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2 <strong>DE</strong>ZEMBRO - 2007<br />
SERVIÇO<br />
Reserva Biológica monitora tartarugas<br />
A Reserva Biológica do<br />
rio Trombetas (Rebio),<br />
em Oriximiná, santuário<br />
ecológico com<br />
diversidade ambiental espantosa,<br />
abriga muitos projetos<br />
científicos, como o desenvolvido<br />
pelo Instituto Nacional<br />
de Pesquisas da Amazônia<br />
(Inpa), de Manaus, em parceria<br />
com o Instituto Brasileiro<br />
do Meio Ambiente e dos Recursos<br />
Naturais Renováveis<br />
(Ibama) e a Mineração Rio<br />
do Norte (MRN). O Projeto<br />
Ecologia de Comunidades de<br />
Quelônios da Amazônia é<br />
um instrumento eficaz para<br />
descobrir as rotas de migração<br />
da tartaruga amazônica, que<br />
começa com sua desova, feita<br />
em tabuleiros nas prais da reserva.<br />
Pouco se conhece sobre<br />
as tartarugas de água doce, daí<br />
o pioneirismo do projeto. As<br />
Um sonho antigo há<br />
muito virou realidade<br />
em Oriximiná, onde os<br />
jovens não precisam mais<br />
sair de sua terra natal para continuar<br />
os estudos. A conquista<br />
foi possível graças à instalação<br />
do núcleo da Universidade<br />
Federal do Pará na cidade, em<br />
parceria com o município.<br />
A produção ceramista<br />
em Oriximiná é voltada<br />
principalmente para a<br />
fabricação de utensílios<br />
domésticos como panelas,<br />
pratos, tigelas, potes e alguidares.<br />
A maior parte dos artesãos<br />
utiliza a técnica do morrão<br />
ou rolinho, além de um tipo<br />
específico de barro limpo,<br />
encontrado em barreiros localizados<br />
em igarapés e cabeceiras<br />
de rios e que só pode ser<br />
retirado na maré baixa.<br />
Para avolumar e dar<br />
mais resistência ao barro, os<br />
artistas utilizam como “fermento”<br />
a casca do cariapé,<br />
espécie de madeira nativa da<br />
Diretora-Editora responsável<br />
Franssinete Florenzano<br />
Colaborador especial<br />
Emanuel Nassar<br />
Editoração eletrônica<br />
Calazans<br />
Fotolito e impressão<br />
Rua Gaspar Viana, 778<br />
Tel. 0xx91.32300777<br />
www.uruatapera.com<br />
uruatapera@uruatapera.com<br />
Av. Independência, 1857<br />
Oriximiná-PA. CEP 68270-000<br />
Tel/Fax. 0xx91.32221440<br />
CNPJ 23.060.825/0001-05<br />
primeiras tentativas de monitoramento,<br />
realizadas em 1989<br />
e em 2002, resultaram em<br />
algumas descobertas importantes<br />
sobre o modo de vida<br />
da espécie. Por exemplo, as<br />
tartarugas da Amazônia, após<br />
a desova, não permanecem no<br />
local, e resta saber para onde<br />
elas migram.<br />
Já foi constatado que,<br />
em dois dias, elas chegam a<br />
percorrer 65 quilômetros, o<br />
que sugere a possibilidade de<br />
que haja intercâmbio entre o<br />
Trombetas com outros rios,<br />
como o Tapajós”, deduz o<br />
doutor Richard Vogt, pesquisador<br />
do Inpa e coordenador<br />
do projeto.<br />
Há 14 espécies de tartaruga<br />
na região amazônica.<br />
Elas sempre retornam ao local<br />
onde nasceram para desovar,<br />
entretanto o tempo que elas<br />
O prefeito Argemiro<br />
Diniz destaca que os jovens<br />
de Oriximiná são privilegiados<br />
em ter uma oportunidade que<br />
é muito rara.”Segundo estudos<br />
realizados pelo Dr. Cristóvão<br />
Diniz, quando reitor<br />
da UFPA, de cada turma que<br />
terminava o ensino médio na<br />
região Amazônica, apenas um<br />
região, ou o cauixi, esponja de<br />
água doce que fica grudada nas<br />
árvores. Já a jutaicica (resina de<br />
jatobá) é utilizada na vedação<br />
interna das peças antes da<br />
queima, que também obedece<br />
um ritual todo especial,<br />
para garantir que a peça fique<br />
mais resistente e escurecida.<br />
A exploração sem replantio<br />
dessas espécies já resulta em<br />
certa dificuldade para encontrar<br />
os materiais utilizados na<br />
fabricação das peças.<br />
“A técnica de produção<br />
de cerâmicas quilombolas<br />
é elaborada, surpreendente<br />
mesmo”, garante Heliana<br />
Henriques, formada em Ar-<br />
TELEFONES ÚTEIS<br />
levam para chegar à fase adulta<br />
e o nível de sobrevivência dos<br />
filhotes após a desova ainda é<br />
desconhecido.<br />
Um dos objetivos das<br />
Milhares de metros cúbicos de madeira eram jogados fora. O município lutou e ganhou.<br />
estudante entrava na universidade,<br />
devido às dificuldades,<br />
principalmente para as pessoas<br />
dos municípios do interior,<br />
que tinham que se deslocar<br />
para os grandes centros urbanos<br />
e ainda concorrer com<br />
alunos da capital que podem<br />
fazer cursinhos especializados<br />
e tudo mais” relata.<br />
PREFEITURA MUNICIPAL <strong>DE</strong> <strong>ORIXIMINÁ</strong> ÀS SUAS OR<strong>DE</strong>NS<br />
Gabinete do Prefeito – (93) 3544 1319<br />
Secretaria Municipal de Educação – (93) 3544 1224<br />
Secretaria Municipal de Bem-Estar e Assistência Social – (93) 3544 1169<br />
Secretaria Municipal de Saúde – (93) 3544 1587<br />
Secretaria Municipal de Infra-Estrutura – (93) 3544 1119<br />
Além do projeto científi co, o Pé de Pincha preserva os quelônios e educa os ribeirinhos<br />
No início da operação<br />
do Projeto Trombetas,<br />
em 1979 , pela Mineração<br />
Rio do Norte – MRN, a<br />
madeira não considerada de<br />
lei era utilizada na secagem<br />
do minério.<br />
Depois de muita perda econô-<br />
Argemiro diz que o município<br />
vêm investindo na ampliação<br />
do acesso à educação<br />
superior, por acreditar que<br />
é através do conhecimento<br />
que a qualidade de vida da<br />
população pode melhorar. A<br />
prefeitura ainda investe mais<br />
de R$ 11 mil todos os meses<br />
em pessoal nos quadros ad-<br />
mica e, principalmente, ambiental,<br />
a atividade mineradora<br />
em Oriximiná passou a cuidar<br />
desses recursos naturais e a<br />
implantar projetos de manejo<br />
adequados às características<br />
locais. Atualmente os resíduos<br />
da biomassa, removidos<br />
ministrativos, serviços gerais e<br />
manutenção do prédio. “Esse<br />
esforço que estamos fazendo<br />
tem custo elevado, mas é um<br />
investimento que está sendo<br />
feito para a melhoria da qualidade<br />
de vida da população”,<br />
observa o prefeito.<br />
Os cursos hoje oferecidos,<br />
além de atender os<br />
para facilitar a mineração, são<br />
aproveitados para o reflorestamento.<br />
É importante notar<br />
que hoje os efeitos diretos da<br />
mineração não são grandes,<br />
assim como não são tão observáveis<br />
no mapa os efeitos<br />
indiretos.<br />
jovens de Oriximiná, também<br />
acolhem alunos de municípios<br />
vizinhos como Juruti, após ser<br />
firmada uma parceria entre as<br />
prefeituras. “É por isso que<br />
consideramos muito importante<br />
esse esforço, não só para<br />
o nosso município, mas toda<br />
a população desta região”,<br />
finaliza Argemiro.<br />
Cerâmica quilombola oriximinaense tem características especiais<br />
Artesã em processo de secagem de suas peças<br />
tes Industriais e que há cinco<br />
anos acompanha o trabalho<br />
das ceramistas como bolsista<br />
do Museu Paraense Emílio<br />
reservas biológicas é justamente<br />
a proteção dos animais<br />
que vivem nesse habitat, mas<br />
como as tartarugas da Amazônia<br />
não permanecem na<br />
Goeldi. O bonito artesanato<br />
local foi descoberto por<br />
acaso, quando começou o<br />
trabalho de educação junto<br />
reserva após a desova e migram<br />
para outras áreas, é preciso<br />
criar formas eficientes de<br />
proteção desses animais, uma<br />
vez que não adianta proteger<br />
Jovens oriximinaenses têm oportunidade de cursar nível superior<br />
às crianças da região. “A<br />
atividade de ceramista sofria<br />
muito preconceito por parte<br />
dos mais jovens e despertava<br />
pouco interesse nas crianças”,<br />
lembra Heliana que,<br />
na época, participava de um<br />
projeto de educação ambiental<br />
e patrimonial realizado<br />
no município pelo Museu<br />
Goeldi e Mineração Rio do<br />
Norte. “No início as crianças<br />
chamavam as cerâmicas de<br />
‘coisa de velho ou de índio’,<br />
mas hoje a situação já se inverteu”,<br />
revela.<br />
Depois de um intenso<br />
trabalho de valorização das<br />
cerâmicas quilombolas, a téc-<br />
apenas o local de desova, alertam<br />
os pequisadores.<br />
Outra informação relevante<br />
é a quantidade de tartarugas<br />
que sobe o rio Trombetas<br />
para desovar. Na década<br />
de 40 havia cerca de 30 mil<br />
tartarugas da Amazônia; nos<br />
anos 70, o número caiu para<br />
8 mil; em 80, eram 800 e,<br />
atualmente, não chega a 200<br />
tartarugas. Um outro desafio<br />
é saber por que esse número<br />
vem caindo.<br />
No início dos estudos,<br />
20 tartarugas da Amazônia<br />
receberam dois tipos de transmissores<br />
de localização: um<br />
por satélite e outro por ondas<br />
de rádio VHF. Além do monitoramento,<br />
o projeto inclui<br />
ainda divulgação e orientação<br />
às comunidades localizadas<br />
nas rotas de migração mais<br />
prováveis das tartarugas.<br />
Destinação sustentável da madeira<br />
nica preservada pela memória<br />
de dona Zuleide, a decana<br />
das artesãs na comunidade<br />
remascente dos antigos quilombos<br />
da Boa Vista, passou<br />
a despertar o interesse de toda<br />
a comunidade, inclusive das<br />
crianças.<br />
Hoje, consciente da importância<br />
deste trabalho para a<br />
preservação cultural e histórica<br />
do seu povo, Zuleide ensina<br />
a técnica a todos aqueles que<br />
a procuram, na sua humilde<br />
casa.Ao lado da cerâmica Konduri,<br />
de influência dos indígenas<br />
que habitavam a região, a<br />
quilombola tem características<br />
marcantes.<br />
Secretaria Municipal de Cultura – (93) 3544 2681<br />
Secretaria Municipal de Turismo –(93) 3544 2072<br />
Hospital - Maternidade São Domingos Sávio – (93) 3544 1371<br />
Hospital Municipal – (93) 3544 1370<br />
Defensoria Pública – (93) 3544 4000<br />
Fórum – (93) 3544 1299<br />
Polícia Civil – (93) 3544 1219