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Processos com Máquinas Convencionais - Informações ...

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<strong>Processos</strong> <strong>com</strong> <strong>Máquinas</strong> <strong>Convencionais</strong> - <strong>Informações</strong> Tecnológicas 3<br />

© SENAI- SP, 2004<br />

Trabalho elaborado pela Escola SENAI Roberto Simonsen<br />

do Departamento Regional de São Paulo.<br />

Adaptado de<br />

Coordenação Geral José Carlos Dalfré<br />

Coordenação Laur Scalzaretto<br />

Alcindo Daniel Favero<br />

Organização Eduardo Tramontina<br />

Vilson Silva Costa Filho<br />

Editoração Adriana Ribeiro Nebuloni<br />

Écio Gomes Lemos da Silva<br />

Silvio Audi<br />

Metalmecânica - Teoria Caminhão Betoneira<br />

TC 2000 - Profissionalizante - Higiene e Segurança no Trabalho<br />

TC 2000 - Profissionalizante - Manutenção<br />

TC 2000 - Profissionalizante - Metrologia<br />

Escola SENAI Roberto Simonsen<br />

Rua Monsenhor Andrade, 298 – Brás<br />

CEP 03008-000 - São Paulo, SP<br />

Tel. 011 3322-5000 Fax 011 3322-5029<br />

senaibras@sp.senai.br<br />

www.sp.senai.br


Sumário<br />

página<br />

Sinterização 3<br />

Repuxo 15<br />

Dobramento e curvamento 29<br />

Eletroerosão 41<br />

Usinagem por eletroerosão 57<br />

Corte plasma 69<br />

Corte <strong>com</strong> laser 75<br />

Corte jato de água 87<br />

Elementos de fixação 101<br />

Estampagem 123<br />

Bibliografia 137


Sinterização<br />

Metalurgia do pó ou sinterização<br />

A metalurgia do pó é a técnica metalúrgica que consiste em<br />

transformar pós de metais, óxidos metálicos, carbonetos ou<br />

mesmo substâncias não-metálicas em peças <strong>com</strong> resistência<br />

adequada à finalidade a que se destinam sem recorrer à fusão,<br />

empregando-se pressão e calor.<br />

3


Processo de sinterização<br />

Processo de sinterização<br />

4


Fabricação dos pós<br />

Para obter pós metálicos existem vários processos. O mais<br />

<strong>com</strong>um consiste em se injetar ar <strong>com</strong>primido ou água sobre o<br />

metal líquido.<br />

Obtenção de pós metálicos por meio de pulverização<br />

Esse pó passa por um tratamento de secagem e um recozimento<br />

para desoxidação. De acordo <strong>com</strong> as propriedades exigidas na<br />

peça, são misturados vários tipos de pós <strong>com</strong> a adição de<br />

lubrificantes para facilitar a <strong>com</strong>pactação.<br />

5


6<br />

Compactação<br />

É uma operação básica do<br />

processo de sinterização. O pó é<br />

colocado em matrizes que estão<br />

montadas em prensas de<br />

<strong>com</strong>pressão, onde é <strong>com</strong>primido a<br />

pressões determinadas em função<br />

de sua <strong>com</strong>posição e das<br />

características finais que se<br />

desejam nas peças sinterizadas<br />

Operação de <strong>com</strong>pactação<br />

As pressões de <strong>com</strong>pactação exigidas na metalurgia do pó<br />

variam em função dos materiais (tabela abaixo), das<br />

características finais desejadas das peças sinterizadas e da<br />

quantidade e qualidade do lubrificante adicionado à mistura para<br />

facilitar a <strong>com</strong>pactação.<br />

Materiais<br />

Pressão<br />

KN/cm 2<br />

Peças de latão 4,0 a 7,0<br />

Buchas autolubrificantes de bronze 2,0 a 3,0<br />

Escovas coletoras<br />

Cu – grafite<br />

3,5 a 4,5<br />

Metal duro 1,0 a 5,0<br />

Peças de aço<br />

baixa densidade<br />

média densidade<br />

alta densidade<br />

3,0 a 5,0<br />

5,0 a 6,0<br />

6,0 a 10,0<br />

Peças que devem ter alta densidade, elevada dureza e<br />

resistência a tração são <strong>com</strong>pactadas a quente, é o caso por<br />

exemplo do metal duro.


Sinterização<br />

Consiste no aquecimento das peças <strong>com</strong>primidas a<br />

temperaturas específicas.<br />

A temperatura de sinterização de pós de uma só substância é de<br />

60 a 80% da sua temperatura de fusão, e em caso de pós de<br />

várias substâncias essa temperatura é ligeiramente superior à<br />

temperatura de fusão da substância de menor ponto de fusão.<br />

A temperatura de sinterização de alguns materiais está indicada<br />

na tabela seguinte.<br />

Temperatura de sinterização de alguns materiais<br />

Materiais<br />

0<br />

C<br />

Bronze fosforoso 600 a 800<br />

Ferro e aço 1 000 a 1 300<br />

Metal duro 1 400 a 1 600<br />

A sinterização é feita em forno <strong>com</strong> gás protetor ou a vácuo para<br />

evitar a oxidação. O tempo é de 30 a 150 minutos.<br />

Em peças em que se deseja uma alta densidade e melhores<br />

propriedades de resistência, volta-se a prensar e a sinterizar<br />

(duplo prensado e sinterizado).<br />

Princípio da sinterização<br />

As partículas só têm contato em poucos pontos; por isso, o efeito<br />

da coesão é muito baixo. Através de uma alta pressão (40-<br />

80kN/cm 2 ) a secção de contato aumenta, ou seja, a força de<br />

coesão também aumenta.<br />

Durante o aquecimento ocorre um fluxo plástico (temperatura<br />

próxima à fase líquida).<br />

Nos contornos dos grãos os átomos são deslocados e formam<br />

novos grãos. Os novos grãos diminuem os poros e formam uma<br />

nova estrutura <strong>com</strong> grande densidade.<br />

7


Efeitos da sinterização – esferas de cobre a 1020ºC (ampliação 300X).<br />

Calibragem<br />

Após a sinterização, prensam-se as peças em uma ferramenta<br />

(matriz) para melhorar a precisão dimensional e a qualidade<br />

superficial.<br />

Acabamento final<br />

As peças sinterizadas podem sofrer operações de usinagem,<br />

tratamentos térmicos e tratamentos superficiais.<br />

Tratamentos térmicos<br />

Para melhorar a resistência a tração e a dureza de aços<br />

sinterizados pode-se:<br />

• recorrer a tratamentos térmicos <strong>com</strong>o a têmpera,<br />

cementação ou carbonitretação.<br />

Tratamentos superficiais<br />

Para melhorar a resistência a desgaste e a corrosão empregamse<br />

tratamentos:<br />

• superficiais <strong>com</strong>o a oxidação (tratamento <strong>com</strong> vapor de<br />

água), cromeação, fosfatação, etc.<br />

Normalização<br />

A normalização dos materiais sinterizados é feita em função da<br />

porosidade.<br />

8


Designação<br />

Classe de<br />

material<br />

Volume<br />

de material<br />

em %<br />

Porosidade<br />

em %<br />

Aplicação<br />

AF < 73 > 27 Filtros<br />

A 75 25 Mancais<br />

B 80 20<br />

Mancais<br />

Peças de perfis<br />

C 85 15 Peças de perfis<br />

D 90 10 Peças de perfis<br />

Numeração Material<br />

00 Ferro sinterizado<br />

10 Aço<br />

20 Aço <strong>com</strong> cobre<br />

30 Aço/Cu/Ni<br />

50 Cu Sn<br />

54 Cu Ni Zn<br />

Exemplos<br />

Sint AF 50<br />

Bronze<br />

Porosidade – 27%<br />

Volume de material – 73%<br />

Para filtros<br />

Sint D 10<br />

Aço sinterizado<br />

Porosidade – 10%<br />

Volume de material – 90%<br />

Para peças de perfis<br />

9


Aplicações de materiais sinterizados<br />

Filtros<br />

Materiais sinterizados <strong>com</strong> grande volume de poros, <strong>com</strong>o por<br />

exemplo aço cromo – níquel (Sint A41) ou bronze sinterizado<br />

(Sint A50), são utilizados para filtros de gases e líquidos.<br />

Buchas<br />

Buchas de bronze sinterizadas podem absorver até 30% de seu<br />

próprio volume de óleo que ao ser aquecido sai dos poros<br />

lubrificando as superfícies de contato (figura a seguir). Buchas<br />

sinterizadas de bronze <strong>com</strong> grafite ou bissulfeto de molibdênio<br />

não necessitam de lubrificante líquido. Com o deslizamento<br />

sobre pressão, forma-se na superfície de contato uma película<br />

<strong>com</strong> baixo coeficiente de atrito que tem a função do lubrificante<br />

líquido.<br />

Escovas coletoras<br />

O emprego de sinterizados de grafite <strong>com</strong> cobre na fabricação<br />

de escovas coletoras oferece vantagens sobre o grafite já que<br />

possui maior condutividade elétrica.<br />

Escovas coletoras<br />

10


Peças de precisão<br />

Os materiais sinterizados podem, ainda, ser utilizados na<br />

confecção de engrenagens e peças de formas <strong>com</strong>plexas de<br />

automóveis e eletrodomésticos.<br />

Peças sinterizadas<br />

Ferramentas de metal duro<br />

Ferramentas de corte, matrizes para <strong>com</strong>pactação e<br />

<strong>com</strong>ponentes de instrumentos de precisão podem ser fabricados<br />

de metal duro.<br />

O metal duro é <strong>com</strong>posto de carbonetos de tungstênio, de titânio<br />

e de tântalo, mais cobalto, que atua <strong>com</strong>o elemento de liga.<br />

Esses elementos são submetidos a altas temperatura e pressão<br />

no processo de sinterização.<br />

A ferramenta sinterizada de metal duro possui excelente<br />

rendimento na usinagem a alta velocidade de corte, mantém o<br />

corte a elevadas temperaturas e tem maior vida útil que as<br />

ferramentas de aços rápidos.<br />

11


Durezas dos materiais para ferramentas<br />

Ferramentas cerâmicas<br />

Os materiais cerâmicos, tais <strong>com</strong>o, A l 2O3, SiO2, unidos <strong>com</strong><br />

metais <strong>com</strong>o Co, Cr, Fe são sinterizados para produzir<br />

ferramentas de corte (ferramentas cerâmicas).<br />

Materiais cerâmicos e metálicos não podem ser ligados, só<br />

sinterizados, chamam-se também cermets, ou seja, cerâmica +<br />

metais.<br />

Depois de sinterizadas, as pastilhas de corte têm as<br />

propriedades dos materiais brutos, tais <strong>com</strong>o: a dureza de<br />

A l 2O3 e a resistência à tração do Cr. Os pós dos metais servem<br />

<strong>com</strong>o aglutinantes. Exemplo: Co.<br />

A velocidade de corte desse material é mais elevada do que as<br />

indicadas para o metal duro. As pastilhas são de baixo custo e<br />

não são retificadas após o uso.<br />

12


Questionário – Resumo<br />

1. Descreva as etapas fundamentais do processo de<br />

sinterização.<br />

2. Quais os materiais que podem ser aplicados na sinterização?<br />

3. Que vantagens oferece o processo de <strong>com</strong>pactação a<br />

quente?<br />

4. Descreva o princípio da sinterização.<br />

5. Dê alguns exemplos de aplicação de peças sinterizadas.<br />

6. Explique as seguintes normas de peças sinterizadas:<br />

Sint – A20<br />

Sint – C50<br />

Sint – B54<br />

13


Repuxo<br />

Estampos de repuxo<br />

Repuxo é um processo de fabricação, pelo qual uma chapa<br />

metálica adquire forma volumétrica, oca, previamente definida.<br />

As ferramentas que executam esse trabalho têm as mesmas<br />

características dos estampos de corte e dobra. São formadas<br />

basicamente por um punção e uma matriz. Na figura a seguir,<br />

vemos uma ferramenta de repuxo simples, utilizada para a<br />

fabricação de um recipiente.<br />

Observe que o embutimento <strong>com</strong> esta ferramenta simples<br />

produz rugas na peça.<br />

Os estampos de repuxo simples têm custo mais baixo que<br />

outros estampos de repuxo. Eles são pouco usados devido à<br />

formação de rugas nas bordas durante a operação. Os<br />

estampos de repuxo mais elaborados possuem um sujeitador,<br />

também conhecido <strong>com</strong>o prensa-chapas. Este dispositivo evita<br />

que as bordas, após repuxadas, apresentem rugas.<br />

15


Embora o custo seja mais elevado, são os tipos mais usados na<br />

operação de repuxar. Veja, a seguir, um exemplo de estampo<br />

<strong>com</strong> prensa-chapas.<br />

O prensa-chapas tem a função de manter a chapa sob pressão<br />

para fazer <strong>com</strong> que ela deslize apenas para o interior da<br />

cavidade da matriz, sem formar rugas. Para evitar a formação<br />

de trincas ou fissuras, vários fatores devem ser observados: o<br />

cálculo do raio da matriz, a lubrificação do material da peça, a<br />

folga entre o punção e a matriz, a regulagem da pressão<br />

exercida pelo prensa-chapas etc.<br />

Ao terminar a operação de repuxo, a peça já moldada fica presa<br />

à matriz do estampo de repuxar devido à propriedade de<br />

recuperação elástica do material. Para que a peça se desloque<br />

da cavidade da matriz, existe um dispositivo chamado extrator,<br />

que tem a função de liberar a peça.<br />

16


Na figura abaixo vemos um estampo de repuxo <strong>com</strong> um extrator<br />

que possibilita a saída da peça pela parte inferior do estampo.<br />

Vemos, na figura abaixo, um estampo de repuxo <strong>com</strong> um<br />

extrator que possibilita a saída da peça pela parte superior do<br />

estampo.<br />

Folga<br />

Quando se planeja fabricar uma peça pelo processo de repuxo,<br />

tem-se que levar em conta a folga que deve ser deixada entre o<br />

punção e a matriz de repuxo. Calcula-se a folga, representada<br />

pela letra grega minúscula delta (δ) em função do tipo e da<br />

espessura do material a ser repuxado.<br />

17


A folga corresponde ao valor da espessura do material mais um<br />

coeficiente determinado empiricamente para grupos de<br />

materiais, <strong>com</strong>o mostram as fórmulas a seguir.<br />

18<br />

Fórmula Grupos de materiais (chapas)<br />

δ = e + 0,07 10 x e aço<br />

δ = e + 0,04 10 x e metais não ferrosos<br />

δ = e + 0,02 10 x e alumínio<br />

δ = e + 0,20 10 x e metais resistentes ao calor<br />

Por exemplo, para calcular a folga entre a matriz e o punção de<br />

um estampo que vai repuxar uma chapa de alumínio <strong>com</strong> 2 mm<br />

de espessura, basta substituir o valor da espessura na fórmula<br />

δ = e + 0,02.<br />

Deste modo: δ = 2 + 0,02 10 x 2 ⇒ δ = 2 + 0,09 ⇒ δ = 2,09<br />

mm<br />

Ou seja, <strong>com</strong>o você vê na figura a seguir, a folga entre o<br />

punção e a matriz deve ser de 2,09 mm.<br />

Desse modo, evita-se o excesso de atrito, que provoca<br />

rachaduras e marcas na peça repuxada.


A folga deve ser calculada de<br />

modo correto. Se houver erro de<br />

cálculo e a folga for menor que o<br />

necessário, o material repuxado<br />

tende a estirar-se, podendo até<br />

romper-se, <strong>com</strong>o mostra a figura.<br />

Se a folga for maior que o necessário, pode haver deformações<br />

no perfil. Se a folga for mal distribuída, pode ocorrer variação da<br />

altura.<br />

deformação no perfil variação na altura<br />

Entrada e saída de ar<br />

Para facilitar a saída de ar, durante o repuxo, é utilizado um<br />

punção provido de orifícios. Eles permitem a livre passagem do<br />

ar que se acha debaixo do punção quando ele desce sobre a<br />

matriz para moldar a peça e permitem a entrada de ar quando o<br />

punção retrocede.<br />

19


Estágios de uma operação de repuxo<br />

Muitas vezes, uma operação de repuxo durante a produção<br />

industrial necessita ser executada em etapas, por meio das<br />

quais o produto final vai se <strong>com</strong>pletando aos poucos.<br />

Quando não se consegue realizar o repuxo em uma única vez,<br />

porque a relação entre o diâmetro do embutimento final e o<br />

diâmetro da chapa, conhecido <strong>com</strong>o blank, é muito grande,<br />

divide-se a operação em estágios até a peça tomar, aos<br />

poucos, sua forma final. A figura a seguir apresenta uma<br />

representação esquemática dos estágios de conformação de<br />

uma peça, por repuxo.<br />

O número de operações necessárias para se obter um repuxo<br />

depende da severidade do repuxo β0 (lê-se beta zero).<br />

Severidade do repuxo (β0) é a relação entre o diâmetro do blank<br />

(D) e o diâmetro do punção (d), ou seja:<br />

β0 = D<br />

, onde a menor severidade é maior que 1.<br />

d<br />

A severidade máxima (β0 max) é a condição limite para<br />

determinar se o repuxo pode ser feito numa única operação. É<br />

função do tipo de material, da sua espessura (e) e do diâmetro<br />

interno (d) da peça a ser repuxada. Para calcular o β0 max<br />

usam-se as fórmulas a seguir:<br />

20


β0 max Materiais (adequados ao repuxo)<br />

2,15 - 0,0001 x d<br />

e<br />

2 - 0,0011 x d<br />

e<br />

Aços <strong>com</strong> baixa porcentagem de carbono (1006 - 1008)<br />

Aços inoxidáveis<br />

Ligas de cobre<br />

Alumínio<br />

Ligas de latão<br />

Aços <strong>com</strong> alta porcentagem de carbono (1020 - 1030)<br />

Ligas de cobre e alumínio <strong>com</strong> maior dureza Brinell<br />

Se a severidade do repuxo for menor ou igual à severidade<br />

máxima que o material suporta, é possível fazer a peça em uma<br />

única operação. Mas, se a severidade do repuxo for maior que<br />

a severidade máxima, será necessário dividir o processo em<br />

estágios.<br />

Em resumo:<br />

se β0 ≤ β0 max ⇒ uma operação de repuxo<br />

se β0 > β0 max ⇒ mais de uma operação de repuxo<br />

Procedimento de repuxar<br />

Se a peça for <strong>com</strong>o a da figura mostrada abaixo, o ponto de<br />

partida para a conformação é obter um blank <strong>com</strong> as dimensões<br />

apropriadas.<br />

21


As dimensões do blank podem ser calculadas por gráfico ou por<br />

fórmula matemática. Para calcular matematicamente o diâmetro<br />

do blank de uma peça simples, sem abas, utilizamos a fórmula<br />

abaixo:<br />

2<br />

D = d + 4 x d x h<br />

Substituindo os termos da fórmula pelos valores conhecidos,<br />

temos:<br />

D =<br />

2<br />

20 + 4 x 20 x 79 ⇒ D = 81,97 ⇒ D ≅ 82 mm<br />

Consegue-se assim<br />

uma chapa <strong>com</strong><br />

forma e dimensões<br />

adequadas<br />

repuxo.<br />

ao<br />

O passo seguinte é determinar a quantidade de estágios<br />

necessários para realizar a operação. Para isso, devemos<br />

calcular a severidade do repuxo e a severidade máxima usando<br />

as fórmulas:<br />

β0 = D<br />

d e β0 max = 2,15 - 0,001 x d<br />

e<br />

Que tal fazer esses cálculos e depois conferir os resultados?<br />

Pare! Pesquise! Resolva!<br />

β0 =<br />

β0 max =<br />

Se você fez os cálculos corretamente, deve ter chegado à<br />

conclusão que β0 é igual a 4,1 e β0 max é igual a 2,13.<br />

22


Ora, uma vez que β0 é maior que β0 max, ou seja, 4,1 > 2,13, a<br />

operação de repuxo deverá ser feita em mais de um estágio.<br />

Para determinar o número de estágios, deve-se levar em conta<br />

que no primeiro estágio deve haver uma redução de 40% (ou<br />

0,6) do diâmetro do blank. Nos demais estágios, a redução<br />

deve ser de 20% (ou 0,8), até que se obtenha o diâmetro<br />

interno desejado (dn).<br />

Agora já podemos calcular quantos estágios são necessários<br />

para conformar a peça mostrada anteriormente. A<strong>com</strong>panhe a<br />

demonstração dos cálculos, passo a passo, a seguir.<br />

blank<br />

Ferramenta de corte<br />

Estágios Cálculos Ferramentas de repuxo<br />

1 o d1 = D x 0,6<br />

d1 = 82 x 0,6 = 49,2<br />

d1 = 49<br />

2 o d2 = d1 x 0,8<br />

d2 = 49 x 0,8 = 39,2<br />

d2 = 31<br />

3 o d3 = d2 x 0,8<br />

d3 = 39 x 0,8 = 31,2<br />

d3 = 31<br />

23


24<br />

4 o d4 = d3 x 0,8<br />

d4 = 31 x 0,8 = 24,8<br />

d4 = 25<br />

5 o d5 = d4 x 0,8<br />

d5 = 25 x 0,8 = 20<br />

d5 = 20<br />

Neste caso será necessária uma ferramenta para cortar o<br />

diâmetro do blank e mais 5 ferramentas, uma para cada<br />

estágio, até chegar ao produto final.<br />

Lubrificação<br />

Na operação de repuxar, utilizam-se diferentes lubrificantes,<br />

cada um correspondendo a um material de trabalho. A função<br />

da lubrificação é diminuir a resistência ao deslizamento, reduzir<br />

esforços desnecessários, evitar peças defeituosas e desgaste<br />

prematuro do estampo.<br />

Para o emprego dos lubrificantes devem-se usar apenas<br />

produtos de qualidade <strong>com</strong>provada. Além disso, é<br />

re<strong>com</strong>endável seguir as indicações do fabricante.<br />

Os produtos de lubrificação podem ser usados puros ou<br />

diluídos. De modo geral, empregam-se os produtos diluídos.<br />

Observe, a seguir, o quadro que relaciona os materiais e seus<br />

lubrificantes correspondentes.


Material Lubrificante<br />

Aços Sabão em pasta, óleo de rícino,<br />

talco, emulsões de óleos minerais<br />

Alumínio e suas ligas Querosene, óleo de coco,<br />

vaselina, sebo, óleo grafitado<br />

Zinco, estanho, chumbo e metal<br />

branco<br />

Sebo<br />

Cobre, bronze e latão Óleo mineral grosso, pasta de<br />

sabão<br />

grafitado<br />

<strong>com</strong> água, petróleo<br />

Aço inoxidável Água grafitada<br />

Prensas<br />

A operação de repuxar pode ser realizada em tipos diferentes<br />

de prensa. Dependendo da força necessária, das dimensões da<br />

peça e da produção desejada, a seleção da prensa correta é<br />

um fator de grande produtividade.<br />

Existem vários tipos de prensa, <strong>com</strong> diferentes estruturas e<br />

funcionamento. Exemplos: prensa de fricção, prensa excêntrica,<br />

prensa de alavanca e prensa hidráulica.<br />

Dessas, a hidráulica é a mais indicada para a operação de<br />

repuxo. Ela permite grandes pressões em grandes<br />

profundidades de repuxo.<br />

25


A prensa hidráulica (figura acima) apresenta a vantagem de<br />

facilitar a regulagem da pressão do óleo, evitando <strong>com</strong> isso a<br />

formação de rugas. Como já foi explicado, isso permite utilizar<br />

somente a força necessária do prensa-chapas, de modo<br />

controlado.<br />

Agora, vamos ver o que você aprendeu. Faça os exercícios e<br />

confira suas respostas <strong>com</strong> as do gabarito.<br />

26


Exercícios<br />

Marque <strong>com</strong> X a resposta correta.<br />

1. Repuxo é:<br />

a) ( ) processo de cortar chapas metálicas;<br />

b) ( ) processo pelo qual uma chapa adquire forma<br />

volumétrica;<br />

c) ( ) operação de esticar metal até formar uma peça;<br />

d) ( ) operação de dobrar chapas metálicas.<br />

2. Os estampos de repuxo são formados basicamente por:<br />

a) ( ) punção e matriz;<br />

b) ( ) torno repuxador e morsa;<br />

c) ( ) extrator e prensa-chapas;<br />

d) ( ) prensa e matriz.<br />

3. Sujeitador é o mesmo que:<br />

a) ( ) repuxo<br />

b) ( ) prensa-chapas<br />

c) ( ) porta-punção<br />

d) ( ) extrator<br />

4. Severidade máxima (β0 max) é:<br />

a) ( ) a relação entre o diâmetro do blank e o diâmetro da<br />

matriz;<br />

b) ( ) a condição limite para repuxar a peça de uma só<br />

vez;<br />

c) ( ) a relação entre o diâmetro do punção e o diâmetro<br />

do blank;<br />

d) ( ) a diferença entre o diâmetro do punção e o<br />

diâmetro da matriz.<br />

5. A prensa mais adequada para repuxar chama-se:<br />

a) ( ) excêntrica<br />

b) ( ) hidráulica<br />

c) ( ) de manivela<br />

d) ( ) de fricção<br />

27


Dobramento e curvamento<br />

Deformação por flexão<br />

Dobramento é a operação que é feita pela aplicação de dobra<br />

ao material. Dobra é a parte do material plano que é flexionada<br />

sobre uma base de apoio. Na ilustração ao lado vemos uma<br />

chapa presa a uma morsa de bancada sendo dobrada <strong>com</strong> o<br />

auxílio de um macete.<br />

Curvamento é a operação feita pela aplicação de curva ao<br />

material produzido. Curva é a parte de um material plano que<br />

apresenta uma curvatura ou arqueamento. Na figura ao lado<br />

vemos uma operação de curvamento de uma chapa <strong>com</strong> o<br />

auxílio de um dispositivo cilíndrico preso à morsa. O<br />

curvamento da chapa é obtido por meio das pancadas de<br />

martelo.<br />

Nas operações de curvamento e<br />

dobramento, o esforço de flexão é<br />

feito <strong>com</strong> intensidade, de modo<br />

que provoca uma deformação<br />

permanente no material.<br />

29


Dobramento<br />

O dobramento pode ser feito manualmente ou à máquina.<br />

Quando a operação é feita manualmente, usam-se ferramentas<br />

e gabaritos. Na operação feita à máquina, usam-se as<br />

chamadas prensas dobradeiras ou dobradeiras. A escolha de<br />

utilização de um ou outro tipo de operação depende das<br />

necessidades de produção.<br />

A operação de dobramento é feita, na maior parte das vezes, a<br />

frio. Pode ainda ser feita a quente, em casos especiais.<br />

Deformação plástica e elástica<br />

A operação de dobramento provoca uma deformação<br />

permanente no material trabalhado. A deformação que é feita<br />

numa peça por meio do dobramento chama-se deformação<br />

plástica. Antes desta deformação, porém, ocorre uma outra,<br />

chamada deformação elástica, que não é permanente.<br />

Todo processo de deformação acontece do seguinte modo:<br />

tomemos <strong>com</strong>o exemplo uma mola. Quando tracionamos <strong>com</strong><br />

pouco esforço e a soltamos, ela volta à sua posição inicial. Este<br />

tipo de deformação chama-se deformação elástica. Se,<br />

entretanto, tracionarmos <strong>com</strong> muito esforço, o material<br />

ultrapassa sua resistência à deformação e não retorna mais à<br />

sua forma inicial. Desse modo, o material é deformado<br />

permanentemente. Chama-se a essa deformação, deformação<br />

plástica, embora nessa fase o material também apresente certa<br />

recuperação elástica.<br />

Portanto, ao se planejar uma operação de dobramento, é<br />

preciso calcular corretamente o ângulo de dobramento que se<br />

quer. O ângulo deve ser calculado <strong>com</strong> abertura menor do que<br />

a desejada, para que depois da recuperação elástica a peça<br />

fique <strong>com</strong> a dobra na dimensão prevista.<br />

30


Dobramento manual<br />

No dobramento manual, o esforço de flexão é exercido<br />

manualmente, <strong>com</strong> o auxílio de ferramentas e dispositivos<br />

<strong>com</strong>o: martelo, morsa, cantoneira e calços protetores, <strong>com</strong>o<br />

mostra a figura a seguir.<br />

Numa operação desse tipo, a escolha da ferramenta de<br />

impacto, <strong>com</strong>o o martelo, tem que ser adequada à espessura<br />

do material a ser dobrado. Além disso, para evitar deformações,<br />

devem ser usados calços protetores para a peça a ser dobrada.<br />

Dobradeiras manuais<br />

As dobradeiras manuais ou viradeiras são máquinas acionadas<br />

manualmente e de grande uso nas indústrias que produzem<br />

gabaritos, perfis, gabinetes de máquinas, armários etc. Estas<br />

máquinas se movimentam pela aplicação da força de um ou<br />

mais operadores.<br />

Para operar essas máquinas, o trabalhador precisa ter<br />

conhecimentos de cálculo de dobra, de preparação do material<br />

e de ajuste da dobradeira. Dependendo do trabalho a ser<br />

executado, as dobras são feitas <strong>com</strong> o auxílio de dispositivos<br />

especiais, existentes ou adaptados à viradeira. Essa operação<br />

é amplamente empregada na confecção de perfilados, abas,<br />

corpos de transformadores etc.<br />

31


Dobramento a máquina<br />

O dobramento à máquina costuma ser executado numa prensa<br />

dobradeira. É uma máquina que executa operações de<br />

dobramento em chapas de diversas dimensões e espessuras,<br />

<strong>com</strong> medidas predeterminadas. É, geralmente, uma máquina de<br />

grandes dimensões, formada por uma barra de pressão à qual é<br />

acoplado o estampo <strong>com</strong> movimento vertical, e uma matriz<br />

localizada na mesa inferior da máquina. Grande número de<br />

prensas dobradeiras apresenta a mesa inferior fixa e a barra de<br />

pressão móvel. Entretanto, podem-se encontrar modelos que<br />

têm a barra fixa e a mesa inferior móvel. Muitas dobradeiras<br />

chegam a atingir mais de 6 m de <strong>com</strong>primento.<br />

32


O trabalho é feito por meio da seleção de punções e matrizes,<br />

de acordo <strong>com</strong> as medidas e o formato que se deseja dar à<br />

chapa. A dobradeira é empregada na produção de perfilados,<br />

abas, corpos de transformadores etc.<br />

A prensa dobradeira pode se movimentar por energia<br />

mecânica ou hidráulica. Alguns modelos mais recentes têm<br />

<strong>com</strong>andos orientados por <strong>com</strong>putador, que permitem fazer<br />

uma série de dobras diferentes na mesma peça, reduzindo o<br />

manuseio e o tempo de fabricação.<br />

A figura a seguir mostra diferentes tipos de dobra, feitos a<br />

partir da seleção de punções e matrizes correspondentes.<br />

33


Dobramento a quente<br />

O dobramento a quente é sempre feito manualmente, quando a<br />

espessura do material a ser dobrado é grande, acima de 5 mm.<br />

Quando se dobra à maquina, o processo é sempre a frio,<br />

independentemente da espessura do material.<br />

Quando se dobra o material <strong>com</strong> aplicação do calor, acontece o<br />

mesmo fenômeno que ocorre quando se dobra a frio. As<br />

estruturas das fibras do lado externo da dobra são esticadas e<br />

as fibras do lado interno da dobra, <strong>com</strong>primidas. As fontes de<br />

calor usadas para o aquecimento da peça são: a forja, o forno<br />

elétrico a gás ou a óleo e o maçarico.<br />

34


A temperatura de aquecimento varia, dependendo do material<br />

<strong>com</strong> que se vai trabalhar. No caso de aço, cobre e latão, existe<br />

uma tabela de cores para <strong>com</strong>paração <strong>com</strong> o material a ser<br />

trabalhado. Cada cor corresponde a uma temperatura. Conforme<br />

a temperatura, a cor do metal muda, e assim é possível saber<br />

quando a chapa está pronta para a operação. Desse modo podese<br />

ter mais controle sobre o trabalho que se faz.<br />

Para um bom resultado, é preciso observar tudo aquilo que o<br />

trabalho envolve, <strong>com</strong>o: o metal de que a chapa é feita, a<br />

espessura da chapa, a quantidade de calor necessária, a pressão<br />

que vai ser dada na dobra, os dispositivos adequados etc.<br />

Curvamento<br />

A operação de curvamento é feita manualmente, por meio de<br />

dispositivos e ferramentas, ou à máquina, <strong>com</strong> auxílio da<br />

calandra, que é uma máquina de curvar chapas, perfis e tubos.<br />

Curvamento manual<br />

O esforço de flexão para a operação de curvamento é feito à<br />

mão, <strong>com</strong> o auxílio de martelo, grifa e gabaritos, sempre de<br />

acordo <strong>com</strong> o raio de curvatura desejado. Esta operação<br />

permite fazer cilindros de pequenas dimensões, suportes,<br />

flanges para tubulações etc. Na figura seguinte vemos o<br />

curvamento de uma barra <strong>com</strong> auxílio da grifa fixa, presa à<br />

morsa, onde são aplicados esforços gradativos para se<br />

conseguir a curvatura planejada, <strong>com</strong> ajuda da grifa móvel.<br />

35


Curvamento a quente<br />

O trabalho de curvar barras torna-se mais fácil quando o<br />

material recebe aquecimento. Peças <strong>com</strong>o anéis, flanges, elos<br />

etc. são executados <strong>com</strong> êxito a quente quando observados<br />

cuidadosamente os <strong>com</strong>ponentes do processo <strong>com</strong>o: calor<br />

aplicado no local correto por meio de maçarico ou forja<br />

adequados à espessura da peça, pressão exercida durante o<br />

curvamento e dispositivos adequados a cada tipo de trabalho.<br />

Curvamento a máquina<br />

A máquina usada para curvar chapas chama-se calandra. Na<br />

calandra são curvados chapas, perfis e tubos. As peças podem<br />

ser curvadas de acordo <strong>com</strong> o raio desejado. Nesse tipo de<br />

máquina é que se fabricam corpos ou costados de tanques,<br />

caldeiras, trocadores de calor, colunas de destilação etc.<br />

Elementos da calandra<br />

A calandra é constituída por um conjunto de rolos ou cilindros,<br />

<strong>com</strong> movimento giratório e pressão regulável. O material a ser<br />

curvado é colocado entre rolos que giram e pressionam até que<br />

o curvamento esteja de acordo <strong>com</strong> as dimensões desejadas.<br />

Rolos fixos e móveis<br />

A calandra permite curvar peças de acordo <strong>com</strong> o raio<br />

desejado. O curvamento é feito por meio dos rolos, que podem<br />

ser fixos ou móveis. Rolo fixo é aquele que tem apenas o<br />

movimento giratório. Rolo móvel é aquele que, além de girar,<br />

também pode ser movimentado para cima e para baixo.<br />

36


Desse modo, o raio de curvatura varia de acordo <strong>com</strong> a<br />

distância entre os rolos.<br />

Nas calandras podem ser curvadas chapas de acordo <strong>com</strong> o<br />

raio desejado. Quando se quer produzir um cone, cujos raios de<br />

curvatura são diferentes, recorre-se a um tipo especial de<br />

calandra. Ela possui rolos inferiores que se deslocam inclinados<br />

entre si, no sentido vertical.<br />

Tipos de calandra<br />

Existem calandras para chapas e calandras para tubos e perfis.<br />

Calandras para chapas<br />

Têm geralmente 3 ou 4 rolos. As de 3 rolos são as mais usadas<br />

na indústria e nelas os rolos estão dispostos em formação de<br />

pirâmide, <strong>com</strong>o mostra a ilustração seguinte.<br />

37


As calandras para chapas <strong>com</strong> 4 rolos apresentam a vantagem<br />

de facilitar o trabalho de pré-curvamento. Nas calandras de 3<br />

rolos, o pré-curvamento é feito manualmente.<br />

Calandras para tubos e perfis<br />

Apresentam conjuntos de rolos ou cilindros sobrepostos, feitos<br />

de aço temperado, <strong>com</strong> aproximadamente 200 mm de diâmetro.<br />

Podem curvar qualquer tipo de perfil: barras, quadrados,<br />

cantoneiras, em T etc.<br />

Quanto ao acionamento, as calandras podem ser: manuais,<br />

<strong>com</strong> um volante ou manivela para fazer girar os rolos, ou<br />

mecânicas, <strong>com</strong> motor elétrico e redutor para movimentar os<br />

rolos.<br />

38


As calandras mecânicas podem apresentar, além do motor<br />

elétrico, um sistema hidráulico que imprime maior ou menor<br />

pressão aos rolos. Este último tipo é usado para trabalhos de<br />

grande porte.<br />

Calandra manual Calandra mecânica<br />

Calandra mecânica <strong>com</strong> sistema hidráulico<br />

Todos os tipos apresentam, em uma das extremidades, um<br />

dispositivo que permite soltar o cilindro superior para retirar a<br />

peça calandrada.<br />

39


Exercícios<br />

1. Nas operações de curvamento e dobramento ocorrem:<br />

a) ( ) deformação elástica e deformação plástica;<br />

b) ( ) deformação elástica e deformação por ruptura;<br />

c) ( ) deformação plástica e deformação permanente;<br />

d) ( ) deformação elástica e recuperação plástica.<br />

2. As máquinas acionadas manualmente para dobrar são:<br />

a) ( ) prensas dobradeiras;<br />

b) ( ) morsas viradeiras;<br />

c) ( ) viradeiras;<br />

d) ( ) dobradeiras.<br />

3. As máquinas para curvar chamam-se:<br />

a) ( ) curvadeiras;<br />

b) ( ) morsas;<br />

c) ( ) calandras;<br />

d) ( ) tornos.<br />

4. A calandra é formada por:<br />

a) ( ) conjunto de rolos ou cilindros;<br />

b) ( ) partes móveis dispostas em formação de pirâmide;<br />

c) ( ) carcaça e grifa;<br />

d) ( ) rolos cônicos e rolos paralelos.<br />

5. Existem tipos especiais de calandra para:<br />

a) ( ) aço temperado e cobre;<br />

b) ( ) chapas e tubos;<br />

c) ( ) materiais <strong>com</strong> recuperação elástica;<br />

d) ( ) deformações a quente e a frio.<br />

40


Eletroerosão<br />

A eletroerosão é um processo de usinagem no qual pequenas<br />

descargas elétricas fornecem calor e energia mecânica<br />

necessários para erodir a peça. Existem dois tipos: eletroerosão<br />

a fio e eletroerosão por penetração.<br />

Eletroerosão a fio<br />

Neste processo, o eletrodo é um fio contínuo <strong>com</strong> menos de<br />

1mm de diâmetro (o menor é de 20mm).<br />

Eletroerosão a fio<br />

A forma da peça é colocada em um programa que fica<br />

armazenado em um <strong>com</strong>putador.<br />

O <strong>com</strong>putador <strong>com</strong>anda o deslocamento da mesa onde a peça<br />

está presa.<br />

É utilizada para cortar matrizes vazadas.<br />

41


Eletroerosão por penetração<br />

O eletrodo tem a forma da peça. É utilizado para usinar<br />

estampas de corte em moldes para injeção de plásticos,<br />

estampos para forjaria, matrizes para extrusão, fieiras para<br />

trefilar, etc.<br />

Eletroerosão por penetração<br />

Vantagens da eletroerosão<br />

A eletroerosão pode ser aplicada a todos os materiais<br />

condutores de corrente elétrica, qualquer que seja a sua dureza.<br />

Podemos usinar metal duro, e aço depois de temperado,<br />

evitando assim as deformações causadas pela têmpera.<br />

Eletrodos de forma <strong>com</strong>plexa são confeccionados em metal mole<br />

ou em grafite.<br />

42


Processo do erodir<br />

A peça a ser usinada e a ferramenta (eletrodo) são conectadas a<br />

um gerador de corrente contínua.<br />

Processo de erodir<br />

Ao se aproximar o eletrodo da peça, salta uma centelha elétrica<br />

entre os dois. No local do impacto da centelha ocorre um forte<br />

aquecimento que provoca a fusão e a evaporação do metal,<br />

formando pequenas depressões (crateras), tanto na peça <strong>com</strong>o<br />

na ferramenta.<br />

Esse processo ocorre dentro de um líquido isolante, o dielétrico,<br />

que tem as seguintes finalidades:<br />

• Estabilizar a condução das centelhas;<br />

• Remover as partículas provenientes da erosão da peça e do<br />

eletrodo;<br />

• Refrigerar o eletrodo e a peça.<br />

O dielétrico pode ser <strong>com</strong>posto de óleos minerais, querosene,<br />

óleos à base de silicone e água desionizada.<br />

O processo de erosão ocorre simultaneamente na peça e na<br />

ferramenta (eletrodo), mas, ajustando convenientemente a<br />

máquina, pode-se chegar a 99,5% de erosão na peça e 0,5% na<br />

ferramenta.<br />

Os fabricantes de máquinas de eletroerosão fornecem tabelas,<br />

<strong>com</strong>o por exemplo, a tabela a seguir, onde são indicados os<br />

ajustes da máquina e os valores obtidos experimentalmente.<br />

43


Intensidad<br />

e da<br />

corrente<br />

2 A<br />

4 A<br />

8 A<br />

16A<br />

24A<br />

48 A<br />

44<br />

Tempo de<br />

impulso<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

1<br />

2<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

3<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

4<br />

5<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

6<br />

7<br />

8<br />

9<br />

10<br />

11<br />

12<br />

13<br />

14<br />

Tempo<br />

de<br />

pausa<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

1<br />

2<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

4<br />

4<br />

4<br />

4<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

3<br />

4<br />

4<br />

4<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

G.A.P<br />

(em µm)<br />

12µm<br />

14<br />

16<br />

18<br />

20<br />

25<br />

15µm<br />

17<br />

20<br />

22<br />

25<br />

30<br />

35<br />

40<br />

17µm<br />

20<br />

25<br />

30<br />

35<br />

40<br />

45<br />

50<br />

55<br />

35µm<br />

40<br />

45<br />

50<br />

55<br />

60<br />

65<br />

70<br />

50µm<br />

55<br />

60<br />

65<br />

70<br />

75<br />

80<br />

90<br />

70µm<br />

80<br />

90<br />

100<br />

110<br />

120<br />

140<br />

160<br />

180<br />

Capacidade de<br />

erosão por<br />

minuto (em<br />

mm 3 )<br />

0,25mm 3<br />

0,50<br />

0,50<br />

0,75<br />

1<br />

1<br />

0,5mm 3<br />

1<br />

1<br />

2<br />

3<br />

3<br />

3<br />

2<br />

1 mm 3<br />

2<br />

2<br />

3<br />

5<br />

6<br />

5<br />

5<br />

4<br />

6 mm 3<br />

8<br />

10<br />

10<br />

12<br />

12<br />

10<br />

8<br />

12 mm 3<br />

15<br />

15<br />

20<br />

25<br />

30<br />

30<br />

25<br />

40 mm 3<br />

50<br />

60<br />

80<br />

110<br />

100<br />

80<br />

70<br />

60<br />

Desgaste<br />

do<br />

eletrodo<br />

(em %)<br />

35%<br />

25<br />

15<br />

10<br />

6<br />

4<br />

40%<br />

30<br />

20<br />

15<br />

10<br />

7<br />

5<br />

4<br />

40%<br />

30<br />

20<br />

15<br />

10<br />

7<br />

5<br />

4<br />

4<br />

25%<br />

20<br />

15<br />

10<br />

7<br />

5<br />

3<br />

1,5<br />

20%<br />

15<br />

12<br />

10<br />

4<br />

3<br />

1,5<br />

0,5<br />

20%<br />

15<br />

10<br />

5<br />

2<br />

1<br />

0,5<br />

0,5<br />

0,5<br />

Área<br />

mínima de<br />

erosão (em<br />

mm 2 )<br />

0,25mm 2<br />

0,25<br />

0,25<br />

0,25<br />

0,25<br />

0,25<br />

1 mm 2<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

1<br />

5 mm 2<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

5<br />

20 mm 2<br />

20<br />

20<br />

20<br />

20<br />

20<br />

20<br />

20<br />

60 mm 2<br />

60<br />

60<br />

60<br />

60<br />

60<br />

60<br />

60<br />

300mm 2<br />

300<br />

300<br />

300<br />

300<br />

300<br />

300<br />

300<br />

300<br />

Rugosi<br />

dade<br />

(em<br />

µm)<br />

4µm<br />

5<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

5µm<br />

6<br />

8<br />

10<br />

12<br />

15<br />

20<br />

25<br />

7µm<br />

8<br />

10<br />

13<br />

18<br />

20<br />

22<br />

28<br />

30<br />

14µm<br />

17<br />

20<br />

25<br />

30<br />

35<br />

40<br />

50<br />

20µm<br />

25<br />

35<br />

35<br />

40<br />

50<br />

60<br />

70<br />

40µm<br />

45<br />

55<br />

45<br />

75<br />

90<br />

105<br />

120<br />

135<br />

Diferença entre a<br />

medida nominal e<br />

a medida do<br />

eletrodo (em mm)<br />

0,032<br />

0,038<br />

0,044<br />

0,052<br />

0,060<br />

0,074<br />

0,040<br />

0,046<br />

0,056<br />

0,064<br />

0,074<br />

0,090<br />

0,110<br />

0,130<br />

0,048<br />

0,056<br />

0,070<br />

0,086<br />

0,106<br />

0,120<br />

0,134<br />

0,156<br />

0,170<br />

0,098<br />

0,114<br />

0,130<br />

0,150<br />

0,170<br />

0,190<br />

0,210<br />

0,240<br />

0,140<br />

0,160<br />

0,180<br />

0,200<br />

0,220<br />

0,250<br />

0,280<br />

0,320<br />

0,220<br />

0,250<br />

0,290<br />

0,290<br />

0,370<br />

0,420<br />

0,490<br />

0,560<br />

0,630<br />

Esta tabela é válida para um determinado modelo de máquina de eletroerosão. Os dados aqui apresentados<br />

foram conseguidos através de experiências práticas de fabricantes.


Ajustes da máquina<br />

Polaridade<br />

A polaridade do eletrodo (+ ou -) depende do material do<br />

eletrodo e da peça.<br />

eletrodo<br />

peça<br />

cobre<br />

grafite<br />

WCu<br />

aço + + + +<br />

metal duro -<br />

cobre - - +<br />

Polaridade do eletrodo<br />

Freqüência<br />

O gerador de impulsos produz corrente contínua de 80 a 300<br />

volts, que se transmite à peça e à ferramenta através de um<br />

emissor de impulsos <strong>com</strong> freqüência ajustável de 0,2 a 500KHz*.<br />

Quanto maior for a freqüência, melhor é o acabamento da peça<br />

(menor rugosidade) e menor é o volume de material removido<br />

por tempo.<br />

Aço<br />

45


*KHz - Quiloherts = mil ciclos por segundo<br />

Intensidade de corrente ( I )<br />

A intensidade da corrente elétrica (amperes) depende do<br />

material da peça e da ferramenta e da área a erodir (Tabela<br />

Prática usando eletrodo de cobre e peças de aço). Quanto maior<br />

a amperagem maior o volume erodido.<br />

Tempo de impulso - Tempo de pausa<br />

Aumentando o tempo de impulso aumenta a capacidade de<br />

erosão e a rugosidade, e diminui o desgaste do eletrodo.<br />

46


Movimento vertical<br />

Nos trabalhos onde as condições de limpeza são ruins, as<br />

partículas que se desprendem da peça e do eletrodo podem se<br />

acumular em algum lugar, provocando as descargas elétricas<br />

somente neste local. Por isso, nas máquinas modernas existe<br />

um sistema onde se pode controlar um movimento vertical (sobe<br />

e desce) do eletrodo, que facilita a limpeza do local de trabalho.<br />

Processo de limpeza<br />

Para não se formar dentro do dielétrico pontes condutoras de<br />

energia elétrica, entre o eletrodo e a peça, o material erodido<br />

deve ser retirado imediatamente, através de uma boa lavagem.<br />

Dependendo do tipo de trabalho, a lavagem pode ser por:<br />

• Aspersão<br />

• Pressão<br />

• Aspiração<br />

Lavagem por aspersão<br />

47


Lavagem por pressão<br />

Lavagem por aspiração<br />

48


Lavagem por aspiração<br />

Observação<br />

A peça deve ficar, no mínimo, 30mm submersa no dielétrico,<br />

para evitar que haja superaquecimento na superfície do<br />

dielétrico e um possível incêndio.<br />

Dimensões do eletrodo<br />

Para determinar as medidas do eletrodo devem-se considerar:<br />

• A intensidade da corrente (amperes) em função da área de<br />

erosão;<br />

• A profundidade a ser usinada;<br />

• O desgaste do eletrodo.<br />

Cálculo da amperagem<br />

Para efeito de cálculo da amperagem devem ser considerados<br />

os seguintes fatores: área de usinagem, tipo de material a ser<br />

usinado e material do eletrodo.<br />

49


50<br />

Eletrodo<br />

Cobre<br />

eletrolítico<br />

Material a<br />

ser usinado<br />

Coeficiente para<br />

amperagem<br />

Aço 0,07A/mm 2<br />

Grafite Aço 0,01A/mm 2<br />

Cobre e<br />

tungstênio<br />

Aço 0,14A/mm 2<br />

Cobre Cobre 0,07A/mm 2<br />

Cobre e<br />

tungstênio<br />

Pastilha de<br />

carboneto<br />

Cálculo de amperagem ( I )<br />

I = Área x coeficiente do material /<br />

eletrodo<br />

0,05A/mm 2<br />

Exemplo<br />

Calcular a amperagem de um eletrodo de cobre para usinar uma<br />

matriz de aço, que tem um furo retangular de 15mm x 20mm.<br />

Solução<br />

Área<br />

A = 15mm x 20mm A = 300mm 2<br />

Amperagem<br />

I = 300mm 2 x 0,07A/mm 2 I = 21A


Medida do eletrodo<br />

Dependendo do tipo de trabalho, são feitos dois eletrodos: um<br />

eletrodo para desbaste e outro para acabamento.<br />

As fórmulas para calcular as medidas do eletrodo estão na<br />

figura seguinte.<br />

Eletrodo de desbaste:<br />

Mf = Mn - (2 GAP + 2r + % C s )<br />

Eletrodo de acabamento :<br />

Mf = Mn - (2 GAP + 2r)<br />

onde:<br />

Mf = Medida final<br />

Mn = Medida nominal<br />

GAP = Comprimento da centelha<br />

r = Rugosidade<br />

C s = Coeficiência de segurança<br />

__ 10% da tolerância da peça<br />

Exemplo<br />

Calcular as medidas do eletrodo do exemplo da página 340,<br />

sabendo que a tolerância do furo = 0,10mm.<br />

Solução<br />

51


Eletrodo de desbaste<br />

Os ajustes da máquina são para obter a maior capacidade de<br />

erosão e o menor desgaste do eletrodo.<br />

Por exemplo, consultando a tabela Coeficiente para cálculo de<br />

amperagem de eletrodos, para uma intensidade de corrente de<br />

24A, obtemos:<br />

I = 24A<br />

tempo de impulso = 10 (*)<br />

tempo de pausa = 4 (*)<br />

GAP = 80µm<br />

capacidade de erosão = 30mm 2<br />

desgaste do eletrodo = 1,5%<br />

rugosidade = 60µm<br />

* indicação do botão da máquina<br />

Usando a fórmula da figura da pagina anterior, temos:<br />

Mf = Mn - (2GAP + 2r + % C s )<br />

Mf = 15 - (2 . 0,080 + 2 . 0,060 + 0,01)<br />

52<br />

Mf = 14,71mm<br />

Mf = 20 - (2 . 0,080 + 2 . 0,060 + 0,01)<br />

Mf = 19,71mm<br />

Eletrodo de acabamento<br />

Os ajustes da máquina para o eletrodo de acabamento são<br />

escolhidos em função da rugosidade permitida na peça. A área<br />

de erosão agora é menor.


Considerando a espessura a erodir<br />

= 0,4<br />

Área = (20 + 20 + 15 + 15) x 0,4mm<br />

Área = 28mm 2<br />

I = 28mm 2 x 0,07A/mm 2<br />

I = 1,96A<br />

Na tabela “Prática usando eletrodo de cobre e peças de aço”,<br />

vamos usar 2 amperes. Adotando uma rugosidade de 6µm na<br />

peça, obtemos:<br />

I = 2A<br />

rugosidade = 6µm<br />

tempo de impulso = 3<br />

tempo de pausa = 2<br />

GAP = 16µm<br />

Usando a fórmula da figura referente ao título Medida do<br />

eletrodo temos:<br />

Mf = Mn - (2GAP + 2r)<br />

Mf = 15 - (2.0,016 + 2.0,006)<br />

Mf = 14,956mm<br />

Mf = 20 - (2.0,016 + 2.0,006)<br />

Mf = 19,956mm<br />

A diferença da medida do eletrodo pode também ser obtida<br />

diretamente da tabela “Prática usando eletrodo de cobre e peças<br />

de aço”, - 0,044mm.<br />

53


Questionário- resumo<br />

1. Descrever o princípio de funcionamento da eletroerosão.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

2. O que ocorre <strong>com</strong> o eletrodo se aumentarmos a intensidade<br />

da corrente?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

3. O que é GAP?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

4. Como se calcula a amperagem para erodir?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

5. Por que a peça deve ficar submersa no dielétrico no mínimo<br />

30mm?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

6. O que é dielétrico?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

7. Quais os dielétricos normalmente utilizados no processo de<br />

eletroerosão?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

54


8. Calcule a amperagem necessária para erodir, <strong>com</strong> um<br />

eletrodo de cobre eletrolítico <strong>com</strong> um área de erosão de<br />

350mm 2 , em uma peça de aço.<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

9. Qual é a utilização da fórmula: Mf = Mn - (2GAP + r)?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

10. Qual o material do eletrodo e a polaridade re<strong>com</strong>endados<br />

para erodir metal duro?<br />

_________________________________________________<br />

_________________________________________________<br />

__________________________________<br />

55


Usinagem por eletroerosão<br />

Suponha que um amigo seu, que vai patrocinar uma importante<br />

<strong>com</strong>petição esportiva, esteja encarregado de providenciar um<br />

grande número de medalhas.<br />

O problema é que seu amigo não sabe qual é o melhor<br />

processo para confeccionar essas medalhas e está pedindo a<br />

sua ajuda.<br />

Na sua opinião, qual dos processos de usinagem que você<br />

conhece é o mais adequado para essa finalidade?<br />

Uma coisa é certa: seria muito trabalhoso e caro entalhar essas<br />

medalhas uma a uma. Na verdade, a produção ficaria mais<br />

viável <strong>com</strong> a utilização de um molde, obtido a partir de um<br />

processo denominado eletroerosão.<br />

A eletroerosão baseia-se na destruição de partículas metálicas<br />

por meio de descargas elétricas.<br />

Data de meados do século XVIII a descrição de um processo<br />

para obtenção de pó metálico mediante descargas elétricas.<br />

57


Mas este processo só passou a ser utilizado industrialmente há<br />

cerca de sessenta anos, para a recuperação de peças <strong>com</strong><br />

ferramentas quebradas em seu interior (machos, brocas,<br />

alargadores).<br />

Durante a Segunda Guerra Mundial, a necessidade de acelerar<br />

a produção industrial e a escassez de mão-de-obra<br />

impulsionaram a pesquisa de novas tecnologias, visando tornar<br />

possível o aumento da produção, <strong>com</strong> um mínimo de<br />

desperdício. Esse esforço marcou o início, entre outras<br />

realizações, da era da eletroerosão.<br />

Estudando os assuntos desta aula, você conhecerá as<br />

aplicações da eletroerosão na indústria, os princípios deste<br />

processo e ficará sabendo <strong>com</strong>o são confeccionados os<br />

eletrodos usados nas máquinas de eletroerosão.<br />

A explosão da eletroerosão<br />

Este é um dos processos não tradicionais de usinagem que<br />

vêm ganhando espaço ultimamente. Várias razões explicam<br />

esse crescimento.<br />

Pense, por exemplo, nos novos materiais que têm surgido,<br />

<strong>com</strong>o os carbonetos metálicos, as superligas e as cerâmicas.<br />

Trata-se, geralmente, de materiais muito duros. Você já<br />

imaginou a dificuldade que seria usiná-los pelos processos<br />

tradicionais?<br />

Imagine também a dificuldade que representaria a usinagem<br />

pelos métodos tradicionais de uma peça <strong>com</strong> formas tão<br />

<strong>com</strong>plexas <strong>com</strong>o a mostrada abaixo.<br />

58


Brocas helicoidais são eficientes para produzir furos redondos.<br />

Mas que broca produziria um furo irregular <strong>com</strong>o o da peça ao<br />

lado?<br />

Por eletroerosão, o molde dessa peça pode ser produzido em<br />

uma só fase de operação.<br />

Além disso, os processos tradicionais de usinagem geram calor<br />

e tensões na superfície usinada, produzem enormes cavacos e<br />

afetam as características estruturais da peça. Não são<br />

adequados, portanto, para produzir superfícies de alta<br />

qualidade, praticamente sem distorções e sem alterações<br />

microestruturais.<br />

Já na usinagem por eletroerosão, a peça permanece submersa<br />

em um líquido e, portanto, há rápida dissipação do calor gerado<br />

no processo. Na eletroerosão não existe força de corte, pois<br />

não há contato entre a ferramenta e a peça. Por isso não se<br />

formam as tensões <strong>com</strong>uns dos processos convencionais de<br />

usinagem.<br />

Uma vantagem adicional é a automatização das máquinas de<br />

eletroerosão, que permite a obtenção de estreitos limites de<br />

tolerância. No processo de eletroerosão, é possível um controle<br />

rigoroso da ação da ferramenta sobre a peça usinada, graças a<br />

um servomecanismo que reage rapidamente às pequenas<br />

variações de intensidade de corrente.<br />

59


Tudo isso torna a eletroerosão um processo adequado para<br />

atender às exigências atuais de qualidade e produtividade, <strong>com</strong><br />

grande aplicação na confecção de matrizes para estampos de<br />

corte, moldes de injeção, forjaria, cunhagem e fabricação de<br />

ferramentas de metal duro.<br />

Eletroerosão<br />

A eletroerosão é um processo <strong>com</strong>plexo, em grande parte não<br />

visível. Portanto, para entender esse processo, você terá de pôr<br />

sua imaginação para funcionar.<br />

Para que a eletroerosão ocorra, é necessário que os materiais<br />

envolvidos (peça a ser usinada e a ferramenta) sejam bons<br />

condutores de eletricidade.<br />

A ferramenta que produz a erosão, ou seja, o desbaste da<br />

superfície usinada, é o eletrodo.<br />

Peça e eletrodo são mergulhados num recipiente que contém<br />

um fluido isolante, isto é, não condutor de eletricidade,<br />

chamado dielétrico. Em geral, são utilizados <strong>com</strong>o dielétricos o<br />

óleo mineral e o querosene. O querosene requer cuidados<br />

especiais, pois é inflamável e exala um odor forte, prejudicial à<br />

saúde e ao ambiente.<br />

Tanto a peça <strong>com</strong>o o eletrodo estão ligados a uma fonte de<br />

corrente contínua, por meio de cabos. Geralmente, o eletrodo<br />

tem polaridade positiva e a peça, polaridade negativa.<br />

Um dos cabos está conectado a um interruptor, que aciona e<br />

interrompe o fornecimento de energia elétrica para o sistema. A<br />

figura a seguir mostra um esquema simplificado do processo de<br />

eletroerosão.<br />

60


Ao ser ligado o interruptor, forma-se uma tensão elétrica entre o<br />

eletrodo e a peça. De início, não há passagem de corrente, já<br />

que o dielétrico atua <strong>com</strong>o isolante.<br />

Íons: partículas eletricamente carregadas. Chamam-se cátions<br />

quando carregadas positivamente e ânions quando carregadas<br />

negativamente.<br />

Quando o espaço entre a peça e a ferramenta é diminuído até<br />

uma distância determinada, o dielétrico passa a atuar <strong>com</strong>o<br />

condutor, formando uma “ponte” de íons entre o eletrodo e a<br />

peça.<br />

Produz-se, então, uma centelha que superaquece a superfície<br />

do material dentro do campo de descarga, fundindo-a. Estimase<br />

que, dependendo da intensidade da corrente aplicada, a<br />

temperatura na região da centelha possa variar entre 2.500°C e<br />

50.000°C.<br />

O processo de erosão ocorre simultaneamente na peça e no<br />

eletrodo. Com ajustes convenientes da máquina, é possível<br />

controlar a erosão, de modo que se obtenha até 99,5% de<br />

erosão na peça e 0,5% no eletrodo.<br />

61


A distância mínima entre a peça e a ferramenta, na qual é<br />

produzida a centelha, é chamada GAP (do inglês gap = folga) e<br />

depende da intensidade da corrente aplicada. O GAP é o<br />

<strong>com</strong>primento da centelha.<br />

O tamanho do GAP pode determinar a rugosidade da superfície<br />

da peça. Com um GAP alto, o tempo de usinagem é menor,<br />

mas a rugosidade é maior. Já um GAP mais baixo implica maior<br />

tempo de usinagem e menor rugosidade de superfície.<br />

As partículas fundidas, desintegradas na forma de minúsculas<br />

esferas, são removidas da região por um sistema de limpeza e,<br />

no seu lugar, fica uma pequena cratera. O dielétrico, além de<br />

atuar <strong>com</strong>o isolante, participa desta limpeza e ainda refrigera a<br />

superfície usinada.<br />

62


O fornecimento de corrente é interrompido pelo afastamento do<br />

eletrodo. O ciclo re<strong>com</strong>eça <strong>com</strong> a reaproximação do eletrodo<br />

até a distância GAP, provocando uma nova descarga.<br />

A duração da descarga elétrica e o intervalo entre uma<br />

descarga e outra são medidos em microssegundos e<br />

controlados por <strong>com</strong>andos eletrônicos.<br />

Descargas sucessivas, ao longo de toda a superfície do<br />

eletrodo, fazem a usinagem da peça. A freqüência das<br />

descargas pode alcançar até 200 mil ciclos por segundo. Na<br />

peça fica reproduzida uma matriz, que é uma cópia fiel do<br />

eletrodo, porém invertida.<br />

Responda!<br />

Por que, no processo de eletroerosão, a fonte de energia deve<br />

fornecer corrente contínua e não corrente alternada?<br />

Se você analisar <strong>com</strong>o flui a corrente elétrica por uma pilha, que<br />

é um gerador de corrente contínua, você encontrará a<br />

explicação para a pergunta anterior. A pilha tem dois pólos: o de<br />

carvão (+) e o de zinco (-). O elétrons se movem do pólo<br />

negativo para o positivo e a intensidade da corrente é<br />

constante. Na corrente alternada, a intensidade da corrente é<br />

variável, gerando inversões de polaridade (o mesmo pólo ora é<br />

positivo, ora é negativo). No processo de eletroerosão, isso<br />

poderia levar a um desgaste maior da ferramenta do que da<br />

peça.<br />

Eletroerosão por penetração ou a fio?<br />

O processo mais <strong>com</strong>um de eletroerosão baseia-se na<br />

penetração do eletrodo na peça, <strong>com</strong>o foi descrito<br />

anteriormente.<br />

Para certas finalidades, <strong>com</strong>o a usinagem de cavidades<br />

passantes e perfurações transversais, é preferível usar o<br />

processo de eletroerosão a fio.<br />

63


Os princípios básicos da eletroerosão a fio são semelhantes<br />

aos da eletroerosão por penetração.<br />

A diferença é que, neste processo, um fio de latão ionizado, isto<br />

é, eletricamente carregado, atravessa a peça submersa em<br />

água desionizada, em movimentos constantes, provocando<br />

descargas elétricas entre o fio e a peça, as quais cortam o<br />

material. Para permitir a passagem do fio, é feito previamente<br />

um pequeno orifício no material a ser usinado.<br />

O corte a fio é programado por <strong>com</strong>putador, que permite o corte<br />

de perfis <strong>com</strong>plexos e <strong>com</strong> exatidão.<br />

Em alguns equipamentos, um ploter, isto é, um traçador gráfico,<br />

possibilita a conferência da execução do programa pela<br />

máquina, <strong>com</strong>o mostra a ilustração.<br />

64


Atualmente, a eletroerosão a fio é bastante usada na indústria<br />

para a confecção de placas de guia, porta-punções e matrizes<br />

(ferramentas de corte, dobra e repuxo).<br />

A figura mostra alguns exemplos de peças usinadas por<br />

eletroerosão a fio.<br />

Eletrodo: a ferramenta da eletroerosão<br />

Como você já sabe, na eletroerosão por penetração, a<br />

ferramenta usada é o eletrodo.<br />

Em princípio, todos os materiais condutores de eletricidade<br />

podem ser usados <strong>com</strong>o eletrodo. Mas tendo em vista que na<br />

fabricação de uma ferramenta por eletroerosão o preço de<br />

confecção do eletrodo representa uma parcela significativa dos<br />

custos do processo, é importante escolher <strong>com</strong> cuidado o<br />

material a ser utilizado e o método de usinagem.<br />

Os melhores materiais para produção de eletrodos são aqueles<br />

que têm ponto de fusão elevado e são bons condutores de<br />

eletricidade. De um modo geral, os materiais para eletrodos<br />

podem ser agrupados em duas categorias: metálicos e nãometálicos.<br />

Entre os materiais metálicos, os mais utilizados são: cobre<br />

eletrolítico, cobre tungstênio e cobre sinterizado. Eletrodos<br />

feitos desses materiais caracterizam-se por apresentarem ótimo<br />

acabamento e mínimo desgaste durante o processo de<br />

eletroerosão.<br />

65


Entre os materiais não-metálicos, o grafite é o principal. Este é<br />

um material de fácil usinagem, porém é muito quebradiço. Os<br />

eletrodos de grafite são insensíveis aos choques térmicos,<br />

conservam suas qualidades mecânicas a altas temperaturas,<br />

praticamente não se deformam e são leves. Entretanto, são<br />

abrasivos, não podem ser moldados ou conformados e não<br />

aceitam redução por ácido.<br />

Peças retangulares e cilíndricas, de dimensões padronizadas,<br />

são encontradas no <strong>com</strong>ércio. Quando se trata de eletrodos de<br />

perfis irregulares e <strong>com</strong>plexos, é re<strong>com</strong>endável analisar<br />

cuidadosamente a relação custo-benefício antes de partir para<br />

sua construção.<br />

Os eletrodos podem ser produzidos pelos métodos<br />

convencionais de usinagem, <strong>com</strong>o a fresagem, torneamento,<br />

aplainamento etc.<br />

66


Exercícios<br />

Marque <strong>com</strong> X a resposta certa.<br />

1. Para que a eletroerosão ocorra, é necessário que os<br />

materiais da peça e da ferramenta sejam:<br />

a) ( ) condutores de calor;<br />

b) ( ) <strong>com</strong>bustíveis;<br />

c) ( ) isolantes;<br />

d) ( ) condutores de corrente elétrica.<br />

2. O dielétrico deve ser um fluido:<br />

a) ( ) isolante;<br />

b) ( ) condutor de eletricidade;<br />

c) ( ) <strong>com</strong>bustível;<br />

d) ( ) ionizado.<br />

3. A centelha é produzida quando o eletrodo:<br />

a) ( ) encosta na peça;<br />

b) ( ) afasta-se da peça;<br />

c) ( ) fica a uma distância da peça chamada GAP;<br />

d) ( ) mergulha no dielétrico.<br />

4. Entre os materiais mais usados para fabricação de<br />

eletrodos, destacam-se:<br />

a) ( ) cobre eletrolítico, cobre tungstênio, grafite;<br />

b) ( ) latão, ferro fundido, cobre;<br />

c) ( ) aço, tungstênio, bronze;<br />

d) ( ) grafite, latão, ferro fundido.<br />

5. A eletroerosão a fio é preferível quando for necessário<br />

usinar:<br />

a) ( ) furos cilíndricos cegos;<br />

b) ( ) cavidades passantes de perfis <strong>com</strong>plexos;<br />

c) ( ) rebaixos oblíquos não passantes;<br />

d) ( ) furos helicoidais.<br />

67


Corte plasma<br />

Plasma<br />

Sabemos que a matéria pode se apresentar nos estados sólido,<br />

líquido e gasoso. Entretanto, há um estado chamado plasma,<br />

conhecido também <strong>com</strong>o o quarto estado da matéria.<br />

Para uma visão geral de <strong>com</strong>o se produz o plasma, pode-se<br />

tomar <strong>com</strong>o exemplo a água.<br />

Considerando os três estados físicos da matéria, sólido, líquido<br />

e gasoso, tem-se o gelo, a água e o vapor. A diferença básica<br />

entre esses três estados é o quanto de energia existe em cada<br />

um deles. Se adicionarmos energia sob forma de calor ao gelo,<br />

ele se transforma em água. E se adicionarmos mais energia a<br />

essa água, ela se transformará em vapor, separando-se em<br />

dois gases: hidrogênio e oxigênio.<br />

Se continuar a adição de<br />

energia ao vapor, algumas de<br />

suas propriedades são<br />

alteradas, <strong>com</strong>o a<br />

temperatura e características<br />

elétricas. Esse processo é<br />

chamado ionização, e<br />

quando isso acontece os<br />

gases tornam-se plasma.<br />

69


O plasma é um condutor elétrico, e quanto menor for o local em<br />

que ele se encontrar, tanto maior será sua temperatura. Para<br />

entendermos melhor <strong>com</strong>o isso ocorre, podemos tomar <strong>com</strong>o<br />

exemplo uma corrente elétrica passando por um fio. Se<br />

estreitarmos o fio por onde passa a corrente elétrica, a<br />

resistência à passagem da corrente aumenta, aumentando<br />

também a tensão entre os elétrons e, conseqüentemente, a<br />

temperatura do fio.<br />

Surgimento do processo de corte a arco plasma<br />

Em 1950, o processo TIG (gás inerte de tungstênio) de<br />

soldagem estava implantado <strong>com</strong>o um método de alta<br />

qualidade para soldar metais nobres. Durante o<br />

desenvolvimento desse processo, os cientistas envolvidos no<br />

trabalho descobriram que se reduzissem o diâmetro do bocal<br />

por onde saía a tocha de gás para soldagem, as propriedades<br />

do arco elétrico do equipamento de soldagem ficavam bastante<br />

alteradas. A redução do diâmetro de saída <strong>com</strong>primia o arco<br />

elétrico, aumentando a velocidade e a temperatura do gás. O<br />

gás, ionizado, ao sair pelo bocal, em vez de soldar, cortava<br />

metais.<br />

Nessa figura, os dois arcos estão operando <strong>com</strong> uma corrente<br />

elétrica de 200 ampères. O bocal de jato plasma está apertado<br />

e por isso opera <strong>com</strong> o dobro da tensão. Produz um plasma<br />

muito mais quente que o bocal do arco TIG. Se a mesma<br />

corrente (200 ampères) é forçada a passar pelo bocal do<br />

70


plasma, a tensão e a temperatura aumentam e uma energia<br />

cinética do gás sai pelo bocal, provocando o corte do metal.<br />

Características do arco plasma<br />

As características do arco plasma variam de acordo <strong>com</strong>:<br />

• o tipo de gás de corte;<br />

• a quantidade de vazão;<br />

• o diâmetro do bocal (bico de corte);<br />

• a tensão do arco elétrico.<br />

Esses elementos precisam ser controlados e usados segundo<br />

princípios técnicos para se obter bom rendimento do trabalho.<br />

Desse modo, se é usada uma baixa vazão de gás, o jato de<br />

plasma apresenta alta temperatura e concentra grande<br />

quantidade de calor na superfície. Esta é a situação ideal para<br />

soldagem.<br />

Ao contrário, se a vazão de gás é aumentada, a velocidade do<br />

jato de plasma é tão grande que empurra o metal fundido<br />

através da peça de trabalho, provocando o corte do material.<br />

Corte plasma convencional<br />

O corte plasma, utilizado no mesmo estado em que foi<br />

descoberto, é atualmente chamado de corte plasma<br />

convencional. Pode ser aplicado a cortes de vários metais <strong>com</strong><br />

espessuras diferentes. É muito usado, por exemplo, para cortar<br />

aço inoxidável, aço-carbono e alumínio.<br />

Para se obter um bom rendimento do trabalho, é preciso utilizar<br />

o gás adequado para corte de cada material, controlar a vazão<br />

do gás e a tensão do arco elétrico, levar em conta a capacidade<br />

de condução de corrente da tocha de plasma e as propriedades<br />

do metal a ser cortado.<br />

71


Uma tocha mecanizada <strong>com</strong> capacidade para 1.000 ampères<br />

pode cortar até 250 mm de aço inoxidável ou alumínio.<br />

Entretanto, habitualmente, na indústria, a espessura de corte<br />

não ultrapassa 50 mm.<br />

Essa técnica de corte foi introduzida na indústria em 1957 e,<br />

inicialmente, era usada para cortar qualquer metal a altas<br />

velocidades de corte. As chapas a serem cortadas variavam de<br />

0,5 mm até 250 mm.<br />

Corte plasma <strong>com</strong> ar <strong>com</strong>primido<br />

Esse tipo de corte incorpora em seu processo o ar <strong>com</strong>primido<br />

<strong>com</strong>o um elemento que substitui gases industriais de alto custo,<br />

<strong>com</strong>o hidrogênio e hélio e proporciona um corte mais<br />

econômico. O oxigênio presente no ar fornece uma energia<br />

adicional que aumenta a velocidade de corte em 25%. Esse<br />

processo pode ser usado para corte de aço inoxidável e<br />

alumínio. Entretanto, a superfície desses materiais tende a ficar<br />

fortemente oxidada, o que não é adequado para certas<br />

aplicações.<br />

72


A principal desvantagem desse processo de corte é a rápida<br />

erosão do eletrodo. Um eletrodo de tungstênio, por exemplo,<br />

desgasta-se em poucos segundos se o gás de corte contiver<br />

oxigênio. Por isso, é necessária a utilização de eletrodos<br />

especiais feitos de zircônio, háfnio ou ligas de háfnio. Mesmo<br />

<strong>com</strong> o emprego de eletrodos especiais, a vida útil deles é bem<br />

menor que a dos eletrodos do processo de plasma<br />

convencional.<br />

Segurança no processo<br />

Durante a realização do corte plasma produz-se uma elevada<br />

concentração de calor, que é própria do processo. Além disso,<br />

as altas correntes utilizadas geram intenso nível de ruído e as<br />

operações produzem fumaça e gases tóxicos. Por isso, é<br />

preciso que haja nessas áreas de trabalho boa ventilação e<br />

sejam utilizados protetores de ouvido. Roupas apropriadas e<br />

uso de óculos escuros são também necessários, por causa da<br />

radiação ultravioleta.<br />

Na tentativa de diminuir esses problemas de segurança, foi<br />

desenvolvida uma camada protetora <strong>com</strong> água ao redor da<br />

tocha de plasma conhecida <strong>com</strong>o mufla d´água. Seu uso faz<br />

<strong>com</strong> que:<br />

• o nível de ruído do processo de corte seja reduzido;<br />

• a fumaça e os gases tóxicos fiquem confinados na barreira<br />

d´água;<br />

• a intensidade de luz do arco plasma seja reduzida a níveis<br />

que não prejudiquem os olhos;<br />

• a radiação ultravioleta seja reduzida.<br />

Exercícios<br />

73


Marque <strong>com</strong> X a resposta certa.<br />

1. O estado físico da matéria conhecido <strong>com</strong>o quarto estado<br />

da matéria chama-se:<br />

a) ( ) sólido;<br />

b) ( ) vapor;<br />

c) ( ) plasma;<br />

d) ( ) gás.<br />

2. Quando acrescentamos energia a um gás, as propriedades<br />

térmicas e elétricas desse gás são alteradas. A esse<br />

processo dá-se o nome de:<br />

a) ( ) ionização;<br />

b) ( ) gaseificação;<br />

c) ( ) purificação;<br />

d) ( ) eletrificação.<br />

3. O surgimento do processo de corte a arco plasma ocorreu a<br />

partir de pesquisas sobre:<br />

a) ( ) chamas;<br />

b) ( ) eletrodos;<br />

c) ( ) energia;<br />

d) ( ) soldagem.<br />

4. As características do arco plasma variam de acordo<br />

<strong>com</strong>:<br />

a) ( ) ar <strong>com</strong>primido, erosão, eletricidade e vapor;<br />

b) ( ) peça de trabalho, corrosão, metal e oxigênio;<br />

c) ( ) gás, vazão, bico de saída e tensão do arco elétrico;<br />

d) ( ) plasma, bico, arco e temperatura.<br />

5. O corte plasma <strong>com</strong> ar <strong>com</strong>primido é bastante usado porque<br />

proporciona:<br />

a) ( ) bom acabamento e equipamento sofisticado;<br />

b) ( ) diminuição de velocidade de corte;<br />

c) ( ) pouca oxidação;<br />

d) ( ) corte econômico e aumento de velocidade de corte.<br />

74


Corte <strong>com</strong> laser<br />

Até bem pouco tempo atrás, quando se ouvia a expressão “raio<br />

laser” (lê-se lêiser), as imagens que vinham à nossa cabeça<br />

estavam associadas aos filmes de ficção científica: criaturas de<br />

outros planetas usando armas poderosas, que emitiam raios<br />

mortais, dispostas a tudo para conquistar a Terra.<br />

Mais recentemente, entretanto, algumas aplicações na área<br />

médica e odontológica contribuíram para colocar a palavra<br />

“laser” na boca do povo. O velho e irritante motorzinho do<br />

dentista já pode ser encontrado em sua versão laser. O bisturi<br />

perdeu a lâmina e virou laser. Já se usa o laser para destruir<br />

acúmulos de gordura no interior de veias e artérias... Enfim,<br />

essa tecnologia pulou das telas dos cinemas para dentro da<br />

nossa vida. Deixou de ser uma arma de morte para se tornar,<br />

nas mãos de hábeis cirurgiões, um instrumento de vida.<br />

Mas você já deve estar se perguntando o que tudo isso tem a<br />

ver <strong>com</strong> processos de fabricação.<br />

Tem muito a ver. Na indústria, essa tecnologia é usada na<br />

soldagem, no tratamento térmico e no corte de metais.<br />

Essa última aplicação é a que vai nos interessar nesta aula.<br />

Você vai ficar sabendo <strong>com</strong>o o laser é utilizado para cortar<br />

diversos tipos de aço, alumínio e suas ligas e outros materiais<br />

metálicos e não-metálicos.<br />

E, para que você não confunda laser <strong>com</strong> lazer, vamos <strong>com</strong>eçar<br />

explicando o que é o laser, afinal: laser é luz.<br />

75


O nome Laser é uma sigla formada pelas letras iniciais das<br />

palavras “Light amplification by stimulated emission of<br />

radiation”, que em português quer dizer: amplificação da luz por<br />

emissão estimulada da radiação.<br />

O uso do laser pode ser entendido mais facilmente se você<br />

imaginar o que acontece quando focalizamos raios de sol<br />

através de uma lente, para produzir uma fonte concentrada de<br />

energia, na forma de calor, sobre uma folha de papel.<br />

Embora desse método resultem apenas uns poucos buracos<br />

queimados no papel, ele nos mostra que a luz é realmente uma<br />

fonte de energia, <strong>com</strong> potencial e condições de ser processada<br />

e explorada do ponto de vista industrial.<br />

Laser é um sistema que produz um feixe de luz concentrado,<br />

obtido por excitação dos elétrons de determinados átomos,<br />

utilizando um veículo ativo que pode ser um sólido (por<br />

exemplo, o rubi) ou um líquido (por exemplo, o dióxido de<br />

carbono). Este feixe de luz produz intensa energia, na forma de<br />

calor.<br />

Excitação: processo em que se transfere energia para um<br />

sistema.<br />

Veículo ativo: material utilizado para converter energia elétrica<br />

em energia de radiação.<br />

76


A incidência de um feixe de laser sobre um ponto da peça é<br />

capaz de fundir e vaporizar até o material em volta desse ponto.<br />

Desse modo, é possível furar e cortar praticamente qualquer<br />

material, independente de sua resistência mecânica.<br />

Atualmente, o tipo mais <strong>com</strong>um de laser usado na indústria<br />

utiliza o dióxido de carbono (CO2) <strong>com</strong>o veículo ativo. Outros<br />

gases, <strong>com</strong>o o nitrogênio (N2) e o hélio (H), são misturados ao<br />

dióxido de carbono, para aumentar a potência do laser.<br />

O grande inconveniente do laser é que se trata de um processo<br />

térmico e, portanto, afeta a estrutura do material cortado.<br />

Como é gerado o laser<br />

Os elétrons dos átomos de carbono e oxigênio, que <strong>com</strong>põem o<br />

CO2, ocupam determinadas posições dentro da estrutura do<br />

átomo. Essas posições são chamadas de orbitais. Os orbitais<br />

podem ser entendidos <strong>com</strong>o “endereços” dos elétrons dentro<br />

dos átomos.<br />

Um dispositivo chamado soprador faz circular CO2 dentro de<br />

uma câmara, <strong>com</strong>o mostra a figura.<br />

77


Essa câmara tem dois eletrodos ligados a uma fonte de altatensão.<br />

Esses eletrodos criam um campo elétrico que aumenta<br />

a energia do gás dentro da câmara.<br />

Em razão desse acréscimo de energia, os elétrons dos átomos<br />

que formam o CO2 se excitam e mudam de orbital, passando a<br />

girar em órbitas mais externas.<br />

Após algum tempo, os elétrons voltam ao seu nível energético<br />

original. Nessa volta, eles têm de eliminar a energia extra<br />

adquirida.<br />

Existem duas maneiras de se perder energia: por colisão e na<br />

emissão espontânea. No primeiro caso, quando o elétron se<br />

choca <strong>com</strong> outro, sua energia é consumida.<br />

78


Na emissão espontânea, ocorre uma liberação de energia na<br />

forma de luz. Esta luz emitida estimula a emissão contínua, de<br />

modo que a luz seja amplificada.<br />

Essa luz é guiada e novamente amplificada por meio de<br />

espelhos, até que, no cabeçote da máquina, é concentrada,<br />

através de lentes, num único ponto: o foco. O direcionamento<br />

permite a concentração de energia em um ponto inferior a 0,25<br />

mm de diâmetro.<br />

O sistema de corte a laser <strong>com</strong>bina o calor do raio focado <strong>com</strong><br />

a mistura de gases (dióxido de carbono, nitrogênio e hélio) para<br />

produzir uma potência que chega a cerca de 3000 watts por<br />

centímetro quadrado, capaz de vaporizar a maioria dos metais.<br />

O hélio auxilia ainda na dissipação do calor gerado pelo campo<br />

elétrico.<br />

Equipamento de corte a laser<br />

Os sistemas de corte a laser não podem ser operados<br />

manualmente, pois o processo envolve alta concentração de<br />

energia, uma vez que o feixe deve ser muito concentrado e<br />

preciso e o corte ocorre a velocidades muito altas.<br />

79


O equipamento mais <strong>com</strong>um consiste em mesas móveis, <strong>com</strong><br />

capacidade de movimentação segundo os eixos x, y e z. Os<br />

eixos x e y determinam as coordenadas de corte, enquanto o<br />

eixo z serve para corrigir a altura do ponto focal em relação à<br />

superfície da peça, pois, durante o corte, esta distância é<br />

afetada por deformações provocadas na chapa, pelo calor<br />

decorrente do próprio processo.<br />

As coordenadas de deslocamento geralmente são <strong>com</strong>andadas<br />

por um sistema CAD (Computer Aided Design ou, em<br />

português, projeto assistido por <strong>com</strong>putador), acoplado à mesa<br />

de corte.<br />

Nas máquinas de corte a laser, <strong>com</strong>o a que é mostrada a<br />

seguir, o material a ser cortado normalmente encontra-se em<br />

forma de chapas, embora existam máquinas que se destinam<br />

ao corte de tubos.<br />

Observe, que a chapa é colocada sobre uma espécie de “cama<br />

de pregos”, apoiando-se em vários pontos.<br />

80


Sobre ela, o cabeçote laser movimenta-se em duas direções:<br />

longitudinal e transversal. Esses movimentos são transmitidos<br />

por motores elétricos, controlados por <strong>com</strong>putador.<br />

Pelo cabeçote laser flui um gás, chamado gás de assistência,<br />

que tem por função, entre outras, remover o material fundido e<br />

óxidos da região de corte. O gás normalmente usado para esta<br />

finalidade é o oxigênio, porque ele favorece uma reação<br />

exotérmica, isto é, libera calor, aumentando ainda mais a<br />

temperatura do processo e, por conseqüência, a velocidade de<br />

corte.<br />

Entretanto, o nitrogênio pode ser preferido <strong>com</strong>o gás de<br />

assistência, quando forem necessárias superfícies livres de<br />

óxidos, <strong>com</strong>o no corte de aços inoxidáveis.<br />

As máquinas de corte a laser podem cortar chapas de açocarbono<br />

de até 20 mm de espessura. Ao contrário do que se<br />

poderia pensar, sua capacidade de corte de chapas de<br />

alumínio, por exemplo, é bem menor: corta chapas de 6 mm, no<br />

máximo. Isso se explica pela tendência do alumínio ao<br />

empastamento e à reflexão da luz.<br />

81


Fatores que afetam o corte a laser<br />

Os gases para corte a laser são, normalmente, fornecidos em<br />

cilindros de gases puros, mas também podem ser entregues<br />

pré-misturados. As impurezas na mistura de gases podem<br />

baixar o desempenho do laser de CO2, diminuindo a potência<br />

de saída, tornando a descarga elétrica instável ou aumentando<br />

o consumo dos gases.<br />

A potência do feixe é outro fator que determina a capacidade do<br />

laser de interagir <strong>com</strong> o material a ser cortado e iniciar o corte.<br />

Em geral, o aumento da potência permite cortar <strong>com</strong><br />

velocidades maiores, mantendo a qualidade de corte inalterada,<br />

ou cortar materiais de maiores espessuras.<br />

A velocidade de corte deve ser determinada em conjunto <strong>com</strong> a<br />

potência e a pressão e vazão do gás de assistência. Valores<br />

muito elevados de velocidade tendem a produzir estrias na<br />

superfície de corte, rebarbas na parte posterior da superfície<br />

atingida pela radiação e até mesmo impossibilidade de realizar<br />

o corte. Velocidades baixas, por outro lado, produzem um<br />

aumento da zona termicamente afetada e um decréscimo na<br />

qualidade de corte.<br />

O gás de assistência deve ter vazão suficiente para remover o<br />

material fundido, proveniente do corte. Materiais <strong>com</strong>o<br />

plásticos, madeiras ou borrachas permitem utilizar vazões mais<br />

elevadas.<br />

O ponto focal é o ponto de concentração máxima de energia do<br />

feixe. No caso de chapas finas, deve ser colocado na<br />

superfície. Se as chapas forem grossas, o ponto focal deve ser<br />

ajustado para regiões ligeiramente abaixo da superfície, desde<br />

que não ultrapasse 1/3 da espessura da chapa.<br />

82


Uso do corte a laser<br />

O uso de máquinas de corte a laser é re<strong>com</strong>endado quando as<br />

peças apresentarem formas <strong>com</strong>plicadas e for exigido um<br />

acabamento superficial praticamente livre de rebarbas, na<br />

região de corte. Como esse processo não requer estampos de<br />

corte, é possível produzir rapidamente lotes pequenos e<br />

diversificados.<br />

O fato de os lasers de CO2 gerarem uma imensa intensidade de<br />

calor não significa que eles possam vaporizar e cortar todos os<br />

metais conhecidos, pois cada material reage de forma diferente<br />

a esse tipo de energia.<br />

A seguir são apresentados <strong>com</strong>entários sobre o <strong>com</strong>portamento<br />

de alguns materiais em relação ao corte por laser.<br />

Aços não ligados – Podem ser facilmente cortados por laser,<br />

principalmente se o gás de assistência for o oxigênio. A<br />

qualidade de corte é boa, produzindo pequenas larguras de<br />

corte e bordas retas, sem rebarbas e livre de óxidos.<br />

Aços inoxidáveis – Chapas finas podem ser cortadas <strong>com</strong><br />

excelente resultado. Não é possível cortar chapas tão espessas<br />

<strong>com</strong>o as de aços não ligados.<br />

Aços-ferramenta – São difíceis de cortar por outros métodos<br />

convencionais, por causa do alto teor de carbono, mas<br />

apresentam boa qualidade de superfície, quando cortados a<br />

laser.<br />

Alumínio e suas ligas – A espessura máxima que pode ser<br />

cortada por laser situa-se por volta de 4 mm a 6 mm pois, <strong>com</strong>o<br />

já foi dito, o alumínio reflete a luz e é bom condutor de calor,<br />

dificultando a concentração de energia.<br />

83


Cobre e suas ligas – Assim <strong>com</strong>o o alumínio, também<br />

apresenta tendência a refletir a luz. Para o corte de peças nãoplanas,<br />

é extremamente importante a proteção contra radiação<br />

refletida.<br />

Titânio e suas ligas – Pode ser cortado a laser, desde que a<br />

zona de corte seja protegida por um gás inerte (CO2 , He, N2),<br />

que evita a oxidação pelo ar. Na face posterior do corte deve<br />

ser injetado um gás igualmente inerte, que ajuda a eliminar as<br />

gotas de metal fundido aderentes.<br />

Outros materiais – O laser corta ainda vários outros materiais<br />

não-metálicos <strong>com</strong>o: polímeros, têxteis, couro, cerâmica, rochas<br />

etc.<br />

Vantagens e desvantagens do laser<br />

Por ser uma forma de energia concentrada em pequena área, o<br />

corte a laser proporciona cortes retos, pequena largura de<br />

corte, zona mínima afetada pelo calor, mínima distorção e<br />

arestas de excelente qualidade.<br />

Por ser uma luz, não entra em contato direto <strong>com</strong> a peça, não<br />

causando distorções e não se desgastando.<br />

É um sistema de fácil automatização, permite cortar peças de<br />

formas <strong>com</strong>plexas e não requer a troca de “ferramenta de corte”<br />

cada vez que é substituído o material a ser cortado.<br />

Do lado das desvantagens, pode-se destacar: o alto custo<br />

inicial do sistema; a pequena variedade de potências<br />

disponíveis, que limitam o corte a espessuras relativamente<br />

baixas e a materiais que apresentem baixa reflexão da luz; a<br />

formação de depósitos de fuligem na superfície, no corte de<br />

materiais não-metálicos <strong>com</strong>o madeira, couro etc.; a formação<br />

de produtos tóxicos (ácido clorídrico), no caso de corte de PVC.<br />

O laser representa uma tecnologia nova e pouco familiar para<br />

uma boa parte das empresas metalúrgicas, acostumadas aos<br />

sistemas convencionais de corte.<br />

84


Mas a superação das limitações atuais e a construção de<br />

sistemas mais adequados às necessidades e disponibilidades<br />

financeiras das pequenas e médias empresas são perspectivas<br />

que tornam o laser uma tecnologia de grande potencial para o<br />

futuro próximo.<br />

Desfeito o mistério em torno do laser, você agora sabe que<br />

essa forma de energia pode fazer muito mais do que tocar suas<br />

músicas preferidas num “CD player” ou enfeitar o céu em noites<br />

de grandes espetáculos. Mas para ter certeza de que ficou claro<br />

para você <strong>com</strong>o essa tecnologia é aplicada na indústria, resolva<br />

os exercícios a seguir.<br />

Exercícios<br />

Marque <strong>com</strong> X a resposta correta.<br />

1. O gás mais utilizado industrialmente <strong>com</strong>o veículo ativo do<br />

laser é:<br />

a) ( ) hélio (He);<br />

b) ( ) nitrogênio (N2);<br />

c) ( ) oxigênio (O2);<br />

d) ( ) dióxido de carbono(CO2).<br />

2. Alguns gases são adicionados ao veículo ativo do laser<br />

para:<br />

a) ( ) aumentar a velocidade de corte;<br />

b) ( ) aumentar a potência de corte;<br />

c) ( ) diminuir o diâmetro do feixe de luz;<br />

d) ( ) excitar os elétrons livres dos átomos.<br />

3. O gás de assistência tem por função(ões), entre outras:<br />

a) ( ) esfriar a região de corte;<br />

b) ( ) remover o material fundido da região de corte;<br />

c) ( ) evitar a produção de estrias na superfície de corte;<br />

d) ( ) amplificar a luz do feixe laser.<br />

85


4. Nas máquinas de corte a laser que produzem movimentos<br />

segundo os eixos x, y e z, o eixo z serve para:<br />

a) ( ) corrigir a altura do ponto focal em relação à<br />

superfície da peça;<br />

b) ( ) determinar a movimentação longitudinal do<br />

cabeçote de corte;<br />

c) ( ) determinar a movimentação transversal do<br />

cabeçote de corte;<br />

d) ( ) corrigir a largura de corte.<br />

5. As máquinas de corte a laser podem cortar:<br />

a) ( ) qualquer tipo de material metálico e não-metálico;<br />

b) ( ) apenas materiais metálicos;<br />

c) ( ) alguns materiais metálicos e não-metálicos;<br />

d) ( ) qualquer material metálico <strong>com</strong> menos de 6 mm de<br />

espessura.<br />

86


Corte <strong>com</strong> jato de água<br />

Você certamente já ouviu o ditado “água mole em pedra dura,<br />

tanto bate até que fura”. Então, furar pedra usando água você já<br />

sabe que dá, não é mesmo? Basta um pouco de persistência.<br />

Mas... e acrílico, alumínio, vidro? E chapas de aço doce de 100<br />

mm de espessura? Agora você não está mais tão confiante.<br />

Mas, acredite. Também é possível.<br />

Embora seja ainda um processo bastante raro na indústria, já<br />

existem máquinas que cortam todos os materiais citados, e<br />

muitos outros mais, usando jato de água a pressões<br />

elevadíssimas.<br />

A água, <strong>com</strong>binada <strong>com</strong> a areia, já era usada pelos egípcios, na<br />

Antigüidade, em atividades de mineração e limpeza. Foi<br />

também utilizada nas minas de ouro da Califórnia, no século<br />

passado, para cortar rochas impregnadas de ouro. No nosso<br />

século, jatos de areia em conjunto <strong>com</strong> vapor de água a alta<br />

pressão têm sido freqüentemente empregados para limpeza e<br />

remoção de tintas.<br />

Mas o uso industrial moderno da tecnologia do jato de água é<br />

relativamente recente. Data do final dos anos 60 a concessão<br />

da primeira patente de um sistema de corte que utilizava água a<br />

uma pressão muito alta.<br />

De lá para cá, muita água já correu. Mesmo assim, no dizer dos<br />

especialistas, estamos apenas <strong>com</strong>eçando a formar uma idéia<br />

do potencial do corte <strong>com</strong> jato de água.<br />

87


Nesta aula você terá a oportunidade de conhecer as<br />

características básicas desta nova e <strong>com</strong>petitiva tecnologia de<br />

corte. Vai aprender <strong>com</strong>o funciona o sistema de jato de água<br />

puro e o sistema <strong>com</strong> abrasivo. Poderá analisar as vantagens e<br />

as desvantagens desse processo de corte e saberá quais são<br />

as exigências de segurança, para a proteção do trabalhador<br />

que opera sistemas manuais de corte por jato de água.<br />

Primeiras aplicações<br />

Em 1970, o corte por jato de água sob pressão foi desenvolvido<br />

para cortar materiais metálicos e não-metálicos. A água tinha<br />

de ser levada a uma pressão variando de 30.000 a 50.000 psi.<br />

Psi: forma abreviada de pound square inch, que quer dizer libra<br />

por polegada quadrada.<br />

O primeiro equipamento <strong>com</strong>ercial de corte por jato de água foi<br />

vendido em 1971, para cortar peças de móveis de madeira<br />

laminada, material difícil de ser processado pelas serras.<br />

Em 1983, o processo para cortar metais foi modificado, <strong>com</strong> a<br />

adição de abrasivos, entre os quais se destacam as partículas<br />

de sílica e de granada.<br />

88


Granada: mineral homogêneo, sem adição de produtos<br />

químicos em sua formulação, <strong>com</strong>posto por diversos óxidos.<br />

Corte de chapa <strong>com</strong> jato de água<br />

Desde a sua <strong>com</strong>ercialização, no início dos anos 80, o jato de<br />

água <strong>com</strong> abrasivos vem sendo aceito <strong>com</strong>o ferramenta de<br />

corte por um número cada vez maior de indústrias, incluindo as<br />

aeroespaciais, nucleares, fundições, automobilísticas, de<br />

pedras ornamentais, de vidros e de construção.<br />

Como funciona o jato de água<br />

O processo funciona basicamente da seguinte maneira:<br />

• Tratamento da água: A água precisa ser filtrada, para ficar<br />

livre de impurezas que poderiam ocasionar entupimento dos<br />

bicos de corte. A impureza da água afeta o desempenho e a<br />

manutenção do sistema de alta pressão.<br />

Elevação da pressão da água: Bombas bastante poderosas<br />

elevam a pressão da água a aproximadamente 4000 bar<br />

(unidade de pressão que eqüivale a 14,5 psi ou 1,02 kgf/cm 2 , ou<br />

seja, cerca de 4000 vezes a pressão atmosférica ao nível do<br />

mar. A água pressurizada é armazenada num acumulador, que<br />

regulariza o fluxo de saída do fluido. Depois é levada por<br />

tubulações até um bocal feito de safira, que é um material <strong>com</strong><br />

elevada resistência ao desgaste.<br />

89


• Agregação de material abrasivo: Acoplado ao bocal, existe<br />

um reservatório contendo material abrasivo em pó. Assim, a<br />

água, ao passar pelo bocal, arrasta o material abrasivo, o<br />

que faz o jato, agora formado por uma mistura de água e<br />

abrasivo, ter uma potência de corte maior.<br />

• Corte do material: O jato <strong>com</strong> alta pressão é expelido em<br />

direção ao material a ser cortado, pelo bocal. O corte ocorre<br />

quando a força do jato supera a resistência à <strong>com</strong>pressão do<br />

material. Dependendo das características do material a ser<br />

cortado, o corte pode resultar de erosão, cisalhamento ou<br />

tensão localizada. Um sistema de movimentação permite<br />

manipular o jato em torno da peça. Esses movimentos são<br />

realizados por motores elétricos controlados por <strong>com</strong>putador.<br />

Outra possibilidade é a movimentação manual da peça sobre<br />

uma mesa estacionária onde passa um jato vertical de água.<br />

Sistema de dosagem de abrasivo<br />

• Coleta e descarte da água: Após atravessar o material, o<br />

jato de água é amortecido num tanque, contendo água e<br />

esferas de aço ou pedras britadas, que fica sob a mesa do<br />

equipamento. Em alguns equipamentos, a água e<br />

armazenada em uma unidade coletora móvel. O processo<br />

não produz efluentes tóxicos, portanto o descarte pode ser<br />

feito normalmente. A limpeza regular do tanque de água é<br />

90


tarefa que não oferece perigo nem para o operador, nem<br />

para o meio ambiente.<br />

Por que usar abrasivos<br />

Quando se utiliza a tecnologia do jato de água <strong>com</strong> abrasivo<br />

para cortar metais e outros materiais duros, 90% do corte, na<br />

realidade, é feito pelo abrasivo e não pela água. O abrasivo<br />

produz uma ação de cisalhamento que permite cortar materiais<br />

de grande dureza até a espessura de 152,4 mm. Esse tipo de<br />

corte é eficaz tanto para materiais duros <strong>com</strong>o para peças que<br />

passaram por endurecimento superficial.<br />

O sistema de corte <strong>com</strong> jato de água e abrasivo produz um jato<br />

cortante mais potente. Esse jato deixa o cabeçote de corte<br />

através de um tubo de misturação, feito de material cerâmico,<br />

<strong>com</strong>o a safira.<br />

Cabeçote de corte <strong>com</strong> abrasivo<br />

91


Os modelos mais recentes de misturadores incorporam<br />

aperfeiçoamentos que possibilitam a manutenção da largura do<br />

corte constante, durante todo um turno de trabalho. A diferença<br />

da largura de corte no início e no fim de um turno de trabalho é<br />

de apenas alguns milésimos de polegadas, o que confere<br />

grande confiabilidade ao sistema de corte por jato de água e<br />

abrasivo.<br />

A figura a seguir mostra uma representação esquemática de um<br />

cabeçote de corte para água e abrasivo.<br />

A indústria de alimentos tem usado o corte por jato de água em<br />

várias aplicações, <strong>com</strong>o na remoção da espinha de<br />

determinados peixes.<br />

Na sua opinião, nessa aplicação seria o caso de usar jato de<br />

água pura ou jato de água <strong>com</strong> abrasivo? Para responder,<br />

pesquise informações sobre eventuais efeitos contaminantes dos<br />

abrasivos.<br />

Equipamentos para corte <strong>com</strong> jato de água e<br />

abrasivo<br />

Os sistemas de corte <strong>com</strong> jato de água e abrasivo podem ser<br />

instalados em diferentes tipos de sistemas de movimentação e<br />

controle.<br />

Existem equipamentos manuais que trabalham em posições<br />

fixas, nos quais o movimento é feito pelo operador.<br />

Operador utilizando equipamento de corte manual<br />

92


Atualmente, há dois tipos de controle de movimentação manual:<br />

um em que o operador guia o sistema de corte e a recepção do<br />

jato sobre uma peça mantida fixa e outro, em que o operador<br />

guia a peça sobre uma mesa, em torno de um jato que é mantido<br />

em posição fixa.<br />

Os sistemas de corte por água e abrasivo podem ser instalados,<br />

também, em robôs tipo pórtico de 5 ou 6 eixos, utilizados para<br />

fazer perfis <strong>com</strong>plexos, peças aeroespaciais e <strong>com</strong>ponentes<br />

automotivos.<br />

Equipamento para corte <strong>com</strong> jato de água e abrasivo<br />

Outro equipamento disponível são as mesas X-Y, controladas<br />

por CNC, em várias configurações.<br />

Nesse sistema, a peça é normalmente colocada sobre um<br />

tanque, que receberá o jato de água após o corte, e todos os<br />

movimentos são realizados pelo cabeçote, que se desloca<br />

sobre o pórtico e pela mesa.<br />

A maior parte dos sistemas de corte utiliza tanques cheios de<br />

água e algumas vezes outros meios para absorver a energia do<br />

jato depois do corte do material. Para cortes feitos no sentido<br />

vertical, ou próximo do vertical, são usados tanques <strong>com</strong> fundo<br />

coberto por pedras britadas.<br />

93


Mesa X-Y<br />

Em sistemas de 5 eixos, normalmente é necessário utilizar um<br />

recipiente móvel, que se movimenta junto <strong>com</strong> o cabeçote de<br />

corte, <strong>com</strong> um furo numa das extremidades, por onde penetra o<br />

jato de água <strong>com</strong> abrasivo. Esse recipiente é parcialmente<br />

cheio <strong>com</strong> esferas de aço inox, que absorvem e dissipam a<br />

força do jato. Essas esferas devem ser substituídas<br />

periodicamente, pois acabam destruídas pelo processo.<br />

Variáveis que afetam o corte por jato de água e<br />

abrasivo<br />

Vários fatores influenciam o corte por jato de água e abrasivo.<br />

Para usinagem <strong>com</strong> jato de água, os principais parâmetros são:<br />

Pressão – A pressão determina o nível de energia das<br />

moléculas de água. Quanto maior a pressão, mais fácil fica<br />

vencer a coesão das moléculas do material que se pretende<br />

cortar.<br />

Fluxo – O fluxo de água determina o índice de remoção do<br />

material. Há dois modos de aumentar o fluxo de água:<br />

aumentando a pressão da água ou aumentando o diâmetro do<br />

orifício da safira.<br />

94


Diâmetro do jato – O diâmetro do bico de corte para sistemas<br />

de corte por água pura varia de 0,5 mm a 2,5 mm. Jatos de<br />

diâmetros menores também podem ser produzidos, para<br />

aplicações específicas. Para o corte de papel, por exemplo, o<br />

diâmetro do jato é de 0,07 mm. Quando se trata do corte por<br />

jato de água e abrasivo, os menores diâmetros situam-se em<br />

torno de 0,5 mm.<br />

Abrasivo – A velocidade de corte do sistema é aumentada<br />

quando se aumenta o tamanho da granulação do abrasivo. Em<br />

<strong>com</strong>pensação, abrasivos <strong>com</strong> menores tamanhos de grãos<br />

produzem uma superfície cortada <strong>com</strong> melhor qualidade. Porém<br />

partículas muito finas de abrasivo são praticamente ineficientes.<br />

O abrasivo mais utilizado é a granada. Ocasionalmente são<br />

utilizados outros abrasivos <strong>com</strong>o a sílica, o óxido de alumínio, o<br />

metal duro granulado e o nitrato de silício. Para usinar metais<br />

cerâmicos muito duros podem ser usados abrasivos à base de<br />

carbeto de boro.<br />

Carbeto de boro: substância negra, cristalina, muito dura, de<br />

ponto de fusão 2.450° C.<br />

Quanto mais duro for o abrasivo, mais rapidamente se desgasta<br />

o bico de corte. Fluxos elevados de abrasivos também aceleram<br />

o desgaste do bico de corte.<br />

O fluxo alto de abrasivos acarreta um custo operacional<br />

elevado, pois o custo do abrasivo representa uma parcela<br />

importante no custo total dos sistemas de corte por jato de<br />

água.<br />

Distância e velocidade de corte – À medida que sai do bico, o<br />

jato de água se abre. O jato de água <strong>com</strong> abrasivo apresenta<br />

maior abertura, por ser menos uniforme. Isso explica porque a<br />

distância entre o bico e o material é sempre muito pequena,<br />

abaixo de 1,5 mm. A abertura do jato pode ser reduzida, <strong>com</strong> a<br />

diminuição da velocidade do corte.<br />

95


Analisando os prós e contras<br />

Você já conheceu alguns tipos de cortes nos livros anteriores<br />

deste módulo. E ainda conhecerá outros, nas próximas aulas.<br />

Todos eles apresentam vantagens e limitações.<br />

Como nada neste mundo é perfeito, no caso do corte por jato<br />

de água e por jato de água e abrasivo não é diferente. Ao lado<br />

de muitas vantagens, o sistema também apresenta algumas<br />

limitações, que tornam seu uso seletivo.<br />

Um dos principais atrativos desse corte é que ele não produz<br />

problemas de efeito térmico, isto é, decorrentes da geração de<br />

calor, <strong>com</strong>o ocorre em muitos outros processos de corte.<br />

Além disso, é uma tecnologia “limpa”, que não polui o meio<br />

ambiente e é aplicável a uma vasta gama de materiais,<br />

permitindo fazer o corte em qualquer direção, nas mais variadas<br />

formas.<br />

É a tecnologia ideal para cortar certos materiais duros <strong>com</strong>o<br />

placas blindadas ou alguns materiais cerâmicos, que<br />

normalmente levam a grande desgaste de ferramentas nos<br />

sistemas de corte tradicionais.<br />

Pode ser aplicado sem problemas a materiais do tipo sanduíches<br />

de múltiplas camadas <strong>com</strong>o laminados de madeira, sem produzir<br />

delaminação.<br />

Quanto às limitações, a principal delas é a velocidade do<br />

processo. Nesse aspecto, o corte por jato de água perde feio<br />

para os sistemas de corte <strong>com</strong> chama, encarecendo o<br />

processo.<br />

96


O abrasivo escolhido deve ser mais duro que o material que irá<br />

cortar.<br />

Chapas de metal de pequena espessura tendem a sofrer<br />

esforços de dobramento, apresentando rebarbas na face de<br />

saída.<br />

Materiais cerâmicos têm sua resistência diminuída após o corte<br />

<strong>com</strong> jato de água e abrasivo.<br />

Vidros temperados, projetados para quebrar a baixas pressões,<br />

também não podem ser cortados por esse sistema.<br />

Entretanto, a expectativa das empresas produtoras de sistemas<br />

de corte por jato de água é que apresentar soluções às<br />

exigências do crescente mercado consumidor é uma questão<br />

de tempo.<br />

Segurança do operador<br />

Se você já tomou uma ducha <strong>com</strong> esguicho, é bem capaz de<br />

avaliar o impacto da água sobre o corpo humano. Imagine,<br />

então, o que aconteceria aos ossos e órgãos se fossem<br />

atingidos por um jato de água ou um jato de água <strong>com</strong> abrasivo,<br />

capaz de cortar chapas de metal de mais de 200 mm de<br />

espessura!<br />

O ruído excessivo, que é proporcional ao diâmetro do jato e à<br />

distância do corte, também pode afetar o trabalhador, se este<br />

não usar um protetor auricular adequado.<br />

97


Por isso, nos equipamentos em que se faz manualmente o<br />

corte, é indispensável que o operador trabalhe protegido,<br />

usando luvas, óculos e protetores auriculares.<br />

Os equipamentos de corte por jato de água e abrasivo já<br />

incorporam dispositivos de segurança construídos pelos<br />

próprios fabricantes. Por exemplo, se ocorrer a ruptura de<br />

alguma tubulação, uma proteção externa ao tubo evita a<br />

descarga da água a alta pressão e um sistema de segurança<br />

desliga o equipamento.<br />

Como pode observar, a água tem muito mais utilidades, além de<br />

matar a sede. E, para matar sua sede de saber, faça os<br />

exercícios a seguir. Eles o ajudarão a sistematizar os assuntos<br />

apresentados nesta aula.<br />

Exercícios<br />

Marque <strong>com</strong> X a resposta correta.<br />

1. No sistema de corte por jato de água, a agregação do<br />

abrasivo tem por finalidade:<br />

a) ( ) aumentar a velocidade do processo;<br />

b) ( ) aumentar o fluxo do jato de água;<br />

c) ( ) aumentar a pressão do jato de água;<br />

d) ( ) aumentar a potência de corte do jato de água.<br />

2. Depois de atravessar a peça, o jato de água ainda conserva<br />

grande parte da sua energia. Assinale <strong>com</strong> X os materiais<br />

que são usados para amortecer o impacto da água no<br />

tanque de coleta.<br />

a) ( ) borracha;<br />

b) ( ) pedras britadas;<br />

c) ( ) esferas de aço inox;<br />

d) ( ) material mais duro que as paredes do tanque.<br />

98


3. Em geral a distância entre o bico de corte e o material a ser<br />

cortado é pequena (abaixo de 1,5 mm). Isso ocorre porque:<br />

a) ( ) o diâmetro do jato de água tende a se abrir, depois<br />

de sair do bocal;<br />

b) ( ) essa distância aumenta a velocidade do corte;<br />

c) ( ) a essa distância a pressão da água é mais alta;<br />

d) ( ) é necessária menor quantidade de abrasivo.<br />

4. Analise a lista de materiais abaixo e, <strong>com</strong> base no que foi<br />

apresentado nesta aula, assinale <strong>com</strong> X o(s) que você<br />

cortaria utilizando jato de água <strong>com</strong> abrasivo.<br />

a) ( ) vidro temperado;<br />

b) ( ) chapas de metal de pequena espessura;<br />

c) ( ) papel;<br />

d) ( ) placas blindadas.<br />

5. Assinale a(s) vantagem(ens) do corte por jato de água e<br />

abrasivo, quando <strong>com</strong>parado aos sistemas tradicionais:<br />

a) ( ) proporciona maior velocidade de corte;<br />

b) ( ) não acarreta problemas de efeito térmico;<br />

c) ( ) proporciona boa qualidade de corte;<br />

d) ( ) corta praticamente todos os materiais.<br />

99


Elementos de fixação<br />

Todo conjunto mecânico é montado e fixado <strong>com</strong> o auxílio de<br />

vários tipos de elementos de fixação. Cada um desses<br />

elementos tem formas e finalidades específicas, de acordo <strong>com</strong><br />

as partes ou peças da máquina que devem ser fixadas. São<br />

elementos de fixação: as chapas e grampos; os parafusos, as<br />

porcas e arruelas.<br />

Chapas e grampos<br />

Chapas e grampos são elementos fabricados em aço ao carbono<br />

ou aço fundido que têm a finalidade de fixar as peças sobre as<br />

mesas ou sobre as placas das máquinas.<br />

As chapas de fixação possuem um rasgo central onde se<br />

introduz o parafuso que servirá de <strong>com</strong>plemento na fixação da<br />

peça na mesa.<br />

101


Os grampos servem de elemento auxiliar para prender as peças<br />

sobre as mesas das máquinas ou para unir várias peças em que<br />

se deseja executar operações semelhantes.<br />

Esses grampos podem ser de dois tipos: em “C” e em “U” e<br />

caracterizam-se por ter um parafuso de aperto manual.<br />

Grampo em “C”<br />

102


Grampo em “U”<br />

Existe ainda um outro tipo de grampo acionado por dois<br />

parafusos. Esse tipo de grampo denomina-se grampo paralelo.<br />

O grampo paralelo produz um melhor aperto porque as faces<br />

das mandíbulas se mantêm paralelas quando os parafusos são<br />

acionados de forma conveniente.<br />

103


Para maior eficiência, quando em serviço, os grampos devem<br />

estar sempre <strong>com</strong> rosca limpas e lubrificadas e possuir as<br />

superfícies de aperto livres de rebarbas.<br />

O aperto deve ser dado manualmente e não deve ser excessivo.<br />

Após o uso, os grampos devem ser limpos e guardados em lugar<br />

adequado.<br />

Parafusos, porcas e arruelas<br />

Parafusos, porcas e arruelas são peças metálicas de vital<br />

importância na união e fixação dos mais diversos elementos de<br />

máquina.<br />

Por sua importância, a especificação <strong>com</strong>pleta de um parafuso e<br />

sua porca engloba os mesmos itens cobertos pelo projeto de um<br />

elemento de máquina, ou seja: material, tratamento térmico,<br />

dimensionamento, tolerâncias, afastamentos e acabamentos.<br />

Parafusos<br />

O parafuso é formado por um corpo cilíndrico roscado e por uma<br />

cabeça que pode ser hexagonal, sextavada, quadrada ou<br />

redonda.<br />

Cabeça hexagonal ou sextavada<br />

104


Cabeça quadrada<br />

Em mecânica, ele é empregado para unir e manter juntas peças<br />

de máquinas, geralmente formando conjuntos <strong>com</strong> porcas e<br />

arruelas.<br />

Em geral, os parafusos são fabricados em aço de baixo e médio<br />

teor de carbono, por meio de forjamento ou usinagem. Os<br />

parafusos forjados são opacos e os usinados, brilhantes. As<br />

roscas podem ser cortadas ou laminadas.<br />

Aço de alta resistência à tração, aço-liga, aço inoxidável, latão e<br />

outros metais ou ligas não-ferrosas podem também ser usados<br />

na fabricação de parafusos. Em alguns casos, os parafusos são<br />

protegidos contra corrosão por meio de galvanização ou<br />

cromeação.<br />

Dimensão dos parafusos<br />

As dimensões principais dos parafusos são:<br />

• Diâmetro externo ou maior da rosca;<br />

• Comprimento do corpo;<br />

• Comprimento da rosca;<br />

• Altura da cabeça;<br />

• Distância do hexágono entre planos e arestas.<br />

O <strong>com</strong>primento do parafuso refere-se ao <strong>com</strong>primento do corpo.<br />

105


Carga dos parafusos<br />

A carga total que um parafuso suporta é a soma da tensão<br />

inicial, isto é, do aperto e da carga imposta pelas peças que<br />

estão sendo unidas. A carga inicial de aperto é controlada,<br />

estabelecendo-se o torque-limite de aperto. Nesses casos,<br />

empregam-se medidores de torque especiais (torquímetros).<br />

Tipos de parafusos<br />

Os parafusos podem ser:<br />

• Sem porca<br />

• Com porca<br />

• Prisioneiro<br />

• Allen<br />

• De fundação farpado ou dentado<br />

• Auto-atarraxante<br />

• Para pequenas montagens<br />

• Parafuso sem porca<br />

Nos casos onde não há espaços para a<strong>com</strong>odar uma porca, esta<br />

pode ser substituída por um furo <strong>com</strong> rosca em uma das peças.<br />

A união dá-se através da passagem do parafuso por um furo<br />

passante na primeira peça e rosqueamento no furo <strong>com</strong> rosca da<br />

segunda peça.<br />

106


• Parafuso <strong>com</strong> porca<br />

Às vezes, a união entre as peças é feita <strong>com</strong> o auxílio de porcas<br />

e arruelas. Nesse caso, o parafuso <strong>com</strong> porca é chamado<br />

passante.<br />

• Parafuso prisioneiro<br />

O parafuso prisioneiro é empregado quando se necessita montar<br />

e desmontar o parafuso sem porca a intervalos freqüentes.<br />

Consiste numa barra de seção circular <strong>com</strong> roscas nas duas<br />

extremidades. Essas roscas têm sentido oposto.<br />

Para usar o parafuso prisioneiro, introduz-se uma das pontas no<br />

furo roscado da peça e, <strong>com</strong> auxílio de uma ferramenta especial,<br />

aperta-se essa peça. Em seguida aperta-se a segunda peça <strong>com</strong><br />

uma porca e arruelas presas à extremidade livre do prisioneiro.<br />

Este permanece no lugar quando as peças são desmontadas.<br />

107


Aplicação do prisioneiro<br />

• Parafuso Allen<br />

O parafuso Allen é fabricado <strong>com</strong> aço de alta resistência à tração<br />

e submetido a um tratamento térmico após a conformação.<br />

Possui um furo hexagonal de aperto na cabeça, que é<br />

geralmente cilíndrica e recartilhada. Para o aperto, utiliza-se uma<br />

chave especial: a chave Allen.<br />

Os parafusos Allen são utilizados sem porcas e suas cabeças<br />

são encaixadas num rebaixo na peça fixada, para melhor<br />

acabamento.<br />

• Parafuso de fundação farpado ou dentado<br />

Os parafusos de fundação farpados ou dentados são feitos de<br />

aço ou ferro e são utilizados para prender máquinas ou<br />

equipamentos ao concreto ou à alvenaria. Têm a cabeça<br />

108


trapezoidal delgada e áspera que, envolvida pelo concreto,<br />

assegura uma excelente fixação. Seu corpo é arredondado e<br />

<strong>com</strong> dentes, os quais têm a função de melhorar a aderência do<br />

parafuso ao concreto.<br />

Farpado<br />

Dentado<br />

• Parafuso auto-atarraxante<br />

O parafuso auto-atarraxante tem rosca de passo largo em um<br />

corpo cônico e é fabricado em aço temperado. Pode ter ponta ou<br />

não e, às vezes, possui entalhes longitudinais <strong>com</strong> a função de<br />

cortar a rosca à maneira de uma tarraxa. As cabeças têm<br />

formato redondo, em latão ou chanfradas e apresentam fendas<br />

simples ou em cruz (tipo Phillips).<br />

Esse tipo de parafuso elimina a necessidade de um furo roscado<br />

ou de uma porca, pois corta a rosca no material a que é preso.<br />

Sua utilização principal é a montagem de peças feitas de folhas<br />

de metal de pequena espessura, peças fundidas macias e<br />

plásticas.<br />

109


• Parafusos para pequenas montagens<br />

Parafusos para pequenas montagens apresentam vários tipos de<br />

roscas e cabeças e<br />

são utilizados para metal, madeira e plásticos.<br />

Dentre esses parafusos, os utilizados para madeira apresentam<br />

roscas especiais.<br />

110


Porcas<br />

Porcas são peças de forma prismáticas ou cilíndricas, providas<br />

de um furo roscado por onde são atarraxadas ao parafuso. São<br />

hexagonais, sextavadas, quadradas ou redondas e servem para<br />

dar aperto nas uniões de peças ou, em alguns casos, para<br />

auxiliar na regulagem.<br />

Tipos de porcas<br />

São os seguintes os tipos de porca:<br />

• Castelo<br />

• Cego (ou remate)<br />

• Borboleta<br />

• Contraporcas<br />

• Porca castelo<br />

A porca castelo é uma porca hexagonal <strong>com</strong> seis entalhes<br />

radiais, coincidentes dois a dois, que se alinham <strong>com</strong> um furo no<br />

parafuso, de modo que uma cupilha possa ser passada para<br />

travar a porca.<br />

• Porca cega (ou remate)<br />

Nesse tipo de porca, uma das extremidades do furo rosqueado é<br />

encoberta, ocultando a ponta do parafuso.<br />

111


A porca cega pode ser feita de aço ou de latão, é geralmente<br />

cromada e possibilita um acabamento de boa aparência.<br />

• Porca borboleta<br />

A porca borboleta tem saliências parecidas <strong>com</strong> asas para<br />

propiciar o aperto manual. Geralmente fabricada em aço ou<br />

latão, esse tipo de porca é empregado quando a<br />

montagem e a desmontagem das peças são necessária e<br />

freqüentes.<br />

• Contraporcas<br />

As porcas sujeitas a cargas de impacto e vibração apresentam<br />

tendência a afrouxar, o que pode causar danos às máquinas.<br />

Um dos meios de travar uma porca é através do aperto de outra<br />

porca contra a primeira. Por medida de economia utiliza-se uma<br />

porca mais fina, e para sua travação são necessárias duas<br />

chaves de boca. Veja figura a seguir.<br />

Arruelas<br />

São peças cilíndricas, de pouca espessura, <strong>com</strong> um furo no<br />

centro, pelo qual passa o corpo do parafuso.<br />

112


As arruelas servem basicamente para:<br />

• Proteger a superfície das peças;<br />

• Evitar deformações nas superfícies de contato;<br />

• Evitar que a porca afrouxe;<br />

• Suprimir folgas axiais (isto é, no sentido do eixo) na<br />

montagem das peças;<br />

• Evitar gripagem, isto é, desgaste da cabeça do parafuso ou<br />

da porca.<br />

A maioria das arruelas é fabricada em aço, mas o latão também<br />

é empregado; neste caso, são utilizadas <strong>com</strong> porcas e parafusos<br />

de latão.<br />

As arruelas de cobre, alumínio, fibra e couro são extensivamente<br />

usadas na vedação de fluidos.<br />

Tipos de arruelas<br />

Os três tipos de arruela mais usados são:<br />

• Arruela lisa<br />

• Arruela de pressão<br />

• Arruela estrelada<br />

• Arruela lisa<br />

A arruela lisa (ou plana) geralmente é feita de aço e é usada sob<br />

uma porca para evitar danos à superfície e distribuir a força do<br />

aperto.<br />

As arruelas de qualidade inferior, mais baratas, são furadas a<br />

partir de chapas brutas, mas as de melhor qualidade são<br />

usinadas e têm a borda chanfrada <strong>com</strong>o acabamento.<br />

113


• Arruela de pressão<br />

A arruela de pressão consiste em uma ou mais espiras de mola<br />

helicoidal, feita de aço de mola de seção retangular. Quando a<br />

porca é apertada, a arruela se <strong>com</strong>prime, gerando uma grande<br />

força de atrito entre a porca e a superfície. Essa força é auxiliada<br />

por pontas aguçadas na arruela que penetram nas superfícies,<br />

proporcionando uma<br />

travação positiva.<br />

• Arruela estrelada<br />

A arruela estrelada (ou arruela de pressão serrilhada) é feita de<br />

aço de molas e consiste em um disco anular provido de dentes<br />

ao longo do diâmetro interno ou diâmetro externo. Os dentes são<br />

torcidos e formam pontas aguçadas. Quando a porca é apertada,<br />

os dentes se aplainam penetrando nas superfícies da porca e da<br />

peça em contato.<br />

A arruela estrelada <strong>com</strong> dentes externos é empregada em<br />

conjunto <strong>com</strong> parafusos de cabeça chanfrada.<br />

Cuidados na montagem<br />

Todo mecânico de manutenção sabe que um parafuso quebrado<br />

pode soltar uma peça que provavelmente entortará ou se<br />

quebrará, danificando todo o conjunto. Um pedaço desse mesmo<br />

parafuso quebrado pode também cair entre as engrenagens e<br />

passar no meio delas, quebrando dentes e eixos. Por essa<br />

114


azão, em qualquer serviço de manutenção, é muito importante<br />

usar um parafuso feito <strong>com</strong> o melhor material possível, bem<br />

<strong>com</strong>o seguir rigorosamente as especificações do fabricante.<br />

Além disso, no serviço de montagem em que sejam necessários<br />

parafusos, deve-se considerar tanto o próprio parafuso quanto a<br />

peça por ele fixada.<br />

Na maioria dos casos, os manuais de serviços das máquinas<br />

fornecem os dados sobre a seqüência de operações e o aperto<br />

adequado. Quando isso não acontece, as seguintes precauções<br />

devem ser tomadas:<br />

• No caso reaproveitamento do parafuso, examiná-lo<br />

cuidadosamente, verificando se não está trincado, torto ou<br />

<strong>com</strong> a rosca espanada;<br />

• Não reaproveitar parafusos ou porcas danificados, nem<br />

tentar recuperá-los;<br />

• Examinar o alojamento do parafuso no corpo da máquina ou<br />

da porca. Proceder à limpeza e repassar o macho para<br />

eliminar rebarbas e impurezas;<br />

• Lubrificar as roscas a fim de evitar oxidação;<br />

• Apertar os parafusos <strong>com</strong>eçando sempre pelo centro e<br />

depois trocando de lado alternadamente;<br />

• Utilizar as chaves adequadas e em bom estado;<br />

• Obedecer às especificações de aperto.<br />

115


Rebites<br />

Rebite é um pino de aço, cobre,<br />

alumínio ou latão formado de um corpo<br />

cilíndrico e uma cabeça e destinado a<br />

unir permanentemente duas ou mais<br />

chapas de metal.<br />

As cabeças dos rebites podem ser redondas, chanfradas,<br />

trapezoidais etc.<br />

Rebitagem de chapas<br />

Rebitagem é o processo de união das chapas por meio de<br />

rebites. Para fazer a rebitagem é necessário que os furos da<br />

peça tenham diâmetro pouco maior que o do rebite.<br />

Há dois processos para fechar os rebites: a frio e ao rubro. Pelo<br />

processo a frio são fechados os rebites de metais moles (latão,<br />

cobre e alumínio) ou unidas as chapas de aço <strong>com</strong> rebites de até<br />

6mm de diâmetro. Pelo processo ao rubro são fechados os<br />

rebites de aço de maior dimensão. O nome ao rubro deve-se ao<br />

fato de aquecer-se o rebite até ele ficar incandescente.<br />

116


Tipos de rebitagem<br />

A rebitagem pode ser:<br />

• Simples<br />

• Dupla<br />

Na rebitagem simples, duas chapas<br />

de metal são sobrepostas utilizandose<br />

uma fileira de rebites.<br />

Na rebitagem dupla, as chapas são<br />

colocadas lado a lado e prensadas<br />

por duas outras chapas formando<br />

uma junção de topo. Nesse caso,<br />

empregam-se uma ou duas fileiras<br />

de rebites.<br />

Tanto a rebitagem simples quanto a dupla podem ser realizadas<br />

pelo processo manual. Para isso são necessárias as seguintes<br />

ferramentas:<br />

Contra-estampo<br />

117


Repuxador<br />

Estampo<br />

Martelo<br />

A seqüência de etapas da operação de rebitagem manual é a<br />

seguinte:<br />

• Fixa-se, nas mandíbulas da morsa, o contra-estampo em<br />

cujo rebaixo está alojada a cabeça do rebite;<br />

• Encosta-se a face do repuxador na chapa superior, alojando<br />

em seu furo a extremidade livre do rebite;<br />

• Golpeia-se, <strong>com</strong> o martelo, a cabeça do repuxador para que<br />

as chapas se ajustem bem no local da rebitagem;<br />

118


• Retira-se o repuxador e faz-se a cabeça do rebite <strong>com</strong><br />

pancadas leves do martelo até que a cabeça fique bem<br />

próxima da chapa;<br />

• Coloca-se o estampo;<br />

• Golpeia-se a cabeça do estampo para dar conformação<br />

adequada à extremidade do rebite, determinando o aperto<br />

definitivo das chapas.<br />

Sistema de fixação<br />

A fixação de peças é feita através de chaves de aperto <strong>com</strong>uns<br />

(de estria, de boca, de encaixe) ou através de chaves de aperto<br />

especiais <strong>com</strong>o o torquímetro. O uso de uma ou de outra chave<br />

depende da peça que deve ser fixada.<br />

119


As chaves <strong>com</strong>uns são usadas para fixar peças simples em que<br />

não é necessário medir a tensão aplicada aos parafusos. Tensão<br />

aplicada é a força aplicada por unidade de área.<br />

Para a fixação de peças de grande responsabilidade utiliza-se o<br />

torquímetro, pois este possui indicadores do esforço de torção, o<br />

que permite obter a tensão apropriada para o aperto do<br />

parafuso.<br />

Torquímetro<br />

O torquímetro é uma ferramenta especial destinada a medir o<br />

torque (ou aperto) dos parafusos conforme a especificação do<br />

fabricante do equipamento. Isso evita a formação de tensões e<br />

consequentemente deformação das peças quando em serviço.<br />

A unidade de medida do torquímetro é o newton metro (Nm) e a<br />

leitura é direta na escala graduada, permitindo a conferência do<br />

aperto, de acordo <strong>com</strong> o valor preestabelecido pelo fabricante.<br />

Existem vários tipos de torquímetro:<br />

Indicador e escala<br />

Relógio<br />

120


Automático<br />

Como usar o torquímetro<br />

O torquímetro pode ser usado para rosca direita ou esquerda,<br />

mas somente para efetuar o torque final. Para encostar o<br />

parafuso ou porca, usa-se uma chave <strong>com</strong>um.<br />

Para obter maior precisão na medição, é conveniente lubrificar<br />

previamente a rosca antes de colocar e apertar a porca ou<br />

parafuso.<br />

O torquímetro jamais deverá ser usado para afrouxar, pois se o<br />

parafuso ou porca estiverem empenados, o torque aplicado<br />

poderá ultrapassar o limite da chave, produzindo danos ou<br />

alterando a sua precisão. Embora seja uma ferramenta robusta,<br />

o torquímetro possui <strong>com</strong>ponentes relativamente sensíveis<br />

(ponteiro, mostrador, escala) e por isso deve ser protegido<br />

contra choques violentos durante o uso.<br />

Utilização correta de chaves <strong>com</strong>uns<br />

Grande parte das atividades de manutenção envolve a retirada e<br />

colocação de porcas e parafusos. Esse é um trabalho de<br />

fundamental importância, pois um aperto de parafuso mal<br />

controlado pode levar a destruição do filete da rosca<br />

(espanamento), quebra do parafuso, deformação ou trinca do<br />

corpo da máquina ou à queda do elemento parafusado <strong>com</strong><br />

aperto insuficiente.<br />

Por esse motivo, a utilização correta das chaves de aperto deve<br />

ser uma das principais preocupações do mecânico de<br />

manutenção.<br />

121


Para tanto, é preciso lembrar que:<br />

• O esforço de aperto <strong>com</strong> a mão é insuficiente para assegurar<br />

a travação, por isso é necessário o uso da chave;<br />

• Devido à padronização das especificações das porcas, dos<br />

parafusos e das chaves, existe somente uma abertura de<br />

chave <strong>com</strong>patível <strong>com</strong> cada tipo de parafuso ou porca a<br />

serem utilizados;<br />

• Até um diâmetro nominal de 16mm, a ação de uma única<br />

mão, na extremidade do cabo da chave, é suficiente para<br />

realizar a travação;<br />

• A fim de assegurar o contato máximo entre as faces da porca<br />

e as faces dos mordentes da chave, esta é introduzida a<br />

fundo e perpendicularmente ao eixo do parafuso;<br />

• O movimento do aperto, se dirigido para a direção do<br />

operário, evita o deslocamento de seu corpo; o equilíbrio do<br />

operário será assegurado se ele afastar os pés e apoiar-se<br />

sobre a peça <strong>com</strong> a mão livre;<br />

• Um esforço de aperto muito grande traciona o parafuso e<br />

esmaga a peça, por isso não se deve aumentar o<br />

<strong>com</strong>primento do braço de alavanca no momento do aperto;<br />

• Quando da utilização da chave de fenda, uma da mãos<br />

segura a extremidade do cabo, faz girar a chave no sentido<br />

do parafusamento e se apoia sobre a chave, a fim de que a<br />

lâmina siga o movimento de translação do parafuso. A outra<br />

mão guia e assegura a posição da lâmina na fenda. A chave<br />

gira <strong>com</strong> facilidade quando seu eixo se confunde <strong>com</strong> o eixo<br />

do parafuso;<br />

• As superfícies de suporte devem ficar inteiramente em<br />

contato;<br />

• Os elementos ligados devem ser imobilizados;<br />

• As superfícies planas das porcas ou as fendas das cabeças<br />

não devem ser deformadas.<br />

122


Dando forma às chapas<br />

Se a família dos processos de fabricação fosse um objeto que<br />

se pudesse tocar, <strong>com</strong> certeza, ela seria uma corrente na qual<br />

cada elo representaria um determinado processo que estaria<br />

encadeado em outro, que, por sua vez, estaria encadeado em<br />

outro, e assim por diante.<br />

Senão, vejamos: alguns produtos da fundição <strong>com</strong>o lingotes e<br />

tarugos podem ser forjados e laminados; os produtos da<br />

laminação podem ser cortados, dobrados, curvados,<br />

estampados. As peças resultantes podem passar por etapas de<br />

usinagem, soldagem, rebitagem... e por aí vai.<br />

Isso porque, quando alguma coisa é produzida, você nunca tem<br />

apenas uma operação envolvida nessa fabricação. Geralmente,<br />

o que se tem são produtos intermediários, <strong>com</strong>o na laminação,<br />

em que as chapas laminadas, após bobinadas, são usadas na<br />

fabricação de peças para a indústria automobilística, naval,<br />

eletroeletrônica e mecânica em geral.<br />

E para que as chapas adquiram o formato desejado, é<br />

necessário que elas passem por um processo de conformação<br />

mecânica que visa dar-lhes forma final. Esse processo você<br />

ainda não estudou. Ele é chamado de estampagem.<br />

Estampagem<br />

Estampagem é um processo de conformação mecânica,<br />

geralmente realizado a frio, que engloba um conjunto de<br />

operações. Por meio dessas operações, a chapa plana é<br />

submetida a transformações que a fazem adquirir uma nova<br />

123


forma geométrica, plana ou oca. Isso só é possível por causa<br />

de uma propriedade mecânica que os metais têm: a<br />

plasticidade.<br />

As operações básicas de estampagem são:<br />

• corte<br />

• dobramento<br />

• estampagem profunda (ou "repuxo")<br />

Assim <strong>com</strong>o nem todo material pode ser laminado, nem todo<br />

material pode passar pelas operações de estampagem. As<br />

chapas metálicas de uso mais <strong>com</strong>um na estampagem são as<br />

feitas <strong>com</strong> as ligas de aço de baixo carbono, os aços<br />

inoxidáveis, as ligas alumínio-manganês, alumínio-magnésio e<br />

o latão 70-30, que tem um dos melhores índices de<br />

estampabilidade entre os materiais metálicos.<br />

O latão 70-30 é uma liga <strong>com</strong> 70% de cobre e 30% de zinco.<br />

Além do material, outro fator que se deve considerar nesse<br />

processo é a qualidade da chapa. Os itens que ajudam na<br />

avaliação da qualidade são: a <strong>com</strong>posição química, as<br />

propriedades mecânicas, as especificações dimensionais, e<br />

acabamento e aparência da superfície.<br />

A <strong>com</strong>posição química deve ser controlada no processo de<br />

fabricação do metal. A segregação de elementos químicos, por<br />

exemplo, que pode estar presente no lingote que deu origem à<br />

chapa, causa o <strong>com</strong>portamento irregular do material durante a<br />

estampagem.<br />

As propriedades mecânicas, <strong>com</strong>o dureza e resistência à<br />

tração, são importantíssimas na estampagem. Elas são<br />

determinadas por meio de ensaios mecânicos que nada mais<br />

são do que testes feitos <strong>com</strong> equipamentos especiais. Esses<br />

dados, juntamente <strong>com</strong> dados sobre a <strong>com</strong>posição química,<br />

geralmente são fornecidos nas especificações dos materiais,<br />

presentes nos catálogos dos fabricantes das chapas e<br />

padronizados através de normas.<br />

124


As especificações das dimensões ajudam no melhor<br />

aproveitamento possível do material, quando é necessário<br />

cortá-lo para a fabricação da peça. Uma chapa fora dos<br />

padrões de dimensão impede seu bom aproveitamento em<br />

termos de distribuição e quantidade das peças a serem<br />

cortadas. O ideal é obter a menor quantidade possível de<br />

sobras e retalhos que não podem ser aproveitados. Esse<br />

aproveitamento ideal envolve também o estudo da distribuição<br />

das peças na chapa.<br />

Os defeitos de superfície prejudicam não só a qualidade da<br />

peça estampada, <strong>com</strong>o também influenciam na acabamento<br />

quando o produto deve receber pintura ou algum tipo de<br />

revestimento <strong>com</strong>o a cromação, por exemplo. Por isso, esse é<br />

um fator que também deve ser controlado.<br />

As operações de estampagem são realizadas por meio de<br />

prensas que podem ser mecânicas ou hidráulicas, dotadas ou<br />

não de dispositivos de alimentação automática das chapas,<br />

tiras cortadas, ou bobinas.<br />

A seleção de uma prensa depende do formato, tamanho e<br />

quantidade de peças a serem produzidas e, conseqüentemente,<br />

do tipo de ferramental que será usado. Normalmente, as<br />

prensas mecânicas são usadas nas operações de corte,<br />

125


dobramento e estampagem rasa. As prensas hidráulicas são<br />

mais usadas na estampagem profunda.<br />

Na estampagem, além das prensas, são usadas ferramentas<br />

especiais chamadas estampos que se constituem basicamente<br />

de um punção (ou macho) e uma matriz. Essas ferramentas são<br />

classificadas de acordo <strong>com</strong> o tipo de operação a ser<br />

executada. Assim, temos:<br />

• ferramentas para corte<br />

• ferramentas para dobramento<br />

• ferramentas para estampagem profunda<br />

Na prensa, o punção geralmente é preso na parte superior que<br />

executa os movimentos verticais de subida e descida. A matriz<br />

é presa na parte inferior constituída por uma mesa fixa.<br />

Esse ferramental deve ser resistente ao desgaste, ao choque e<br />

à deformação, ter usinabilidade e grande dureza. De acordo<br />

<strong>com</strong> a quantidade de peças e o material a serem estampados,<br />

os estampos são fabricados <strong>com</strong> aços ligados, chamados de<br />

aços para ferramentas e matrizes.<br />

O fio de corte da ferramenta é muito importante e seu desgaste,<br />

<strong>com</strong> o uso, provoca rebarbas e contornos pouco definidos das<br />

peças cortadas.<br />

126


A capacidade de corte de uma ferramenta pode ser recuperada<br />

por meio de retificação para obter a afiação.<br />

Exercícios<br />

1. Assinale a alternativa que <strong>com</strong>pleta corretamente as<br />

afirmações a seguir.<br />

a) A estampagem é um processo de<br />

......................................<br />

que produz peças a partir de .........................<br />

1) ( ) Laminação a frio – chapas planas<br />

2) ( ) Conformação mecânica – chapas planas<br />

3) ( ) Laminação – sucata de aço<br />

4) ( ) Conformação mecânica – tarugos<br />

5) ( ) Conformação mecânica – laminados em geral<br />

b) A propriedade dos materiais que possibilita a<br />

estampagem é a:<br />

1) ( ) dureza.<br />

2) ( ) resistência à tração<br />

3) ( ) plasticidade<br />

4) ( ) elasticidade<br />

5) ( ) <strong>com</strong>posição química<br />

2. Relacione as colunas.<br />

Coluna A Coluna B<br />

a) ( ) O defeito de superfície 1) Causa o <strong>com</strong>portamento irregular do<br />

b) ( ) A <strong>com</strong>posição química metal<br />

c) ( ) A especificação das dimensões 2) É determinada por ensaios<br />

d) ( ) Uma propriedade mecânica mecânicos.<br />

3) Possibilita melhor aproveitamento<br />

da chapa.<br />

4) Influencia no acabamento.<br />

5) Deve ser controlada no processo de<br />

fabricação do metal.<br />

127


Corte de chapas<br />

O corte é a operação de cisalhamento de um material na qual<br />

uma ferramenta ou punção de corte é forçada contra uma<br />

matriz por intermédio da pressão exercida por uma prensa.<br />

Quando o punção desce, empurra o material para dentro da<br />

abertura da matriz.<br />

Dica tecnológica<br />

Em princípio, a espessura da chapa a ser cortada deve ser<br />

igual ou menor que o diâmetro do punção.<br />

As peças obtidas por corte, podem, eventualmente, ser<br />

submetidas a uma operação posterior de estampagem<br />

profunda, que será estudada mais adiante nesta aula.<br />

O corte permite a produção de peças nos mais variados<br />

formatos. Estes são determinados pelos formatos do punção e<br />

da matriz. A folga entre um e outra é muito importante e deve<br />

ser controlada, já que o aspecto final da peça depende desse<br />

fator. Ela está relacionada também <strong>com</strong> a espessura, a dureza<br />

e o tipo de material da chapa.<br />

Dica tecnológica<br />

Para o aço, a folga é de 5 a 8% da espessura da chapa; para o<br />

latão, ela fica entre 4 e 8%; para o cobre, entre 6 e 10%; para o<br />

alumínio, em torno de 3% e para o duralumínio, entre 7 e 8%.<br />

Folgas muito grandes provocam rebarbas que podem ferir os<br />

operadores. As folgas pequenas provocam fissuras, ou seja,<br />

128


achaduras, que causarão problemas nas operações<br />

posteriores. Quanto menores forem as espessuras das chapas<br />

e o diâmetro do punção, menor será a folga e vice-versa.<br />

Dependendo da <strong>com</strong>plexidade do perfil a ser cortado, o corte<br />

pode ser feito em uma única etapa ou em várias etapas até<br />

chegar ao perfil final. Isso determina também os vários tipos de<br />

corte que podem ser executados:<br />

Corte (simples)<br />

Produção de<br />

uma peça de um<br />

formato qualquer<br />

a partir de uma<br />

chapa.<br />

Puncionamento<br />

corte que produz<br />

furos de<br />

pequenas<br />

dimensões.<br />

Entalhe<br />

Corte de um<br />

entalhe no<br />

contorno da<br />

peça.<br />

Corte parcial<br />

corte in<strong>com</strong>pleto<br />

no qual uma<br />

parte da peça<br />

cortada fica<br />

presa à chapa.<br />

Recorte<br />

Corte de excedentes de material de uma peça que<br />

já passou por um processo de conformação.<br />

Um corte, por mais perfeito que seja, sempre apresenta uma<br />

superfície de aparência “rasgada”. Por isso, é necessário fazer<br />

a rebarbação, que melhora o acabamento das paredes do<br />

corte.<br />

129


Fique por dentro<br />

Pode-se cortar papel, borracha e outros materiais nãometálicos<br />

<strong>com</strong> um punção de ângulo vivo. Nesse caso, o<br />

material fica apoiado sobre uma base sólida de madeira<br />

ou outro material mole.<br />

Exercício<br />

3. Complete as seguintes afirmações.<br />

a) O corte é uma operação de ................................ de um<br />

material.<br />

b) Para o corte, usamos um ............................. que é<br />

forçado contra uma .................................................... por<br />

intermédio da pressão exercida por uma<br />

...................................<br />

c) Depois do corte, efetua-se uma operação de<br />

.................................. para melhorar o acabamento das<br />

paredes do corte.<br />

130


Dobramento e curvamento<br />

O dobramento é a operação pela qual a peça<br />

anteriormente recortada é conformada <strong>com</strong> o<br />

auxílio de estampos de dobramento. Estes são<br />

formados por um punção e uma matriz<br />

normalmente montados em uma prensa. O<br />

material, em forma de chapa, barra, tubo ou<br />

vareta, é colocado entre o punção e a matriz.<br />

Na prensagem, uma parte é forçada contra a<br />

outra e <strong>com</strong> isso se obtém o perfil desejado.<br />

Em toda e qualquer operação de dobramento,<br />

o material sofre deformações além do seu<br />

limite elástico. No lado externo há um esforço<br />

de tração, o metal se alonga e há uma<br />

redução de espessura. No lado interno, o<br />

esforço é de <strong>com</strong>pressão.<br />

Por causa da elasticidade do material, sempre há um pequeno<br />

retorno para um ângulo ligeiramente menor que o inicial,<br />

embora a chapa tenha sido dobrada além de seu limite elástico.<br />

Por causa disso, quando se constrói o estampo, o cálculo do<br />

ângulo de dobramento deve considerar esse retorno e prever<br />

um dobramento em um ângulo levemente superior ao desejado.<br />

Dica tecnológica<br />

Existe uma região interna do material que não sofre nenhum<br />

efeito dos esforços de tração e <strong>com</strong>pressão aos quais a chapa<br />

é submetida durante o dobramento. Essa região é chamada de<br />

linha neutra.<br />

Outro fator a considerar é a existência dos raios de curvatura.<br />

Cantos vivos ou raios pequenos podem provocar a ruptura<br />

durante o dobramento. Em geral, a determinação do raio de<br />

curvatura é função do projeto ou desenho da peça, do tipo de<br />

material usado, da espessura da peça e do sentido da<br />

laminação da chapa. Materiais mais dúcteis <strong>com</strong>o o alumínio, o<br />

131


cobre, o latão e o aço <strong>com</strong> baixo teor de carbono necessitam de<br />

raios menores do que materiais mais duros <strong>com</strong>o os aços de<br />

médio e alto teores de carbono, aços ligados etc.<br />

Até atingir o formato final, o produto pode ser dobrado <strong>com</strong> o<br />

auxílio de apenas um estampo em uma única ou em mais fases<br />

ou, então, <strong>com</strong> mais de um estampo.<br />

E para obter os variados formatos que o dobramento<br />

proporciona, realizam-se as seguintes operações:<br />

Dobramento simples e<br />

duplo.<br />

Nervuramento Corrugamento<br />

132<br />

Dobramento em anel (aberto ou<br />

fechado).


Exercício<br />

4. Responda às seguintes perguntas.<br />

a) O que é dobramento?<br />

b) Por que no dobramento há um retorno do material para<br />

um ângulo ligeiramente menor que o inicial?<br />

c) O que é linha neutra?<br />

d) Quais são os fatores que determinam o raio de curvatura<br />

no dobramento?<br />

e) Quais são os fatores que podem provocar a ruptura<br />

durante o dobramento?<br />

Estampagem profunda<br />

A estampagem profunda é um processo de conformação<br />

mecânica em que chapas planas são conformadas no formato<br />

de um copo. Ela é realizada a frio e, dependendo da<br />

característica do produto, em uma ou mais fases de<br />

conformação. Por esse processo, produzem-se panelas, partes<br />

das latarias de carros <strong>com</strong>o pára-lamas, capôs, portas, e peças<br />

<strong>com</strong>o cartuchos e refletores parabólicos.<br />

Na estampagem profunda, a chapa metálica sofre alongamento<br />

em ao menos uma direção e <strong>com</strong>pressão em outra direção.<br />

Geralmente, um <strong>com</strong>pensa o outro e não há mudança na<br />

espessura da chapa.<br />

Assim <strong>com</strong>o no dobramento, a estampagem profunda também é<br />

realizada <strong>com</strong> o auxílio de estampos formados por um punção,<br />

uma matriz e um sujeitador presos a prensas mecânicas ou<br />

hidráulicas.<br />

A chapa, já cortada nas dimensões determinadas, é presa entre a<br />

matriz e o sujeitador que mantém sobre ela uma pressão<br />

constante durante o embutimento. Isso evita que ocorra o<br />

enrugamento da superfície da peça.<br />

133


O punção é acionado, desce e força a chapa para baixo, através<br />

da matriz. Nessa operação, também é necessário um controle<br />

sobre a folga entre o punção e a matriz.<br />

Quando a profundidade do embutimento é grande, ou seja, tem<br />

a altura maior que o diâmetro da peça, e são necessárias várias<br />

operações sucessivas para obtê-la, tem-se a reestampagem.<br />

Isso pode ser feito <strong>com</strong> o mesmo punção, ou <strong>com</strong> punções<br />

diferentes quando o perfil da peça deve ser alterado numa<br />

segunda ou terceira estampagem.<br />

A ferramenta deve ter uma superfície lisa e bem acabada para<br />

minimizar o atrito entre matriz-chapa-punção e, desse modo,<br />

diminuir o esforço de <strong>com</strong>pressão e o desgaste da ferramenta.<br />

Para diminuir o atrito pode-se usar também um lubrificante.<br />

Características e defeitos dos produtos<br />

estampados<br />

Os produtos estampados apresentam defeitos característicos<br />

estreitamente ligados às várias etapas do processo de<br />

fabricação. O quadro a seguir relaciona esses defeitos <strong>com</strong> a<br />

respectiva etapa dentro do processo e indica as maneiras de<br />

evitá-los.<br />

134


Etapa do<br />

processo<br />

Chapa Pregas, ou gretas,<br />

transversais ao corpo da<br />

peça<br />

Chapa Furos alongados ou<br />

gretas.<br />

Chapa Diferenças de espessura<br />

na chapa.<br />

Projeto ou<br />

construção da<br />

matriz.<br />

Projeto ou<br />

construção da<br />

matriz.<br />

Projeto ou<br />

ferramentaria<br />

Projeto ou<br />

ferramentaria.<br />

Ferramentaria,<br />

conservação.<br />

Conservação,<br />

ferramentaria.<br />

Conservação,<br />

ferramentaria.<br />

Conservação,<br />

ferramentaria.<br />

Conservação,<br />

ferramentaria.<br />

Defeito Causa Correção<br />

Desprendimento do<br />

fundo.<br />

Inclusões na chapa.<br />

Trepadura de laminação.<br />

Poros finos ou corpos estranhos<br />

duros (<strong>com</strong>o grãos de areia) que<br />

penetram na chapa no momento<br />

da estampagem.<br />

Aba de largura irregular,<br />

formação de gretas entre as<br />

regiões de diferentes<br />

espessuras.<br />

O punção de embutir atua <strong>com</strong>o<br />

punção de corte, o raio de<br />

curvatura é muito pequeno no<br />

punção e na aresta embutida.<br />

Ruptura no fundo. O fundo embutido é unido ao<br />

resto da peça apenas por um<br />

lado; a relação de embutimento é<br />

grande demais para a chapa<br />

empregada.<br />

Trincas no fundo depois<br />

que o corpo está quase<br />

todo pronto (mais<br />

freqüentemente em<br />

peças retangulares).<br />

Formato abaulado -<br />

corpo arqueado para<br />

fora e arqueamento do<br />

canto superior do<br />

recipiente.<br />

Variação de espessura na chapa<br />

ou folga muito estreita entre<br />

punção e matriz. Em peças<br />

retangulares, o estreitamento da<br />

folga é devido à formação de<br />

uma pasta de óxidos.<br />

Folga muito larga de<br />

embutimento.<br />

Estrias de embutimento. Desgaste da ferramenta e chapa<br />

oxidada.<br />

Pregas e trincas na aba. Folga de embutimento muito<br />

larga, ou arredondamento muito<br />

grande das arestas de<br />

embutimento.<br />

Ampolas no fundo.<br />

Às vezes abaulamento<br />

no fundo.<br />

Relevos de um só lado<br />

nas rupturas do fundo.<br />

Formação de pregas na<br />

aba.<br />

Usar chapas <strong>com</strong> controle de<br />

qualidade de mais rigoroso.<br />

Limpar cuidadosamente os locais<br />

de armazenamento das chapas.<br />

Exigir produtos laminados <strong>com</strong><br />

tolerâncias dimensionais<br />

estreitas.<br />

Arredondar melhor as arestas no<br />

punção de embutir e na matriz.<br />

Introduzir mais uma etapa de<br />

embutimento ou escolher uma<br />

chapa de maior capacidade de<br />

embutimento.<br />

Revisar espessura da chapa.<br />

Alargar o orifício de<br />

embutimento.<br />

Em peças retangulares, limpar<br />

sempre as arestas das<br />

ferramentas.<br />

Aumentar a pressão de sujeição.<br />

Trocar a matriz ou o punção.<br />

Fazer tratamento de superfície<br />

para endurecer as arestas da<br />

matriz. Melhorar o processo de<br />

decapagem. Melhorar as<br />

condições de lubrificação.<br />

Trocar a matriz.<br />

Má aeração. Melhorar a saída do ar,<br />

distribuindo melhor o lubrificante.<br />

Posição excêntrica do punção<br />

em relação à matriz de<br />

embutimento.<br />

Soltar a sujeição da ferramenta e<br />

centrar a matriz corretamente<br />

<strong>com</strong> relação ao punção.<br />

Pressão de sujeição insuficiente. Aumentar a pressão do<br />

sujeitador.<br />

135


Exercícios<br />

5. Responda às seguintes perguntas.<br />

a) O que é estampagem profunda?<br />

b) O que acontece <strong>com</strong> a chapa metálica na estampagem<br />

profunda?<br />

6. Assinale V ou F conforme as sentenças indiquem ou não<br />

defeitos de estampagem originados pelo projeto ou<br />

construção da matriz.<br />

a) ( ) Pregas transversais.<br />

b) ( ) Furos alongados.<br />

c) ( ) Desprendimento do fundo.<br />

d) ( ) Trincas no fundo.<br />

e) ( ) Diferenças de espessura na chapa.<br />

f) ( ) Ruptura do fundo.<br />

g) ( ) Formato abaulado.<br />

h) ( ) Estria de embutimento.<br />

7. Indique a origem dos defeitos onde você assinalou F.<br />

8. Cite abaixo os nomes de produtos que estão em sua casa<br />

ou no teleposto e que foram fabricados por:<br />

a) Corte ....................................................................................<br />

b) Dobramento..........................................................................<br />

c) Estampagem profunda.........................................................<br />

9. Relacione os defeitos <strong>com</strong> sua origem.<br />

Coluna A Coluna B<br />

a) ( ) Pregas, trincas na aba, estrias 1. Chapa.<br />

de embutimento. 2. Projeto ou construção da matriz.<br />

b) ( ) Ruptura ou desprendimento 3. Projeto ou ferramentaria.<br />

do fundo. 4. Conservação, ferramentaria.<br />

c) ( ) Diferenças de espessura.<br />

d) ( ) Trincas no fundo,<br />

principalmente em peças.<br />

e) ( ) Estrias de embutimento<br />

136


- 7<br />

SENAI-SP. Metalmecânica - Teoria Caminhão Betoneira. V. 1.<br />

Por Regina Célia Roland Novaes e Selma Ziedas. São Paulo,<br />

1997.<br />

SENAI-SP. Metalmecânica - Teoria Caminhão Betoneira. V. 2.<br />

Por Abílio José Weber e Adriano Ruiz Secco. São Paulo,<br />

1997.<br />

FRM/SENAI-SP. Telecurso 2000 – Profissionalizante – Higiene<br />

e Segurança no Trabalho. Por José Luiz Campo Coelho e<br />

outros. São Paulo, 1997.<br />

FRM/SENAI-SP. Telecurso 2000 – Profissionalizante – Manutenção.<br />

Por Abílio José Weber e outros. São Paulo, 1997.<br />

FRM/SENAI-SP. Telecurso 2000 – Profissionalizante – Metrologia.<br />

Por Adriano Ruiz Secco e Edmur Vieira. São Paulo,<br />

1997.<br />

137

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