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Dili: circuito urbano 1

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<strong>Dili</strong>: <strong>circuito</strong> <strong>urbano</strong> 1<br />

Este <strong>circuito</strong> fotográfico <strong>urbano</strong> de <strong>Dili</strong> começa junto da embaixada portuguesa, na Avª<br />

Presidente Nicolau Lobato --- anteriormente Avª António Carvalho ---, da “Uma Fukun” (Casa<br />

de Cultura) e do portal leste do jardim do Palácio do Governo.<br />

A Embaixada está instalado no chamado “Prédio ACAIT” que deriva o seu nome da sua<br />

proprietária, a Associação Comercial Agrícola e Industrial de Timor,<br />

criada ainda no tempo colonial português.<br />

A “Uma Fukun” era a antiga “Intendência” do exército português<br />

e é, salvo erro, a construção mais antiga de <strong>Dili</strong>, sendo bem visíveis<br />

nos seus frontões o escudo português. Aguarda a sua<br />

transformação, a cargo da CGD, em casa de cultura<br />

para organização de exposições e outras actividades<br />

culturais.<br />

Tomando a Avª Bispo Medeiros, a principal<br />

avenida que atravessa <strong>Dili</strong> no sentido N-S --- <strong>Dili</strong>, à<br />

semelhança de Maputo/Lourenço Marques, tem uma<br />

malha urbana que, no essencial, é uma quadrícula ---<br />

passa-se pela sede da Autoridade Bancária e de<br />

Pagamentos, onde trabalho quando estou em Timor.<br />

1


Pegadas com o edifício sede do banco<br />

central de Timor estão as ruínas do antigo<br />

Hotel Resende (à esquerda), destruído nos<br />

incidentes de 4 de Dzembro de 2004 que<br />

também “vitimaram” o antigo supermercado<br />

“Hello Mister”, hoje já “reduzido a pós” para no<br />

seu espaço vir a ser erguida uma “torre” de<br />

cerca de dez andares...<br />

Um disparate de Ramos-Horta-primeiroministro<br />

numa cidade cheia de espaço livre e<br />

onde o edifício mais alto actualmente não tem<br />

mais de 4 pisos (a pomposamente chamada<br />

“Sakura Tower”, em Audian).<br />

Prosseguindo pela mesma avenida deparamo-nos mais à frente com o Estádio<br />

Municipal de <strong>Dili</strong> --- com vários “graffitti”, alguns deles interessante --- e, mesmo em frente<br />

um hotel recentemente recuperado e rebaptizado por um investidor chinês.<br />

É assim que chegamos à rotunda (com um<br />

relógio...) que distribui o tráfego, à esquerda, para o<br />

bairro de Audian (e, mais adiante, a estrada para<br />

Baucau e zona leste do país), em frente, para sul e<br />

saída para Aileu, etc, e para a direita.<br />

Vamos pela direita para percorrer a zona/bairro<br />

de Caicoli, urbanizada pela administração indonésia<br />

que aí colocou muitos dos seus serviços<br />

administrativos e que ainda hoje é principalmente<br />

uma zona de edifícios públicos e com poucas<br />

habitações.<br />

2


Na rotunda podem ver-se quer o<br />

Ministério das Telecomunicações quer uma<br />

parte do chamado “mercado Lama” e a<br />

lateral do edifício, reconstruído em 2002 como pavilhão de<br />

exposições, do antigo “Mercado Municipal” do tempo da<br />

administração portuguesa.<br />

Mais adiante estão as instalações do edifício<br />

que serviu, durante o período de presença da<br />

UNTAET em Timor-Leste, de comando ao<br />

chamado “sector central”, que era comandado<br />

por Portugal. Ultimamente foi utilizado pelos<br />

militares australianos e é um dos edifícios que<br />

A Rua de Caicoli tem vários edifícios<br />

públicos de um lado e de outro mas<br />

também tem... porcos passeando na rua,<br />

como um pouco por toda a cidade. Hoje<br />

menos que há alguns anos, também é<br />

verdade.<br />

Um dos edifícios que está logo no início<br />

da rua é o Tribunal de Recurso, que em Timor<br />

Leste desempenha as funções de Supremo<br />

Tribunal e de Tribunal Constitucional. É<br />

presidido por um juiz luso-timorense, Cláudio<br />

Ximenes, que era juiz em Portugal.<br />

Curiosamente e segundo a Constituição<br />

do país é a única pessoa que pode<br />

desempenhar o cargo...<br />

3


pode vir a ser escolhido como futura sede do Banco Central de Timor-Leste.<br />

Cerca de 100 metros adiante, à<br />

direita da rua e antes da Direcção<br />

Nacional de Estatística, estão as<br />

antigas instalações do Centro de<br />

Estudos Aduaneiros que... nunca<br />

funcionou. Está lá instalada a<br />

companhia da GNR presente m Timor-<br />

Leste desde meados de 2006 e que<br />

tão boa conta do recado deu em<br />

termos de controlo da instabilidade de<br />

rua que se verificou em Timor naquele<br />

ano.<br />

Quase em frente, numa<br />

esquina, está o Centro de<br />

Formação Jurídica.<br />

Viramos à esquerda e<br />

entramos na rua que vai dar<br />

aos serviços centrais do<br />

Ministério d Saúde e, ainda<br />

mais adiante e do mesmo lado<br />

(esquerdo), o “Palácio das<br />

Cinzas”.<br />

Este, actual sede da Presidência da República<br />

Democrática de Timor-Leste, foi assim baptizado<br />

pelo anterior Presidente da República, Xanana<br />

Gusmão.<br />

Foi ele, aliás, que o “fundou” ao ocupar um<br />

edifício que ainda hoje não foi recuperado do<br />

incêndio que o destruiu aquando da saída dos<br />

indonésios e por iniciativa destes --- tal como<br />

aconteceu a TODOS os edifícios públicos de <strong>Dili</strong><br />

com a excepção do “Palácio do Governo”.<br />

4


Nas redondezas encontram-se alguns<br />

antigos edifícios públicos indonésios que<br />

nunca chegaram a ser recuperados.<br />

Mais adiante, à direita, está o quartel<br />

dos bombeiros (à direita) --- ajudados pelos<br />

bombeiros portugueses na sua fase inicial -<br />

-- e ao lado está a antiga “UN House” (em<br />

baixo), onde trabalhei em 2001-02 no<br />

PNUD, o Programa das Nações Unidas<br />

para o Desenvolvimento, onde coordenei a<br />

Quase em frente está a “UN House”, onde se<br />

situam as sedes da maior parte das agências<br />

especializadas da ONU presentes em <strong>Dili</strong>.<br />

No jardim de um deles está instalada<br />

a gigantesca antena de telecomunicações<br />

da TT-Timor Telecom, empresa timorense<br />

de telecomunicações (telefones fixos e<br />

móveis) participada da Portugal Telecom.<br />

elaboração do primeiro Relatório<br />

Nacional de Desenvolvimento<br />

Humano de Timor-Leste.<br />

A rua termina na Estrada de<br />

Balide, onde viraremos à direita não<br />

sem antes vermos a campa que está à<br />

esquerda da<br />

rua de onde<br />

vamos sair<br />

para entrar<br />

na estrada<br />

de Balide.<br />

5


Entrados na Estrada de Balide no<br />

sentido leste-oeste depois de virarmos à<br />

direita, encontramos, à direita da<br />

estrada um vasto espaço alagadiço ---<br />

resto, provavelmente, dos pântanos que<br />

abundavam na região --- com palmeiras<br />

e semeado de “canco”, um vegetal<br />

muito usado na culinária timorense e que faz lembrar espinafres.<br />

Do lado esquerdo da estrada aparece-nos uma enorme escola secundária e logo a<br />

seguir, já em cima da (suave) curva para a direita que a estrada aí faz, surge a entrada do<br />

“campus” onde funcionou a missão das<br />

nações Unidas que organizou o referendo<br />

de 1999 e que conduziu à independência<br />

do país por cerca de 80% dos consultados<br />

optaram por ela.<br />

Aí se viveram alguns dos<br />

momentos mais dramáticos desses<br />

dias por no “campus” se terem<br />

refugiado muitos timorenses que<br />

tinham receio pelas suas vidas.<br />

Continuando pela Estrada de Balide, que<br />

entretanto curvou para o senti sul-norte, damos<br />

com o antigo Matadouro do tempo da<br />

6


administração portuguesa. O edifício está abandonado há muito --- não há controlo sanitário<br />

sobre as carnes em <strong>Dili</strong>... --- mas apresenta-se ainda num estado razoável de conservação,<br />

com as suas “quatro águas” bem portuguesas feitas com telhas da época.<br />

Avançando ainda na estrada de<br />

Balide passamos em frente das “Obrigado<br />

barracks”, que tem sido a principal sede<br />

da ONU desde os tempos da UNTAET.<br />

Mais ou menos onde termina o<br />

muro das “Obrigado barracks” começa<br />

uma rua que leva à Catedral de <strong>Dili</strong> e<br />

que nesta ponta tem à esquerda, a<br />

pastelaria/casa de chá “Tropical”<br />

(acima) e à direita o Ministério do<br />

Interior (foto à direita).<br />

Ao fundo da rua e como disse<br />

está a Catedral de <strong>Dili</strong>, de desenho<br />

modernista e que veio substituir a<br />

antiga catedral, situada no terreno<br />

onde está hoje o “Palácio do<br />

Governo”, que foi destruída no tempo<br />

Numa vala perto alguém cultiva o<br />

referido “canco” que parece que se dá<br />

bem por aqui devido à abundância de<br />

água (das valas) e... da porcaria que<br />

alimenta a planta.<br />

Entre os seus muros e os blocos<br />

de betão que lá estão para protecção<br />

das instalações há uma vala que já<br />

serviu para, com toldos de lona por<br />

cima, abrigar muitos “deslocados<br />

internos” resultantes da violência que<br />

atingiu o país em 2006. Vivia, claro,<br />

em condições infra-humanas e<br />

acabaram por ser retirados dali para<br />

um outro campo de refugiados.<br />

7


A rua termina na “Rotunda do relógio”, no<br />

seu entroncamento com a estrada de Comoro.<br />

Tomamos a nossa esquerda, em direcção ao<br />

centro da cidade e damos, mais à frente, à<br />

da invasão japonesa,<br />

durante a Segunda<br />

Grande Guerra.<br />

Esta é uma das zonas<br />

onde estão a reconstruir<br />

os passeios da cidade de<br />

<strong>Dili</strong><br />

Andando cerca de 150-200 m damos, à<br />

nossa esquerda, com o Tribunal Distrital de<br />

<strong>Dili</strong>, edifício também ele destruído pelos<br />

indonésios e reconstruído pela UNTAET no<br />

seu esforço de dotar o país, antes da sua<br />

independência, com as estruturas<br />

administrativas e judiciais necessárias ao<br />

funcionamento do país.<br />

direita, com o edifício das Alfândegas de<br />

Timor-Leste, recentemente vítima de um<br />

incêndio que se suspeita ter conotações<br />

políticas.<br />

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Quase pegado com o edifício da<br />

Alfândega está o Hotel Timor, chamado<br />

Makhota no tempo indonésio e reconstruído<br />

num investimento da Fundação Oriente.<br />

Nesse parque está instalado o quartel da companhia<br />

do exército neozelandês. Eles próprios se encarregaram<br />

de chamar ao local “Kiwi Lines”...<br />

À esquerda, em frente da<br />

Alfândega, está o conhecido campo de<br />

refugiados do jardim fronteiro ao porto<br />

de <strong>Dili</strong>.<br />

O Hotel Timor está separado<br />

do parque onde existiu o<br />

secretariado da diocese de <strong>Dili</strong> (à<br />

esquerda, destruída em 1999<br />

pelos indonésios) por uma rua<br />

relativamente estreita onde se<br />

situa a sede da Timor Telecom.<br />

Logo depois temos, à direita, o edifício sede<br />

do já antigo “Sporting Clube de Timor”, umas<br />

instalações recuperadas há alguns anos e que é o<br />

orgulho dos “lagartos” timorenses e portugueses<br />

residindo em Timor Leste. Nessas instalações<br />

funcionam agora a “Petisqueira” e a sede do<br />

Centro nacional de Formação Profissional de<br />

Timor-Leste, criado com o apoio de Portugal e que<br />

tem umas oficinas de formação em Tibar, a cerca<br />

de 10 kms de <strong>Dili</strong>.<br />

9


No caminho dei com uns dos<br />

muitos trabalhadores espalhados<br />

pela cidade arranjando os passeios.<br />

Instrumentos de trabalho? Quase<br />

nenhuns, como se pode verificar pela<br />

foto.<br />

Levantado o dinheiro, retomei a avenida<br />

marginal de <strong>Dili</strong> junto ao “lagartário” e rumei<br />

ao centro da cidade para parar junto do<br />

Palácio do Governo e do jardim (à direita)<br />

junto ao mar e que acaba de ser recuperado<br />

No final das instalações do<br />

Sporting há um terreno que está<br />

destinado a receber as futuras (novas)<br />

instalações da Embaixada de Portugal<br />

em Timor Leste.<br />

No final do terreno “cortei” à direita<br />

e fui até à agência do BNU/CGD em<br />

<strong>Dili</strong> a fim de levantar dinheiro na sua<br />

caixa automática.<br />

O BNU/CGD<br />

está instalado no<br />

mesmo edifício que<br />

ocupara no final da<br />

administração<br />

portuguesa, tendo-o<br />

restaurado do<br />

incêndio que o<br />

destruiu por mão<br />

criminosa<br />

(indonésia ou ao<br />

seu serviço).<br />

10


Do lado direito<br />

da rua está o Palácio<br />

do Governo, com o<br />

seu jardim também<br />

ele recentemente arranjado.<br />

de um estado de abandono que durava há anos.<br />

Está agora um espaço agradável, com sombras e mesas onde<br />

as pessoas podem até, se pretenderem, petiscar.<br />

Na ocasião dei com um pescador submarino com a sua arma<br />

tradicional. Muitos destes pescadores que se vêm em <strong>Dili</strong> são<br />

naturais de Ataúro, a ilha timorense frente a <strong>Dili</strong> e que se vê na<br />

foto ao fundo.<br />

A praça em frente continua a<br />

chamar-se Infante D. Henrique e no<br />

jardim existe um monumento erigido<br />

em 1960 a propósito da comemoração<br />

dos 500 anos da morte do Infante.<br />

Contornando a praça do Infante D.<br />

Henrique pelo seu lado nascente<br />

vemos à esquerda a lateral da “Uma<br />

Fukun”. Estamos<br />

achegar ao fim do<br />

nosso <strong>circuito</strong> <strong>urbano</strong><br />

de hoje pois a<br />

Embaixada de<br />

Portugal, de onde<br />

partimos, é logo<br />

adiante.<br />

Segue dentro de<br />

momentos...<br />

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