Gossip Girl - O Início - Só Podia Ser Você - Webnode
Gossip Girl - O Início - Só Podia Ser Você - Webnode
Gossip Girl - O Início - Só Podia Ser Você - Webnode
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
arrastasse a bunda molhada da banheira e colocasse um filme ou coisa assim. Mas o<br />
comentário de Ruby lhe deu uma ideia. Vanessa passava a maior parte do tempo livre<br />
em casa, folheando publicações de fotografia e arte alternativas e separando<br />
distraidamente as pontas do cabelo preto e longo. O estúdio fotográfico da Constance<br />
Billard era ridiculamente bem abastecido e totalmente subutilizado, e a escola devia ter<br />
milhões de dólares em orçamento. Por que não aproveitar os recursos da escola e criar<br />
uma revista de arte só dela? Ela podia pedir contribuições de suas colegas da Constance<br />
e publicar uma de suas próprias fotos sombrias e brilhantes na capa da engenhosa<br />
edição. Ela não conseguiria um namorado assim, não que se importasse, mas isso a<br />
manteria ocupada e podia até ajudar a colocá-la dentro da NYU, a Universidade de<br />
Nova York.<br />
É claro que ela provavelmente teria de publicar um monte de fotos imbecis de pés bem-<br />
cuidados e poemas sobre bichons frisés mortos, mas também podia deformá-las<br />
eletronicamente na privacidade de seu lar. Talvez a mãe de uma das meninas, uma dona<br />
de galeria, descobrisse seu olho primitivo e intuitivo por trás da câmera e ela começasse<br />
a carreira no cinema antes até de terminar a escola de cinema da NYU. Talvez Ruby<br />
tivesse razão - ela precisava de um projeto. Criar sua própria revista de arte seria a<br />
maneira ideal de se estabelecer na cidade e mostrar a todos que ela era mais do que uma<br />
recém-chegada de Vermont, uma garota pálida, um tanto gorducha, que se vestia de<br />
preto e usava Doc Martens. E já que estava nessa, talvez ela fizesse alguma coisa<br />
diferente com o cabelo, algo inesperado.<br />
Vamos rezar para que o que quer que ela faça não envolva cocô de periquito.<br />
os perseguidores psicóticos podem ser mirins<br />
- Mas você se lembra dos da mamãe, não é? Eles não são pequenos - lembrou Jennifer<br />
Humphrey, de 12 anos, ao irmão mais velho, Daniel, enquanto se sentavam à mesa de<br />
fórmica cor de banana e rachada da cozinha para tomar o brunch de sábado. Com o<br />
corpinho de 1,50m enfiado no mesmo pijama de fleece com pezinhos que ela usava<br />
desde que tinha 10 anos, Jenny cavoucava o recipiente gigante de iogurte de soja sabor<br />
pera na esperança de que o estrogênio natural da soja aumentasse o tamanho de seus<br />
peitos. Todo mundo na turma do sétimo ano da Constance Billard estava florescendo<br />
(Luna Skye tinha crescido dois tamanhos desde setembro!). Todo mundo, menos Jenny.<br />
- É, mas talvez sejam falsos. Quer dizer, a gente nem sabe nada da mamãe - assinalou<br />
Dan, desgrenhado com uma calça de veludo cotelê marrom e suja. Neste inverno ele só<br />
usou duas mudas de roupa: calça de veludo coletê marrom e uma camisa polo preta com<br />
uma camisa branca e puída de gola rulê por baixo, tudo da Old Navy, ou calça Levi’s<br />
desbotada com um casaco de capuz mostarda que ele comprou num brechó no East<br />
Village. Ele fez o rodízio das duas mudas de roupa até que elas ficaram cinzentas e<br />
Jenny finalmente cedeu, levando-as na lavanderia do porão de seu prédio. Era isso que<br />
acontecia quando não se tinha a mãe por perto para lavar a roupa, pensou Jenny com<br />
tristeza. Era irmã mais nova que tinha de fazer.<br />
Dan colocou outra colherada de café instantâneo Falgers na caneca de plástico verde do<br />
Ursinho Puff onde ele tomava café desde que tinha 6 anos. Falar na mãe sempre lhe<br />
dava mal-estar e, como o pai dos dois, Rufus, estava fora desde a noite anterior,<br />
comparecendo a um recital que durava a noite toda com os camaradas poetas<br />
anarquistas, Jenny estava falando na mãe ainda mais do que o normal.