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Apostila de Eletrotc..

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ELETROTÉCNICA<br />

ELETROTÉCNICA<br />

ELETROTÉCNICA<br />

ELETROTÉCNICA<br />

ELETROTÉCNICA


José Fernando Xavier Faraco<br />

Presi<strong>de</strong>nte da FIESC<br />

Sérgio Roberto Arruda<br />

Diretor Regional do SENAI/SC<br />

Antônio José Carradore<br />

Diretor <strong>de</strong> Educação e Tecnologia do SENAI/SC<br />

Marco Antônio Dociatti<br />

Diretor <strong>de</strong> Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2


SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

FIESC<br />

SENAI<br />

Fe<strong>de</strong>ração das Indústrias do Estado <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial<br />

Departamento Regional <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

ELETROTÉCNICA<br />

Florianópolis – 2004<br />

3


É autorizada reprodução total ou parcial <strong>de</strong>ste material por qualquer meio ou sistema<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a fonte seja citada<br />

Equipe Técnica:<br />

Organizadores:<br />

Adagir Saggin<br />

Coor<strong>de</strong>nação:<br />

Adriano Fernan<strong>de</strong>s Cardoso<br />

Osvair Almeida Matos<br />

Roberto Rodrigues <strong>de</strong> Menezes Junior<br />

Produção Gráfica:<br />

César Augusto Lopes Júnior<br />

Capa:<br />

César Augusto Lopes Júnior<br />

Solicitação <strong>de</strong> <strong>Apostila</strong>s: Mat-didat@sc.senai.br<br />

S474e<br />

SENAI. SC. Eletrotécnica.<br />

Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 140 p.<br />

Serviço Nacional <strong>de</strong> Aprendizagem Industrial<br />

Departamento Regional <strong>de</strong> Santa Catarina<br />

www.sc.senai.br<br />

Rodovia Admar Gonzaga, 2765 - Itacorubi<br />

CEP 88034-001 - Florianópolis - SC<br />

Fone: (048) 231-4290<br />

Fax: (048) 234-5222<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

1. Eletrotécnica.<br />

I. Título.<br />

CDU: 621.3<br />

4


SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

SUMÁRIO<br />

1 Eletrostática................................................................................................................7<br />

1.1 Eletricida<strong>de</strong> e Teoria Atômica .............................................................................7<br />

1.2 Corpos Carregados Eletricamente......................................................................8<br />

1.3 Processos <strong>de</strong> Eletrização....................................................................................8<br />

1.3.1 Eletrização por Atrito ....................................................................................9<br />

1.3.2 Eletrização por Contato ................................................................................9<br />

1.3.3 Eletrização por indução ..............................................................................10<br />

1.4.1 Pêndulo Eletrostático..................................................................................11<br />

1.4.2 Eletroscópio <strong>de</strong> folhas ................................................................................12<br />

1.5 Carga Elétrica Elementar ..................................................................................13<br />

1.6 Lei <strong>de</strong> Coulomb .................................................................................................14<br />

1.6.1 Expressão matemática da Lei <strong>de</strong> Coulomb ................................................15<br />

1.7 Campo Elétrico Gerado Por Uma Carga Puntiforme ........................................19<br />

1.8.1 Módulo do vetor campo elétrico..................................................................21<br />

1.8.2 Direção do vetor campo elétrico. ................................................................22<br />

1.9 Potencial Elétrico <strong>de</strong> um Ponto .........................................................................24<br />

1.10 Diferença <strong>de</strong> Potencial Entre Dois Pontos (d.d.p)...........................................25<br />

1.11 Capacitância De Um Condutor Isolado...........................................................26<br />

1.12 Capacitor <strong>de</strong> Placas Paralelas ........................................................................27<br />

1.13 Energia Potencial <strong>de</strong> um Capacitor.................................................................29<br />

2 Eletrodinâmica..........................................................................................................31<br />

2.1 A Corrente Elétrica............................................................................................31<br />

2.1.1 O que é a corrente elétrica .........................................................................31<br />

2.1.2 Sentido da corrente elétrica........................................................................32<br />

2.1.3 Natureza da corrente elétrica .....................................................................32<br />

2.1.4 Intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica .................................................................33<br />

2.1.5 Múltiplos e Sub Múltiplos da Corrente Elétrica ...........................................34<br />

2.1.6 Tipos <strong>de</strong> Corrente Elétrica ..........................................................................34<br />

2.1.7 Efeitos da Corrente Elétrica........................................................................35<br />

2.2 Tensão Induzida................................................................................................36<br />

2.2.1 Força Eletromotriz (f.e.m) ...........................................................................36<br />

2.2.2 Fontes Geradoras.......................................................................................37<br />

2.3 Resistência Elétrica...........................................................................................46<br />

2.3.1 Resistivida<strong>de</strong> (Material Condutor e Isolante)..............................................46<br />

2.3.2 Relação entre o Comprimento do resistor e sua Resistência.....................48<br />

2.3.3 Relação entre a área da secção reta transversal do resistor e a resistência.<br />

.............................................................................................................................49<br />

2.3.4 Variação da Resistivida<strong>de</strong> com a Temperatura..........................................49<br />

2.4 Lei <strong>de</strong> Ohm........................................................................................................53<br />

2.5 Circuito Elétrico .................................................................................................54<br />

2.6 Associação <strong>de</strong> Resistores.................................................................................57<br />

2.6.1 Associação em série...................................................................................58<br />

2.6.2 Associação em Paralelo .............................................................................60<br />

2.6.3 Associação Mista........................................................................................64<br />

3 Leis <strong>de</strong> Kirchhoff.......................................................................................................66<br />

3.1 Lei <strong>de</strong> Kirchhoff para Corrente (LKC)................................................................66<br />

Material Experimental..............................................................................................69<br />

4 Potência Elétrica.......................................................................................................70<br />

4.3 Lei <strong>de</strong> Joule.......................................................................................................73<br />

4.4 Energia Elétrica.................................................................................................73<br />

5 Magnetismo ..............................................................................................................74<br />

5.1 Imãs Artificiais e Permanentes..........................................................................74<br />

5


5.2 Imã – Definição .................................................................................................74<br />

5.3 Magnetismo – Definição....................................................................................74<br />

5.4 Pólos Magnéticos..............................................................................................74<br />

5.5 Campo Magnético – Definição ..........................................................................75<br />

5.6 Linhas <strong>de</strong> Força <strong>de</strong> um Campo Magnético - Conceito......................................75<br />

5.7 Principio da Inseparabilida<strong>de</strong> dos Pólos. ..........................................................75<br />

5.8 Interação entre Imãs - Lei <strong>de</strong> Du Fay................................................................75<br />

5.9 Intensida<strong>de</strong> Magnética <strong>de</strong> um Pólo...................................................................75<br />

5.10 Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo Magnético (H).............................................................76<br />

5.11 Campo Magnético Uniforme............................................................................76<br />

5.12 Campo Magnético I<strong>de</strong>almente Simples...........................................................76<br />

5.13 Força em um Pólo no Interior <strong>de</strong> um Campo Uniforme...................................76<br />

6 Eletromagnetismo.....................................................................................................77<br />

6.1 Experiência <strong>de</strong> Oersted.....................................................................................77<br />

6.2 Regra <strong>de</strong> Ampère..............................................................................................77<br />

6.3 Cálculo da Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo Magnético. .................................................78<br />

6.3.1 Em torno <strong>de</strong> um condutor ...........................................................................78<br />

6.3.2 No centro <strong>de</strong> uma espira ............................................................................78<br />

6.3.3 No centro <strong>de</strong> um solenói<strong>de</strong>.........................................................................79<br />

6.4 Indução Magnética............................................................................................80<br />

6.5 Permeabilida<strong>de</strong> .................................................................................................81<br />

6.5.1 Permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um material ..................................................................81<br />

6.5.2 Permeabilida<strong>de</strong> Relativa ( µ r ) ...................................................................82<br />

6.6 Fluxo Magnético................................................................................................82<br />

6.7 Curva <strong>de</strong> Magnetização ....................................................................................83<br />

6.8 Histerese Magnética .........................................................................................84<br />

6.9 Força Magnetomotriz (FMM).............................................................................86<br />

6.10 Relutância Magnética ( ℜ ) ............................................................................86<br />

6.11 Lei <strong>de</strong> Faraday ................................................................................................87<br />

6.12 Correntes <strong>de</strong> Foucault.....................................................................................88<br />

6.13 Lei <strong>de</strong> Lenz......................................................................................................89<br />

6.14 Tensão Induzida em Condutores que Cortam um Campo Magnético. ...........90<br />

7 Corrente Alternada e Corrente Contínua..................................................................91<br />

7.1 Corrente alternada ............................................................................................91<br />

7.2 Corrente Contínua – CC....................................................................................99<br />

8 Impedância (Análises em Corrente Alternada).......................................................101<br />

8.1 Indutores .........................................................................................................101<br />

8.1.1 Indução ........................................................................................................101<br />

8.1.2 Auto-Indução / Força Contra-Eletromotriz ................................................102<br />

8.2 Indutância........................................................................................................104<br />

8.2.1 Reatância indutiva ....................................................................................106<br />

8.3 Capacitância ...................................................................................................106<br />

8.3.1 Reatância Capacitiva................................................................................107<br />

8.4 Impedância......................................................................................................108<br />

9 Potência em Corrente Alternada ............................................................................114<br />

9.1 Potência ativa (efetiva):...................................................................................114<br />

9.2 Potência reativa: .............................................................................................114<br />

9.3 Potência aparente: ..........................................................................................114<br />

9.4 Fator <strong>de</strong> potência (FP): ...................................................................................115<br />

9.5 Correção do Fator <strong>de</strong> Potência .......................................................................117<br />

Referências Bibliograficas .........................................................................................140<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

6


1 ELETROSTÁTICA<br />

1.1 Eletricida<strong>de</strong> e Teoria Atômica<br />

Os fenômenos elétricos estão presentes na maior parte <strong>de</strong> nossas ativida<strong>de</strong>s. Aparelhos<br />

eletrodomésticos, maquinário industrial, meios <strong>de</strong> transporte movidos a eletricida<strong>de</strong><br />

são apenas alguns exemplos <strong>de</strong> sua aplicação e dão uma idéia do quanto a eletricida<strong>de</strong><br />

é fundamental na vida do homem mo<strong>de</strong>rno.<br />

Apesar <strong>de</strong> a utilização da energia elétrica ser uma característica do mundo atual, a<br />

observação dos fenômenos elétricos tem raízes na Antigüida<strong>de</strong>.<br />

O sábio grego Tales <strong>de</strong> Mileto (640-546 Ac) foi o primeiro a observar que, atritando-se<br />

uma substância resinosa <strong>de</strong>nominada âmbar com um pedaço <strong>de</strong> lã, ela adquiria a proprieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> atrair corpos leves como penas, fios <strong>de</strong> palha, etc. A palavra grega para<br />

<strong>de</strong>signar âmbar é elektron. É <strong>de</strong>la que <strong>de</strong>riva o termo eletricida<strong>de</strong>.<br />

Entre essa <strong>de</strong>scoberta e estudos mais rigorosos acerca dos fenômenos elétricos, utilizando<br />

o método científico, <strong>de</strong>correram muitos séculos. Hoje a eletricida<strong>de</strong> é estudada<br />

à luz da teoria atômica.<br />

De acordo com essa teoria, toda matéria é constituída <strong>de</strong> conjuntos <strong>de</strong> moléculas que<br />

caracterizam as substâncias. As moléculas, por sua vez, são constituídas <strong>de</strong> átomos<br />

que caracterizam os elementos da natureza.<br />

Tomemos como exemplo a água: ela é constituída <strong>de</strong> moléculas; cada molécula <strong>de</strong><br />

água tem todas as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ssa substância. As moléculas <strong>de</strong> água são formadas<br />

por dois átomos <strong>de</strong> hidrogênio e um <strong>de</strong> oxigênio. A forma como esses átomos se<br />

organizam é que faz com que essa molécula seja <strong>de</strong> água e não <strong>de</strong> outra substância<br />

qualquer.<br />

O físico Niels Bohr criou um mo<strong>de</strong>lo através do qual po<strong>de</strong>mos compreen<strong>de</strong>r a constituição<br />

da matéria. De acordo com esse mo<strong>de</strong>lo, a matéria é composta <strong>de</strong> átomos e cada<br />

átomo é constituído por três tipos fundamentais <strong>de</strong> partículas: os prótons, os elétrons e<br />

os nêutrons.<br />

Verificou-se experimentalmente que os prótons e os elétrons apresentam comportamento<br />

elétrico. Verificou-se ainda que o comportamento elétrico dos prótons é contrário<br />

ao comportamento elétrico dos elétrons. Diante disso, convencionou-se dizer que<br />

os prótons apresentam comportamento elétrico positivo ou possuem carga elétrica<br />

positiva e que os elétrons apresentam comportamento elétrico negativo ou possuem<br />

carga elétrica negativa.<br />

Os prótons e os nêutrons estão presos ao núcleo do átomo. Ambos têm a mesma<br />

massa, sendo muito mais pesados que os elétrons.<br />

Os elétrons são partículas que giram ao redor do núcleo atômico, distribuídos em níveis<br />

e sub-níveis, <strong>de</strong> acordo com o seu grau <strong>de</strong> energia.<br />

No estado em que se encontram na natureza, os átomos têm um número <strong>de</strong> prótons<br />

igual ao <strong>de</strong> elétrons. Nessas condições, dizemos que o átomo está eletricamente neutro.<br />

Se retirarmos elétrons <strong>de</strong> um átomo, ele ficará com falta <strong>de</strong> carga negativa. Assim,<br />

esse átomo passa a ser chamado <strong>de</strong> íon positivo ou cátion. Se, todavia, fornecermos<br />

elétrons a um átomo, ele ficará com excesso <strong>de</strong> carga negativa. Nesse caso, ele recebe<br />

o nome <strong>de</strong> íon negativo ou ânion.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

7


1.2 Corpos Carregados Eletricamente<br />

Os corpos, quanto ao seu comportamento elétrico, ou seja, quanto à sua carga elétrica,<br />

po<strong>de</strong>m ser classificados em eletricamente neutros, carregados positivamente e<br />

carregados negativamente.<br />

Dizemos que um corpo está eletricamente neutro quando todos os seus átomos estão<br />

eletricamente neutros. Isto não significa que o corpo não tenha carga elétrica, pois<br />

sabemos que um átomo está eletricamente neutro quando o seu número <strong>de</strong> prótons é<br />

igual ao <strong>de</strong> elétrons. Assim sendo, um corpo eletricamente neutro é aquele cujo número<br />

<strong>de</strong> cargas positivas é igual ao <strong>de</strong> cargas negativas. Esse é o estado da maior parte<br />

dos corpos encontrados na natureza.<br />

Se retirarmos elétrons dos átomos <strong>de</strong> um corpo, ele ficará com o número <strong>de</strong> prótons<br />

superior ao <strong>de</strong> elétrons, ou seja, sua carga positiva ficará maior que a negativa.<br />

± +<br />

±<br />

±<br />

±<br />

±<br />

±<br />

±<br />

Retira nd o<br />

elétrons<br />

+<br />

+<br />

+<br />

±<br />

+<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Diremos, então, que o corpo está<br />

carregado positivamente. É<br />

importante ressaltar que esse<br />

fenômeno não é espontâneo: para<br />

que ele ocorra é necessário que haja<br />

transferência <strong>de</strong> energia.<br />

Se, ao contrário, fornecermos elétrons a um corpo, ele ficará com elétrons em excesso,<br />

isto é; sua carga negativa ficará maior que a positiva. Teremos, então, um corpo<br />

carregado negativamente.<br />

1.3 Processos <strong>de</strong> Eletrização<br />

Fig.01<br />

+<br />

+<br />

+<br />

corpo neutro corpo carregado positivamente<br />

± -<br />

±<br />

±<br />

±<br />

±<br />

Fornecend o<br />

± elétrons<br />

±<br />

-<br />

-<br />

-<br />

±<br />

-<br />

Fig.02<br />

Já vimos que os corpos eletricamente neutros possuem cargas positiva igual a negativa.<br />

Para que um corpo neutro fique eletricamente carregado, positiva ou negativamente,<br />

é preciso quebrar esse equilíbrio, retirando-lhe ou fornecendo-lhe elétrons. Po<strong>de</strong>mos,<br />

então, afirmar que:<br />

Um corpo está eletrizado quando tem o número <strong>de</strong> prótons diferente do número<br />

<strong>de</strong> elétrons.<br />

Há vários processos para eletrizar um corpo. Vamos estudar três <strong>de</strong>les, que julgamos<br />

fundamentais: eletrização por atrito, eletrização por contato e eletrização por indução.<br />

-<br />

-<br />

-<br />

corpo neutro corpo carregado negativamente<br />

8


1.3.1 Eletrização por Atrito<br />

Quando dois corpos diferentes são atritados, po<strong>de</strong> ocorrer a<br />

passagem <strong>de</strong> elétrons <strong>de</strong> um corpo para o outro. Nesse<br />

caso, diz-se que houve uma eletrização por atrito.<br />

Consi<strong>de</strong>re um bastão <strong>de</strong> plástico sendo atritado com um<br />

pedaço <strong>de</strong> lã, ambos inicialmente neutros.<br />

A experiência mostra que, após o atrito, os corpos passam<br />

a manifestar proprieda<strong>de</strong>s elétricas.<br />

Na eletrização por atrito, os corpos atritados adquirem<br />

cargas do mesmo módulo, porém <strong>de</strong> sinais contrários.<br />

1.3.2 Eletrização por Contato<br />

Quando colocamos dois corpos condutores em contato, um eletrizado e o outro neutro;<br />

po<strong>de</strong> ocorrer a passagem <strong>de</strong> elétrons <strong>de</strong> um para o outro, fazendo com que o corpo<br />

neutro se eletrize.<br />

Consi<strong>de</strong>remos duas esferas, uma eletrizada e a outra, neutra.<br />

Antes do contato (Fig04a) Durante o contato<br />

(Fig04b)<br />

As cargas em excesso do condutor eletrizado negativamente se repelem e alguns elétrons<br />

passam para o corpo neutro, fazendo com que ele fique também com elétrons<br />

em excesso, e, portanto, eletrizado negativamente.<br />

Se a esfera estiver eletrizada com cargas positivas, haverá também uma passagem <strong>de</strong><br />

elétrons, porém, <strong>de</strong>ssa vez, do corpo neutro para o eletrizado, pois este está com falta<br />

<strong>de</strong> elétrons e os atrai do corpo neutro. Portanto, a esfera neutra também fica eletrizada<br />

positivamente, pois ce<strong>de</strong>u elétrons.<br />

Na eletrização por contato, os corpos ficam eletrizados com cargas <strong>de</strong> mesmo sinal.<br />

Em termos <strong>de</strong> manifestações elétricas, a terra é consi<strong>de</strong>rada como um enorme elemento<br />

neutro. Dessa forma, quando um condutor eletrizado é colocado em contato<br />

com a terra ou ligado a ela por outro condutor, há uma redistribuição <strong>de</strong> cargas elétricas<br />

proporcionais às dimensões do corpo eletrizado e da terra, ficando, na realida<strong>de</strong>,<br />

ambos eletrizados. Porém, como as dimensões do corpo são <strong>de</strong>sprezíveis quando<br />

comparadas com as da terra, a carga elétrica que nele permanece, após o contato, é<br />

tão pequena que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada nula, pois não consegue manifestar proprieda<strong>de</strong>s<br />

elétricas.<br />

Assim, ao ligarmos um condutor à terra, dizemos que ele se <strong>de</strong>scarrega, isto é, fica<br />

neutro.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig.03a<br />

Fig.03b<br />

Depois do contato<br />

(Fig04c)<br />

9


Na prática, po<strong>de</strong>-se consi<strong>de</strong>rar a terra como um enorme reservatório condutor <strong>de</strong> elétrons.<br />

Então, ao ligarmos um outro condutor eletrizado a terra, ele se <strong>de</strong>scarrega <strong>de</strong><br />

uma das seguintes formas:<br />

Importante: Após o contato, condutores <strong>de</strong> mesma forma e com as mesmas dimensões<br />

apresentam cargas iguais.<br />

1.3.3 Eletrização por indução<br />

A eletrização <strong>de</strong> um condutor neutro po<strong>de</strong> ocorrer por simples aproximação <strong>de</strong> um<br />

outro corpo eletrizado, sem que haja contato entre eles.<br />

Consi<strong>de</strong>remos um condutor inicialmente neutro e um um bastão eletrizado negativamente.<br />

Quando aproximamos o bastão eletrizado do corpo neutro, suas cargas negativas<br />

repelem os elétrons livres do corpo neutro para posições as mais distantes<br />

possíveis.<br />

Dessa forma, o corpo fica com falta <strong>de</strong> elétrons numa extremida<strong>de</strong> e com excesso <strong>de</strong><br />

Fig. 07 elétrons na outra.<br />

O fenômeno da separação <strong>de</strong> cargas num condutor,<br />

provocado pela aproximação <strong>de</strong> um corpo eletrizado, é<br />

<strong>de</strong>nominado indução eletrostática.<br />

Na indução eletrostática ocorre apenas tuna separação entre algumas cargas positivas<br />

e negativas do corpo.<br />

O corpo eletrizado que provocou a indução é <strong>de</strong>nominado indutor e o que sofreu a<br />

indução, induzido.<br />

Se quisermos obter no induzido uma eletrização<br />

com cargas <strong>de</strong> um só sinal, basta ligá-lo à terra na<br />

presença do indutor. Nessa situação, os elétrons<br />

livres do induzido, que estão sendo repelidos pela<br />

presença do indutor, escoam para a terra.<br />

terra<br />

Desfazendo-se esse contato e, logo após, afastando-se<br />

o bastão, o induzido ficará carregado<br />

Fig.08<br />

com cargas positivas.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

terra terra<br />

Os elétrons em excesso do condutor escoam<br />

para a terra <strong>de</strong>vido à repulsão entre<br />

Fig.09<br />

Devido à atração, os elétrons da terra fluem<br />

para o condutor.<br />

No processo da indução eletrostática, o corpo induzido se eletrizará<br />

sempre com cagas <strong>de</strong> sinal contrário às do indutor.<br />

1.4 Eletroscópios<br />

É um aparelho que se <strong>de</strong>stina a indicar a existência <strong>de</strong> cargas elétricas, ou seja,<br />

i<strong>de</strong>ntificar se um corpo está eletrizado.<br />

Os eletroscópios mais comuns são o pêndulo eletrostático e o eletroscópio <strong>de</strong> folhas.<br />

10


1.4.1 Pêndulo Eletrostático<br />

É constituído <strong>de</strong> uma esfera leve e pequena, em geral <strong>de</strong> cortiça ou isopor, suspensa<br />

por um fio flexível e isolante, preso a um suporte.<br />

Para enten<strong>de</strong>r seu funcionamento, suponha que se <strong>de</strong>seje saber se um <strong>de</strong>terminado<br />

corpo está eletrizado. Aproximando-se o corpo da esfera neutra, se ele estiver eletrizado,<br />

ocorrerá o fenômeno da indução eletrostática na esfera e ela será atraída para o<br />

corpo em teste.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Pêndulo<br />

Eletrostático<br />

(Fig.10)<br />

Se quisermos saber o sinal da carga que o corpo eletrizado<br />

possui, <strong>de</strong>vemos, primeiramente, eletrizar a esfera<br />

com uma carga <strong>de</strong> sinal conhecido. Suponha, por exemplo,<br />

que a esfera do pêndulo tenha sido eletrizada com<br />

carga negativa.<br />

Ao aproximarmos o corpo em teste, que já sabemos estar<br />

eletrizado, po<strong>de</strong>m ocorrer dois casos:<br />

Se a esfera for atraída para<br />

o corpo é que ele está eletrizado<br />

com carga <strong>de</strong> sinal<br />

contrário ao da esfera.No<br />

caso da figura A, o corpo<br />

está eletrizado com carga<br />

positiva.<br />

Fig.11 Fig.12<br />

Se a esfera for repelida pelo corpo é porque ele está eletrizado com carga <strong>de</strong> mesmo<br />

sinal do que a da esfera. No caso da figura B, o corpo está eletrizado com carga negativa.<br />

11


1.4.2 Eletroscópio <strong>de</strong> folhas<br />

É constituido <strong>de</strong> duas folhas metálicas, finas e flexíveis,<br />

ligadas em sua parte superior a uma haste, que<br />

se pren<strong>de</strong> a uma esfera e disco, todos os condutores.<br />

Um isolante impe<strong>de</strong> a passagem <strong>de</strong> cargas elétricas<br />

da haste para a esfera . Normalmente, as folhas metálicas<br />

são mantidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um frasco transparente,<br />

a fim <strong>de</strong> aumentar sua justeza e sensibilida<strong>de</strong>.<br />

Aproxima-se da esfera o corpo que se quer verificar,<br />

se ele estiver eletrizado, ocorrerá a indução eletrotécnica.<br />

Assim:<br />

Se o corpo estiver carregado negativamente, ele repele<br />

os elétrons livres da esfera para as lâminas, fazendo<br />

que elas se abram <strong>de</strong>vido a repúlsão.<br />

Se o corpo estiver com carga positiva ele atrai os<br />

elétrons livres das lâminas, fazendo também com<br />

que elas se abram, novamente, <strong>de</strong>vido à repulsão.<br />

A <strong>de</strong>terminação do sinal da carga do corpo em teste,<br />

que já se sabe estar eletrizado, é obtida carregando-se anteriormente o eletroscópio<br />

com cargas <strong>de</strong> sinal conhecido. Dessa forma, as lâminas terão uma <strong>de</strong>terminada abertura<br />

inicial.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Disco<br />

Isolante<br />

Fig. 14 Fig. 15<br />

Ao aproximarmos o corpo em teste, ocorrerá novamente o fenômeno da indução.<br />

Haste metálica<br />

Folhas metálicas<br />

Fig.13<br />

Fig. 16 Fig. 17 Fig. 18<br />

Eletroscópio carregado com<br />

carga conhecida<br />

Corpo teste possui cargas<br />

com o mesmo sinal das<br />

cargas do eletroscópio<br />

Corpo teste possui cargas <strong>de</strong><br />

sinal contrário às do eletroscópio<br />

12


1.5 Carga Elétrica Elementar<br />

Você já sabe que carregar um corpo eletricamente significa retirar-lhe ou fornecer-lhe<br />

elétrons. Quando um corpo per<strong>de</strong> ou ganha eletróns, há uma variação na quanrtida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carga elétrica <strong>de</strong>sse corpo.<br />

Um corpo está carregado eletricamente com uma carga <strong>de</strong> 1 coulomb quando tiver um<br />

excesso (ou falta) <strong>de</strong> 6,5 x10 18 cargas elementares.A partir <strong>de</strong>sta <strong>de</strong>finição é possível<br />

calcular o valor da carga do elétron (carga elementar):<br />

Exemplos<br />

R.1: Um corpo está carregado positivamente com uma carga <strong>de</strong> 2,5 C. Quantas cargas<br />

elétricas elementares estão faltando nesse corpo ?<br />

Solução<br />

Se: 1C = 6,25 x 10 18 e – , então:<br />

2,5C = 2,5 x 6,25 x 10 18 e – = 15,625 x 10 18 e –<br />

Resposta: Faltam a esse corpo 15,625 x 10 18 cargas elementares.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

1C= 6,2510 18 e – e – = 1,6 x 10 -19 − 1C<br />

e =<br />

−19<br />

−<br />

C<br />

6,<br />

25x10<br />

. e<br />

13


1.6 Lei <strong>de</strong> Coulomb<br />

Essa lei <strong>de</strong>screve a força <strong>de</strong> atração ou repulsão que parece entre duas cargas puntiformes,<br />

isto é, entre as cargas <strong>de</strong> dois corpos eletrizados que possuem dimensões<br />

<strong>de</strong>sprezíveis, quando colocados em presença um do outro.<br />

Consi<strong>de</strong>remos duas cargas elétricas<br />

puntiformes, Q1 e Q2 , separadas<br />

pela distância d. Sabemos<br />

que , se essas cargas forem<br />

<strong>de</strong> mesmo sinal, elas se<br />

repelem e, se tiverem sinais<br />

diferentes elas se atraem.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 19<br />

Isso acontece <strong>de</strong>vido à ação <strong>de</strong><br />

forças <strong>de</strong> natureza elétrica sobre<br />

elas. Essas forças são <strong>de</strong> ação<br />

<strong>de</strong> e reação. Portanto, tem<br />

mesma intensida<strong>de</strong> , mesma direção e sentidos opostos.<br />

Deve-se notar também que, <strong>de</strong> acordo com o princípio da ação e reação, são forças<br />

que agem <strong>de</strong> forma diferente. Portanto não se anulam.<br />

Em 1784, o físico francês Charles Augustin <strong>de</strong> Coulomb verificou experimentalmente<br />

que :<br />

A intensida<strong>de</strong> da força elétrica da interação entre duas cargas puntiformes é diretamente<br />

proporcional ao produto dos módulos das cargas e inversamente proporcional ao<br />

quadrado da distância que as separa.<br />

14


1.6.1 Expressão matemática da Lei <strong>de</strong> Coulomb<br />

1<br />

2<br />

. Q Q<br />

F = K.<br />

d<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2<br />

K é uma constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do meio on<strong>de</strong> as cargas se<br />

encontram e do sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s adotado. No vácuo, a constante é indicada por<br />

K0 e é <strong>de</strong>nominada constante eletrostática. Seu valor no SI e:<br />

K0 = 9.10 9 N.m 2 / C 2<br />

Na expressão da lei <strong>de</strong> Coulomb, utilizam-se apenas os módulos das cargas, concluindo,<br />

<strong>de</strong> antemão, pelos sinais das cargas , se as forças são <strong>de</strong> atração ou <strong>de</strong> repulsão.<br />

Q1 . Q2 > 0 → forças <strong>de</strong> repulsão<br />

Q1 . Q2 < 0 → forças <strong>de</strong> atração<br />

Representação Gráfica da Lei <strong>de</strong><br />

Coulomb<br />

Representando a força <strong>de</strong> interação<br />

elétrica em função da distância<br />

entre duas cargas puntiformes,<br />

obteremos como gráfico uma hipérbole,<br />

conforme indica a figura.<br />

F F<br />

F<br />

2<br />

F<br />

4<br />

F<br />

9<br />

F<br />

16<br />

0<br />

•<br />

•<br />

•<br />

D F<br />

2d F/4<br />

3d F/9<br />

4d F/16<br />

d 2d 3d 4d d<br />

•<br />

Fig. 20<br />

15


Exemplos<br />

R.2: A distância entre o elétron e o próton no átomo <strong>de</strong> hidrogênio é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 5,3<br />

. 10 –11 m<br />

Determine a intensida<strong>de</strong> da força gravitacional<br />

Determine a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> atração eletrostática entre as partículas<br />

Compare os valores obtidos<br />

Consi<strong>de</strong>re como dados:<br />

massa <strong>de</strong> próton 1,7 . 10 -27 Kg<br />

massa <strong>de</strong> elétron 9,1 . 10 -31 Kg<br />

constante <strong>de</strong> gravitação universal: G = 6,67 . 10 -11<br />

carga elétrica do elétron: -1,6 . 10 –19 C<br />

carga elétrica do próton: +1,6 . 10 –19 C<br />

constante eletrostática do vácuo: K0 = 9 x 10 9<br />

Solução :<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N . m<br />

2<br />

C<br />

N.<br />

m<br />

2<br />

kg<br />

A lei <strong>de</strong> Newton nos fornece a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> atração gravitacional:<br />

1 2<br />

2<br />

. M M<br />

−27<br />

−31<br />

FG = G<br />

−27<br />

1,<br />

7.<br />

10 . 9,<br />

1.<br />

10<br />

G ≅ 6, 67.<br />

10 ⋅<br />

−11<br />

2<br />

. d<br />

−47<br />

F FG ≅ 3,<br />

7.<br />

10 N<br />

( 5,<br />

3.<br />

10 )<br />

A lei <strong>de</strong> Coulomb nos fornece a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> atração eletrostática:<br />

Q . Q<br />

.<br />

d<br />

1,<br />

6.<br />

10 . 1,<br />

6.<br />

10<br />

−8<br />

F FE ≅ 8,<br />

2.<br />

10 N<br />

( 5,<br />

3.<br />

10 )<br />

−19<br />

−19<br />

1 2<br />

FE = K<br />

9<br />

0 2<br />

E ≅ 9. 10 ⋅<br />

−11<br />

2<br />

C)<br />

F<br />

F<br />

8,<br />

2.<br />

10<br />

−8<br />

E<br />

= −47<br />

G 3,<br />

7.<br />

10<br />

N<br />

N<br />

≅<br />

2,<br />

2.<br />

10<br />

Respostas: A) FG ≅ 3,7 . 10 –47 N<br />

B) FE ≅ 8,2 . 10 -8 Não<br />

39<br />

, ou seja<br />

2<br />

FE ≅ 2,2 . 10 39 FG<br />

A intensida<strong>de</strong> da força elétrica é da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 39 vezes maior que a intensida<strong>de</strong> da<br />

força <strong>de</strong> atração gravitacional.<br />

2<br />

16


R.3: Duas cargas puntiformes Q 1 = 1 . 10 –6 C e Q 2 = 4 . 10 -6 C estão fixas nos pontos<br />

A e B e separados pela distância d = 30 cm no vácuo. Sendo a constante da eletrostática<br />

o valor do vácuo K0 = 9 x 10 9<br />

2<br />

N.<br />

m<br />

, <strong>de</strong>termine:<br />

2<br />

C<br />

a intensida<strong>de</strong> da força elétrica <strong>de</strong> repulsão ;<br />

a intensida<strong>de</strong> da força elétrica resultante sobre uma terceira carga<br />

Q3 = 2 . 10 -6 C , coloca no ponto médio do segmento que une Q 1 a Q 2;<br />

a posição <strong>de</strong> Q1 em relação a Q3 <strong>de</strong>ve ser colocada para ficar em equilíbrio sob a ação<br />

das forças elétricas.<br />

Solução:<br />

Pela Lei <strong>de</strong> Coulomb:<br />

Q . Q<br />

.<br />

d<br />

1 2<br />

F = K0<br />

2 , sendo Q 1 = 1.10 –6 C, Q 2 = 4 . 10 -6 C ,<br />

K0 = 9 x 10 9<br />

2<br />

N.<br />

m<br />

e d = 30 cm = 0,3m, <strong>de</strong>corrente:<br />

2<br />

C<br />

−6<br />

−6<br />

9 1.<br />

10 . 2.<br />

10<br />

F ≅ 9.<br />

10 ⋅<br />

F = 0,4N<br />

2<br />

( 0,<br />

3)<br />

B) Q1 repele Q3 com força F13<br />

Q2 repele Q3 com força F23<br />

Pela Lei <strong>de</strong> Coulomb:<br />

Q1<br />

. Q3<br />

F 13 = K0.<br />

2<br />

d<br />

−6<br />

−6<br />

F 13<br />

9<br />

= 9.<br />

10 .<br />

2<br />

F13 = 3,2N<br />

−6<br />

−6<br />

F 23<br />

9<br />

= 9.<br />

10 .<br />

2<br />

F23 = 3,2N<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

1.<br />

10 . 2.<br />

10<br />

( 0,<br />

15)<br />

1.<br />

10 . 4.<br />

10<br />

( 0,<br />

15)<br />

Assim em Q3 agem as forças:<br />

Resposta: Portanto, a força elétrica resultante tem intensida<strong>de</strong>:<br />

F result = 3,2N – 0,8N<br />

Fresult = 2,4N<br />

C) Com a força resultante <strong>de</strong> 2,4 N entre Q1 e Q3 a posição d13.<br />

Q . Q<br />

Fres . = K.<br />

d<br />

1 3<br />

2<br />

13<br />

9.<br />

10<br />

−<br />

. 1.<br />

10<br />

2,<br />

4<br />

d13 = 0,086 m ou 8,6 cm a direita <strong>de</strong> Q3.<br />

d<br />

13<br />

=<br />

9<br />

6<br />

2.<br />

10<br />

−6<br />

Q1 Q2<br />

• •<br />

A B<br />

30cm<br />

F = 0,4N<br />

Q1 Q3 Q2<br />

• •<br />

F23=3,2N Q3 F13= 0,8 N<br />

•<br />

A F23 F13 B<br />

0,15m 0,15m<br />

17


R.4: Determine a intensida<strong>de</strong> da força <strong>de</strong> repulsão entre duas cargas elétricas iguais<br />

a 1C, situadas no vácuo e a 1m <strong>de</strong> distância. É dada a constante eletrostática:<br />

K0 = 9 x 10 9<br />

2<br />

N.<br />

m<br />

,<br />

2<br />

C<br />

Solução:<br />

Pela Lei <strong>de</strong> Coulomb: 0 2<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

F = K<br />

Q . Q<br />

1 .<br />

d<br />

Sendo : Q1 = Q2 = 1C, d = 1m e K0 = 9 x 10 9<br />

9 1.<br />

1<br />

Vem: F = 9.<br />

10 .<br />

Resposta: 9 x 10 2<br />

1<br />

9 N<br />

Observações :<br />

2<br />

N.<br />

m<br />

2<br />

C<br />

Uma forma <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> 9 x 10 9 N correspon<strong>de</strong> aproximadamente ao peso <strong>de</strong> um<br />

corpo <strong>de</strong> massa 1 milhão <strong>de</strong> toneladas . Isto significa que 1C é, em Eletrostática, uma<br />

carga enorme. Em virtu<strong>de</strong> disso, são muito utilizados os submútiplos do Coulomb.<br />

1 milicoulomb = 1mC = 10 -3 C<br />

1 microcoulomb = 1 µC = 10 -6 C<br />

1 nanocoulomb = 1nC = 10 -9 C<br />

1 picocoulomb = 1pC = 10 -12 C<br />

A menor carga elétrica encontra na natureza é a carga <strong>de</strong> um elétron ou <strong>de</strong> um próton.<br />

Estas cargas são iguais em valor absoluto, constituindo a chamada carga elementar<br />

(e):<br />

e = 1,6 x 10 -19 C<br />

Sendo n o número <strong>de</strong> elétrons, em excesso <strong>de</strong> um corpo positivamente, sua carga<br />

elétrica, em módulo, vale:<br />

On<strong>de</strong> e, é carga elementar<br />

Usamos a mesma expressão para calcular a carga elétrica <strong>de</strong> um corpo positivamente<br />

eletrizado, sendo n o número <strong>de</strong> prótons em excesso (elétrons em falta) no corpo. Observe<br />

que a carga elétrica <strong>de</strong> um corpo não existe em quantida<strong>de</strong>s contínuas, mas sim<br />

múltiplos da carga elementar.<br />

R.5: Um corpo apresenta-se eletrizado com carga Q = 32µC. Qual o número <strong>de</strong> elétrons<br />

retirados do corpo?<br />

Solução:<br />

Q = n . e<br />

Sendo n o número <strong>de</strong> elétrons retirados do corpo e a carga elementar, <strong>de</strong>corre<br />

Q = n . e<br />

32 . 10 -6 = n . 1,6 . 10 -19 N = 2 . 10 14<br />

Resposta: Foram retirados 2 . 10 14 elétrons.<br />

*As constantes eletrostáticas do vácuo e do ar praticamente coinci<strong>de</strong>m.<br />

F = 9 x 10 9 N<br />

2<br />

,<br />

18


R.6: Duas cargas elétricas puntiformes positivas e iguais a Q estão situadas no vácuo<br />

2m <strong>de</strong> distância. Sabe-se que a força <strong>de</strong> repulsão mútua tem intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0,1 N.<br />

Calcule Q é dado:<br />

K0 = 9 x 10 9<br />

2<br />

N.<br />

m<br />

,<br />

2<br />

C<br />

Solução:<br />

Pela Lei <strong>de</strong> Coulomb:<br />

Q . Q<br />

.<br />

d<br />

1 2<br />

F = K0<br />

2 sendo: F = 0,1N ; d = 2 m<br />

Q . Q 9<br />

Q1 = Q 2 = Q,, vem: 0,<br />

1 9.<br />

10 2<br />

2<br />

Resposta: Q = 6,67.10 -6 C<br />

+Q A<br />

Sendo ambas as cargas do mesmo sinal, a carga + q será repelida por Q com uma<br />

força →<br />

F .<br />

Coloquemos a mesma carga + q no ponto B, um pouco mais distante <strong>de</strong> Q. Veja fig.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

= Q 2 = 4,4.10 -11 C 2<br />

1.7 Campo Elétrico Gerado Por Uma Carga Puntiforme<br />

Ao redor <strong>de</strong> uma carga elétrica existe uma região na qual a carga faz sentir seu efeito<br />

<strong>de</strong> interação elétrica. Essa região é chamada <strong>de</strong> campo elétrico.<br />

O estudo do campo elétrico está baseado na Lei <strong>de</strong> Coulomb. Lembre-se que, <strong>de</strong> acordo<br />

com essa lei, a força <strong>de</strong> interação entre as cargas elétricas é diretamente proporcional<br />

ao quadrado da distância que as separa.<br />

Comecemos nosso estudo sobre o campo elétrico, analisando a força <strong>de</strong> interação<br />

que surge entre uma carga Q positiva e uma carga + q, colocada no ponto A:<br />

+Q A<br />

+q<br />

+q<br />

Novamente a carga Q repelirá a carga + q; porém com uma força F 1 menor do que<br />

→<br />

a força F , já que a força <strong>de</strong> interação é inversamente proporcional ao quadrado da<br />

distância entre as cargas.<br />

B<br />

→<br />

F<br />

→<br />

F1<br />

→<br />

19


Coloquemos, agora, a carga no campo C, ainda mais afastado <strong>de</strong> Q. Figura seguinte.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

+Q<br />

+Q<br />

+Q<br />

+Q<br />

+Q<br />

+Q<br />

B<br />

+Q A<br />

C<br />

+q<br />

A carga Q agirá sobre + q, repelindo-a com uma força F 2 menor do que as anteriores.<br />

Enquanto formos afastando a carga + q e a carga Q continuar agindo sobre ela, po<strong>de</strong>mos<br />

dizer que os pontos on<strong>de</strong> + q está sendo colocada estão <strong>de</strong>ntro do campo elétrico<br />

gerado por Q.<br />

Fora dos limites <strong>de</strong>sse campo, praticamente não se observa mais interação entre as<br />

cargas. Note que os limites do campo elétrico não são bem <strong>de</strong>finidos. É importante<br />

que você fixe apenas esta idéia:<br />

Existe uma região no espaço ao redor da carga elétrica, na qual a carga faz sentir seu<br />

efeito <strong>de</strong> interação elétrica sobre outras cargas aí colocadas . Essa região recebe o<br />

nome <strong>de</strong> campo elétrico.<br />

Costuma-se dizer, também, que a carga elétrica modifica as características do espaço<br />

ao seu redor, gerando um campo <strong>de</strong> interações elétricas.<br />

1.8 Vetor Campo Elétrico<br />

Quando você estudou o campo gravitacional terrestre, <strong>de</strong>ve ter visto que cada ponto<br />

<strong>de</strong>sse campo é caracterizado por um vetor <strong>de</strong> módulo variável, cujo sentido está sempre<br />

voltado para o centro da Terra, chamado vetor campo gravitacional.<br />

De modo semelhante, a cada ponto do campo elétrico gerado por uma carga está associada<br />

uma gran<strong>de</strong>za vetorial com características bem <strong>de</strong>finidas, à qual chamamos<br />

vetor campo elétrico. Vejamos:<br />

→<br />

F →<br />

= E<br />

q<br />

P<br />

P<br />

+q1<br />

P<br />

+q2<br />

P<br />

+q3<br />

P<br />

+qn<br />

; assim o ponto P é caracterizado por →<br />

E .<br />

P<br />

→<br />

F2<br />

→<br />

F<br />

1<br />

E<br />

→<br />

→<br />

F<br />

2<br />

→<br />

F3<br />

→<br />

F<br />

n<br />

20


Seja uma carga Q positiva e um ponto P, situado a uma distância d da carga. Se colocarmos<br />

no ponto P, sucessivamente, cargas positivas q1, q2, q3,... qn, tais que q1 < q2 <<br />

q3


Note que a letra q, representa a carga colocada no campo, não aparece nessa expressão.<br />

Esse fato leva a uma conclusão muito importante:<br />

O módulo do vetor campo elétrico num <strong>de</strong>terminado ponto, situado a uma distância d<br />

da carga geradora não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da carga colocada nesse ponto.<br />

Analisando a expressão que <strong>de</strong>fine o vetor campo elétrico, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>duzir a unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sse vetor no SI.<br />

→<br />

→ F<br />

Veja: Se E = , e se a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> força é Newton (N) e a carga é o Coulomb (C), a<br />

q<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

-<br />

→<br />

E será Newton por Coulomb (N/C)<br />

1.8.2 Direção do vetor campo elétrico.<br />

Seja a carga +Q, geradora <strong>de</strong> um campo elétrico, e os pontos A, B, C e D <strong>de</strong>sse campo.<br />

→<br />

E<br />

→<br />

E<br />

C<br />

B<br />

+<br />

D<br />

→<br />

E<br />

A<br />

→<br />

E<br />

Cada um dos pontos é caracterizado por um<br />

vetor. A direção <strong>de</strong>sse vetor é a direção da reta suporte<br />

que passa pela carga geradora do campo e pelo<br />

ponto consi<strong>de</strong>rado. Dizemos, então, que a direção do<br />

vetor campo elétrico é radial.<br />

1.8.3 Sentido do vetor campo elétrico<br />

Por convenção, o sentido do vetor campo elétrico é<br />

igual ao sentido da força que esse campo exerce sobre<br />

uma carga <strong>de</strong> prova, positiva, colocada no campo.<br />

Quando colocada num campo gerado por uma carga<br />

positiva, a carga <strong>de</strong> prova será repelida radialmente, já<br />

que as duas cargas têm o mesmo sinal. Assim, po<strong>de</strong>mos<br />

afirmar que:<br />

O sentido do vetor campo gerado por uma carga positiva é<br />

sempre divergente.<br />

Quando colocada num campo gerado por uma carga negativa,<br />

a carga <strong>de</strong> prova será atraída radialmente, pois as cargas<br />

são <strong>de</strong> sinais contrários.<br />

Assim:<br />

O sentido do vetor campo gerado por uma carga negativa é<br />

sempre convergente.<br />

O sentido do vetor campo elétrico não <strong>de</strong>ve ser confundido<br />

com o da força <strong>de</strong> interação entre cargas. O sentido do vetor<br />

campo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas do sinal da carga geradora, ao passo<br />

que o da força <strong>de</strong> interação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do sinal das cargas que<br />

interagem. Veja isso no quadro que segue:<br />

+<br />

22


Carga<br />

+Q e +q<br />

Vetor campo gerado por Q<br />

→<br />

E<br />

+Q P<br />

O vetor campo em P é divergente<br />

Força <strong>de</strong> interação entre → Q e q<br />

P E<br />

+Q<br />

→<br />

+q<br />

A força <strong>de</strong> interação tem o Fmes<br />

mo sentido do vetor campo.<br />

+Q e -q<br />

-Q e +q<br />

-Q e -q<br />

Exercícios<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

+Q P<br />

O vetor campo em P é divergente.<br />

→<br />

E<br />

-Q<br />

O vetor campo em P é convergente.<br />

-Q<br />

→<br />

E<br />

O vetor campo em P é convergente<br />

A força <strong>de</strong> interação tem o sentido<br />

oposto ao do vetor campo.<br />

-Q<br />

→<br />

A força <strong>de</strong> interação F tem +q o mesmo<br />

sentido do vetor campo.<br />

A força <strong>de</strong> interação tem o sentido<br />

aposto ao do vetor campo.<br />

R.7: A figura abaixo representa uma carga q = 5µC que, colocada num <strong>de</strong>terminado<br />

ponto <strong>de</strong> uma região do espaço, sofre ação <strong>de</strong> uma força F=0,2N, dirigida horizontalmente<br />

para a direita. Qual é o vetor campo elétrico neste ponto?<br />

Solução:<br />

F<br />

Por <strong>de</strong>finição : E =<br />

q<br />

Então: F = 0,2N = 2x10 -1 N<br />

Q = 5 µC = 5 x10 -6 C<br />

−1<br />

2.<br />

10<br />

E = = 0,4x 10<br />

−6<br />

5.<br />

10<br />

5 = 4x10 4 F<br />

+<br />

q<br />

N/C<br />

Como a carga q é positiva, o campo terá a mesma direção e sentido da força F.<br />

Resposta: O vetor campo elétrico tem módulo igual a E = 4x10 4 N/C orientado horizontalmente<br />

para a direita.<br />

P<br />

P<br />

→<br />

E<br />

+Q<br />

-Q<br />

→<br />

F<br />

→<br />

E<br />

→<br />

E<br />

P<br />

-q<br />

P<br />

-q<br />

P<br />

23<br />

→<br />

E<br />

→<br />

F


R.8: Determine o módulo do vetor campo elétrico gerado por uma carga puntiforme Q<br />

= 6 µC, num ponto situado a 30 cm <strong>de</strong>ssa carga, no vácuo.<br />

Solução: K = 9x10 9 Nm 2 / C 2<br />

Q = 6 µC = 6 x 10 -6 C<br />

D = 30 cm = 3x10 -1 m<br />

−6<br />

9 6.<br />

10<br />

E = 9. 10 x −1<br />

2<br />

( 3.<br />

10 )<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

54.<br />

10<br />

−3<br />

E = −2<br />

E= 6.10 -5 N/C<br />

9.<br />

10<br />

Resposta: O módulo do vetor campo elétrico, nesse ponto é 6 x 10 5 N/C<br />

E.1: Uma carga <strong>de</strong> prova q = 3µ C, colocada num ponto P a uma distância d <strong>de</strong> uma<br />

carga Q = 2µC, sofre ação <strong>de</strong> uma força <strong>de</strong> repulsão F = 5,4N. Calcule:<br />

O campo elétrico em P, gerado pela carga Q;<br />

A distância d.<br />

1.9 Potencial Elétrico <strong>de</strong> um Ponto<br />

Sabemos que a cada ponto do campo gerado por uma carga elétrica está associada<br />

uma gran<strong>de</strong>za vetorial, o vetor campo elétrico. Mas, a cada ponto do campo está associada,<br />

também, uma gran<strong>de</strong>za escalar, chamada potencial elétrico do ponto.<br />

As gran<strong>de</strong>zas escalares, para ficarem perfeitamente <strong>de</strong>finidas, precisam <strong>de</strong> um significado<br />

físico. Vejamos, então, qual é o significado físico do potencial elétrico:<br />

Seja um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme Q. Num ponto A <strong>de</strong>sse<br />

campo temos um vetor campo elétrico . Vejamos:<br />

Se colocarmos no ponto A uma carga +q, atuará sobre<br />

ela, através do campo, uma força <strong>de</strong> interação que a<br />

transportará até o “final do campo”. Esse “final <strong>de</strong> campo”,<br />

ou infinito, é, por convenção, o referencial zero.<br />

A razão entre o trabalho realizado pela força elétrica para<br />

transportar a carga A até o infinito e a carga transportada<br />

<strong>de</strong>fine o potencial do ponto A.<br />

Representando matematicamente esta afirmação teremos:<br />

W<br />

VA<br />

=<br />

q<br />

On<strong>de</strong>:<br />

A<br />

VA é o potencial elétrico do ponto A;<br />

WA é o trabalho realizado pela força <strong>de</strong> interação elétrica para transportar a carga<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> A até o infinito;<br />

q é a carga transportada.<br />

Para <strong>de</strong>terminarmos a unida<strong>de</strong> do potencial elétrico basta analisar as gran<strong>de</strong>zas en-<br />

WA<br />

volvidas na expressão VA<br />

= . A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalho é o Joule e a <strong>de</strong> carga é o<br />

q<br />

Coulomb. Assim, a unida<strong>de</strong> do potencial elétrico será o Joule por Coulomb, ou seja,<br />

J/C, que se <strong>de</strong>nomina Volt (V), em homenagem a Alessandro Volta.<br />

+<br />

C<br />

A<br />

+q<br />

B<br />

→<br />

F<br />

D<br />

24


1.10 Diferença <strong>de</strong> Potencial Entre Dois Pontos (d.d.p)<br />

Sejam A e B dois pontos <strong>de</strong> um campo elétrico gerado por uma carga puntiforme Q.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

WA<br />

+ ∞<br />

Q<br />

A<br />

B<br />

WAB<br />

Colocando uma carga +q no ponto A, a força <strong>de</strong> repulsão +Q<br />

levará essa carga até o infinito, realizando sobre ela um trabalho WA<br />

Da mesma forma, se a carga +q for colocada no ponto B, ela será repelida até o infinito,<br />

sendo realizado sobre ela um trabalho WB.<br />

O potencial do ponto A é representado por VA e o ponto B por VB. A diferença entre VA<br />

e VB representa o trabalho realizado sobre a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga para transportá-la para<br />

A até B. Então:<br />

Exercícios<br />

V<br />

V<br />

W<br />

=<br />

q<br />

R.9: Explique o significado da afirmação: ”O potencial elétrico <strong>de</strong> um ponto P do campo<br />

é <strong>de</strong> 12V”.<br />

Resposta: Isso significa que, para transportar a unida<strong>de</strong> carga (1C) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ponto P<br />

até o infinito, o campo realiza um trabalho <strong>de</strong> 12J.<br />

R.10: O trabalho realizado pelo campo, para <strong>de</strong>slocar uma carga <strong>de</strong> 4C do ponto A ao<br />

infinito, é <strong>de</strong> 24 J. Determine o potencial do ponto A.<br />

Solução: Para resolver este problema, basta aplicar a expressão que <strong>de</strong>fine o potencial<br />

elétrico:<br />

WA<br />

24 J<br />

VA<br />

= VA = = 6J<br />

q<br />

4C<br />

WB<br />

AB<br />

A − B ou ainda: WAB =<br />

q(<br />

VA<br />

−Vb<br />

)<br />

25


1.11 Capacitância De Um Condutor Isolado<br />

Iniciando nosso estudo sobre capacitores, vamos analisar um condutor isolado, dirigindo<br />

nossa atenção para a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga que ele po<strong>de</strong> suportar, ou seja, para<br />

a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber cargas elétricas.<br />

Seja um condutor esférico <strong>de</strong> raio R ligado a um gerador <strong>de</strong> cargas eletrostáticas. Se o<br />

gerador fornece ao condutor uma carga Q1 , este adquire um potencial V1, que po<strong>de</strong><br />

ser calculado pela expressão:<br />

Q1<br />

V1<br />

= K ×<br />

R<br />

Portanto,<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

V 1<br />

=<br />

Q<br />

1<br />

K<br />

R<br />

Como K é a constante eletrostática do meio que envolve a carga e R é o raio da esfera,<br />

a relação entre a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga fornecida a um condutor e o potencial que<br />

ele adquire é constante. Então:<br />

Q<br />

V<br />

1<br />

1<br />

Q<br />

=<br />

V<br />

2<br />

2<br />

Q<br />

=<br />

V<br />

Genericamente:<br />

Q<br />

C =<br />

V<br />

3<br />

3<br />

Q<br />

= L =<br />

V<br />

n<br />

n<br />

=<br />

Essa constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> C é chamada <strong>de</strong> capacitância ou capacida<strong>de</strong> do<br />

condutor.<br />

Q R<br />

R<br />

Observe que, para um condutor esférico, teremos: = . Então C =<br />

V K<br />

K<br />

Analisando a expressão, vemos que a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um condutor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> dois<br />

fatores: 1) <strong>de</strong> suas dimensões (R) ; 2) do meio que envolve o condutor (K).<br />

Vejamos, agora, qual é a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitância elétrica no SI.<br />

Q<br />

Sendo C = , então:<br />

V<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carg<br />

a coulomb(<br />

C)<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> capacitância<br />

=<br />

=<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> d.<br />

d.<br />

p.<br />

volt(<br />

V)<br />

C<br />

A relação é <strong>de</strong>nominada farad (F), em homenagem a Michael Faraday.<br />

V<br />

A capacitância <strong>de</strong> um condutor que recebe uma carga <strong>de</strong> 1 coulomb, adquirindo o po-<br />

1C<br />

tencial <strong>de</strong> 1 volt, é igual a 1 farad. 1 F =<br />

1V<br />

26


Exercícios<br />

R.11: Qual a capacitância <strong>de</strong> um condutor que, recebendo uma carga <strong>de</strong> 12µC, adquire<br />

potencial <strong>de</strong> 2 000V?<br />

Q<br />

Solução: Aplica-se a fórmula: C =<br />

V<br />

−6<br />

12×<br />

10<br />

−9<br />

C =<br />

C = 6×<br />

10 F ⇒ C = 6 nF<br />

2000<br />

1.12 Capacitor <strong>de</strong> Placas Paralelas<br />

Os condutores isolados como os que estudamos até agora apresentam um gran<strong>de</strong><br />

inconveniente como armazenadores <strong>de</strong> carga: mesmo com carga muito pequenas,<br />

adquirem potenciais muito altos. Dessa forma, a rigi<strong>de</strong>z dielétrica do meio em que o<br />

condutor se encontra é vencida facilmente e ele se <strong>de</strong>scarrega.<br />

Nos circuitos elétricos, é necessário utilizar capacitores que tenham gran<strong>de</strong> capacitância<br />

e que não se <strong>de</strong>scarreguem com facilida<strong>de</strong>. Por exemplo, usam-se capacitores <strong>de</strong><br />

placas paralelas, cujas características vamos estudas a seguir:<br />

Sejam duas placas, A e B, eletricamente neutras, separadas entre si por uma distância<br />

d. (Essas placas são chamadas <strong>de</strong> armaduras do capacitor). A placa A é ligada a uma<br />

gerador <strong>de</strong> cargas eletrostáticas e a placa B à Terra. Veja figura a seguir:<br />

Ligando-se as chaves 1 e 2, o gerador começa a retirar elétrons da placa A, ao mesmo<br />

tempo em que, por indução, começa a subir elétrons da terra para a placa B.<br />

Quando a placa A tiver uma <strong>de</strong>terminada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga +Q e a placa B a mesma<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga -Q, <strong>de</strong>sligamos as chaves; assim as placam ficam carregadas<br />

com cargas <strong>de</strong> mesmo módulo, porém <strong>de</strong> sinais contrários. Nessas condições, dizemos<br />

que o capacitor está carregado.<br />

Quando carregado, o capacitor apresenta as seguintes características:<br />

Sua carga é a carga <strong>de</strong> uma das armaduras (Q), pois a soma total das cargas do capacitor<br />

é zero.<br />

Entre a placa A e a placa B há um campo elétrico uniforme E, e uma d.d.p. cujo valor é<br />

dado pela expressão:<br />

→<br />

VA − VB<br />

= E×<br />

d ou VAB<br />

= E×<br />

d<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

→<br />

Como dispositivo <strong>de</strong>stinado a armazenar cargas, o capacitor têm uma capacitância<br />

Q<br />

C =<br />

VAB<br />

Fig. 25 Fig.26<br />

A capacitância <strong>de</strong> um capacitor (também chamado <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsador) <strong>de</strong> placas paralelas<br />

é diretamente proporcional à área das placas e inversamente proporcional a distância<br />

que as separa.<br />

27


A partir <strong>de</strong>sta última característica po<strong>de</strong>-se exprimir matematicamente a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> um capacitor plano em que , entre as placas, há vácuo:<br />

C = ε 0 ×<br />

On<strong>de</strong>:<br />

A<br />

d<br />

A = é a área <strong>de</strong> cada placa;<br />

D = é a distância entre as placas;<br />

ε 0 = é a constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong>, chamada permissivida<strong>de</strong> absoluta do vácuo,<br />

cujo valor é, aproximadamente, 8,9 x 10 -12 F/m<br />

Exercícios<br />

R.12: Um capacitor é constituído por duas placas paralelas cuja área é <strong>de</strong> 0,02m 2 , separadas<br />

por uma distância <strong>de</strong> 2 cm. Qual a sua capacitância?<br />

Solução: Neste caso, empregamos a expressão:<br />

A<br />

C = ε 0 ×<br />

d<br />

−2<br />

−12<br />

2×<br />

10<br />

C = 8, 9×<br />

10 × −2<br />

2×<br />

10<br />

C = 8,<br />

9 pF<br />

Resposta: A capacitância <strong>de</strong>sse capacitor é <strong>de</strong> 8,9 pF.<br />

R.13: Um capacitor plano, <strong>de</strong> placas paralelas tem 400 cm 2 <strong>de</strong> área, as suas placas<br />

estão a 5mm uma da outra e há ar entre elas. A tensão entre as placas é <strong>de</strong> 2 000V.<br />

Calcule:<br />

a) a capacitância do capacitor;<br />

b) a carga do capacitor.<br />

Solução:<br />

−12<br />

4 × 10<br />

C = 8,<br />

9 × 10 ×<br />

5×<br />

10<br />

−12<br />

C = 8,<br />

9 × 8×<br />

10<br />

−12<br />

C = 71×<br />

10 F<br />

C = 71 pF<br />

Q =<br />

C × V<br />

Q = 71×<br />

2000<br />

Q = 142 nC<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

−2<br />

−2<br />

C = ε 0 ×<br />

A<br />

d<br />

28


1.13 Energia Potencial <strong>de</strong> um Capacitor<br />

Carregar um capacitor é fornecer-lhe energia, que fica armazenada em forma <strong>de</strong> energia<br />

potencial.<br />

O comportamento do capacitor é semelhante ao <strong>de</strong> uma mola que, ao ser esticada por<br />

um agente externo, sofre uma <strong>de</strong>formação, acumulando energia potencial. Observemos<br />

com atenção a figura abaixo.<br />

E<br />

Fig. 27<br />

V<br />

1<br />

2<br />

Q = C × V E = × C × V<br />

2<br />

Para transportarmos as cargas <strong>de</strong> uma placa para a outra, a bateria realiza um trabalho,<br />

fornecendo energia ao capacitor, que fica armazenada sob a forma <strong>de</strong> energia<br />

potencial. Esse trabalho é semelhante ao realizado pelo agente externo sobre a mola<br />

para esticá-la.<br />

A expressão Q = C x V mostra que a tensão e a carga são gran<strong>de</strong>zas diretamente proporcionais.<br />

Isto nos permite traçar o gráfico <strong>de</strong>stas duas gran<strong>de</strong>zas.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Q<br />

Q3<br />

Q2<br />

Q1<br />

0<br />

Q (C)<br />

V1<br />

V2<br />

a b<br />

V3<br />

V<br />

V (V)<br />

Fig. 28<br />

A área hachurada representa a energia armazenada no capacitor quando recebe uma<br />

carga Q. Assim:<br />

1 ⎛ 1<br />

⎞<br />

EP = × V × Q ⎜ × base × altura⎟<br />

2 ⎝ 2<br />

⎠<br />

Sendo Q = C x V, teremos:<br />

1<br />

2<br />

EP =<br />

× C × V<br />

2<br />

29


Exercícios<br />

R.14: Qual a energia armazenada num capacitor <strong>de</strong> 4µF, quando carregado com uma<br />

carga <strong>de</strong> 20 µC?<br />

Solução: Calcula-se, <strong>de</strong> início, a tensão entre as placas:<br />

Q = C × V<br />

⇒<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

20 = 4×<br />

V<br />

20<br />

V =<br />

4<br />

⇒ V = 5V<br />

A energia armazenada será:<br />

1 2<br />

E =<br />

× C × V<br />

2<br />

E = 50µJ<br />

⇒<br />

1<br />

E =<br />

2<br />

× 4×<br />

25<br />

30


2 ELETRODINÂMICA<br />

2.1 A Corrente Elétrica<br />

2.1.1 O que é a corrente elétrica<br />

Consi<strong>de</strong>remos o fio metálico da figura. Sendo um elemento condutor, esse fio<br />

apresenta uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elétrons livres, que se movimentam <strong>de</strong> maneira<br />

<strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada no seu interior.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 29<br />

Para conseguir um movimento or<strong>de</strong>nado, estabelece-se entre dois pontos do condutor<br />

uma diferença potencial (ddp), que cria no seu interior o campo elétrico E. Esse campo<br />

exerce em cada elétron livre uma força F, capaz <strong>de</strong> movimentar esse elétron no sentido<br />

oposto ao campo elétrico, já que a carga dos elétrons é negativa e F = q.E.<br />

Fig. 30<br />

Ao movimento or<strong>de</strong>nado dos elétrons portadores <strong>de</strong> carga elétrica, <strong>de</strong>vido à ação <strong>de</strong><br />

um a campo elétrico, damos o nome <strong>de</strong> corrente elétrica.<br />

Para estabelecer uma corrente elétrica num fio condutor usa-se um gerador, como, por<br />

exemplo, uma pilha ou uma bateria, que mantém, entre seus terminais uma ddp constante.<br />

A origem da palavra corrente está ligada numa analogia que os primeiros físicos faziam<br />

entre a eltricida<strong>de</strong> e a água. Eles imagivam que a eletricida<strong>de</strong> era como uma água,<br />

isto é, um fluido que escoava como a água corrente, Os fios eram os encanamentos<br />

por on<strong>de</strong> passava essa corrente <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

31


2.1.2 Sentido da corrente elétrica<br />

Nos condutores sólidos, o sentido da corrente elétrica é o sentido do movimento dos<br />

elétrons no seu interior. Esse é o sentido real da corrente elétrica.<br />

No estudo da eletricida<strong>de</strong>,<br />

entretanto, adota-se um<br />

sentido convencional, que<br />

é o do movimento das<br />

cargas positivas, e que<br />

correspon<strong>de</strong> ao sentido do<br />

campo elétrico E no<br />

interior do condutor.<br />

Fig. 31 Fig. 32<br />

Assim, sempre que<br />

tratarmos <strong>de</strong> corrente<br />

elétrica, estaremos<br />

adotado o sentido<br />

convencional.<br />

O sentido da corrente elétrica é o do <strong>de</strong>slocamento imaginário das cargas positivas<br />

do condutor, isto é, o mesmo do campo elétrico no seu interior.<br />

2.1.3 Natureza da corrente elétrica<br />

Quanto à natureza, a corrente elétrica po<strong>de</strong> ser classificada em eletrônica e iônica.<br />

Corrente eletrônica é aquela constiuída pelo <strong>de</strong>slocamento dos elétrons livres. Ocorre,<br />

principalmente, nos condutores metálicos.<br />

Corrente iônica é aquela constituída pelo <strong>de</strong>slocamento dos íons positivos e negativos,<br />

movendo-se simultaneamente em sentidos opostos. Ocorre nas soluções eletrolíticas -<br />

soluções <strong>de</strong> ácidos, sais ou bases - e nos gases ionizados – lâmpadas fluorescentes.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 33<br />

Nas soluções<br />

eletrolíticas, as<br />

partículas portadoras<br />

<strong>de</strong> carga<br />

são os íons, que<br />

se movimentam<br />

sob a ação da<br />

força do campo<br />

elétrico E, enquanto<br />

os negativos<br />

se movimentam<br />

no sentido<br />

oposto.<br />

32


2.1.4 Intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica<br />

Consi<strong>de</strong>remos um condutor metálico <strong>de</strong> secção transversal S, sendo percorrido por<br />

uma corrente elétrica.<br />

Suponha que, num intervalo <strong>de</strong> tempo ∆t, pela secção transversal S, passe uma quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> carga ∆Q, em módulo.<br />

Defina-se como intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica i a relação:<br />

∆Q<br />

i =<br />

∆t<br />

A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga ∆ é dada pelo produto do número n <strong>de</strong> elétrons pela carga do<br />

elétron.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

∆Q = n.e<br />

Em homenagem ao físico e matemático francês André Marie Ampére (1775-1836), a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente elétrica no SI é o ampére (A) .<br />

∆Q<br />

i = I<br />

∆t<br />

1coulomb<br />

1 ampere =<br />

1segundo<br />

Fig. 35<br />

33


2.1.5 Múltiplos e Sub Múltiplos da Corrente Elétrica<br />

SISTEMA DE MEDIDA DA INTENSIDADE DA CORRENTE ELÉTRICA(AMPERAGEM)<br />

Múltiplo Unida<strong>de</strong> Submúltiplos<br />

Quiloampére<br />

ou<br />

Kiloampére<br />

kA<br />

1kA = 1 000 A<br />

2.1.6 Tipos <strong>de</strong> Corrente Elétrica<br />

Comumente consi<strong>de</strong>ram-se dois tipos <strong>de</strong> corrente elétrica: a contínua (CC) e a alternada<br />

(CA)<br />

Corrente contínua é aquela cujo sentido se mantém constante.<br />

Quando, além do sentido, a intensida<strong>de</strong> também se mantém constante, a corrente é<br />

chamada corrente contínua constante. É o que ocorre, por exemplo, nas correntes<br />

estabelecidas por uma bateria <strong>de</strong> automóvel e por uma pilha.<br />

Corrente alternada é aquela cuja intensida<strong>de</strong> e sentido varia periodicamente. Esse é o<br />

caso das correntes utilizadas em residências, que são fornecidas pelas usinas hidrelétricas,<br />

em que temos uma corrente alternada <strong>de</strong> freqüencia 60 ciclos por segundo.<br />

Suas representações gráficas são:<br />

l<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Ampére<br />

A<br />

1A<br />

t<br />

Fig. 36<br />

Miliampére<br />

mA<br />

1 mA = 0,001 A<br />

0<br />

l<br />

Microampére<br />

µA<br />

1µA = 0,000 00 1 A<br />

t<br />

Fig. 37<br />

34


2.1.7 Efeitos da Corrente Elétrica<br />

Ao percorrer um condutor, a corrente elétrica po<strong>de</strong> produzir os seguintes efeitos:<br />

• Efeito térmico ou efeito Joule<br />

Os constantes choques que os elétrons livres sofrem durante<br />

o seu movimento no interior do condutor fazem com<br />

que a maior parte da energia cinética <strong>de</strong>sses átomos se<br />

transforme em calor, provocando um aumento na temperatura<br />

do condutor.<br />

O fenômeno do aquecimento <strong>de</strong> um condutor, <strong>de</strong>vido à<br />

passagem da corrente elétrica, é chamado <strong>de</strong> efeito térmico<br />

ou efeito Joule. Esse efeito é a base <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong><br />

vários aparelhos – chuveiro elétrico, secador <strong>de</strong> cabelos,<br />

aquecedor da ambiente, ferro elétrico etc.<br />

• Efeito Luminoso<br />

Em <strong>de</strong>terminadas condições, a passagem da corrente elétrica através <strong>de</strong> um gás rarefeito<br />

faz com que ele emita luz.<br />

As lâmpadas fluorescentes e os anúncios luminosos são aplicações <strong>de</strong>sse efeito.<br />

Neles há a transformação direta <strong>de</strong> energia elétrica em energia luminosa.<br />

• Efeito Magnético<br />

Um condutor por uma corrente<br />

elétrica cria um campo<br />

magnético na região<br />

próxima a ele.<br />

Esse é um dos efeitos mais importantes, constituindo a base do funcionamento dos<br />

motores, transformadores, relés etc.<br />

• Efeito Químico<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 39 Fig. 40<br />

Fig. 38<br />

Uma solução eletrolítica sofre <strong>de</strong>composição quando é atravessada por uma corrente<br />

elétrica. É a eletrólise. Esse efeito é utilizado, por exemplo, no revestimento <strong>de</strong> metais:<br />

cromagem, niquelação etc.<br />

35


• Efeito Fisiológico<br />

Ao percorrer o corpo <strong>de</strong> um animal, a corrente elétrica provoca a contração dos músculos,<br />

causando a sensação <strong>de</strong> formigamento e dor, proporcional à intensida<strong>de</strong> da<br />

corrente, po<strong>de</strong>ndo chegar a provocar queimaduras, perda <strong>de</strong> consciência e parada<br />

cardíaca.<br />

Esse efeito é conhecido como choque elétrico.<br />

2.2 Tensão Induzida<br />

2.2.1 Força Eletromotriz (f.e.m)<br />

O conceito <strong>de</strong> força eletromotriz é muito importante para o entendimento <strong>de</strong> certos<br />

fenômenos elétricos. Po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finida como a energia não elétrica transformada em<br />

energia elétrica ou vice – versa, por unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> carga.<br />

Assim, se temos um gerador movido a energia hidráulica, por exemplo, com energia<br />

<strong>de</strong> 1000 Joules e dando origem ao <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 10 Coulomb <strong>de</strong> carga elétrica, a<br />

força eletro motriz será:<br />

ou generalizando:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

1000 joules 100 joules<br />

f . e.<br />

m =<br />

ou<br />

10 coulombs 1coulomb<br />

dw<br />

∈=<br />

dq<br />

∈ = f.e.m em volts;<br />

dw = energia aplicada em joules;<br />

dq = carga <strong>de</strong>slocada em coulombs.<br />

Esta relação joule/Coulomb foi <strong>de</strong>nominada volt, em homenagem a Volta, o <strong>de</strong>scobridor<br />

da pilha elétrica.<br />

No exemplo acima, a f.e.m. do gerador será <strong>de</strong> 100 volts.<br />

Analogamente, se a fonte for uma bateria, a energia química <strong>de</strong> seus componentes se<br />

transformará em energia elétrica, constituindo a bateria um gerador <strong>de</strong> f.e.m. (a energia<br />

não elétrica se transformará em energia elétrica).<br />

No caso oposto, ou seja, uma bateria submetida à carga <strong>de</strong> um gerador <strong>de</strong> corrente<br />

contínua, a energia elétrica do gerador se transformará em energia química na bateria.<br />

Veremos adiante que f.e.m. e diferença <strong>de</strong> potencial (d.d.p) são expressas pela mesma<br />

unida<strong>de</strong> – volt – por isso são muitas vezes confundidas, embora o conceito seja<br />

diferente.<br />

No gerador, a f.e.m. <strong>de</strong> origem mecânica provoca uma diferença <strong>de</strong> potencial nos<br />

seus terminais.<br />

36


Temos:<br />

∈ = RI + rI = I (R + r)<br />

∈ = f.e.m.;<br />

U = d.d.p;<br />

Gerador<br />

U = RI = queda no circuito externo;<br />

rI = queda interna<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

∈ = U + RI<br />

8 .r<br />

I<br />

U<br />

R<br />

Fig. 41<br />

No motor, a d.d.p. provoca uma força eletromotriz (energia mecânica). Dizemos<br />

que o motor é um gerador <strong>de</strong> força contra eletromotriz.<br />

I<br />

R<br />

Temos:<br />

∈ = RI – rI<br />

∈ = U – rI ou<br />

U = ∈ + rI<br />

Como rI é, muitas vezes, <strong>de</strong>sprezível, para fins práticos consi<strong>de</strong>ramos ∈ e U iguais.<br />

Na bateria fornecendo carga, a f.e.m. <strong>de</strong> origem química provoca a d.d.p. entre<br />

os terminais (+) e (-).<br />

Na bateria recebendo carga, a f.e.m do gerador acumula-se em energia química.<br />

*Á energia térmica não se aplica esse conceito.<br />

2.2.2 Fontes Geradoras<br />

•<br />

U 8 .r<br />

•<br />

Fig. 42<br />

Motor<br />

Chamamos <strong>de</strong> fontes geradoras <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> aquelas que têm capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir<br />

eletricida<strong>de</strong>. Portanto, embora sejam apenas seis, os processos conhecidos e<br />

utilizados para produzir eletricida<strong>de</strong>, o número <strong>de</strong> fontes geradoras <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> é<br />

enorme, pois cada pilha, cada bateria, cada gerador etc. é consi<strong>de</strong>rado uma fonte geradora.<br />

A eletrodinâmica estuda as cargas elétricas em movimento, mas só se preocupa com<br />

o que ocorre nos "caminhos" em que as cargas elétricas se locomovem (circuitos elétricos).<br />

Note que os processos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> pela pressão, calor, luz, ação<br />

química e magnetismo são processos eletrodinâmicos.<br />

37


• Processo <strong>de</strong> Pressão<br />

Alguns cristais, sobretudo os cristais <strong>de</strong> quartzo, têm a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver<br />

cargas elétricas, quando suas superfícies ficam sob a ação <strong>de</strong> tração ou com pressão.<br />

Ex.: mediante o processo <strong>de</strong> vibrações, faça pressão sobre o conjunto.<br />

Observe que, enquanto estiver<br />

pressionando o conjunto,<br />

haverá o aparecimento <strong>de</strong><br />

uma d.d.p., que será indicada<br />

pelo voltímetro.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Ondas<br />

Sonoras Impulsos Elétricos <strong>de</strong><br />

pequena intensida<strong>de</strong><br />

Amplificador<br />

Impulsos elétricos<br />

amplificados<br />

Portanto, produzir eletricida<strong>de</strong><br />

pelo processo <strong>de</strong> pressão:.<br />

consiste em pressionar ou<br />

tracionar superfícies <strong>de</strong> cristais,<br />

principalmente os <strong>de</strong><br />

quartzo<br />

Aplicações: Este processo é empregado quando se <strong>de</strong>seja obter a produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

com tensões elevadas, porém, com pequenas correntes. E o caso, por exemplo,<br />

dos captores <strong>de</strong> toca-discos, microfones <strong>de</strong> cristal e acen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> fogão a<br />

gás, etc.<br />

• Captores <strong>de</strong> toca-discos<br />

Os captores <strong>de</strong> toca-discos utilizam normalmente, o processo <strong>de</strong> pressão, para converter<br />

as vibrações <strong>de</strong> agulha, provocadas pelas ranhuras existentes nos sulcos dos<br />

discos, em impulsos elétricos.<br />

Atenção!: O fundo dos sulcos dos discos não é liso como aparenta.<br />

Eles são irregulares, e essas irregularida<strong>de</strong>s que provocam as vibrações da agulha.<br />

• Microfones <strong>de</strong> Crista<br />

Fig. 43<br />

Os microfones <strong>de</strong> cristal utilizam o processo <strong>de</strong> pressão, para converter as ondas sonoras<br />

em impulsos elétricos.<br />

Ondas Sonorasamplificadas<br />

Fig. 44<br />

38


• Acen<strong>de</strong>dor <strong>de</strong> Fogão<br />

Este acen<strong>de</strong>dor, utilizado para acen<strong>de</strong>r fogões a gás, também funciona por este processo,<br />

ou seja:<br />

• Processo <strong>de</strong> Calor<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 45<br />

Acompanhe os passos da experiência abaixo:<br />

Através <strong>de</strong> um sistema <strong>de</strong> molas, é dada<br />

uma forte batida sobre o conjunto on<strong>de</strong><br />

está contido o cristal. Com isso, aparece,<br />

na ponta do aparelho uma alta voltagem<br />

que por sua vez, provoca uma faísca que<br />

será suficiente para acen<strong>de</strong>r o fogão.<br />

1) Para realizar esta experiência, é necessário provi<strong>de</strong>nciar os seguintes materiais:<br />

um fio <strong>de</strong> cobre e <strong>de</strong> constantan com as pontas <strong>de</strong> um dos lados emendadas com um<br />

ponto <strong>de</strong> solda, uma vela e um voltímetro.<br />

Ligue as pontas dos condutores, opostas às emendadas, nos terminais do voltímetro.<br />

Em seguida aqueça as pontas emendadas dos fios, utilizando a vela.<br />

Fig. 46<br />

Atenção!: Observe que, enquanto estiver aquecendo as pontas dos condutores, haverá<br />

o aparecimento <strong>de</strong> uma d.d.p., que será indicada pelo voltímetro.<br />

Portanto, produzir eletricida<strong>de</strong> pelo processo <strong>de</strong> calor consiste em aquecer o ponto <strong>de</strong><br />

solda <strong>de</strong> dois metais diferentes.<br />

Quanto maior for a diferença <strong>de</strong> temperatura entre o ponto <strong>de</strong> solda e as pontas opostas<br />

a este ponto, tanto maior será a produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

39


Aplicação: Este processo tem muito pouca aplicação, <strong>de</strong>vido à pequena produção<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> que ele proporciona. Uma das suas aplicações mais conhecidas é no<br />

"termo-par", utilizado como parte <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong>stinado a medir altas temperaturas,<br />

como as <strong>de</strong> cal<strong>de</strong>iras e fornos por exemplo.<br />

Cal<strong>de</strong>ira ou<br />

Forno<br />

• Processo <strong>de</strong> Luz<br />

Ferro<br />

Selênio<br />

Acrílico<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Observe, na ilustração abaixo,<br />

a aplicação <strong>de</strong>ste processo no<br />

termo-par.<br />

Chamamos <strong>de</strong> termo-par à<br />

junção que fica submetida à<br />

fonte <strong>de</strong> calor. Porém, para se<br />

obter um resultado satisfatório,<br />

é necessário que se tenha<br />

uma outra junção, chamada <strong>de</strong><br />

junção <strong>de</strong> referência, que é<br />

mantida a uma temperatura<br />

conhecida normalmente 0ºC,<br />

que é obtida com um banho <strong>de</strong><br />

gelo fundido.<br />

Produzir eletricida<strong>de</strong> pelo processo <strong>de</strong> luz: consiste em manter um feixe luminoso incidindo<br />

sobre a superfície <strong>de</strong> certas substâncias que, ao serem atingidas pela luz, serão<br />

capazes <strong>de</strong> conduzir com mais facilida<strong>de</strong> as cargas elétricas, ou produzirão cargas<br />

elétricas, ou emitirão elétrons. Isto provocará o aparecimento <strong>de</strong> d.d.p. ou seja, a produção<br />

<strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>.<br />

Aplicações: Devido à pequena quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> produzida por este processo,<br />

até pouco tempo atrás, seu uso era restrito. A foto célula é uma dos mais conhecidos<br />

elementos, usados neste processo. Atualmente, este processo está sendo bastante<br />

usado para o aproveitamento <strong>de</strong> energia solar, através das chamadas baterias solares.<br />

• Fotocélula<br />

Termopar<br />

Cobre<br />

Cobre<br />

Constantã<br />

Junção <strong>de</strong><br />

referênciafria<br />

0ºC<br />

Fig. 47<br />

A Fotocélula é um elemento composto <strong>de</strong> um disco <strong>de</strong> ferro, um <strong>de</strong> selênio e um <strong>de</strong><br />

acrílico translúcido colocados em um recipiente apropriado. No disco <strong>de</strong> acrílico e no<br />

disco <strong>de</strong> ferro são ligados dois fios condutores, <strong>de</strong>vidamente isolados um do outro.<br />

Fig. 48<br />

Quando há a incidência <strong>de</strong> luz sobre a Fotocélula há o aparecimento <strong>de</strong> uma d.d.p.<br />

40


• Bateria Solar<br />

Com o avanço tecnológico, surgiram<br />

as células solares, que, com a incidência<br />

<strong>de</strong> luz solar, produzem eletricida<strong>de</strong>.<br />

Como a produção <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong><br />

por estas células é pequena,<br />

<strong>de</strong>vemos associa-las as outras células,<br />

para obter uma produção suficiente<br />

para aplicações praticas. A par-<br />

Fig. 49<br />

tir do momento que associamos as<br />

células solares, o conjunto passa a ser chamado <strong>de</strong> bateria solar.<br />

• Processo por Ação Química<br />

Produzir eletricida<strong>de</strong> pelo processo da ação química: consiste em <strong>de</strong>senvolver uma<br />

diferença <strong>de</strong> potencial entre dois materiais, ou dois metais diferentes ou um metal e<br />

um carvão, através da imersão <strong>de</strong>les num liquido condutor <strong>de</strong> corrente elétrica (ácido,<br />

lixívia ou água com sal).<br />

Nota: A corrente elétrica produzida por este processo chama-se corrente contínua.<br />

Isto porque ela tem um sentido continuo, ou seja, circula sempre em um só sentido.<br />

Observe:<br />

Fig. 50<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Aplicações: Através <strong>de</strong>ste processo, consegue-se uma consi<strong>de</strong>rável<br />

quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>; por isso ele tem uma aplicação muito maior<br />

que a dos outros processos já citados. Os elementos que funcionam por<br />

este processo são as células primárias, ou pilhas, e as células secundárias,<br />

ou acumuladores.<br />

• Célula Primária ou Pilha<br />

As células primárias (pilhas) são idênticas às<br />

que acabamos <strong>de</strong> mencionar; ou seja: trata-se<br />

<strong>de</strong> uma cuba, cheia <strong>de</strong> solução ácida<br />

na qual são colocadas duas placas <strong>de</strong> metais<br />

diferentes, isolada uma da outra.<br />

A maioria dos metais, ácidos e sais po<strong>de</strong> ser<br />

usada nas pilhas. Existem vários tipos <strong>de</strong><br />

pilhas, usados em laboratórios e em aplicações<br />

especiais; mas o tipo mais usado é a<br />

pilha seca.<br />

Placa<br />

<strong>de</strong><br />

cobre<br />

Solução ácida<br />

Fig. 51<br />

Placa<br />

<strong>de</strong><br />

zinco<br />

41


• Pilha Seca<br />

Trata-se <strong>de</strong> pilha idêntica à que você já está habituado a usar como fonte <strong>de</strong> alimentação<br />

para o seu radio portátil. Porém, ela po<strong>de</strong>, ainda, ser encontrada em vários tamanhos.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

0,1A<br />

6V<br />

Fig.52<br />

Se você observar, notará que a pilha seca segue o mesmo principio <strong>de</strong> funcionamento<br />

da anterior. Porém, é muito mais viável em aparelhos portáteis, pois a solução ácida,<br />

neste caso, é uma solução pastosa e não líquida.<br />

Observe:<br />

resina<br />

Cuba<br />

<strong>de</strong> zinco<br />

Observe:<br />

Terminais<br />

<strong>de</strong> latão<br />

Bastão <strong>de</strong><br />

carvão<br />

Fig.53<br />

Enchimento com bióxido <strong>de</strong><br />

manganês e sal amoníaco<br />

(solução pastosa)<br />

Característica <strong>de</strong> funcionamento <strong>de</strong> uma célula primária<br />

(pilha)<br />

Normalmente, as células primárias, como a pilha<br />

seca, igual a apresentada acima, produzem uma<br />

d.d.p. entre 1,5 e 1,6 volts.<br />

Po<strong>de</strong>m ser usadas para fornecer pequenas quantida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> corrente (0,1 A) em regime contínuo, como,<br />

por exemplo, em rádios portáteis, lanternas etc.,<br />

ou para fornecer consi<strong>de</strong>rável quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente<br />

em regime intermitente, como, por exemplo, em<br />

campainha elétrica, telefones etc.<br />

Para se obter maior d.d.p., usando-se pilhas secas,<br />

<strong>de</strong>ve-se associá-las em, série, obtendo-se, assim,<br />

as chamadas baterias secas.<br />

Fig. 54<br />

A pilha seca fica inutilizada se, pela <strong>de</strong>struição ou (perfuração) do cubo <strong>de</strong><br />

zinco, ocorrer o vazamento da solução ácida.<br />

Com isso, a pilha torna-se realmente seca e é impossível ser recondicionada.<br />

• Processo <strong>de</strong> Magnetismo<br />

Produzir eletricida<strong>de</strong> pelo processo <strong>de</strong> magnetismo: consiste em movimentar um condutor<br />

elétrico (fio) através <strong>de</strong> um campo magnético.<br />

Aplicações: Este processo é o que melhor resultado apresenta, sendo, por esta razão,<br />

superior a todos os outros processos apresentados. Por este motivo, é usado nos<br />

geradores elétricos que fornecem eletricida<strong>de</strong> para as nossas residências, indústrias<br />

etc.<br />

42


• Geradores Elétricos<br />

Geradores elétricos são as máquinas que têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir eletricida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> pelo processo <strong>de</strong> magnetismo, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que, para isso, sejam acionadas por uma<br />

força mecânica (motor). Po<strong>de</strong>m funcionar pelos processos magnéticos ou eletromagnéticos<br />

Ímãs artificiais Pelo processo magnético: quando o campo<br />

magnético é produzido por um imã artificial.<br />

Observe na ilustração ao lado:<br />

Atenção!: Os geradores que funcionam por<br />

este processo são chamados <strong>de</strong> magnetos ou<br />

Binamos.<br />

Pelo processo eletromagnético: quando o<br />

campo magnético é produzido por eletroímã.<br />

Observe a ilustração:<br />

Atenção!: Este tipo é o mais utilizado, por<br />

Fig. 56<br />

oferecer maior rendimento. Os geradores<br />

que funcionam por este processo são chamados simplesmente <strong>de</strong> geradores.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 55<br />

Eletroímãs<br />

Quanto ao tipo <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> produzida, os geradores po<strong>de</strong>m ser classificados em:<br />

• Geradores <strong>de</strong> Corrente Contínua<br />

Aqueles que produzem corrente continua<br />

(que tem um sentido contínuo <strong>de</strong> circulação),<br />

ou seja, produzir corrente igual à<br />

produzida pelas pilhas ou acumuladores.<br />

X<br />

G<br />

Fig. 57<br />

43


• Geradores <strong>de</strong> Corrente Alternada<br />

Aqueles que produzem corrente alternada. Corrente Alternada é aquela que, em um<br />

momento, esta circulando em um sentido e, no momento seguinte, passa a circular no<br />

sentido oposto; e, assim sucessivamente.<br />

1° momento 2° momento<br />

Estes tipos <strong>de</strong> geradores por vezes também são chamados <strong>de</strong> alternadores.<br />

• Usinas Geradoras <strong>de</strong> Eletricida<strong>de</strong><br />

São aquelas que utilizam gran<strong>de</strong>s quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alguma forma <strong>de</strong> energia para<br />

transforma-la em energia elétrica, através <strong>de</strong> uma fonte geradora, que, por sua vez ,<br />

usa um dos seis processos já estudados.<br />

Dentre as usinas geradoras <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong> mais conhecidas e mais utilizadas pelo<br />

homem, temos: usinas hidroelétricas, usinas eólicas e usinas termoeléctricas.<br />

• Usinas Hidroelétricas<br />

Nas usinas hidro-elétricas, uma<br />

gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água é represada.<br />

Esta água sai por uma<br />

tubulação e faz girar uma turbina,<br />

por sua vez, faz girar o gerador,<br />

que produz eletricida<strong>de</strong>.<br />

Estas usinas têm gran<strong>de</strong>s aplicações,<br />

principalmente em países<br />

como o Brasil, on<strong>de</strong> há gran<strong>de</strong>s<br />

potenciais hidráulicos (rios), que<br />

po<strong>de</strong>m ser aproveitados.<br />

• Usinas Eólicas<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

X<br />

G<br />

Estas usinas aproveitam a energia dos ventos, para fazer<br />

girar um cata-vento, que por sua vez faz girar um gerador,<br />

que produz eletricida<strong>de</strong>.<br />

Estas usinas são utilizadas em regiões on<strong>de</strong> é freqüente<br />

a ocorrência <strong>de</strong> ventos.<br />

G<br />

Fig. 58 Fig. 59<br />

X<br />

Fig. 61<br />

Fig. 60<br />

44


• Usinas termoeléctricas<br />

Estas usinas funcionam da seguinte forma: O calor do fogo aquece a água; esta se<br />

transforma em vapor; o vapor faz girar o gerador e o gerador produz eletricida<strong>de</strong> <strong>de</strong>. O<br />

calor, que inicia todo o processo citado acima, po<strong>de</strong> ser originário da queima dos mais<br />

variados tipos <strong>de</strong> combustíveis, sendo, os mais usados: a lenha, o carvão mineral, o<br />

óleo combustível e outros. A escolha do combustível <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das características da<br />

região on<strong>de</strong> será montada a usina.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

carvão<br />

água quente<br />

vapor turbina<br />

água<br />

gerador<br />

cal<strong>de</strong>ira<br />

Tanque <strong>de</strong> resfriamento Fig.62<br />

Nota: Dentro das chamadas usinas termoeléctricas, po<strong>de</strong>mos classificar, ainda, as<br />

mo<strong>de</strong>rníssimas usinas termonucleares.<br />

• Usina Termonuclear<br />

reator<br />

água resfriada<br />

vapor<br />

água<br />

turbina<br />

+<br />

gerador<br />

tanque <strong>de</strong> resfriamento<br />

Fig. 63<br />

Neste tipo <strong>de</strong> usina, é processada, no reator, a <strong>de</strong>sintegração dos átomos, que provoca<br />

o <strong>de</strong>sprendimento <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor. Este calor aquece a água<br />

que se transforma em vapor. Este vapor aquece uma outra quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água, que<br />

também se transforma em vapor. Este vapor faz girar a turbina; esta faz girar o gerador<br />

e o gerador produz eletricida<strong>de</strong>.<br />

Observe:<br />

Nos quatro tipos <strong>de</strong> usinas que acabamos <strong>de</strong> citar, e que são os mais usados pelo<br />

homem, no final do conjunto sempre temos um gerador.<br />

Portanto, em qualquer uma <strong>de</strong>las a eletricida<strong>de</strong> é produzida pela ação do magnetismo.<br />

45


2.3 Resistência Elétrica<br />

2.3.1 Resistivida<strong>de</strong> (Material Condutor e Isolante)<br />

Os condutores utilizados normalmente nas instalações elétricas <strong>de</strong> uma residência ou<br />

nas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alimentação localizadas nas vias públicas são escolhidos <strong>de</strong> acordo com<br />

as características do material que os compõe.<br />

Como sabemos, existem materiais que são melhores condutores que outros. Para que<br />

um seja melhor condutor que outro é preciso que a resistência característica entre os<br />

materiais seja diferente.<br />

De acordo com o tipo <strong>de</strong> material, como é feita a grossura e o comprimento do fio,<br />

teremos um valor <strong>de</strong> resistência do fio que é <strong>de</strong>terminado por estes três fatores: nos<br />

condutores filiformes (forma <strong>de</strong> fio) o valor da resistência (R) é diretamente proporcional<br />

ao comprimento (L), e inversamente proporcional à área <strong>de</strong> secção (S) transversal<br />

do condutor.<br />

L<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que: R =<br />

S<br />

Porém, para cada material condutor existe um coeficiente <strong>de</strong> resistivida<strong>de</strong> característica<br />

simbolizado pela letra (Rô) do alfabeto grego (ρ), po<strong>de</strong>ndo-se reformular a expressão<br />

anterior:<br />

L<br />

R = ρ<br />

S<br />

On<strong>de</strong>:<br />

R - Resistência do condutor em ohm (Ω)<br />

ρ - (Rô) é a resistivida<strong>de</strong> característica <strong>de</strong> cada condutor específico<br />

L - Comprimento dado em metros (m)<br />

S - Área <strong>de</strong> secção transversal do condutor dado em mm 2 .<br />

Substituindo na fórmula teremos:<br />

m<br />

R = ρ<br />

mm<br />

2<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

S<br />

(mm 2 )<br />

ρ =<br />

Ω<br />

mm 2<br />

m<br />

S = π . r 2<br />

π = 3,14<br />

r = raio<br />

46


• Isolantes e Condutores<br />

No plástico, as cargas permanecem na região atritada.<br />

Entretanto, por atrito, po<strong>de</strong>-se eletrizar a<br />

barra metálica, bastando para isso segurála<br />

por um cabo <strong>de</strong> plástico. Nesse caso, as<br />

cargas ficam na barra e se distribuem por<br />

toda a sua superfície.<br />

Os metais, o corpo humano, a terra e os<br />

materiais que permitem o livre movimento<br />

das cargas elétricas são chamados condutores.<br />

O diferente comportamento dos materiais<br />

isolantes e condutores em relação às car-<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Uma barra <strong>de</strong> plástico atritada com um<br />

tecido <strong>de</strong> lã adquire cargas elétricas que<br />

permanecem na região atritada. O plástico,<br />

e todos os materiais que não permitem<br />

o movimento das cargas elétricas,<br />

são chamados isolantes ou dialéticos.<br />

Segurando-se uma barra metálica e atritando-a<br />

com um tecido <strong>de</strong> lã, ela adquire<br />

cargas elétricas, mas não permanece<br />

eletrizada. As cargas adquiridas fluem<br />

pela barra, pelo corpo e escoam para<br />

terra.<br />

gas elétricas não po<strong>de</strong>m ser assim explicados: nos átomos dos metais, os elétrons das<br />

camadas mais distantes do núcleo libertam-se do átomo, movimentando-se livremente<br />

através do metal ou <strong>de</strong> outro condutor ligado a este; nos isolantes, os elétrons permanecem<br />

firmemente ligados aos átomos.<br />

Entre os isolantes e os condutores há um<br />

grupo intermediário, os semicondutores,<br />

<strong>de</strong> importância muito gran<strong>de</strong> na microeletrônica.<br />

Os semicondutores mais conhecidos<br />

são o germânio e o silício, muito usados<br />

na construção <strong>de</strong> diodos e transistores.<br />

Na barra <strong>de</strong> metal, com o cabo <strong>de</strong> plástico, as<br />

cargas se distribuem pela carga.<br />

Fig. 64<br />

Fig. 66<br />

Na barra <strong>de</strong> metal, as cargas fluem.<br />

Fig. 65<br />

Existem ainda materiais que a temperaturas<br />

próximas do zero absoluto apresentam<br />

resistência nula ao movimento das cargas<br />

elétricas. São os supercondutores. É o<br />

caso, por exemplo, do alumínio, a temperaturas<br />

menores do que -272 °C.<br />

A resistivida<strong>de</strong> varia com o material. Você po<strong>de</strong> verificar isso analisando a tabela abaixo,<br />

em que apresentamos os valores aproximados das resistivida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> alguns materiais<br />

comuns. Esses valores foram estabelecidos experimentalmente, a uma temperatura<br />

<strong>de</strong> 20° C.<br />

47


Resistivida<strong>de</strong>s e coeficientes <strong>de</strong> temperatura<br />

Material<br />

ρ (Ωm)<br />

Para T = 20 0 ρ (Ωmm<br />

C<br />

2. /m)<br />

Para T = 20 0 ∝ (<br />

C<br />

0 C -1 )<br />

Alumínio 2 8 x. 10 -8 0,028 3,2 x 10- 3<br />

Chumbo 21 x 10 -8 0,21 4,2 x 10- 3<br />

Cobre 1,72 x 10 -8 0,0172 3,9 x 10- 3<br />

Ferro 9 a 15 x 10 -8 0,09 a 0,15 5,0 x 10- 3<br />

Mercúrio 95,8 x 10 -8 0,958 0,92 x 10- 3<br />

Platina 10,8 x 10 -8 0,108 3,8 x 10- 4<br />

Prata 1,6 x 10 -8 0,016 4,0 x 10- 3<br />

Tungstênio 5,2 x 10 -8 0,052 4,5 x 10- 3<br />

Constantan 50 x 10 -8 0,50 (0,4 a 0,1) x 10 -4<br />

Latão 8 x 10 -8 0,08 15 x 10 -4<br />

Manganina 42 x 10 -8 0,42 (0 a 0,3) x 10 -4<br />

Níquel-cromo 100 x 10 -8 1,00 1,7 x 10 -4<br />

Niquelina 42 x 10 -8 0,42 2,3 x 10 -4<br />

METAIS<br />

LIGAS ME-<br />

TÁLICAS<br />

SEMI<br />

CONDU-<br />

TORES<br />

ISOLAN-<br />

TES<br />

Sejam dois fios do mesmo material e da mesma grossura, isto é, com a mesma área<br />

da secção reta, sendo um <strong>de</strong> comprimento L e outro 2L.<br />

Quanto maior o comprimento do resistor, maior a resistência que ele oferece à passagem<br />

da corrente elétrica. Como o fio 2L é duas vezes mais comprido que o fio L, a<br />

corrente vai encontrar duas vezes mais dificulda<strong>de</strong>s para atravessá-lo, ou seja, a sua<br />

resistência será duas vezes maior. Isso porque os elétrons encontrarão mais obstáculos<br />

a sua passagem.<br />

L<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fe3O4 0.01 10 4<br />

Germânio 0,47 47 x 10 4<br />

Grafite 0,004 a 0,007 (0,4 x 0,7) x 10 4<br />

Silício 3000 3 x 10 9<br />

Ebonite 10 13 a 10 16<br />

Mármore 10 7 a 10 9<br />

Mica 10 13 a 10 15<br />

Vidro 10 10 a 10 11<br />

Tabela <strong>de</strong> Conversão <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> resistivida<strong>de</strong><br />

1Ωm = 10 2 Ω cm 1Ωcm = 10 -2 Ω m<br />

1Ωm = 10 6 Ω mm²/m 1Ωmm²/m = 10 -6 Ω m<br />

1Ωcm = 10 4 Ω mm²/m 1Ωmm²/m = 10 -4 Ω cm<br />

2.3.2 Relação entre o Comprimento do resistor e sua Resistência.<br />

2L<br />

Então po<strong>de</strong>mos afirmar que:<br />

S - Resistência R<br />

S - Resistência 2R<br />

Fig. 67<br />

A resistência <strong>de</strong> um resistor ôhmico é diretamente proporcional ao seu comprimento: R<br />

∝ L.<br />

48


2.3.3 Relação entre a área da secção reta transversal do resistor e a resistência.<br />

Num fio grosso os elétrons encontram mais facilida<strong>de</strong> para circular que num fio fino,<br />

ainda que o comprimento dos dois seja igual.<br />

Assim, dois fios do mesmo material, homogêneos, <strong>de</strong> mesmo comprimento L, cujas<br />

áreas das secções retas seja S e 2 S, apresentarão resistências respectivamente iguais<br />

a R e R/2.<br />

Concluímos, então, que:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

S - Resistência R<br />

S - Resistência R/2 Fig. 68<br />

A resistência <strong>de</strong> um resistor ôhmico é inversamente proporcional à área da secção<br />

reta do condutor: R ∝ 1/A<br />

2.3.4 Variação da Resistivida<strong>de</strong> com a Temperatura.<br />

A resistivida<strong>de</strong> elétrica <strong>de</strong> um material ou, em particular, a resistência <strong>de</strong> um condutor,<br />

varia com a temperatura. O gráfico abaixo nos dá o valor da resistivida<strong>de</strong> do cobre em<br />

função da temperatura.<br />

Esse gráfico nos mostra, antes <strong>de</strong> tudo, que a resistivida<strong>de</strong> do cobre aumenta, quando<br />

a temperatura aumenta. A zero grau centesimal, por exemplo, a resistivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

metal é <strong>de</strong> 0,016Ω mm²/m. A 100°C, a resistivida<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 0,023Ω mm²/m; a 500°C, é<br />

<strong>de</strong> 0,051Ω mm²/m; a 1 083°C a resistivida<strong>de</strong> atinge valor <strong>de</strong> 0,102Ω mm²/m. Esta é a<br />

temperatura <strong>de</strong> fusão do cobre e o valor indicado da resistivida<strong>de</strong> é para o cobre ainda<br />

sólido. Durante a fusão, a temperatura do metal mantém-se constante até que toda a<br />

massa tenha passado para o estado líquido.<br />

Nesse estado, e ainda à temperatura <strong>de</strong> 1083°C, a resistivida<strong>de</strong> do cobre aumenta<br />

para 0,213Ω mm²/m. Continuando a aumentar a temperatura, a resistivida<strong>de</strong> do cobre<br />

fundido também aumenta, como se vê no gráfico.<br />

Estudos feitos sobre a variação da resistivida<strong>de</strong> dos metais, em função da temperatura,<br />

mostram que para variações <strong>de</strong> temperatura não muito gran<strong>de</strong>s, isto é, para variações<br />

<strong>de</strong> até poucas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> graus centesimais, a variação da resistivida<strong>de</strong> é proporcional<br />

à variação da temperatura.<br />

Chamemos ∆T a variação <strong>de</strong> temperatura e ∆ρ, a correspon<strong>de</strong>nte variação da<br />

resistivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um metal. Po<strong>de</strong>mos então escrever:<br />

∆ρ = K∆T<br />

on<strong>de</strong> K é uma constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> que só <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da natureza do material<br />

consi<strong>de</strong>rado.<br />

49


são acima po<strong>de</strong> ser escrita sob a forma:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

ρ = ρo [ 1 + α ( T – To)]<br />

R = Ro [ 1 + α ( t – to)]<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente estamos supondo que no<br />

intervalo <strong>de</strong> temperatura ∆θ não haja<br />

mudança <strong>de</strong> estado físico do metal.<br />

Sejam T0 e T, as temperaturas extremas<br />

do intervalo <strong>de</strong> temperatura que chamamos<br />

<strong>de</strong> ∆T.Teremos então ∆T = T – T0.<br />

Sendo ρ0 a resistivida<strong>de</strong> à temperatura<br />

20ºC, po<strong>de</strong>mos escrever ∆ρ = ρ - ρ0.<br />

Então a equação anterior toma a forma<br />

ρ - ρo = K (T – To)<br />

⎡ K<br />

ρ 0 ⎢1<br />

+ T − T0<br />

⎣ ρ 0<br />

ρ = ρo + K (T – To) = ( ) ⎥⎦<br />

K<br />

Agora, se fizermos α = α , a expres-<br />

ρ<br />

Fixada a temperatura to, a constante a <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> unicamente da natureza do material<br />

consi<strong>de</strong>rado e chama-se coeficiente <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>sse material.<br />

Os valores dos coeficientes <strong>de</strong> temperatura dos vários materiais são encontrados em<br />

tabelas, conforme tabela da pág. 60. Geralmente a temperatura <strong>de</strong> referência t0 adotada,<br />

é <strong>de</strong> 20°C. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida dos coeficientes <strong>de</strong> temperatura é o recíproco<br />

da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> temperatura, ou seja (Kelvin) -1 (que se abrevia K -1 ) ou, o que dá no<br />

mesmo, (grau centesimal) -1 (que se abrevia °C -1 ).<br />

Tudo que foi dito acima com relação à variação da resistivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um metal em função<br />

da temperatura, é válido também para o caso da variação da resistência <strong>de</strong> um<br />

condutor, com a temperatura. Em particular, é válida a relação on<strong>de</strong> α é o mesmo coeficiente<br />

<strong>de</strong> temperatura que aparece na expressão correspon<strong>de</strong>nte, relativa a resistivida<strong>de</strong>.<br />

Vejamos a seguir, exercícios com aplicações <strong>de</strong>sses conceitos.<br />

0<br />

⎤<br />

50


Exercícios<br />

R.15: Um condutor <strong>de</strong> alumínio possui resistência elétrica <strong>de</strong> 0,243 ohms, a 20°C <strong>de</strong><br />

temperatura. Qual será a resistência <strong>de</strong>sse condutor à temperatura <strong>de</strong> 70°C?<br />

Solução: De acordo com a tabela II, o coeficiente <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong> alumínio é α =<br />

3,9 X 10-3 °C -1 . Substituindo os valores conhecidos na fórmula da resistência em função<br />

da temperatura, vem:<br />

R = Ro [1 + α (T - To) = 0,243 [1 + 3,9 x 10 -3 x (70 - 20)]<br />

R = 0,243 X 1,195 = 0,291 ohms<br />

Resposta: A resistência do condutor <strong>de</strong> alumínio, a 70°C, é <strong>de</strong> 0,291 ohms.<br />

R.16: A resistência elétrica <strong>de</strong> uni condutor metálico, a 20°C, é <strong>de</strong> 5,42 ohms e a<br />

84°C, é <strong>de</strong> 6,96 ohms. Qual o coeficiente <strong>de</strong> temperatura <strong>de</strong>sse metal?<br />

Solução: Da expressão geral R = Ro [ 1 + α (T - To)], resulta:<br />

α =<br />

R<br />

R − R<br />

0<br />

0<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

=<br />

∆R<br />

( T − T ) R ∆T<br />

0<br />

No presente caso, tem-se:<br />

Ro = 5,42 ohms e R = 6,96 ohms<br />

∆R = 6,96 - 5,42 = 1,54 ohms<br />

∆T = 84 - 20 = 64ºC<br />

Logo<br />

1,<br />

54<br />

=<br />

5,<br />

42.<br />

64<br />

α α = 4,45 X 10 -3 °C -1<br />

0<br />

Resposta: O coeficiente <strong>de</strong> temperatura do metal em estudo, α é:<br />

α = 4,45 X 10 -3 °C -1 .<br />

51


R.17: A curva que representa a variação da resistivida<strong>de</strong> do cobre em função da temperatura,<br />

quando esta varia <strong>de</strong> algumas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> graus em tomo <strong>de</strong> 20°C, é um<br />

segmento <strong>de</strong> reta que, quando prolongado, corta o eixo ρ = 0, no ponto li = -234,5°C.<br />

Calcular, com base nessas informações, o valor do coeficiente <strong>de</strong> temperatura do cobre,<br />

sendo to = 20°C.<br />

Solução: De acordo com a fórmula geral:<br />

ρ = ρo (1 + α∆T)<br />

tem-se α . ∆T =<br />

ou ainda<br />

ρoα = ∆ρ/∆t<br />

on<strong>de</strong><br />

∆ρ = ρ - ρo<br />

ρ<br />

-1<br />

ρ 0<br />

Consi<strong>de</strong>rando a expressão e semelhança <strong>de</strong> triângulos<br />

indicada acima, po<strong>de</strong>mos escrever.<br />

ρ 0.<br />

α =<br />

∆ρ<br />

ρ 0<br />

=<br />

∆T<br />

234,<br />

5 + T0<br />

ou, cancelando o fator comum pó, no primeiro e no terceiro membros da igualda<strong>de</strong><br />

anterior<br />

α =<br />

1<br />

234,<br />

5 + T0<br />

No caso, t = 20°C -1 . Logo<br />

α =<br />

1<br />

234,<br />

5 + 20<br />

=<br />

1<br />

254,5<br />

α = 3,93.10 -3<br />

Resposta: O coeficiente <strong>de</strong> temperatura do cobre é α = 3,93 x 10 -3 °C -1<br />

Portanto: A resistência varia com a temperatura <strong>de</strong> acordo com a expressão<br />

Rt =Ro [1 + α (T2 – T1)]<br />

on<strong>de</strong>:<br />

Rt = a resistência na temperatura t em Ω;<br />

Ro = a resistência a 0°C em Ω;<br />

α = coeficiente <strong>de</strong> temperatura em C -1 ;<br />

T2 e T1 = temperaturas final e inicial em ºC.<br />

Para o cobre, temos α = 0,0039 C -1 a 0°C e 0,004 C -1 a 20°C.<br />

R.18: A resistência <strong>de</strong> um condutor <strong>de</strong> cobre a 0°C é <strong>de</strong> 50Ω. Qual será a sua resistência<br />

a 20ºC?<br />

Solução:<br />

R2 0 = 50 (1 + 0,004 x 20) - 54Ω<br />

R.19: Qual a resistência <strong>de</strong> um fio <strong>de</strong> alumínio <strong>de</strong> 1 km <strong>de</strong> extensão e <strong>de</strong> seção <strong>de</strong> 2,5<br />

mm² a 15°C.<br />

Solução:<br />

R = ρ x ____ L = 0,028 x _____ 1000 = 11,2Ω<br />

A 2,5<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

52


R.20: Se no exemplo anterior o condutor fosse <strong>de</strong> cobre, qual a sua resistência?<br />

Solução:<br />

R = ρ x ____<br />

L<br />

= 0,0178 x _____<br />

1000<br />

= 7,12Ω<br />

A 2,5<br />

2.4 Lei <strong>de</strong> Ohm<br />

Estudando a corrente elétrica que circula nos resistores, Georg Simom Ohm <strong>de</strong>terminou<br />

experimentalmente a relação entre a diferença <strong>de</strong> potencial nos terminais <strong>de</strong> um<br />

resistor e a intensida<strong>de</strong> da corrente nesse resistor.<br />

Ele observou que a cada diferença <strong>de</strong> potencial V1, V2, V3..., estabelecida num resistor,<br />

correspon<strong>de</strong> uma corrente i1, i2, i3...<br />

Relacionando os valores respectivos das duas gran<strong>de</strong>zas, Ohm concluiu que se trata<br />

<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>zas diretamente proporcionais. Então:<br />

V<br />

i<br />

1<br />

1<br />

V2<br />

V3<br />

V<br />

= = = ...... = = constante<br />

i i i<br />

2<br />

3<br />

Essa constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> representa a resistência do resistor, ou seja, a<br />

oposição que os átomos do resistor oferecem à passagem da corrente elétrica . A<br />

resistência é simbolizada pela letra R. Logo:<br />

V<br />

i =<br />

R<br />

V<br />

= R<br />

i<br />

A partir <strong>de</strong>ssa relação po<strong>de</strong>mos enunciar a Lei <strong>de</strong> Ohm:<br />

A intensida<strong>de</strong> da corrente que passa por um resistor é diretamente proporcional à diferença<br />

<strong>de</strong> potencial entre os terminais do resistor. A constante <strong>de</strong> proporcionalida<strong>de</strong> é a<br />

resistência do resistor.<br />

A expressão matemática da Lei <strong>de</strong> Ohm é:<br />

on<strong>de</strong>:<br />

V<br />

i<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

= R ou V = R . i<br />

i é a intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica que passa pelo resistor. Sua unida<strong>de</strong> é o<br />

ampère (A);<br />

V é a diferença <strong>de</strong> potencial entre os terminais do resistor. Sua unida<strong>de</strong> é o<br />

volt (V);<br />

R é a resistência do resistor. Sua unida<strong>de</strong> é o ohm, cujo símbolo é Ω ( ômega).<br />

Se V = R x i, então:<br />

1 volt = 1 ohm x 1 ampère, ou seja:<br />

1V = 1Ω x 1A.<br />

53


Assim sendo, po<strong>de</strong>mos afirmar que 1 ohm ( Ω ) é a resistência <strong>de</strong> um resistor percorrido<br />

por uma corrente <strong>de</strong> 1 ampère, quando submetido a uma voltagem ou tensão <strong>de</strong> 1<br />

volt.<br />

Usa-se também múltiplos e submúltiplos do ohm: quiloohm (k Ω ),que correspon<strong>de</strong> a<br />

10 3 Ω , e o megaohm (M Ω ), que correspon<strong>de</strong> a 10 6 Ω .<br />

R.21: Um resistor cuja resistência é <strong>de</strong> 12 Ω foi submetido a uma tensão <strong>de</strong> 24 v. qual<br />

a intensida<strong>de</strong> da corrente que passa pelo resistor?<br />

Solução:<br />

Dados: VAB = 24 V R = 12 Ω<br />

V = R . i<br />

24V<br />

i =<br />

12Ω<br />

⇒ i = 2A<br />

R.22: Um resistor submetido a uma tensão <strong>de</strong> 1,5V é percorrido por uma corrente 5<br />

mA. Qual a resistência elétrica <strong>de</strong>sse resistor?<br />

Solução:<br />

Dados:<br />

V = 1,5V<br />

i = 5 mA = 5 x 10 -3 A<br />

Aplicando a Lei <strong>de</strong> Ohm, temos:<br />

V Ri R V 15 ,<br />

= ⇒ = =<br />

i 5× 10<br />

Portanto, R = 300 Ω<br />

Diagrama <strong>de</strong> circuito<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

−3<br />

2.5 Circuito Elétrico<br />

= 300Ω<br />

Fig. 69 Fig. 70<br />

A R B<br />

De uma maneira geral, <strong>de</strong>nomina-se circuito elétrico ao conjunto <strong>de</strong> caminhos que<br />

permitem a passagem da corrente elétrica, no qual aparecem outros dispositivos elétricos<br />

ligados a um gerador.<br />

Quando o caminho a seguir pela corrente é único, ele é chamado circuito simples.<br />

Num circuito simples, todos os seus pontos são percorridos pela mesma intensida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> corrente.<br />

Para a existência da corrente elétrica são necessários: uma fonte <strong>de</strong> energia elétrica,<br />

um condutor em circuito fechado e um elemento para utilizar a energia da fonte.<br />

A seguir, vamos <strong>de</strong>screver alguns elementos que compõem um circuito elétrico.<br />

i<br />

54


• Gerador elétrico<br />

É um dispositivo capaz <strong>de</strong> transformarem energia elétrica <strong>de</strong> outra modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia.<br />

O gerador não gera ou cria cargas elétricas. Sua função é fornecer energia às cargas<br />

elétricas que o atravessam. Industrialmente, os geradores mais comuns são os químicos<br />

e os mecânicos.<br />

Os geradores químicos transformam energia química em energia elétrica. Exemplos:<br />

pilha e bateria.<br />

Os geradores mecânicos transformam energia mecânica em elétrica. Exemplo: dínamo<br />

e alternador <strong>de</strong> motor <strong>de</strong> automóvel.<br />

As placas <strong>de</strong> chumbo <strong>de</strong> uma bateria, imersas<br />

numa solução <strong>de</strong> ácido sulfúrico, transformam<br />

energia química em elétrica.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig.71 Fig.72<br />

A representação <strong>de</strong>sses geradores no circuito é:<br />

•<br />

+ - i<br />

•<br />

Fig.73<br />

O alternador transforma a energia<br />

mecânica da rotação do<br />

motor do automóvel em energia<br />

elétrica.<br />

A seguir, mostraremos como se obtém uma corrente elétrica usando uma pilha.<br />

A pilha elétrica tem dois pólos: o ânodo é o pólo negativo e o cátodo o pólo positivo.<br />

Cada pólo tem um potencial diferente do outro.<br />

Uma série <strong>de</strong> reações químicas no interior da pilha mantém essa diferença <strong>de</strong> potencial<br />

entre os dois pólos. Quando unimos am-<br />

bos os pólos com um condutor, os elétrons,<br />

por terem carga negativa, ten<strong>de</strong>m a se mover<br />

para as zonas em que o potencial elétrico é<br />

maior. Assim, unindo os pólos com um condutor,<br />

os elétrons passam através <strong>de</strong>ste, do ânodo<br />

ao cátodo, estabelecendo-se uma corrente<br />

elétrica.<br />

Embora os elétrons circulem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ânodo<br />

<strong>de</strong> até o cátodo, historicamente se estabeleceu<br />

que a corrente elétrica circula do pólo<br />

positivo ao negativo. Isso ocorreu <strong>de</strong>vido ao<br />

<strong>de</strong>sconhecimento que se tinha sobre a natureza<br />

da corrente. Apesar <strong>de</strong> incorreto, esse<br />

pólo positivo<br />

eletrodo <strong>de</strong><br />

carbono<br />

pasta <strong>de</strong><br />

dióxido <strong>de</strong><br />

magnésio<br />

pasta <strong>de</strong><br />

cloreto <strong>de</strong><br />

amônia<br />

eletrodo <strong>de</strong><br />

zinco<br />

critério é mantido ainda hoje. Fig. 74<br />

55


• Receptor elétrico<br />

É um dispositivo que transforma energia elétrica em outra<br />

modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> energia não exclusivamente térmica.<br />

O principal receptor é o motor elétrico, que transforma energia<br />

elétrica em mecânica, além da parcela <strong>de</strong> energia<br />

dissipada sob a forma <strong>de</strong> calor.<br />

Veja a representação no circuito:<br />

• Resistor elétrico<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

•<br />

i + -<br />

•<br />

Fig. 75<br />

É um dispositivo que transforma toda a energia elétrica consumida integrante em calor.<br />

Como exemplo, po<strong>de</strong>mos citar os aquecedores, o ferro elétrico, o chuveiro elétrico,<br />

a lâmpada comum e os fios condutores em geral.<br />

Representação no circuito:<br />

Fig.79: Resistor metálico <strong>de</strong> um chuveiro e resistores <strong>de</strong> carbono.<br />

• Dispositivos <strong>de</strong> manobra<br />

São elementos que servem para acionar ou <strong>de</strong>sligar um circuito elétrico (como as chaves<br />

e os interruptores).<br />

Representação no circuito:<br />

ou<br />

• •<br />

•<br />

• •<br />

Fig. 80<br />

Fig. 76<br />

Fura<strong>de</strong>ira elétrica.<br />

• •<br />

Fig. 77<br />

• •<br />

Fig. 78<br />

56


• Dispositivos <strong>de</strong> segurança<br />

São dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> maior<br />

que a prevista, interrompem a passagem da corrente elétrica, preservando da <strong>de</strong>struição<br />

os <strong>de</strong>mais elementos do circuito. Os mais comuns são os fusíveis e os disjuntores.<br />

Representação no circuito:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

• • • •<br />

Fig. 81<br />

Fig.82: Os disjuntores são chaves que,<br />

através <strong>de</strong> efeito magnético, <strong>de</strong>sligam-se<br />

automaticamente.<br />

Os disjuntores que substituem os fusíveis têm a vantagem <strong>de</strong> não se queimarem em<br />

caso <strong>de</strong> sobrecarga <strong>de</strong> energia, ou curto-circuito, pois <strong>de</strong>sligam o circuito automaticamente.<br />

2.6 Associação <strong>de</strong> Resistores<br />

Fig.83: Os fusíveis ao se<br />

fundirem por efeito Joule,<br />

precisam ser trocados.<br />

Em muitos casos práticos tem-se a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma resistência maior do que a<br />

fornecida por um único resistor. Em outros casos, um resistor não suporta a intensida<strong>de</strong><br />

da corrente que <strong>de</strong>ve atravessá-lo. Nessas situações utilizam-se vários resistores<br />

associados entre si.<br />

Os resistores po<strong>de</strong>m ser associados em série, em paralelo ou numa combinação <strong>de</strong><br />

ambas, <strong>de</strong>nominados associação mista.<br />

O resistor equivalente <strong>de</strong> uma associação é o resistor que produz o mesmo efeito que<br />

a associação, ou seja, submetido mesma ddp da associação, <strong>de</strong>ixa passar corrente <strong>de</strong><br />

mesma intensida<strong>de</strong>.<br />

57


2.6.1 Associação em série<br />

Um circuito elétrico com resistores ligados um em seguida ao outro, <strong>de</strong> modo a oferecer<br />

um único caminho para a corrente passar pelos resistores, é chamado circuito em<br />

série.3<br />

Rs é o resistor equivalente da associação.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 85<br />

Fig. 84<br />

Circuito com quatro lâmpadas associadas em série e percorridas por uma mesma corrente elétrica. Se<br />

uma lâmpada queimar, todas se apagam. Ilustração: Robson Barreiros.<br />

Características da associação em série:<br />

• a intensida<strong>de</strong> da corrente i é a mesma em todos os resistores, pois eles<br />

estão ligados um após o outro<br />

• a tensão U na associação é igual à soma das tensões em cada resistor<br />

U = U1 + U2 + U3<br />

Aplicando-se a 1ª lei <strong>de</strong> Ohm a cada um dos resistores, po<strong>de</strong>mos calcular a resistência<br />

do resistor equivalente da associação, da seguinte forma:<br />

U = U1<br />

+ U 2 + U 3 → RS<br />

⋅i<br />

= R1<br />

⋅i<br />

+ R2<br />

⋅i<br />

+ R3<br />

⋅i<br />

⋅ i = i R + R + R )<br />

R S<br />

( 1 2 3<br />

R = R1 + R2 + R3<br />

58


R.23: Dois resistores, <strong>de</strong> 4 Ω e 6 Ω , são associados em série. Uma bateria fornece<br />

aos extremos da associação uma ddp <strong>de</strong> 12V. Determine:<br />

a) a resistência equivalente da associação<br />

b) a intensida<strong>de</strong> da corrente em cada resistor<br />

c) a ddp em cada resistor<br />

Solução:<br />

a) Cálculo da resistência equivalente:<br />

R<br />

S<br />

= RAC<br />

+ RCB<br />

→ RS<br />

= 4 + 6 → RS<br />

= 10Ω<br />

b) Cálculo da corrente:<br />

Pela lei <strong>de</strong> Ohm:<br />

= R ⋅i<br />

→ 12 = 10 ⋅i<br />

→ i = 1,<br />

2A<br />

U AB S<br />

c) Como a corrente é comum, vem:<br />

U AC = RAC<br />

⋅i<br />

→ U AC = 4 ⋅1,<br />

2 → U AC = 4,<br />

8V<br />

U = R ⋅i<br />

→ U = 6 ⋅1,<br />

2 → U = 7,<br />

2V<br />

CB<br />

CB<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

CB<br />

Respostas: a)10 Ω ; b)1,2A e c)4,8V e 7,2V<br />

CB<br />

Fig. 86 Fig. 87<br />

R.24: Entre os terminais A e B da figura aplica-se uma ddp <strong>de</strong> 20V. Determine:<br />

a) a resistência equivalente da associação<br />

b) a intensida<strong>de</strong> da corrente na associação<br />

Solução:<br />

a) Os pontos C e D estão em curto-circuito (estão ligados por um fio <strong>de</strong> resistência<br />

<strong>de</strong>sprezível). Portanto, são pontos coinci<strong>de</strong>ntes e apresentam o mesmo potencial.<br />

Nesse caso. A corrente passará integralmente pelo fio, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> existir no circuito o<br />

resistor <strong>de</strong> 10 Ω .<br />

Então:<br />

b) Aplicando a lei <strong>de</strong> Ohm:<br />

U AB = RS<br />

⋅i<br />

→ 20 = 10 ⋅i<br />

→ i = 2A<br />

Respostas: a) 10 Ω ; b)2A.<br />

Fig. 88<br />

Fig. 89<br />

59


2.6.2 Associação em Paralelo<br />

Quando dois ou mais resistores estão ligados através <strong>de</strong> dois pontos em comum no<br />

circuito, isto é, os resistores têm os terminais ligados à mesma diferença <strong>de</strong> potencial,<br />

<strong>de</strong> modo a oferecer caminhos separados para a corrente, temos um circuito em<br />

paralelo.<br />

Em que RP é o resistor equivalente da associação em paralelo.<br />

Características da associação em paralelo:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 90<br />

• a tensão U é a mesma em todos os resistores, pois estão ligados aos<br />

mesmos terminais A e B<br />

• a corrente i na associação é igual à soma das correntes em cada resistor.<br />

i = i1 + i2 + i3<br />

60


Aplicando-se a 1ª lei <strong>de</strong> Ohm a cada um dos resistores, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar a resistência<br />

do resistor equivalente:<br />

i = i1 + i2 + i3<br />

U<br />

R P<br />

U U<br />

= +<br />

R1<br />

R 2<br />

U<br />

+<br />

R 3<br />

U<br />

R p<br />

⎛ 1 1<br />

= U<br />

⎜ +<br />

⎝ R1<br />

R 2<br />

1<br />

+<br />

R<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

3<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

Fig. 91<br />

Circuito com quatro lâmpadas associadas em paralelo e submetidas à mesma ddp. Se uma lâmpada<br />

queimar as outras permanecem acesas. Ilustração: Robson Barreiros.<br />

O inverso da resistência equivalente é igual à soma dos inversos das resistências associadas.<br />

Se houver somente dois resistores em paralelo, <strong>de</strong> resistências R1 e R2, a resistência<br />

equivalente Rp <strong>de</strong>ssa associação po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>terminada por:<br />

R P<br />

1 ⎛ 1 1 1 ⎞<br />

= U<br />

⎜ + +<br />

⎟<br />

⎝ R1<br />

R 2 R 3 ⎠<br />

R p<br />

R R → produto<br />

1 2<br />

=<br />

R + R → soma<br />

1<br />

2<br />

61


R.25: Entre os terminais A e B da figura aplica-se uma ddp <strong>de</strong> 120V.<br />

Determine:<br />

a) a resistência equivalente, da associação<br />

b) a intensida<strong>de</strong> da corrente em cada resistor<br />

c) a intensida<strong>de</strong> da corrente total da associação<br />

Solução:<br />

a) Os pontos A e D estão em curto-circuito (estão ligados por fios <strong>de</strong> resistência <strong>de</strong>sprezível).<br />

Portanto, são pontos coinci<strong>de</strong>ntes (A ≡ D). 0 mesmo ocorre com os pontos<br />

B e C (B ≡ C). Em vista disso, efetuamos uma mudança na associação dada, fixando<br />

os pontos A e D como terminal <strong>de</strong> entrada da corrente e B e C como terminal <strong>de</strong> saída<br />

da corrente. Então:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 93<br />

Cálculo da resistência equivalente:<br />

1<br />

R<br />

p<br />

1 1 1<br />

= + + → R p = 4Ω<br />

20 30 6<br />

b) Sendo uma associação em paralelo, a ddp é comum. Portanto:<br />

120 = 20 ⋅i1<br />

→ i1<br />

= 6A<br />

120 = 30 ⋅i<br />

2 → i2<br />

= 4A<br />

120 = 6 ⋅i<br />

→ i = 20A<br />

3<br />

3<br />

Fig. 92<br />

Respostas: a) 4 Ω ; b) 6A, 4A e 20A; c) 30A<br />

62


R.26: No esquema representado, um fusível em F suporta uma corrente máxima <strong>de</strong><br />

5A. A lâmpada submetida a 110V consome 330W. Que resistência mínima po<strong>de</strong> ligar<br />

em paralelo com a lâmpada, sem queimar o fusível?<br />

Solução:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 94<br />

i = 5A<br />

Dados: P = 330W<br />

UAB = 110V<br />

Fig. 95<br />

A corrente que percorre a lâmpada é calculada pela fórmula da potência:<br />

P = U AB ⋅ i → = 110 ⋅ i → i = 3A<br />

1<br />

330 1 1<br />

Sem queimar o fusível, o circuito suporta uma corrente <strong>de</strong>, no máximo, 5A. Sendo:<br />

i = i + i → = 3 + i → i = 2A<br />

1<br />

2<br />

5 2 2<br />

Aplicando a 1ª lei <strong>de</strong> Ohm em R:<br />

U AB<br />

= R ⋅ i → = R → R = 55Ω<br />

Resposta: 55 Ω<br />

2<br />

110 2<br />

63


2.6.3 Associação Mista<br />

É aquela na qual encontramos, ao mesmo tempo, resistores associados em série e em<br />

paralelo, como na figura esquemática.<br />

A <strong>de</strong>terminação do resistor equivalente final é feita a partir da substituição <strong>de</strong> cada<br />

uma das associações, em série ou em paralelo, que compõem o circuito pela sua respectiva<br />

resistência equivalente.<br />

Fig. 96<br />

R.27: Calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B da associação da figura:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 97<br />

Solução:<br />

Inicialmente, vamos colocar letras em todos os pontos em que achamos que a corrente<br />

po<strong>de</strong> se dividir.<br />

Os pontos E, F, G, H e A estão em<br />

curto-circuito. Portanto, são pontos<br />

coinci<strong>de</strong>ntes, isto é, A ≡ E ≡ F ≡ G ≡ H.<br />

Em vista disso, efetuamos uma mudança na<br />

associação dada, fixando os pontos A e B<br />

como seus extremos, e C e D entre tais<br />

extremos. Após essa mudança, marcamos<br />

as respectivas resistências entre esses<br />

pontos.<br />

Fig. 98<br />

Resolvendo a associação em paralelo entre A e D, temos:<br />

1 1 1 2 + 1 3<br />

= + = = → R = 2Ω<br />

R 3 6 6 6<br />

3<br />

Fig. 99<br />

64


Resolvendo a associação em série entre A e C, temos:<br />

R = 2 + 10 = 12Ω<br />

S<br />

Resolvendo a associação em paralelo entre A e C, temos:<br />

1 1 1 4 + 1 5 12<br />

= + = = → R =<br />

R 3 12 12 12 5<br />

equivalente<br />

12 12 + 50<br />

+ 10 = = 12,<br />

4Ω<br />

5 5<br />

Resposta: 12<br />

, 4Ω<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 102 Fig. 103<br />

Fig. 100<br />

Fig. 101<br />

65


3 LEIS DE KIRCHHOFF<br />

Objetivos: Verificar, experimentalmente, as leis <strong>de</strong> Kirchhoff.<br />

Teoria:<br />

Um circuito elétrico po<strong>de</strong> ser composto por várias malhas, constituídas por elementos<br />

que geram ou absorvem energia elétrica. Para calcularmos as tensões e correntes<br />

nesses elementos, necessitamos utilizar as lei <strong>de</strong> Kirchhoff, <strong>de</strong>vido à complexida<strong>de</strong> do<br />

circuito.<br />

Para utilizarmos estas leis, precisamos <strong>de</strong>stacar trechos, on<strong>de</strong> se aplicam proprieda<strong>de</strong>s,<br />

facilitando o equacionamento.<br />

Um circuito é composto por malhas, nós e ramos. Definimos malha como sendo todo<br />

circuito fechado constituído por elementos elétricos. Denominamos nó a um ponto <strong>de</strong><br />

interligação <strong>de</strong> três ou mais componentes, e<br />

ramo, o trecho compreendido entre dois nós<br />

conse-cutivos.<br />

Na figura 104, temos um circuito elétrico<br />

on<strong>de</strong> vamos exemplificar os conceitos até<br />

agora vistos:<br />

Notamos que, o circuito é composto por três<br />

malhas, ABEF, BCDE e ABCDEF; sendo esta<br />

última <strong>de</strong>nominada malha externa. Os pontos<br />

B e E formam dois nós, on<strong>de</strong> se interligam<br />

geradores e resistores, constituindo 3<br />

ramos distintos o ramo à esquerda composto por E6, R1, E1 e E2, o ramo central composto<br />

por E3 e R2 e o ramo à direita composto por R5, E5, R4, E4 e R3.<br />

Após essas consi<strong>de</strong>rações, po<strong>de</strong>mos enunciar as leis <strong>de</strong> Kirchhoff:<br />

3.1 Lei <strong>de</strong> Kirchhoff para Corrente (LKC)<br />

1ª Lei: Em um nó, a soma algébrica das correntes é nula.<br />

Exemplo:<br />

Para o nó A, consi<strong>de</strong>raremos as correntes que chegam<br />

como positivas e as que saem como negativas.<br />

Portanto po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

I1 + I2- I3 + I4 - I5 - I6 = 0 ou<br />

I1 + I2+ I4 = I3 + I5 + I6<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 104: Circuito Elétrico<br />

I2 I3<br />

I1 A I4<br />

I6 I5<br />

Fig. 105<br />

66


3.2 Lei <strong>de</strong> Kirchhoff para Tensão (LKT)<br />

2ª Lei: Em uma malha, a soma algébrica das tensões é nula.<br />

Exemplo:<br />

Para a malha A B C D, partindo-se do ponto A, no<br />

sentido horário, adotado, po<strong>de</strong>mos escrever:<br />

- VR1 + E2 - VR2 - VR3 + E1 = 0<br />

E1 + E2 = VR1 + VR2 + VR3<br />

O sinal positivo representa um aumento <strong>de</strong> potencial e o sinal negativo uma perda <strong>de</strong><br />

potencial, isto é, os resistores ao serem percorridos pela corrente do circuito (imposta<br />

pelas baterias), apresentam queda <strong>de</strong> tensão contrária em relação ao sentido da corrente.<br />

Para aplicarmos as leis <strong>de</strong> Kirchhoff, tomemos como exemplo o circuito da figura 107,<br />

on<strong>de</strong> iremos calcular as correntes nos três ramos.<br />

Circuito Elétrico.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig.<br />

107<br />

Primeiramente, vamos adotar uma corrente para cada malha, sentido horário, conforme<br />

mostra a figura 108, se este estiver errado, encontraremos um resultado negativo,<br />

mas com valor numérico correto.<br />

Circuito elétrico, com as<br />

correntes <strong>de</strong> cada malha.<br />

Fig. 106<br />

Fig. 108<br />

67


Utilizando a 2ª lei <strong>de</strong> Kirchhoff, po<strong>de</strong>mos equacionar cada malha:<br />

Malha α: + 4,5 - 9 - 180l1 + 1,5 - 20l1 - 3 - 100(l1 - l2) = 0<br />

4,5 - 9 + 1,5 - 3 – 300l1 + 100l2 = 0<br />

-300l1 + 100l2 = 6 (I)<br />

malha β: - 100(l2-l1) + 3 - 6 – 330l2 – 100l2 + 12 – 470l2 = 0<br />

+ 3 - 6 + 12 – 1000l2 + 100l1 = 0<br />

100l1 – 1000l2 = - 9 (II)<br />

Montando-se o sistema <strong>de</strong> equações temos:<br />

- 300l1 + 100l2 = 6 (I)<br />

100l1 – 1000l2 = - 9 (II)<br />

Multiplicando-se a equação (I) por 10, temos:<br />

- 3000l1 + 1000l2 = 60<br />

100l1 – 1000l2 = -9<br />

Somando-se as duas equações, temos:<br />

-3000l1 + 1000l2 = 60<br />

100l1 – 1000l2 = - 9 +<br />

-2900l1 = 51<br />

51<br />

on<strong>de</strong>: l 1 = l1 = −17,<br />

6mA<br />

− 2900<br />

O sinal negativo na resposta indica que o sentido correto da corrente l1 é contrário ao<br />

adotado, estando o seu valor numérico correto.<br />

Para calcularmos a corrente l2, vamos substituir o valor <strong>de</strong> l1 na equação (II), levando<br />

em consi<strong>de</strong>ração o sinal negativo, pois as equações foram montadas <strong>de</strong> acordo com<br />

os sentidos <strong>de</strong> correntes adotados.<br />

100l1 – 1000l2 = - 9<br />

100 . (- 17,6 x 10-3) – 1000l2 = - 9<br />

-1,76 – 1000l2 = - 9<br />

− 9 + 1,<br />

76<br />

l 2 = −<br />

I 2 7,<br />

24mA<br />

−1000<br />

=<br />

Como l2 é um valor positivo, isto significa que o sentido adotado está correto.<br />

Para calcularmos a corrente no ramo central,<br />

utilizaremos a lei <strong>de</strong> Kirchhoff no nó A, como<br />

mostra a figura 109.<br />

Aplicação da 1ª lei <strong>de</strong> Kirchhoff no nó A<br />

Fig.109<br />

l + l = l l = l − l<br />

l<br />

l<br />

1<br />

3<br />

3<br />

3<br />

2<br />

− 3<br />

−3<br />

= 7,<br />

24×<br />

10 - ( −17,<br />

6×<br />

10 )<br />

= 24,<br />

84mA<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

3<br />

2<br />

1<br />

Da mesma forma, observando-se o sinal <strong>de</strong> l3, notamos que seu sentido coinci<strong>de</strong> com<br />

o adotado.<br />

68


Material Experimental<br />

Fonte variável<br />

Pilhas: 1,5V (três)<br />

Resistores: 820 Ω , 1K Ω , e2,2K Ω<br />

Multímetro<br />

Parte Prática<br />

1. Monte o circuito da figura 110.<br />

2. Meça e anote no quadro abaixo a tensão em cada elemento do circuito.<br />

E1 E2 E3 VR1 VR2 VR3<br />

3. Meça e anote no quadro abaixo a corrente em cada ramo.<br />

Ramo A Ramo B Ramo C<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 110<br />

69


4 POTÊNCIA ELÉTRICA<br />

4.1 Trabalho Elétrico<br />

Sabemos que está sendo realizado um trabalho, toda vez que um corpo se movimenta.<br />

Quando unimos com um condutor dois pontos entre os quais existe uma d.d.p., e nele<br />

se estabelece uma corrente elétrica, que é constituída por elétrons em movimento,<br />

estamos evi<strong>de</strong>ntemente realizando um trabalho que, pela sua natureza, é <strong>de</strong>nominado<br />

Trabalho Elétrico.<br />

O trabalho elétrico produzido <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da carga elétrica conduzida; quanto maior o<br />

número <strong>de</strong> coulombs que percorrem o condutor, em consequência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

d.d.p. aplicada aos seus extremos, maior o trabalho realizado. Também é fácil concluir<br />

que, quanto maior a tensão aplicada aos extremos do mesmo condutor, maior a<br />

intensida<strong>de</strong> da corrente e, portanto, maior o trabalho elétrico.<br />

Uma gran<strong>de</strong>za que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> diretamente <strong>de</strong> duas outras <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> também do produto<br />

<strong>de</strong>las, o que nos permite escrever que:<br />

W = EQ<br />

W = trabalho elétrico<br />

E = tensão<br />

Q = carga elétrica<br />

O trabalho realizado para transportar um Coulomb <strong>de</strong> um ponto a outro, entre os quais<br />

existe uma d.d.p. <strong>de</strong> um Volt, é o que chamamos <strong>de</strong> um Joule(J):<br />

1 JOULE = 1 VOLT x 1 COULOMB<br />

W = E x Q<br />

São os seguintes os múltiplos e submúltiplos usuais <strong>de</strong> joule:<br />

MEGAJOULE (MJ) = 1.000.000 J<br />

QUILOJOULE (kJ) = 1.000 j<br />

JOULE (J) = 1 J<br />

MILIJOULE (mJ) = 0,001 J<br />

MICROJOULE (µJ) = 0,000.0001 J<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

70


Da equação vista acima, po<strong>de</strong>mos tirar outras fórmulas úteis no cálculo do trabalho<br />

elétrico.<br />

Vimos que:<br />

Q = I.t<br />

Portanto,<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

W = E.I.t<br />

W = em JOULES (J)<br />

E = em VOLTS (V)<br />

I = em AMPÉRES (A)<br />

t = em SEGUNDOS (s)<br />

Quando estudamos a lei <strong>de</strong> Ohm, apren<strong>de</strong>mos que :<br />

E<br />

I = e R = I ⋅ R<br />

R<br />

Assim,<br />

E<br />

W = E ⋅ I ⋅t<br />

= E ⋅ ⋅t<br />

R<br />

e também<br />

W = E ⋅ I ⋅ t = I ⋅ R ⋅ I ⋅ t<br />

2<br />

W = I R ⋅ t<br />

W<br />

2<br />

E t<br />

=<br />

R<br />

Qualquer das equações estudadas permite a <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> um trabalho elétrico,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> que sejam conhecidos os dados necessários à sua utilização.<br />

71


4.2 Potência Elétrica<br />

Potência elétrica é o trabalho realizado pelos elétrons na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tempo, ou ainda,<br />

é o trabalho elétrico realizado num <strong>de</strong>terminado tempo. Sob a forma <strong>de</strong> equação, a<br />

potência é:<br />

W<br />

P =<br />

t<br />

W = energia em Joules (J)<br />

t = tempo em segundos (s)<br />

P = potência em Joules / segundo (J/s)<br />

O Joule/segundo é conhecido também com Watt (W) e é a potência quando está sendo<br />

realizado um trabalho <strong>de</strong> 1 Joule em cada segundo. Assim, se uma <strong>de</strong>terminada<br />

máquina fizesse um trabalho <strong>de</strong> 30 Joules em 10 segundos, seria gasto na razão <strong>de</strong> 3<br />

Joules por segundo, e, portanto, a potência seria <strong>de</strong> 3 Watts.<br />

É comum <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor em Calorias (cal), o que implica em escrever<br />

a equação na forma a seguir:<br />

Qc = 0,24 I 2 R t<br />

0,24 = fator para transformação <strong>de</strong> joules em calorias.<br />

O calor produzido por uma corrente elétrica tem aplicações diversas (aquecimento <strong>de</strong><br />

água, fusão <strong>de</strong> materiais, etc.).<br />

A título <strong>de</strong> exercício, relacionemos a lei <strong>de</strong> Joule com a equação abaixo, que nos permite<br />

<strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor absorvida ou libertada por um corpo, quando<br />

sua temperatura é variada:<br />

Qc = m c ∆T<br />

Qc = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor, em Calorias (cal)<br />

m = massa do corpo em gramas (g)<br />

c = calor específico do material que constitui o corpo (dado em tabelas)<br />

∆T = variação <strong>de</strong> temperatura em graus da escala <strong>de</strong> Celsius.<br />

Com esta equação po<strong>de</strong>mos, por exemplo, calcular a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor necessária<br />

para fazer variar a temperatura <strong>de</strong> uma certa quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> água e, com o resultado<br />

obtido (Qc) po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>terminar o tempo necessário para que uma dada corrente elétrica,<br />

percorrendo um aquecedor elétrico, produza a variação <strong>de</strong>sejada.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

72


R.28: Qual o tempo necessário para que uma corrente <strong>de</strong> 2 A, em um elemento aquecedor<br />

<strong>de</strong> 30 Ohms <strong>de</strong> resistência, faça variar <strong>de</strong> 80º C a temperatura <strong>de</strong> 2000g <strong>de</strong> água?<br />

Solução:<br />

m = 2.000g c = 1 (no caso da água) ∆T = 80º C<br />

Qc = m c ∆T = 2.000 x 80 = 160.000 cal<br />

I = 2A R = 30 Ohms Qc = 160.000 cal<br />

QC<br />

t =<br />

= 5.<br />

555s<br />

2<br />

0,<br />

24×<br />

2 × 30<br />

4.3 Lei <strong>de</strong> Joule<br />

A lei <strong>de</strong> Joule refere-se ao calor produzido por uma corrente elétrica num condutor, e<br />

seu enunciado é o seguinte:<br />

“A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor produzida num condutor por uma corrente elétrica é diretamente<br />

proporcional. “<br />

ao quadrado da intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica;<br />

a resitência elétrica do condutor<br />

ao tempo durante o qual os elétrons percorrem o condutor<br />

Sob a forma <strong>de</strong> equação:<br />

Qc = I 2 R t<br />

Qc = quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor em Joules (J)<br />

I = intensida<strong>de</strong> da corrente em Ampéres (A)<br />

R = resistência do condutor em Ohms (Ω)<br />

t = tempo em segundos (s)<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente, qualquer uma das expressões que vimos para cálculo da energia elétrica<br />

serve para <strong>de</strong>terminar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor produzida por uma corrente elétrica.<br />

4.4 Energia Elétrica<br />

Energia é a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir trabalho. Quando dizemos que uma pilha elétrica<br />

tem energia, isto significa que ela é capaz <strong>de</strong> produzir um trabalho elétrico num condutor<br />

ligado aos seus terminais. Se a pilha, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> algum tempo <strong>de</strong> uso, não po<strong>de</strong><br />

produzir uma corrente no condutor, dizemos que ela não tem mais energia, ou seja,<br />

não é mais capaz <strong>de</strong> realizar trabalho.<br />

Ora, se o corpo só tem energia enquanto po<strong>de</strong> realizar trabalho, é evi<strong>de</strong>nte que o máximo<br />

<strong>de</strong> trabalho que ele po<strong>de</strong>rá efetuar correspon<strong>de</strong> ao máximo <strong>de</strong> energia que possui.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

73


5 MAGNETISMO<br />

5.1 Imãs Artificiais e Permanentes.<br />

As primeiras observações sobre os efeitos magnéticos foram feitas na Ásia Menor,<br />

on<strong>de</strong> foram encontradas algumas pedras que tinham a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair pedaços<br />

<strong>de</strong> ferro. Essas pedras foram chamadas <strong>de</strong> magnetita e hoje sabemos que são constituídas<br />

<strong>de</strong> óxido <strong>de</strong> ferro (Fe3O4). A magnetita, por ser encontrada na natureza já em<br />

forma <strong>de</strong> imã, é classificada como um imã natural.<br />

A maioria dos imãs utilizados hoje, é produzida artificialmente através <strong>de</strong> processos<br />

industriais. Os imãs artificiais po<strong>de</strong>m ser temporários ou permanentes, sendo que os<br />

temporários são feitos <strong>de</strong> ferro doce enquanto os permanentes são feitos <strong>de</strong> ligas <strong>de</strong><br />

aço (geralmente contendo níquel ou cobalto).<br />

5.2 Imã – Definição<br />

Sabemos que os imãs possuem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> atrair certos metais entre eles o ferro.<br />

Po<strong>de</strong>mos então utilizar essa proprieda<strong>de</strong> para <strong>de</strong>finir imã:<br />

Imã é todo corpo capaz <strong>de</strong> atrair pedaços <strong>de</strong> ferro<br />

Um imã é composto <strong>de</strong> imãs elementares que po<strong>de</strong>m ser os átomos ou moléculas que<br />

compõem o mesmo. Assim, para obter um imã, basta orientarmos os imãs elementares<br />

<strong>de</strong> um metal, processo esse que se chama imantação. No entanto, nem todos os<br />

metais po<strong>de</strong>m ser imantados.<br />

5.3 Magnetismo – Definição<br />

Chama-se magnetismo a proprieda<strong>de</strong> pela qual um imã exerce sua influência.<br />

Não é ainda completamente conhecida a natureza das forças magnéticas <strong>de</strong> atração e<br />

repulsão, embora conheçamos as leis que orientam suas ações e como utilizá-las.<br />

5.4 Pólos Magnéticos.<br />

Experimentalmente po<strong>de</strong>mos observar que as proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um imã se manifestam<br />

mais acentuadamente em seus extremos. A partir disso, os extremos do imã passaram<br />

a ser chamados <strong>de</strong> pólos magnéticos. Os pólos são o Norte e o Sul.<br />

Po<strong>de</strong>mos dizer que pólos são as duas regiões on<strong>de</strong> o imã exerce maior influência.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Campo Magnético<br />

Pólos Magnéticos<br />

Linhas <strong>de</strong> Força<br />

A Terra é um gran<strong>de</strong> imã<br />

N S<br />

Fig. 111<br />

74


5.5 Campo Magnético – Definição<br />

É a região <strong>de</strong>ntro da qual o imã exerce sua influência.<br />

5.6 Linhas <strong>de</strong> Força <strong>de</strong> um Campo Magnético - Conceito.<br />

Para facilitar a representação <strong>de</strong> um campo magnético, utilizamos o conceito <strong>de</strong> linha<br />

<strong>de</strong> força.<br />

Geralmente <strong>de</strong>finem-se linhas <strong>de</strong> força <strong>de</strong> um campo magnético da seguinte forma:<br />

São trajetórias percorridas por uma massa magnética hipotética norte, concentrada<br />

num ponto material, móvel no campo.<br />

Por isso, diz-se que as linhas <strong>de</strong> força saem do norte e vão para o sul como mostra a<br />

figura .<br />

5.7 Principio da Inseparabilida<strong>de</strong> dos Pólos.<br />

Se partirmos um imã ao meio, obteremos dois novos imãs com dois pólos cada um,<br />

conforme a figura abaixo:<br />

Da mesma forma, dividindo ao meio cada um dos novos imãs obteremos mais imãs<br />

mas com dois pólos. Desta forma, é impossível separar os pólos <strong>de</strong> um imã, pois por<br />

mais que os dividamos , eles sempre terão dois pólos.<br />

5.8 Interação entre Imãs - Lei <strong>de</strong> Du Fay.<br />

Verificamos experimentalmente que Pólos <strong>de</strong> mesmo nome se repelem enquanto que<br />

pólos <strong>de</strong> nomes contrários se atraem.<br />

5.9 Intensida<strong>de</strong> Magnética <strong>de</strong> um Pólo.<br />

É a energia que um pólo possui, capaz <strong>de</strong> produzir efeitos magnéticos.<br />

Unida<strong>de</strong>s: Weber (Wb) ou Maxwell (Mx) on<strong>de</strong> 1Mx = 1linha <strong>de</strong> força (1Wb=10 8 Mx)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N S N S N S Fig.112<br />

F F<br />

N S<br />

N S<br />

N S<br />

F F<br />

S<br />

N<br />

Fig. 113<br />

75


5.10 Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo Magnético (H)<br />

É o valor do campo no ponto consi<strong>de</strong>rado.<br />

Exemplo:<br />

Unida<strong>de</strong>: Ampère por metro (A/m)<br />

5.11 Campo Magnético Uniforme.<br />

Um campo é uniforme, quando possui em todos os pontos, mesma direção, mesmo<br />

sentido e mesma intensida<strong>de</strong>.<br />

Exemplo: a região entre os pólos da figura abaixo, caracteriza um campo magnético<br />

uniforme. No entanto nas regiões extremas as linhas <strong>de</strong> força se curvam ocorrendo o<br />

chamado "espraiamento".<br />

Exemplo <strong>de</strong> campo não uniforme<br />

5.12 Campo Magnético I<strong>de</strong>almente Simples.<br />

É o campo produzido por um único pólo.<br />

1<br />

H =<br />

4×<br />

π ×<br />

µ<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

0<br />

P<br />

× 2<br />

r<br />

N S Fig. 114<br />

5.13 Força em um Pólo no Interior <strong>de</strong> um Campo Uniforme.<br />

S Fig. 116<br />

A força que um campo magnético exerce em um pólo, é igual ao produto da intensida<strong>de</strong><br />

magnética do pólo pela intensida<strong>de</strong> do campo magnético no ponto on<strong>de</strong> se situa o<br />

pólo.<br />

F = P x H<br />

On<strong>de</strong><br />

F = força que o campo exerce sobre o pólo (N)<br />

P = intensida<strong>de</strong> magnética do pólo (Wb)<br />

H = intensida<strong>de</strong> do campo on<strong>de</strong> se situam pólos (A/m)<br />

P<br />

Hs<br />

Hn<br />

N S<br />

N<br />

H<br />

Fig. 115<br />

76


6 ELETROMAGNETISMO<br />

6.1 Experiência <strong>de</strong> Oersted<br />

No esquema abaixo o condutor está colocado sobre<br />

uma bússola e o circuito está <strong>de</strong>sligado. A agulha da<br />

bússola está orientada segundo a direção do<br />

magnetismo terrestre:<br />

Fig. 118<br />

6.2 Regra <strong>de</strong> Ampère<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 117<br />

Quando fecharmos a chave S, passa a circular uma<br />

corrente no circuito, imediatamente a agulha da<br />

bússola assume nova posição, ficando agora<br />

perpendicular ao condutor, evi<strong>de</strong>nciando a presença<br />

<strong>de</strong> um campo magnético produzido pela corrente.<br />

Depois que Oersted comprovou a existência <strong>de</strong> um campo magnético produzido pela<br />

corrente elétrica, o cientista francês, André Marie Ampère preocupou-se em <strong>de</strong>scobrir<br />

as características <strong>de</strong>sse campo.<br />

O experimento que apresentamos a seguir nos revela a configuração do campo produzido<br />

por uma corrente.<br />

Limalha <strong>de</strong> ferro<br />

Fig. 119<br />

Sobre uma folha <strong>de</strong> papel, atravessada ao meio por um condutor é espalhada limalha<br />

<strong>de</strong> ferro. Quando o condutor for percorrido por uma corrente I, a limalha se orienta <strong>de</strong><br />

acordo com o campo criado. Assim po<strong>de</strong>mos ver que as linhas <strong>de</strong> força do campo<br />

magnético são círculos concêntricos.<br />

A “regra <strong>de</strong> Ampère”, também chamada<br />

<strong>de</strong> “regra da mão esquerda”, (sentido<br />

real) nos fornece a orientação das<br />

linhas <strong>de</strong> força. O polegar indica o sentido<br />

da corrente e os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>dos o<br />

sentido das linhas <strong>de</strong> força.<br />

Fig. 120<br />

S<br />

Exemplos:<br />

Fig. 121<br />

S<br />

77


6.3 Cálculo da Intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Campo Magnético.<br />

6.3.1 Em torno <strong>de</strong> um condutor<br />

O vetor H representativo da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo em um ponto é tangente ao campo<br />

no ponto consi<strong>de</strong>rado.<br />

A intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no ponto consi<strong>de</strong>rado é diretamente proporcional a corrente<br />

no condutor e inversamente proporcional à distância do centro do condutor ao ponto.<br />

Matematicamente :<br />

i<br />

H =<br />

2×<br />

π×<br />

r<br />

on<strong>de</strong>:<br />

H = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no ponto P(A/m)<br />

i = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente (A)<br />

r = distância do centro do condutor ao ponto P. (m)<br />

6.3.2 No centro <strong>de</strong> uma espira<br />

Para <strong>de</strong>terminação do sentido do campo no centro da espira, a regra da mão esquerda<br />

é alternada. O polegar indica o sentido do campo e os <strong>de</strong>mais <strong>de</strong>dos, o sentido da<br />

corrente.<br />

Matematicamente :<br />

i<br />

H =<br />

2 × R<br />

on<strong>de</strong>:<br />

H = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no centro da espira (A/m)<br />

i = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente (A)<br />

R = raio da espira (m)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

A<br />

H<br />

H<br />

r<br />

P<br />

Fig. 122<br />

Fig. 123<br />

78


6.3.3 No centro <strong>de</strong> um solenói<strong>de</strong><br />

Na figura ao lado, vemos na parte superior, como<br />

surge o campo magnético num solenói<strong>de</strong> percorrido<br />

por corrente continua. Os campos criados em cada<br />

condutor que forma o solenói<strong>de</strong> se somam e o<br />

resultado final é um campo magnético idêntico ao <strong>de</strong><br />

um imã permanente em forma <strong>de</strong> barra.<br />

Fig. 124<br />

O espectro magnético, que é a configuração física do campo magnético será igual<br />

para cada caso.<br />

A fórmula a seguir nos dá o valor da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no centro do solenói<strong>de</strong>.<br />

Para solenói<strong>de</strong>s suficientemente compridos, po<strong>de</strong>mos consi<strong>de</strong>rar o campo constante<br />

em praticamente toda a extensão do interior do solenói<strong>de</strong>.<br />

N × I<br />

H =<br />

L<br />

On<strong>de</strong>:<br />

N = nº <strong>de</strong> espiras do solenói<strong>de</strong><br />

I = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente (A)<br />

H = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo magnético no centro do solenói<strong>de</strong> (A/m)<br />

L = comprimento do solenói<strong>de</strong> (m)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N S<br />

Fig. 125 Fig. 126<br />

L<br />

Fig. 127<br />

79


6.4 Indução Magnética<br />

Imagine-se imergir num campo magnético uniforme <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> H, representado<br />

abaixo, um pedaço <strong>de</strong> ferro doce. Pela ação do campo externo H, os imãs elementares<br />

<strong>de</strong> ferro doce se orientam em parte, fazendo com que o mesmo se comporte como<br />

um imã comum.<br />

Desta forma as linhas <strong>de</strong> força produzidas pelo ferro doce estarão <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le na<br />

mesma direção e sentido do campo H, e fora <strong>de</strong>le, em sentido contrário. Po<strong>de</strong>mos<br />

concluir então que haverá um campo magnético resultante do exposto acima e que<br />

mostramos na figura a seguir:<br />

No interior do ferro doce o campo magnético é agora, maior do que sem o ferro.<br />

Esse novo campo, resultado da soma do<br />

campo H com o campo induzido no ferro do-<br />

ce é chamado <strong>de</strong> campo B, mais<br />

conhecido como indução magnética.<br />

Portanto:<br />

Indução magnética é o campo magnético<br />

efetivo num <strong>de</strong>terminado meio.<br />

Os materiais que reforçam um campo magnético são chamados <strong>de</strong> materiais ferro<br />

magnéticos.<br />

Apesar <strong>de</strong> ser também campo magnético, a indução magnética possui outra unida<strong>de</strong><br />

no sistema MKS, o Tesla (T).<br />

No CGS, a unida<strong>de</strong> é Gauss , on<strong>de</strong>:<br />

1T = 10 4 Gauss<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

S<br />

Fig. 128<br />

N<br />

B<br />

Fig. 129<br />

80


6.5 Permeabilida<strong>de</strong><br />

6.5.1 Permeabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um material<br />

Vimos até agora que, imergindo um pedaço <strong>de</strong> ferro doce num campo magnético H, o<br />

campo original é reforçado produzindo-se um campo magnético resultante B, maior do<br />

que o primeiro. A relação entre o campo B e o campo H é chamada <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong><br />

magnética <strong>de</strong> um material, representada por µ (mi):<br />

µ =<br />

B<br />

H<br />

A permeabilida<strong>de</strong> magnética é uma gran<strong>de</strong>za característica <strong>de</strong> cada material que indica<br />

a aptidão <strong>de</strong>ste material em reforçar um campo magnético inicial.<br />

O ar, o vácuo e alguns gases não possuem a proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforçar o campo inicial e<br />

portanto o campo B é igual ao campo H. Se esses campos possuíssem a mesma unida<strong>de</strong>,<br />

o valor <strong>de</strong> µ seria 1. No entanto como já dissemos, as unida<strong>de</strong>s são outras e<br />

para po<strong>de</strong>r relacionar B com H em suas respectivas unida<strong>de</strong>s, µ <strong>de</strong>ve assumir o valor<br />

igual a µ0 = 4 x π x 10 -7 H/m.<br />

Esse valor é tomado como referencial para os <strong>de</strong>mais materiais.<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> (Henry por metro) é necessária para que a equação B =<br />

µ x H fique dimensionalmente correta.<br />

Existem também materiais cuja característica é contrária à dos materiais magnéticos.<br />

Esses materiais ao invés <strong>de</strong> reforçarem o campo magnético inicial, enfraquecem-no,<br />

como mostra a figura abaixo:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 130<br />

Os materiais que exibem tal comportamento, são chamados <strong>de</strong> diamagnéticos. Existe<br />

uma série <strong>de</strong> outras classificações dos materiais quanto ao seu comportamento magnético,<br />

no entanto, nos limitaremos a chamar <strong>de</strong> materiais ferromagnéticos os materiais<br />

que reforçam um campo e materiais não magnéticos os que são indiferentes, ou<br />

enfraquecem um campo inicial.<br />

81


6.5.2 Permeabilida<strong>de</strong> Relativa ( µ r )<br />

É um valor adimensional que exprime a relação entre a permeabilida<strong>de</strong> do material e a<br />

do vácuo.<br />

µ<br />

µ r =<br />

µ 0<br />

On<strong>de</strong>:<br />

µ r = permeabilida<strong>de</strong> relativa ;<br />

µ = permeabilida<strong>de</strong> do material (H/m)<br />

µ = permeabilida<strong>de</strong> do vácuo (H/m)<br />

Os materiais ferromagnéticos apresentam permeabilida<strong>de</strong> relativa maior do que 1. Os<br />

materiais não magnéticos possuem permeabilida<strong>de</strong> relativa menor do que 1.<br />

Valores típicos <strong>de</strong> permeabilida<strong>de</strong> relativa <strong>de</strong> materiais ferromagnéticos usados em<br />

máquinas encontram-se numa faixa <strong>de</strong> 2000 até 6000. No entanto existem materiais<br />

com µ r até 100.000.<br />

6.6 Fluxo Magnético<br />

Para representar um campo magnético (B ou H)<br />

utilizamos o artifício das linhas <strong>de</strong> força. Vejamos então<br />

o que ocorre no esquema ao lado:<br />

Sabemos que no interior do solenói<strong>de</strong> as linhas <strong>de</strong> força<br />

encontram-se concentradas e portanto a indução é elevada. Fig. 131<br />

Externamente ao solenói<strong>de</strong>, as linhas <strong>de</strong> força espalham-se numa área bastante<br />

gran<strong>de</strong> seguindo diversos caminhos para saírem do norte e chegarem ao sul. A indução<br />

portanto é baixa.<br />

No entanto e fácil percebermos que o número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> força no interior do solenói<strong>de</strong><br />

é exatamente o mesmo que fora <strong>de</strong>le. Vamos <strong>de</strong>finir então fluxo magnético:<br />

Fluxo magnético é o número <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> força que atravessa uma <strong>de</strong>terminada superfície.<br />

O fluxo magnético é representado por Ø (fi) e sua unida<strong>de</strong> é Weber (Wb).<br />

Vimos que apesar do fluxo ser o mesmo interna e externamente ao solenói<strong>de</strong>, a indução<br />

é maior no interior do solenói<strong>de</strong> por estarem as linhas <strong>de</strong> força mais concentradas.<br />

Existe, portanto uma relação entre o fluxo e a indução, que é a seguinte:<br />

B<br />

S<br />

Φ<br />

=<br />

On<strong>de</strong><br />

B = indução magnética (T)<br />

Ø = fluxo magnético (Wb)<br />

S = área da secção consi<strong>de</strong>rada perpendicular ao fluxo (m 2 ).<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

82


Exercícios<br />

E.2: Calcular o fluxo magnético na secção abaixo:<br />

Φ = B×<br />

S<br />

Φ = 1×<br />

0,<br />

2×<br />

0,<br />

1<br />

− 3<br />

Φ = 20×<br />

10 Wb<br />

Φ = 20 mWb<br />

6.7 Curva <strong>de</strong> Magnetização<br />

Como vimos no exemplo do ferro doce colocado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um campo H, existe um<br />

reforço <strong>de</strong>sse campo cuja resultante chamamos <strong>de</strong> campo B ou indução magnética.<br />

Se o campo H for aumentado, haverá maior orientação dos imãs elementares <strong>de</strong> ferro<br />

e conseqüentemente, maior será o valor <strong>de</strong> B. No entanto, a relação entre B e H não é<br />

uma constante para todos os valores <strong>de</strong> H. No gráfico abaixo vemos que com o acréscimo<br />

<strong>de</strong> H, haverá um acréscimo <strong>de</strong> B. Entretanto, haverá um ponto que o campo B<br />

não mais aumentará na mesma proporção que o campo H e chegará até um ponto em<br />

que B não mais aumentará significativamente , isto porque já não há mais imãs elementares<br />

para serem orientados. Assim, por mais que H aumente, B não aumenta.<br />

A curva ao lado é chamada <strong>de</strong> curva <strong>de</strong><br />

B(T) A<br />

magnetização, <strong>de</strong> um material, e varia<br />

conforme o material.<br />

Bmáx<br />

Quando o material chega em seu valor<br />

máximo <strong>de</strong> indução, dizemos que ele está<br />

magneticamente saturado.<br />

Observação: Note na curva <strong>de</strong> magnetiza-<br />

B<br />

ção, que o valor da µ = varia para ca-<br />

H<br />

da valor <strong>de</strong> H.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

10cm<br />

Fig. 133<br />

B=1T<br />

Hmáx<br />

20cm<br />

Fig. 132<br />

H (A/m)<br />

83


6.8 Histerese Magnética<br />

Até agora falamos em imãs elementares <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material sem no entanto<br />

entrarmos em <strong>de</strong>talhes.<br />

Um imã elementar nada mais é do que um átomo <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado material que<br />

exibe as características <strong>de</strong> um imã. Todo átomo que se comporta <strong>de</strong>ssa forma é chamado<br />

<strong>de</strong> "dipólo magnético".<br />

As proprieda<strong>de</strong>s magnéticas dos dipólos são <strong>de</strong>vidas à três causas. A primeira é <strong>de</strong>vido<br />

à circulação dos elétrons em torno do átomo (análogo a uma espira percorrida por<br />

corrente). A segunda é <strong>de</strong>vido ao spin do elétron (SPIN é o movimento <strong>de</strong> rotação do<br />

elétron em torno <strong>de</strong> seu próprio eixo). A terceira <strong>de</strong>vido ao SPIN do núcleo. No entanto,<br />

as duas últimas contribuições são <strong>de</strong>sprezíveis se comparadas é primeira.<br />

Assim, os átomos em que pequenos campos magnéticos produzidos pela movimentação<br />

dos elétrons em suas órbitas e pelos SPINS se combinam para produzir um <strong>de</strong>terminado<br />

campo resultante são os dipólos característicos <strong>de</strong> um material ferromagnético.<br />

Po<strong>de</strong>rá também ocorrer que a combinação <strong>de</strong>sses campos em um átomo resulte<br />

num campo nulo. Se assim o for o material será dito diamagnético.<br />

Campo resultante diferente <strong>de</strong> zero (material ferromagnético)<br />

campo nulo (material diamagnético)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Fig. 134<br />

Em um material ferromagnético os dipólos, <strong>de</strong>vido à influência <strong>de</strong> outros dipólos próximos,<br />

se alinham formando pequenos grupos que chamamos<br />

<strong>de</strong> "domínios magnéticos".<br />

Assim, num material <strong>de</strong>smagnetizado, temos os domínios<br />

orientados em todas as direções, fazendo com que o corpo<br />

não apresente proprieda<strong>de</strong>s magnéticas exteriores.<br />

Vistos os conceitos preliminares, vamos ver agora o que é<br />

histerese magnética. Para isto, consi<strong>de</strong>remos um material<br />

ferromagnético inicialmente <strong>de</strong>smagnetizado e sobre ele enroladas algumas espiras<br />

como mostra a figura.<br />

i<br />

Fig. 136<br />

Fig. 135<br />

84


Inicialmente os campos B e H são nulos. Quando injetamos uma corrente " i ", cria-se<br />

um campo H e esse campo, orientando alguns dos domínios do material, faz com que<br />

apareça um campo B. Conforme vamos aumentando H, B vai aumentado até que todos<br />

as domínios sejam orientados, quando o material estará então saturado (ponto Pi).<br />

P1, P2 = pontos <strong>de</strong> saturação;<br />

Br, -Br = indução residual ou remanescente;<br />

Hc, -Hc = campo coercitivo.<br />

A partir daí, se começarmos a diminuir o campo<br />

H (diminuindo o valor da corrente), a indução<br />

irá também diminuir. No entanto, quando<br />

H chega a zero, existirá ainda um certo valor<br />

<strong>de</strong> indução chamado <strong>de</strong> indução residual (Br).<br />

Esta indução residual <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> que<br />

Fig. 137<br />

após cessado o efeito <strong>de</strong> H, alguns domínios<br />

permanecem orientados.<br />

Para eliminar a indução residual, é necessário aplicar um campo em sentido contrário<br />

(invertendo o sentido da corrente). A esse valor <strong>de</strong> campo necessário para eliminar a<br />

indução residual, chamamos <strong>de</strong> "campo coercitivo".<br />

Estamos agora novamente com B = 0, mas às custas <strong>de</strong> um campo -Hc. Se continuarmos<br />

a aumentar o campo H (negativamente) a indução irá aumentar, agora em sentido<br />

contrário, até o material saturar novamente.<br />

Trazendo o campo H a zero novamente, teremos agora um valor <strong>de</strong> indução residual -<br />

Br.<br />

Novamente é necessário aplicar um campo em sentido contrário (agora positivo) para<br />

levar Br até zero. Aumentando H, o material chega <strong>de</strong> novo ao ponto <strong>de</strong> saturação P1,<br />

completando o chamado ciclo <strong>de</strong> Histerese.<br />

Os fenômenos da histerese magnética <strong>de</strong>vem ser interpretados como conseqüência<br />

da inércia e dos atritos a que os domínios estão sujeitos. Isto justifica o fato <strong>de</strong> um<br />

núcleo submetido a diversos ciclos da histerese, sofrer um aquecimento.<br />

Este aquecimento representa para um equipamento uma perda <strong>de</strong> energia. Esta perda<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da metalurgia do material <strong>de</strong> que é feito o núcleo, (particularmente da percentagem<br />

<strong>de</strong> silício), da freqüência, da espessura do material em um plano normal ao<br />

campo e da indução magnética máxima. Resumindo, po<strong>de</strong>mos dizer que a perda por<br />

histerese é proporcional à área do ciclo <strong>de</strong> histerese.<br />

Do exposto, subenten<strong>de</strong>-se que os aparelhos elétricos <strong>de</strong> corrente alternada, cujos<br />

núcleos ficam sujeitos à variações <strong>de</strong> campo magnético, ficam expostos a um número<br />

<strong>de</strong> ciclos <strong>de</strong> histerese por segundo igual à freqüência da tensão aplicada.<br />

Por esse motivo, seus núcleos <strong>de</strong>vem ser feitos com material <strong>de</strong> estreito ciclo <strong>de</strong> histerese<br />

para que as perdas sejam as menores possíveis.<br />

Por outro lado, os materiais com largo ciclo <strong>de</strong> histerese tem gran<strong>de</strong> aplicação na confecção<br />

<strong>de</strong> imãs permanentes por apresentarem alta indução residual.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

85


6.9 Força Magnetomotriz (FMM)<br />

Po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir força magnetomotriz como a causada pelo fluxo em um circuito magnético.<br />

(Análogo à força eletromotriz em um circuito elétrico).<br />

A unida<strong>de</strong> da fmm é o Ampère (A)<br />

Fórmulas:<br />

i<br />

fmm = N x i<br />

fmm = H x l<br />

on<strong>de</strong> :<br />

fmm = força magnetomotriz (A)<br />

N = número <strong>de</strong> espiras do circuito magnético<br />

H = intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo magnético (A/m)<br />

l = comprimento médio do circuito magnético (m)<br />

6.10 Relutância Magnética ( ℜ )<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N<br />

Φ<br />

i<br />

Fig. 138<br />

Definimos relutância magnética como a oposição que todos os materiais oferecem à<br />

passagem do fluxo. (Análogo é resistência no circuito elétrico).<br />

Sua unida<strong>de</strong> é o A / Wb.<br />

Po<strong>de</strong>mos calcular a relutância <strong>de</strong> um núcleo pela seguinte fórmula:<br />

1<br />

ℜ =<br />

µ × S<br />

on<strong>de</strong>:<br />

ℜ = relutância magnética do núcleo (A/Wb)<br />

l = comprimento médio do núcleo (m)<br />

µ = permeabilida<strong>de</strong> do material constituinte do núcleo (H/m)<br />

S = área da secção transversal do núcleo (m 2 )<br />

Também po<strong>de</strong>mos relacionar a relutância com a fmm e o fluxo:<br />

fmm<br />

ℜ = ∴ fmm<br />

Φ<br />

= Φ × ℜ<br />

86


6.11 Lei <strong>de</strong> Faraday<br />

Depois que Oersted <strong>de</strong>monstrou em 1820 que a corrente elétrica afetava a agulha <strong>de</strong><br />

uma bússola, Faraday manifestou sua convicção <strong>de</strong> que o campo magnético seria<br />

capaz <strong>de</strong> produzir corrente elétrica.<br />

Durante <strong>de</strong>z anos Faraday trabalhou no caso até conseguir sucesso em 1831. Ele<br />

observou que, num circuito como o mostrado abaixo, o galvanômetro <strong>de</strong>fletia no instante<br />

<strong>de</strong> ligar e <strong>de</strong>sligar a chave, mas permanecia imóvel quando a chave ficava ligada.<br />

Fig. 139<br />

Com isto ele concluiu que o fluxo magnético variável era o responsável pelo<br />

aparecimento da fem no enrolamento, on<strong>de</strong> estava conectado o galvanômetro. Quando<br />

ligamos a chave, a corrente não atinge seu valor <strong>de</strong> regime instantaneamente, levando<br />

um certo tempo para que isto ocorra. O mesmo acontece quando <strong>de</strong>sligamos.<br />

Por isso é que o fluxo nesses instantes é variável.<br />

Po<strong>de</strong>mos esten<strong>de</strong>r essa conclusão <strong>de</strong> Faraday, enunciando a Lei que leva seu nome.<br />

Lei <strong>de</strong> Faraday<br />

Toda vez que um condutor estiver sujeito a uma variação <strong>de</strong> fluxo, nele se estabelecerá<br />

uma fem induzida enquanto o fluxo estiver variando.<br />

Esta fem é diretamente proporcional à taxa <strong>de</strong> variação do fluxo no tempo.<br />

∆Φ<br />

Matematicamente: e = −N<br />

∆t<br />

On<strong>de</strong>:<br />

e = tensão induzida em volts (V)<br />

∆ φ = variação linear <strong>de</strong> fluxo magnético em weber (Wb)<br />

∆ t = tempo durante o qual houve variação <strong>de</strong> fluxo em segundos (s)<br />

N = nº <strong>de</strong> condutores ou espiras sob a ação do campo.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

G<br />

87


Observação: A justificativa do sinal negativo na fórmula, será visto no tópico seguinte.<br />

Um fluxo variável no tempo po<strong>de</strong> ser obtido <strong>de</strong> três formas a saber:<br />

Condutor imerso em um fluxo variável.<br />

Ø variável (por exemplo, o fluxo produzido por uma CA)<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x Fig. 140<br />

x x x x x x x x<br />

Movimento relativo entre um fluxo constante e um condutor,<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x<br />

x x x x x x x x Fig. 141<br />

x x x x x x x x<br />

Combinação dos dois anteriores, ou seja, movimento relativo entre um condutor e um<br />

fluxo magnético variável.<br />

6.12 Correntes <strong>de</strong> Foucault<br />

Também chamadas <strong>de</strong> correntes parasitas. São correntes que circulam em núcleos<br />

metálicos sujeitos a um campo magnético variável.<br />

Correntes<br />

parasitas<br />

Observando-se <strong>de</strong> frente e em corte, po<strong>de</strong>-se perceber que as correntes parasitas são<br />

pequenos círculos concêntricos como mostra a figura abaixo.<br />

Po<strong>de</strong>-se perceber também que em cada ponto no interior do<br />

núcleo da corrente é nula, pois o efeito <strong>de</strong> uma corrente é<br />

anulado por outra, observe. No entanto, isto não acontece<br />

na periferia. Aí as correntes, todas com mesmo sentido, se<br />

somam e circulam pela periferia do núcleo. Isso faz com que<br />

o núcleo se aqueça por efeito Joule, exigindo uma energia<br />

adicional da fonte. e por essa razão que essas correntes são<br />

chamadas parasitas.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

H variável<br />

Fig. 142<br />

Fig. 143<br />

88


Para reduzir o efeito das correntes parasitas, <strong>de</strong>ve-se<br />

laminar o núcleo na direção do campo, isolando-se as<br />

chapas entre si. lsso impe<strong>de</strong> que as correntes se somem<br />

e as perdas por efeito Joule serão pequenas.<br />

Também po<strong>de</strong>-se reduzir os efeitos das correntes <strong>de</strong><br />

Foucault através da adição <strong>de</strong> elementos que aumentam<br />

a resistivida<strong>de</strong> do núcleo (como o carbono) sem no entanto<br />

comprometer as proprieda<strong>de</strong>s magnéticas do núcleo.<br />

Apesar <strong>de</strong> serem na maioria dos casos in<strong>de</strong>sejáveis, as<br />

Fig. 144<br />

correntes <strong>de</strong> Foucault têm sua aplicação prática na confecção<br />

<strong>de</strong> medidores a disco <strong>de</strong> indução, relês e freios eletromagnéticos.<br />

6.13 Lei <strong>de</strong> Lenz<br />

A Lei <strong>de</strong> Lenz trata da polarida<strong>de</strong> da tensão induzida em um condutor. Enunciado:<br />

Os efeitos da fem induzida se opõem às causas que a originam.<br />

No caso <strong>de</strong> um condutor imerso em um campo magnético variável, a polarida<strong>de</strong> da<br />

tensão será tal que se o circuito for fechado, circulará uma corrente, criando um fluxo<br />

que se oporá à variação do fluxo inicial.<br />

Fig. 145<br />

Φ<br />

Variável<br />

Crescente<br />

Fig. 146<br />

Fluxo <strong>de</strong> oposição criado pela corrente induzida.<br />

No caso <strong>de</strong> um condutor em movimento <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um fluxo magnético.<br />

F<br />

x x x x x x x<br />

x x x x x x x<br />

x x x x x x x<br />

x x x x x x x<br />

x x x x x x x<br />

Fig. 147<br />

V<br />

A oposição se manifestará em forma <strong>de</strong> uma força contrária ao movimento.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Φ<br />

Variável<br />

Decrescente<br />

89


6.14 Tensão Induzida em Condutores que Cortam um Campo<br />

Magnético.<br />

Baseados na Lei da Faraday, vamos encontrar uma fórmula particular para calcular a<br />

tensão induzida em condutores que se movimentam no interior <strong>de</strong> um campo magnético.<br />

No esquema abaixo, vamos supor que o condutor se <strong>de</strong>sloca do ponto A ao ponto B<br />

com velocida<strong>de</strong> constante v, no interior <strong>de</strong> um campo B, percorrendo assim uma distância<br />

∆ × .<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

. . . . . . . . . . . . . . . .<br />

A<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

. . . . . . . . . . . V . . . . .<br />

∆ x<br />

B<br />

. . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

L<br />

Fig. 148<br />

Pela Lei da Faraday:<br />

∆φ<br />

e = −<br />

∆ t<br />

∆φ<br />

O fluxo é dado por: B = −<br />

∆ S<br />

∴ ∆φ = B × ∆ S<br />

B×<br />

∆φ<br />

× l<br />

e = −<br />

∆ t<br />

A área ∆ S é função <strong>de</strong> ∆ x e l : S = ∆x<br />

× l<br />

B × ∆x<br />

× l<br />

e = −<br />

∆ t<br />

∆ x<br />

Sabemos que = V<br />

∆ t<br />

Então: e = -B x l x v<br />

on<strong>de</strong> :<br />

e = tensão induzida em volts (V)<br />

B = indução magnética em Tesla (T)<br />

l = comprimento ativo do condutor em metros<br />

v = velocida<strong>de</strong> do condutor, perpendicular ao campo em metros por segundo (m/s)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

90


7 CORRENTE ALTERNADA E CORRENTE CONTÍNUA<br />

7.1 Corrente alternada<br />

Neste capitulo, estudaremos um assunto <strong>de</strong> fundamental importância para os profissionais<br />

da área da manutenção elétrica: vamos estudar corrente e tensão alternadas<br />

monofásicas<br />

Veremos como a corrente é gerada e a forma <strong>de</strong> onda senoidal por ela fornecida.<br />

Para estudar esse assunto com mais facilida<strong>de</strong>, é necessário ter conhecimentos anteriores<br />

sobre corrente e tensão elétrica<br />

Corrente e tensão alternadas monofásicas<br />

Como já foi visto, a tensão alternada muda<br />

constantemente <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong>. Isso provoca<br />

nos circuitos um fluxo <strong>de</strong> corrente ora em um<br />

sentido, ora em outro.<br />

Geração <strong>de</strong> corrente alternada<br />

Para se enten<strong>de</strong>r como se processa a geração <strong>de</strong> corrente alternada, é necessário<br />

saber como funciona um gerador elementar que consiste <strong>de</strong> uma espira disposta <strong>de</strong> tal<br />

forma que po<strong>de</strong> ser girada em um campo magnético estacionário.<br />

Desta forma, o condutor da espira corta as linhas<br />

do campo eletromagnético, produzindo a força<br />

eletromotriz (ou fem).<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N S<br />

Espira<br />

Carga<br />

Veja, na figura ao lado, a representação esquemática<br />

<strong>de</strong> um gerador elementar.<br />

N S<br />

91


Funcionamento do gerador<br />

Para mostrar o funcionamento do gerador, vamos imaginar um gerador cujas pontas<br />

das espiras estejam ligadas a um galvanômetro.<br />

Na posição inicial, o plano da espira está perpendicular ao campo magnético e seus<br />

condutores se <strong>de</strong>slocam paralelamente ao campo. Nesse caso, os condutores não<br />

cortam as linhas <strong>de</strong> força e, portanto, a força eletromotriz (fem) não é gerada.<br />

No instante em que a bobina é movimentada, o condutor corta as linhas <strong>de</strong> força do<br />

campo magnético e a geração <strong>de</strong> fem é iniciada.<br />

Observe na ilustração a seguir, a indicação do galvanômetro e a representação <strong>de</strong>ssa<br />

indicação no gráfico correspon<strong>de</strong>nte.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N S<br />

À medida que a espira se <strong>de</strong>sloca, aumenta seu ângulo em relação às linhas <strong>de</strong> força<br />

do campo. Ao atingir o ângulo <strong>de</strong> 90°, o gerador atingirá, a geração máxima da força<br />

eletromotriz, pois os condutores estarão cortando as linhas <strong>de</strong> força perpendicularmente.<br />

Acompanhe, na ilustração a seguir, a mudança no galvanômetro e no gráfico.<br />

N S<br />

Girando-se a espira até a posição <strong>de</strong> 135°, nota-se que a fem gerada começa a diminuir.<br />

N S<br />

Quando a espira atinge os 180° do ponta inicial, seus condutores não mais cortam as<br />

linhas <strong>de</strong> força e, portanto, não há indução <strong>de</strong> fem e o galvanômetro marca zero.<br />

Formou-se assim o primeiro semiciclo (positivo).<br />

92


SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

N S<br />

Quando a espira ultrapassa a posição <strong>de</strong> 180°, o sentido <strong>de</strong> movimento dos condutores<br />

em relação ao campo se inverte. Agora, o condutor preto se move para, cima e o<br />

condutor branco para baixo. Como resultado, a polarida<strong>de</strong> da fem e o sentido da corrente<br />

também são invertidos.<br />

A 225°, observe que o ponteiro do galvanômetro e, conseqüentemente, o gráfico, mostra<br />

o semiciclo negativo. Isso correspon<strong>de</strong> a uma inversão no sentido da corrente, porque<br />

o condutor corta o fluxo em sentido contrário.<br />

N S<br />

A posição <strong>de</strong> 270º correspon<strong>de</strong> à geração máxima da fem como se po<strong>de</strong> observar<br />

na ilustração a seguir.<br />

N S<br />

No <strong>de</strong>slocamento para 315°, os valores medidos pelo galvanômetro e mostrados no<br />

gráfico começam a diminuir.<br />

N S<br />

Finalmente, quando o segundo semiciclo {negativo) se forma, e obtém-se a volta completa<br />

ou ciclo (360°), observa-se a total ausência <strong>de</strong> força eletromotriz porque os condutores<br />

não cortam mais as linhas <strong>de</strong> força do campo magnético.<br />

93


N S<br />

Observe que o gráfico resultou em uma curva senoidal (ou senoi<strong>de</strong>) que representa a<br />

forma <strong>de</strong> onda da corrente <strong>de</strong> saída do gerador e que correspon<strong>de</strong> à rotação completa<br />

da espira.<br />

Nesse gráfico, o eixo horizontal representa o movimento circular da espira, daí suas<br />

subdivisões em graus. O eixo vertical representa a corrente elétrica gerada, medida<br />

pelo galvanômetro.<br />

Valor <strong>de</strong> pico e valor <strong>de</strong> pico a pico da tensão alternada senoidal<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

pico positivo<br />

Tensão <strong>de</strong><br />

pico negativo<br />

O valor <strong>de</strong> pico negativo é numericamente<br />

igual ao valor <strong>de</strong> pico positivo. Assim, a<br />

<strong>de</strong>terminação do valor <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> pico po<strong>de</strong><br />

ser feita em qualquer um dos semiciclos.<br />

A tensão <strong>de</strong> pico a pico da CA senoidal é o<br />

valor medido entre os picos positivo e<br />

negativo <strong>de</strong> um ciclo. A tensão <strong>de</strong> pico a pico é<br />

representada pela notação Vpp.<br />

Consi<strong>de</strong>rando-se que os dois semiciclos da<br />

CA são iguais, po<strong>de</strong>-se afirmar que:<br />

VPP = 2VP.<br />

Observação: Essas medições e conseqüente<br />

visualização da forma <strong>de</strong> onda da tensão CA, são<br />

feitas com um instrumento <strong>de</strong> medição<br />

<strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> osciloscópio.<br />

Da mesma forma que as medidas <strong>de</strong> pico e <strong>de</strong><br />

pico a pico se aplicam à tensão alternada<br />

senoidal, aplicam-se também á corrente alternada<br />

senoidal.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Tensão <strong>de</strong> pico é o valor máximo que a tensão<br />

atinge em cada semiciclo. A tensão <strong>de</strong> pico é<br />

representada pela notação Vp.<br />

Observe que no gráfico aparecem tensões <strong>de</strong><br />

pico positivo e tensão <strong>de</strong> pico negativo.<br />

94


Tensão e corrente eficazes<br />

Quando se aplica uma tensão contínua sobre um resistor, a corrente que circula por<br />

ele possui um valor constante.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Gráfico da tensão<br />

aplicada no resistor<br />

Gráfico da tensão aplicada no<br />

resistor<br />

Gráfico da corrente circulante<br />

no resistor<br />

Gráfico da corrente circulante<br />

no resistor<br />

Como resultado disso, estabelece-se uma dissipação <strong>de</strong> potência no resistor (P = E .<br />

I). Essa potência é dissipada em regime contínuo, fazendo com que haja um <strong>de</strong>sprendimento<br />

constante <strong>de</strong> calor no resistor.<br />

calor<br />

<strong>de</strong>sprendido<br />

Por outro lado, aplicando-se uma tensão alternada senoidai a um resistor, estabelece-se<br />

a circulação <strong>de</strong> uma corrente alternada senoidal.<br />

Como a tensão e a corrente são variáveis, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> calor produzido no resistor<br />

varia a cada instante.<br />

Nos momentos em que a tensão é zero, não há corrente e também não há produção<br />

<strong>de</strong> calor (P = 0).<br />

Nos momentos em que a tensão atinge o valor máximo (VP), a corrente também atinge<br />

o valor máximo (IP) e a potência dissipada é o produto da tensão máxima pela corrente<br />

máxima (Pp = Vp . lp).<br />

95


Em conseqüência <strong>de</strong>ssa produção variável <strong>de</strong> "trabalho" (calor) em CA, verifica-se que<br />

um resistor <strong>de</strong> valor R ligado a uma tensão continua <strong>de</strong> 10V produz a mesma quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> "trabalho" (calor) que o mesmo resistor R ligado a uma tensão alternada <strong>de</strong><br />

valor <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> 14,1 V, ou seja, 10 Vef.<br />

Assim, po<strong>de</strong>-se concluir que a tensão eficaz <strong>de</strong> uma CA senoidal é um valor que indica<br />

a tensão (ou corrente) contínua correspon<strong>de</strong>nte a essa CA em termos <strong>de</strong> produção <strong>de</strong><br />

trabalho.<br />

Cálculo da tensão/corrente eficaz<br />

Existe uma relação constante entre o valor eficaz (ou valor RMS) <strong>de</strong> uma CA senoidal<br />

e seu valor <strong>de</strong> pico: Essa relação auxilia no cálculo da tensão/corrente eficazes e é<br />

expressa como é mostrado a seguir. Tensão eficaz:<br />

V p<br />

V ef =<br />

2<br />

Corrente eficaz:<br />

I p<br />

I ef =<br />

2<br />

Exemplo <strong>de</strong> cálculo:<br />

Para um valor <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> 14,14 V, a tensão eficaz será:<br />

V<br />

ef<br />

Vp<br />

14,<br />

14<br />

= = = 10V<br />

2 1,<br />

414<br />

Assim, para um valor <strong>de</strong> pico <strong>de</strong> 14,14 V, teremos uma tensão eficaz <strong>de</strong> 10 V.<br />

A tensão/corrente eficaz é o dado obtido ao se utilizar, por exemplo, um multímetro.<br />

Observação<br />

Quando se me<strong>de</strong>m sinais alternados (senoidais) com um multímetro, este <strong>de</strong>ve ser<br />

aferido em 60Hz que é a freqüência da re<strong>de</strong> da concessionária <strong>de</strong> energia elétrica.<br />

Assim, os valores eficazes medidos com multímetro são válidos apenas para essa<br />

freqüência.<br />

Valor médio da corrente e da tensão alternada senoidal (Vac) O valor médio <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong>za senoidal, quando se refere a um ciclo completo é nulo. Isso acontece porque<br />

a soma dos valores instantâneos relativo ao semiciclo positivo é igual à soma do semiciclo<br />

negativo e sua resultante é constantemente nula.<br />

Veja gráfico a seguir.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Observe que a área S1 da senoi<strong>de</strong> (semiciclo) é<br />

igual a S2 (semiciclo), mas S1 está do lado positivo<br />

e S2 tem valor negativo.<br />

Portanto Stotal = S1 – S2 = 0.<br />

96


O valor médio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za alternada senoidal <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado como sendo<br />

a média aritmética dos valores instantâneos no intervalo <strong>de</strong> meio período (ou meio<br />

ciclo).<br />

Esse valor médio é representado pela altura do<br />

retângulo que tem como área a mesma<br />

superfície coberta pelo semiciclo consi<strong>de</strong>rado e<br />

como base a mesma base do semiciclo.<br />

A fórmula para o cálculo do valor médio da<br />

corrente alternada senoidal é:<br />

I<br />

dc<br />

= I<br />

med<br />

2⋅<br />

I<br />

=<br />

π<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

p<br />

Imax Imédia<br />

Nessa fórmula, Imed é a corrente média; Ip é a corrente <strong>de</strong> pico, e π é 3,14.<br />

A fórmula para calcular o valor médio da tensão alternada senoidal é:<br />

V<br />

dc<br />

= V<br />

med<br />

2 ⋅V<br />

=<br />

π<br />

p<br />

Nela, Vmed é a tensão média, Vp é a tensão máxima, e π é igual a 3,14.<br />

Exemplo <strong>de</strong> cálculo:<br />

Em uma gran<strong>de</strong>za senoidal, a tensão máxima é <strong>de</strong> 100V. Qual é a tensão média?<br />

Vmed<br />

2 ⋅V<br />

p<br />

=<br />

π<br />

2 ⋅100<br />

200<br />

= = = 63,<br />

6V<br />

3,<br />

14 3,<br />

14<br />

97


Freqüência e Período<br />

O número <strong>de</strong> ciclos por segundo é chamado <strong>de</strong><br />

freqüência, que é representada pelo símbolo f e<br />

dada em hertz (Hz). Um ciclo por segundo é<br />

igual a um hertz. Portanto, 60 ciclos por segundo<br />

(às vezes representado por cps) é igual a<br />

60Hz. Uma freqüência <strong>de</strong> 2 Hz (primeiro exemplo<br />

abaixo) é igual ao dobro da freqüência <strong>de</strong><br />

1Hz (segundo exemplo abaixo).<br />

O intervalo <strong>de</strong> tempo para que um ciclo se complete<br />

é chamado <strong>de</strong> período. É representado<br />

pelo símbolo T e expresso em segundos (s). A<br />

freqüência é o recíproco do período. f= 1<br />

Quanto mais<br />

alta a freqüência,menor<br />

o período.<br />

O ângulo <strong>de</strong><br />

360° representa<br />

o tempo para 1 ciclo, ou o período T. Portanto,<br />

po<strong>de</strong>mos agora representar o eixo horizontal <strong>de</strong><br />

uma onda senoidal em unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> graus elétricos<br />

ou em segundos.<br />

Exemplo: Uma corrente CA varia ao longo <strong>de</strong> um ciclo completo em 1 /100 s. Qual o<br />

período e a freqüência? Se a corrente tiver um valor máximo <strong>de</strong> 5 A, mostre a forma<br />

<strong>de</strong> onda para a corrente em graus e em milissegundos.<br />

1<br />

T = s ou 0,<br />

01s<br />

ou 10ms<br />

100<br />

1 1<br />

f = = = 100Hz<br />

T 1/<br />

100<br />

O comprimento <strong>de</strong> onda λ (letra grega minúscula lâmbda) é o comprimento <strong>de</strong> uma<br />

onda ou ciclo completo. Ele <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da freqüência da variação periódica e da sua<br />

velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transmissão. Exprimindo em termos <strong>de</strong> fórmula,<br />

velocida<strong>de</strong><br />

λ =<br />

freqïência<br />

Para as ondas eletromagnéticas na faixa <strong>de</strong> rádio, a velocida<strong>de</strong> no ar ou no vácuo é<br />

<strong>de</strong> 3 X 10 8 m/s, que correspon<strong>de</strong> à velocida<strong>de</strong> da luz. A Eq. abaixo é escrita na forma<br />

familiar<br />

λ =<br />

c<br />

f<br />

on<strong>de</strong> λ = comprimento <strong>de</strong> onda, m<br />

c = velocida<strong>de</strong> da luz, 3 X 10 8 m/s, uma constante<br />

f =rádio-freqüência, Hz<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

98


Exemplo: O canal 2 <strong>de</strong> TV opera numa freqüência <strong>de</strong> 60 MHz. Qual o seu comprimento<br />

<strong>de</strong> onda?<br />

Transforme f = 60MHz em f = 60 X 10 6 Hz e substitua na Eq. abaixo:<br />

λ =<br />

c<br />

f<br />

8<br />

3×<br />

10<br />

=<br />

60×<br />

10<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

6<br />

= 5m<br />

7.2 Corrente Contínua – CC<br />

Agora, estudaremos o tipo <strong>de</strong> corrente<br />

elétrica fornecida pelo gera com coletor<br />

comutador.<br />

O coletor comutador tem a função comutar<br />

(mudar) a ligação da bobina com as<br />

escovas e permitir a retirada corrente das<br />

bobinas.<br />

Um coletor comutador é um anel em duas<br />

(ou mais) partes, isoladas entre si e da<br />

massa.<br />

Conseqüentemente, a corrente <strong>de</strong> saída<br />

terá sempre a mesma polarida<strong>de</strong>, variando<br />

apenas <strong>de</strong> valor, crescendo <strong>de</strong> zero até<br />

um valor máximo e voltando a zero. Posteriormente,<br />

cresce novamente até o máximo,<br />

caindo, por fim, outra vez a zero.<br />

Isto ocorre para cada volta completa da<br />

espira.<br />

Observando o gráfico ao lado, po<strong>de</strong>mos<br />

<strong>de</strong>finir que esse tipo <strong>de</strong> corrente tem um<br />

só sentido, e é <strong>de</strong>nominado Corrente Contínual<br />

(CC) pulsante.<br />

99


Vantagens e <strong>de</strong>svantagens da Corrente Alternada e da Corrente Contínua<br />

Corrente Alternada (CA):<br />

A principal vantagem da CA é que nós pu<strong>de</strong>mos aumentar ou diminuir facilmente a<br />

sua tensão, através <strong>de</strong> transformador.<br />

Corrente Contínua (CC):<br />

Quando aplicada em motores, apresenta gran<strong>de</strong> vantagem: elevado torque inicial,<br />

gran<strong>de</strong> gama <strong>de</strong> rotações, controle fácil <strong>de</strong> rotação e recuperação <strong>de</strong> energia.<br />

Essas aplicações são comuns em: locomotivas elétricas, ônibus elétrico, elevadores,<br />

eletroímã, trens elétricos, etc.<br />

Os rotores dos motores para corrente continua são bobinados e possuem coletores,<br />

comutadores.<br />

Com isso, o motor torna-se mais complexo, <strong>de</strong> difícil manutenção e mais caro.<br />

Por outro lado, a corrente contínua tem a <strong>de</strong>svantagem <strong>de</strong> não ser facilmente transformada<br />

em valores maiores ou menores, exigindo, para isso, equipamentos especiais,<br />

tais como conversores.<br />

Exercícios:<br />

1. Responda às questões que seguem.<br />

a) Qual a principal diferença entre as correntes contínua e alternada ?<br />

b) Analisando o gráfico senoidal da tensão alternada, em quais posições em graus<br />

geométricos a tensão atinge seus valores máximos ?<br />

c) Qual a diferença entre os valores <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> pico e tensão <strong>de</strong> pico a pico ?<br />

d) Qual tensão alternada é indicada no multímetro (Vp, Vpp, Vef, Vmed)?<br />

e) Como <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rado o valor médio <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong>za alternada senoidal ?<br />

2. Resolva os exercícios propostos.<br />

a) Calcule os valores das tensões <strong>de</strong> pico a pico, eficaz e média para uma senoi<strong>de</strong><br />

com 312 V <strong>de</strong> pico.<br />

b) Quais os valores das correntes máxima (lP) e eficaz (Ief) para uma corrente média<br />

(lmed) <strong>de</strong> 20 A ?<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

100


8 IMPEDÂNCIA (ANÁLISES EM CORRENTE ALTERNADA)<br />

8.1 Indutores<br />

Neste capítulo, é iniciado o estudo <strong>de</strong> um novo componente: o indutor. Seu campo <strong>de</strong><br />

aplicação se esten<strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os filtros para caixas acústicas até circuitos industriais,<br />

passando pela transmissão <strong>de</strong> sinais <strong>de</strong> rádio e televisão.<br />

O capítulo falará dos indutores, dos fenômenos ligados ao magnetismo que ocorrem<br />

no indutor e <strong>de</strong> seu comportamento em CA.<br />

Para ter sucesso no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>sses conteúdos, é necessário ter<br />

conhecimentos anteríores sobre magnetismo e eletromagnetismo.<br />

8.1.1 Indução<br />

O princípio da geração <strong>de</strong> energia elétrica baseia-se no fato <strong>de</strong> que toda a vez que um<br />

condutor se movimenta no interior <strong>de</strong> um campo magnético aparece neste condutor<br />

uma diferença <strong>de</strong> potencial.<br />

Essa tensão gerada pelo movimento do condutor no interior <strong>de</strong> um campo magnético é<br />

<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> tensão induzida.<br />

Michael Faraday, cientista inglês, ao realizar estudos com o eletromagnetismo, <strong>de</strong>terminou<br />

as condições necessárias para que uma tensão seja induzida em um condutor.<br />

Suas observações po<strong>de</strong>m ser resumidas em duas conclusões que compõem as<br />

leis da auto-indução:<br />

1. Quando um condutor elétrico é sujeito a um campo magnético variável, uma tensão<br />

induzida tem origem nesse condutor.<br />

Observação<br />

Para ter um campo magnético variável no condutor, po<strong>de</strong>-se manter o campo magnético<br />

estacionário e movimentar o condutor perpendicularmente ao campo, ou manter o<br />

condutor estacionário e movimentar o campo magnético.<br />

2. A magnitu<strong>de</strong> da tensão induzida é diretamente proporcional à intensida<strong>de</strong> do fluxo<br />

magnético e à velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua variação. Isso significa que quanto mais intenso for o<br />

campo, maior será a tensão induzida e quanto mais rápida fora variação do campo,<br />

maior será a tensão induzida.<br />

Para seu funcionamento, os geradores <strong>de</strong> energia elétrica se baseiam nesses princípios.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

101


8.1.2 Auto-Indução / Força Contra-Eletromotriz<br />

O fenômeno da indução faz com que o comportamento das bobinas seja diferente do<br />

comportamento dos resistores em um circuito <strong>de</strong> CC.<br />

Em um circuito formado por uma fonte <strong>de</strong> CC, um resistor e uma chave, a corrente<br />

atinge seu valor máximo instantaneamente, no momento em que o interruptor é ligado.<br />

Se, nesse mesmo circuito, o resistor for substituído por uma bobina, o comportamento<br />

será diferente. A corrente atinge o valor máximo algum tempo após a ligação do interruptor.<br />

Esse atraso para atingir a corrente máxima se <strong>de</strong>ve à indução e po<strong>de</strong> ser melhor entendido<br />

se imaginarmos passo a passo o comportamento <strong>de</strong> um circuito composto por<br />

uma bobina, uma fonte <strong>de</strong> CC e uma chave.<br />

Enquanto a chave está <strong>de</strong>sligada, não há campo magnético ao redor das espiras porque<br />

não há corrente circulante. No momento em que a chave é fechada, inicia-se a<br />

circulação <strong>de</strong> corrente na bobina.<br />

Com a circulação da corrente surge o campo magnético ao redor <strong>de</strong> suas espiras.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

102


À medida que a corrente cresce em direção ao valor máximo, o campo magnético nas<br />

espiras se expan<strong>de</strong>. Ao se expandir, o campo magnético em movimento gerado em<br />

uma das espiras corta a espira colocada ao lado.<br />

Conforme Faraday enunciou, induz-se uma <strong>de</strong>terminada tensão nesta espira cortada<br />

pelo campo magnético em movimento. E cada espira da bobina induz uma tensão elétrica<br />

nas espiras vizinhas. Assim, a aplicação <strong>de</strong> tensão em uma bobina provoca o<br />

aparecimento <strong>de</strong> um campo magnético em expansão que gera na própria bobina uma<br />

tensão induzida. Este fenômeno é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> auto-indução.<br />

A tensão gerada na bobina por auto-indução tem polarida<strong>de</strong> oposta à da tensão que é<br />

aplicada aos seus terminais, por isso é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> força contra-eletromotriz ou<br />

fcem.<br />

Resumindo, quando a chave do circuito é ligada, uma tensão com uma <strong>de</strong>terminada<br />

polarida<strong>de</strong> é aplicada à bobina.<br />

A auto-indução gera na bobina uma tensão induzida (fcem) <strong>de</strong> polarida<strong>de</strong> oposta à da<br />

tensão aplicada.<br />

Se representarmos a fcem como uma "bateria" existente no interior da própria bobina,<br />

o circuito se apresenta conforme mostra a figura a seguir.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

103


Como a fcem atua contra a tensão da fonte, a tensão aplicada à bobina é, na realida<strong>de</strong>:<br />

VRESULTANTE = VFONTE<br />

− fcem<br />

A corrente no circuito é causada por essa tensão resultante, ou seja:<br />

( V − fcem)<br />

I =<br />

R<br />

8.2 Indutância<br />

Como a fcem existe apenas durante a variação do campo magnético gerado na bobina,<br />

quando este atinge o valor máximo, a fcem <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> existir e a corrente atinge seu<br />

valor máximo.<br />

O gráfico a seguir ilustra <strong>de</strong>talhadamente o que foi <strong>de</strong>scrito.<br />

O mesmo fenômeno ocorre quando a chave é <strong>de</strong>sligada. A contração do campo induz<br />

uma fcem na bobina, retardando o <strong>de</strong>créscimo da corrente. Essa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se<br />

opor às variações da corrente é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> indutância e é representada peia letra<br />

L.<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida da indutância é o henry, representada peta letra H. Essa unida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> medida tem submúltiplos muito usados em eletrônica. Veja tabela a seguir.<br />

Denominação Símbolo Valor com relação ao henry<br />

Unida<strong>de</strong> Henry H 1<br />

Milihenry mH 10 -3 Submúltiplos<br />

ou 0,001<br />

Microhenry µH 10 -6 ou 0,000001<br />

A indutâncía <strong>de</strong> uma bobina <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> diversos fatores:<br />

• material, seção transversal, formato e tipo do núcleo;<br />

• número <strong>de</strong> espiras;<br />

• espaçamento entre as espiras;<br />

• tipo e seção transversal do condutor.<br />

Como as bobinas apresentam indutância, elas também são chamadas <strong>de</strong> indutores.<br />

Estes po<strong>de</strong>m ter as mais diversas formas e po<strong>de</strong>m inclusive ser parecidos com um<br />

transformador. Veja figura a seguir.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

104


Associação <strong>de</strong> indutores<br />

Os indutores po<strong>de</strong>m ser associados em série, em paralelo e até mesmo <strong>de</strong> forma mista,<br />

embora esta última não seja muito utilizada.<br />

Associação em série<br />

Associação em paralelo<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

As ilustrações a seguir mostram uma<br />

associação série <strong>de</strong> indutores e sua<br />

representação esquemática.<br />

A representação matemática <strong>de</strong>sse tipo<br />

<strong>de</strong> associação é:<br />

L = L + L + ... + L<br />

A associação paralela po<strong>de</strong> ser usada como forma <strong>de</strong> obter indutâncias menores ou<br />

como forma <strong>de</strong> dividir uma corrente entre diversos indutores.<br />

A indutância total <strong>de</strong> uma associação paralela é representada matematicamente por.<br />

1<br />

LT<br />

=<br />

1 1 1<br />

+ + ...<br />

L1<br />

L2<br />

Ln<br />

Nessa expressão, LT é a indutância total e L1, L2, ... Ln são as indutâncias associadas.<br />

Essa expressão po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>senvolvida para duas situações particulares:<br />

a) Associação paralela <strong>de</strong> dois indutores:<br />

L1<br />

× L2<br />

LT =<br />

L + L<br />

1<br />

1<br />

b) Associação paralela <strong>de</strong> “n” indutores <strong>de</strong> mesmo valor (L):<br />

L<br />

LT =<br />

n<br />

Para utilização das equações, todos os valores <strong>de</strong> indutâncias <strong>de</strong>vem ser convertidos<br />

para a mesma unida<strong>de</strong>.<br />

T<br />

1<br />

2<br />

n<br />

105


8.2.1 Reatância indutiva<br />

Quando se aplica um indutor em um circuito <strong>de</strong> CC, sua indutância se manifesta apenas<br />

nos momentos em que existe uma variação <strong>de</strong> corrente, ou seja, no momento em<br />

que se liga e <strong>de</strong>sliga o circuito.<br />

Em CA, como os valores <strong>de</strong> tensão e corrente estão em constante modificação, o efeito<br />

da indutância se manifesta permanentemente. Esse fenómeno <strong>de</strong> oposição permanente<br />

à circulação <strong>de</strong> uma corrente variável é <strong>de</strong>nominado <strong>de</strong> reatância indutiva, representada<br />

pela notação XL. Ela é expressa em ohms e representada matematicamente<br />

pela expressão: XL = 2. π . f . L<br />

Na expressão, XL é a reatância indutiva em ohms ( Ω ); 2π é uma constante (6,28); f é<br />

a freqüência da corrente alternada em hertz (Hz) e L é a indutância do indutor em henry<br />

(H).<br />

Exemplo <strong>de</strong> cálculo<br />

No circuito a seguir, qual é a reatância <strong>de</strong> um indutor <strong>de</strong> 600 mH aplicado a uma re<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> CA <strong>de</strong> 220V, 60Hz?<br />

8.3 Capacitância<br />

É a gran<strong>de</strong>za que exprime a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cargas elétricas que um capacitor po<strong>de</strong><br />

armazenar. Seu valor <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguns fatores:<br />

Área da Armadura.<br />

Quanto maior a área das armaduras, maior a capacitância.<br />

Espessura do Dielétrico.<br />

Quanto mais fino o dielétrico, mais próxima estarão as armaduras. O campo elétrico<br />

gerado entre as armaduras será maior e conseqüentemente a capacitância será maior.<br />

Natureza do Dielétrico.<br />

Quanto maior a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> isolação do dielétrico, maior a capacitância do capacitor.<br />

Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medida.<br />

A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida da capacitância é o Farad representado pela letra F, entretanto a<br />

unida<strong>de</strong> Farad é muito gran<strong>de</strong>, o que leva ao uso <strong>de</strong> submúltiplos tais como:<br />

microfarad = µ F = 10 -6<br />

nanofarad = nF = 10 -9<br />

picofarad = pF = 10 -12<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

106


Tensão <strong>de</strong> Trabalho.<br />

É a máxima tensão ( em volts ) que o capacitor po<strong>de</strong> suportar entre suas armaduras<br />

sem danificá-lo. A aplicação <strong>de</strong> uma tensão no capacitor superior a sua tensão <strong>de</strong> trabalho<br />

máxima, po<strong>de</strong> provocar o rompimento do dielétrico fazendo com que o capacitor<br />

entre em curto, per<strong>de</strong>ndo suas características.<br />

Associação De Capacitores.<br />

Os circuitos série, paralelo e série-paralelo constituídos <strong>de</strong> capacitores possuem as<br />

mesmas formas que os circuitos constituídos <strong>de</strong> resistores.<br />

Associação Série<br />

A fórmula matemática que exprime a capacitância equivalente ( Ceq) é:<br />

1 1 1 1 1<br />

= + + + ... +<br />

Ceq C1<br />

C2<br />

C3<br />

Cn<br />

Associação Paralelo<br />

A fórmula matemática que exprime a Ceq num circuito paralelo é dada por:<br />

Ceq = C1<br />

+ C2<br />

+ C3<br />

+ ... + Cn<br />

8.3.1 Reatância Capacitiva<br />

Quando um capacitor é alimentado com tensão CA, a corrente que circula por esse<br />

capacitor será limitada pela reatância capacitava (Xc).<br />

Sendo assim a reatância capacitiva é a gran<strong>de</strong>za que se opõe à passagem <strong>de</strong> corrente<br />

CA por um capacitor, e é medida em ohms. Matematicamente teremos:<br />

1<br />

Xc =<br />

2.<br />

π.<br />

f . C<br />

On<strong>de</strong>:<br />

Xc = reatância capacitiva em ohms;<br />

2π =6,28<br />

f = freqüência em Hertz;<br />

C = capacitância em Farads.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

107


8.4 Impedância<br />

Quando um circuito composto apenas por resistores é conectado a uma fonte <strong>de</strong> CC<br />

ou CA, a oposição total que esse tipo <strong>de</strong> circuito apresenta à passagem da corrente é<br />

<strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> resistência total. Entretanto, em circuitos CA que apresentam resistências<br />

associadas e reatâncias associadas, a expressão resistência total não é aplicável.<br />

Nesse tipo <strong>de</strong> circuito, a oposição total à passagem da corrente elétrica é <strong>de</strong>nominada<br />

<strong>de</strong> impedância, que não po<strong>de</strong> ser calculada da mesma forma que a resistência total<br />

<strong>de</strong> um circuito composta apenas por resistores, por exemplo.<br />

A existência <strong>de</strong> componente reativos, que <strong>de</strong>fasam correntes ou tensões, torna necessário<br />

o uso <strong>de</strong> formas particulares para o cálculo da impedância <strong>de</strong> cada tipo <strong>de</strong> circuito<br />

em CA. Esse é o assunto <strong>de</strong>ste capítulo.<br />

Para ter um bom aproveitamento no estudo <strong>de</strong>ste assunto, é necessário ter conhecimentos<br />

anteriores sobre tipos <strong>de</strong> circuitos em CA, resístores, capacitores e indutores.<br />

Circuitos resistivos, indutivos e capacitivos<br />

Em circuitos alimentados por CA, como você já estudou, existem três tipos <strong>de</strong> resistências<br />

que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> carga.<br />

Em circuitos resistivos, a resistência do circuito é somente a dificulda<strong>de</strong> que os elétrons<br />

encontram para circular por um <strong>de</strong>terminado material, normalmente níquelcromo<br />

ou carbono. Esta resistência po<strong>de</strong> ser medida utilizando-se um ohmímetro.<br />

Nos circuitos indutivos, a resistência total do circuito não po<strong>de</strong> ser medida somente<br />

com um ohmímetro, pois, além da resistência ôhmica que a bobina, oferece à passagem<br />

da corrente (resistência <strong>de</strong> valor muito banco), existe também uma corrente <strong>de</strong><br />

auto-indução que se opõe â corrente do circuito, dificultando a passagem da corrente<br />

do circuito.<br />

Desta forma, a resistência do circuito vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r, além da sua resistência ôhmica,<br />

da indutância da bobina e da freqüência da re<strong>de</strong>, pois são estas gran<strong>de</strong>zas que influenciam<br />

o valor da corrente <strong>de</strong> auto-indução.<br />

Nos circuitos capacitivos, a resistência total do circuito também não po<strong>de</strong> ser medida<br />

com um ohmímetro, porque a mudança constante do sentido da tensão da re<strong>de</strong><br />

causa uma oposição à passagem da corrente elétrica no circuito.<br />

Neste caso, a resistência total do circuito, vai <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da freqüência <strong>de</strong> variação da<br />

polarida<strong>de</strong> da re<strong>de</strong> e da capacitância do circuito.<br />

A tabela que segue, ilustra <strong>de</strong> forma resumida os três casos citados.<br />

Tipo <strong>de</strong> Cir- Gran<strong>de</strong>za Símbolo Unida<strong>de</strong> Representação Fórmula Causa da<br />

cuito<br />

oposição<br />

Resistivo Resistência R Ohm Ω<br />

V<br />

R =<br />

I<br />

Resistência<br />

do material<br />

usado<br />

XL Ohm Ω 2. π . f . L<br />

Indutivo Reatância<br />

indutiva<br />

Capacitativo Reatância<br />

capacitativa<br />

Impedância<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

X C Ohm Ω<br />

1<br />

2.<br />

π.<br />

f . C<br />

Corrente <strong>de</strong><br />

auto-indução<br />

e quadrática<br />

Variação<br />

constante <strong>de</strong><br />

polarida<strong>de</strong><br />

da tensão da<br />

re<strong>de</strong><br />

108


Em circuitos alimentados por CA, com cargas resistivas-indutivas ou resistivascapacitivas,<br />

a resistência total do circuito será a soma quadrática da resistência pura<br />

(R) Com as reatâncias indutivas (XL) ou capacitivas (Xc). A este somatório quadrático<br />

<strong>de</strong>nomina-se impedância, representada pela letra Z e expressa em ohms (Ω):<br />

2 2 2<br />

2 2<br />

Z = R + X L ou Z = R +<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

X<br />

2<br />

C<br />

Para cálculo da impedância <strong>de</strong> um circuito, não se po<strong>de</strong> simplesmente somar valores<br />

<strong>de</strong> resistência com reatâncias, pois estes valores não estão em fase.<br />

• De acordo com o tipo <strong>de</strong> circuito, são usadas equações distintas para dois tipos <strong>de</strong><br />

circuitos: em série e em paralelo.<br />

Circuitos em série<br />

Nos circuitos em série, po<strong>de</strong>-se ter três situações distintas: resistor e indutor, resistor e<br />

capacitor, ou resistor, indutor e capacitor simultaneamente.<br />

• Resistor e indutor (circuito RL - série).<br />

Z =<br />

X<br />

X<br />

L<br />

2<br />

C<br />

. R<br />

+ R<br />

• Resistor e capacitor (circuito RC - série).<br />

• Resistor indutor e capacitor (circuito RLC - série).<br />

2<br />

109


Tensão e corrente<br />

Para cálculos <strong>de</strong> tensão e corrente, as equações são apresentadas na tabela a seguir:<br />

Tipo <strong>de</strong> Tensão Corrente<br />

Circuito<br />

série<br />

Total Resistor Capacitor Indutor Total Resistor Capacitor Indutor<br />

RL<br />

RC<br />

V<br />

T<br />

V<br />

T<br />

=<br />

=<br />

V<br />

2<br />

V<br />

2<br />

R<br />

+<br />

L<br />

V<br />

2 2<br />

R<br />

+ V<br />

C<br />

V<br />

R<br />

V<br />

R<br />

=<br />

=<br />

V<br />

2<br />

V<br />

2<br />

T<br />

+<br />

L<br />

V<br />

2 2<br />

T<br />

+ V<br />

C<br />

-<br />

V<br />

C<br />

= V<br />

2 2<br />

T<br />

+ V<br />

R<br />

V =<br />

R<br />

-<br />

V<br />

2<br />

V<br />

2<br />

T<br />

+<br />

L<br />

VT<br />

IT<br />

=<br />

Z<br />

I<br />

R<br />

VR<br />

R<br />

RLC<br />

V<br />

T<br />

= V<br />

2<br />

V<br />

2<br />

R<br />

+<br />

L<br />

V<br />

R<br />

= V<br />

2<br />

( V )<br />

2<br />

T<br />

− L −VC<br />

V<br />

C<br />

= X . I<br />

C T<br />

V<br />

L<br />

= X . I<br />

L T<br />

= I<br />

C<br />

=<br />

VC<br />

X C<br />

I<br />

L<br />

=<br />

VL<br />

X L<br />

Circuitos em paralelo<br />

Nos circuitos em paralelo, po<strong>de</strong>m ocorrer três situações estudadas distintas; resistor e<br />

indutor, resistor e capacitor ou resistor, indutor e capacitor simultaneamente. A seguir<br />

será apresentado as três situações.<br />

• Resistor e indutor (circuito RL - paralelo).<br />

• Resistor e capacitor (circuito RC - paralelo).<br />

• Resistor indutor e capacitor (circuito RLC -série).<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

110


Tensão e corrente<br />

Para cálculos <strong>de</strong> tensão e corrente as equações são apresentadas a seguir.<br />

Tipo <strong>de</strong> Tensão Corrente<br />

Circuito<br />

série<br />

Total Resistor Capacitor Indutor Total Resistor Capacitor Indutor<br />

RL<br />

RC<br />

I<br />

T<br />

I<br />

T<br />

=<br />

=<br />

I<br />

2<br />

I<br />

2<br />

R<br />

+<br />

L<br />

I<br />

2 2<br />

R<br />

+ I<br />

C<br />

I<br />

R<br />

I<br />

R<br />

=<br />

=<br />

I<br />

2<br />

I<br />

2<br />

T<br />

+<br />

L<br />

I<br />

2 2<br />

T<br />

+ I<br />

C<br />

-<br />

I<br />

C<br />

= I<br />

2 2<br />

T<br />

+ I<br />

R<br />

I<br />

R<br />

-<br />

= I<br />

2<br />

I<br />

2<br />

T<br />

+<br />

L<br />

VT<br />

IT<br />

=<br />

Z<br />

I<br />

R<br />

VR<br />

R<br />

= I<br />

C<br />

=<br />

VC<br />

X C<br />

I<br />

L<br />

=<br />

VL<br />

X L<br />

RLC<br />

I = I<br />

2<br />

I<br />

2<br />

T R<br />

+<br />

2<br />

L<br />

I = I<br />

2<br />

( I L IC<br />

)<br />

R T<br />

− −<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2 2<br />

2 2<br />

I = I + I<br />

C L T −I<br />

R I = I + I<br />

L C T −I<br />

R<br />

111


Exercícios<br />

Calcule a impedância nos circuitos a seguir:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

112


SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

113


9 POTÊNCIA EM CORRENTE ALTERNADA<br />

Conceitos:<br />

Perdas nas instalações elétricas<br />

As principais perdas que ocorrem em circuitos elétricos são três tipos:<br />

Perdas por efeito joule<br />

São provocadas pela passagem <strong>de</strong> corrente elétrica através <strong>de</strong> condutores,<br />

ocasionando seu aquecimento. Aparecem em todos os componentes do circuito: transformadores,<br />

condutores, motores, lâmpadas, etc. Estas perdas são, sem duvida, as<br />

mais significativas, variando com o quadrado da corrente elétrica.<br />

Perdas por Histerese<br />

São provocadas pela imantação remanescente do ferro, manifestando-se em<br />

todos os circuitos magnéticos submetidos a campos alternados: trafos, motores, reatores,<br />

etc.<br />

Perdas por correntes <strong>de</strong> Foucault<br />

São originadas pelas correntes parasitas induzidas. Tornam-se mais significativas nos<br />

circuitos magnéticos <strong>de</strong> maior porte e nos condutores <strong>de</strong> maior seção.<br />

Potência Ativa e Potência Reativa<br />

Todos os equipamentos que possuem um circuito magnético e funcionam em corrente<br />

alternada ( motores, trafo, etc.) absorvem dois tipos <strong>de</strong> energia: a ativa e a reativa.<br />

9.1 Potência ativa (efetiva):<br />

É aquela que efetivamente produz trabalho. exemplo: a rotação do eixo do motor.<br />

9.2 Potência reativa:<br />

É aquela que, apesar <strong>de</strong> não possuir trabalho efetivo, é indispensável para produzir o<br />

fluxo magnético necessário ao funcionamento dos motores, transformadores, etc.<br />

9.3 Potência aparente:<br />

Cada uma <strong>de</strong>stas potências correspon<strong>de</strong> uma corrente, também <strong>de</strong>nominada ativa e<br />

reativa. Estas duas correntes se somam vetorialmente para formar uma potência aparente.<br />

Esta, embora chamada aparente, é bastante real, percorrendo os diversos condutores<br />

do circuito, provocando seu aquecimento, e, portanto, gerando perdas pôr<br />

efeito joule.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

114


9.4 Fator <strong>de</strong> potência (FP):<br />

Po<strong>de</strong> ser calculado pela relação da corrente ativa (Iat) com a corrente aparente(Iap), ou<br />

da potência ativa (Pat) com a potência aparente(Pap):<br />

Iat<br />

FP = =<br />

Iap<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Pat<br />

Pap<br />

Num circuito <strong>de</strong> C.A. on<strong>de</strong> existem apenas resistências ôhmicas, a potência lida no<br />

wattímetro é igual ao produto da intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente I ( lida no amperímetro) pela<br />

diferença <strong>de</strong> potencial U (lida no voltímetro). Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> a corrente e a<br />

tensão terem o mesmo ângulo <strong>de</strong> fase ( ϕ = 0 ). Quando neste circuito inserirmos uma<br />

bobina, notaremos que a potência lida no wattímetro passará a ser menor que o produto<br />

V x A; isto se explica pelo fato <strong>de</strong> que a bobina causa o efeito <strong>de</strong> atrasar a corrente<br />

em relação à tensão, criando uma <strong>de</strong>fasagem entre elas ( ϕ ≠ 0 ), como mostra no<br />

circuito abaixo.<br />

A potência lida no wattímetro <strong>de</strong>nomina-se potência ativa P e é expressa em watts(W).<br />

A potência total dada pelo produto da tensão U pela corrente I <strong>de</strong>nomina-se potência<br />

aparente Pap e é expressa em volt-ampere (VA).<br />

Pap = U . I = (VA)<br />

O fator <strong>de</strong> potência po<strong>de</strong> apresentar-se sob duas formas:<br />

1) Em circuitos puramente resistivos: cos ϕ = 1<br />

2) Em circuitos com indutância: cos ϕ < 1<br />

l = indutor<br />

U=220V<br />

O fator <strong>de</strong> potência para este circuito monofásico será:<br />

Potência Ativa W<br />

= =<br />

Potência Aparente V.<br />

A<br />

V<br />

1870<br />

2200<br />

=<br />

0,<br />

85<br />

ou<br />

85%<br />

Isto é cos ϕ = 0,85. logo, o ângulo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem <strong>de</strong> I em relação a U <strong>de</strong> 32 0 .<br />

W<br />

Vemos que, quando o fator <strong>de</strong> potência é inferior a unida<strong>de</strong>, existe um consumo <strong>de</strong><br />

energia não medida no wattímetro, consumo aplicado na produção da indução magnética.<br />

Para uma instalação com baixo fator <strong>de</strong> potência produzir uma potência ativa Pat,<br />

é preciso uma potência aparente Pap maior, o que onera essa instalação com o custo<br />

mais elevado <strong>de</strong> cabos e equipamentos.<br />

A<br />

P=1870W I=10A<br />

115


A parte da potência consumida pêlos efeitos <strong>de</strong> indução é <strong>de</strong>nominada potência reativa,<br />

e <strong>de</strong>monstra-se que esta potência, somada vetorialmente com a potência ativa (em<br />

watts), fornece o produto VA, KVA.<br />

Potência Reativa é medida em VAr.<br />

Pat<br />

Cosϕ<br />

=<br />

Pap<br />

Pr<br />

Tgϕ<br />

=<br />

Pat<br />

Pr<br />

Senϕ<br />

=<br />

Pap<br />

logo temos:<br />

Pat = Pap × cosϕ<br />

Pat = U × I × cosϕ<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

P.aparente(KVA)<br />

ϕ<br />

ϕ<br />

P.ativa(KW)<br />

Pr = Pat × tgϕ<br />

Pr = Pap × senϕ<br />

P.reativa(KVAr)<br />

Quanto maior o valor do fator <strong>de</strong> potência, tanto maior será o valor <strong>de</strong> I ativa.<br />

Os condutores e equipamentos elétricos são dimensionados com base no I aparente<br />

(I total), <strong>de</strong> modo que, para uma mesma potência útil (KW), <strong>de</strong>ve-se procurar ter o menor<br />

valor possível da potência total (KVA), e isto ocorre evi<strong>de</strong>ntemente quando I ativa<br />

= I total, o que correspon<strong>de</strong> a cosϕ = 1.<br />

Quanto mais baixo for fator <strong>de</strong> potência, maiores <strong>de</strong>verão ser, portanto, as<br />

seções dos condutores e as capacida<strong>de</strong>s dos transformadores e dos disjuntores. Um<br />

gerador, suponhamos <strong>de</strong> 1000KVA, po<strong>de</strong> fornecer 1000KW a um circuito apenas com<br />

resistências, pois neste caso = 1. Se houver motores e o circuito tiver fator <strong>de</strong> potência<br />

0,85, isto é, cosϕ = 0,85, o gerador fornecerá apenas 850KW <strong>de</strong> potência útil ao circuito.<br />

Quando um motor <strong>de</strong> indução opera a plena carga, po<strong>de</strong>-se ter cosϕ = 0,9.<br />

Se operar com carga da meta<strong>de</strong> da carga, cosϕ= 0,80, e se trabalhar sem carga,<br />

cosϕ= 0,20. Daí se conclui ser necessária uma criteriosa escolha da potência do motor<br />

para que opera em condição favorável <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> energia.<br />

Como pu<strong>de</strong>mos ver, o problema <strong>de</strong> se ter um baixo fator <strong>de</strong> potência e, conseqüentemente,<br />

um alto valor <strong>de</strong> potência reativa, é que se necessário que a fonte geradora<br />

forneça mais potência aparente (KVA) do que seria necessário com um alto valor<br />

<strong>de</strong> potência. Pôr isto, as concessionárias não permitem instalações industriais com<br />

fator <strong>de</strong> potência inferior a 0,92 (Portaria no 1.569-93 do DNAEE), cobrando multas<br />

daquela indústria cujas instalações tenham fator <strong>de</strong> potência abaixo <strong>de</strong> 0,92.<br />

116


Fórmulas para Determinação <strong>de</strong> I (A), P (CV), kW e kVA (Indutiva)<br />

Para obter Corrente<br />

Continua<br />

I (ampères),<br />

P(CV)<br />

I (ampères),<br />

P (KW)<br />

KW<br />

KVA<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

P × 736<br />

U × n<br />

I × U<br />

1000<br />

Corrente<br />

Monofásico<br />

P × 736<br />

U × n × cosϕ<br />

KW × 1000<br />

U × n × cosϕ<br />

I × U × cosϕ × n<br />

1000<br />

I × U<br />

1000<br />

Alternada<br />

Trifásico<br />

U ×<br />

U ×<br />

P × 736<br />

3 × n × cosϕ<br />

KW × 1000<br />

3 × n × cosϕ<br />

I × U × 3× cosϕ<br />

× n<br />

1000<br />

I ×U ×<br />

1000<br />

R.29: Em uma industria a potência ativa ou efetiva é <strong>de</strong> 150KW. O fator <strong>de</strong> potência é<br />

igual a 0,65 em atraso. Qual a corrente que está sendo <strong>de</strong>mandada à re<strong>de</strong> trifásica <strong>de</strong><br />

220V, e qual seria a corrente se o fator <strong>de</strong> potência fosse igual a 0,92 ?<br />

Potência ativa (150KW)<br />

Solução:<br />

ϕ 1 = arc cos 0,65 = 49,46º<br />

23,07º<br />

ϕ 2 = arc cos 0,92 = 23,07º<br />

1ºcaso: KVA = 150/0,65 = 231KVA, para cosϕ1 = 0,65<br />

2ºcaso: KVA = 150/0,92 = 163KVA, para cosϕ2 = 0,92<br />

231×<br />

1000<br />

I1<br />

= = 606A<br />

Potência aparente<br />

220 × 3<br />

163×<br />

1000<br />

I 2 = = 428A<br />

220 × 3<br />

Obs. Haverá, portanto, uma redução na corrente <strong>de</strong> 606 A – 428 A = 178 A, com o FP<br />

igual a 0,92, a queda <strong>de</strong> tensão nos condutores diminui e melhora a eficiência <strong>de</strong><br />

todo o sistema ligado à re<strong>de</strong>.<br />

9.5 Correção do Fator <strong>de</strong> Potência<br />

É necessário melhorar o fator <strong>de</strong> potência <strong>de</strong> uma instalação para aten<strong>de</strong>r às exigências<br />

da concessionária e alcançar economia na <strong>de</strong>spesa com a energia elétrica. Esta<br />

melhoria consegue-se instalando capacitores em paralelo com a carga, <strong>de</strong> modo a<br />

reduzirem a potência reativa obtida da re<strong>de</strong> externa.<br />

3<br />

49,46º<br />

163KVA<br />

231KVA<br />

117


R.30: Uma industria tem instalada uma carga <strong>de</strong> 200KW. Verificou-se que o FP é igual<br />

a 85% (em atraso).<br />

Qual <strong>de</strong>verá ser a potência (KVAr) <strong>de</strong> um capacitor que, instalado, venha a<br />

reduzir a Potência Reativa, <strong>de</strong> modo que o fator <strong>de</strong> potência atenda às prescrições da<br />

concessionária, isto é, seja igual (no mínimo) a 0,92 ?<br />

Pr1 = Pat x tgϕ1<br />

Pr2 = Pat x tgϕ2<br />

Para reduzir a potência <strong>de</strong> Pr1 para Pr2, <strong>de</strong>verá ser ligada uma carga capacitiva igual<br />

a:<br />

Pc = Pr1 – Pr2 = Pat (tgϕ1 – tgϕ2)<br />

Solução:<br />

Potência ativa Pat = 200KW<br />

Cosϕ1 = 0,85. Logo, ϕ1 = 31,78º e tgϕ1 = 0,619<br />

Cosϕ2 = 0,92. Logo,ϕ2 = 23,07º e tgϕ2 = 0,425<br />

Portanto, usando a fórmula acima, teremos para a Potência Reativa a ser compensada<br />

pelo capacitor.<br />

Pc = P(tgϕ1 – tgϕ2) = 200(0,619 – 0,425) = 38,8KVAr<br />

Po<strong>de</strong>mos usar a tabela <strong>de</strong> correção do fator <strong>de</strong> potência, entretanto com cosϕ1 = 0,85 e<br />

cosϕ2 = 0,92, obtemos (tgϕ1 – tgϕ2) tabela = 0,91<br />

Pc = 200 x 0,91 = 38,2KVAr.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

118


SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

119<br />

Fator <strong>de</strong> potência <strong>de</strong>sejado (%) cos ϕ 2<br />

Fator <strong>de</strong><br />

Potência<br />

Original 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00<br />

0,50 0,982 1,008 1,034 1,060 1,086 1,112 1,139 1,165 1,192 1,220 1,248 1,276 1,306 1,337 1,369 1,403 1,442 1,481 1,529 1,590 1,732<br />

0,51<br />

0,52<br />

0,53<br />

0,54<br />

0,55<br />

0,937<br />

0,893<br />

0,850<br />

0,809<br />

0,769<br />

0,962<br />

0,919<br />

0,876<br />

0,835<br />

0,795<br />

0,989<br />

0,945<br />

0,902<br />

0,861<br />

0,821<br />

1,015<br />

0,971<br />

0,928<br />

0,887<br />

0,847<br />

1,041<br />

0,997<br />

0,954<br />

0,913<br />

0,873<br />

1,067<br />

1,023<br />

0,980<br />

0,939<br />

0,899<br />

1,094<br />

1,050<br />

1,007<br />

0,966<br />

0,926<br />

1,120<br />

1,076<br />

1,033<br />

0,992<br />

0,952<br />

1,147<br />

1,103<br />

1,060<br />

1,019<br />

0,979<br />

1,175<br />

1,131<br />

1,088<br />

1,047<br />

1,007<br />

1,203<br />

1,159<br />

1,116<br />

1,075<br />

1,035<br />

1,231<br />

1,187<br />

1,144<br />

1,103<br />

1,063<br />

1,261<br />

1,217<br />

1,174<br />

1,133<br />

1,090<br />

1,292<br />

1,248<br />

1,205<br />

1,164<br />

1,124<br />

1,324<br />

0,280<br />

0,237<br />

0,196<br />

0,156<br />

1,358<br />

1,314<br />

1,271<br />

1,230<br />

1,190<br />

1,395<br />

1,351<br />

1,308<br />

1,267<br />

1,228<br />

1,436<br />

1,392<br />

1,349<br />

1,308<br />

1,268<br />

1,484<br />

1,440<br />

1,397<br />

1,356<br />

1,316<br />

1,544<br />

1,500<br />

1,457<br />

1,416<br />

1,377<br />

1,087<br />

1,643<br />

1,600<br />

1,559<br />

1,519<br />

0,56<br />

0,57<br />

0,58<br />

0,59<br />

0,60<br />

0,730<br />

0,692<br />

0,655<br />

0,618<br />

0,584<br />

0,756<br />

0,718<br />

0,681<br />

0,644<br />

0,610<br />

0,782<br />

0,744<br />

0,707<br />

0,670<br />

0,636<br />

0,808<br />

0,770<br />

0,733<br />

0,696<br />

0,662<br />

0,834<br />

0,796<br />

0,759<br />

0,722<br />

0,688<br />

0,860<br />

0,822<br />

0,785<br />

0,748<br />

0,714<br />

0,887<br />

0,849<br />

0,812<br />

0,775<br />

0,741<br />

0,913<br />

0,875<br />

0,838<br />

0,801<br />

0,767<br />

0,940<br />

0,902<br />

0,865<br />

0,828<br />

0,794<br />

0,968<br />

0,930<br />

0,893<br />

0,856<br />

0,822<br />

0,996<br />

0,958<br />

0,921<br />

0,884<br />

0,850<br />

1,024<br />

0,986<br />

0,949<br />

0,912<br />

0,878<br />

1,051<br />

1,013<br />

0,976<br />

0,943<br />

0,905<br />

1,085<br />

1,047<br />

1,010<br />

0,973<br />

0,939<br />

1,117<br />

1,079<br />

1,042<br />

1,005<br />

0,971<br />

1,151<br />

1,113<br />

1,076<br />

1,039<br />

1,005<br />

1,189<br />

1,151<br />

1,114<br />

1,077<br />

1,043<br />

1,299<br />

1,191<br />

1,154<br />

1,117<br />

1,083<br />

1,277<br />

1,239<br />

1,202<br />

1,165<br />

1,131<br />

1,338<br />

1,300<br />

1,263<br />

1,226<br />

1,192<br />

1,480<br />

1,442<br />

1,405<br />

1,368<br />

1,334<br />

0,61<br />

0,62<br />

0,63<br />

0,64<br />

0,65<br />

0,549<br />

0,515<br />

0,483<br />

0,450<br />

0,419<br />

0,575<br />

0,541<br />

0,509<br />

0,476<br />

0,445<br />

0,601<br />

0,567<br />

0,535<br />

0,502<br />

0,471<br />

0,627<br />

0,593<br />

0,561<br />

0,528<br />

0,497<br />

0,653<br />

0,619<br />

0,587<br />

0,554<br />

0,523<br />

0,679<br />

0,645<br />

0,613<br />

0,580<br />

0,549<br />

0,706<br />

0,672<br />

0,640<br />

0,607<br />

0,576<br />

0,732<br />

0,698<br />

0,666<br />

0,633<br />

0,602<br />

0,759<br />

0,725<br />

0,693<br />

0,660<br />

0,629<br />

0,787<br />

0,753<br />

0,721<br />

0,688<br />

0,657<br />

0,815<br />

0,781<br />

0,749<br />

0,716<br />

0,685<br />

0,843<br />

0,809<br />

0,777<br />

0,744<br />

0,713<br />

0,870<br />

0,836<br />

0,804<br />

0,771<br />

0,740<br />

0,904<br />

0,870<br />

0,838<br />

0,805<br />

0,774<br />

0,936<br />

0,902<br />

0,870<br />

0,837<br />

0,806<br />

0,970<br />

0,936<br />

0,904<br />

0,871<br />

0,840<br />

1,008<br />

0,974<br />

0,942<br />

0,909<br />

0,878<br />

1,048<br />

1,014<br />

0,982<br />

0,949<br />

0,918<br />

1,096<br />

1,062<br />

1,030<br />

0,997<br />

0,966<br />

1,157<br />

1,123<br />

1,091<br />

1,056<br />

1,027<br />

1,299<br />

1,265<br />

1,233<br />

1,200<br />

1,169<br />

0,66<br />

0,67<br />

0,68<br />

0,69<br />

0,70<br />

0,388<br />

0,358<br />

0,329<br />

0,299<br />

0,270<br />

0,414<br />

0,384<br />

0,355<br />

0,325<br />

0,296<br />

0,440<br />

0,410<br />

0,381<br />

0,351<br />

0,322<br />

0,466<br />

0,436<br />

0,407<br />

0,377<br />

0,348<br />

0,492<br />

0,462<br />

0,433<br />

0,403<br />

0,374<br />

0,518<br />

0,488<br />

0,459<br />

0,429<br />

0,400<br />

0,545<br />

0,515<br />

0,486<br />

0,456<br />

0,427<br />

0,571<br />

0,541<br />

0,512<br />

0,482<br />

0,453<br />

0,598<br />

0,568<br />

0,539<br />

0,509<br />

0,480<br />

0,626<br />

0,596<br />

0,567<br />

0,537<br />

0,508<br />

0,654<br />

0,624<br />

0,595<br />

0,565<br />

0,536<br />

0,682<br />

0,652<br />

0,623<br />

0,593<br />

0,564<br />

0,709<br />

0,679<br />

0,650<br />

0,620<br />

0,591<br />

0,743<br />

0,713<br />

0,684<br />

0,654<br />

0,625<br />

0,775<br />

0,745<br />

0,716<br />

0,686<br />

0,657<br />

0,809<br />

0,779<br />

0,750<br />

0,720<br />

0,691<br />

0,847<br />

0,817<br />

0,788<br />

0,758<br />

0,729<br />

0,887<br />

0,857<br />

0,828<br />

0,798<br />

0,769<br />

0,935<br />

0,905<br />

0,876<br />

0,840<br />

0,811<br />

0,996<br />

0,966<br />

0,937<br />

0,907<br />

0,878<br />

1,138<br />

1,108<br />

1,079<br />

1,049<br />

1,020<br />

0,71<br />

0,72<br />

0,73<br />

0,74<br />

0,75<br />

0,242<br />

0,213<br />

0,186<br />

0,159<br />

0,132<br />

0,268<br />

0,239<br />

0,212<br />

0,185<br />

0,158<br />

0,294<br />

0,265<br />

0,238<br />

0,211<br />

0,184<br />

0,320<br />

0,291<br />

0,264<br />

0,237<br />

0,210<br />

0,346<br />

0,317<br />

0,290<br />

0,263<br />

0,236<br />

0,372<br />

0,343<br />

0,316<br />

0,289<br />

0,262<br />

0,399<br />

0,370<br />

0,343<br />

0,316<br />

0,289<br />

0,425<br />

0,396<br />

0,369<br />

0,342<br />

0,315<br />

0,452<br />

0,423<br />

0,396<br />

0,369<br />

0,342<br />

0,480<br />

0,451<br />

0,424<br />

0,397<br />

0,370<br />

0,508<br />

0,479<br />

0,452<br />

0,425<br />

0,398<br />

0,536<br />

0,507<br />

0,480<br />

0,453<br />

0,426<br />

0,563<br />

0,534<br />

0,507<br />

0,480<br />

0,453<br />

0,597<br />

0,568<br />

0,541<br />

0,514<br />

0,487<br />

0,629<br />

0,600<br />

0,573<br />

0,546<br />

0,519<br />

0,663<br />

0,634<br />

0,607<br />

0,580<br />

0,553<br />

0,701<br />

0,672<br />

0,645<br />

0,618<br />

0,591<br />

0,741<br />

0,712<br />

0,685<br />

0,658<br />

0,631<br />

0,783<br />

0,754<br />

0,727<br />

0,700<br />

0,673<br />

0,850<br />

0,821<br />

0,794<br />

0,767<br />

0,740<br />

0,992<br />

0,963<br />

0,936<br />

0,909<br />

0,882<br />

0,76<br />

0,77<br />

0,78<br />

0,79<br />

0,80<br />

0,105<br />

0,079<br />

0,053<br />

0,026<br />

0,000<br />

0,131<br />

0,105<br />

0,079<br />

0,052<br />

0,026<br />

0,157<br />

0,131<br />

0,105<br />

0,078<br />

0,052<br />

0,183<br />

0,157<br />

0,131<br />

0,104<br />

0,078<br />

0,209<br />

0,183<br />

0,157<br />

0,130<br />

0,104<br />

0,235<br />

0,209<br />

0,183<br />

0,153<br />

0,130<br />

0,262<br />

0,236<br />

0,210<br />

0,183<br />

0,157<br />

0,288<br />

0,262<br />

0,236<br />

0,209<br />

0,183<br />

0,315<br />

0,289<br />

0,263<br />

0,236<br />

0,210<br />

0,343<br />

0,317<br />

0,291<br />

0,264<br />

0,238<br />

0,371<br />

0,345<br />

0,319<br />

0,292<br />

0,266<br />

0,399<br />

0,373<br />

0,347<br />

0,320<br />

0,294<br />

0,426<br />

0,400<br />

0,374<br />

0,347<br />

0,321<br />

0,460<br />

0,434<br />

0,480<br />

0,381<br />

0,355<br />

0,492<br />

0,466<br />

0,440<br />

0,403<br />

0,387<br />

0,526<br />

0,500<br />

0,474<br />

0,447<br />

0,421<br />

0,564<br />

0,538<br />

0,512<br />

0,485<br />

0,459<br />

0,604<br />

0,578<br />

0,552<br />

0,525<br />

0,499<br />

0,652<br />

0,620<br />

0,594<br />

0,567<br />

0,541<br />

0,713<br />

0,686<br />

0,661<br />

0,634<br />

0,608<br />

0,855<br />

0,829<br />

0,803<br />

0,776<br />

0,750<br />

0,81<br />

0,82<br />

0,83<br />

0,84<br />

0,85<br />

0,000 0,026<br />

0,000<br />

0,052<br />

0,026<br />

0,000<br />

0,078<br />

0,052<br />

0,026<br />

0,000<br />

0,104<br />

0,078<br />

0,052<br />

0,026<br />

0,000<br />

0,131<br />

0,105<br />

0,079<br />

0,053<br />

0,027<br />

0,157<br />

0,131<br />

0,105<br />

0,079<br />

0,053<br />

0,184<br />

0,158<br />

0,132<br />

0,106<br />

0,080<br />

0,212<br />

0,186<br />

0,160<br />

0,134<br />

0,108<br />

0,240<br />

0,214<br />

0,188<br />

0,162<br />

0,136<br />

0,268<br />

0,242<br />

0,216<br />

0,190<br />

0,164<br />

0,295<br />

0,269<br />

0,243<br />

0,217<br />

0,191<br />

0,329<br />

0,303<br />

0,277<br />

0,251<br />

0,225<br />

0,361<br />

0,335<br />

0,309<br />

0,283<br />

0,257<br />

0,395<br />

0,369<br />

0,343<br />

0,317<br />

0,291<br />

0,433<br />

0,407<br />

0,381<br />

0,355<br />

0,329<br />

0,473<br />

0,447<br />

0,421<br />

0,395<br />

0,369<br />

0,515<br />

0,496<br />

0,463<br />

0,437<br />

0,417<br />

0,582<br />

0,556<br />

0,536<br />

0,504<br />

0,476<br />

0,724<br />

0,696<br />

0,672<br />

0,645<br />

0,620<br />

0,86<br />

0,87<br />

0,88<br />

0,89<br />

0,90<br />

0,000 0,026 0,053<br />

0,027<br />

0,081<br />

0,055<br />

0,028<br />

0,109<br />

0,082<br />

0,056<br />

0,028<br />

0,137<br />

0,111<br />

0,084<br />

0,056<br />

0,028<br />

0,167<br />

0,141<br />

0,114<br />

0,086<br />

0,058<br />

0,198<br />

0,172<br />

0,145<br />

0,117<br />

0,089<br />

0,230<br />

0,204<br />

0,177<br />

0,149<br />

0,121<br />

0,265<br />

0,238<br />

0,211<br />

0,183<br />

0,155<br />

0,301<br />

0,275<br />

0,248<br />

0,220<br />

0,192<br />

0,343<br />

0,317<br />

0,290<br />

0,262<br />

0,234<br />

0,390<br />

0,364<br />

0,337<br />

0,309<br />

0,281<br />

0,451<br />

0,425<br />

0,398<br />

0,370<br />

0,342<br />

0,593<br />

0,567<br />

0,540<br />

0,512<br />

0,484<br />

0,91<br />

0,92<br />

0,93<br />

0,94<br />

0,95<br />

0,30 0,061<br />

0,031<br />

0,093<br />

0,063<br />

0,032<br />

0,127<br />

0,097<br />

0,068<br />

0,034<br />

0,164<br />

0,134<br />

0,103<br />

0,071<br />

0,037<br />

0,206<br />

0,176<br />

0,145<br />

0,113<br />

0,079<br />

0,253<br />

0,223<br />

0,192<br />

0,160<br />

0,126<br />

0,314<br />

0,284<br />

0,253<br />

0,221<br />

0,187<br />

0,456<br />

0,426<br />

0,395<br />

0,363<br />

0,328<br />

0,96<br />

0,97<br />

0,98<br />

0,99<br />

0,042 0,089<br />

0,047<br />

0,149<br />

0,108<br />

0,061<br />

0,292<br />

0,251<br />

0,203<br />

0,142


ANEXOS<br />

1 – Eletrostática<br />

2 – Eletroscópio<br />

3 – Carga Elétrica Elementar<br />

4 – Lei <strong>de</strong> Coulomb<br />

5 – Vetor Campo elétrico<br />

6 – Potencial Elétrico<br />

7 – Capacitância<br />

8 – Energia Potencial <strong>de</strong> um Capacitor<br />

9 – Exercícios Gerais <strong>de</strong> Eletrostática<br />

10 – Lei Ohm<br />

11 – Associação <strong>de</strong> Resistores<br />

12 – Lei <strong>de</strong> Kirehhoff<br />

13 – Magnetismo<br />

14 – Eletromagnetismo<br />

15 – Indução Magnética<br />

16 – Lei <strong>de</strong> Faraday<br />

17 – Lei <strong>de</strong> Lenz<br />

18 – Tensão Induzida em Condutores<br />

19 – Capítulo 7<br />

20 – Capítulo 8<br />

21 - Potência<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

120


Exercícios – Eletrostática<br />

R.31: Dispõe-se <strong>de</strong> três esferas metálicas idênticas e isoladas umas das outras. Duas<br />

<strong>de</strong>las, A e B, estão neutras, enquanto a esfera C contém uma carga elétrica Q. Faz-se<br />

a esfera C tocar primeiro a esfera A e <strong>de</strong>pois a esfera B. No final <strong>de</strong>sse procedimento,<br />

qual a carga elétrica das esferas A, B e C, respectivamente?<br />

Resolução:<br />

Dados:<br />

QA = 0 QB = 0 QC = 0<br />

Após o contato <strong>de</strong> A com C:<br />

Q’A Q’B<br />

A soma das cargas dos corpos A e C é igual antes e após o contato, portanto:<br />

,<br />

QA<br />

, QA<br />

+ QC<br />

= QC<br />

=<br />

2<br />

0 + Q Q<br />

= =<br />

2 2<br />

Após o contato <strong>de</strong> B com C:<br />

Q’B Q”C<br />

Q<br />

, 0 +<br />

, , , QB<br />

+ QC<br />

2 Q<br />

QB<br />

= QC<br />

= = =<br />

2 2 4<br />

, Q , Q<br />

Resposta: As cargas finais são QA =<br />

, QB<br />

= .<br />

2 4<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

121


Questões – Eletrostática<br />

Q.1: Na eletrização por atrito criam-se cargas elétricas? Explique.<br />

Q.2: Uma caneta <strong>de</strong> plástico, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> eletrizada por atrito com o cabelo, atrai pequenos<br />

pedaços <strong>de</strong> papel. Alguns pedaços, após tocarem a caneta, são violentamente<br />

repelidos. Explique o fenômeno.<br />

Q.3: Um bastão po<strong>de</strong> ser eletrizado em uma <strong>de</strong> suas extremida<strong>de</strong>s e permanecer neutro<br />

na outra? Explique.<br />

Q.4: Por que os metais são bons condutores <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>?<br />

Q.5: Explique o que acontece quando tocamos um corpo carregado:<br />

positivamente<br />

negativamente<br />

Q.6: Responda as seguintes questões:<br />

O que acontece a um corpo condutor eletrizado quando entra em contato com o solo?<br />

Por que não conseguimos eletrizar por atrito um corpo condutor, segurando-o diretamente<br />

com a mão?<br />

Os caminhões que conduzem combustível possuem uma corrente que vai se arrastando<br />

pelo chão. Justifique a utilida<strong>de</strong> da corrente.<br />

Q.7: Um corpo A, com carga QA = 8 µC, é colocado em contato com um corpo B, inicialmente<br />

neutro. Em seguida, são afastados um do outro. Sabendo que a carga do corpo<br />

B, após o contato, é <strong>de</strong> 5 µC, calcule a nova carga do corpo A.<br />

Q.8: Consi<strong>de</strong>re duas esferas, A e B, idênticas e isoladas eletricamente. As esferas A e<br />

B possuem cargas respectivamente iguais a 3 µC e 1 1µC. Colocam-se as duas esferas<br />

em contato.<br />

a) Qual a carga final <strong>de</strong> cada esfera?<br />

b) Qual o número <strong>de</strong> elétrons transferidos da esfera A para a B?<br />

Q.9: Consi<strong>de</strong>re as seguintes afirmativas:<br />

a) Somente corpos carregados positivamente atraem corpos neutros.<br />

b) Somente corpos carregados negativamente atraem corpos neutros.<br />

c) Um corpo carregado po<strong>de</strong> atrair ou repelir um corpo neutro.<br />

d) Se um corpo A eletrizado positivamente, atra¡ um outro corpo B, po<strong>de</strong>mos afirmar<br />

que B está carregado negativamente.<br />

e) Um corpo neutro po<strong>de</strong> ser atraído por um corpo eletrizado.<br />

Quais <strong>de</strong>las são verda<strong>de</strong>iras?<br />

Q.10 Dispõe-se <strong>de</strong> quatro esferas metálicas idênticas e isoladas umas das outras.<br />

Três <strong>de</strong>las, A, B e C, estão <strong>de</strong>scarregadas, enquanto a quarta esfera, D, contém carga<br />

negativa Q. Faz-se a esfera D tocar, sucessivamente, as esferas A, B e C. Determine<br />

a carga elétrica foral da esfera D.<br />

Q.11: Durante o processo <strong>de</strong> eletrização <strong>de</strong> um corpo condutor por indução, ocorre<br />

transferência <strong>de</strong> cargas? Explique.<br />

Q.12: Na figura estão representados dois condutores metálicos <strong>de</strong>scarregados, em<br />

contato, suportados por barras isolantes. Aproxima-se <strong>de</strong>les um<br />

bast ão isolante carregado positivamente. Com o bastão ainda<br />

próximo dos condutores, afasta-se um do outro. Faça a representação<br />

das cargas presentes agora em cada condutor, bastante<br />

afastados entre si e do bastão.<br />

Q.13: Como se po<strong>de</strong> eletrizar negativamente uma esfera metálica<br />

neutra através da indução eletrostática?<br />

Q.14: Consi<strong>de</strong>re as afirmativas a seguir:<br />

I. Corpos constituídos <strong>de</strong> material isolante não se eletrizam.<br />

II. Um corpo se eletriza quando ganha ou per<strong>de</strong> elétrons.<br />

III. Objetos constituídos <strong>de</strong> material condutor po<strong>de</strong>m ser eletrizados por indução.<br />

Quais <strong>de</strong>ssas afirmativas são verda<strong>de</strong>iras?<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

122


Questões – Eletroscópio<br />

Q.15: A figura mostra um eletroscópio <strong>de</strong> folhas<br />

eletricamente carregado. Descreva uma maneira<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar o sinal da carga elétrica acumulada<br />

no eletroscópio. Justifique.<br />

Q.16: (PUC – MG) Consi<strong>de</strong>re as figuras abaixo:<br />

Uma barra negativa é aproximada <strong>de</strong> um eletroscópio <strong>de</strong>scarregado. As folhas se separam.<br />

Qual é o sinal da carga que está nas<br />

folhas?<br />

A extremida<strong>de</strong> superior do eletroscópio é,<br />

em seguida, momentaneamente tocada pela<br />

mão. A seguir, remove-se a barra para longe.<br />

Agora, qual é o sinal da carga que existe<br />

nas folhas?<br />

Q.17: (PUC – SP) Responda às questões abaixo:<br />

A figura representa um eletroscópio do tipo pêndulo<br />

elétrico. Qual sua função? Explique, <strong>de</strong>talhadamente,<br />

como fuinciona.<br />

O que ocorrerá se ligarmos um condutor eletrizado à<br />

terra? Justifique.<br />

Q.18:(PUC – SP)<br />

quase todos os eletrodomésticos, quando adquiridos novos, vêm com um “fio terra”,<br />

que <strong>de</strong>ve ser ligado convenientemente. Qual sua função? Explique fisicamente como<br />

ele atua.<br />

Explique como se po<strong>de</strong> usar a “ligação terra” como auxílio para se carregar um corpo<br />

eletrostaticamente. Ao final, qual instrumento se po<strong>de</strong>ria utilizar para verificar se o corpo<br />

estará ou não carregado?<br />

Questões – Elétrica Elementar<br />

Q.19: Um corpo inicialmente neutro é eletrizado por indução e recebe da Terra 3 x<br />

10 18 elétrons. Qual a carga adquirida por esse corpo?<br />

Q.20: Qual é o número <strong>de</strong> cargas elementares contidas em excesso num corpo carregado<br />

negativamente com 8 x 10 -6 C?<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

123


Questões – Lei De Coulomb<br />

Nos exercícios seguintes, consi<strong>de</strong>re conhecida a constante eletrostática do vácuo:<br />

2<br />

9 N ⋅ m<br />

k0<br />

= 9 ⋅10<br />

2<br />

C<br />

Q.21: A que distância <strong>de</strong>vem ser colocadas duas cargas positivas e iguais a 1 µC, no<br />

vácuo, para que a força elétrica <strong>de</strong> repulsão entre elas tenha intensida<strong>de</strong> 0,1 N?<br />

Q.22: Duas cargas elétricas positivas e puntiformes, das quais uma é o triplo da outra,<br />

repelem-se com força <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> 2,7N no vácuo, quando a distância entre elas é<br />

<strong>de</strong> 10 cm. Determine a menor das cargas.<br />

Q.23: Duas pequenas esferas idênticas estão situadas no vácuo, a uma certa distância<br />

d, aparecendo entre elas uma força elétrica <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> F1. A carga <strong>de</strong> uma é o<br />

dobro da carga da outra. As duas pequenas esferas são colocadas em contato e, a<br />

seguir, afastadas a uma distância 2d, aparecendo entre elas uma força elétrica <strong>de</strong> in-<br />

F 1<br />

tensida<strong>de</strong> F2. Calcule a relação<br />

F<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2<br />

Q.24: O átomo <strong>de</strong> hidrogênio é constituído <strong>de</strong> um próton e <strong>de</strong> um elétron. Segundo o<br />

mo<strong>de</strong>lo atômico <strong>de</strong> Bohr, o elétron <strong>de</strong>screve trajetória circular cujo centro é ocupado<br />

pelo próton.<br />

São dados:<br />

•massa do elétron: 9,1 . 10-;1 kg<br />

•velocida<strong>de</strong> escalar do elétron: 2,2 . 106 m/s<br />

•carga do próton: +1,6 . 10-'° C<br />

•carga do elétron: -1,6 . 10-r° C<br />

Determine o raio da órbita do elétron. O meio é o vácuo.<br />

Q.25: Duas cargas elétricas puntiformes Q1 = 8.10 -8 C e Q2 = -2.10 -8 C estão fixas no<br />

vácuo, separadas por uma distância d=6 cm.<br />

Determine:<br />

A) a intensida<strong>de</strong> da força elétrica <strong>de</strong> atração;<br />

B) a intensida<strong>de</strong> da força elétrica resultante, que age sobre uma carga Q3 =10 -8 , colocada<br />

no ponto médio do segmento que une Q1 a Q2;<br />

C) em que posição Q3 <strong>de</strong>ve ser colocada, <strong>de</strong> modo aficar em equilíbrio sob a ação <strong>de</strong><br />

forças elétricas somente.<br />

Q.26: (F. CARLOS CHAGAS) Duas esferas metálicas, muito<br />

leves, estão penduradas por fios perfeitamente isolantes, em<br />

um ambiente seco, conforme figura ao lado. Uma barra<br />

metálica positivamente carregada é encostada em uma das<br />

esferas e <strong>de</strong>pois afastada. Após o afastamento da barra,<br />

qual <strong>de</strong>ve ser a situação das esferas sabendo-se que a<br />

carga inicial das esferas é nula?<br />

a) b) c) d) e)<br />

124


Q.27: (FESP-SP) Três esferas condutoras A, B e C têm mesmo diâmetro. A esfera A<br />

está inicialmente neutra, e as outras duas carregadas com qB = 6 µC e qC = 7µC. Com<br />

a esfera A, toca-se primeiramente B e <strong>de</strong>pois C. As cargas elétricas <strong>de</strong> A, B e C, <strong>de</strong>pois<br />

dos contatos, são respectivamente:<br />

a) zero, zero e 13 µC.<br />

b) 7 µC, 3 µC e 5 µC.<br />

c) 5 µC, 3 µC e 5 µC,<br />

d) 6 µC, 7 µC e zero.<br />

e) todas iguais a 4,3 µC.<br />

Q.28: (FATEC-SP) Consi<strong>de</strong>re três pequenas esferas metálicas X, Y e Z, <strong>de</strong> diâmetros<br />

iguais. A situação inicial das esferas é a seguinte: X neutra, Y carregada com carga<br />

+Q e Z carregada com carga -Q. As esferas não trocam cargas elétricas com o ambiente.<br />

Fazendo-se a esfera X tocar primeiro na esfera Y e <strong>de</strong>pois na esfera Z, a carga<br />

final <strong>de</strong> X será igual a:<br />

a) zero(nula)<br />

b) 2Q/3<br />

c) -Q/2<br />

d) Q/8<br />

e) -Q/4<br />

Q.29: (F. M. ABC-SP) Duas esferas condutoras A e B são munidas <strong>de</strong> hastes suportes<br />

verticais isolantes. As duas esferas estão <strong>de</strong>scarregadas e<br />

em contato. Aproxima-se (sem tocar) da esfera A um corpo<br />

carregado positivamente. É mais correto afirmar que:<br />

a) só a esfera A se carrega.<br />

b) só a esfera B se carrega.<br />

c) a esfera A se carrega negativamente e a esfera B positivamente.<br />

d) as duas esferas carregam-se com cargas positivas.<br />

e) as duas esferas carregam-se com cargas negativas.<br />

Q.30: (U.F.PA) Um corpo A, eletricamente positivo, eletriza um corpo B, que inicialmente<br />

estava eletricamente neutro, por indução eletrostática. Nestas condições, po<strong>de</strong>-se<br />

afirmar que o corpo B ficou eletricamente:<br />

a) positivo, pois prótons da Terra são absorvidos pelo corpo.<br />

b) positivo, pois elétrons do corpo foram para a Terra.<br />

c) negativo, pois prótons do corpo foram para a Terra.<br />

d) Negativo, pois elétrons da Terra são absorvidos pelo corpo.<br />

e) Negativo, pois prótons da Terra são absorvidos pelo corpo.<br />

Questões - Vetor Campo Elétrico<br />

Q.31: A figura ao lado representa uma força F <strong>de</strong> módulo 0,06N que<br />

atua sobre uma carga q = 3µC num ponto P do espaço. Determine o vetor<br />

campo elétrico nesse ponto.<br />

Q.32: Uma carga positiva <strong>de</strong> 4µC gera ao seu redor um campo elétrico.<br />

Determine a direção, o sentido e o módulo do vetor campo num ponto<br />

situado a 5cm <strong>de</strong>ssa carga.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

P<br />

+<br />

F<br />

q<br />

125<br />


Questões – Potencial Elétrico<br />

Q.33: O trabalho realizado pelo campo elétrico para levar uma carga <strong>de</strong> 5µC <strong>de</strong> um<br />

ponto A até o infinito é <strong>de</strong> 2,5 x 10 -6 J. Qual o potencial elétrico do ponto A?<br />

Q.34: Para transportar uma carga <strong>de</strong> 4C <strong>de</strong>s<strong>de</strong> um ponto A até um ponto B, o campo<br />

elétrico realiza um trabalho <strong>de</strong> 12J. Qual a diferença <strong>de</strong> potencial entre os pontos A e<br />

B?<br />

Q.35: Se, na questão anterior, o potencial do ponto B é <strong>de</strong> 10V, qual será o potencial<br />

do ponto A?<br />

Questões – Capacitância<br />

Q.36: Um condutor cuja capacitância é <strong>de</strong> 2µF recebe um carga eletrostática <strong>de</strong> 4µC.<br />

Qual o potencial adquirido pelo condutor?<br />

Q.37: Calcule a capacitância <strong>de</strong> uma esfera com 5m <strong>de</strong> raio, colocada no vácuo.<br />

Q.38: Calcule a capacida<strong>de</strong> da Terra, sabendo que seu raio é 6,3 x 10 6 m.<br />

Questões – Energia Potencial<br />

Q.39: Qual a energia armazenada por um capacitor <strong>de</strong> 6µF ligado a uma tensão <strong>de</strong><br />

1,5V?<br />

Q.40: Um capacitor <strong>de</strong> placas paralelas têm capacitância <strong>de</strong> 2µF e carga, <strong>de</strong> cada<br />

placa, igual a 4µC. Pe<strong>de</strong>-se:<br />

a tensão entre as placas;<br />

a energia potencial armazenada.<br />

Questões Gerais <strong>de</strong> Eletrostática<br />

Q.41: (MAPOFEI-SP) Duas esferas condutoras idênticas muito pequenas, <strong>de</strong> mesma<br />

massa m =0,30g, encontram-se no vácuo suspensas por meio <strong>de</strong> dois fios leves, isolantes,<br />

<strong>de</strong> comprimentos iguais L =1,00 m, presos a um mesmo ponto <strong>de</strong> suspensão<br />

O. Estando as esferas separadas, eletriza-se uma <strong>de</strong>las com<br />

carga Q, mantendo-se a outra neutra. Em seguida, elas são colocadas<br />

em contato e <strong>de</strong>pois abandonadas, verificando-se que<br />

na posição <strong>de</strong> equilíbrio a distância que as separa é d =1,20 m.<br />

Consi<strong>de</strong>re Q >0.<br />

A) Determine o valor <strong>de</strong> Q. O<br />

B) Determine o valor da carga q que <strong>de</strong>ve ser colocada<br />

no ponto O a fim <strong>de</strong> que sejam nulas as forças <strong>de</strong> tração<br />

nos fios.<br />

Adote: K0 = 9,0 x10 9 unida<strong>de</strong>s do SI<br />

Aceleração da gravida<strong>de</strong> g =10 m/s 2<br />

Q.42: (FEI-SP) Um pêndulo elétrico <strong>de</strong> comprimento l e<br />

massa m =0,12 kg eletrizado com carga Q é repelido por<br />

outra carga igual fixa no ponto A. A figura mostra a posição<br />

<strong>de</strong> equilíbrio do pêndulo.<br />

Sendo g =10 m/s 2 e k0 = 9 – 10 9 2<br />

N ⋅ m<br />

. Calcule Q.<br />

2<br />

C<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

126


Q.43: (EFE-R)) Três cargas elétricas positivas <strong>de</strong> 5 µC ocupam os vértices <strong>de</strong> um triângulo<br />

retângulo isósceles, cujos catetos me<strong>de</strong>m 5 cm. Calcule a intensida<strong>de</strong> da força<br />

elétrica resultante que atua sobre a carga do ângulo reto, sabendo-se que a constante<br />

eletrostática do meio em que está o triângulo é<br />

9.10 9<br />

2<br />

N ⋅ m<br />

2<br />

C<br />

Q.44: (FUVEST-SP) Um dos pratos <strong>de</strong> uma balança em<br />

equilíbrio é uma esfera eletrizada A. Aproxima-se <strong>de</strong> A<br />

uma esfera B com carga igual em módulo, mas <strong>de</strong> sinal<br />

contrário. O equilíbrio é restabelecido colocando-se uma<br />

massa <strong>de</strong> 2,5g no prato da balança. A figura ilustra a<br />

situação. Constante do meio: k = 9.10 9<br />

2<br />

N ⋅ m<br />

2<br />

C<br />

A) Qual a intensida<strong>de</strong> da força elétrica?<br />

B) Qual o valor da carga <strong>de</strong> A?<br />

g =10 m/s 2<br />

Q.45: Duas pequenas esferas idênticas, cada uma com 10g <strong>de</strong> massa, estão em equilíbrio<br />

na vertical, conforme mostra a figura. As esferas têm cargas<br />

elétricas iguais a 1 µC e estão separadas por uma distância <strong>de</strong> 0,3 m.<br />

Calcule a razão entre as trações nos fios 1 e 2<br />

Dados:<br />

g =10 m/s 2<br />

k = 9.10 9 N ⋅ m<br />

2<br />

C<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2<br />

Q.46: Em três vértices, A, B e C <strong>de</strong> um quadrado <strong>de</strong> lado<br />

igual a 2 m colocam-se cargas elétricas puntiformes,<br />

conforme a figura ao lado. Sendo o A meio o vácuo, <strong>de</strong>termine<br />

a intensida<strong>de</strong> do vetor campo elétrico resultante<br />

no centro do quadrado. É possível colocar uma carga elétrica<br />

puntiforme em D, <strong>de</strong> modo que o vetor campo elétrico<br />

resultante em O seja nulo?<br />

Adote k = 9.10 9<br />

2<br />

N ⋅ m<br />

2<br />

C<br />

Q.47: Nos vértices <strong>de</strong> um hexágono regular fixam-se cargas elétricas puntiformes <strong>de</strong><br />

valores 1 µC, 2 µC, 3 µC, 4 µC, 5 µC e 6 µC, nesta or<strong>de</strong>m. Qual a intensida<strong>de</strong> do vetor<br />

campo elétrico no centro do hexágono? O meio é o vácuo e o hexágono tem lado l =<br />

30 cm.<br />

É dado k = 9.10 9<br />

2<br />

N ⋅<br />

m<br />

2<br />

C<br />

127


Q.48: (MAPOFEI-SP) Duas cargas <strong>de</strong> +25 microcoulombs estão a 1,0 m uma da outra,<br />

no vácuo, on<strong>de</strong> k0=9 10 9 unida<strong>de</strong>s do Sistema Internacional.<br />

Calcule a intensida<strong>de</strong> do campo eletrostático que cada carga cria no<br />

ponto P, situado a 1 meia distância entre as cargas.<br />

Calcule a força resultante que agiria numa carga <strong>de</strong> prova <strong>de</strong> 0,2µC,<br />

colocada em P.<br />

O que acontecerá com a carga <strong>de</strong> prova se ela sofrer um pequeno <strong>de</strong>slocamento<br />

na direção da reta que une as duas cargas?<br />

E se o <strong>de</strong>slocamento for normal a essa direção?<br />

Calcule o potencial eletrostático no ponto M. Sabe-se que PM = 1,2m é<br />

perpendicular à reta que une as cargas.<br />

Q.49: (U.F.PR) Uma pequena esfera eletrizada, com carga -µC e peso<br />

igual a 3 .10 -5 N, está fixa à extremida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um fio <strong>de</strong> seda e em equilíbrio,<br />

conforme a figura. Na região existe um campo elétrico uniforme<br />

horizontal E. Determine a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste campo.<br />

1<br />

3<br />

Dados: sen 30º<br />

= e cos 30º<br />

=<br />

2<br />

2<br />

Q.50: (FAAP-SP) Consi<strong>de</strong>re g = 10 m/s 2 e um campo elétrico vertical ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong><br />

intensida<strong>de</strong> 5 . 10 5<br />

N<br />

C . Nessa região, uma partícula <strong>de</strong> carga elétrica 2 µC e massa<br />

0,5g é lançada verticalmente para cima com velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 16 m/s. Calcule a máxima<br />

altura atingida pela partícula. Observação: n = nano =10 -9<br />

Q.51: (FEI-SP) A figura indica a posição dos planos eqüipotenciais<br />

numa região <strong>de</strong> um campo elétrico uniforme.<br />

Uma partícula <strong>de</strong> massa m = 4,0.10 -7 kg e carga q = -2,0<br />

.10 -6 C é abandonada em repouso no ponto A (x =-1,0 m).<br />

Determine:<br />

A) a intensida<strong>de</strong>, a direção e o sentido do vetor campo<br />

elétrico;<br />

B) a velocida<strong>de</strong> da partícula após um <strong>de</strong>slocamento <strong>de</strong> 2,0<br />

m.<br />

Q.52: É dado o gráfico da energia potencial <strong>de</strong> uma carga q =10 -5 →<br />

C, no vácuo, submetida<br />

apenas à 10 apenas à ação <strong>de</strong> um campo elétrico uniforme e paralelo a Ox. Em x<br />

=0, a energia cinética <strong>de</strong> q é nula.<br />

Determine a energia cinética que q possui nos pontos A(x =<br />

0,5 cm) e B(x =1,0 cm).<br />

Construa os gráficos da energia cinética em em função <strong>de</strong> x<br />

e da energia total em função <strong>de</strong> x.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

128


Q.53: Uma carga elétrica Q = 2 . 10 -6 C gera, no vácuo, um campo elétrico. Sejam A e<br />

B pontos do campo.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

0,1m 0,1m<br />

Q A B<br />

Desprezando-se as ações gravitacionais, <strong>de</strong>termine:<br />

a) os potenciais elétricos em A e B;<br />

b) o trabalho da força elétrica que atua em q =10 -4 C, quando é levada <strong>de</strong> A para<br />

8;<br />

c) o trabalho da força elétrica que atua em q =10 -4 C, quando é levada <strong>de</strong> A até o<br />

infinito;<br />

d) a velocida<strong>de</strong> com que a carga q =10 -4 C e massa m = 2 . 10 -2 kg <strong>de</strong>ve ser lançada<br />

<strong>de</strong> B e atinge A com velocida<strong>de</strong> nula;<br />

e) a maior velocida<strong>de</strong> atingida pela carga q =10 -4 C e massa m = 2 . 10 -2 kg se for<br />

abandonada em repouso em A.<br />

É dada a constante eletrostática do vácuo: k = 9.10 9<br />

2<br />

N ⋅ m<br />

Q.54: Tem-se uma carga +Q fixa. Outra carga -q e <strong>de</strong> massa m executa movimento<br />

circular uniforme <strong>de</strong> centro +Q e raio R. Desprezando-se as ações gravitacionais e<br />

supondo o vácuo como meio, <strong>de</strong> constante eletrostática k0, <strong>de</strong>termine:<br />

a) a velocida<strong>de</strong> v <strong>de</strong> -q;<br />

b) a energia potencial elétrica <strong>de</strong> -q;<br />

c) a energia cinética <strong>de</strong> -q;<br />

d) a energia total <strong>de</strong> -q;<br />

e) a relação entre a energia total e a cinética;<br />

f) a energia E que se <strong>de</strong>ve fornecer a -q, para que passe a executar MCU, em<br />

torno <strong>de</strong> +Q, com raio 2R.<br />

Questões – Lei De Ohm<br />

Q.55: Um resistor submetido a uma tensão <strong>de</strong> 5V é percorrido por uma corrente elétrica<br />

<strong>de</strong> 0,4 ª Qual a resistência <strong>de</strong>sse condutor?<br />

Q.56: Um resistor <strong>de</strong> 20Ω está submetido a um tensão <strong>de</strong> 4V. Determine a corrente<br />

elétrica que atravessa esse resistor.<br />

Q.57: Um resistor <strong>de</strong> 5MΩ é percorrido por uma corrente <strong>de</strong> 3µ. Qual a tensão nos<br />

terminais <strong>de</strong>sse resistor?<br />

C<br />

2<br />

129


Questões – Resistores<br />

Q.58: Dada a associação, <strong>de</strong>termine:<br />

a resistência do resistor equivalente da associação<br />

10Ω<br />

a) a intensida<strong>de</strong> da corrente em cada resistor 20 A<br />

b) a tensão entre os terminais <strong>de</strong> cada resistor<br />

Q.59: (EFOA – MG) Dois resistores, um <strong>de</strong> 400 ohms e outro <strong>de</strong> 600 ohms, ligados em<br />

série, estão submetidos à tensão <strong>de</strong> 200V.<br />

a) Qual é a corrente que percorre esses resistores?<br />

b) Qual é a tensão aplicada no resistor <strong>de</strong> 600 ohms?<br />

Q.61: Consi<strong>de</strong>re a associação da figura. Determine:<br />

a) a intensida<strong>de</strong> total da corrente no circuito.<br />

b) a intensida<strong>de</strong> da corrente em cada resistor.<br />

Q.62: (UMC – SP) Duas lâmpadas incan<strong>de</strong>scentes<br />

idênticas (L1 e L2) foram conectadas a uma fonte i<strong>de</strong>al<br />

<strong>de</strong> 12V, conforme a figura.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

Q.60: (UFES) Qual o valor da resistência que<br />

<strong>de</strong>ve ser associada em série a uma lâmpada<br />

<strong>de</strong> 60 W/110V para que ela trabalhe <strong>de</strong>ntro da<br />

sua tensão especificada, num local on<strong>de</strong> a<br />

tensão da re<strong>de</strong> é <strong>de</strong> 125V?<br />

Sabendo que, nessas condições <strong>de</strong> operação, cada lâmpada tem resistência<br />

R = 8Ω, calcule para o circuito:<br />

a) intensida<strong>de</strong> da corrente elétrica.<br />

b) A potência elétrica dissipada.<br />

130


Q.63: Calcule a resistência equivalente entre os pontos A e B das seguintes associações:<br />

a) b)<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

5Ω<br />

c) d)<br />

Q.64: (UFMS) No circuito elétrico à direita, <strong>de</strong>termine<br />

o valor da resistência equivalente, em<br />

ohms, entre os pontos A e B.<br />

Q.65: (UFBA) A figura à esquerda ilustra uma associação<br />

<strong>de</strong> resistores. Sabendo que a corrente<br />

que passa pelo resistor <strong>de</strong> 4Ω é <strong>de</strong> 2 A , <strong>de</strong>termine a<br />

ddp aplicada entre os pontos A e B.<br />

Q.66: Calcule a resistência do resistor equivalente em cada caso.<br />

a) b)<br />

Q.70: (UFU – MG) Três resistores iguais, <strong>de</strong> 120Ω cada, são associados <strong>de</strong> modo que<br />

a potência dissipada pelo conjunto seja 45W, quando uma ddp <strong>de</strong> 90V é aplicada aos<br />

extremos da associação.<br />

a) Qual a resistência equivalente do circuito?<br />

b) Como estes três resistores estão associados? Faça o esquema do ciucuito.<br />

c) Calcule a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente em cada um dos três resistores.<br />

131


Questões – Cap. III<br />

Q.71: A partir <strong>de</strong> um nó do circuito experimental, comprove a 1ª Lei <strong>de</strong> Kirchoff.<br />

Q.72: A partir <strong>de</strong> uma malha do circuito experimental, comprove a 2ª Lei <strong>de</strong> Kirchoff.<br />

Q.73: Determinar a corrente em cada ramo do circuito da figura<br />

Q.74: Determinar a leitura dos instrumentos indicados na figura e suas polarida<strong>de</strong>s.<br />

Q.75: Calcule as quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sconhecidas indicadas nas figuras a seguir:<br />

Q.76: Calcule a corrente e as quedas <strong>de</strong> tensão através <strong>de</strong> R1 e R2.<br />

Q.77: Calcule I2, I3 e IA<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

132


Q.78: Calcule todas as correntes através das resistências pelo método da corrente <strong>de</strong><br />

malha<br />

Q.79: Calcule a corrente em cada resistor, utilizando o método da corrente <strong>de</strong> malha.<br />

Questões - Magnetismo<br />

Q.80: Um pólo magnético <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> P = 2 x 10 -5 Wb é colocado no interior <strong>de</strong> um<br />

campo magnético uniforme, on<strong>de</strong> H = 7.000 A/m. Qual a força exercida sobre o pólo?<br />

Q.81: Qual a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um pólo que colocado no interior <strong>de</strong> um campo magnético<br />

uniforme on<strong>de</strong> H = 4.000 A/m fica sujeito a uma força <strong>de</strong> 0,3 kgf? (1kgf = 10N)<br />

Q.82: Calcular a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo magnético, produzido por um pólo à distância<br />

<strong>de</strong> 5 cm do mesmo, sabendo-se que a intensida<strong>de</strong> do pólo é<br />

P = 6 x 10 -6 Wb.<br />

Q.83: A que distância <strong>de</strong> um pólo <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> 25,6 x 10 -5 Wb tem-se um ponto, cuja<br />

intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um campo magnético é igual a 4.000 A/m, estando é sistema no vácuo?<br />

Questões - Eletromagnetismo<br />

Q.84: Calcular a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo a 50 cm do centro <strong>de</strong> um condutor percorrido<br />

por 3 ª<br />

Q.85: Qual a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> campo no ponto A?<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

2A<br />

A<br />

4cm<br />

6<br />

133


Q.86: Sejam dois fios <strong>de</strong> comprimento infinito, condutores, <strong>de</strong> seção reta <strong>de</strong>sprezível,<br />

paralelos separados <strong>de</strong> uma distância d. Se em algum ponto situado entre os fios o<br />

campo magnético for nulo, quando os mesmos são percorridos por uma corrente elétrica,<br />

po<strong>de</strong>mos concluir:<br />

a) As correntes têm mesmo sentido;<br />

b) As correntes têm sentidos contrários;<br />

c) As intensida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correntes são iguais;<br />

d) O enunciado está errado, pois o campo jamais será nulo;<br />

e) Faltam dados para respon<strong>de</strong>r<br />

Q.87: Qual será a intensida<strong>de</strong> e o sentido da corrente i2 , afim <strong>de</strong> que o campo no ponto<br />

P seja nulo.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

I1 = 2A<br />

I2<br />

Q.88: Qual o valor do campo magnético no centro <strong>de</strong> uma espira feita com condutor<br />

<strong>de</strong> 1m <strong>de</strong> comprimento percorrida por uma corrente <strong>de</strong> 2A?<br />

Q.89: Qual o valor do campo magnético no centro comum às duas espiras <strong>de</strong> raio<br />

7cm. Qual o sentido do campo resultante?<br />

Q.90: Calcular o campo no centro <strong>de</strong> um solenói<strong>de</strong> reto <strong>de</strong> 10cm <strong>de</strong> comprimento e<br />

600 espiras por on<strong>de</strong> passa uma corrente <strong>de</strong> 2A.<br />

Q.91: Dois blocos <strong>de</strong> ferro estão suspensos por fios e constituem os núcleos <strong>de</strong> dois<br />

eletroimâ.<br />

Q.92: Assinale a alternativa correta:<br />

Px<br />

1cm<br />

1,8cm<br />

( ) Se fecharmos a chave 1, mantendo a 2 aberta, os dois blocos <strong>de</strong> ferro vão se<br />

atrair.<br />

( ) Se fecharmos as duas chaves ao mesmo tempo, os blocos vão se repelir.<br />

( ) Se fecharmos a chave 2 e mantivermos a chave 1 aberta, não haverá atração entre<br />

os blocos.<br />

( ) Se fecharmos as duas chaves, os blocos vão se atrair.<br />

134


Questões – Indução Magnética, Fluxo E Histerese<br />

Q.93: Em um campo magnético <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> H = 100A/m é colocado um pedaço <strong>de</strong><br />

material ferromagnético cuja permeabilida<strong>de</strong> relativa é para este valor <strong>de</strong> H, µ r =<br />

1.600. Calcular o valor do campo B (indução) no interior do material.<br />

Q.94: Para este mesmo material, quando H = 300A/m; B = 0,3T. Qual o valor da permeabilida<strong>de</strong><br />

relativa para H = 300A/m?<br />

Q.95: Uma espira <strong>de</strong> 30cm <strong>de</strong> diâmetro é submetida a circulação <strong>de</strong> uma corrente <strong>de</strong><br />

3A. Qual o valor da indução no centro <strong>de</strong>ssa espira, estando no ar? E se colocarmos<br />

um material com permeabilida<strong>de</strong> relativa igual a 1000, qual será o novo valor <strong>de</strong> B?<br />

Q.96: Na curva <strong>de</strong> magnetização mostrada a seguir, em que trecho a permeabilida<strong>de</strong><br />

do material é maior? Justifique.<br />

Q.97: Qual é o valor da indução na superfície abaixo: Unida<strong>de</strong> em cm.<br />

Q.98: Calcular a relutância do circuito magnético abaixo:<br />

dimensões em cm<br />

espessura: 4cm<br />

µ r = 1000<br />

Q.99: Qual <strong>de</strong>ve ser o valor da corrente nas 800 espiras do circuito abaixo, afim <strong>de</strong><br />

que o fluxo gerado seja <strong>de</strong> 300 x 10 -6 Wb.<br />

dimensões em cm<br />

espessura: 1cm<br />

µ r = 1500<br />

Q.100: Qual o valor do campo H no circuito do problema 99?<br />

Questões – Leis <strong>de</strong> Faraday<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

135


Q.101: Coloque nos parênteses abaixo V ou F conforme as sentenças sejam verda<strong>de</strong>iras<br />

ou falsas:<br />

No esquema abaixo representado, po<strong>de</strong>mos afirmar que existe a d.d.p. entre os pontos:<br />

( ) A e B<br />

( ) C e D<br />

( ) A e C<br />

( ) A e D<br />

( ) B e D<br />

Com base no gráfico abaixo, po<strong>de</strong>mos afirmar que:<br />

( ) A fem induzida no intervalo (1) vale 3V.<br />

( ) A fem no intervalo (3) vale –1,25V.<br />

( ) A fem nos intervalos (2) e (3) valem 0 7,5V respectivamente<br />

( ) A fem no intervalo (2) é constante<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

(mWb)<br />

Φ<br />

15<br />

(1) (2) (3)<br />

5 10 12 L(mS)<br />

136


No esquema abaixo po<strong>de</strong>mos afirmar que:<br />

( ) A máxima tensão induzida será 5V.<br />

( ) Depois <strong>de</strong> 10 ms não circula mais corrente no circuito.<br />

( ) A máxima corrente circulante no circuito será 2,5A<br />

( ) Depois <strong>de</strong> 10 ms só irá circular corrente no circuito se movimentarmos a espira<br />

campo afora.<br />

( ) Se a indução retornar a zero <strong>de</strong>corridos os 10 ms, a corrente induzida tem o mesmo<br />

sentido que tinha anteriormente.<br />

( ) Se a resistência tivesse a meta<strong>de</strong> do seu valor, a tensão induzida teria consequentemente<br />

o dobro a seu valor.<br />

( ) Se a espira tivesse o dobro <strong>de</strong> sua área, a tensão induzida seria também o dobro.<br />

Questões – Lei <strong>de</strong> Lenz<br />

Q.102: Analise as sentenças e coloque V ou F conforme as sentenças sejam verda<strong>de</strong>iras<br />

ou falsas.<br />

Na figura abaixo, o imã é colocado diante do solenói<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong>mos afirmar que:<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

S N<br />

( ) Se o imã ficar parado, aparecerá no solenói<strong>de</strong> uma CA.<br />

( ) Se o imã se mover para a direita, a corrente induzida será I2.<br />

( ) Se o imã se mover para a esquerda, não haverá corrente induzida.<br />

( ) Se o imã se mover para a esquerda a corrente induzida será I1.<br />

137


Na figura abaixo, o campo é perpendicular a espira e está saindo do plano do papel<br />

com intensida<strong>de</strong> crescente. Po<strong>de</strong>mos afirmar que:<br />

( ) O sentido da corrente induzida é o <strong>de</strong> I1.<br />

( ) A polarida<strong>de</strong> do ponto a é positiva.<br />

( ) A polarida<strong>de</strong> do ponto a é negativa.<br />

Q.103: Suponha que o imã siga siga a trajetória mostrada no <strong>de</strong>senho abaixo. Chame<br />

<strong>de</strong> I1 a corrente antes do imã passar e I2 <strong>de</strong>pois que ele passa pelo centro da espira,<br />

Indique os sentidos <strong>de</strong> I1 e I2.<br />

Questões –Tensão Induzida em Condutores<br />

Q.104: Um gerador <strong>de</strong> 10 pólos tem um fluxo <strong>de</strong> 4 x 10 -2 Wb por pólo. A armadura gira<br />

a 720 rpm. Determinar a tensão induzida média para 30 espiras.<br />

Q.105: A tensão induzida em 20 espiras <strong>de</strong> um enrolamento <strong>de</strong> armadura vale 60V.<br />

Sabe-se que a máquina possui dois pólos e a velocida<strong>de</strong> do rotor é 3.600 rpm. Determine<br />

o fluxo por pólo <strong>de</strong>sta máquina.<br />

Q.106: Uma armadura gira a 360 rpm, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um campo indutor formado por 20<br />

pólos. Qual <strong>de</strong>ve ser o fluxo por pólo afim <strong>de</strong> que seja gerada nesta armadura, uma<br />

tensão <strong>de</strong> 0,5V por espira?<br />

Q.107: Um gerador po<strong>de</strong> fornecer energia normalmente, girando a velocida<strong>de</strong>s que<br />

variam <strong>de</strong> 700 a 900 rpm. Este gerador possui 8 pólos e tem um fluxo por pólo igual a<br />

3 x 10 -2 Wb. Deseja-se saber em que velocida<strong>de</strong> haverá a máxima tensão gerada por<br />

espira? Neste caso, qual a frequência da tensão gerada? E qual a frequência da menor<br />

tensão gerada?<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

138


Q.108: Calcular o valor da fem média induzida na espira do esquema abaixo:<br />

Unida<strong>de</strong> em cm<br />

Questões – Cap. 9<br />

Q.109: Qual a corrente nominal solicitada pelo motor trifásico <strong>de</strong> uma bomba <strong>de</strong> 5cv<br />

sob uma tensão <strong>de</strong> 380V, sendo cosϕ = 0,80 e o rendimento do motor igual a 96% (n =<br />

0,96)?<br />

A corrente nominal é dada por:<br />

I =<br />

U ×<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

P × 736<br />

3 × cosϕ<br />

× n<br />

Q.110: Uma indústria tem instalada uma carga <strong>de</strong> 200KW. Verificou-se que o fator <strong>de</strong><br />

potência é igual a 85% ( em atraso).<br />

Qual <strong>de</strong>verá ser a potência (KVAr) <strong>de</strong> um capacitor que, instalado, venha a reduzir a<br />

potência reativa, <strong>de</strong> modo que o fator <strong>de</strong> potência atenda às prescrições da concessionária,<br />

isto é, seja igual ( no mínimo) a 92%.<br />

139


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS<br />

- SENAI. SC. Eletrotécnica. Florianópolis, 1998.<br />

- BONJORNO, José R.; CLINTON, Marcio R. Física Fundamental. São Paulo:<br />

FTD, 1999. 672p.<br />

- MAYA, Paulo A. Curso Básico <strong>de</strong> eletricida<strong>de</strong>. São Paulo: Egeria, 1997,<br />

3.volumes<br />

- GUSSOW, Milton. Eletricida<strong>de</strong> Básica. São Paulo : McGraw-Hill Ltda, 1985.<br />

MORETTO, Vasco Pedro. Eletricida<strong>de</strong> e Eletromagnetismo. 2º GRAU. São Paulo :<br />

Ática, 1989.<br />

- MAGNETISMO e Eletromagnetismo. Joinville : CIS-Centro Interescolar <strong>de</strong> 2º GRAU.<br />

S.d.<br />

- ELETRO ELETRÔNICA – Eletricida<strong>de</strong> Básica. SENAI – SP, 1998.<br />

- PROJETO Supervisores <strong>de</strong> primeira linha. SP, 1980.<br />

- ELETRICIDADE Básica – São Paulo, 1996.<br />

SENAI/SC<br />

Eletrotécnica<br />

140

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