Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR
Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR
Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
pelo menos, uma dita <strong>de</strong> pau, <strong>de</strong> algum malFeitor, peitado por teu dindinho?... Que, por teu respeito,<br />
confundiu advérbios com substantivos diante <strong>de</strong> um auditório, que sabia distinguir substantivos <strong>de</strong><br />
advérbios?...<br />
<strong>Helena</strong> - Meu <strong>Abel</strong>!<br />
<strong>Abel</strong> - Oh! mas o que importa? Eu, nesse momento, só pensava em ti. Quem po<strong>de</strong> saber gramática,<br />
quando sente o coração invadido pelo amor? Quem po<strong>de</strong> amar quando tem a cabeça sublocada pela<br />
gramática?<br />
Cascais (À parte.) - Coitadinho...<br />
<strong>Helena</strong> - Como és bonito, <strong>Abel</strong>!<br />
<strong>Abel</strong> (Com faceirice.) - <strong>Helena</strong>!<br />
Cascais (Arremedando-o.) - Ai, gentes!<br />
<strong>Helena</strong> - Deixa ver-te <strong>de</strong> perfil... Vira-te um poucochito!... De três quartos agora... Como és lindo,<br />
meu bem! Agora do outro lado... Este sinalzinho dá-te uma graça... Levanta a cabeça... Não abras a boca...<br />
Admirável!<br />
<strong>Abel</strong> - Mas, afinal <strong>de</strong> contas, em que ficamos?<br />
<strong>Helena</strong> - Ficamos em que estou por tudo que quiseres.<br />
<strong>Abel</strong> - Bem, faremos por afastar teu padrinho, e, vendo-o pelas costas...<br />
<strong>Helena</strong> - O golpe <strong>de</strong> estado!<br />
Cena XV<br />
Os mesmos e Marcolina<br />
Marcolina - Iaiá, iaiá, vamos embora!<br />
<strong>Helena</strong> - Tens razão, Marcolien. (Dá a mão a <strong>Abel</strong>.)<br />
<strong>Abel</strong> - Até sempre, <strong>Helena</strong>... (Pausa.) A<strong>de</strong>us!<br />
<strong>Helena</strong> (Vai saindo e volta.) - Olha: se a <strong>de</strong>sgraça...<br />
Marcolina - Iaiá!<br />
<strong>Helena</strong> (De mau humor, a Marcolina) - Espera, diabo! (A <strong>Abel</strong>.) Olha: se a <strong>de</strong>sgraça for persistente...<br />
<strong>Abel</strong> - Morramos juntos! (<strong>Helena</strong> retira-se, acompanhada <strong>de</strong> Marcolina. <strong>Abel</strong> entra em casa <strong>de</strong><br />
Cascais, que fica só, à janela.)<br />
Cascais (Levantando as mãos para o céu.) - Improbus amor, quod, mortalia pectora cogis!<br />
Mutação<br />
Quadro Segundo<br />
Cena Única<br />
Cascais, Pedrinho, Benjamim, Juca Sá, e povo, <strong>de</strong>pois sucessivamente, Góis & Companhia, Alferes<br />
Andra<strong>de</strong>, Nicolau, <strong>Helena</strong>, Pantaleão, quatro músicos italianos, <strong>de</strong>pois <strong>Abel</strong>, e, afinal um Feitor<br />
Coro e marcha<br />
- Chega, chega, minha gente,<br />
a casa do inteligente<br />
literato Pantaleão!<br />
Muita comida e bebida<br />
(Isto é coisa <strong>de</strong>cidida!)<br />
<strong>de</strong>ve haver nesta função.<br />
(Durante o Coro colocam dois negros algumas ca<strong>de</strong>iras à direita.)<br />
Góis & Companhia - (Entrando.)