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8-
Agosto de 2006
Paróquia São Cristóvão: dedicação ao trabalho social
Em 1968, Itajaí tinha apenas
uma paróquia, a do Santíssimo
Sacramento. Com o crescimento
da população, motivada sobretudo
pelo crescimento do
Porto, viu-se a necessidade da
criação de novas comunidades
paroquiais. Assim, entre fevereiro
e março de 1968, foram criadas
mais quatro paróquias no
município.
A Paróquia São Cristóvão,
em Cordeiros, foi criada em 18
de fevereiro desse ano. Na época,
era ainda uma pequena comunidade
na qual a população
vivia da agricultura de subsistência,
da pesca, do trabalho em
algumas indústrias e no Porto.
Hoje, a população alcança
mais de 40 mil pessoas. Onde
havia roças, há prédios, casas
e estradas. A população vive do
comércio, da pesca e do movimento
em função do Porto. No
centro de tudo isso, a Paróquia
de São Cristóvão.
Dividida em 16 comunidades,
distribuídas em 12 bairros, a
Paróquia tem hoje Pe. Sérgio
Giacomelli à sua frente, com o
apoio de três diáconos: os
diáconos permanentes Adilson
da Costa e Antônio Luiz Melies,
e o diácono transitório Sedemir
Valmor de Melo. “Os diáconos
realizam um trabalho fundamental.
Cada um deles atua em determinadas
áreas e auxilia bastante
nas atividades pastorais”,
disse Pe. Sérgio. Entre as atividades
realizadas pelas diversas
pastorais, movimentos e associações,
que atuam na Paróquia,
destacam-se:
Grupo de Idosos – Convênio
entre a Ação Social e a Prefeitura
de Itajaí, que disponibiliza
dois profissionais, viabiliza o trabalho
com 43 idosos na Matriz.
Todas as tardes de quinta-feira
eles se reúnem para se confraternizarem.
Nos encontros, têm
aulas de práticas manuais (crochê,
tricô, pintura),e também,
sob a orientação de um professor
de Educação Física, fazem
alongamento e respiração. “Isso
auxilia no tratamento em problemas
de bursite e pressão alta,
que são comuns aos idosos”,
disse Francisco Ribeiro, um dos
coordenadores do projeto. Os
participantes do grupo também
recebem palestras de orientação
sexual, dicas de saúde e de
qualidade de vida em geral. Anualmente
são organizadas viagens
de passeios.
Grupos Bíblicos em Família
– A única prioridade da
Arquidiocese é encarada da mesma
maneira na paróquia. Na última
assembléia paroquial, realizada
em novembro, ficou definida
a segunda-feira como o dia
para os encontros dos Grupos
Bíblicos em Família. Atualmente
há 43 grupos e as pastorais e
movimentos estão se abrindo
para a formação de novos grupos.
“Ainda somos poucos, mas
estamos ganhando força e em
breve seremos muitos”, disse
Cirlene de Oliveira Krammel, coordenadora
dos GBF’s. Os grupos
são formados por lideranças
de várias pastorais e pelos moradores
das comunidades, têm
auxiliado na formação de novas
lideranças, e também são efica-
Informática capacita jovens e adultos para o trabalho
A distância da comunidade do
centro da cidade, e a falta de oportunidade
de formação profissional
para os jovens, motivou a paróquia
a criar o Curso de Informática Cidadã.
Através de parceria com o
Colégio Salesiano, o curso foi criado
em 2004 e no seu terceiro ano
de atividade comemora mais de
mil alunos já formados.
No início, o curso era voltado
apenas aos jovens. Hoje, os
adultos também participam. As
aulas são ministradas por profissionais
contratados e por
monitores voluntários que auxi-
liam nas aulas (muitos deles que
já passaram pelo curso).
O curso acontece pela manhã,
tarde e noite. Cada curso
tem a duração de três meses,
possibilitando assim a realização
de quatro cursos por ano.
“O fato de o curso ser oferecido
nos três períodos facilita a participação
dos interessados, pois
podem escolher o horário que
melhor se adequa às suas condições”,
disse Elisa Adriane Souza,
coordenadora paroquial de
pastoral. São cerca de 120 alunos
por trimestre.
Há dois anos, curso de informática dá oportunidade para aperfeiçoamento
profissional para jovens e adultos. Mais de 100 pessoas são formadas por ano.
Foto JA
PARÓQUIA
Assistência – Das 16 comunidades
da paróquia, três são
consideradas empobrecidas e
em risco social. A essas é dada
atenção especial. O trabalho
consiste na assistência com
doação de roupas e alimentos.
As pessoas buscam auxílio e
um grupo de voluntárias vai até
as residências verificar a necessidade
e faz o cadastro da família
necessitada.
Os alimentos e roupas são
coletados em campanhas. Nas
celebrações, voluntários entregam
papeizinhos pedindo determinado
produto (alimento, roupa,
ou produto de higiene). Há
ainda pessoas e donos de pequenos
comércios locais que
fazem a doação de cestas básicas
na secretaria paroquial.
Atualmente, 38 famílias estão
cadastradas para receber os benefícios.
Algumas provisoriamente
(desempregados), outras permanentemente
(doentes ou inválidos).
Izelina da Silva Gobetti,
mais conhecida como Tia Fia,
coordenadora da ASPACOR
(Ação Social Paroquial de Cordeiros),
como todas as demais
voluntárias, dedica um dia da
semana para cadastrar as doações
e realizar visitação às pessoas
empobrecidas. “Faço esse
trabalho porque sei que assim ajudo
as pessoas”, disse.
Foto JA
Voluntárias da Ação Social organizam as doações da comunidade. Em todas as
celebrações são solicitadas doações, que são destinadas às famílias cadastradas.
zes para perceber as necessidades
de famílias da paróquia e para
implementar ações no sentido de
suprir essas necessidades.
Conselho Regional de Pastoral
– A Paróquia possui 16 comunidades,
o que torna bastante
difícil a presença do padre em
cada uma delas para orientações
e solução de problemas. Assim,
foi criado o Conselho Regional de
Pastoral (CRP). As 16 comunidades
foram divididas em 4 regiões,
de acordo com a sua proximidade
e realidade, e a cada dois
meses são realizados encontros
com a presença do padre. Cada
regional tem um coordenador
como referência do grupo.
“As regionais são o diferencial
de Cordeiros e ajudam muito
no atendimento pastoral. Através
delas, o padre conhece a realidade
das comunidades e pode
coordenar e direcionar o trabalho
HISTÓRICO: A Capela São
Cristóvão, pertencente à Paróquia
do Santíssimo Sacramento,
foi criada em 1959. Era uma
construção de madeira que abrigava
pouco mais de 50 pessoas
sentadas. Na época, a comunidade
era muito pequena.
A população era muito pobre e
vivia do cultivo de aipim e cana
ou da pesca, e do trabalho na
usina de cana e na fábrica de
papel. O porto ainda era pequeno
e de pouco movimento.
Anos mais tarde, a primeira
igreja de madeira deu lugar
a uma nova construção em alvenaria,
com maior capacidade
para acolher os fiéis e
construída por eles. Foi nesta
igreja que, por Decreto de Dom
Afonso Niehues, em 18 de fevereiro
de 1968, a Capela de
com mais clareza”, disse Pe.
Sérgio Giacomelli. Além dos regionais,
há os CPPs e os CPCs,
ambos com encontros mensais.
Artesanato – A expressão
artística é estimulada na comunidade.
Todas as tardes de terça-feira,
um grupo de mulheres
moradoras de diversas comunidades
da paróquia têm a oportunidade
de desenvolver seus
dons artísticos. Nesse dia, uma
profissional ensina senhoras e
jovens da comunidade a fazer
artesanatos, pintura em tecidos,
bordados, crochê e tricô. Os
cursos têm finalidade doméstica,
mas as 20 pessoas que participam
comercializam o fruto do
seu trabalho nos bazares realizados
na paróquia e em exposições
realizadas pela prefeitura.
A renda é revertida para a aquisição
dos materiais utilizados
nos cursos.
São Cristóvão foi elevada à categoria
de Paróquia, com território
desmembrado, em sua
totalidade, da Paróquia do
Santíssimo Sacramento, tendo
o Pe. Thaecyil Tavares
como seu primeiro pároco.
No final da década de 70,
com o crescimento da comunidade,
teve início a construção
da atual Igreja Matriz, com capacidade
para até 600 pessoas
sentadas. Nela está a imagem
de São Cristóvão, a única
paróquia da Arquidiocese a ter
o santo como padroeiro.
A Matriz está localizada na
rua Odílio Garcia, homenagem
a um marinheiro da localidade
que morreu em acidente de um
navio petroleiro no Porto de
Itajaí, após salvar a vida de
várias pessoas.