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Revista 2011 - Beija-Flor

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necessário nos deu uma mesada”.<br />

Em pouco tempo, Victor sentiu vontade<br />

de ter seu próprio ganho, e já<br />

interessado em Carnaval foi trabalhar<br />

no barracão da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> em Nilópolis<br />

como aderecista, e depois como<br />

chefe de chapelaria. Nesse momento<br />

é que Victor considera ter iniciado<br />

realmente seu contato com o Carnaval.<br />

“Não conhecia nada. Nessa época,<br />

aos 16 anos, conheci o Joãozinho<br />

Trinta, o Laíla e o Viriato Ferreira, que<br />

era o grande desenhista. Um dia vi<br />

um desenho dele e fiquei fascinado.<br />

Nunca havia visto um figurino assim<br />

tão pertinho, tão vivo. Comecei,<br />

então, a me exercitar para tentar desenhar,<br />

pelo menos, um pouco próximo<br />

daquela arte do Viriato”, relembra.<br />

Percebendo a vocação de Victor para o desenho, Nelson o<br />

chamou para desenhar com o Joãozinho Trinta.. “Depois<br />

veio o Carnaval do lixo, aí fiz chapéu de baiana, chapéu<br />

de bateria, etc. Eu comecei a entender o que era Carnaval<br />

quando comecei a desenhar na equipe do Joãozinho Trinta,<br />

que tinha o Cid Carvalho, o Luciano, até o Paulo Barros”.<br />

Com o fim da era Joãozinho Trinta e o início de carnavais<br />

mais democráticos e participativos, Victor foi convidado<br />

para participar da Comissão de Carnaval da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> de<br />

Nilópolis, que havia sido criada por Laíla e estava em fase de<br />

implantação, onde permaneceu por pouco tempo, seguindo<br />

seus planos de realizar voos solos. Colaborou, então, na Vai-<br />

Vai e na Águia de Ouro, ambas agremiações de São Paulo.<br />

Hoje, fazendo o caminho de volta, e como bom filho, é novamente<br />

um dos carnavalescos da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> de Nilópolis.<br />

BIRA E A ARTE DE SE RECRIAR<br />

Ubiratan Silva é um performer por excelência. Mais do que<br />

viver do teatro, dirigindo e interpretando, Bira tem o dom<br />

de criar personagens e se recriar quando sua arena é a Passarela<br />

do Samba Professor Darcy Ribeiro. “Na verdade, eu<br />

entrei para o Carnaval por causa do teatro”, acentua Bira,<br />

integrante da comissão de carnavalescos da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> de<br />

Nilópolis desde 1997. “Eu assistia o desfile e via aqueles<br />

figurinos maravilhosos, aqueles cenários maravilhosos,<br />

que são os carros alegóricos, e queria trazer essa qualidade<br />

de execução que o carnaval tem para o teatro. Então eu<br />

queria aprender como se fazia isso”.<br />

Ultrapassando os limites do tablado, Bira mesclou suas<br />

habilidades teatrais com o carnaval, tornando-se o re-<br />

sponsável pelas dramatizações e performances de alas e<br />

alegorias, transformando passistas em “atores do samba”.<br />

Nesse elenco, Bira tem sido o grande destaque individual.<br />

Por serem surpreendentes e intrigantes, suas performances<br />

- numa perfeita comunhão das artes de maquiagem e<br />

interpretação, – são sempre aguardadas com expectativa,<br />

embora nunca se tenha certeza da uma nova atuação nos<br />

desfiles da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> no Sambódromo.<br />

Bira sempre procurou incluir o teatro no Carnaval, a dramatização<br />

de um ponto forte do enredo e para isso preparou<br />

um grupo de passistas que ensaiaram exaustivamente “os<br />

seres de pele azul” para o enredo de “Patu-Anu”. O pessoal<br />

desfilou com o corpo totalmente maquiado: “Começamos<br />

com 30 componentes, e hoje temos cerca de 600 pessoas<br />

transformadas em ‘atores’. Foi exatamente com essa vontade<br />

de inserir o teatro no Carnaval que começaram as minhas<br />

‘performances’ durante o desfile”, conta Bira. Mesmo assim<br />

foi acidentalmente. Em 2004, no Carnaval de “Manôa<br />

Manaus” – Bira não recebeu sua roupa de desfile, e na hora<br />

– “veio assim, uma iluminação artística” – se automaquiou<br />

inteiro de onça. Foi um sucesso. No ano seguinte, maquiado<br />

pelo premiado Marcelo Augusto, que detinha uma nova<br />

técnica, Bira apareceu na “pele de lagarto”. Em 2006, fez<br />

performances especiais para os três ensaios técnicos, maquiado<br />

de zebra, bandeira da <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> e, no desfile principal,<br />

de Sol. A última performance de Bira para o Carnaval foi<br />

no desfile sobre Macapá, quando saiu de saco garimpeiro.<br />

Sua intimidade peculiar com a arte da maquiagem artística<br />

fez o diferencial em diversos trabalhos de Bira, dentre eles o<br />

lançamento da TV Sony Bravia - Japão, episódios da “Turma<br />

do Didi” e “Zorra Total”, e suas belíssimas maquiagens corporais,<br />

que ficaram marcadas na história do Carnaval Carioca.<br />

Maquiado de “homem-formiga para a novela “Os Mutantes”<br />

da TV Record, Ubitaran, o performativo, invadiu a televisão.<br />

18 <strong>Revista</strong> <strong>Beija</strong>-<strong>Flor</strong> de Nilópolis www.beija-flor.com.br

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