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Uma auditoria feita em 2003<br />
às contas da Associação<br />
Música, Educação e Cultura,<br />
à frente da qual estava Miguel Graça<br />
Moura, fundador da instituição<br />
e maestro titular da Orquestra<br />
Metropolitana de Lisboa, revelou<br />
gastos escandalosos e pouco ou<br />
nada compatíveis com a natureza<br />
dos cargos que o maestro assumia<br />
na altura. Camisas de seda, charutos,<br />
passeios de balão, vestidos e<br />
até um frigorífi co constavam na lista<br />
das despesas de Graça Moura,<br />
agora condenado pelos crimes de<br />
peculato e falsifi cação de documentos.<br />
No dia 29 de janeiro,<br />
o coletivo de juízes condenou o<br />
maestro a cinco anos de pena<br />
suspensa por igual período de<br />
tempo e ao pagamento de<br />
690 mil euros à entidade gestora<br />
da Orquestra Metropolitana<br />
de Lisboa e de mais 30 mil<br />
à Câmara Municipal de Lisboa.<br />
Se parte deste montante não for<br />
paga no prazo de um ano, Graça<br />
Moura será obrigado a cumprir<br />
Tribunal condena MIGUEL<br />
GRAÇA MOURA a cinco<br />
anos de pena suspensa<br />
O maestro, de 65 anos,<br />
foi acusado de gastar<br />
720 mil euros do erário público<br />
e de falsifi car documentos<br />
Ao lado,<br />
Miguel Graça<br />
Moura<br />
na sua casa,<br />
no Restelo,<br />
há cerca<br />
de dez anos.<br />
Nesta foto,<br />
numa ida<br />
a tribunal<br />
pena de prisão. Ao longo do<br />
julgamento, durante o qual o Ministério<br />
Público acusou o maestro de<br />
não fazer distinção entre as despesas<br />
da associação e as suas<br />
próprias despesas, Miguel Graça<br />
Moura defendeu que as despesas<br />
que fez, no total de 720 mil<br />
euros pertencentes ao erário<br />
público, serviram para promover<br />
a orquestra no estrangeiro<br />
e declarou que não tem forma<br />
de devolver a quantia. Só em<br />
restauração, Graça Moura gastou<br />
mais de 80 mil euros, em Portugal<br />
e no estrangeiro. “Saí da instituição<br />
pior do que entrei. Com<br />
a minha carreira destruída,<br />
sem a mínima fortuna, a viver<br />
numa casa emprestada e a deslocar-me<br />
num carro emprestado.<br />
Se fi z peculato, sou o mais<br />
estúpido dos burlões”, chegou<br />
a afi rmar no tribunal, numa das<br />
últimas sessões. Os advogados<br />
de defesa do maestro anunciaram<br />
que vão recorrer da decisão. ■<br />
fotos Arquivo <strong>Lux</strong>