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4ª PROVA<br />
parte 1 subway 27/10/10 12:42 Page 18<br />
18 KATHRYN STOCKETT<br />
— O quê? Você... me expulsaria? Por discordar de você?<br />
Dona Hilly levanta uma sobrancelha:<br />
— Faço o que for preciso para proteger a nossa cidade. É a senhora,<br />
mamãe.<br />
Eu vou pra cozinha e só saio de lá quando ouço a porta da frente<br />
se fechar atrás do traseiro da dona Hilly.<br />
QUANDO VEJO QUE A DONA HILLY já foi, coloco Mae Mobley no cercadinho,<br />
arrasto a lata de lixo até a rua porque hoje é dia do caminhão<br />
de lixo passar. Na entrada de carros, dona Hilly e a louca da mãe dela<br />
dão ré e quase passam por cima de mim com o carro,então pedem desculpas,<br />
todas boazinhas. Entro na casa, feliz por não estar com duas pernas<br />
quebradas.<br />
Quando chego na cozinha, a dona Skeeter tá ali. Tá debruçada<br />
sobre a bancada, com o rosto sério, mais sério até do que o normal.<br />
— Olá, dona Skeeter. Precisa de alguma coisa?<br />
Ela olha lá pra fora, onde dona Leefolt tá conversando com dona<br />
Hilly pela janela do carro.<br />
— Não, estou só... esperando.<br />
Seco uma bandeja com um pano de prato. Quando dou uma olhada,<br />
ela ainda tá com os olhos preocupados fixos naquela janela. Ela não<br />
parece com as outras madames, por ser tão alta. Ela tem as maçãs do<br />
rosto bem salientes. Olhos azuis que olham pra baixo, o que deixa ela<br />
com um ar meio tímido. Não tem barulho nenhum aqui, a não ser o<br />
radinho no balcão, tocando a estação de músicas gospel. Eu queria que<br />
ela fosse embora.<br />
— É o sermão do reverendo Green que você está ouvindo? —<br />
pergunta ela.<br />
— Sim, senhorita, é.<br />
Dona Skeeter sorri.<br />
— Isso me lembra muito a babá que eu tinha quando criança.