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ENTREVISTA<br />
que a logística precisa de investimento,<br />
tem de investir em rodovia, porque há<br />
grande demanda de tráfego. Tem de<br />
investir em ferrovias, porque existem<br />
cargas que são específi cas de ferrovias,<br />
como minério de ferro, produtos agrícolas,<br />
granel, soja, milho. E existem outras<br />
necessidades, como dutos para etanol,<br />
hidrovias, a logística para o escoamento<br />
da produção é algo muito complexo.<br />
GC - O Brasil privilegiou as rodovias?<br />
Moacyr Servilha Duarte - Existe uma<br />
discussão de que o Brasil é “rodoviarista”.<br />
Tem até um livro de um ex-diretor<br />
da Associação Nacional de Transporte<br />
de Cargas e Logística (ANTC), Geraldo<br />
Viana – O mito do rodoviarismo – em<br />
que ele mostra que o Brasil, na verdade,<br />
tem carência de infraestrutura em<br />
transporte, em logística, de maneira<br />
em geral. Faltam hidrovias, ferrovias,<br />
rodovias. O Brasil precisa investir em<br />
tudo. Do ponto de vista logístico, só a<br />
duplicação das rodovias não vai resolver.<br />
Será preciso investir em rodovias,<br />
ferrovias, e hidrovias.<br />
GC - E em São Paulo, quais são as<br />
perspectivas para o Rodoanel, trecho<br />
Norte?<br />
Moacyr Servilha Duarte – Para o<br />
Rodoanel Norte, ao que tudo indica,<br />
se olharmos a experiência histórica,<br />
20 / <strong>Grandes</strong> <strong>Construções</strong><br />
Expectativa em São Paulo fi ca por conta da Nova Tamoios, corredor logístico rumo ao litoral paulista, a ser concedido para a iniciativa privada<br />
será feito o mesmo que foi feito para<br />
o Rodoanel Sul: o governo constrói e<br />
depois transfere a operação para a iniciativa<br />
privada, cobra uma outorga que<br />
será aplicada em outros projetos. Ao<br />
que tudo indica é o que vai acontecer<br />
no Rodoanel.<br />
GC – E para a Rodovia dos Tamoios?<br />
Moacyr Servilha Duarte – Nesse<br />
caso e já está duplicando o trecho do<br />
planalto, que passa pela região de Paraibuna<br />
até São José dos Campos. Está<br />
lançando, via Dersa, a licitação para<br />
construir os contornos de Caraguatatuba<br />
e São Sebastião. Faltará o trecho<br />
da serra. Ao que tudo indica o governo<br />
faria uma PPP. O governo iria transferir<br />
para a iniciativa privada os trechos já<br />
prontos e a concessionária construiria<br />
o trecho da serra.<br />
GC - E há outras possibilidades de<br />
concessões?<br />
Moacyr Servilha Duarte – No caso<br />
do programa federal, existiria mais espaço<br />
para algumas novas concessões.<br />
Mas eu acho que no caso de São Paulo,<br />
há realmente uma resistência grande,<br />
política, dentro do próprio para ampliar<br />
o programa de concessões em<br />
rodovias comuns, que precisam ser<br />
duplicadas. Eu vejo que em São Paulo<br />
teria, em médio prazo, pelo menos<br />
duas novas concessões: o trecho Norte<br />
do Rodoanel e a rodovia dos Tamoios<br />
com, PPP.<br />
GC - E em outros estados, há novas<br />
possibilidades?<br />
Moacyr Servilha Duarte - Nos estados<br />
haverá provavelmente uma grande<br />
involução no Rio Grande do Sul. Ali<br />
o programa inclui rodovias federais e<br />
estaduais. As rodovias federais foram<br />
delegadas ao governo do estado, mas<br />
aparentemente o governo estadual<br />
está trabalhando para devolver as concessões<br />
ao governo federal, no caso, o<br />
Departamento Nacional de Infraestruturas<br />
de Transporte (Dnit). E as rodovias<br />
estaduais, que são hoje concedidas,<br />
seriam operadas por uma empresa<br />
estatal. Evidentemente que isto vai na<br />
contramão do que o governo federal<br />
está fazendo e do que está sendo feito<br />
no mundo inteiro.<br />
GC – Seria uma mudança de rota<br />
importante para o futuro do setor.<br />
Moacyr Servilha Duarte – Há a possibilidade<br />
de uma involução no Rio<br />
Grande do Sul. E nos outros estados,<br />
como Santa Catarina, Paraná, no Sudeste,<br />
não tem aparentemente novas<br />
concessões. Onde existe perspectiva de<br />
concessões é na Bahia, e principalmente,<br />
em Pernambuco que tem um programa<br />
grande de logística, na região