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Amigos/as:<br />

Vamos anunciar com alegria<br />

o Deus que veio e que vem!<br />

Um Santo e Feliz Natal para<br />

todos!...<br />

Revista da Catequese<br />

ANO III Nº 8 OUTUBRO, NOVEMBRO, DEZEMBRO 2009 PREÇO: 1€


2 Revista da Catequese<br />

03 editorial Acolher<br />

e Anunciar<br />

o Deus que vem<br />

04 artigo de<br />

opinião<br />

06 histórias<br />

para todos<br />

07 contos de natal<br />

13 para ler e pensar<br />

16 poesia<br />

19 humor<br />

21 variedades e<br />

curiosidades<br />

24 passatempos<br />

Ano III – Nº 8<br />

APRESENTAÇÃO<br />

Olá!...<br />

Ainda há bem pouco tempo<br />

chegámos de férias e já nos<br />

encontramos a viver uma das<br />

quadras mais festivas e<br />

apreciadas por todos nós.<br />

O tempo vai correndo e com ele<br />

a nossa vida. Será que estamos a<br />

viver de acordo com o ideal de<br />

Cristo? Será que estamos a<br />

aproveitar bem este tempo<br />

lançando boa semente para mais<br />

tarde colhermos frutos<br />

suculentos e saborosos?!!!<br />

Até já!!!!!!!!!!<br />

A SEMENTINHA - Revista da catequese - Ano III, Nº 8 – Outubro, Novembro, Dezembro 2009<br />

Director: Pe. João Paulo Silva; Redacção: Cat. Clara Campos; Colaboradores: Maria Odete Alves,<br />

Renato Castro, Rosa Andrade, <strong>QuererCrer</strong>…<br />

Editor: Secretariado da Catequese - Seminário Passionista<br />

Av. Fortunato Meneres, 47, 4520–163 Santa Maria da Feira<br />

Tel.: 256364656 / 256362171 - Fax: 256372212 - E-Mail: catequese@passionistas.org<br />

Tiragem:<br />

500 Exemplares<br />

Sigamos a Estrela<br />

Tão junto de nós caminha Maria…<br />

Silenciosa, atenta, cheia de ternura,<br />

É brisa da tarde, toda harmonia,<br />

É nascente de água fresca, viva e pura!<br />

A Sementinha<br />

Ligeiros, correm Seus pés pelos nossos caminhos<br />

Em verdes pastagens ou áridos desertos,<br />

Com Ela cantamos, como os passarinhos,<br />

Porque a Paz e o Amor se tornam mais perto.<br />

Tão junto de nós caminha Maria…<br />

Estrela da manhã, luz do entardecer,<br />

Esplendor da aurora, luminosa alegria,<br />

Cântico dos cânticos do nosso viver.<br />

Caminhar com Maria, seguindo os Seus passos,<br />

É seguir a Estrela mais brilhante dos céus,<br />

Que brilha para nós, com amor infinito,<br />

Reflexo do Amor infinito que é Deus.<br />

(Maria Luísa Vaz Freire – Enviado por Rosa Andrade)<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

31


30 Revista da Catequese<br />

Não existem no coração de Maria sinais de egoísmo: nada deseja para<br />

si, mas para a glória de Deus e a salvação dos homens. Seu coração está<br />

completamente voltado para o cumprimento da vontade divina. O<br />

privilégio de ser preservada do pecado original não constitui para ela um<br />

título de mérito, mas é total serviço à missão redentora do Filho.<br />

Maria já é aquilo que toda a Igreja deseja e espera ser. A Imaculada<br />

Conceição constitui um sinal de esperança para todos os seres humanos<br />

redimidos por Cristo.<br />

Que Maria Santíssima seja a orientadora de seus filhos na<br />

peregrinação da fé, tornando-nos cada vez mais obedientes e fiéis à<br />

Palavra de Deus.<br />

Soluções da Sopa de Letras:<br />

N A Z A P P J U S T I Ç A I<br />

I R A M R L U S E J T X I G<br />

N A S C I M E N T O P F R R<br />

A M T Y N Ç H J E S U S A E<br />

T O V U C V B E L E M T M J<br />

A R O M I S S A D O G A L O<br />

L C T Z P A M B U F N I G L<br />

U A A L E G R I A T I A U M<br />

V R S Ç U X D E Z E M B R O<br />

A N J O S N L O T N E V D A<br />

Ano III – Nº 8<br />

Editorial<br />

“Acolher e Anunciar o Deus que vem”<br />

A Sementinha<br />

“Acolher e Anunciar o Deus que vem” – foi este o desafio proposto para o<br />

Advento deste ano!...<br />

E, ao aproximarmo-nos do Natal, queremos continuar a viver este desafio,<br />

pois só haverá Natal se nós acolhermos esse Deus que quer morar no<br />

nosso coração, no coração de cada pessoa, e, por conseguinte, formos<br />

capazes de O anunciar a todos aqueles que se aproximem de nós.<br />

Cabe-nos a nós, que acreditamos que o Senhor quer continuar a nascer<br />

hoje e que escolhe precisamente o coração das pessoas como Sua morada,<br />

começarmos a desmistificar e a anular o Natal comercial e consumista que<br />

até se esquece do nascimento de Jesus!<br />

Que devemos fazer? – Lembram-se da pergunta que tantos faziam a João<br />

Baptista, estando eles na expectativa da chegada do Messias? Que<br />

devemos, pois, nós fazer hoje, no Século XXI, para acolher esse Deus que<br />

não encontra lugar para ficar entre os homens!? Temos necessariamente<br />

de abrir o nosso coração a Ele, esvaziando-nos de tantas coisas que não<br />

deixam espaço para que a porta se abra à Sua chegada.<br />

Ao longo do Advento fomos recebendo na nossa ânfora a Justiça, a Paz, a<br />

Alegria e o Amor. Estes valores não ocupam espaço mas devem estar<br />

presentes em todos os espaços! Explico-me melhor: São estes valores que<br />

abrem caminhos para a chegada de Jesus à nossa vida! Mas são estes<br />

valores que devem encher-nos totalmente, de modo a que, com a nossa<br />

ânfora cheia, eles se expressem em todas as nossas palavras, gestos,<br />

atitudes!... Se eu me encher desse Deus que vem, então toda a minha vida<br />

será expressão dessa presença de Deus em mim! A água que enche a<br />

minha ânfora jorrará continuamente sobre todos!...<br />

Vamos, então, abrir o nosso coração para acolher o Deus que vem! É Jesus<br />

Cristo que quer entrar e dizer-nos o quanto Deus nos ama e o quanto<br />

seremos felizes se, como Ele, cumprirmos a vontade do Pai, orientando a<br />

nossa vida pelos valores que recebemos do Alto!<br />

Com amizade, um grande abraço a todos os leitores da nossa querida<br />

Sementinha e os votos de um Santo Natal e de um Feliz Ano 2010!...<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

3


4 Revista da Catequese<br />

Ano III – Nº 8<br />

FELIZ NATAL<br />

Mais uma vez estamos a viver o ambiente, o clima, os sentimentos e as<br />

emoções de uma grande festa. Faltam apenas alguns dias para o Natal.<br />

As luzes e os enfeites das ruas, as montras das lojas apinhadas de produtos<br />

que convidam ao seu consumo, os sons e a publicidade dos órgãos de<br />

comunicação social que todos os dias invadem as nossas casas são o<br />

exemplo bem concreto da sua aproximação. Mas será desta forma que<br />

queremos o Natal?<br />

O Menino Jesus vem ao nosso encontro<br />

procurando outra vez um lugar para<br />

nascer. Terá Ele lugar no nosso coração tão<br />

ocupado e preocupado com a azáfama das<br />

compras inúteis dos preparativos para uma<br />

festa grandiosa em que Ele não é o<br />

convidado principal?<br />

Amigos, abramos espaços em nossos<br />

corações e deixemos que o Menino Deus<br />

faça deles a sua morada e realize em<br />

nossas vidas o Seu plano de Amor, para<br />

que não se perca o verdadeiro sentido do<br />

Natal nas trocas de presentes e de algumas<br />

palavras frias e vazias de sentido.<br />

Neste clima de alegria e de festa desejo a<br />

todos um Natal pleno de Amor e Perdão,<br />

pois é no amor que encontramos o<br />

verdadeiro sentido da vida e através do<br />

perdão damos ao amor o seu sentido mais<br />

pleno.<br />

Um Santo e Feliz Natal<br />

Artigo de Opinião<br />

A catequista MCC<br />

A Sementinha<br />

Oração<br />

Santa Maria, Rainha dos céus,<br />

Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo,<br />

Senhora do mundo, que a nenhum<br />

pecador desamparais nem desprezais;<br />

ponde, Senhora, em mim os olhos de<br />

Vossa piedade<br />

e alcançai-me de Vosso amado filho o<br />

perdão de todos os meus pecados,<br />

para que eu que agora venero com<br />

devoção a Vossa Santa e Imaculada<br />

Conceição,<br />

mereça na outra vida alcançar o<br />

prémio da bem-aventurança,<br />

por mercê do Vosso bendito filho,<br />

Jesus Cristo, Nosso Senhor,<br />

que, com o Pai e o Espírito Santo, vive<br />

e reina para sempre.<br />

Ámen.<br />

No início do Ano Litúrgico, abrindo o Tempo do Advento rumo ao<br />

Natal do Senhor, a Igreja celebra a Imaculada Conceição de Maria<br />

Santíssima, solenidade tão preciosa ao Povo cristão.<br />

No Evangelho de Lucas, Maria é saudada pelo Anjo como “cheia de<br />

graça” (Lc 1,28), significando que ela está plena do favor de Deus, da graça<br />

divina, não havendo, em sua vida e coração, lugar para o pecado. É um<br />

dogma da Igreja que foi definido no século XIX, após longa reflexão e<br />

amadurecimento. Significa que a Virgem Maria foi preservada do pecado<br />

original desde o primeiro instante de sua existência tendo em vista a sua<br />

vocação: ser Mãe de Jesus Cristo, o Filho de Deus que assumiu nossa<br />

natureza humana excepto no pecado.<br />

Com a realidade da Imaculada Conceição de Maria começou a grande<br />

obra da Redenção, que culminou com o sangue precioso de Cristo. Por Sua<br />

morte e ressurreição toda a pessoa é chamada a realizar-se em plenitude<br />

até à perfeição da santidade. Maria lembra-nos que somente é possível<br />

alcançar a salvação participando docilmente do projecto do Pai.<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

29


28 Revista da Catequese<br />

PALAVRAS CRUZADAS:<br />

HORIZONTAL: 1. Jesus veio para chamar estes - Mateus 9, 13<br />

3. Jesus deu-nos na Última Ceia a sua - João 14, 27<br />

4. Pai adoptivo de Jesus e esposo de Maria - Mateus 1, 18<br />

5. Prima de Maria - Lucas 1, 36<br />

9. Cidade onde Jesus viveu a infância - Lucas 2, 39-40<br />

10. Quer dizer “Deus connosco” - Mateus 1, 23<br />

12. Foram perseguidos - Mateus 5, 12<br />

13. Disse: “Fala Senhor, teu servo escuta” - I Samuel 3, 10<br />

14. Lucas escreveu o seu evangelho para esta pessoa - Lucas 1, 3<br />

16. Subiu a uma árvore para ver Jesus - Lucas 19, 1-4<br />

17. Os que verão a Deus são agora - Mateus 5, 8<br />

VERTICAL: 2. Os que choram serão - Mateus 5, 4<br />

3. O Senhor é o nosso - Salmos 22, 1<br />

6. Vieram adorar Jesus o ofereceram presentes - Mateus 2, 1-2<br />

7. Nome do anjo que visitou Maria - Lucas 1, 26-27<br />

8. O homem foi criado à imagem de - Génesis, 5, 1<br />

11. Deus mandou subir Jeremias a este lugar - Jeremias 22, 20<br />

15. Por isto se conhece se a árvore é boa ou má - Mateus 7, 18-20<br />

(Enviado por <strong>QuererCrer</strong>)<br />

Ano III – Nº 8<br />

Proposta de uma Oração de Natal<br />

Deus, fiel,<br />

tu enviaste ao mundo o Salvador<br />

como tinhas prometido ao teu povo,<br />

e encarregaste-O de reunir na unidade<br />

todos os teus filhos dispersos.<br />

Ele é a tua Palavra viva,<br />

e o que Ele diz é a paz.<br />

A paz que Tu nos dás através d'Ele,<br />

e que nos cabe também a nós construir.<br />

Como no tempo de Isaías,<br />

como na época de João Baptista,<br />

a voz dos teus profetas<br />

insiste connosco para traçar para Ele,<br />

nas terras áridas da humanidade de hoje,<br />

um caminho plano: endireitar com a verdade<br />

as vias tortuosas da mentira,<br />

encher com amor os fossos de ódio<br />

que separam a família humana,<br />

aplanar as montanhas de injustiça<br />

que opõem os homens, dar de novo<br />

a liberdade aos nossos irmãos que defrontam obstáculos<br />

que lhes parecem intransponíveis.<br />

Então a Tua glória revelar-se-á e todos verão<br />

que a boca do Senhor falou.<br />

A justiça caminha à sua frente<br />

e a paz na senda dos seus passos.<br />

Não deixes a nossa preguiça e o nosso egoísmo<br />

atrapalhar o nosso caminho ao encontro de Cristo,<br />

nossa paz.<br />

Prepara os nossos corações para O acolhermos;<br />

Que Ele nos encontre límpidos e irrepreensíveis na paz.<br />

Isto Te pedimos em nome do próprio Jesus,<br />

teu Filho, nosso Senhor.<br />

A Sementinha<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

5


6 Revista da Catequese<br />

Certo dia um homem foi perseguido por um grupo de malfeitores que<br />

queriam assaltá-lo e matá-lo.<br />

O homem pôs-se a correr desesperadamente à sua frente, virou por um<br />

atalho que saia da estrada e entrava pelo mato dentro, até que avistou<br />

umas velhas grutas de animais, escondendo-se na primeira que encontrou.<br />

Na sua enorme aflição, dirigiu uma oração a Deus, nestes termos: “ – Ó<br />

Deus Todo-Poderoso, enviai-me um anjo do céu que se coloque à entrada<br />

desta gruta e me proteja, para que os bandidos não me matem, pois tenho<br />

esposa e filhos a sustentar!...”<br />

Nesse momento pareceu-lhe que os homens se aproximavam cada vez<br />

mais da gruta onde estava escondido. Viu que na entrada da mesma<br />

apareceu uma pequena aranha, que tecia a sua teia. O homem, cada vez<br />

mais angustiado, dirigiu-se novamente a Deus:<br />

“- Senhor, eu pedi que me enviasses um anjo, não uma aranha. Por favor,<br />

com a Tua mão poderosa coloca um muro forte na entrada desta gruta,<br />

para que os homens não possam entrar e acabar com a minha vida, pois<br />

estou inocente”.<br />

Então, tentando espreitar, viu ainda a aranha, continuando sem parar, a<br />

tecer a sua teia.<br />

Sentia, o pobre do homem que aqueles malfeitores estavam próximos. E<br />

ouviu um deles:<br />

- Vamos entrar, pois ter-se-á escondido aqui…<br />

Enquanto, angustiosamente, pensava e rezava fervorosamente por sua<br />

esposa e filhos, sentia a morte a aproximar-se… Mas escutou um dos<br />

outros assaltantes que disse:<br />

“- Aqui não. Não vês que já tem teias de aranha na porta? Há quanto<br />

tempo não entrou gente por aqui! Vamos procurá-lo nos outros<br />

esconderijos…”<br />

“Por que temeis homens de pouca fé?” (Mt 8, 23-27).<br />

Fé é acreditar no amor de Deus. Confiar n’Ele sem desanimar, mesmo<br />

diante do que nos parece impossível. Por vezes construímos muros para<br />

nos sentirmos protegidos e seguros, mas Deus pede que tenhamos<br />

confiança n’Ele para deixar que a sua Glória se manifeste, mesmo que seja<br />

numa simples teia.<br />

Ano III – Nº 8<br />

Histórias<br />

para Todos<br />

QUAL QUAL QUAL O O O PROVÉRBIO?...<br />

PROVÉRBIO?...<br />

PROVÉRBIO?...<br />

1. Na costa perto da foz,<br />

Onde o rio se junta ao mar,<br />

Anda um mouro de albamoz,<br />

Por ali a passear.<br />

2. Veio lá da terra a vizinha,<br />

Em casa não quer ficar;<br />

Faz lembrar uma galinha<br />

No campo a debicar.<br />

3. Burro pouco inteligente,<br />

Mas pensou, muito pensou;<br />

Foi a pensar certamente<br />

Que um dia se apagou!<br />

SOPA DE LETRAS:<br />

A Sementinha<br />

1. Anda mouro na costa.<br />

2. Galinha de campo não quer capoeira.<br />

3. A pensar morreu um burro<br />

N A Z A P P J U S T I Ç A I<br />

I R A M R L U S E J T X I G<br />

N A S C I M E N T O P F R R<br />

A M T Y N Ç H J E S U S A E<br />

T O V U C V B E L E M T M J<br />

A R O M I S S A D O G A L O<br />

L C T Z P A M B U F N I G L<br />

U A A L E G R I A T I A U M<br />

V R S Ç U X D E Z E M B R O<br />

A N J O S N L O T N E V D A<br />

Encontra na sopa de letras as palavras: Advento, alegria, amor, anjos,<br />

Belém, Dezembro, Jesus, José, justiça, Maria, Missa do Galo, Natal, paz,<br />

Príncipe.<br />

Soluções:<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

27


26 Revista da Catequese<br />

Ano III – Nº 8<br />

Contos de Natal<br />

O O velho velho Garrinchas<br />

Garrinchas<br />

A Sementinha<br />

De sacola e bordão, o velho Garrinchas<br />

fazia os possíveis para se aproximar da<br />

terra. A necessidade levara-o longe de<br />

mais. Pedir é um triste ofício, e pedir<br />

em Lourosa, pior. Ninguém dá nada.<br />

Tenha paciência, Deus o favoreça, hoje não pode ser – e beba um<br />

desgraçado água dos ribeiros e coma pedras! Por isso, que remédio senão<br />

alargar os horizontes, e estender a mão à caridade de gente desconhecida,<br />

que ao menos se envergonhasse de negar uma côdea a um homem a meio<br />

do padre-nosso. Sim, rezava quando batia a qualquer porta. Gostavam…<br />

(…)<br />

E ali vinha de mais uma dessas romarias, bem escusadas se o mundo fosse<br />

de outra maneira. Muito embora trouxesse dez réis no bolso e o bornal<br />

cheio, o certo é que já lhe custava arrastar as pernas. Derreadinho! Podia,<br />

realmente, ter ficado em Loivos. Dormia, e no dia seguinte, de<br />

manhãzinha, punha-se a caminho. Mas quê! Metera-se-lhe em cabeça<br />

consoar em manjedoira nativa…E a verdade é que nem casa nem família o<br />

esperavam. Todo o calor possível seria do forno do povo,<br />

permanentemente escancarado à pobreza. Em todo o caso sempre era<br />

passar a noite santa debaixo de telhas conhecidas, na modorra de um<br />

borralho de estevas e giestas familiares, a respirar o perfume a pão fresco<br />

da última cozedura…Essa regalia ao menos dava-a Lourosa aos<br />

desamparados. Encher-lhes a barriga. Não. Agora, albergar o corpo e<br />

matar o sono naquele santuário colectivo da fome, podiam. O problema<br />

estava em chegar lá. O raio da serra nunca mais acabava e sentia-se<br />

cansado. Setenta e cinco anos, parecendo que não, é um grande carrego<br />

(…) E como anoitecia cedo, não havia outro remédio senão ir agora a matacavalos,<br />

a correr contra o tempo e contra a idade com o coração a refilar.<br />

Aflito, batia-lhe na taipa do peito, a pedir misericórdia. Tivesse paciência.<br />

O remédio era andar para diante. E o pior de tudo é que começava a<br />

nevar. Pela amostra parecia-lhe coisa ligeira. Mas vamos ao caso que<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

7


8 Revista da Catequese<br />

pegasse a valer? Bem, um pobre já está acostumado a quantas tropelias a<br />

sorte quer. Ele então, se fosse a queixar-se…<br />

(…)<br />

E caía o algodão em rama! Caía, sim senhor! Bonito! Felizmente que a<br />

Senhora dos Prazeres ficava perto. Se a brincadeira continuasse, olha,<br />

dormia no cabido! O que é, sendo assim, adeus noite de Natal em<br />

Lourosa…<br />

Apressou mais o passo, fez ouvidos de mercador à fadiga e foi rompendo a<br />

chuva de pétalas. Rico panorama!<br />

Com patorras de elefante e branco como um moleiro, ao cabo de meia<br />

hora de caminho, chegou ao alto da ermida. À volta não se enxergava um<br />

palmo sequer de chão descoberto. Caiados, os penedos lembravam<br />

penitentes.<br />

Não havia que ver: nem pensar noutro pouso. E dar graças!<br />

Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se<br />

e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou<br />

fora esquecimento ou alguma alma pecadora forçara a fechadura.<br />

Vá lá! Do mal, o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se<br />

dentro. Assunto a resolver na ocasião devida…Para já, a fogueira que ia<br />

fazer tinha de ser cá fora. O diabo era, arranjar lenha.<br />

Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou e tentou acendê-las. Mas<br />

estavam verdes e húmidas, e o lume, depois de um clarão animador,<br />

apagou-se. Recomeçou três vezes e três vezes o mesmo insucesso. Mau!<br />

Gastar os fósforos todos, é que não.<br />

Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a<br />

escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de<br />

papel.<br />

Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado,<br />

e também agradecido ao céu por aquela ajuda, olhou o altar.<br />

Quase invisível, na penumbra, com o divino filho ao colo a Mãe de Deus<br />

parecia sorrir-lhe.<br />

- Boas festas! – desejou-lhe então, a sorrir também.<br />

Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se<br />

e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia.<br />

Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso,<br />

vírgula! Ia escavar o arcanho. Olarila! Na altura da romaria que<br />

arranjassem um novo.<br />

Ano III – Nº 8<br />

A Sementinha<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

25


24 Revista da Catequese<br />

PARA PARA COLORIR COLORIR<br />

COLORIR<br />

Ano III – Nº 8<br />

Passatempos<br />

A Sementinha<br />

Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo,<br />

desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia<br />

que regalava; só de cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas<br />

crescia água na boca, que mais faltava?<br />

Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do<br />

bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra e sentou-se. Mas<br />

antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de<br />

consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume<br />

batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda.<br />

- É servida?<br />

A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez e o menino também.<br />

E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não<br />

esteve com meias-medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e<br />

trouxe-a para junto da fogueira.<br />

- Consoamos aqui os três – disse, com a pureza e a ironia de um patriarca.<br />

- A senhora faz de quem é; o pequeno, a mesma coisa; e eu, embora<br />

indigno, faço de S. José.<br />

Miguel Torga, Novos Contos da Montanha (adaptado)<br />

“A A mais linda festa de Natal Natal” Natal<br />

Num país distante, havia uma cidade de interior quase esquecida pelos<br />

seus governantes.<br />

Era privilegiada na sua topografia que contava com cachoeiras, cascatas,<br />

florestas, rios e uma enorme quantidade de flores que a enfeitavam como<br />

uma moldura colorida, realçando a paisagem delicada do lugar.<br />

Era uma pequenina cidade, onde todos os moradores se conheciam. Como<br />

estava distante dos grandes centros, a comunidade desenvolveu um modo<br />

próprio de solidariedade, de tal sorte que todos pudessem lidar com as<br />

dificuldades inerentes às condições em que viviam.<br />

O Natal aproximava-se e, nesse ano, toda a cidade estava envolvida num<br />

clima de profundo desânimo, pois não chovia há muito tempo e quase<br />

toda a plantação, que era a fonte de renda da localidade, tinha-se perdido<br />

restando bem pouco para o sustento de todos.<br />

Um jovem dos seus dezasseis anos, abatido com toda a situação, afastouse<br />

da cidade indo até às montanhas. Caminhou horas sem fim até que,<br />

cansado, sentou-se no topo de uma das montanhas apreciando a sua<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

9


10 Revista da Catequese<br />

cidade lá em baixo. O seu coração apertou-se e mesmo já não sendo<br />

criança, sentiu os olhos arderem, numa expressão da tristeza que o<br />

assolava naquele momento. Lamentava que não tivessem a festa de Natal<br />

como nos outros anos. Presentes, mesa farta, uma alegria sem fim.<br />

Tão distraído estava que se assustou ao perceber que alguém se sentava<br />

ao seu lado. Olhando para ele estava um ancião. Vestia-se pobremente,<br />

trazia nas mãos um cajado, igual ao que já vira em alguns poucos livros<br />

que lhe tinham mostrado algumas vezes. Mas o que mais o impressionou<br />

foram os olhos. Que olhos! De um azul límpido como as águas de um<br />

riacho, reluziam tal qual as estrelas, em noite de lua cheia. Eles o<br />

fascinaram tanto que demorou a responder-lhe.<br />

- Que fazes aqui? – perguntou-lhe o ancião.<br />

Caindo em si e percebendo a indelicadeza de encarar o estranho,<br />

desculpou-se de imediato e respondeu:<br />

- Estou apenas a pensar, meu senhor.<br />

- E o que é que um jovem tão novo tem tanto que pensar em vésperas de<br />

festa? Não deveria estar a participar dos preparativos com os seus amigos?<br />

- Claro, meu senhor. Mas é que este ano ninguém está a preparar nada.<br />

Não há o que festejar. Não temos muito alimento, a nossa plantação<br />

perdeu-se quase que por completo, não há enfeites, não há presentes e<br />

muito menos razão para uma festa.<br />

O velho senhor olhou bem para o jovem, e depois para a cidade, lá em<br />

baixo. Tão pequenina e, no entanto com tão linda vista. Um belo quadro<br />

para se guardar na memória e quem sabe um dia, retratar em alguma tela,<br />

com a intenção de perpetuar imagem tão delicada.<br />

Novamente dirigiu-se ao jovem e perguntou-lhe:<br />

- Não há o que comemorar? Acaso estarei enganado? Não estamos na<br />

época do Natal?<br />

- Sim, meu senhor, certamente que sim. O que disse é que não há motivo<br />

para festejarmos e todos estão tristes demais.<br />

O ancião permaneceu silencioso. Então levantou-se, bem mais facilmente<br />

do que se poderia supor vendo-lhe a aparência, apoiou-se no cajado<br />

virando-se para ir embora. Antes que o menino tivesse tempo de se<br />

levantar também, ainda perguntou:<br />

- Qual é o dia do teu aniversário?<br />

Ao que o menino respondeu:<br />

- Dia sete de Março, senhor.<br />

Ano III – Nº 8<br />

CULINÁRIA<br />

CULINÁRIA<br />

CULINÁRIA<br />

A Sementinha<br />

Aqui ficam duas sugestões de doces de Natal, que sempre fazem as nossas<br />

delícias….<br />

Doces de Natal: Rabanadas no Forno<br />

Ingredientes:<br />

• 7 fatias de pão de forma<br />

• 1 chávena de chá de leite<br />

• 1 colher de chá de essência de baunilha<br />

• 3 colheres de sopa de açúcar<br />

• 3 colheres de sopa de água<br />

• 1 colher de sopa de margarina<br />

• 1 ovo<br />

• 1 clara<br />

• Açúcar e canela para polvilhar<br />

Preparação:<br />

Misture o leite, o açúcar e a baunilha. Bata ligeiramente o ovo e a clara. Adicione 3<br />

colheres de água e misture bem. Reserve.<br />

Unte uma forma com margarina.<br />

Passe cada fatia de pão no leite e em seguida no ovo batido.<br />

Coloque as fatias na forma untada e leve ao forno bem quente, pré aquecido, por<br />

aproximadamente 8 minutos.<br />

Vire as rabanadas na metade do tempo, para dourarem nos dois lados.<br />

Manjar dos Anjos de Natal<br />

Ingredientes:<br />

• 10 bolachas tipo Maria<br />

• 250 gr de açúcar<br />

• 1,5 dl de leite<br />

• 6 gemas de ovo<br />

• 10 dl de água<br />

Preparação:<br />

Num recipiente, leve ao lume a água e o açúcar, deixe ferver durante 3 minutos e<br />

retire. Aqueça o leite e desfaça nele as bolachas. Deite as bolachas no recipiente<br />

do açúcar. Leve ao lume só até levantar fervura, mexendo sempre para não pegar.<br />

Retirar do lume e deixe arrefecer. Coloque as gemas numa tigela e bata com um<br />

garfo. Junte as gemas, em fio, à mistura de açúcar e bolachas já feita, mexendo<br />

sempre. Leve ao lume até fervilhar, nunca parando de mexer. Deite numa<br />

travessa, deixe arrefecer e enfeite com canela.<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

23


22 Revista da Catequese<br />

Se não quiser adoecer…<br />

Sigamos os conselhos do<br />

Dr. Varella e tenhamos<br />

melhor saúde<br />

(continuação):<br />

Se Não Quiser Adoecer…<br />

… Procure soluções<br />

Pessoas negativas não encontram soluções e aumentam os<br />

problemas. Preferem a lamentação, o pessimismo… não é melhor<br />

acender o fósforo que lamentar a escuridão?<br />

Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia<br />

negativa que se transforma em doença.<br />

Se Não Quiser Adoecer…<br />

… Confie<br />

Quem não confia, não comunica, não se abre, não sabe fazer<br />

amizades verdadeiras. Sem confiança não há relacionamento.<br />

A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.<br />

Se Não Quiser Adoecer…<br />

… Não viva sempre triste<br />

O bom humor, a risada, a alegria, recuperam a saúde e<br />

proporcionam uma vida longa. A pessoa alegre tem o dom de<br />

alegrar o ambiente em que vive. “O bom humor nos salva das mãos<br />

do doutor”. Alegria é saúde e terapia.<br />

Ano III – Nº 8<br />

A Sementinha<br />

- E, quando o teu aniversário chega gostas de comemorar?<br />

- Claro!<br />

Já mais animado levantou-se e pôs-se a contar como tinham sido os seus<br />

aniversários. Entusiasmado não economizou detalhes divertindo o sábio<br />

que se entretinha com as histórias do jovem rapaz.<br />

Quando terminou, o velho disse:<br />

- Que pena que este ano não vás festejar, não é?<br />

O rapazinho apressou-se a responder:<br />

-E por que deixaria de comemorar? É o meu aniversário. E nesse dia, adoro<br />

festejar. Gosto de estar com amigos, de ser abraçado, enfim, adoro<br />

comemorar meu aniversário!<br />

- Mas não o festejarás este ano, uma vez que provavelmente não haverá<br />

chuva até lá e assim, não terás motivos para comemorar.<br />

Aturdido o jovem perguntou:<br />

- E o que tem uma coisa a ver com a outra? O meu aniversário não tem<br />

nada a ver com a chuva!<br />

- Ah! Sim? Interessante... E poderás dizer-me por que, o aniversário de<br />

Jesus depende tanto da chuva, para ser comemorado na sua cidade?<br />

O jovem baixou a cabeça pensando no que o velho tinha dito. Quando a<br />

levantou novamente para responder-lhe, viu que estava só. O velho tinha<br />

partido, tão silenciosamente quanto havia chegado e sem se despedir.<br />

Vendo-se só, desceu a montanha e ao chegar à cidade, tocou o alarme que<br />

havia na praça central.<br />

Quando todos estavam presentes, disse:<br />

- Meus amigos, hoje, todos nos vamos organizar e enfeitar a nossa cidade.<br />

Precisamos apressar-nos para estar tudo pronto na noite de Natal.<br />

Houve um burburinho e depois de muita confusão o chefe da comunidade<br />

pedindo silêncio falou:<br />

- Meu filho, talvez o tempo que tenhas passado sozinho nas montanhas<br />

tenha afastado da tua cabeça os nossos problemas. Não temos o que<br />

comemorar e nem como organizar uma festa.<br />

- Sei disso, senhor, e afianço-lhe que não me esqueci<br />

de nada. Mas gostaria de fazer uma pergunta, disse<br />

o jovem não se dirigindo a ninguém em particular:<br />

- O facto de não comemorarmos impedirá de ser o<br />

aniversário do Menino Jesus? Se não podemos<br />

enfeitar com motivos de Natal a nossa praça,<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

11


12 Revista da Catequese<br />

temos as flores, que apesar da seca conseguiram sobreviver. Temos<br />

algumas palhas, que podem transformar-se em enfeites originais. E<br />

contamos com nossos olhos que serão as luzes enfeitando essa noite<br />

especial.<br />

Se não podemos trocar presentes, podemos abraçar-nos e cantar a noite<br />

toda e por fim, se não podemos servir uma bela ceia, podemos conversar<br />

bastante, e nem sentiremos o tempo passar.<br />

Ao ouvirem o rapazinho tão animado todos se envergonharam e por um<br />

momento o silêncio foi geral. Como num passe de mágica, começaram a<br />

sorrir até que um deles gritou que ele estava certo, que fariam<br />

exactamente assim. Todos se contagiaram e passaram a organizar-se para<br />

a Noite de Natal.<br />

Dizem que foi a mais linda festa de Natal que esta cidade já organizou. De<br />

longe ouviam-se os cantos e os sorrisos e toda a natureza se enfeitou.<br />

Quem passasse por lá ficaria encantado com a Luz que reluzia por toda a<br />

região sem entender de onde vinha. Conta-se que naquela noite, caiu a<br />

maior chuva de todos os tempos e que nunca mais houve seca no lugarejo.<br />

Assim seja em todos os lares. Não dependemos das coisas para<br />

comemorarmos o Natal. Apenas de nossa alegria, boa vontade e amor.<br />

No aniversário de Jesus todos são convidados e a festa organizámo-la<br />

dentro de nosso coração.<br />

Um feliz Natal a todos. E que nossa cidade seja como esta, um foco de Luz,<br />

Harmonia e autêntica Solidariedade.<br />

Priscila de Loureiro Coelho (adaptado)<br />

Ano III – Nº 8<br />

Variedades e<br />

Curiosidades…<br />

A Sementinha<br />

“LIVRO “LIVRO DO DO DECÁLOGO”<br />

DECÁLOGO”<br />

Sobre o tempo:<br />

1 – Lembre-se que dará contas das horas que passam.<br />

2 – Aproveite a hora presente, pois ela representa o trabalho, o<br />

cumprimento do dever, o mérito.<br />

3 – Não esqueça que o tempo perdido não se recupera mais.<br />

4 – Tenha em alta consideração o valor do tempo.<br />

5 – Não perca tempo em bebidas, jogos e conversas ociosas.<br />

6 – Um bom método economiza muito tempo.<br />

7 – Recomendação especial: a pontualidade! Não faça ninguém perder<br />

tempo esperando por si.<br />

8 – Empregue bem o tempo seguindo um programa.<br />

9 – Lute contra os inimigos do tempo: preguiça, falta de ideal.<br />

10 – Aproveite o tempo enquanto é tempo.<br />

Cantigas Cantigas e e Cantadas Cantadas Cantadas Antigas Antigas do do Tempo Tempo dos dos meus meus meus Avô Avôs Avô<br />

Festas e Romarias de outros Tempos:<br />

Durante o mês de Outubro<br />

Terminava a desfolhada<br />

Comia-se e bebia-se<br />

No fim não restava nada.<br />

À Senhora se rezava<br />

Neste mês de despedida<br />

Ia-se à Igreja rezar<br />

Um terço à Virgem Maria.<br />

Em Novembro se cantava<br />

Vivas ao São Martinho<br />

Abriam-se as adegas<br />

E provava-se o vinho.<br />

Durante este mês<br />

Toda a gente arrecadava<br />

Lenha boa p’ ro alprende<br />

No fumeiro s’ ensaiava.<br />

Músicas para o Natal<br />

Lindas canções de embalar<br />

Pr’ adorar o Deus Menino<br />

Qu’ a todos veio salvar.<br />

(Enviado por: Mª Odete Alves - catequista, 6ºano)<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

21


20 Revista da Catequese<br />

A patroa para a empregada:<br />

- Sabe Maria, o meu cão é mesmo raça pura, até tem árvore genealógica!<br />

- Em minha casa também temos um cão, mas não é esquisito, qualquer<br />

árvore lhe serve.<br />

Então está melhor? – pergunta o médico ao doente.<br />

- Estou sim. Cumpri à risca o que vem escrito no rótulo do medicamento,<br />

e…<br />

- Sim e o que é?<br />

- Conservei o frasco hermeticamente fechado!<br />

CARTA DE UMA MÃE... loira…<br />

Meu querido filho Frederico<br />

Escrevo-te estas poucas linhas que é para saberes que estou viva.<br />

Escrevo devagar porque sei que não gostas de ler depressa. Se receberes esta<br />

carta, é porque chegou. Se ela não chegar, avisa-me que eu mando outra.<br />

O teu pai leu no jornal que a maioria dos acidentes ocorre a 1 km de casa. Por isso,<br />

mudamo-nos para mais longe.<br />

Sobre o casaco que querias, o teu tio disse que seria muito caro mandar pelo<br />

correio por causa dos botões de ferro que pesam muito. Assim, arranquei os<br />

botões e coloquei-os no bolso. Quando chegar aí, prega-os de novo.<br />

No outro dia, houve uma explosão na botija de gás aqui na cozinha. Teu pai e eu<br />

fomos atirados pelo ar e caímos fora de casa. Que emoção! Foi a primeira vez em<br />

muitos anos que o teu pai e eu saímos juntos.<br />

Sobre o nosso cão, o Rex, anteontem foi atropelado e tiveram que lhe cortar o<br />

rabo, por isso toma cuidado quando atravessares a rua.<br />

Tua irmã Laura vai ser mãe, mas ainda não sabemos se é menino ou menina.<br />

Portanto, não sei se vais ser tio ou tia.<br />

Hoje, o teu irmão Valdemar deu-me muito trabalho. Fechou o carro e deixou as<br />

chaves lá dentro. Tive de ir a casa buscar a de reserva para o abrir. Por sorte,<br />

cheguei antes de começar a chuva, pois a capota estava descida.<br />

Se vires a Dona Rosinha, diz-lhe que mando lembranças. Se não a vires, não digas<br />

nada.<br />

Um beijo,<br />

Tua mãe Marcela<br />

PS: Era para te mandar os 300 euros que me pediste, mas quando me lembrei já<br />

tinha fechado o envelope.<br />

Ano III – Nº 8<br />

Para ler e pensar…<br />

Nós Nós e e o o Natal Natal<br />

Natal<br />

A Sementinha<br />

Se nos decidirmos a celebrar o Natal, celebremo-lo como um<br />

acontecimento de hoje e não como um simples facto ocorrido no passado.<br />

Se resolvermos fazer uma ceia de Natal, façamo-la sem desperdício,<br />

celebrando o aniversário do menino que nasceu numa gruta e não no meio<br />

do fausto e do esbanjamento.<br />

Se estamos decididos a festejar o Natal armando um presépio armemo-lo<br />

não como coisa insólita, colocada numa parte da nossa casa mas como<br />

algo evocativo de um acontecimento que transformou a história do<br />

mundo.<br />

Se estamos decididos a tomar parte na missa de Natal, procuremos<br />

participar dela fazendo da nossa vida o que a missa é, ou seja,<br />

acolhimento, oferta, transformação e comunhão.<br />

Se resolvermos enfeitar a nossa casa com arranjos, lembremo-nos que o<br />

mais importante não é ter apenas o lar enfeitado, mas a vida ornada de<br />

virtudes.<br />

Se decidirmos comemorar o Natal dando presentes, lembremo-nos que os<br />

melhores presentes que podemos oferecer não são isto, nem aquilo, mas é<br />

a nossa disposição em servir, é o nosso acolhimento, é a nossa bondade, é<br />

a nossa ternura, é o nosso amor.<br />

Se quisermos celebrar cristãmente o Natal e, para isso, nos dispusermos a<br />

distribuir presentes em orfanatos, em lares de idosos, façamos tudo para<br />

não ficarmos apenas nisto e comecemos, desde já, a batalha para que haja<br />

uma sociedade sem disparidades sociais.<br />

Finalmente, se vamos celebrar o Natal e desejamos fazê-lo cristãmente,<br />

não precisamos ir a Belém, deixemos que Belém venha até nós, o que<br />

acontecerá se imitarmos Jesus, Maria e José.<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

13


14 Revista da Catequese<br />

DEUS DEUS DEUS ESTÁ ESTÁ ESTÁ SEMPRE SEMPRE SEMPRE CONNO CONNOSCO<br />

CONNO CONNOSCO<br />

SCO<br />

Quando o sonho se desfaz, DEUS reconstrói;<br />

Quando se acabam as forças, DEUS renova;<br />

Quando é inevitável conter as lágrimas, DEUS dá alegria;<br />

Quando não há mais amor, DEUS faz renascer;<br />

Quando a maldição é certa, DEUS transforma em bênção;<br />

Quando parece ser o fim, DEUS dá novo começo;<br />

Quando a aflição quer persistir, DEUS nos envolve com paz;<br />

Quando a doença nos assola, Deus é quem cuida de nós;<br />

Quando o impossível se levanta, DEUS torna-o possível;<br />

Quando faltam palavras, DEUS sabe o que queremos dizer;<br />

Quando tudo parece fechar-se, DEUS abre uma nova porta;<br />

Quando dizemos: não vou conseguir, DEUS diz-nos: não temas, estou contigo.<br />

Quando nos magoam, DEUS é quem nos cura;<br />

Quando não há possibilidades, DEUS faz o milagre;<br />

Quando a noite parece não ter fim, DEUS faz amanhecer;<br />

Quando caímos num profundo abismo,<br />

DEUS estende a sua mão e tira-nos de lá;<br />

Quando não existe mais fé, DEUS diz: acredita!<br />

Quando alguém diz que não somos nada, DEUS diz-nos que<br />

SOMOS MAIS QUE VENCEDORES!<br />

(Sãozinha Simões – Enviado por Rosa Andrade)<br />

ORAÇÃO ORAÇÃO ORAÇÃO DIFERENTE<br />

DIFERENTE<br />

DIFERENTE<br />

Normalmente nós pedimos<br />

pelos que sofrem,<br />

pelos que choram,<br />

pelos que passam fome,<br />

oramos pelos doentes<br />

e rogamos pelos infelizes.<br />

Hoje vamos inverter<br />

a ordem e vamos dizer:<br />

Senhor,<br />

não te suplicamos<br />

pelos desesperados,<br />

Ano III – Nº 8<br />

nós te pedimos<br />

por aqueles que<br />

promovem o desespero.<br />

Não te rogamos<br />

pelos que choram,<br />

mas pelos infelizes<br />

que são responsáveis<br />

pelas lágrimas.<br />

Não te rogamos ajuda<br />

aos que passam fome,<br />

mas pelos abastados<br />

Humor<br />

A Sementinha<br />

A professora diz ao aluno: - “Fui bonita” é passado. Se<br />

eu digo “sou bonita”, o que é?<br />

- É mentira – responde o Afonso.<br />

- Mas, senhor, no momento do furto não pensou na<br />

sua mulher e na sua filha?<br />

- Pensei sim, Sr. Dr. Juiz, mas na loja só havia roupa de<br />

homem…<br />

Num restaurante um freguês nada contente com as batatas que lhe foram<br />

servidas, desabafa:<br />

- Na minha terra, batatas como estas dão-se aos porcos!<br />

- Aqui também! – responde o empregado imperturbável.<br />

O marido ao despedir-se da esposa:<br />

- Querida, enquanto eu estiver em viagem, como queres que te mande<br />

notícias? Por telefone, telegrama ou fax?<br />

- De preferência, por transferência bancária.<br />

- Peço desculpa por a minha galinha ter dado cabo das flores do jardim…<br />

- Não se preocupe, o meu cão já se encarregou de comer a sua galinha.<br />

- Ainda bem. Ao menos morreu consolado. Acabo de atropelar o seu cão.<br />

- Quantos anos fazes hoje?<br />

- Vinte e cinco – responde a namorada.<br />

- Mas no ano passado disseste-me também que tinhas 25!<br />

- Então tu julgas que eu sou uma daquelas que dizem hoje uma coisa e<br />

amanhã outra?<br />

- Já sabes o alfabeto?<br />

- Sei sim, senhor professor.<br />

- Então depois do “a” que letras temos?<br />

- Todas as outras, senhor professor.<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

19


18 Revista da Catequese<br />

CARTÃO CARTÃO DE DE NATAL<br />

NATAL<br />

Escrevi<br />

Um cartão de Natal<br />

Dentro de mim.<br />

Tenho-o presente<br />

E (se puder)<br />

Vou dá-lo a toda a gente.<br />

Fiz-lhe um desenho<br />

Leve e risonho<br />

A amizade<br />

A amizade é ajudar um amigo<br />

Que se sinta sozinho.<br />

É consolá-lo com gestos de carinho<br />

E lembrar-lhe um bom momento antigo.<br />

A amizade é verdadeira<br />

Quando o sentimento é de felicidade.<br />

A amizade é traiçoeira<br />

Quando não há lealdade.<br />

A amizade é o calor<br />

Quando os gestos são reais.<br />

A amizade é a dor<br />

Quando os gestos são fatais.<br />

A amizade é a esperança<br />

Quando o arco-íris aparece.<br />

A amizade cansa<br />

Quando o amigo desaparece.<br />

A amizade é o som<br />

De uma guitarra a tocar.<br />

A amizade é o dom<br />

De um amigo a amar.<br />

(Renato Castro - 9º ano)<br />

Ano III – Nº 8<br />

Do meu sonho,<br />

E uma palavra só,<br />

Aberta<br />

Como uma flor<br />

A responder<br />

Na sua rima certa<br />

Amor!<br />

(Maria Alzira Machado)<br />

que são fomentadores<br />

da miséria socio-económica.<br />

Não pedimos<br />

em favor dos enfermos,<br />

mas nós intercedemos<br />

pelos que jogam fora a saúde<br />

e os que são impiedosos<br />

para com os doentes.<br />

Não estamos aqui<br />

pedindo pelos perseguidos,<br />

pelos caluniados,<br />

mas estamos interferindo<br />

pelos perseguidores,<br />

pelos caluniadores,<br />

pelos impiedosos.<br />

Eles sim,<br />

são verdadeiramente<br />

os infelizes<br />

por que perderam<br />

o rumo de Deus<br />

e o contacto com a consciência.<br />

Tem piedade Senhor,<br />

dos fomentadores<br />

da discórdia<br />

A Sementinha<br />

e consola os que<br />

estão chorando<br />

no teu regaço,<br />

procurando a Tua paz,<br />

e em Teu próprio<br />

nome de Amor,<br />

abençoa esta casa<br />

e os que aqui habitam,<br />

os que aqui buscam auxilio,<br />

os que pretendem seguir em<br />

frente,<br />

os que se entregam<br />

em regime de silêncio<br />

e abnegação,<br />

para que<br />

nas suas vozes caladas,<br />

possamos todos nós<br />

ouvir a Tua voz,<br />

ao invés<br />

dos que fazem tumulto<br />

para apagar<br />

a mensagem da Tua palavra.<br />

Senhor fica connosco<br />

e dá-nos a Tua Paz.<br />

(Enviado por Rosa Andrade)<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

15


16 Revista da Catequese<br />

NATAL NATAL DE DE FANTASIA<br />

FANTASIA<br />

Chegou o Natal! Tudo o anuncia!...<br />

A cidade enfeitou-se, vestiu sedas,<br />

Perdeu todo o seu ar de nostalgia!<br />

Ardem nas ruas, labaredas:<br />

De sonho d’ilusão e fantasia!<br />

Música, luz e cor, em demasia,<br />

Dão à cidade um tom extravagante!<br />

Como um palhaço, ri… finge alegria…<br />

E o mundo, tudo aplaude, delirante!<br />

Que importa a dor do nosso semelhante,<br />

Toda a tristeza e lágrimas vertidas?!...<br />

Isso não conta, é menos importante<br />

Do que essas fantasias divertidas!<br />

Que importa a alguém a vida d’outras vidas,<br />

Que uns tenham pão na mesa e outros não!...<br />

A miséria que vive às escondidas?!...<br />

- Porque o mundo se nega a dar-lhe a mão!...<br />

O que conta – é o egoísmo, a ambição,<br />

O desamor, o ódio, a hipocrisia!<br />

Tudo…menos Natal de amor cristão!...<br />

Tanta luz… e tão pouco ela alumia!<br />

Natal assim… sem luz no coração!...<br />

Não é Natal, - é pura Fantasia!<br />

(Do livro de Poemas “Cântico Liberto”)<br />

Ano III – Nº 8<br />

Poesia<br />

MENSAGEM MENSAGEM DE DE NATAL<br />

NATAL<br />

É Natal, meus irmãos, tempo sagrado.<br />

Tempo de Amor e Paz e de Poesia!...<br />

Tempo de caminharmos lado a lado<br />

Como Arautos de um sonho que nos guia!<br />

É Natal, meus irmãos, tempo lembrado,<br />

P’la chama fraternal que ele anuncia!...<br />

Sempre tão esquecido e desejado,<br />

- Na esp’rança dum Natal em cada dia!<br />

É Natal, meus irmãos, tempo de Amar,<br />

De escrevermos Poesia e de a cantar,<br />

Pois sentimos Natal dentro de nós!...<br />

É Natal, meus irmãos, tempo bendito,<br />

Somos poetas, é este o nosso grito,<br />

- Que o Mundo escute, enfim, a nossa voz!<br />

NATAL NATAL NATAL AFRICANO<br />

AFRICANO<br />

Não há pinheiros nem há neve,<br />

Nada do que é convencional,<br />

nada daquilo que se escreve<br />

ou que se diz…Mas é Natal<br />

que ar abafado! A chuva banha<br />

a terra morna e vertical.<br />

Plantas da flora mais estranha,<br />

Aves da fauna tropical.<br />

Nem luz, nem cores, nem<br />

lembranças<br />

Da hora única e imortal.<br />

(Castro Reis)<br />

A Sementinha<br />

Somente o riso da criança<br />

Que em toda a parte é sempre<br />

igual.<br />

Não há pastores nem ovelhas,<br />

Nada do que é tradicional.<br />

As orações, porém, são velhas<br />

E a noite é Noite de Natal.<br />

(Cabral do Nascimento)<br />

Out./Nov./Dez. ‘09<br />

17

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