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Por Mônica Leal Secretária de Esta<strong>do</strong> da Cultura<br />
Lei de Incentivo à Cultura<br />
Desde que assumi a Secretaria de Esta<strong>do</strong><br />
da Cultura, e, frente ao desafio de comandar<br />
a pasta, tive como uma das principais<br />
metas, o bom uso <strong>do</strong> dinheiro público,<br />
o saneamento e o resgate da<br />
credibilidade da Lei Estadual de Incentivo<br />
à Cultura, a LIC. Voltan<strong>do</strong> um pouco nesse<br />
tempo, lembro de <strong>do</strong>is momentos<br />
cruciais para a Secretaria e que nortearam<br />
a nossa busca por readequações e<br />
melhorias: o choque de gestão que<br />
implementamos para que não ocorresse<br />
o fechamento da LIC, quan<strong>do</strong> nos deparamos<br />
com o relatório apresenta<strong>do</strong> pelo Tribunal<br />
de Contas, que apontava para um<br />
esta<strong>do</strong> de falência; e a descoberta de que<br />
o Sistema LIC havia si<strong>do</strong> frauda<strong>do</strong> por produtores<br />
desonestos muni<strong>do</strong>s de <strong>do</strong>cumentos<br />
falsos e assinaturas falsificadas<br />
<strong>do</strong>s últimos três secretários da cultura <strong>do</strong><br />
Esta<strong>do</strong>, incluin<strong>do</strong> a minha. Imediatamente<br />
denunciei o fato ao Ministério Público. Dessa<br />
situação resultaram ações positivas na<br />
busca por responsabilizar os frauda<strong>do</strong>res<br />
e aprimorar e proteger o Sistema de Financiamento<br />
Cultural <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />
No constante cuida<strong>do</strong> e na busca de<br />
novas medidas para a melhoria <strong>do</strong> siste-<br />
Por Teniza Spinelli Jornalista<br />
3x4 VIS(I)TA. Um ponto de vista revisita<strong>do</strong><br />
Wilbert<br />
ma em geral, realizamos recentemente em<br />
<strong>Porto</strong> <strong>Alegre</strong>, o primeiro Seminário de<br />
Capacitação da Lei de Incentivo à Cultura<br />
para os produtores culturais. A necessidade<br />
de se orientar sobre formatação de projetos<br />
foi gerada pela constatação da equipe<br />
da LIC, no contato permanente com o<br />
mecanismo, de que muitos projetos eram<br />
inabilita<strong>do</strong>s ou perdiam seus prazos de<br />
execução pelo fato de não serem apresenta<strong>do</strong>s<br />
de forma correta e adequada, a fim<br />
de corresponder aos procedimentos estabeleci<strong>do</strong>s<br />
e exigi<strong>do</strong>s pela Lei e suas<br />
Normativas. E convivíamos com o constante<br />
desgaste que isso gerava, o que acarretava<br />
mais tempo gasto para<br />
reapresentações <strong>do</strong>s projetos, e menos<br />
tempo para a tramitação prevista ainda<br />
dentro da Secretaria da Cultura. O seminário<br />
recebeu cento e setenta produtores<br />
culturais e representantes de prefeituras e<br />
de entidades proponentes de projetos de<br />
to<strong>do</strong> o Esta<strong>do</strong>, e teve como missão, o repasse<br />
de informações e esclarecimentos<br />
a fim de qualificar ainda mais os usuários<br />
<strong>do</strong> Sistema LIC; a divulgação da atual situação<br />
da Lei; e o estímulo à essa rede<br />
produtiva que movimenta a economia <strong>do</strong><br />
Um grupo de quatro artistas experimenta<br />
uma forma nova de dialogar e<br />
estabelecer pontos de contato, organizan<strong>do</strong><br />
encontros/visitas em diferentes<br />
ateliês de outros artistas. Seus<br />
nomes são: Carlos Krauz, Helena<br />
d’Ávila, Nelson Wilbert e Laura Fróes.<br />
O projeto prevê, nesta primeira etapa,<br />
10 vistas e após, a publicação<br />
de um livro registran<strong>do</strong><br />
to<strong>do</strong> o projeto, que já está na<br />
metade <strong>do</strong> percurso. As primeiras<br />
visitas foram nos ateliês<br />
de Roseli Jahn, Felix<br />
Bressan, Luis Gonzaga, André<br />
Venzon e Maria Lúcia Cattani.<br />
O grupo, auto-intitula<strong>do</strong><br />
3x4, escolhe o artista a ser visita<strong>do</strong><br />
e o visita, daí o nome <strong>do</strong><br />
projeto 3x4 vis(i)ta. Mas antes,<br />
o grupo faz uma pesquisa de campo no atelier <strong>do</strong><br />
artista escolhi<strong>do</strong>, para conhecer melhor sua obra e<br />
sua produção recente. A partir dessas reuniões prévias,<br />
das conversas mantidas, cada membro <strong>do</strong> grupo<br />
faz uma proposta artística que tenha relação com o<br />
nosso Rio Grande, proporcionan<strong>do</strong> desenvolvimento<br />
e geração de renda através da<br />
cultura. Queremos oferecer uma estrutura<br />
condizente com a importância desse mecanismo<br />
ofereci<strong>do</strong> pelo Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />
<strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul, onde os diferentes<br />
sujeitos envolvi<strong>do</strong>s possam atuar plenamente<br />
na divulgação e na ampliação da<br />
cultura <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Dessa forma, o produtor<br />
recebe condições de utilizar uma estrutura<br />
mais ágil e modernizada, o patrocina<strong>do</strong>r<br />
pode confiar no benefício de sua participação,<br />
e a sociedade como um to<strong>do</strong> vem<br />
a saber que o dinheiro público está sen<strong>do</strong><br />
aplica<strong>do</strong> através de projetos sérios e comprometi<strong>do</strong>s<br />
com a cultura gaúcha.<br />
A LIC, em 2009, depois de uma fase<br />
de ajustes imprescindíveis e <strong>do</strong> saneamento<br />
<strong>do</strong>s problemas históricos mais<br />
graves, se firma, para continuar sen<strong>do</strong> um<br />
instrumento importante para a viabilização<br />
das nossas inúmeras manifestações artísticas,<br />
que nascem da criatividade, <strong>do</strong><br />
talento e da visão <strong>do</strong>s nossos artistas e<br />
produtores, e para mostrar que a atual<br />
gestão da Secretaria da Cultura priorizou<br />
e assegurou, acima de tu<strong>do</strong>, a continuidade<br />
<strong>do</strong>s projetos culturais gaúchos.<br />
ateliê e/ou a obra <strong>do</strong> artista visita<strong>do</strong>.<br />
O resulta<strong>do</strong> é instigante e tu<strong>do</strong> termina<br />
com uma exposição relâmpago que eles<br />
chamam de evento, cuja duração é de, em<br />
média, 4 horas, sempre num fim de semana.<br />
Nesse dia, o público além de conhecer o<br />
ateliê e a produção <strong>do</strong> artista destaca<strong>do</strong> confere<br />
os trabalhos <strong>do</strong> grupo 3x4.<br />
O projeto já está com meio caminho anda<strong>do</strong><br />
e o sucesso foi conferi<strong>do</strong> pelo <strong>Usina</strong><br />
<strong>do</strong> <strong>Porto</strong> que foi convida<strong>do</strong> a vê-lo. Em uma<br />
iluminada tarde, visitamos o ateliê da artista<br />
e professora <strong>do</strong> Instituto de Artes da UFRGS,<br />
Maria Lucia Cattani, integra<strong>do</strong> a um pátio mágico,<br />
com fron<strong>do</strong>sas árvores e muita<br />
criatividade na montagem da exposição, organizada<br />
coletivamente.<br />
De certa forma, a mostra <strong>do</strong> 3x4, realizada<br />
no atelier de Maria Lúcia Cattani, foi também<br />
um “ponto de contato”, evocan<strong>do</strong> o título<br />
da exposição “Pontos de contato/Points of<br />
contact” da qual Cattani participou e que envolveu<br />
artistas <strong>do</strong> Programa de Pós-Graduação<br />
<strong>do</strong> Instituto de Artes da UFRGS e parceiros<br />
da University of the Arts Lon<strong>do</strong>n. Na<br />
mostra desses <strong>do</strong>is grupos de ensino e pesquisa,<br />
cada artista evidenciou suas singularidades,<br />
superan<strong>do</strong> as distâncias físicas. Na<br />
recente mostra <strong>do</strong> 3x4 nos parece que também<br />
ocorreram questionamentos geran<strong>do</strong><br />
sintonias, num diálogo de conhecimento e<br />
valorização <strong>do</strong>s artistas envolvi<strong>do</strong>s.<br />
Maria Lucia Cattani, anfitriã <strong>do</strong> grupo, expôs<br />
um trabalho que envolve a ação de fazer<br />
marcas. “Não apenas desenhar na superfície,<br />
mas também modificá-la fisicamente,<br />
cortan<strong>do</strong> sulcos, fazen<strong>do</strong> incisões; como ao<br />
arar um campo”. Sua preocupação com a<br />
superfície não é apenas relacionada com o<br />
que é adiciona<strong>do</strong> e sim também com o que<br />
é retira<strong>do</strong>. “O desenho inicial é removi<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
papel, deixan<strong>do</strong>-o com vazios – as marcas<br />
tornam-se visíveis pela sua ausência. E essas<br />
marcas são manualmente refeitas nas<br />
paredes, deixan<strong>do</strong> pequenas irregularidades<br />
devi<strong>do</strong> à natureza <strong>do</strong> material <strong>do</strong> desenho”.<br />
No ateliê de Cattani, os demais artistas<br />
expuseram suas obras, integra<strong>do</strong>s num<br />
processo de convergência, experiências e<br />
vivências culturais e afetivas.<br />
<strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
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Foto capa e matéria: Guerreiro