strong> de 120 profissionais, fato que listou a<br />

agência entre as cinco principais de Minas..<br />

Ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> no meio deste efervescente<br />

ambiente publicitário, o jovem Arman<strong>do</strong> Ziller<br />

Neto, sobrinho de Júnior, começa a trabalhar na<br />

AZJ em 1987. A agência abre a filial Varginha/<br />

Sul de Minas e consoli<strong>da</strong> sua vocação pública,<br />

atenden<strong>do</strong> prefeituras de diversas ci<strong>da</strong>des como<br />

Três Corações, Lavras, Itajubá, Pouso Alegre,<br />

Secretaria de Agricultura <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

e várias Câmaras Municipais e Associações<br />

Comerciais.<br />

Em 1997, a AZJ e a YNK Propagan<strong>da</strong> montam<br />

um consórcio para uma concorrência <strong>do</strong> Governo<br />

Estadual e <strong>do</strong> Sebrae Nacional. Nascia o Consórcio<br />

Signa. Os bons resulta<strong>do</strong>s levam à fun<strong>da</strong>ção <strong>da</strong><br />

Signa Comunicação, que cresce tanto na capital<br />

quanto na Zona <strong>da</strong> Mata.<br />

A deman<strong>da</strong> obriga a Signa a abrir a filial Zona <strong>da</strong><br />

Mata, lidera<strong>da</strong> por Arman<strong>do</strong> Neto, que traz para<br />

Juiz de Fora um profissionalismo em estratégia e<br />

planejamento então inéditos no merca<strong>do</strong> local.<br />

Com o objetivo de<br />

aumentar as ven<strong>da</strong>s<br />

<strong>da</strong> Sol&neve em pleno<br />

inverno, a aposta foi<br />

desenvolver produtos<br />

específicos para esta<br />

época <strong>do</strong> ano, como o<br />

petit gateau e a inédita<br />

sopa de chocolate.<br />

Com a abertura <strong>da</strong> nova linha, as ven<strong>da</strong>s superaram<br />

as melhores expectativas de Fernan<strong>do</strong> Brandão,<br />

fun<strong>da</strong><strong>do</strong>r <strong>da</strong> franquia. “Quem diria que a gente<br />

conseguiria vender sorvete no inverno? A agência<br />

disse, mostrou como fazer e trouxe resulta<strong>do</strong>s<br />

deliciosos pra gente!”


História: Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong><br />

CriANDO FORA DA CAiXA<br />

“Eu posso fazer diferente”. Esse é o pensamento de onze<br />

entre dez jovens aspirantes a publicitários, como os<br />

que fun<strong>da</strong>ram o que viria ser a Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong>.<br />

Profissionais com formação em jornalismo e design,<br />

soma<strong>da</strong> a experiências em agências de Juiz de Fora e São<br />

Paulo. Com ousadia, vontade de aprender e uma boa<br />

pita<strong>da</strong> de irreverência nascia a Tríade Comunicação, em<br />

dezembro de 2000.<br />

O primeiro grande trabalho <strong>da</strong> agência, que ain<strong>da</strong><br />

funcionava em casa, abriu caminho para o longo<br />

relacionamento com a Universi<strong>da</strong>de Federal de Juiz de<br />

Fora e permitiu fôlego financeiro para alugar uma sala por<br />

4 meses. “Se nesse perío<strong>do</strong> não conseguíssemos sustentar<br />

a estrutura, não era pra coisa vingar, mesmo”, lembra Ana<br />

Loureiro, co-fun<strong>da</strong><strong>do</strong>ra <strong>da</strong> empresa.<br />

Mas vingou. Em um ano, a agência, já rebatiza<strong>da</strong> como<br />

Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong>, não contaria <strong>mais</strong> com o jornalista<br />

Wendell Guiducci, que se dedicaria exclusivamente ao<br />

ofício de repórter e editor <strong>do</strong> jornal Tribuna de Minas<br />

e à carreira musical à frente <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> Martiataka. Nessa<br />

época, a linguagem estética <strong>da</strong> agência começava<br />

a chamar a atenção <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, atrain<strong>do</strong> clientes<br />

representativos como a Arpel, o <strong>mais</strong> tradicional selo<br />

de mo<strong>da</strong> <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de. Mas a “vontade de fazer diferente”,<br />

que motivou a equipe desde o início, ain<strong>da</strong> não havia<br />

conquista<strong>do</strong> o reconhecimento espera<strong>do</strong>.<br />

Em fevereiro de 2002, com vontade de aju<strong>da</strong>r e buscan<strong>do</strong><br />

uma vitrine criativa, a agência decidiu bater às portas<br />

<strong>do</strong> MGM, Movimento Gay de Minas, ONG<br />

A Moviecom<br />

era a 13ª<br />

empresa <strong>do</strong><br />

setor no país.<br />

Com o trabalho<br />

de marketing<br />

desenvi<strong>do</strong>, além<br />

de ocupar a<br />

quarta posição<br />

hoje, ela foi<br />

eleita, nos<br />

últimos 4 anos, a<br />

rede de cinemas<br />

<strong>mais</strong> simpática<br />

<strong>do</strong> Brasil.<br />

Disputan<strong>do</strong> com grandes<br />

agências <strong>do</strong> cenário nacional, Kico<br />

Bakúnin trouxe para Juiz de Fora a conta <strong>da</strong><br />

companhia aérea Ocean Air. “Ficamos tristes<br />

quan<strong>do</strong> o Kico abriu mão <strong>da</strong> nossa conta.<br />

Ficou uma grande amizade e a certeza de<br />

que ter uma agência pequena nos atenden<strong>do</strong><br />

é muito bom. Principalmente quan<strong>do</strong> essa<br />

pequena agência tem tanta competência”,<br />

afirma José Anysio Espín<strong>do</strong>la, Diretor de<br />

Marketing <strong>da</strong> OceanAir (hoje Avianca Brasil).<br />

que começava a ganhar notorie<strong>da</strong>de por sua luta pelos<br />

direitos humanos. Foi com a primeira campanha cria<strong>da</strong><br />

para o movimento, “Pessoas como você”, que o nome<br />

Mostar<strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong> começou a construção de uma<br />

respeita<strong>da</strong> marca criativa. Os comerciais conquistaram<br />

os <strong>do</strong>is únicos ouros <strong>do</strong> prêmio <strong>do</strong> Clube de Criação<br />

de Juiz de Fora <strong>do</strong> ano seguinte, ten<strong>do</strong> Lula Vieira como<br />

presidente <strong>do</strong> júri, inauguran<strong>do</strong> a estante de importantes<br />

prêmios de propagan<strong>da</strong> conquista<strong>do</strong>s pela equipe criativa<br />

<strong>da</strong> agência. Ain<strong>da</strong> em 2003, a mesma campanha figurou<br />

entre os vence<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Prêmio Colunistas, escreven<strong>do</strong> o<br />

nome <strong>da</strong> empresa juizforana em um <strong>do</strong>s <strong>mais</strong> cobiça<strong>do</strong>s<br />

prêmios <strong>do</strong> país. A grande conquista de “Pessoas como<br />

você”, porém, não veio em forma de troféus, mas de<br />

números. Os comerciais veicula<strong>do</strong>s em Juiz de Fora e Belo<br />

Horizonte contribuíram para a diminuição significativa<br />

<strong>da</strong>s ocorrências de violência e para a redução <strong>do</strong>s casos de<br />

assassinato de homossexuais de dezessete em 2002 para<br />

zero em 2003, ressaltan<strong>do</strong> a preocupação <strong>da</strong> Mostar<strong>da</strong> em<br />

usar a criativi<strong>da</strong>de e ousadia em busca <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong>.<br />

A filosofia “não fazer o que o cliente quer, mas o que<br />

ele precisa” continuou sen<strong>do</strong> a base de inúmeros cases<br />

de sucesso, tanto na forma de premiações em festivais<br />

quanto na conquista de resulta<strong>do</strong>s para os clientes. Após<br />

um inespera<strong>do</strong> convite em março de 2009, o publicitário<br />

Guilherme Leitão sai <strong>do</strong> quadro de funcionários para<br />

assumir o lugar deixa<strong>do</strong> por Ana Loureiro no quadro<br />

societário <strong>da</strong> empresa, contribuin<strong>do</strong> para solidificar<br />

o “espírito guerreiro” prega<strong>do</strong> pela agência desde sua<br />

fun<strong>da</strong>ção: lutar pelo cliente acima de tu<strong>do</strong>.<br />

10<br />

Para posicionar a Utopia como<br />

loja de preço acessível mas<br />

com produtos de quali<strong>da</strong>de<br />

foi cria<strong>do</strong> o filme “Porshe”,<br />

com o aluguel <strong>do</strong> carro que<br />

consumiu metade <strong>da</strong> verba de<br />

comunicação. O pandemônio<br />

veio no auge <strong>da</strong> campanha, em<br />

um sába<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> os clientes<br />

chegaram a tirar as roupas <strong>do</strong><br />

mostruário e <strong>do</strong>s manequins,<br />

atrain<strong>do</strong> lojistas concorrentes<br />

que procuravam entender a<br />

cena.<br />

“<br />

Marketing<br />

guerreiro<br />

pode ser<br />

resumi<strong>do</strong><br />

em ‘fazer<br />

m”<br />

acontecer’.<br />

KICO BAKÚnIn<br />

Tairone Vale, diretor<br />

de criação <strong>da</strong> <strong>Buena</strong><br />

<strong>Vista</strong>, representou<br />

Juiz de Fora no<br />

corpo de jura<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> Festival Mundial<br />

de Publici<strong>da</strong>de de<br />

Grama<strong>do</strong> 2005,<br />

julgan<strong>do</strong> a categoria<br />

Revista.


11<br />

Arman<strong>do</strong> Ziller<br />

Publici<strong>da</strong>de no DNA<br />

Arman<strong>do</strong> nasceu em berço de propagan<strong>da</strong>. Uma <strong>da</strong>s primeiras<br />

grandes agências de Minas Gerais, a Projeção Propagan<strong>da</strong>,<br />

de 1971, foi fun<strong>da</strong><strong>da</strong> pelo pai e pelo tio deste publicitário<br />

gaúcho de nascença, belorizontino de formação e juizforano de<br />

coração. Enquanto acompanhava o atendimento <strong>da</strong> hoje Signa-<br />

BH a grandes instituições como Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> de Minas,<br />

Companhia Vale <strong>do</strong> Rio Doce e Bemge, Arman<strong>do</strong> absorvia<br />

conhecimento <strong>do</strong> ofício e experiência de uma agência grande,<br />

que já chegou aos 120 colabora<strong>do</strong>res nos anos 80.<br />

Soma<strong>da</strong> à formação em Administração de Empresas, sua<br />

vivência precoce no meio aju<strong>do</strong>u a mol<strong>da</strong>r um <strong>do</strong>s maiores<br />

estrategistas <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Tem na matemática visão de mídia<br />

e na complementarie<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s veículos suas principais armas,<br />

crian<strong>do</strong> planos de ataque e defesa sempre eficientes e bem<br />

sucedi<strong>do</strong>s para as marcas que veste a camisa.


A criação <strong>da</strong><br />

campanha 3x2<br />

levou a um<br />

congestionamento<br />

<strong>da</strong>s linhas telefônicas<br />

<strong>da</strong> pizzaria<br />

Vaporetto, que foi<br />

obriga<strong>da</strong> a solicitar uma linha adicional<br />

à opera<strong>do</strong>ra. “No final <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />

programa<strong>do</strong>, tínhamos vendi<strong>do</strong> quase 10<br />

vezes <strong>mais</strong> <strong>do</strong> que a melhor <strong>da</strong>s nossas<br />

expectativas!”, lembra o proprietário <strong>do</strong><br />

Grupo Vaporetto, Fernan<strong>do</strong> neiva Campos.<br />

12<br />

na primeira<br />

liqui<strong>da</strong>ção de<br />

Carnaval <strong>da</strong> loja de<br />

roupas e calça<strong>do</strong>s<br />

femininos Arpel,<br />

a mídia veicula<strong>da</strong><br />

criou uma fila<br />

de 200 metros<br />

na porta <strong>da</strong><br />

loja, atrain<strong>do</strong><br />

cobertura<br />

espontânea <strong>da</strong> TV<br />

Globo local.<br />

“<br />

Marketing<br />

guerreiro é ter<br />

um postura<br />

interna de<br />

dedicação<br />

e devoção<br />

foca<strong>da</strong> no<br />

cliente,<br />

para que,<br />

utilizan<strong>do</strong> as<br />

estratégias<br />

corretas,<br />

possamos<br />

atingir os<br />

m”<br />

objetivos.<br />

GUILHERME LEITãO<br />

O vídeo exibi<strong>do</strong> antes <strong>da</strong>s<br />

sessões de cinema pela<br />

Moviecom foi eleito o melhor<br />

abre-sessão <strong>do</strong> país. Através<br />

dele, a Moviecom abriu<br />

caminho para patrocínios<br />

e parcerias com grandes<br />

empresas, como Allianz<br />

Seguros, Coca-Cola, Rain<br />

network, Lojas Marisa, Itaú...


na ação cria<strong>da</strong> para a Volkswagen<br />

no lançamento <strong>do</strong> novo Gol na<br />

Zona <strong>da</strong> Mata, um ringue de boxe<br />

no Independência Shopping atraía<br />

os curiosos para uma desafia<strong>do</strong>ra<br />

que<strong>da</strong> de braço com um pugilista<br />

profissional, reforçan<strong>do</strong> o conceito de<br />

força <strong>do</strong> carro. A ação descontraí<strong>da</strong><br />

atraiu principalmente as crianças, que<br />

desafiavam seus pais, o público-alvo, a<br />

encarar o embate.<br />

Kico Bakúnin<br />

Preto no branco<br />

Simples, direto e transparente. A maior virtude deste carioca de forte sotaque é a sinceri<strong>da</strong>de com<br />

que toma decisões para si e para os clientes. Por conta disso, já foi chama<strong>do</strong> de “enfant terrible”<br />

muitas vezes. Mas tanta segurança é fruto de uma carreira mol<strong>da</strong><strong>da</strong> e consoli<strong>da</strong><strong>da</strong> em diferentes<br />

merca<strong>do</strong>s.<br />

Forma<strong>do</strong> em Publici<strong>da</strong>de e Propagan<strong>da</strong> pela ESPM/RJ, Kico coleciona bem sucedi<strong>da</strong>s<br />

passagens por excelentes agências. Ain<strong>da</strong> estu<strong>da</strong>nte, passou pela Caio, Denison e Artplan, até<br />

ser contrata<strong>do</strong> pela BBS&C, sempre na área de criação. Ali ganhou os primeiros prêmios e<br />

<strong>mais</strong> experiência, com incursões pelas áreas de planejamento e atendimento. Depois de uma<br />

rápi<strong>da</strong> passagem de 1 ano por São José <strong>do</strong>s Campos, chegou a Juiz de Fora, onde se embrenhou<br />

pelo Marketing, atuan<strong>do</strong> como gerente em shoppings e prestan<strong>do</strong> consultorias. A sau<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

criação e <strong>do</strong> clima descontraí<strong>do</strong> <strong>da</strong>s agências o fez retornar para uma de suas grandes paixões<br />

(juntamente com a família e o Flamengo!): a propagan<strong>da</strong>.<br />

Depois de voltar a atuar por algumas agências <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de, fun<strong>do</strong>u, em 2005, a Samba Propagan<strong>da</strong>.<br />

Hoje, faz de tu<strong>do</strong> um pouco. Um pouco não, muito; e muito bem, obriga<strong>do</strong>. Nas horas vagas,<br />

devora livros e <strong>mais</strong> livros (preferencialmente acompanha<strong>do</strong>s de um bom vinho), claro, para<br />

continuar amplian<strong>do</strong> a bagagem de quem sempre deixa tu<strong>do</strong> preto no branco.<br />

13


História: Samba Propagan<strong>da</strong><br />

rESultADO COM MuitA GiNGA<br />

A agência nasceu <strong>do</strong> sonho de Kico Bakúnin e<br />

<strong>mais</strong> <strong>do</strong>is sócios: fazer uma ver<strong>da</strong>deira hotshop<br />

que, mesmo estan<strong>do</strong> localiza<strong>da</strong> fora <strong>do</strong>s grandes<br />

centros, atendesse a grandes contas nacionais.<br />

Convenhamos: uma proposta absolutamente<br />

megalomaníaca... Mas não é que acabou <strong>da</strong>n<strong>do</strong><br />

certo?! Em pouco tempo, a agência saía de uma<br />

pequena estrutura, com cinco pessoas, para um<br />

grande galpão, com equipe de quase 30 pessoas,<br />

filial em Cabo Frio/RJ e 15 contas na carteira<br />

(desde o início a agência tinha defini<strong>do</strong>: não teria<br />

muitas contas, para poder se dedicar de corpo e<br />

alma a ca<strong>da</strong> uma delas).<br />

E a força motriz para esse crescimento foi,<br />

exatamente, a conquista de contas nacionais.<br />

Evidente que a maior parte <strong>do</strong>s clientes era regional,<br />

mas até nisso a Samba <strong>da</strong>va uma filtra<strong>da</strong>: procurava<br />

só atender a clientes com um perfil <strong>mais</strong> criativo<br />

– ou, pelo menos, <strong>mais</strong> dispostos a ir por esse<br />

caminho. O que para uns parecia empáfia, para<br />

outros fazia o maior senti<strong>do</strong>. Assim, bons trabalhos<br />

foram sen<strong>do</strong> produzi<strong>do</strong>s e prêmios de criação<br />

começaram a decorar as prateleiras <strong>da</strong> agência. E<br />

com os prêmios, os primeiros clientes nacionais.<br />

O primeiro foi a Moviecom, rede de cinemas cuja<br />

uni<strong>da</strong>de de Juiz de Fora vinha sen<strong>do</strong> atendi<strong>da</strong><br />

localmente pelos sócios, quan<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> atuavam em<br />

outra agência. Com a abertura <strong>da</strong> Samba a Moviecom<br />

entregou a conta nacional pra agência, uma conta<br />

forma<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s os complexos espalha<strong>do</strong>s pelo<br />

Brasil, com quase 100 salas de cinema.<br />

Em segui<strong>da</strong> veio a conquista <strong>da</strong> conta <strong>da</strong><br />

companhia aérea OceanAir (atual Avianca) em<br />

uma incrível concorrência disputa<strong>da</strong> com megaagências<br />

de São Paulo. O trabalho desenvolvi<strong>do</strong><br />

pela agência, na época, aju<strong>do</strong>u a companhia a<br />

alcançar o terceiro lugar no merca<strong>do</strong>, ultrapassan<strong>do</strong><br />

a BRA. Foi o trabalho que colocou o nome <strong>da</strong><br />

Samba nos veículos especializa<strong>do</strong>s em propagan<strong>da</strong>.<br />

E que abriu novas portas para novas conquistas<br />

importantes.<br />

Com a filial em Cabo Frio, a agência conquistou<br />

a conta <strong>da</strong> Boibom Alimentos, um <strong>do</strong>s maiores<br />

distribui<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, com atuação também<br />

em SP, ES e MG, e <strong>do</strong> Grupo OK, que atuava em<br />

áreas tão distintas como a maior rede de lojas de<br />

eletroeletrônicos <strong>do</strong> norte <strong>do</strong> Rio de Janeiro, rede<br />

de lojas de celulares, uma financeira e um prove<strong>do</strong>r<br />

14<br />

“<br />

Marketing<br />

guerreiro<br />

é trabalhar<br />

to<strong>da</strong>s as horas<br />

com vontade<br />

e motivação<br />

sempre<br />

m”<br />

renova<strong>da</strong>.<br />

ARMAnDO ZILLER<br />

de internet; além de ter si<strong>do</strong> a<br />

responsável pela migração <strong>da</strong><br />

marca Brascan, uma <strong>da</strong>s maiores<br />

plataformas de investimento <strong>do</strong><br />

país, para Brookfield.<br />

Em Juiz de Fora e região o<br />

trabalho também seguia forte,<br />

com atendimento à conta<br />

<strong>da</strong> rede de supermerca<strong>do</strong>s<br />

Super<strong>mais</strong> (varejo exigente,<br />

com produção de vários filmes<br />

semanais), <strong>do</strong>s Sorvetes Sol &<br />

Neve, <strong>do</strong> Santa Cruz Shopping<br />

e <strong>da</strong> rede de Restaurantes<br />

Vaporetto.<br />

A <strong>fusão</strong> <strong>da</strong> Samba com a Signa e<br />

com a Mostar<strong>da</strong> representa um<br />

novo e importantíssimo passo,<br />

na visão de Kico Bakúnin: “Pra<br />

mim, é a união de sonhos, entre<br />

os sócios, e <strong>do</strong>s sonhos, para os<br />

clientes! Vamos fazer barulho<br />

além <strong>da</strong>s montanhas de Minas,<br />

pode apostar!”


Tairone Vale<br />

Mergulhan<strong>do</strong> de cabeça<br />

Entre suas experiências listam literatura, dramaturgia,<br />

atuação em teatro, cinema e vídeo, roteiro e direção de<br />

curta-metragem, palestras empresariais, e umas três ou<br />

quatro músicas no violão. Sempre uma provinha de ca<strong>da</strong><br />

coisa. Foi assim, experimentan<strong>do</strong>, que este jornalista caiu<br />

na propagan<strong>da</strong>. Começou a carreira como publicitário de<br />

manhã e repórter político <strong>do</strong> jornal Tribuna de Minas à<br />

tarde. Até que jogou tu<strong>do</strong> para o alto para fun<strong>da</strong>r sua própria<br />

empresa de comunicação.<br />

Como re<strong>da</strong>tor e diretor de criação, coleciona alguns <strong>do</strong>s<br />

<strong>mais</strong> disputa<strong>do</strong>s prêmios <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, como Colunistas,<br />

Festvídeo e Melhor <strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong>/Meio & Mensagem,<br />

mas vibra mesmo quan<strong>do</strong> o tapinha nas costas vin<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

cliente comemora <strong>mais</strong> um trabalho de bons resulta<strong>do</strong>s.<br />

15


Reunião de<br />

Esta<strong>do</strong>-Maior<br />

Um bate-papo descontraí<strong>do</strong> com Tairone Vale,<br />

Kico Bakúnin, Guilherme Leitão e Arman<strong>do</strong> Ziller,<br />

os quatro coman<strong>da</strong>ntes <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong><br />

por Wendell Guiducci<br />

Wendell é colunista de cultura e editor de esportes <strong>do</strong> jornal Tribuna de Minas, em Juiz de Fora. Atua<br />

como cartunista, repórter, produtor e editor de revistas especiais <strong>da</strong> editora Online (SP). Como se<br />

não bastasse, é compositor, letrista e vocalista <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> Matiataka - Rock’n Roll Combustível, cujo<br />

repertório e reconhecimento vem crescen<strong>do</strong> exponencialmente. Justamente por ser este<br />

multi-profissional, Del foi escolhi<strong>do</strong> para assinar a matéria central <strong>da</strong> revista desta multi-agência.<br />

16


Em uma terça-feira dessas aí, eu tive a oportuni<strong>da</strong>de de presenciar um<br />

momento muito particular, algo que provavelmente ja<strong>mais</strong> se repetirá<br />

<strong>da</strong> mesma maneira: quatro honra<strong>do</strong>s guerreiros se conhecen<strong>do</strong> antes de<br />

partirem juntos para o campo de batalha. Armas? Guilherme Leitão e<br />

Tairone Vale chegaram carregan<strong>do</strong> um boca<strong>do</strong> de cerveja, Kico Bakúnin<br />

com pão italiano e vinho chileno, e Arman<strong>do</strong> Ziller... bem, Arman<strong>do</strong> vai de<br />

Coca-Cola, mesmo. O que deveria ser uma entrevista acabou se tornan<strong>do</strong><br />

uma dinâmica de aproximação e descoberta, de discussão leve e relevante<br />

papo-fura<strong>do</strong>.<br />

Foi diverti<strong>do</strong> para mim, de fora, entre um amen<strong>do</strong>im japonês e outro, enxergar as reações à medi<strong>da</strong> que<br />

um descobria algo que não sabia sobre o outro, fosse uma característica de personali<strong>da</strong>de ou uma <strong>história</strong><br />

curiosa sobre uma ou outra campanha. Porque, tiran<strong>do</strong> Leitão e Tairone, sócios na fina<strong>da</strong> Mostar<strong>da</strong><br />

Propagan<strong>da</strong> (<strong>da</strong> qual eu mesmo fui um <strong>do</strong>s fun<strong>da</strong><strong>do</strong>res nos i<strong>do</strong>s de 2000 e de onde, para o bem <strong>da</strong><br />

publici<strong>da</strong>de, saí fora rapidinho) e amigos há algum tempo, o relacionamento entre estes quatro caras era,<br />

até aqui, estritamente profissional, mas em um senti<strong>do</strong> muito específico: eles eram concorrentes.<br />

Agora, feitos sócios por um destes sacolejos que a vi<strong>da</strong> dá em to<strong>do</strong>s nós, eles estão no mesmo barco. Barco não, uma nau de<br />

guerra batiza<strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong>, cujos canhões não se prestarão à destruição de coisa alguma, mas à construção de uma brilhante<br />

<strong>história</strong> forja<strong>da</strong> sobre criativi<strong>da</strong>de e eficiência. É para isso que a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> lança sua âncora em Juiz de Fora: para sacudir o<br />

merca<strong>do</strong> e levá-lo a um novo patamar de profissionalismo e eficiência.<br />

Naquela terça-feira, falou-se de tu<strong>do</strong>. Teve um tiran<strong>do</strong> on<strong>da</strong> de ter inicia<strong>do</strong> a carreira em Corel Draw 4, outro falan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

tempos em que se fazia diagramação na prancheta, <strong>história</strong>s sobre os basti<strong>do</strong>res <strong>da</strong> criação <strong>do</strong> PSDB, filmes de terror classe<br />

B feitos no Brasil... um ambiente tão descontraí<strong>do</strong>, com quatro cabeças tão fervilhantes que, naturalmente, certas passagens<br />

tornam-se absolutamente impublicáveis. Mas o que realmente interessa desta reunião informal <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>-Maior <strong>da</strong> <strong>Buena</strong><br />

<strong>Vista</strong> está reproduzi<strong>do</strong> aí abaixo.<br />

Sirva-se de um punha<strong>do</strong> de amen<strong>do</strong>ins e delicie-se.<br />

- Foi admiração mútua que<br />

aproximou vocês?<br />

Arman<strong>do</strong> – Eu já falei isso antes pra eles<br />

individualmente, não é porque estamos<br />

aqui agora, mas as coisas que sempre me<br />

encantaram em Juiz de Fora foram feitas pelo<br />

Kico e pela Mostar<strong>da</strong>. Eu nunca escondi isso,<br />

não me via estabelecen<strong>do</strong> uma parceria com<br />

outras agências. Na ver<strong>da</strong>de, eu nem queria<br />

<strong>mais</strong> mexer com propagan<strong>da</strong>. Quan<strong>do</strong> o<br />

Tairone e o Leitão me disseram que o Kico<br />

estava na joga<strong>da</strong> também, aí que eu falei, “é<br />

isso”. É um grande sonho se realizan<strong>do</strong>.<br />

Kico – Eu confesso que nunca tive essa<br />

preocupação de olhar pras outras agências.<br />

Quan<strong>do</strong> eu observava com <strong>mais</strong> interesse, era<br />

a Mostar<strong>da</strong> que me chamava <strong>mais</strong> atenção.<br />

Quan<strong>do</strong> eu lancei a Nocaute, eu lembro que<br />

o Tairone me telefonou, dizen<strong>do</strong> que estava<br />

queren<strong>do</strong> mu<strong>da</strong>r o nome <strong>da</strong> agência, mu<strong>da</strong>r<br />

de Tríade para Mostar<strong>da</strong>, essa coisa temática,<br />

e eu achei sensacional aquilo, o pensamento<br />

criativo <strong>da</strong>s agências começan<strong>do</strong> a aflorar.<br />

Antes era tu<strong>do</strong> quadradão e surgiu a Nocaute,<br />

a Mostar<strong>da</strong>, nomes de temática <strong>mais</strong> solta,<br />

<strong>mais</strong> leve, criativa. A Mostar<strong>da</strong> sempre foi<br />

uma referência pra mim.<br />

Tairone – E eu que não entendia porquê<br />

17<br />

aquele tal de Kico estava na minha lista de fãs<br />

<strong>do</strong> Orkut... (risos)<br />

Kico - Era uma suruba, na ver<strong>da</strong>de. A gente<br />

pegava funcionários deles, eles pegavam<br />

nossos... e minha referência na Signa era<br />

o pessoal de criação, não o Arman<strong>do</strong>. Fui<br />

conhecer melhor o trabalho dele durante<br />

minha passagem pela Prefeitura de Juiz de<br />

Fora. A agência dele participou de uma<br />

concorrência lá com um trabalho impecável, o<br />

planejamento era maravilhoso, e eu “caramba,<br />

quem é esse cara?”. Foi aí que eu comecei a ter<br />

uma relação <strong>mais</strong> próxima. O fato de a gente<br />

estar aqui hoje... estou muito feliz, porque são


pessoas com as quais eu me identifico. Esse bostinha aqui (dá um tapa<br />

em Leitão) foi meu funcionário e hoje é meu sócio (risos). Quan<strong>do</strong><br />

ele me falava que queria ter a própria agência, eu dizia pra mim que eu<br />

queria tê-lo como meu sócio um dia.<br />

– Reconhecer o talento <strong>do</strong>s outros na profissão de<br />

vocês é muito raro?<br />

Kico – É difícil. A nossa profissão é cheia de egos “enormes de<br />

infla<strong>do</strong>s”, é <strong>da</strong> natureza dela. Eu acreditava que, pra Juiz de Fora<br />

ter uma agência para romper esta barreira difícil de romper,<br />

precisaria ter muito “cabeção” junto, e os egos nunca deixariam isso<br />

acontecer. E a proposta deles me encantou pela simplici<strong>da</strong>de. São<br />

três hiperprofissionais, Tairone, Leitão e Arman<strong>do</strong>. São caras que<br />

to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> gostaria de ter no time, mas que dificilmente alguma<br />

agência <strong>da</strong>qui teria condições de bancar. Agora eles são sócios, e a<br />

oportuni<strong>da</strong>de de ser sócio deles é a realização de um sonho, porque<br />

você tem os melhores caras de ca<strong>da</strong> área, existe um projeto comum<br />

que passa por uma certa malemolência para levar os trabalhos sem ter<br />

aquela coisa quadra<strong>do</strong>na que muita gente tem. O merca<strong>do</strong> aqui foi<br />

cria<strong>do</strong>, desculpa Tairone (jornalista de formação), basicamente por<br />

jornalistas.<br />

Arman<strong>do</strong> – E isso é erra<strong>do</strong>. Aqui se criou um modelo próprio que<br />

nasceu diferente de tu<strong>do</strong>.<br />

Leitão – É o Juiz de Fora Style.<br />

– E o Juiz de Fora Style funciona?<br />

Arman<strong>do</strong> – Funciona dentro <strong>da</strong> bolha. Porque chega uma hora em<br />

que as agências batem no teto e ficam.<br />

Leitão – Mas aí tem a galera que está forman<strong>do</strong> agora e corre por<br />

fora. Essa galera tem conhecimento para fazer melhor.<br />

Kico – Mas cabe à gente criar o merca<strong>do</strong> pra essa galera entrar.<br />

20<br />

– Juiz de Fora forma talentos para fazer um<br />

merca<strong>do</strong> de quali<strong>da</strong>de?<br />

Leitão – O cara que está vin<strong>do</strong> <strong>da</strong> facul<strong>da</strong>de vem pra somar, ele traz<br />

técnicas novas, novas vertentes. Essas novas ideias vão oxigenar o<br />

merca<strong>do</strong>.<br />

Kico – Acontece que o merca<strong>do</strong> <strong>da</strong>qui está no fio <strong>da</strong> mea<strong>da</strong>. Ou vai<br />

pro buraco, ou a coisa acontece. A minha expectativa é que façamos<br />

a coisa virar. Espero que sejamos a locomotiva disso. Eu estou aqui<br />

há 16 anos. A gente criou um merca<strong>do</strong> em que os nossos clientes<br />

têm o poder absoluto. O cliente faz o preço. Lá fora, se o cara quer<br />

ter uma coisa de primeira linha, ele tem de pagar por isso. Aqui tem<br />

profissionais muito, muito bons. Infelizmente, alguns se prostituem,<br />

fazem o trabalho por qualquer valor, sem respeitar determina<strong>da</strong>s<br />

regras de merca<strong>do</strong>.<br />

– E a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> pode mu<strong>da</strong>r isso?<br />

Kico – Acho que sim, tem tu<strong>do</strong> pra mu<strong>da</strong>r. Tem que partir <strong>da</strong> gente.<br />

Arman<strong>do</strong> – Mas tem que ter resulta<strong>do</strong>. A grande saca<strong>da</strong> <strong>do</strong> nosso<br />

movimento é essa. Mais que fazer boa propagan<strong>da</strong>, propagan<strong>da</strong><br />

criativa, <strong>mais</strong> que montar uma agência que quer sacudir o merca<strong>do</strong>,<br />

a gente vai <strong>da</strong>r resulta<strong>do</strong> pro cliente. O Nizan Guanaes, perguntaram<br />

pra ele numa entrevista, “mas você segue a tabela <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>?” E<br />

ele: “Não. Meu preço é infinitamente maior. Se o cara quer trabalhar<br />

comigo, tem que pagar meu preço.” Aí entra algo que eu sempre<br />

questionei e que, <strong>mais</strong> ce<strong>do</strong> ou <strong>mais</strong> tarde, vai acontecer: a comissão<br />

de agência - o que ela, agência, ganha pra levar o trabalho pra esse ou<br />

aquele fornece<strong>do</strong>r ou veículo -, tem que acabar. E vai acabar.<br />

- Será?<br />

Kico – Talvez eu esteja sen<strong>do</strong> <strong>mais</strong> arrogante <strong>do</strong> que posso ser, mas<br />

tenho que ser. Veja bem, a gente tem condições de marcar uma época,<br />

e podemos fazer isso de duas formas: trazen<strong>do</strong> o merca<strong>do</strong> junto ou<br />

cui<strong>da</strong>n<strong>do</strong> <strong>da</strong> nossa vi<strong>da</strong> e que se <strong>da</strong>ne o resto. Ganhar nosso dinheiro,<br />

trazer contas, correr atrás sozinhos, ou então, aproveitar o momento<br />

para fazer o merca<strong>do</strong> crescer. É uma obrigação nossa.<br />

– O que ca<strong>da</strong> um de vocês traz de complemento pro<br />

outro pra fazer essa agência especial?<br />

Tairone – Na primeira reunião que a gente fez, o Leitão falou uma<br />

coisa muito interessante: se o mun<strong>do</strong> acabar hoje, nós quatro ain<strong>da</strong><br />

seremos uma agência.<br />

Leitão – Ah, quebrou a agência, tenho que demitir to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong>... a<br />

gente dá conta.<br />

Tairone - Os quatro têm condições de levar a agência, os quatro<br />

sabem fazer de tu<strong>do</strong> e muito bem, <strong>do</strong>minam to<strong>do</strong>s os processos que<br />

envolvem nossa ativi<strong>da</strong>de.<br />

Arman<strong>do</strong> – E sem ferramenta nenhuma. Dessa mesa aqui a gente


sai com uma campanha planeja<strong>da</strong>, estratégia,<br />

criação, tu<strong>do</strong>, não precisa de <strong>mais</strong> na<strong>da</strong>.<br />

Leitão – A gente não tem muletas. Ah, saiu<br />

alguém pro Rio de Janeiro. Vai com Deus,<br />

arrebenta.<br />

Arman<strong>do</strong> – O projeto <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> me<br />

encantou porque, <strong>mais</strong> que ter essa divisão,<br />

que não é militar, apesar de nosso conceito<br />

ser guerreiro, ca<strong>da</strong> um transita na área <strong>do</strong><br />

outro com muita competência. A gente pode<br />

ter uma sede física em Juiz de Fora, mas<br />

pode viajar pra Fortaleza para prospectar o<br />

merca<strong>do</strong> e, em um quarto de hotel, vamos<br />

fazer a agência lá, no formato que a gente<br />

quiser. Essa elastici<strong>da</strong>de que o somatório de<br />

competências permite é que é o encanto. É o<br />

que nos torna únicos.<br />

- Para alguns, pode parecer<br />

que essa força nova nasce, na<br />

ver<strong>da</strong>de, de quatro fraquezas.<br />

Por que não é isso?<br />

Kico – Vou te <strong>da</strong>r um exemplo. Se fosse uma<br />

fraqueza, seria muito fácil alguém chegar e<br />

tirar meu cliente. Ca<strong>da</strong> um de nós aqui tem<br />

clientes muito fortes, empresas para as quais<br />

<strong>da</strong>mos resulta<strong>do</strong>s e que não abrem mão <strong>do</strong><br />

nosso trabalho. Temos um grande ex-cliente<br />

meu aí na revista <strong>da</strong>n<strong>do</strong> um depoimento<br />

bem bacana sobre nosso trabalho. Ex-cliente!<br />

Isso é raríssimo. Embora o merca<strong>do</strong> seja<br />

pequeno e as fofocas corram, as pessoas <strong>do</strong><br />

meio já reconhecem nosso poder de fogo<br />

individualmente. Imagina juntos...<br />

- Há uma crítica muito antiga por<br />

parte <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s em<br />

propagan<strong>da</strong> em Juiz de Fora que<br />

diz que o cliente <strong>da</strong>qui é muito<br />

difícil. É mesmo?<br />

Tairone – Não.<br />

Leitão – Depende. As empresas de Juiz de<br />

Fora são familiares, a maioria delas. É assim<br />

no Brasil to<strong>do</strong>. O cara está acostuma<strong>do</strong><br />

com aquela <strong>história</strong> de que time que está<br />

ganhan<strong>do</strong> não se mexe. Então, ele já entra<br />

num movimento que é assim: “vou fazer<br />

propagan<strong>da</strong>, meu sobrinho faz Corel Draw<br />

muito bem”, e assim vai funcionan<strong>do</strong> e ele<br />

deixa como está. O problema é <strong>mais</strong> cultural,<br />

de o cara entender o que é a publici<strong>da</strong>de, de<br />

entender isso como investimento.<br />

Arman<strong>do</strong> – E diferenciação. O cliente já não<br />

está se importan<strong>do</strong> de pagar um pouco <strong>mais</strong><br />

em Juiz de Fora, mas ele tem que ter retorno.<br />

Isso é muito recente, mas está muito claro que<br />

a reali<strong>da</strong>de está mu<strong>da</strong>n<strong>do</strong>.<br />

Kico – Hoje a nossa ativi<strong>da</strong>de já está em<br />

outro patamar, ninguém quer um cliente que<br />

seja um far<strong>do</strong>. Isso mu<strong>do</strong>u de uns quatro,<br />

21<br />

cinco anos pra cá.<br />

Tairone – Quem faz o merca<strong>do</strong> é a agência.<br />

Não dá pra colocar a culpa no cliente. Ele está<br />

confortável com a situação.<br />

Arman<strong>do</strong> – Ele não sabe que depende tanto<br />

<strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>. Ele tem um leque de outras<br />

frentes dentro <strong>da</strong> empresa dele, tem uma<br />

forma de negociação já estabeleci<strong>da</strong> nestas<br />

frentes e acha que se aplica à agência. Mas<br />

agência não é fornece<strong>do</strong>r, é braço direito.<br />

Então, ele vem com essa cultura e quer jogar<br />

o preço lá pra baixo, porque não percebe a<br />

diferença entre as agências. Uma vez que<br />

pra ele é tu<strong>do</strong> igual, ele vai pagar <strong>mais</strong> barato<br />

mesmo. E se o merca<strong>do</strong> chegou a esse ponto,<br />

é porque as agências não conseguem mostrar<br />

seu diferencial.<br />

– Seria então uma deficiência <strong>da</strong>s<br />

agências, que não conseguiram<br />

educar os clientes?<br />

Arman<strong>do</strong> – Exato. Porque não tem um<br />

modelo. O cara montou uma agência. Aí<br />

tinha que ir atrás <strong>do</strong> cliente. Mas não tinha<br />

o que oferecer. “Faço um anúncio <strong>mais</strong><br />

bonitinho pra você. Faço um comercial<br />

<strong>mais</strong> bonitinho.” E era só isso. Virou só<br />

isso. É preciso entender que propagan<strong>da</strong><br />

é uma ferramenta estratégica pro negócio


<strong>do</strong> cara <strong>da</strong>r <strong>mais</strong> resulta<strong>do</strong>. É ele investir menos,<br />

percentualmente, e ganhar <strong>mais</strong>. O cara investia<br />

R$ 10 mil e passa a investir R$ 50 mil, mas,<br />

percentualmente, é menos, porque a agência é<br />

tão eficiente em sua atuação que vai <strong>da</strong>r resulta<strong>do</strong><br />

pra ele. Se ele enxergar isso, não vai se importar de<br />

pagar <strong>mais</strong>.<br />

Tairone – O Clube de Criação tem um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental nesse processo educacional, que é<br />

nosso papel com o cliente em Juiz de Fora. Com<br />

o Clube, as agências passaram a trocar ideia sobre<br />

o merca<strong>do</strong>, e vimos que outros também tinham<br />

essa iniciativa de puxar o cabresto <strong>do</strong> cliente. Um<br />

motiva e esclarece o outro sobre o que é certo e o<br />

que é erra<strong>do</strong>. É um processo que vem acontecen<strong>do</strong><br />

nos últimos dez anos. Podia ser <strong>mais</strong> rápi<strong>do</strong>, mas o<br />

que importa é que vem acontecen<strong>do</strong>. A Mostar<strong>da</strong><br />

nasceu na véspera <strong>do</strong> início deste movimento. Eu<br />

lembro bem como era antes e vejo como é hoje.<br />

Tem muita coisa pra evoluir e acontecer, mas a<br />

mu<strong>da</strong>nça que já ocorreu até aqui é anima<strong>do</strong>ra.<br />

- Vocês se consideram prontos para<br />

conquistar a confiança <strong>do</strong> cliente<br />

nestes “novos” termos?<br />

Arman<strong>do</strong> – Isso já era <strong>da</strong> nossa cultura, minha,<br />

<strong>do</strong> Tairone, <strong>do</strong> Leitão e <strong>do</strong> Kico. Se matar pelo<br />

cliente para ter o máximo de resulta<strong>do</strong>, o máximo<br />

de eficiência.<br />

Kico – Queremos que o cliente não dê um passo<br />

sem falar com a gente, porque isso é uma prova<br />

de que ele confia em você, seu trabalho está<br />

acontecen<strong>do</strong>.<br />

Tairone – E confiança a gente ganha com<br />

transparência e comprometimento. Quan<strong>do</strong> eu<br />

vejo uma coisa erra<strong>da</strong>, eu vou lá e falo, vou lá e<br />

conserto. Cara, eu já subi em árvore pra amarrar<br />

banner, já colei adesivinho em <strong>mais</strong> de <strong>do</strong>is mil<br />

batons, já entreguei <strong>mais</strong> de 500 caixinhas de<br />

presente de casa em casa, já fiz show surpresa <strong>do</strong><br />

Beatles Forever no telha<strong>do</strong>, já apresentei desfile,<br />

já saí de Juiz de Fora por <strong>do</strong>is anos segui<strong>do</strong>s pra<br />

estu<strong>da</strong>r a Para<strong>da</strong> Gay <strong>do</strong> Rio. Já fiz de tu<strong>do</strong> por<br />

cliente. Isso é um ideal. O cliente é o ideal. E a<br />

gente faz de tu<strong>do</strong> por um ideal. E esses caras aqui<br />

já fizeram coisas assim também. Não estamos<br />

preocupa<strong>do</strong>s em ganhar comissão em cima de<br />

comissão. Queremos <strong>da</strong>r resulta<strong>do</strong>, porque isso<br />

é que vai nos garantir no merca<strong>do</strong> e nos fazer crescer, com o crescimento <strong>do</strong>s nossos<br />

clientes.<br />

Arman<strong>do</strong> – Se o cliente chega e diz que tem R$ 100 mil de verba, e você vê que<br />

resolve o problema dele com R$ 8 mil, R$ 1 mil que seja... não tem como você investir<br />

os R$ 100 mil! Eu não consigo fazer isso.<br />

Tairone – A gente deixa de ganhar, mas chega em casa e <strong>do</strong>rme.<br />

Arman<strong>do</strong> – É duro abrir mão disso, mas eu não vou fazer o cara rasgar dinheiro. Mas,<br />

também, se ele vier com R$ 10 mil e eu vejo que é R$ 100 mil, eu vou falar pra ele. Seu<br />

remédio é R$ 100 mil, eu não vou te <strong>da</strong>r um décimo de remédio, porque não vai adiantar.<br />

– A <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> é uma agência que nasce aqui, mas com<br />

perspectivas de expansão pra fora <strong>da</strong> ci<strong>da</strong>de muito concretas.<br />

Vocês já começam com clientes que não são de Juiz de Fora,<br />

talvez 30% <strong>da</strong> carteira. Como será pra vocês essa dinâmica de<br />

trabalhar com merca<strong>do</strong>s distintos?<br />

Leitão – Temos uma ótima bagagem. Aqui to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tem experiência com cliente<br />

grande, médio e pequeno, sabemos que ca<strong>da</strong> um tem suas necessi<strong>da</strong>des.<br />

Tairone – Aju<strong>da</strong> você ter determina<strong>do</strong>s procedimentos com clientes acostuma<strong>do</strong>s<br />

a um profissionalismo maior, porque temos como levar isso para o cliente que está<br />

habitua<strong>do</strong> a outra reali<strong>da</strong>de. O Kico é excelente nisso. Ele chega para o cliente e<br />

não esconde na<strong>da</strong>, abre o jogo, “meu amigo, o que você está queren<strong>do</strong> fazer é rasgar<br />

dinheiro, e eu não vou te aju<strong>da</strong>r a rasgar dinheiro, rasga com outro”. Aí o cliente pode<br />

até ficar bravo na hora, mas vai pra casa, pensa melhor e depois volta, porque ele viu<br />

que a gente falou a ver<strong>da</strong>de, que não está de brincadeira, que quer <strong>da</strong>r resulta<strong>do</strong> pra ele.<br />

Kico – Pra mim, o que vale é o que você oferece de ver<strong>da</strong>de. A gente estu<strong>do</strong>u, trabalha<br />

nisso, o mínimo que o cliente tem de exigir é que a gente faça direito.<br />

Leitão – Você está pagan<strong>do</strong> o meu cérebro, meu filho. Se quer pagar um mouse, vai<br />

num cursinho de informática aí e pronto (risos).<br />

22


– O que a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> vende?<br />

To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> responde - Marketing<br />

guerreiro.<br />

– O que é marketing<br />

guerreiro?<br />

Leitão – Esse conceito surgiu de umas<br />

maquinações malucas nossas. Eu sempre<br />

fui vidra<strong>do</strong> em estratégia de guerra. E,<br />

na minha visão, o merca<strong>do</strong> não deixa de<br />

ser uma guerra. Sen<strong>do</strong> uma guerra, você<br />

tem uma série de pontos com que se<br />

preocupar. O termo marketing guerreiro<br />

transmite essa ideia de que o merca<strong>do</strong><br />

é uma batalha na qual você tem que<br />

atacar, tem que se defender, se recolher,<br />

tem que ter uma estratégia diferencia<strong>da</strong>.<br />

E também mostra a postura interna <strong>da</strong><br />

agência frente a seu cliente e ao merca<strong>do</strong>.<br />

A gente se coloca à disposição <strong>do</strong> cliente<br />

para ir pra guerra ao la<strong>do</strong> dele. Se a causa<br />

for nobre - porque existe um código<br />

de ética entre guerreiros -, a gente está<br />

disposto a morrer pelo cliente, entrar no<br />

campo de batalha, defender, lutar pelos<br />

ideais dele. E você nunca vence uma<br />

guerra sozinho. Por <strong>mais</strong> que existam<br />

as patentes, na hora que você está na<br />

trincheira, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> é igual. É uma<br />

família, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> junto, em prol<br />

de uma causa maior. Que é a causa <strong>do</strong><br />

cliente. E que é a causa <strong>da</strong> agência.<br />

A campanha<br />

“Pessoas como<br />

você”, cria<strong>da</strong> para<br />

o Movimento<br />

Gay de Minas em<br />

2002, contribuiu<br />

para uma sensível<br />

redução <strong>do</strong>s casos<br />

de violência contra<br />

homossexuais na<br />

Zona <strong>da</strong> Mata.<br />

Uma estratégia de<br />

guerrilha elegeu Faustinho<br />

prefeito de Três Corações<br />

após três tentativas<br />

frustra<strong>da</strong>s. A idéia foi<br />

segurar um depoimentosurpresa<br />

<strong>do</strong> então<br />

Governa<strong>do</strong>r Eduar<strong>do</strong><br />

Azere<strong>do</strong> até a última<br />

semana <strong>da</strong> campanha,<br />

quan<strong>do</strong> invadiu a ci<strong>da</strong>de<br />

com carros de som e<br />

telão na praça central.<br />

Atônitos, os adversários<br />

não puderam reagir.<br />

O posto avança<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Laboratório Monte Sinai<br />

fora <strong>do</strong> hospital tinha<br />

uma média de apenas<br />

25 atendimentos/dia,<br />

mesmo após <strong>do</strong>is anos<br />

de funcionamento.<br />

O desafio proposto<br />

para a comunicação<br />

era aumentar em 30%<br />

o fluxo <strong>da</strong> loja em um<br />

ano. Após esse perío<strong>do</strong><br />

a média pulou para 45<br />

atendimentos/dia, ou seja,<br />

80% de crescimento.<br />

23<br />

A campanha “Um mun<strong>do</strong> de sabor”, cria<strong>da</strong><br />

para a Sol&neve, inaugurou uma nova linha<br />

de comunicação para o segmento, abrin<strong>do</strong><br />

brechas para a equipe comercial na abertura<br />

de novos pontos de ven<strong>da</strong> e na ampliação<br />

<strong>do</strong> consumo de sorvetes <strong>da</strong> marca em várias<br />

ci<strong>da</strong>des.


Treinan<strong>do</strong> futu<br />

Com um projeto sóli<strong>do</strong> em<br />

formação de mão de obra, a <strong>Buena</strong><br />

<strong>Vista</strong> mostra como investir na prata<br />

<strong>da</strong> casa pode trazer recompensas<br />

imediatas e futuras<br />

“Eu sempre defendi que as pessoas trabalham melhor sob<br />

tesão <strong>do</strong> que sob tensão”. Com essa máxima, Washington<br />

Olivetto revela o mistério que transforma em uma fonte<br />

de ideias um ver<strong>da</strong>deiro campo mina<strong>do</strong>. Afinal, de uma<br />

agência de propagan<strong>da</strong> se espera que ela conheça o<br />

merca<strong>do</strong>, prepare um diagnóstico cirurgicamente preciso,<br />

planeje com criativi<strong>da</strong>de e otimize ao máximo uma verba<br />

mínima em um prazo que começa hoje e termina ontem.<br />

É possível? A gente até faz ser. Mas, como to<strong>da</strong> empresa<br />

é feita de gente, essa cobrança é compartilha<strong>da</strong> por to<strong>do</strong>s<br />

os membros <strong>da</strong> equipe.<br />

É aí que entra o tesão prega<strong>do</strong> por W.O. Na<strong>da</strong> menos que uma paixão<br />

absur<strong>da</strong> pelo ofício é imprescindível para <strong>da</strong>r conta <strong>do</strong> reca<strong>do</strong>. Porém,<br />

como a natureza é cruel com nossos hormônios, tesão é inversamente<br />

proporcional ao tempo. A solução, portanto, é a injeção de sangue<br />

novo.<br />

Apesar <strong>da</strong> revolução provoca<strong>da</strong> pelo surgimento de uma nova<br />

agência, Signa, Samba e Mostar<strong>da</strong> deixam como lega<strong>do</strong> a lei que<br />

prega: “aposteis em novos talentos e <strong>da</strong>i-lhes liber<strong>da</strong>de de atuação<br />

e pensamento”. “Procuramos enxergar a equipe como uma família,<br />

onde to<strong>do</strong>s têm direitos iguais e deveres iguais. Pode parecer piegas,<br />

24<br />

mas funciona”, explica Guilherme Leitão, diretor de mídia <strong>da</strong><br />

agência. “Quan<strong>do</strong> alguém entra para o time, ele está apostan<strong>do</strong> não<br />

apenas em méto<strong>do</strong>s ou processos, ele está ‘compran<strong>do</strong>’ to<strong>da</strong> uma<br />

filosofia de trabalho”, completa o re<strong>da</strong>tor e professor de publici<strong>da</strong>de<br />

Tarcízio Dalpra Jr.


os guerreiros<br />

tEOriA é uMA<br />

COiSA, MAS...<br />

Mas claro, a distância entre discurso e prática é quilométrica. Qual empresa não<br />

jura que oferece um ambiente de trabalho exemplar, principalmente numa época<br />

em que este é um <strong>do</strong>s <strong>mais</strong> valoriza<strong>do</strong>s ativos? Para provar que investimento em<br />

formação e incentivo ao crescimento é priori<strong>da</strong>de em uma organização só tem<br />

um jeito: ouvir quem já passou por lá. “O que já era institucionaliza<strong>do</strong> em minha<br />

época de estagiário, anos atrás, é o mesmo que as grandes empresas estão aplican<strong>do</strong><br />

em seus negócios agora”, comprova Luiz Paulo Fonseca, que deixou o merca<strong>do</strong><br />

publicitário de Juiz de Fora para iniciar uma promissora carreira como analista de<br />

processos <strong>da</strong> Petrobras. A prática a que Luiz Paulo se refere começa na cultura <strong>da</strong><br />

transparência. To<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> tem o direito de dizer o que bem entende a quem bem<br />

entende, <strong>da</strong>r ideias, propor soluções e fazer qualquer crítica. Em troca, só se pede<br />

que to<strong>do</strong>s também estejam abertos a ouvir o outro.<br />

O que não é tarefa fácil. Exige treino, paciência e humil<strong>da</strong>de para saber ouvir.<br />

“O processo <strong>da</strong> escuta é o <strong>mais</strong> difícil e o <strong>mais</strong> exemplar: o sujeito que se coloca<br />

capaz de “ouvir” passa a compreender que, ao permitir que o outro fale, ele é capaz<br />

de “processar” o que estava pensan<strong>do</strong>, aquilo que ouviu, remaneja as informações<br />

e as passa <strong>da</strong> melhor maneira possível”, explica a psicóloga cognitiva e consultora<br />

de recursos humanos Rachel Renault. Tal esforço recompensa não só na carreira,<br />

mas fora <strong>do</strong> ambiente empresarial também. “Aprendi a trazer para o la<strong>do</strong> pessoal<br />

aquilo que antes ficaria no plano meramente profissional”, exemplifica Wilson<br />

Teixeira, hoje coordena<strong>do</strong>r de marketing <strong>do</strong> grupo O Diário <strong>do</strong> Norte <strong>do</strong> Paraná, que<br />

levou de Juiz de Fora o conteú<strong>do</strong> de sua bagagem profissional.<br />

A filosofia de transparência defendi<strong>da</strong> nos<br />

corre<strong>do</strong>res <strong>da</strong> nova agência também se<br />

evidencia em outros importantes valores: o<br />

compartilhamento <strong>da</strong> informação e a divisão<br />

<strong>do</strong> conhecimento. Ao contrário <strong>do</strong> que as<br />

correntes administrativas <strong>mais</strong> retrógra<strong>da</strong>s<br />

defendiam, na <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> não se acredita<br />

que partilhar experiências é armar um futuro<br />

inimigo. Para a agência, investir na formação<br />

completa <strong>do</strong> profissional é uma maneira de<br />

formar mão-de-obra extremamente qualifica<strong>da</strong><br />

e conquistar um alia<strong>do</strong> para to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong>.<br />

Um exemplo de que este investimento<br />

em pessoas pode render frutos também<br />

financeiros está no próprio Wilson.<br />

Aprova<strong>do</strong> em um <strong>do</strong>s processos seletivos <strong>da</strong><br />

empresa, entrou na equipe como estagiário<br />

25<br />

Tarcizio Dalpra Jr: “Criamos um<br />

modelo de “anarquia supervisiona<strong>da</strong>”<br />

Thiago Almei<strong>da</strong>: “Eu<br />

era enxerga<strong>do</strong> não como<br />

ingênuo sonha<strong>do</strong>r em<br />

início de carreira, mas<br />

como profissional de futuro<br />

promissor”<br />

DE FuNCiONáriOS A CliENtES<br />

de atendimento. Foi contrata<strong>do</strong> após a<br />

graduação, ganhan<strong>do</strong> <strong>mais</strong> responsabili<strong>da</strong>des<br />

e atribuições, que o testaram ao limite. “Foram<br />

esses caras que fazem hoje a <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong><br />

que me obrigaram a querer <strong>mais</strong>, porque me<br />

exigiam <strong>mais</strong>. Quan<strong>do</strong> atendia, tinha que ser o<br />

melhor atendimento. Quan<strong>do</strong> planejava, tinha<br />

que ser o melhor planejamento.” Após <strong>mais</strong><br />

de três anos de casa, migrou para o merca<strong>do</strong>


elorizontino e, posteriormente, paranaense. Hoje, à frente <strong>do</strong> marketing<br />

de O Diário, levou o trabalho <strong>da</strong> antiga equipe para novas paragens,<br />

sen<strong>do</strong> o responsável por uma parceria que já rendeu muitos frutos, já que<br />

campanhas foram cria<strong>da</strong>s para diversos clientes <strong>da</strong> Região Sul, inclusive<br />

para o próprio jornal, resultan<strong>do</strong> em abertura de um merca<strong>do</strong> totalmente<br />

novo. Tu<strong>do</strong> isso porque aquele “calouro” recebeu to<strong>da</strong> a informação,<br />

estímulo e conhecimento que poderia absorver, como lembra Luiz Paulo.<br />

“Vivenciar isso foi a primeira e talvez maior escola profissional que tive<br />

até hoje”!<br />

Além de ser um senhor empurrão para quem busca uma boa colocação<br />

no merca<strong>do</strong> de trabalho, a bagagem adquiri<strong>da</strong> também dá a confiança<br />

necessária para para aqueles de espírito empreende<strong>do</strong>r. Este é o caso de<br />

Thiago Cobucci, que usa sua vivência em publici<strong>da</strong>de no cotidiano de<br />

sua confecção. “Criei, planejei, produzi e aprendi to<strong>da</strong> a construção de<br />

um trabalho para o resulta<strong>do</strong>, com objetivi<strong>da</strong>de não só na publici<strong>da</strong>de<br />

como no marketing. E hoje em minha empresa, uma confecção, tenho<br />

a oportuni<strong>da</strong>de de colocar em prática to<strong>da</strong>s as técnicas que conheci”,<br />

comemora o empresário, que atualmente conta com a orientação<br />

gerencial de Arman<strong>do</strong> Ziller, diretor de planejamento <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong> e<br />

consultor <strong>da</strong> Fiemg.<br />

“É emocionante ver pessoas que passaram por aqui se tornarem referência<br />

em diversos segmentos e ganharem espaço em organizações de peso<br />

como Grupo Diário, Petrobras e L’Oreal, por exemplo”, orgulha-se Ziller.<br />

A L’Oreal, gigante multinacional de cosméticos, é o atual campo de provas<br />

de um jovem que, quan<strong>do</strong> estu<strong>da</strong>nte, foi motiva<strong>do</strong> a desenvolver uma<br />

ânsia insaciável por desafios. Thiago Almei<strong>da</strong> apresentou um portfólio<br />

“mixuruca” de peças gráficas ao diretor de criação Tairone Vale. Com<br />

duas horas de um falatório interminável, porém, revelou um potencial de<br />

planeja<strong>do</strong>r que nem ele mesmo sonhava possuir. “Um garoto de 20 anos,<br />

recém-chega<strong>do</strong> na universi<strong>da</strong>de, cheio de projetos, vigor, soberba e tesão<br />

não costuma conseguir bons trabalhos nos primeiros meses de facul<strong>da</strong>de”,<br />

lembra Thiago, “É por isso que to<strong>do</strong>s os dias eu trabalho carregan<strong>do</strong> o<br />

impacto <strong>do</strong> que aprendi naquele perío<strong>do</strong>”.<br />

Para o restaurante<br />

Daily Meal, que<br />

registrava que<strong>da</strong>s<br />

sucessivas de<br />

movimento,<br />

foi cria<strong>da</strong> uma<br />

campanha<br />

relâmpago<br />

que produziu<br />

resulta<strong>do</strong>s<br />

relâmpagos:<br />

aumento de <strong>mais</strong><br />

de 100% em menos<br />

de quinze dias de<br />

veiculação.<br />

numa ação<br />

ineditamente<br />

simples, foi<br />

idealiza<strong>da</strong> a “Sessão<br />

Sorriso”, que <strong>da</strong>va<br />

direito à meia<br />

entra<strong>da</strong> aos clientes<br />

que sorrissem no<br />

guichê. Além de<br />

mídia espontânea<br />

em to<strong>da</strong>s as praças,<br />

o vídeo <strong>da</strong> promoção<br />

foi exibi<strong>do</strong> <strong>mais</strong> de<br />

270 mil vezes no<br />

Youtube.<br />

Apesar de caçula <strong>do</strong> grupo,<br />

Guilherme Leitão já está na<br />

li<strong>da</strong> desde quan<strong>do</strong> comerciais<br />

de cigarro ain<strong>da</strong> vendiam<br />

sucesso na TV. Estagiário<br />

<strong>da</strong> DPZ aos 16 anos, foi<br />

de Leitão a idéia trocar as<br />

geleiras <strong>da</strong> Islândia pelo Pólo<br />

Sul na campanha Hollywood<br />

no Limits, economizan<strong>do</strong><br />

milhares de dólares.<br />

26<br />

Em um<br />

embate<br />

histórico,<br />

Mostar<strong>da</strong> e<br />

Signa já se<br />

enfrentaram<br />

em uma dura<br />

batalha no<br />

Futsal. Placar<br />

final, 8x2 para<br />

Signa.<br />

Ao invés de<br />

investir a verba<br />

<strong>do</strong> Grupo Boibom<br />

na mídia de<br />

massa, como<br />

pretendia o<br />

cliente, a verba<br />

de campanha<br />

foi usa<strong>da</strong> na criação de<br />

um evento. nascia a<br />

ExpoBoibom, que vendeu,<br />

nos <strong>do</strong>is meses seguintes<br />

ao evento, o volume<br />

espera<strong>do</strong> para 18 meses<br />

pós-lançamento.


PAGAMENtO<br />

ANtECiPADO<br />

Além de respeito, amizade e leal<strong>da</strong>de inquebráveis, o que a agência ganha com<br />

tanto investimento nesses caras? Claro, tu<strong>do</strong> isso não seria de graça. O preço é<br />

pago com juventude, que traz a energia, a empolgação e o frescor tão necessários<br />

à sala de criação e aos brainstorms de planejamento. “Agências de propagan<strong>da</strong><br />

são organismos que têm a necessi<strong>da</strong>de de se manter permanentemente jovens”,<br />

alerta Tarcízio, que usa o cargo de professor universitário como fonte de “energia<br />

limpa”. “A ideia é mol<strong>da</strong>r publicitários modernos, antena<strong>do</strong>s, que estejam<br />

prepara<strong>do</strong>s tanto para resolver jobs simples, diretos, quanto para criar soluções<br />

de comunicação que se transformem em grandes cases de sucesso. Ao mesmo<br />

tempo, procuramos absorver ao máximo to<strong>do</strong> o potencial dessas novas mentes,<br />

oferecen<strong>do</strong> as melhores condições de trabalho para tal.”<br />

A lição é que, se não é possível evitar a pressão, o melhor é utilizá-la em favor <strong>do</strong><br />

aprendiza<strong>do</strong>. Desde o primeiro dia na agência, qualquer estagiário recebe, além<br />

de orientação, responsabili<strong>da</strong>des iguais às <strong>do</strong>s de<strong>mais</strong> membros <strong>da</strong> equipe. “Não<br />

existe café com leite aqui”, decreta Kico Bakúnin, diretor de atendimento. Pode ser<br />

assusta<strong>do</strong>r no início, mas os frutos logo aparecem, tanto para a empresa quanto<br />

27<br />

Wilson Teixeira: “para conseguir o “sim”<br />

<strong>do</strong> cliente aprendi a ter “sangue no olho”<br />

para o profissional. “Depois de viver tu<strong>do</strong> isso tão<br />

intensamente, não se pode ser mediano. Não se<br />

pode estu<strong>da</strong>r ou trabalhar pensan<strong>do</strong> em fazer na<strong>da</strong><br />

menos que o inédito, o ousa<strong>do</strong>, o moderno.” É esse<br />

mesmo o espírito, Thiago Almei<strong>da</strong>.


Baten<strong>do</strong> no peito<br />

As principais conquistas que atestam a<br />

quali<strong>da</strong>de criativa <strong>do</strong>s profissionais que<br />

hoje se dedicam à <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong><br />

Prêmio é assunto polêmico em propagan<strong>da</strong>.<br />

Uns acreditam que ele se torna o<br />

único objetivo de muitas agências, que<br />

aban<strong>do</strong>nam o foco no resulta<strong>do</strong> em favor<br />

<strong>da</strong> glória.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, há os que acreditam que os<br />

festivais de publici<strong>da</strong>de são um incentivo à<br />

evolução <strong>da</strong> propagan<strong>da</strong>. Que o prêmio, através <strong>do</strong><br />

reconhecimento <strong>do</strong> público e <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> às ideias<br />

que superam as expectativas, nos motiva a fazer<br />

ca<strong>da</strong> vez melhor. Uma prova de que apelar para o<br />

espírito competitivo <strong>do</strong> ser humano contribui com<br />

a evolução e aprimoramento de qualquer ativi<strong>da</strong>de é<br />

a quanti<strong>da</strong>de de premiações que consagram os <strong>mais</strong><br />

diversos setores; <strong>do</strong>s grandiosos Oscar e Grammy<br />

ao simples e popular “funcionário <strong>do</strong> mês”. No caso<br />

<strong>da</strong> propagan<strong>da</strong> que, além de vender <strong>mais</strong>, tem ain<strong>da</strong><br />

o objetivo de entreter, encantar, seduzir e cristalizar<br />

marcas na mente <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, um troféu que<br />

simbolize o cumprimento destas metas é <strong>mais</strong> que<br />

bem-vin<strong>do</strong>.<br />

Conheça alguns <strong>do</strong>s títulos que fomentaram a competição de idéias que<br />

lapi<strong>da</strong>ram o talento de nossos profissionais, que suaram horas a fio na<br />

frente <strong>da</strong> folha em branco e que, com muito esforço, conseguiram parir<br />

soluções criativas, inova<strong>do</strong>ras e vende<strong>do</strong>ras para seus clientes.<br />

28<br />

o CaçuLa<br />

sotaquE LatiNo<br />

O Festival de Publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ALAP, Associação<br />

Latino-Americana de Publici<strong>da</strong>de, concedeu<br />

duas honras ao mérito para a campanha “Ame<br />

Sempre”, <strong>do</strong> MGM. Uma pela sensibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

comercial, outra pelo case <strong>da</strong> campanha, que<br />

contribuiu no sucesso <strong>da</strong> primeira Para<strong>da</strong> Gay<br />

de Juiz de Fora e na redução <strong>da</strong> violência contra<br />

homossexuais.<br />

Depois de <strong>do</strong>is anos segui<strong>do</strong>s no shortlist, finalmente chega<br />

para a prateleira o Tubal Siqueira, concedi<strong>do</strong> pela Rede<br />

Integração/TV Globo em Uberlândia, em junho de 2010.<br />

CoM jeitinho CaRioCa<br />

Conquistan<strong>do</strong> Minas<br />

o pEso Da traDição<br />

Um <strong>do</strong>s festivais <strong>mais</strong> respeita<strong>do</strong>s<br />

e tradicionais <strong>do</strong> país é o Prêmio<br />

Colunistas, concedi<strong>do</strong> pela imprensa<br />

especializa<strong>da</strong> <strong>do</strong> setor. Item<br />

obrigatório no currículo de qualquer<br />

grande agência, temos a honra de<br />

contar com <strong>do</strong>is destes na estante.<br />

Do maior grupo de comunicação <strong>do</strong> país vêm <strong>do</strong>is<br />

prêmios de peso, um para jornal e um para rádio no<br />

Grande Prêmio de Propagan<strong>da</strong> O Globo.<br />

O Meio&Mensagem, principal veículo de publici<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

Brasil, julga os trabalhos <strong>mais</strong> relevantes de ca<strong>da</strong> Esta<strong>do</strong> to<strong>do</strong><br />

ano. Em “O Melhor <strong>da</strong> Propagan<strong>da</strong>”, tivemos um comercial<br />

de TV entre os oito lista<strong>do</strong>s e o melhor spot de rádio de 2007.


CCjF<br />

são 24 troféus<br />

conquista<strong>do</strong>s no prêmio<br />

<strong>do</strong> Clube de Criação de<br />

juiz de Fora, sen<strong>do</strong> <strong>do</strong>is<br />

Grand Prix, o prêmio<br />

máximo <strong>do</strong> ano.<br />

Na beetag ao la<strong>do</strong> você<br />

confere o spot de rádio<br />

Futebol, premia<strong>do</strong> na<br />

edição 2010.<br />

aGêNCia aGêNCia Do aNo aNo<br />

o prêmio prêmio de incentivo incentivo <strong>da</strong> tV Panorama/Globo,<br />

Panorama/Globo,<br />

Panorama Panorama Plus, Plus, concedeu concedeu o título título máximo máximo <strong>do</strong><br />

programa programa pelo pelo desempenho desempenho de destaque destaque no<br />

merca<strong>do</strong> merca<strong>do</strong> <strong>da</strong> Zona Zona <strong>da</strong> Mata. Mata.<br />

29<br />

CoM jeitinho<br />

pauLista<br />

a aPP, associação<br />

<strong>do</strong>s Profissionais<br />

de Propagan<strong>da</strong>,<br />

promove<br />

anualmente<br />

o Festvídeo,<br />

que premia<br />

os melhores<br />

comerciais<br />

<strong>do</strong> interior de<br />

são paulo e <strong>do</strong><br />

Brasil. ponto<br />

para o comercial<br />

“espelho”, cria<strong>do</strong><br />

para o Grupo Casa.


ARTIGO: TAIRONE VALE<br />

Varejo: Acrescentar inteligência<br />

Foi no fim <strong>da</strong> 2 a Grande Guerra que a comunicação e a publici<strong>da</strong>de<br />

tomaram o rumo que as transformaria no que são hoje. Foi neste<br />

perío<strong>do</strong> de extrema inovação tecnológica e alta competitivi<strong>da</strong>de<br />

merca<strong>do</strong>lógica que os produtos foram se aproximan<strong>do</strong> em quali<strong>da</strong>de<br />

e preço, incorporan<strong>do</strong> o uso <strong>do</strong> termo commodities, cunha<strong>do</strong> para<br />

produtos primários, no cotidiano <strong>do</strong>s produtos industrializa<strong>do</strong>s.<br />

Com merca<strong>do</strong>rias “iguais”, a comunicação se viu obriga<strong>da</strong> a explorar atributos que iam além <strong>da</strong>s<br />

características físicas <strong>do</strong> produto, como a emoção trazi<strong>da</strong> pelo uso <strong>da</strong>quele deso<strong>do</strong>rante, a joviali<strong>da</strong>de<br />

transmiti<strong>da</strong> por aquele tênis, a alegria proporciona<strong>da</strong> em saborear o sanduíche <strong>da</strong>quela lanchonete.<br />

A publici<strong>da</strong>de institucional se viu obriga<strong>da</strong> a criar, explorar e manter o tal “posicionamento de marca”,<br />

termo a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> por nós, publicitários. Por quê a<strong>do</strong>ramos esse troço? Já explico.<br />

Passa<strong>da</strong> a aulinha de <strong>história</strong> <strong>da</strong> introdução, vamos entrar no campo mina<strong>do</strong> <strong>do</strong> varejo. Da déca<strong>da</strong><br />

de 90 pra cá (só <strong>mais</strong> um pouquinho de <strong>história</strong>, pra contextualizar), as rédeas saíram <strong>da</strong> indústria e,<br />

consequentemente, <strong>da</strong>s marcas, para cair nas mãos <strong>do</strong> varejo. Grandes redes varejistas conquistaram<br />

poder de negociação ca<strong>da</strong> vez maiores, esmagan<strong>do</strong> a margem de lucros <strong>da</strong> indústria e assumin<strong>do</strong><br />

de vez o controle <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Com produtos iguais, de fornece<strong>do</strong>res iguais, leva vantagem quem<br />

negocia melhor. Quem negocia melhor, tem preços melhores para oferecer ao consumi<strong>do</strong>r e, ten<strong>do</strong><br />

preço melhor, só resta a esse varejista anunciar o seu preço vantajoso, certo? Calma...<br />

Foi com esse pensamento que a<br />

comunicação de varejo se desenvolveu<br />

até chegar ao patamar atual. Não é à tôa<br />

que nos últimos anos as Casas Bahia se<br />

firmaram como maior anunciante <strong>do</strong> país.<br />

E isso sempre repetin<strong>do</strong> a fórmula perfeita:<br />

pessoas praticamente gritan<strong>do</strong> os preços,<br />

letras enormes cain<strong>do</strong> na tela, barulho de<br />

panca<strong>da</strong>s sacudin<strong>do</strong> a TV, e tome preço,<br />

preço, preço, certo? Erra<strong>do</strong>!<br />

Acontece que as redes que se baseiam nessa<br />

fórmula estão provan<strong>do</strong> <strong>do</strong> próprio remédio.<br />

Estão sen<strong>do</strong> obriga<strong>da</strong>s a reduzir e reduzir<br />

suas margens porque o concorrente anuncia<br />

o mesmo produto por três centavos a<br />

menos, que as obrigam a anunciar por cinco<br />

a menos... Até que o preço deixa ser uma<br />

vantagem e a marca fica com uma mão na<br />

frente e outra atrás, completamente pela<strong>da</strong><br />

de atributos.<br />

Agora chega a hora de vender nosso peixe. Já antecipan<strong>do</strong> este movimento natural<br />

<strong>da</strong> curva merca<strong>do</strong>lógica <strong>do</strong> varejo, certo dia, nós, <strong>da</strong> <strong>Buena</strong> <strong>Vista</strong>, começamos a<br />

nos perguntar: e se tratássemos o varejo como marca? E se atribuíssemos valores,<br />

sensações e personali<strong>da</strong>des bem defini<strong>da</strong>s também às empresas de varejo? E<br />

se, como fazemos com a comunicação institucional, investíssemos em uma<br />

publici<strong>da</strong>de foca<strong>da</strong> em posicionamento de marca? Provavelmente, a empresa seria<br />

percebi<strong>da</strong> pelo consumi<strong>do</strong>r como algo além de menor preço, certo? Certíssimo!<br />

O dever de casa que já fazemos há quase uma déca<strong>da</strong> é apostar que uma criação inteligente,<br />

diferencia<strong>da</strong> e, principalmente, rechea<strong>da</strong> de conteú<strong>do</strong>, mu<strong>da</strong> a forma como o consumi<strong>do</strong>r<br />

percebe a empresa. Ela gera simpatia, que gera aproximação, que gera lembrança, que gera<br />

resulta<strong>do</strong>. E o <strong>mais</strong> importante: ela contribui na blin<strong>da</strong>gem <strong>da</strong> marca. No momento em que a<br />

empresa não conseguir oferecer o menor preço, os clientes já terão cria<strong>do</strong> um relacionamento<br />

emocional com ela, o que torna <strong>mais</strong> difícil uma eventual “infideli<strong>da</strong>de”.<br />

E por quê to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> não faz isso, então? Porque não é fácil. Exige esforço e dedicação <strong>da</strong> agência<br />

e <strong>do</strong> próprio cliente. Este último precisa manter um atendimento impecável, investir em feedback<br />

<strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res para monitorar falhas e acertos, criar diferenciais que ganhem peso na “hora <strong>da</strong><br />

ver<strong>da</strong>de”. Por sua vez, a agência precisa ser <strong>mais</strong> ágil, <strong>mais</strong> inteligente, <strong>mais</strong> pertinente e <strong>mais</strong> criativa.<br />

Mas, seu Tairone, isso tu<strong>do</strong> dá resulta<strong>do</strong>? Ô, se dá! Temos números e números que comprovam.<br />

Mas para conhecê-los, futuro cliente, só no “cara-a-cara”.<br />

30<br />

Confira “Baggio”,<br />

um exemplo de<br />

varejo diferencia<strong>do</strong>


ARTIGO: ARMANDO ZILLER<br />

Os novos tempos <strong>da</strong> política<br />

O ambiente político sempre fez parte <strong>da</strong> minha formação.<br />

Meu Avô, Arman<strong>do</strong> Ziller, em 1947, foi o primeiro deputa<strong>do</strong><br />

estadual eleito pelo Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro; meu tioavô<br />

Adelchi Ziller foi assessor, jornalista e amigo de Juscelino<br />

Kubitschek. Mas foi exatamente nas “Diretas Já” que pude<br />

observar as mu<strong>da</strong>nças <strong>da</strong>s estratégias de campanha. Neste<br />

perío<strong>do</strong>, as estratégias de marketing eram forja<strong>da</strong>s nas grandes<br />

mobilizações populares, nos comícios de grande porte, no<br />

forte apelo emocional.<br />

A primeira experiência política foi na disputa de candi<strong>da</strong>to a candi<strong>da</strong>to pelo PMDB<br />

ao governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, entre o então prefeito de Contagem Newton Car<strong>do</strong>so e seu<br />

adversário Pimenta <strong>da</strong> Veiga. A luta foi tão acirra<strong>da</strong> que o vence<strong>do</strong>r só foi conheci<strong>do</strong> na<br />

apuração <strong>do</strong>s últimos votos. Trabalhei para o candi<strong>da</strong>to derrota<strong>do</strong>, Pimenta <strong>da</strong> Veiga.<br />

Dois anos depois, ele foi eleito prefeito de BH. Trabalhamos sempre na certeza de que,<br />

mesmo na derrota, o candi<strong>da</strong>to poderia tirar bons frutos e colher os resulta<strong>do</strong>s para seu<br />

futuro político. E deu certo.<br />

Em 1989, com a nova<br />

República, voltamos a ter<br />

o privilégio de votar para<br />

Presidente. Foi a época <strong>da</strong>s<br />

campanhas show, <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to<br />

com cara de produto de<br />

prateleira, de frases prontas,<br />

<strong>da</strong>s grandes estruturas de<br />

suporte ao candi<strong>da</strong>to, numerosa<br />

equipe de campo, cabos<br />

eleitorais atuantes e uni<strong>da</strong>de<br />

de campanha com materiais<br />

gráficos bem produzi<strong>do</strong>s. Foi<br />

a época <strong>da</strong> imprensa marrom,<br />

de denúncias, <strong>da</strong> criação<br />

de factóides como grandes<br />

escân<strong>da</strong>los.<br />

Desde a reabertura política,<br />

as campanhas tiveram<br />

muitas transformações em<br />

suas coordenações. Muitas<br />

mu<strong>da</strong>nças tecnológicas e<br />

estratégicas aconteceram<br />

durante to<strong>do</strong>s os perío<strong>do</strong>s<br />

eleitorais que participei, mas<br />

nenhum superará as mu<strong>da</strong>nças<br />

radicais que acontecerão na<br />

próxima déca<strong>da</strong>. O formato<br />

<strong>da</strong> campanha vitoriosa <strong>do</strong><br />

Presidente <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s<br />

Barack Obama, onde a internet<br />

e as mídias sociais foram as<br />

grandes armas de campanha,<br />

mu<strong>do</strong>u para sempre o fazer<br />

político.<br />

O relacionamento virtual com o<br />

eleitor, o crescimento <strong>da</strong> geração<br />

X e Geração Y que nasceram<br />

na era digital serão os desafios<br />

a serem enfrenta<strong>do</strong>s por to<strong>do</strong>s<br />

os envolvi<strong>do</strong>s em campanhas<br />

políticas. A campanha<br />

presidencial americana mostrou:<br />

Sim, nós podemos utilizar a<br />

internet e as mídias sociais para<br />

o sucesso em uma eleição. O que<br />

não podemos é ter o pensamento<br />

simplista de clonar a campanha<br />

de Barack Obama e aplicá-la no<br />

Brasil. Existem aspectos regionais<br />

a serem considera<strong>do</strong>s pois o<br />

processo eleitoral brasileiro é<br />

muito diferente <strong>do</strong> americano,<br />

e o mo<strong>do</strong> de utilização <strong>da</strong>s<br />

redes sociais pelo brasileiro<br />

também. A essência é muito bem<br />

vin<strong>da</strong>, já que pode ser grande<br />

potencializa<strong>do</strong>ra <strong>da</strong>s campanhas<br />

eleitorais, mas o mo<strong>do</strong> de aplicar<br />

é que vai definir o sucesso ou o<br />

fracasso.<br />

É previsível que o poder<br />

financeiro terá menos peso<br />

<strong>do</strong> que em eleições anteriores.<br />

Também é fato que não será<br />

possível aban<strong>do</strong>nar totalmente<br />

31<br />

as técnicas utiliza<strong>da</strong>s até<br />

agora. Mas também é certo<br />

que as redes sociais serão<br />

preponderantes e muito <strong>mais</strong><br />

decisivas com seu poder de<br />

penetração potencializan<strong>do</strong> o<br />

trabalho de convencimento e<br />

fortalecimento <strong>do</strong> candi<strong>da</strong>to.<br />

Isso exigirá ca<strong>da</strong> vez <strong>mais</strong><br />

especialização, entendimento<br />

e preparo <strong>do</strong>s profissionais<br />

de marketing político, <strong>da</strong>s<br />

agências de propagan<strong>da</strong> e <strong>do</strong><br />

próprio candi<strong>da</strong>to porque o<br />

efeito contrário também será<br />

ver<strong>da</strong>deiro.<br />

Para os próximos 10 anos, sairá na<br />

frente aquele que souber <strong>do</strong>minar<br />

tu<strong>do</strong> o que a comuni<strong>da</strong>de virtual<br />

oferece. A propósito, já visitou<br />

meu blog, twitter e facebook?


ARTIGO: GUILHERME LEITÃO<br />

O caos é o caminho<br />

Dizer que hoje o merca<strong>do</strong> é dinâmico, que a globalização<br />

aproximou to<strong>do</strong>s, a concorrência deixou de ser local, é <strong>mais</strong><br />

velho que an<strong>da</strong>r pra frente. Que esse dinamismo <strong>do</strong> merca<strong>do</strong><br />

acaba por criar os chama<strong>do</strong>s ambientes complexos, em que<br />

a incerteza e a imprevisibili<strong>da</strong>de reinam, também. Grande<br />

exemplo disso foi a crise norte americana, que não iria chegar<br />

o Brasil, que seus efeitos seriam mínimos, e deu no que deu.<br />

Agora, como traçar estratégias e planejar com segurança quan<strong>do</strong> o passa<strong>do</strong> se torna<br />

um guia pouco confiável para o futuro? O ambiente complexo destina-se, quase que<br />

perversamente, a enganar nossas convicções, pois nele os padrões não tem nenhum valor<br />

profético. A solução é apostar menos nas previsões e <strong>mais</strong> nas estratégias evolutivas.<br />

A evolução é aquela teoria biológica descrita por Darwin, na qual a espécie <strong>mais</strong> bem<br />

sucedi<strong>da</strong> será a que transmitir as características <strong>mais</strong> a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s ao meio onde vive às<br />

próximas gerações. Nos negócios é pareci<strong>do</strong>. Precisamos de diferentes gerações de<br />

estratégias para que uma (ou algumas) se a<strong>da</strong>pte melhor às possíveis mu<strong>da</strong>nças <strong>do</strong><br />

ambiente.<br />

“Que assunto complica<strong>do</strong> esse, meu Deus”. Tu<strong>do</strong><br />

bem, vamos à prática.<br />

Em 1988, na época <strong>da</strong> Condex USA (maior<br />

feira anual de informática <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>) o DOS,<br />

então o sistema operacional líder, já <strong>da</strong>va sinais<br />

de defasagem. O pensamento vigente era: “a<br />

Microsoft já era”. No seu estande, a empresa de<br />

Bill Gates apresentava ao merca<strong>do</strong> a nova versão<br />

<strong>do</strong> Win<strong>do</strong>ws, a nova versão <strong>do</strong> DOS, o sistema<br />

OS/2, o sistema operacional SCO Unix e até<br />

versões de softwares para os micros <strong>da</strong> concorrente<br />

Apple. A aparente “ten<strong>da</strong> de comerciante árabe em<br />

Bangladesh” <strong>da</strong> Microsoft <strong>da</strong>va a níti<strong>da</strong> impressão<br />

de ausência de foco <strong>da</strong> empresa.<br />

Na ver<strong>da</strong>de, nosso amigo multimilionário estava<br />

multifoca<strong>do</strong>, de olho nas possíveis oportuni<strong>da</strong>des e<br />

crian<strong>do</strong> suas espécies de estratégias. Antes de saber<br />

que o Win<strong>do</strong>ws decolaria como um foguete, em<br />

meio à chuva de sistemas operacionais <strong>do</strong> boom <strong>da</strong><br />

informática, Bill Gates poderia prever qual seria a<br />

nova vertente? Seria seguro colocar to<strong>do</strong>s os ovos em<br />

uma única cesta? Era o típico ambiente de incerteza.<br />

Outro caso. Ao invés de punir os clientes que, entre<br />

outras incertezas alteravam os pedi<strong>do</strong>s no último<br />

minuto, a Cemex, terceira maior companhia de<br />

cimento <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, criou a cultura “Conviven<strong>do</strong><br />

com o caos”. Para se tornar especialista em<br />

operações no ambiente complexo <strong>do</strong> terceiro<br />

mun<strong>do</strong>, a mexicana resolveu <strong>da</strong>r liber<strong>da</strong>de total aos<br />

clientes. Como? Observan<strong>do</strong> os departamentos de<br />

ambulâncias e incêndios, que tinham como rotina<br />

operar na emergência.<br />

E, apesar de imprevisíveis, as emergências<br />

ocorriam em um número suficiente para se criar<br />

um padrão coletivo. O pulo-<strong>do</strong>-gato veio com a<br />

idéia de colocar caminhões carrega<strong>do</strong>s que ro<strong>da</strong>m<br />

livremente pela ci<strong>da</strong>de com sistema de GPS. Os<br />

opera<strong>do</strong>res, quan<strong>do</strong> recebem os pedi<strong>do</strong>s na central,<br />

identificam os caminhões <strong>mais</strong> próximos e os<br />

direcionam à entrega. O sucesso foi tanto que a<br />

33<br />

empresa criou a promoção “20<br />

minutos ou 20 pesos. Agora,<br />

o concreto é <strong>mais</strong> rápi<strong>do</strong> que<br />

pizza.”<br />

Lição <strong>do</strong> tio Bill e <strong>do</strong> cimento<br />

“fast food”: na gestão <strong>do</strong>s<br />

negócios, precisamos<br />

interpretar o ambiente e criar as<br />

oportuni<strong>da</strong>des. É importante<br />

mapear o merca<strong>do</strong>, saber quem<br />

são seus concorrentes e quais<br />

os possíveis caminhos para<br />

se percorrer. Sim, os possíveis<br />

caminhos! Não há espaço<br />

para o me<strong>do</strong> de arriscar, de<br />

mu<strong>da</strong>r ou de focar em <strong>mais</strong><br />

de uma estratégia. Em um<br />

ambiente instável, quanto <strong>mais</strong><br />

caminhos abertos, menores o<br />

riscos de fracasso e maiores as<br />

possibili<strong>da</strong>de de acertos.


ARTIGO: KICO BAKÚNIN<br />

A boa idéia e os resulta<strong>do</strong>s<br />

Você, caro empresário, mede o retorno que a criativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua<br />

agência gera para sua empresa? Sabe dizer a importância <strong>da</strong>s boas<br />

ideias que ela te apresenta? Investir em propagan<strong>da</strong> realmente<br />

influencia nos resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> seu negócio?<br />

Evidente que, sen<strong>do</strong> sócio de uma agência, defen<strong>do</strong> a “causa” <strong>da</strong>s<br />

boas ideias. Mas, independente <strong>da</strong> minha opinião, você já parou<br />

para pensar seriamente nisso?<br />

O caminho <strong>da</strong>s boas idéias não é simples. Recentemente li na matéria “Não precisa ser um<br />

gênio”, publica<strong>da</strong> na Revista Negócios (Editora Globo, maio de 2010), um estu<strong>do</strong> sério<br />

comprovan<strong>do</strong> como é rara a existência de pessoas naturalmente criativas. O texto explicava<br />

como nossos ancestrais só sobreviveram ao longo de to<strong>da</strong> <strong>história</strong> <strong>da</strong> humani<strong>da</strong>de porque<br />

pensavam “dentro <strong>da</strong> caixa” (e como isso se fixou em nosso DNA, tornan<strong>do</strong> o ato de “ser<br />

naturalmente criativo” um diferencial tão positivo, por ser raro), mas, ao mesmo tempo,<br />

como os grandes saltos evolutivos ocorreram graças a melhorias gera<strong>da</strong>s por grandes idéias.<br />

Conclui dizen<strong>do</strong> que, embora existam méto<strong>do</strong>s que conseguem estimular a criativi<strong>da</strong>de -<br />

científicos até! -, ser criativo realmente não é para qualquer um.<br />

Mas se é tão difícil ser criativo, uma empresa cujo principal produto que oferece ao merca<strong>do</strong><br />

é exatamente a criativi<strong>da</strong>de não mereceria ser analisa<strong>da</strong> de forma <strong>mais</strong> séria pelos seus<br />

clientes? E esse produto não deveria ser <strong>mais</strong> valoriza<strong>do</strong>?<br />

A ABAP (Associação Brasileira de Agências de Propagan<strong>da</strong>) e a ABA (Associação Brasileira<br />

de Anunciantes) acabaram de lançar uma campanha nacional, em conjunto, com um mote<br />

que vai exatamente nessa linha: “Propagan<strong>da</strong> faz diferença”. A campanha mostra trechos de<br />

grandes propagan<strong>da</strong>s como a <strong>do</strong> primeiro sutiã (Valisére), a <strong>do</strong> cachorrinho linguiça (Cofap)<br />

e a <strong>da</strong> palha de aço com 1001 utili<strong>da</strong>des (Bombril), entre outras que<br />

marcaram época, viraram bordões e conquistaram o coração e as<br />

mentes de muitos consumi<strong>do</strong>res. E que, principalmente, geraram<br />

resulta<strong>do</strong>s incríveis e viraram patrimônio <strong>da</strong>s empresas anunciantes.<br />

To<strong>da</strong>s, sem exceção, basea<strong>da</strong>s em grandes idéias, extremamente<br />

criativas.<br />

Para mim, agências criativas são boas conta<strong>do</strong>ras de <strong>história</strong>s. Nossa<br />

área de atuação ampliou muito e se tornou rica em opções nestes<br />

últimos dez anos (as mu<strong>da</strong>nças nesses últimos anos foram muito<br />

maiores <strong>do</strong> que em to<strong>da</strong> a <strong>história</strong> <strong>da</strong> nossa ativi<strong>da</strong>de!). Pode até ser<br />

moderninho mostrar aos clientes que, internamente, a agência tem um<br />

departamento disso, um departamento <strong>da</strong>quilo outro. Mas não é isso<br />

que faz a diferença. Acho que algumas agências ain<strong>da</strong> não entenderam<br />

o reca<strong>do</strong>: a tecnologia mu<strong>do</strong>u, a concorrência mu<strong>do</strong>u, o consumi<strong>do</strong>r<br />

34<br />

mu<strong>do</strong>u, as motivações mu<strong>da</strong>ram. Temos TV, rádio, jornais, revistas,<br />

eventos, merchandising, games, internet, aplicativos para celulares,<br />

redes sociais, nichos ca<strong>da</strong> vez <strong>mais</strong> personaliza<strong>do</strong>s, <strong>mais</strong> sofistica<strong>do</strong>s.<br />

Mas tu<strong>do</strong> isso ain<strong>da</strong> espera pela mesma coisa: uma boa <strong>história</strong>, uma<br />

idéia criativa que, no fim <strong>da</strong>s contas, gere em ca<strong>da</strong> indivíduo a reação<br />

emocional/racional que o cliente <strong>da</strong> agência precisa para resolver seu<br />

problema merca<strong>do</strong>lógico. Afinal, não é exatamente isso que ele quer<br />

alcançar quan<strong>do</strong> contrata nossos serviços?<br />

Então, volto naquela pergunta lá <strong>do</strong> começo <strong>do</strong> texto: você mede<br />

o retorno que a criativi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> sua agência gera para sua empresa?<br />

Invista um tempinho para pensar a respeito. E, se chegar à conclusão<br />

de que estão sobran<strong>do</strong> departamentos na sua agência, mas estão<br />

faltan<strong>do</strong> boas idéias e resulta<strong>do</strong>s, mude. Boas opções não faltam. A<br />

gente, por exemplo.

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