Poliana Daré Zampirolli Universidade Estadual do Norte ... - SOBER
Poliana Daré Zampirolli Universidade Estadual do Norte ... - SOBER
Poliana Daré Zampirolli Universidade Estadual do Norte ... - SOBER
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Autores <strong>do</strong> Artigo:<br />
<strong>Poliana</strong> <strong>Daré</strong> <strong>Zampirolli</strong><br />
<strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense - UENF<br />
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - CCTA<br />
Laboratório de Engenharia Agrícola – Setor de Economia Rural<br />
Av. Alberto Lamego, 2000 – Parque Califórnia<br />
CEP 28.013-600 – Campos <strong>do</strong>s Goytacazes-RJ<br />
Endereço eletrônico: poliana@uenf.br<br />
CPF: 080.988.967-65<br />
Niral<strong>do</strong> José Ponciano<br />
<strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense – UENF<br />
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - CCTA<br />
Laboratório de Engenharia Agrícola – Setor de Economia Rural<br />
Av. Alberto Lamego, 2000 – Parque Califórnia<br />
CEP 28.013-600 – Campos <strong>do</strong>s Goytacazes-RJ<br />
Endereço eletrônico: ponciano@uenf.br<br />
CPF: 515.701.816-91<br />
Adelmo Golynski<br />
<strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense – UENF<br />
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - CCTA<br />
Laboratório de Engenharia Agrícola – Setor de Economia Rural<br />
Av. Alberto Lamego, 2000 – Parque Califórnia<br />
CEP 28.013-600 – Campos <strong>do</strong>s Goytacazes-RJ<br />
Endereço eletrônico: adelmo@uenf.br<br />
CPF: 083.700.727-55<br />
André Assis Pires<br />
<strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense – UENF<br />
Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias - CCTA<br />
Laboratório de Fitotecnia – Setor de Nutrição Mineral de Plantas<br />
Av. Alberto Lamego, 2000 – Parque Califórnia<br />
CEP 28.013-600 – Campos <strong>do</strong>s Goytacazes-RJ<br />
Endereço eletrônico: assis@uenf.br<br />
CPF: 077.696.277-96<br />
GRUPO: 1 – COMERCIALIZAÇÃO, MERCADOS E PREÇOS AGRÍCOLAS<br />
O TRABALHO SERÁ APRESENTADO NA FORMA DE PÔSTER
COMERCIALIZAÇÃO, TAXA DE CRESCIMENTO E VARIAÇÃO SAZONAL DOS<br />
PREÇOS DA GOIABA PRODUZIDA NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE<br />
<strong>Poliana</strong> <strong>Daré</strong> <strong>Zampirolli</strong> 1<br />
Niral<strong>do</strong> José Ponciano 2<br />
Adelmo Golynski 3<br />
André Assis Pires 4<br />
RESUMO<br />
Objetivou-se neste estu<strong>do</strong> analisar alguns aspectos da comercialização, as taxas de<br />
crescimento <strong>do</strong>s preços e os índices de variação sazonal, entre os níveis de produtor e ataca<strong>do</strong><br />
da goiaba produzida na Região <strong>Norte</strong> Fluminense. Constatou-se, inicialmente, que a Região<br />
<strong>Norte</strong> Fluminense participa com uma quantidade representativa na produção de goiaba no<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, sen<strong>do</strong> que grande parte da produção de goiaba se destina ao<br />
merca<strong>do</strong> das agroindústrias e o restante é comercializa<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> atacadista da CEASA-<br />
RJ. Com relação ao comportamento <strong>do</strong>s preços, houve um declínio mais acentua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s preços<br />
em nível de produtor <strong>do</strong> que em nível de ataca<strong>do</strong>. De acor<strong>do</strong> com o índice sazonal, os preços<br />
estão acima da média nos meses de janeiro a julho e abaixo da média nos demais meses. Em<br />
nível de ataca<strong>do</strong>, os preços estão acima da média nos meses de janeiro, julho, setembro a<br />
dezembro e abaixo da média nos demais meses.<br />
Palavras-chaves: Comercialização, merca<strong>do</strong> de frutas e índice sazonal.<br />
INTRODUÇÃO<br />
O Brasil é o maior produtor mundial de frutas tropicais e, graças às suas condições de<br />
solo e de clima diversificadas, pode também se dedicar ao plantio de fruteiras de clima<br />
tempera<strong>do</strong> e subtropical, produtos com eleva<strong>do</strong> potencial para o merca<strong>do</strong> externo (Morga<strong>do</strong> et<br />
al., 2004).<br />
O merca<strong>do</strong> mundial de frutas frescas movimenta cerca de US$ 20 bilhões/ano. Os<br />
maiores países exporta<strong>do</strong>res de frutas são os EUA, a Espanha e a Itália, que são responsáveis<br />
por mais de 1/3 <strong>do</strong> valor das exportações mundiais. A maior parte das exportações desses<br />
países é constituída de frutas de clima tempera<strong>do</strong>. Na América Latina, Chile e Equa<strong>do</strong>r são os<br />
maiores exporta<strong>do</strong>res de frutas frescas. O Chile concentra as suas exportações em frutas de<br />
clima tempera<strong>do</strong>, enquanto o Equa<strong>do</strong>r é, basicamente, exporta<strong>do</strong>r de banana. As exportações<br />
brasileiras de frutas frescas têm oscila<strong>do</strong> em torno de US$ 100 milhões/ano, o que representa<br />
0,5% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial de frutas frescas e 0,8% <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> mundial de frutas tropicais<br />
(Orioli et al., 1999).<br />
O Brasil é um <strong>do</strong>s maiores produtores de goiaba <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>. A área plantada com essa<br />
fruta duplicou de 1993 a 2003 no Brasil, passan<strong>do</strong> de 8.636 hectares para 17.776 ha. Segun<strong>do</strong><br />
da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> IBGE (2004), a Região Sudeste produziu, no ano de 2003, cerca de 6.496 ha de<br />
goiaba, sen<strong>do</strong> que no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro, a área cultivada foi de 618 ha. Destes, 140 ha<br />
pertencem à Região <strong>Norte</strong> Fluminense, onde a produção de frutas vem sen<strong>do</strong> incentivada e<br />
a<strong>do</strong>tada como alternativa de investimento na agricultura.<br />
1 Doutoranda em Produção Vegetal da Univ. Est. <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense, Campos, RJ. E-mail: poliana@uenf.br<br />
2 Professor da <strong>Universidade</strong> <strong>Estadual</strong> <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense, Campos, RJ. E-mail: ponciano@uenf.br<br />
3 Doutoran<strong>do</strong> em Produção Vegetal da Univ. Est. <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense, Campos, RJ. E-mail: adelmo@uenf.br<br />
4 Doutoran<strong>do</strong> em Produção Vegetal da Univ. Est. <strong>do</strong> <strong>Norte</strong> Fluminense, Campos, RJ. E-mail: assis@uenf.br<br />
1
A Região <strong>Norte</strong> Fluminense possui grande potencial para a expansão da produção de<br />
frutas, o qual já começa a ser explora<strong>do</strong> de forma pioneira com o cultivo de algumas espécies<br />
de ampla aceitação no merca<strong>do</strong>. Esse é o caso, em particular, da goiaba, cujo cultivo vem se<br />
desenvolven<strong>do</strong> no decorrer <strong>do</strong>s últimos anos, estimula<strong>do</strong>s pelas potencialidades da Região,<br />
quer no que diz respeito aos aspectos de clima e solo, quer no que se refere ao merca<strong>do</strong>.<br />
Objetivou-se neste estu<strong>do</strong> analisar alguns aspectos da comercialização, as taxas de<br />
crescimento <strong>do</strong>s preços e os índices de variação sazonal, entre os níveis de produtor e ataca<strong>do</strong><br />
da goiaba produzida na Região <strong>Norte</strong> Fluminense.<br />
Fonte de da<strong>do</strong>s<br />
MATERIAL E MÉTODOS<br />
A pesquisa realizada teve como foco o processo de comercialização da goiaba<br />
produzida na Região <strong>Norte</strong> Fluminense e destinada ao merca<strong>do</strong> da cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
Os da<strong>do</strong>s emprega<strong>do</strong>s se referem aos preços mensais da goiaba no merca<strong>do</strong> atacadista da<br />
CEASA-RJ, e também aos preços recebi<strong>do</strong>s pelos produtores, que foram levanta<strong>do</strong>s junto ao<br />
IBGE. Não foi possível o levantamento <strong>do</strong>s preços recebi<strong>do</strong>s pelos varejistas, devi<strong>do</strong> à falta<br />
de informações de séries de preços da goiaba no merca<strong>do</strong> nesse nível <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>. Todas<br />
essas informações foram coletadas, mensalmente, para o perío<strong>do</strong> referente a janeiro/2001 a<br />
julho/2004. As séries de preços, inicialmente expressas em moeda corrente da época e em<br />
termos nominais, foram uniformizadas e posteriormente deflacionadas pelo Índice Geral de<br />
Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (Base: agosto/2004 =<br />
100), possibilitan<strong>do</strong> a obtenção de preços reais.<br />
Taxa média geométrica de crescimento<br />
Para estimar a magnitude das variações ocorridas nas séries de preços no decorrer <strong>do</strong><br />
perío<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong>s, pretende-se usar a taxa média geométrica de crescimento. Segun<strong>do</strong><br />
Munhoz (1989), essa taxa é apropriada a situações em que uma variável qualquer registra<br />
tendência de crescimento (positivo ou negativo) a taxas não homogêneas – como nas séries<br />
relativas a produção, nível de emprego, faturamento, salários, arrecadação tributária, carga<br />
transportada, etc., onde uma infinidade de fatores tende a contribuir para que a evolução <strong>do</strong><br />
fenômeno obedeça a ritmos diferencia<strong>do</strong>s, em distintos perío<strong>do</strong>s. O cálculo da taxa média<br />
geométrica de crescimento será possível mediante o ajustamento, a partir da série de pontos<br />
observa<strong>do</strong>s, da função exponencial.<br />
i<br />
t<br />
Y = ab<br />
( 1)<br />
em<br />
que:<br />
Yi = variável<br />
dependente (conhecida, pois seriam os valores observa<strong>do</strong>s da variável “Y” nos<br />
“i” perío<strong>do</strong>s)<br />
b = (1+r)<br />
t = tempo ou perío<strong>do</strong>s (1, 2, 3, 4, ..., n)<br />
Com<br />
o auxilio de logarítmos pode-se linearizar a função (1), obten<strong>do</strong>-se:<br />
logYi ( log b)<br />
= log a + t<br />
(2)<br />
2
ou, fazen<strong>do</strong>:<br />
tem-se:<br />
logYi = y ’<br />
log a = a ’<br />
l og b log 1+<br />
r =<br />
( ) b<br />
= ’<br />
y’ = a ’ + b’t<br />
(3)<br />
Após<br />
o ajustamento (pelo méto<strong>do</strong> <strong>do</strong>s mínimos quadra<strong>do</strong>s), encontra-se a taxa média<br />
geométrica<br />
de crescimento<br />
(r), que pode ser anual ou mensal, dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong> perío<strong>do</strong><br />
considera <strong>do</strong>. Apenas identifican<strong>do</strong>-se o antilog de b’ [ou antilog (1+r)] e subtrain<strong>do</strong>-se 1:<br />
[ antilog(<br />
b'<br />
) 1]<br />
r −<br />
= (4)<br />
Padrão de variação estacional através <strong>do</strong> uso da média geométrica móvel<br />
Para<br />
obter o padrão de variação estacional das séries de preço, empregou-se o méto<strong>do</strong><br />
da média geométrica móvel centralizada, descrito em Hoffmann (1991). Na<br />
obtenção <strong>do</strong><br />
padrão<br />
de variação estacional com o uso da média geométrica móvel, pressupos-se<br />
que o<br />
preço, num determina<strong>do</strong> instante t (Pt = Pij, sen<strong>do</strong> que i = 1, 2, ..., n indica o ano e j = 1, 2, ...,<br />
12 indica o mês) é constituí<strong>do</strong> de três componentes:<br />
a) uma tendência exponencial AB t = exp{a + bt}, com a mesma unidade de medida <strong>do</strong> preço,<br />
onde a = lnA e b = lnB são os parâmetros;<br />
b) um componente estacional adimensional εj tal que:<br />
12<br />
∏ ε j = 1<br />
j=<br />
1<br />
c) um fator aleatório adimensional U , com E(lnU ) = 0<br />
Assim, tem-se:<br />
P = P = AB ε U<br />
t<br />
ij<br />
t<br />
l<br />
t<br />
t t<br />
Pode-se demonstrar<br />
que o componente estacional pode ser elimina<strong>do</strong> calculan<strong>do</strong>-se a<br />
média<br />
geométrica móvel centralizada de <strong>do</strong>ze termos (Gt), dada por:<br />
12 0,<br />
5<br />
0,<br />
5<br />
G t Pt<br />
−6<br />
⋅ Pt<br />
−5<br />
⋅⋅<br />
⋅ Pt<br />
⋅⋅<br />
⋅ Pt<br />
+ 5 ⋅ Pt<br />
+ 6<br />
= (7)<br />
Pode ser prova<strong>do</strong>, ainda, que as diferenças dij<br />
= dt = ln Pt – lnGt ou dij = lnDij, onde<br />
Dij= D t = Pt/Gt são estimativas não tendenciosas <strong>do</strong>s componentes estacionais, sen<strong>do</strong> os<br />
valores 100Dt = exp{dt} denomina<strong>do</strong>s índices<br />
estacionais. Para se obter estimativas mais<br />
eficientes<br />
<strong>do</strong>s componentes estacionais, deve-se calcular a média aritmética <strong>do</strong>s valores de dij<br />
v<br />
referentes a um mesmo mês ( d j ):<br />
j<br />
*<br />
j<br />
d = ln D<br />
(8)<br />
3<br />
(5)<br />
(6)
em que<br />
*<br />
D j é a média geométrica <strong>do</strong>s<br />
Dij para o j-ésimo mês, ou seja:<br />
D<br />
⎡<br />
⎢⎛<br />
= ⎜<br />
⎢<br />
⎢⎣<br />
se<br />
7 ≤ j ≤ 12 e,<br />
se 1 ≤ j ≤ 6.<br />
mo<strong>do</strong>,<br />
( *<br />
j<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎥<br />
⎥⎦<br />
−<br />
∏ ⎟<br />
⎝ i=1<br />
⎠<br />
n<br />
*<br />
j<br />
1<br />
1 ⎞ n−1<br />
D ij<br />
(9)<br />
1 ⎡ ⎤<br />
n<br />
⎢⎛<br />
⎞ n−1<br />
*<br />
D ⎜ ⎟ ⎥<br />
j =<br />
⎢ ∏ Dij<br />
(10)<br />
⎝ ⎠<br />
⎥<br />
i=<br />
2<br />
⎢⎣<br />
⎥⎦<br />
Uma vez que, de acor<strong>do</strong> com a condição (b) <strong>do</strong> modelo, , ou, de outro<br />
12<br />
∑<br />
1<br />
ln<br />
ε 0 , é desejável que o produto das <strong>do</strong>ze estimativas <strong>do</strong>s fatores estacionais<br />
j =<br />
D ) seja<br />
igual a um ou, de mo<strong>do</strong> semelhante, que a soma <strong>do</strong>s d j seja igu al a zero. Quan<strong>do</strong><br />
*<br />
isso não ocorre, deve-se dividir cada D pela correção<br />
12 ⎛ * ⎞<br />
C = ⎜∏<br />
DJ<br />
⎟<br />
⎝ J = 1 ⎠<br />
ou, de mo<strong>do</strong> equivalente, subtrair de cada<br />
12<br />
∑<br />
j=<br />
1<br />
1<br />
12<br />
j<br />
d j o valor da correção<br />
12<br />
∏<br />
i=<br />
1<br />
ε<br />
j<br />
= 1<br />
1<br />
c = d j<br />
(12)<br />
12<br />
Disso<br />
resulta que as estimativas <strong>do</strong>s erros estacionais são dadas por<br />
ˆ<br />
j =<br />
*<br />
D j<br />
C<br />
ε (13)<br />
que<br />
é equivalente a<br />
ˆ ε j =<br />
{ c}<br />
(11)<br />
exp d j − (14)<br />
4
Essas estimativas, multiplicadas por cem ( 100εˆ<br />
) consistem nos índices sazonais, que<br />
caracterizam o padrão de variação<br />
estacional <strong>do</strong> preço <strong>do</strong> produto.<br />
Para<br />
calcular a dispersão <strong>do</strong>s dij relativos a determina<strong>do</strong> mês faz-se a estimativa <strong>do</strong><br />
desvio padrão, através de:<br />
1<br />
2<br />
s j = ( dij<br />
− d j )<br />
(15)<br />
n − 2<br />
se 7 ≤ j ≤ 12, ou<br />
s<br />
j<br />
=<br />
se<br />
1 ≤ j ≤ 6.<br />
1<br />
n − 2<br />
∑ − n 1<br />
i=<br />
1<br />
n<br />
∑<br />
i=<br />
2<br />
( d<br />
ij<br />
− d<br />
j<br />
Por definição, o índice de irregularidade<br />
(Sj) consiste em:<br />
Sj= ex p {sj}<br />
)<br />
2<br />
Como Dij= exp {dij},o valor de Sj é uma medida da dispersão <strong>do</strong>s Dij relatva ao j-ésimo<br />
mês. Assim,<br />
para cada mês, obtém-se um intervalo da dispersão <strong>do</strong>s índices estacionais, cujos<br />
limites superior e inferior resultam da multiplicação e divisão <strong>do</strong> índice<br />
sazonal pelo índice de<br />
irregularidade, respectivamente.<br />
RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />
Origem da goiaba comercializada na CEASA-RJ<br />
Na Figura 1 demonstra-se o volume comercializa<strong>do</strong> de goiaba na CEASA-RJ. Como<br />
pode-se observar, a maior parte da goiaba comercializada nos últimos<br />
anos tem como origem<br />
o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro,<br />
sen<strong>do</strong> que São Paulo participa com uma quantidade bem<br />
representativa. Com relação aos Esta<strong>do</strong>s de Minas Gerais, Bahia e Espírito Santo, estes<br />
participam com uma pequena quantidade no volume<br />
comercializa<strong>do</strong>, fornecen<strong>do</strong> maior<br />
quantidade da fruta nos meses de entressafra.<br />
5<br />
j<br />
(16)
100%<br />
90%<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
1998 1999 2000 2001 2002 2003<br />
BA MG SP ES RJ<br />
Figura 1 – Participação <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s no volume comercializa<strong>do</strong> de goiaba no merca<strong>do</strong><br />
atacadista da CEASA-RJ, nos anos de 1998 a 2003.<br />
Como pode ser observa<strong>do</strong> na Figura 2, a produção se concentra principalmente na<br />
Região Metropolitana <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Entretanto, a participação da Região <strong>Norte</strong> é bastante<br />
expressiva, responden<strong>do</strong> por cerca de 21% da produção no ano de 2003. Nesse ano, a Região<br />
<strong>Norte</strong> Fluminense produziu cerca de 2.329 toneladas de goiaba, <strong>do</strong>s quais comercializou<br />
apenas 106,85 toneladas na CEASA-RJ. Segun<strong>do</strong> Brandão (2004), os produtores de goiaba <strong>do</strong><br />
<strong>Norte</strong> Fluminense colocam sua produção na forma tradicional, ou seja, uma parcela no<br />
merca<strong>do</strong> de frutas frescas e uma parcela para produtores de <strong>do</strong>ces da região e regiões<br />
vizinhas. Com os investimentos que vêm sen<strong>do</strong> feitos na melhoria <strong>do</strong>s pomares,<br />
principalmente pela introdução de irrigação, a produtividade e a produção irão crescer e a<br />
ampliação <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> será necessária. Os produtores da Região participam da promoção <strong>do</strong><br />
Guatchup, novo produto com potencial para ampliar substancialmente o merca<strong>do</strong> dessa fruta.<br />
6
Metropolitana<br />
55%<br />
Noroeste<br />
10%<br />
Sul<br />
3%<br />
Baixadas<br />
0%<br />
<strong>Norte</strong><br />
21%<br />
Centro<br />
11%<br />
Figura 2 – Participação de cada mesorregião geográfica na quantidade produzida de goiaba no<br />
Rio de Janeiro, no ano de 2003.<br />
Taxa média geométrica de crescimento<br />
A Figura 3 apresenta a evolução <strong>do</strong>s preços médios mensais corrigi<strong>do</strong>s da goiaba, em<br />
nível de produtor, onde se pode observar uma nítida tendência de declínio <strong>do</strong>s preços<br />
recebi<strong>do</strong>s no decorrer <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Através da taxa média geométrica de crescimento,<br />
constatou-se que o preço da fruta decresceu a uma taxa significativa de -1,41% ao mês no<br />
perío<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>. Em janeiro de 2001 o preço médio pago pela fruta era de R$ 0,66/Kg e em<br />
julho de 2004 o preço pago foi de R$ 0,41/Kg, ou seja, um decréscimo de R$ 0,25/Kg da<br />
fruta.<br />
Valor (R$/Kg)<br />
0,80<br />
0,60<br />
0,40<br />
0,20<br />
0,00<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
Meses<br />
Produtor Tendência<br />
Figura 3 – Preços médios mensais corrigi<strong>do</strong>s de goiaba, em nível de produtor, de janeiro/2001<br />
a julho/2004.<br />
Na Figura 4, pode-se observar a variação mensal <strong>do</strong>s preços reais da goiaba, em nível<br />
de ataca<strong>do</strong>. Contrariamente ao que se observa em nível de produtor, não se constata uma<br />
tendência acentuada de queda nos preços. Em janeiro de 2001 o preço médio da fruta era de<br />
7
R$ 1,70/Kg e em julho de 2004 o preço foi de R$ 2,21/Kg. Apesar disso, obteve-se uma taxa<br />
geométrica de crescimento negativa e significativa, da ordem de -0,35% ao mês no perío<strong>do</strong><br />
analisa<strong>do</strong>.<br />
Valor (R$/Kg)<br />
4,00<br />
3,00<br />
2,00<br />
1,00<br />
0,00<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
ago<br />
set<br />
out<br />
nov<br />
dez<br />
jan<br />
fev<br />
mar<br />
abr<br />
mai<br />
jun<br />
jul<br />
Meses<br />
Ataca<strong>do</strong> Tendência<br />
Figura 4 – Preços médios mensais corrigi<strong>do</strong>s de goiaba, no merca<strong>do</strong> atacadista da CEASA-<br />
RJ, de janeiro/2001 a julho/2004.<br />
Partin<strong>do</strong> <strong>do</strong>s valores estima<strong>do</strong>s das taxas geométricas de crescimento, pode-se concluir<br />
que os preços recebi<strong>do</strong>s pelos produtores declinaram mais <strong>do</strong> que os preços em nível de<br />
ataca<strong>do</strong>. Isso é um indício de que a margem de comercialização <strong>do</strong> atacadista pode ter<br />
amplia<strong>do</strong> no decorrer <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.<br />
Padrão sazonal <strong>do</strong>s preços de goiaba<br />
A Figura 5 mostra o índice sazonal <strong>do</strong>s preços recebi<strong>do</strong>s pelos produtores. Os índices<br />
mínimo e máximo foram registra<strong>do</strong>s em novembro e janeiro, respectivamente. O índice<br />
mínimo caracteriza o perío<strong>do</strong> de safra, em geral com preços baixos, e o índice máximo<br />
identifica o perío<strong>do</strong> de entressafra, com preços altos.<br />
De acor<strong>do</strong> com o índice sazonal, os preços estão acima da média nos meses de janeiro<br />
a julho e abaixo da média nos demais meses. Observa-se que o limite superior <strong>do</strong> índice de<br />
sazonalidade de outubro a dezembro é inferior ao índice sazonal médio anual, que é 100,<br />
evidencian<strong>do</strong> que, apesar das irregularidades <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, os preços recebi<strong>do</strong>s pelos<br />
produtores, nesses meses, vêm se situan<strong>do</strong> abaixo da média, independente de quaisquer<br />
conjunturas.<br />
Os índices de irregularidade mostram que as variações sazonais <strong>do</strong>s preços de goiaba<br />
em relação ao índice sazonal médio mensal obedecem a um padrão defini<strong>do</strong> de<br />
comportamento sazonal, durante o ano. Entretanto, são observadas maiores amplitudes nos<br />
meses de janeiro, março e abril.<br />
8
150<br />
100<br />
50<br />
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez<br />
Índice sazonal Limite superior Limite inferior<br />
Figura 5 – Padrão sazonal <strong>do</strong>s preços médios mensais corrigi<strong>do</strong>s de goiaba, em nível de<br />
produtor, de janeiro/2001 a julho/2004.<br />
A Figura 6, que exibe o comportamento <strong>do</strong> índice de sazonalidade para os preços no<br />
ataca<strong>do</strong>, permite constatar que os índices mínimo e máximo ocorrem em março e dezembro,<br />
respectivamente.<br />
De acor<strong>do</strong> com o índice sazonal, os preços estão acima da média nos meses de janeiro,<br />
julho, setembro a dezembro e abaixo da média nos demais meses. Observa-se que de março a<br />
junho, o limite superior <strong>do</strong> índice é inferior ao índice sazonal médio anual, que é 100,<br />
evidencian<strong>do</strong> que, apesar das irregularidades <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, os preços recebi<strong>do</strong>s pelos<br />
atacadistas, nesses meses, vêm se situan<strong>do</strong> abaixo da média.<br />
Os índices de irregularidades mostram que as variações sazonais <strong>do</strong>s preços de goiaba<br />
em relação ao índice sazonal médio mensal obedecem a um padrão defini<strong>do</strong> de<br />
comportamento sazonal, durante o ano. Porém, se observam maiores amplitudes nos meses de<br />
janeiro, agosto e dezembro.<br />
150<br />
100<br />
50<br />
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez<br />
Índice sazonal Limite superior Limite inferior<br />
Figura 6 – Padrão sazonal <strong>do</strong>s preços médios mensais corrigi<strong>do</strong>s de goiaba, no merca<strong>do</strong><br />
atacadista da CEASA-RJ, de janeiro/2001 a julho/2004.<br />
9
CONCLUSÕES<br />
Os resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s na pesquisa mostram que a Região <strong>Norte</strong> Fluminense<br />
participa com uma quantidade representativa na produção de goiaba <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de<br />
Janeiro, sen<strong>do</strong> que grande parte da produção se destina ao merca<strong>do</strong> das agroindústrias e o<br />
restante é comercializa<strong>do</strong> no merca<strong>do</strong> atacadista da CEASA-RJ.<br />
Com relação ao comportamento <strong>do</strong>s preços, observou-se que os preços reais em nível<br />
de produtor declinaram mais que os recebi<strong>do</strong>s pelos atacadistas. Isso, provavelmente, se deve<br />
ao fato <strong>do</strong>s preços em nível de produtor serem os pagos pelas agroindústrias, que estabelecem<br />
contratos de fornecimento <strong>do</strong> produto, reajustan<strong>do</strong> os preços em níveis insuficientes para<br />
impedir sua queda real no decorrer <strong>do</strong>s anos. Por essa mesma razão, os preços recebi<strong>do</strong>s pelos<br />
produtores mostraram poucas variações sazonais, em virtude de serem estes estabeleci<strong>do</strong>s por<br />
meio de contrato, não refletin<strong>do</strong>, portanto, as flutuações da oferta e procura no decorrer <strong>do</strong><br />
ano.<br />
Já os preços em nível de ataca<strong>do</strong>, não fixa<strong>do</strong>s por meio de contratos, experimentam<br />
maiores variações sazonais. Observou-se que nos meses de entressafra ocorrem elevações nos<br />
preços da fruta, o contrário sen<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> nos meses de regularização da oferta. Concluiuse<br />
ainda que essas flutuações são seguidas, no mesmo senti<strong>do</strong>, por variações nas margens de<br />
comercialização <strong>do</strong> atacadista.<br />
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS<br />
Brandão, A. S. P. (2004) O pólo de fruticultura irrigada no norte e noroeste fluminense.<br />
Revista de Política Agrícola, Brasília, 2 (2): 78-86.<br />
CEASA-RJ – Centrais de Abastecimento <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro;<br />
http://www.ceasa.rj.gov.br/consultas/consultas.htm em 25/11/2004 página mantida pelo<br />
Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro.<br />
Hoffmann, R. (1990) Estatística para economistas. 2. ed. São Paulo: Biblioteca Pioneira de<br />
Ciências Sociais, 426p.<br />
Marques, P. V., Aguiar, D. R. D. de (1993) Comercialização de produtos agrícolas. São<br />
Paulo: EDUSP, 295p.<br />
Morga<strong>do</strong>, I. F., Aquino, C. N. P., Terra, D. C. T. (2004) Aspectos econômicos da cultura <strong>do</strong><br />
abacaxi: sazonalidade de preços no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio de Janeiro. Revista Brasileira de<br />
Fruticultura, Jaboticabal, 26 (1): 44-47.<br />
Munhoz, D. G. (1989) Economia aplicada: técnicas de pesquisa e análise econômica.<br />
Brasília: UNB, 300p.<br />
Orioli, A. L., et al. (1999) Pólo agroindustrial associa<strong>do</strong> à fruticultura irrigada na Região<br />
Noroeste Fluminense. Brasília: CAMPO, 172p.<br />
10