16.04.2013 Views

Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR

Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR

Abel e Helena, de Artur Azevedo Fonte - EE JOSE DE ALENCAR

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Helena</strong> (De mau humor.) - Fecha aquela porta!<br />

Marcolina - Tá bom...(Vai fechar a porta da esquerda.)<br />

<strong>Helena</strong> - Retira-te.<br />

Marcolina - O que é que iaiá vai fazê?<br />

<strong>Helena</strong> - Não é da tua conta.<br />

Marcolina - Mas sinhô véio...<br />

<strong>Helena</strong> - Já viram <strong>de</strong>savergonhada mais teimosa?<br />

Marcolina - Iaiá vai pintá o sete, e <strong>de</strong>pois...<br />

<strong>Helena</strong> - Hein?<br />

Marcolina - Tá bom; <strong>de</strong>pois não quero cumo-chama comigo. (Sai)<br />

Cena V<br />

<strong>Helena</strong><br />

<strong>Helena</strong> - (Toma nas mãos o retrato do padrinho e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> contemplá-lo largo tempo, exclama<br />

com entonação dramática.) - Ó meu querido, meu venerado ! (Outro tom.) Este retrato está muito bem<br />

apanhado... Para macaco falta-lhe... Não lhe falta nada...(Tragicamente) Ó meu venerável padrinho, por que te<br />

ausentaste? Não me <strong>de</strong>ixaste outra guarda mais do que Marcolina e minha consciência... Tanto minha<br />

consciência como Marcolina são fracas, e meu coração é tão forte! Oh! eu também fazia Coro com aquela<br />

gente! Oh! eu também te dizia. - Vá pra fazenda! vá pra fazenda! Quanto me pesa haver contribuído também<br />

para tua ausência inoportuna... (Vai colocar o retrato on<strong>de</strong> estava.)<br />

Coplas<br />

Dindinho foi para a fazenda:<br />

<strong>de</strong>ixou-me ficar sobre mim...<br />

Queira Deus que não se arrependa<br />

<strong>de</strong> ser tão impru<strong>de</strong>nte assim!<br />

Por isso que vítima imbele<br />

<strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> amor, pois sou mulher,<br />

se vejo <strong>Abel</strong>, fujo com ele,<br />

fujo com ele, haja o que houver,<br />

diga dindinho, o que disser<br />

(Dirigindo-se ao retrato.) Por quê, por quê<br />

dindinho, vossam’cê<br />

sozinha me <strong>de</strong>ixou<br />

aqui me abandonou?...<br />

II<br />

O ser honesta e ter bom senso<br />

é minha preocupação;<br />

mas ao romance é bem propenso<br />

meu machucado coração..<br />

Não <strong>de</strong>vo, sei, fugir <strong>de</strong> casa<br />

<strong>de</strong> quem me adora como pai;<br />

mas sinto lacerante brasa<br />

que no meu peito ar<strong>de</strong>nte cai...<br />

Amor me chama, amor me atrai<br />

I

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!