24/04/2008 - Câmara dos Deputados
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CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ COM REDAÇÃO FINAL<br />
Nome: Comissão de Agricultura, Pecuária, Abast. e Desenvolvimento Rural<br />
Número: 0514/08 Data: <strong>24</strong>/<strong>04</strong>/<strong>2008</strong><br />
processos, existências e mortes. Sobre quem e como foi não nos compete dizer<br />
neste momento, mas que existe o clima de matança, existe. Isso daí é fato. O<br />
Deputado Ernandes Amorim, que tem forte influência em Buritis, conhece bem a<br />
região e sabe que Buritis passou a ser Comarca em 2003. Eu não posso precisar<br />
exatamente quantas pessoas vieram a óbito em decorrência de questões agrárias<br />
em Buritis, mas são inúmeras, várias, são questões que não raras vezes viram<br />
processo, não chegam a virar processo. E isso tem algumas causas, há alguns<br />
fatores preponderantes para isso. A inércia do Estado. Isso é fato. O Estado é<br />
inoperante em to<strong>dos</strong> as esferas. Esfera federal? Sim. Esfera estadual? Sim. Esfera<br />
municipal? Sim. Também nas questões de infra-estrutura, de distribuição de terra e<br />
de legalização da parte fundiária.<br />
Quanto ao que o Sr. Nilo Hallack disse aqui, faço até um pequeno paralelo. O<br />
Sr. Nilo abordou a questão da regularização de política fundiária. Não é por meio de<br />
invasão. Se pegarmos a parte processual, a política de invasão, a forma de<br />
ocupação, veremos que não se permite distribuição de terra legalmente falando. Por<br />
isso, volto ao meu ponto. O INCRA é inoperante, o Estado é inoperante. Eu não<br />
posso, no procedimento possessório, te dar a terra com documentação definitiva,<br />
porque hoje não basta apenas eu dar a terra ao senhor. O que basta? Eu tenho de<br />
proporcionar linha de crédito, financiamento e razões para que a terra se torne<br />
produtiva, não apenas um lote. Sr. Nilo, o senhor é de qual Estado? Desculpe-me.<br />
O SR. NILO HALLACK - Minas Gerais.<br />
O SR. JEFERSON CRISTI TESSILA DE MELO - O senhor é de Minas. O<br />
senhor conhece Rondônia? O lote padrão do INCRA — o Deputado Anselmo de<br />
Jesus conhece — é 42 hectares, desculpe-me, 42 alqueires, que corresponde a 100<br />
hectares. Seguindo a Medida Provisória nº 2.166, apenas 20% dessa área pode ser<br />
agricultável e se obter financiamento. Banco do Brasil, Caixa Econômica e BASA<br />
exigem certificado ambiental para a liberação dessas verbas. Portanto, não basta<br />
dar a terra, é preciso dar condições para que ela se torne produtiva e eficiente.<br />
Quanto à inércia, ela é de conhecimento público. Tenho aqui na minha mão<br />
inúmeros documentos. Se eu fosse mostrar aos senhores, tomaria muito tempo.<br />
Foram realizadas reuniões com dirigentes do INCRA em 2001, 2003 e 20<strong>04</strong>. Nada<br />
praticamente foi feito, foram tomadas algumas medidas paliativas.<br />
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