Impressões - Ano 2 - N°5 - Ucg

Jornal Laboratório dos alunos dos 4º e 5º períodos de Jornalismo 

Ano 2 . Nº 5 

Setembrol / 2007 

Goiânia - GO 

A escolha 

certa 

faz toda a diferença 

Nesta edição, o Jornal 

Impressões mostra como 

pessoas de diferentes 

idades se comportam 

diante do amor 

Criação Capa: 

Annelise Pires 

e Tauana Schetini 

6º Período Jornalismo

2 

PÁG 3 

5 a 10 

Se apaixonar pelo amiguinho, 

sentimento natural da criança pode 

se tornar um problema para os pais. 

Segundo especialistas, o melhor é 

não incentivar 

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS / ÂNIA . SETEMBRO. 2007 

EDITORIAL 

Amor dos oito aos 80 

mar e ser amado, esse é o principal 

objetivo em todas as fases da 

vida. Quanto mais se convence de 

que o meio profissional, os estudos, a 

família são importantes no cotidiano, 

mais existe também a certeza de que 

são as relações intimas e amorosas 

que dão sabor especial à vida. 

Levante à mão quem nunca sentiu 

apreensivo, mas inexplicavelmente 

feliz, quando o coração bateu mais 

forte, o corpo tremeu ou a respiração 

acelerou ao ver a pessoa amada. 

Seja na infância, ou na fase 

adulta; na adolescência ou na terceira 

idade; toda pessoa, em vários 

momentos da vida, precisa de 

alguém para dividir e compartilhar as 

conquistas e os fracassos, os sonhos 

e as desesperanças. As relações 

amorosas fazem parte do processo 

de desenvolvimento emocional, 

psíquico e até biológico de todo o 

indivíduo. São as experiências afetivas 

que vão nortear as atitudes e a 

forma com que a pessoa lida com os 

sentimentos. 

Percebendo a importância do tema, 

PÁG 4, 5, 6 e 7 

11 a 15 

As boas e más experiências 

amorosas vividas na adolescência 

podem refletir na vida adulta. Para 

meninos e meninas, os relacionamentos 

acontecem de forma completamente 

diferentes, mas os sentimentos 

finais são os mesmos 

16 a 20 

Durante toda a vida as pessoas passam 

por fases que as faz enxergar os relacionamentos 

sob diferentes aspectos. 

Jovens relatam visões distintas e idênticas 

sobre seus envolvimentos afetivos 

a presente edição tenta mapear a maneira 

como a sociedade atual enxerga essas 

relações, se dedicando a relatar as diferentes 

faces do amor nas inúmeras fases 

da vida, e olha que atualmente existem 

muitas mudanças em percurso. Reflexo 

das transformações contemporâneas, 

hoje a sociedade vive um momento de 

intensa liberdade, pragmatismo e muita 

superficialidade nas relações. Um exemplo 

disso é o "ficar", usado muito pelos adolescentes 

e jovens. Atitude que isenta toda 

a responsabilidade na relação, esse 

namoro sem compromisso pode gerar 

conseqüências negativas, com gravidez 

indesejada e casamentos inoportunos. Há 

alguns anos, quando existia a repressão 

sexual e a dona de casa era o padrão feminino, 

isso não aconteiam. 

Os meios de comunicação também 

foram importantes nessa 

mudança. Hoje, namorar pela internet 

não é apenas uma necessidade, mas 

se transformou em modismo. É sinal de 

que a pessoa está incluída na 

sociedade ou em uma comunidade 

específica. E as crianças? Influenciadas 

pelas novelas e filmes que têm como 

PÁG 8, 9, 10 e 11 

21 a 25 

Presente na vida do homem, os sentimentos 

têm evoluído e mudado as formas 

de relacionamentos. Atualmente, 

a necessidade de prazer imediato 

interfere de maneira definitiva nos 

encontros amorosos 

26 a 30 

A busca por um par ideal começa 

ainda na infância. Cada envolvimento 

até a fase adulta terá papel fundamental 

para o sucesso ou fracasso do relacionamento. 

Psicólogo afirma que 

mais importante que encontrar a alma 

gêmea, é se sentir bem ao lado do 

escolhido 

PÁG 12 e 13 

31 a 35 

A partir dos 30 anos, estilo, atitudes e 

posicionamentos são quesitos fundamentais 

quando o assunto é relacionamento 

amoroso 

ator principal as relações amorosas, 

começam a dar seus primeiros flertes 

e beijos com menos de 10 anos de 

idade. As reações dos pais em 

relação ao namoro na infância são 

diversas, e muitas vezes erradas, 

dando liberdade demais. 

Outro ponto de destaque é a 

vida amorosa dos idosos. Casais 

prestes a completar bodas de diamante 

relatam às experiências de um 

casamento duradouro. Já pelo outro 

lado, a freqüência dos divórcios está 

aumentando e a procura por um novo 

amor nessa fase da vida também. 

Dos oito aos 80, o amor sempre perdura, 

é ele que dá sentido a vida, e que 

empurra ao caminho da felicidade. 

Como diria Kahlil Gibran em sua 

lucidez irretocável, "quando o amor 

acenar, siga-o e quando ele falar com 

você, acredite no que ele diz". Se 

depois de ler essa edição ainda continuar 

com a mão levantada quando perguntado 

se nunca se aventurou nas 

sensações do amor, não perca tempo, 

você está precisando de amar e ser 

amado. 

PÁG 14 e 15 

36 a 40 

PÁG 16 e 17 

41 a 50 

A insatisfação sexual e falta de 

noção do envelhecimento são as 

principais causas de infidelidade 

entre casais de 41 aos 50 anos 

50 a 60 

Oclair e Maria são completamente 

diferentes nas escolhas amorosas, 

mas têm algo em comum: são 

felizes. Uma no aconchego do 

"casamento", outra, solteira, na vida 

agitada e surpreendente dos 

"ficantes". Maria, apesar de se divertir 

muito, acredita que chegou a hora 

de ter alguém do seu lado. 

EXPEDIENTE 

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA 

SOCIEDADE GOIANA DE CULTURA (SGC) 

Presidente 

Dom Washington Cruz, CP 

Vice-Presidente 

Pe. Rubens Sodré Miranda, CSS 

Secretário Geral 

Prof. Onofre Guilherme dos Santos Filho 

ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR 

DA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 

(UCG) 

Grão-Chanceler 

Dom Washington Cruz, CP 

Reitor 

Prof. Wolmir Therezio Amado 

Vice-Reitor 

Pe. Rubens Sodré Miranda, CSS 

Chefe de Gabinete 

Prof. Giuseppe Bertazzo 

Pró-Reitoria de Graduação 

Profa. Olga Izilda Ronchi 

Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Estudantil 

Profa. Sandra de Faria 

Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa 

Prof. José Nicolau Heck 

Pró-Reitoria de Desenvolvimento 

Institucional 

Prof. Helenides Mendonça 

Pró-Reitoria de Administração 

Prof. Daniel Rodrigues Barbosa 

“IMPRESSÕES” 

Jornal Laboratório do 

curso de Jornalismo da 

Universidade Católica de Goiás 

Coordenadora do Curso de Jornalismo 

Professora Eliani Covem 

Orientação de reportagem e edição 

Professora Rakell Aguiar 

Reportagem e edição 

7º período matutino de Jornalismo 

Projeto Gráfico e 

Orientação de Diagramação 

Professor Cláudio Aleixo 

Diagramação 

6º período matutino de Jornalismo 

Impressão 

Divisão Gráfica e Editora da UCG 

Tiragem 

1.000 exemplares 

E-mail 

impressoesucg@gmail.com 

Goiânia, Junho de 2007 – Ano 2 nº 5 

Universidade Católica de Goiás - UCG 

Campus V 

Rua Fued José Sebba, nº 1.184 

Jardim Goiás, Goiânia-GO. 

www.ucg.br 

e-mail: catolica@catolica.br

NOME DA SEÇÃO 

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS / GOIÂNIA .SETEMBRO. 2007 

NO JARDIM DA INFÂNCIA 

Reportagem: Karolinne 

Rodrigues, Lara Machado e Wilson 

Fernandes 

Edição: Ludmilla Borguês e 

Ivana Michelli 

Diagramação: 

Alexandre Rissate e Jeyce Sousa 

Asala de aula não parece o 

lugar ideal para namoros. 

Mas para Geovana Áurea a 

história é outra. Ela tem cinco anos, 

faz o Jardim II na Escola Intelectual 

e tem três namorados. Dos três 

escolhidos, dois são mais novos e 

ainda usam fraldas no maternal. A 

pequena diz que com Macsander e 

Ernane prefere brincadeiras na hora 

do recreio. Já com João Pedro, o 

mais novo de todos, ela tem o 

namoro mais duradouro, passa de 

um ano e os beijinhos rolam soltos. 

Nana, como é chamada pela família, 

diz que se a mãe proibir, vai 

namorar escondido. 

A mãe de Geovana, a funcionária 

pública Gilvânia Ferreira, diz que 

não acha certo o namoro na idade de 

Nana. "Não apoio, mas minha filha 

é influenciada pelas novelas, quando 

ela vê os personagens se aproximarem, 

já espera pela 

cena do beijo", relata. 

Esse romantismo na 

infância é natural. 

Segundo especialistas, 

as crianças repetem 

comportamentos acompanhados 

nas músicas, 

programas televisivos e 

histórias de princesas 

retratadas em filmes. 

Afinal, elas também 

querem um príncipe. A 

arma dos pais é tratar 

com naturalidade, apoiar e se interessar 

pelo assunto, mas com limites. 

Carlos Henrique Alves só tem qua- 

tro anos e já se revela o príncipe das 

mulheres. Na escola onde faz o 

Jardim II conta que tem duas 

namoradas e não saberia escolher se 

tivesse que ficar 

somente com uma 

delas. "As duas são 

bonitas e gosto delas". 

O garoto diz já ter tido 

a experiência do 

primeiro beijo, mas 

sabe que não deve contar 

pra ninguém. "A 

professora não pode 

saber que já chamei a 

Mariana pra beijar e 

que ainda vou falar 

com a Layane", declara 

preocupado. 

Os pais de Carlos Henrique dizem 

ter ciência do que acontece com o 

5 A 10 

Se apaixonar pelo amiguinho, sentimento natural da criança pode se tornar um 

problema para os pais. Segundo especialistas, o melhor é não incentivar 

"Não apoio, mas 

minha filha é 

influenciada pelas 

novelas, quando 

ela vê os personagens 

se aproximarem, 

já espera 

pela cena do 

beijo" 

Com apenas 

cinco anos, 

Geovana Áurea 

cativa três 

namorados 

filho e incentivam o "namoro ingênuo". 

"Um dia desses, ele chegou da 

escola muito feliz contando que 

estava namorando. Pedimos para 

que relatasse a história e achamos 

muito engraçado aquela euforia 

toda". 

A pedagoga Camila Lima convive 

diariamente com essas situações 

entre os alunos. "Sempre me avisam 

que estão namorando, apenas digo 

que não se trata de namorados, mas 

sim de amigos especiais", explica. 

Segundo Camila, é comum a 

mudança de comportamento quando 

a criança está namorando. Ela 

ressalta que normalmente os alunos 

ficam mais agressivos e agitados, 

mas não acredita ser esse um fator 

negativo no andamento das atividades, 

e sim um sentimento natu- 

3 

ral da criança, que com diálogo 

pode ser resolvido. 

Mais conservadores 

Mas nem todos os pais gostam dessa 

idéia de namoro na infância. A atendente, 

Rose América Ribeiro, tem 

uma filha de sete anos e não admite 

esse comportamento. "Criança tem 

é que brincar e estudar, namorar só 

na hora certa", esbraveja Rose. Para 

ela, a idade ideal para que uma pessoa 

comece a namorar é com 15 

anos. 

A psicóloga Elisângela Ferreira 

explica que a criança nessa idade 

não tem o sentimento de amor. Na 

infância é algo inocente, apenas 

afeto e carinho. Elisângela adverte 

que os pais devem estar atentos para 

que esses "namoros" não atrapalhem 

na educação da criança.

4 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS / GOIÂNIA . SETEMBRO. 2007 NOME DA SEÇÃO 

11 AOS 15 

Entre rosas e 

espinhos 

As boas e más experiências amorosas vividas na 

adolescência podem refletir na vida adulta. 

Para meninos e meninas, os relacionamentos 

acontecem de forma completamente diferentes, 

mas os sentimentos finais são os mesmos 

Reportagem: 

Marina Dutra 

Edição: 

Adriana Carvalho, Hacksa Oliveira 

e Rúbia Oliveira 


Annelise Pires e Tauana Schetini 

Inconstante é a adolescência. 

Descobertas, inseguranças, 

amizades, 

questionamentos, sexualidade 

e outros atributos caminham 

juntos nessa fase marcante e 

crucial na vida de qualquer ser 

humano. As transformações 

físicas, chamada de puberdade, 

tornam-se características 

nessa fase. Nas meninas, o 

desenvolvimento de glândulas 

mamárias, aparecimento de 

pêlos pubianos, menstruação, 

aumento de peso e altura 

acontece mais rápido do que 

no sexo masculino. Os principais 

aspectos na puberdade 

dos meninos são mais lentos e 

prolongados como, crescimento 

do pênis e testículos, 

aumento dos ombros, pêlos na 

zona púbica e primeira ejaculação. 

Mais do que mudanças 

físicas, a adolescência muda 

comportamentos. Aquela criança 

que antes brincava de 

carrinhos ou bonecas e tinha a 

figura dos pais mais presente 

no dia a dia, cresce e se desenvolve. 

Passa a admirar os ami- 

gos, a se interessar pelo sexo 

oposto, ir a festas, se tornar 

mais vaidoso (a) e a ter suas 

próprias autonomias. 

De acordo com a psicóloga 

Nádia Corrêa, 27, a adolescência 

é o período em que a 

identidade está se formando. 

"Todos buscam um grupo para 

se identificar, se afirmar como 

maduros, quando na verdade é 

nessa fase que a imaturidade é 

incessante". 

Para Nádia, a melhor 

maneira de sobressair essa 

fase seria os pais aconselharem 

e acompanharem de 

perto os filhos para não ter 

problemas futuramente. "Conversar 

com os filhos, ensinar 

como se usa uma camisinha, 

estabelecer certos limites são 

caminhos fáceis para o adolescente 

seguir esse curso da vida 

mais saudável”, afirma. 

Segundo os especialistas, 

nesse período também acontece 

o amor platônico, aquele 

idealizado de Romeu e Julieta 

para as meninas e a paixão 

avassaladora presente nos 

meninos. Todas as pessoas que 

já passaram pela adolescência 

sabem que a insegurança e os 

conflitos fizeram parte do 

primeiro amor, do primeiro 

beijo ou da primeira festa com 

os amigos. 

Grande parte dos garotos 

encara esse período mais naturalmente, 

acham essa fase 

divertida, possuem menos


limites estabelecidos pelos 

pais e admiram uma menina 

diferente a cada semana. 

"Acho que ser adolescente é 

uma das melhores fases da 

vida. Posso sair com os amigos, 

ir a festas, me divertir. O 

único problema é ainda ser 

considerado como criança por 

algumas pessoas", relata João 

Paulo Canêdo, de 13 anos. 

Amar e ser aceito 

A estudante Juliana Santos, 

12, conta que o primeiro 

amor foi por um rapaz sete 

anos mais velho que ela. "Eu 

era tão apaixonada que já fui 

capaz de atrapalhar o namoro 

dele, ligava para a namorada e 

fingia ser amante do menino. 

Eu fazia muitas maluquices. 

Mas sabia que era platônico. 

Chorava muito por não ser 

correspondida", comenta. 

As conseqüências desse 

amor não correspondido causaram 

malefícios na escola e 

no convívio familiar. Juliana 

passou a tirar notas ruins, a ter 

comportamento rebelde dentro 

de casa, comer e dormir mal. 

"Meus pais perceberam a situação 

e me aconselharam, 

deram apoio e proteção. 

Depois de um tempo já tinha 

esquecido esse garoto. Estava 

pronta para me apaixonar por 

outro", frisa. 

A mãe de Anderson Cardoso, 

15, Leonice Alves, 41 

anos, segue os conselhos de 

Nádia. Para ela existem 

muitas dificuldades em educar 

um filho na puberdade. "Pela 

ausência do pai eu tive que 

ensiná-lo como se usa uma 

camisinha, não andar com más 

companhias, estabelecer horários, 

pois nessa idade ele só 

pensa em namorar e voltar 

tarde para casa". 

Quanto às meninas, Leonice 

já presenciou o filho 

chorando uma vez porque os 

pais da garota que ele gostava 

não deixaram os dois 

namorarem. "De inicio eles 

encontravam escondidos, mas 

Crédito Foto: 


Criar legenda para imagem. Criar legenda para imagem. Criar legenda para imagem. 

o pai da menina descobriu e 

queria ter uma conversa com 

Anderson. Ele ficou morrendo 

de medo, mas essa conversa 

nunca aconteceu porque o 

namoro terminou e meu filho 

ficou arrasado", comenta. 

Lembranças 

Inesquecíveis 

Quem já não ouviu a 

famosa frase "o primeiro amor 

a gente nunca esquece" que 

atire a primeira pedra. Independente 

do amor ter sido 

bom ou ruim, muitas pessoas o 

levam para a vida inteira, 

descobrem com ele o sabor do 

primeiro beijo, a sexualidade 

aflorada, o sentimento forte e 

único. 

Percebe-se hoje que o 

amor despretensioso da adolescência 

ficou em segundo 

plano, perdendo seu posto 

para a "ficada". Garotos e 

garotas saem para as baladas e 

"ficam" com seus parceiros, 

beijam e no dia seguinte estão 

prontos para outra paquera. 

A psicóloga acredita que o 

famoso comportamento "ficar" 

acrescenta à vida dos adolescentes 

aceitação e experiência. 

"Em qualquer período da vida 

é preciso ser aceito para se 

sentir bem. Isso faz diferença 

na vida afetiva, são influências 

na forma como esses jovens 

vão encarar os relacionamentos 

futuros" completa. 

Maxwell Andrade, 15, 

encara a adolescência com 

naturalidade, mas admite que 

quando está a fim de uma 

garota a timidez impera, e 

acrescenta que a maioria das 

meninas de sua idade são bem 

mais avançadas que os meninos 

na hora de paquerar. 

5 

"Geralmente admiro a garota, 

encaro, se ela der moral eu 

tento conversar. A partir daí 

vejo se vai rolar um beijo", 

salienta. 

Já a estudante Gizely 

Lopes Silva, 12, acreditava 

que não conquistaria o coração 

do menino mais popular 

de sua sala. Depois de noites 

chorando a fio e amigas da 

turma dizendo que ela estava 

perdendo tempo, Gizely 

declarou para o menino e 

namorou durante três meses, 

até o garoto ter que mudar 

para outra cidade. "Fique 

muito mal. Foi meu primeiro 

amor. Mantemos contato por 

e-mails e telefone, até hoje 

sou apaixonada por ele, porém 

com a distância fica difícil. 

Confesso que eu o espero 

ainda para voltarmos a 

namorar", relata.


15 A 20 

À flor da pele 

Durante toda a vida as pessoas passam por fases que as faz enxergar 

os relacionamentos sob diferentes aspectos. Jovens relatam visões 

distintas e idênticas sobre seus envolvimentos afetivos 

Ficar ou namorar? E depois 

de escolher, como 

conquistar o parceiro? 

Muitos jovens que estão na 

faixa etária dos 15 aos 20 anos 

dizem descobrir e provar o 

primeiro gosto do amor. Mas 

onde encontrar o par perfeito? 

No barzinho? Na igreja? Na balada? 

Ana Carolina Oliveira, 19, 

está no seu primeiro relacionamento 

"sério", como a própria 

denomina. Há um ano com o 

namorado, conta que tomou a 

iniciativa para que pudessem 

ficar juntos. Por gostar de garotos 

com personalidade tímida, 

ela toma como um desafio conquistá-los. 

A estudante revela 

que o olhar é a primeira estratégia 

para o flerte. "Eu demonstro 

que estou interessada pelo olhar. 

Quanto à estética, acho utopia 

quando falam que aparência não 

importa. O parceiro deve ter um 

sorriso bonito, ser bem humorado 

e acima de tudo, prezar pela 

fidelidade". 

O pós-doutor e professor do 

Depar-tamento de Psico-logia 

na Univer-sidade Católica de 

Goiás (UCG), Dwain Phillip 

Santee, co-menta sobre o comportamento 

da maioria dos 

jovens nessas idades. Para o 

psicólogo, o grupo em que se 

inserem é uma das condições 

para que julguem o que é importante 

na relação. "Por exemplo, 

se for um jovem evangélico de 

uma denominação mais conservadora, 

talvez o mais importante 

para ele seja viver como 

Jesus viveu. Em termos de relacionamento, 

ele quer encontrar 

uma pessoa que também faça 

isso e que tenha valores parecidos. 

De qualquer forma o contato 

físico, beijar na boca, segurar 

na mão são importantes porque 

fazem parte de um ritual 

humano de acasalamento". 

Leonardo Augusto Leão 

Rolim, 25, afirma nunca ter 

namorado por ter outros objetivos 

na vida, como terminar a 

faculdade, mas que não deixa de 

se interessar por garotas. O 

estudante admite agir de forma 

muito discreta para demonstrar 

que está interessado em alguém 

e se não for correspondido, não 

se chateia. "Eu procuro ficar 

perto da pessoa e exibir demonstrações 

de carinho, como dar 

presentes. Outra arma é procurar 

amigos dela para que possam 

me dar dicas". Leonardo 

afirma ainda: "Se não der certo, 

paciência. Acho que não era a 

pessoa certa pra mim", conforma-se. 

Escolhas certas 

Dwain diz que o fato de 

mui-tos jovens não se 

envolverem afetivamente não 

deve afetar os relacionamentos 

futuros. "Algu-mas pessoas 


Dwain Phillip Santee pós-doutor e professor de Psicologia na UCG 

afirma que beijando todo mundo por aí não é muito saudável” 

escolhem não se envolver nessa 

idade e outras querem, mas não 

conseguem por razões diversas". 

Ele lembra que as pessoas 

passam a aproveitar mais os 

relacionamento após os 20 anos. 

"Ainda há muito tempo para 

experiências amorosas, que 

inclusive mudam significativamente 

de qualidade devido ao 

amadurecimento em geral". 

Lucas Marcelino Paiva, 21, 

diz ter passado por dois relacionamentos 

duradouros e 

atualmente namora uma garota 

há três anos. "Ela é muito legal 

e combina comigo também, 

acho que o na-moro está de pé 

até hoje por causa disso". O 

estudante revela que quando 

solteiro costumava criar oportunidades 

na hora de conhecer


outras pessoas. "Ao me aproximar 

procurava ver se gostava de 

coisas parecidas, música ou festas, 

e em muitos casos, você já 

imaginava se a garota é pra ficar 

ou namorar", admite Lucas. 

Leonardo prefere namorar a 

ficar. Acredita que "ficar" é o 

primeiro passo para um namoro 

duradouro, mas o sexo só deve 

acontecer após o casamento. 

"Dois jovens não estão preparados 

para assumirem uma vida 

sexual e suas conseqüências, filhos, 

por exemplo". 

Ana Carolina não pensa em 

ter filhos por agora e exclui a 

possibilidade de casamento do 

seu futuro. "Eu acho que uma 

coisa muito importante antes do 

casamento é o sexo. É melhor 

você se decepcionar com a pessoa 

antes de casar do que ter que 

separar depois". 

Ir além 

Para Dwain, o sexo nessa 

fase é muito valorizado, mas 

não significa transar. "O coito 

propriamente dito é resultado de 


um processo de aproximação e 

interação. O objetivo final sempre 

vai ser esse, por mais que 

ele seja evitado durante o 

namoro e fique para depois do 

casamento". 

O psicólogo 

explica que todo o 

processo depende 

do grupo e dos valores 

individuais. 

"Nessa idade o 

indivíduo gosta de 

ser reconhecido 

como estando 

emparelhado com 

alguém e faz 

questão de mostrar 

isso através dos 

seus comportamentos, 

divulgação oral 

ou de símbolos como, por 

exemplo, um anel". 

Segundo o psicólogo, os 

adultos não conseguem notar 

que nessa idade os jovens não 

encaram a paternidade ou a 

maternidade de forma catastrófica. 

"Os pais sofrem mais com 

isso do que os filhos. Devemos 

"Eu procuro ficar 

perto da pessoa e 

exibir demonstrações 

de carinho, como 

dar presentes. Outra 

arma é procurar 

amigos dela para 

que possam 

medar dicas". 

Leonardo afirma 

Garotas que perderam a adolescência porque engravidaram muito novas 

lembrar que biologicamente 

esses adolescentes estão 

preparados para isso. A natureza 

não teria dado óvulos férteis 

para a moçinha se não viessem 

acompanhados de 

uma capacidade físi- 

ca e mental para 

conseguir lidar com 

essa situação". 

Compromissos 

Por mais que 

achemos um absurdo 

uma moça de 16 

anos engravidar, 

isso vem ocorrendo 

na espécie humana 

há milhões de anos. 

O problema é como 

interfere nos planos 

de vida das pessoas. 

Atualmente, os projetos são 

muito longos, envolvem muito 

investimento de tempo e dinheiro, 

que acabam sendo canalizados 

para o filho que apareceu 

e não mais para o futuro daquele 

adolescente", explica Dwain. 

Ana Carolina e Lucas assumem 

nunca ter procurado por 

7 

parceiros em sites de relacionamento. 

"O lance é sentir o beijo 

e o cheiro da pessoa. Gosto de 

ver quando a garota fica com o 

rostinho vermelho se faço um 

elogio ou como vai reagir se a 

minha 'mão boba' passar dos 

limites", diz Lucas com o semblante 

extrovertido. 

Já para a estudante, a aproximação 

pela internet não tem 

muito sentido. "O melhor lugar 

do mundo pra se achar um parceiro 

para namorar sério é em 

uma festa de folia. Agora para 

ficar, uma boate é ótimo". 

Ana Carolina tem a opinião 

que antes de namorar, o "ficar" 

é importante para ajudar na 

escolha do parceiro. "Ficar acho 

importante. Só experimentei o 

primeiro beijo aos 16 anos, e 

durante minha adolescência tentei 

recuperar o tempo perdido". 

Dwain friza que não se deve 

a princípio relacionar o fato de 

um jovem não levar um relacionamento 

a sério com a falta 

de responsabilidades. Cada caso 

tem a sua particularidade. A 

falta de compromisso nessa 

faixa etária é normal. As 

desilusões amorosas podem afetar 

outras relações futuras sem 

mudar a personalidade de cada 

um. "As pessoas aprendem logo 

no início da vida amorosa que 

não são perfeitas e que 

decepções acontecem. Faz parte 

de um aprendizado de compreensão 

da natureza humana". 

Dwain alerta: "Ficar beijando 

todo mundo por aí não é muito 

saudável, pois pode criar um 

estilo superficial de relacionamento 

no qual a pessoa nem 

consegue se envolver mais a 

fundo por sempre estar na 

superfície. É mais ou menos 

como mergulhar. Ser campeão 

de natação não basta", diz 

Phillip. 

Reportagem: 

Ivana Michelly e Ludmilla Borguês 

Edição: 

Karolinne Rodrigues, Lara 

Machado e Wilson Diogo 


Juliana Brasil


Relacionamentos 

Presente na vida do homem, os sentimentos têm evoluído 

e mudado as formas de relacionamentos. Atualmente, a 

necessidade de prazer imediato interfere de maneira definitiva 

nos encontros amorosos 

Reportagem: 

Alessandro Copetti, Célia Oliveira e 

Juliana Fulquim 

Edição: 

Cristiane Lima, Edilaine Pazini e 

Esley Carvalho 


Larissa Ximenes 

Foi-se a época em que o 

rapaz ia na casa da moça 

pedir permissão para 

namorar. Agora os tempos 

mudaram. Os jovens decidem 

por si namorar, não comunicam 

nem pedem permissão aos 

pais e, simplesmente, ficam. 

Raros são os namoros à moda 

antiga. O pai da moça, que 

antes controlava o distanciamento 

dos "pombinhos" no 

sofá, a despedida no portão, 

hoje empresta a camisa para o 

futuro genro ir embora pela 

manhã. 

Esta mudança de comportamento 

é realidade vivida e 

aprovada por jovens com 

idade entre 21 e 25 anos que 

preferem "curtir" mais, ir a 

boates, barzinhos e "beijar na 

boca" sem muito compromisso. 

"Quero aproveitar minha 

vida antes de assumir um 

compromisso sério", conta o 

estudante Michael Martins, 

22. Para ele, o casamento é 

descartáveis 


algo descartado nessa fase da 

vida. Amigos e as festas estão 

em primeiro lugar. "Numa 

noite posso ficar com uma, 

duas ou mais garotas", revela 

sem inibição. 

20 A 25 

Michael acabou recentemente 

um romance de três anos 

porque se sentia incomodado 

com o ciúme da namorada que 

segundo ele, queria controlálo, 

pois não permitia que con- 

"Antes de casar, quero ter minha profissão, 

não vou depender de marido" 

Ingrid Chaves, 23 anos 

versasse com amigos e saísse 

para jogar futebol. "A única 

mulher que pode controlar a 

minha vida é minha mãe, 

namorada jamais", desabafa. 

Se para os homens a idéia é 

de liberdade, as mulheres não 

ficam atrás. Independentes, 

ousadas, cada vez mai 

s seguras de si e do que 

querem, elas mudam conceitos 

e valores, tudo em nome da 

liberdade e igualdade. "Antes 

de casar, quero ter minha 

profissão, não vou depender de 

marido", admite a estudante . 

Jovem, ela declara numa 

demonstração de segurança, 

ser intolerante para suportar ou 

aceitar uma traição. "Fiquei 

sabendo que tinha sido traída e 

não pensei duas vezes em dar o 

troco", confessa Ingrid que em 

seguida acabou o namoro. 

Na visão de Ingrid Chaves, 

homem que trai não merece 

segunda chance. "Quem faz 

uma vez pode fazer outras". 

Segundo ela, existe uma cultura 

machista presente na 

sociedade que faz dos homens 

convencidos, controladores e, 

a resposta para isso é uma postura 

firme das mulheres, de 

maneira a não aceitar traições 

e exigirem direitos e deveres 

iguais na relação


Respeito 

x 

liberação 

Inegável é a presença do 

amor e a força dos relacionamentos 

na história da 

humanidade. Desde os tempos 

antigos, o homem procura e 

alimenta tais sentimentos e, 

muito se tem pensado, escrito 

e discutido sobre o amor. 

Também é inegável a 

transformação pela qual passou 

e passa esse sentimento. 

Acompanhando a realidade, 

hoje o amor revela o que 

há de mais puro ou de mais 

franco entre homem e mulher, 

independente da faixa etária. 

Do respeito um pelo outro e da 

interferência dos pais, aos 

dias contemporâneos em que a 

liberdade e a liberalidade predominam, 

o amor marca as 

características de cada época e 

perpassa os séculos. 

O homem como ser 

genérico evoluiu e suas 

relações mudaram. Se estão 

certas, mais afetuosas, o 

próprio homem, sujeito e 

objeto da história, ainda não 

descobriu. O certo é que ele 

vai percorrendo o tempo, construindo 

e se adaptando ao que 

pensa e ao que faz. Homem e 

mulher já não são mais os 

mesmos de 30, 40 anos atrás. 

Porém, é a mudança de visão, 

comportamento e atitude da 

mulher que parece ser mais 

evidente. 

De acordo com a psicóloga 

Lysia Moreira, houve uma 



“Está-se edificando a vida sentimental sobre uma 

base pouca sólida, imatura.” 

evolução na forma de pensar das 

mulheres, inclusive no que diz 

respeito a relacionamentos, 

amor. "Muitas dessas mudanças 

ainda são difíceis de serem compreendidas 

e aceitas pelo 

homem. Um exemplo é o fato d 

a mulher ter salários mais 

altos e sua crescente participação 

no mercado de trabalho", 

comenta. O percurso de autonomia 

que marca a história da mulher 

caracteriza a modernidade e 

o despertar de uma consciência 

pela qual a mulher sempre buscou, 

conquistou e agora não 

abre mão. 


Lysia Moreira, 

Psicóloga 

Segundo Lysia Moreira, a 

quebra dos tabus que envolvia 

amor e sexo contribuíram para se 

chegar ao que estágio atual. 

"Isso acelerou o processo de 

liberação não só sexual, mas de 

pensamentos e dos relacionamentos, 

fatores que proporcionam às 

pessoas maior facilidade em estabelecer 

e findar relações afetivas". 

A pouca importância que o 

homem moderno dá aos riscos 

afetivos é prova de que não está 

mais ligado e preocupado em 

estabelecer vínculos. Esse conceito 

de amor que se cultua 

atualmente comprova o sentido 

9 

precário das palavras muito 

expostas pela juventude: o que 

conta é o prazer, o ficar. "Essa é 

essência do amor moderno", 

aponta a psicóloga. Ela ainda 

explica que o homem contemporâneo 

considera muito mais a 

satisfação sexual autocentrada 

como expressão de peso do 

amor, do que o conhecimento 

um do outro, da partilha de sentimentos, 

necessidades, do 

respeito, da relação homemmulher 

e, familiar. "Está-se edificando 

a vida sentimental sobre 

uma base pouca sólida, imatura", 

finaliza.


Amar o amor 

A busca por um par ideal começa ainda na infância. Cada envolvimento 

até a fase adulta terá papel fundamental para o sucesso ou fracasso do 

relacionamento. Psicólogo afirma que mais importante que encontrar 

a alma gêmea, é se sentir bem ao lado do escolhido 

Reportagem: 

Cristiane Lima, Esley Carvalho e 

Edilaine Pazini 

Edição: Alessandro Copetti, 

Célia Oliveira e Juliana Fulquim 


Larissa Ximenes 

Na Bíblia já estava 

escrito: não é bom que 

o homem viva só. E 

não é mesmo. Homens e mulheres 

vivem em busca do par 

perfeito para passar o resto da 

vida juntos; ou pelo menos 

parte dela. Segundo o psicólogo 

Arthur Melo de Oliveira, as 

pessoas estão sempre em busca 

de companheiros para compartilhar 

os momentos da vida. 

Sejam eles bons ou ruins. "Na 

verdade, as pessoas querem ter 

em quem confiar, e assim, 

poder contar com ela em todos 

os momentos". 

Oliveira diz que os relacionamentos 

começam no nascimento. 

Cada um dos envolvimentos 

que o indivíduo tem no decorrer 

da vida influencia na 

maneira que essa pessoa vai 

encarar os demais. "É como 

uma teia de aranha", exemplifica. 

"Todos os envolvimentos 

da vida estarão interligados 

para sempre". 

Depois de passada a fase da 

adolescência, muita coisa 

muda quando o assunto é amor. 

Para o vendedor Leonardo (fictício), 

29, as decepções que 

teve nessa fase fizeram com 

que procurasse novas formas 

de amar. Ele conta que desde o 

início de seus relacionamentos 

sofreu muito. "Nunca era correspondido", 

lamenta 

SURPRESA 

Leonardo diz que era 

muito difícil lidar com a situação 

e por isso começou a freqüentar 

salas de bate-papo na 

web. "Foi quando conheci 

Lady, por qm sou apaixonadíssimo 

até hoje". Depois de 

mais de quatro meses de conversas 

on-line, Leonardo e 

Lady decidiram se encontrar, e 

para isso escolheram um shopping 

de Goiânia. "Quando 

cheguei lá foi um baque. 

Quando procurei a pessoa com 

as características combinadas, 

vi que era um rapaz", diz. 

O vendedor afirma que na 

hora pensou em voltar, mas foi 

em frente. "Na verdade, pensei 

que fosse brincadeira, mas 

como não tinha nada a 

perder...". Depois de quase 

três horas conversando, 

Leonardo conta que foram 

cada um para suas casas, mas 

marcaram outros encontros, 

até que um dia começaram a 

namorar. 

25 A 30 

Já se passaram oito anos e 

Leonardo diz que se sente 

muito bem ao lado de Lady. 

"Tenho muita fé no amor, e 

isso independe de credo, cor, 

sexo. Basta estar ao lado de 

quem nos faz sentir bem, 

cuidado e feliz", ressalta. O 

psicólogo Arthur Melo de 

Oliveira afirma que a experiência 

de Leonardo é muito 

comum. Segundo ele as pessoas 

se apaixonam muito 

facilmente por quem a trata 

bem, com carinho e atenção. 

MEDO DE TENTAR 

Já a secretária Francielma 

Costa dos Santos, 27, teve 

vários relacionamentos, 

porém duradouros foram apenas 

dois. Um deles começou 

quando ela tinha apenas 13 

anos de idade e durou três 

anos. Desse envolvimento 

nasceram duas crianças. O 

primeiro filho quando ela 

ainda tinha 16 anos. O relacionamento 

chegou ao fim 

depois que Fran descobriu que 

o ex-marido a traía.A 

secretária só se envolveu 

novamente depois de quase 

cinco anos. Ela diz que lá no 

fundo sabe que demorou arrumar 

um namorado fixo por 

medo. Depois disso, Fran 

namorou outro rapaz por 

quase seis anos. Mas há um 


ano e meio terminaram o relacionamento 

que também lhe 

trouxe dois filhos. 

Hoje sozinha, Fran acredita 

que não vai amar outro 

homem como o último parceiro. 

Mas ela diz que pede a 

Deus que lhe mande um bom 

companheiro e garante que 

não está à procura de 

ninguém. "Se aparecer, apareceu", 

brinca. E deixa claro: 

"Eu ainda acredito no amor". 

Mesmo depois de duas 

desilusões, diz "ainda acredito 

no amor!" 

Francielma Costa dos Santos, 27, 

secretária


AMADURECIMENTO 

Alguns destes adultos, que 

precocemente foram pais, já 

sofreram várias conseqüências 

que uma gravidez na adolescência 

pode causar. E só 

agora, nesta faixa etária entre 

os 26 e 30 anos a maioria 

deles, ainda jovens, começam 

a assumir a total responsabilidade 

dos filhos que antes era 

dispensada parcial ou totalmente 

aos avós. "Engravidei e 

casei muito jovem mas sempre 

soube das conseqüências do 

meu ato, e apesar de estar 

enfrentando uma separação 

nada amigável não me 

arrependo de nada", desabafa 

a administradora Ludmylla 

Carvalho, 26. 

Com a passagem pela adolescência, 

vem o amadurecimento. 

E é nessa fase que os 

jovens começam a se estabilizar 

e dar início a relacionamentos 

mais estáveis. Para a 

grande maioria é ai que 

começa a preocupação com o 

futuro tanto emocional quanto 

financeiro. Porém, ao contrário 

do que ocorria, sair da 

casa dos pais nessa fase não se 

trata de um fato comum. A 

permanência de adultos 

morando com os pais é cada 

vez maior atualmente. No caso 

de Ludmylla, engravidar, 

casar e sair da casa dos pais 

ocorreu muito rapidamente. 

Com apenas 16 anos ela se 

casou devido antes do nascimento 

do filho. 


"A gravidez foi um alívio, 

pois era muito difícil sair de 

casa. Meu pai controlava 

muito, não deixava sair sozinha. 

Dessa forma, o casamento 

foi uma decisão rápida e 

fiquei mais livre pra fazer o 

que queria", conta Ludmylla. 

Ao contrário de muitos jovens 

de sua idade, que nessa fase 

estão entrando ou procurando 

um relacionamento sério, ela 

enfrenta uma conturbada separação. 

E a irresponsabilidade 

segundo Ludmylla, foi o principal 

motivo do divórcio. 

"Não dava mais pra suportar a 

situação, estava sustentando a 

casa sozinha", finaliza. Com a 

separação Ludmylla não pensa 

em casamento e filhos novamente. 

O psicólogo Arthur Melo 

de Oliveira diz que hoje é difícil 

traçar o perfil dos relacionamentos 

nessa fase por 

causa da diversidade de possibilidades 

que as pessoas 

encontram nos mesmos. O 

psicólogo exemplifica lembrando 

que antigamente com 

essa idade, ou a pessoa tinha 

que estar casada ou estava 

ficando para titia. E se o 

namorado demorava propor o 

casamento já era intimado 

pelos pais da noiva a tomar 

uma atitude. 

Hoje tudo mudou. Os relacionamentos 

estão mais toleráveis 

e flexíveis. Quem não 

conhece, ou é o próprio exemplo, 

de marido e mulher que 

vivem em casas separadas, 


mulheres que namoram 

rapazes bem mais jovens ou o 

contrário, ex-casados que se 

dão bem e as vezes tem recaídas... 

entre tantos outros 

casos. Oliveira faz questão 

11 

ainda de frizar: "O importante 

é amar o amor, independente 

de quando e de que forma ele 

se apresenta". 

"A gravidez foi um alívio, pois era 

muito difícil sair de casa” 

Ludmylla Carvalho, 26, Administradora


31 A 35 

COMO ATRAIR 

SEU TARGET 

Com a dificuldade de 

encontros amorosos 

depois dos 30, a internet 

surge como ferramenta 

para driblar esse problema 

Reportagem: 

Edição: 


Eduardo Zaidem 

Encontros amorosos na faixa 

etária dos 31 aos 35 anos 

de idade têm sido cada vez 

mais raros. A quantidade de desencontros 

têm sido maior. Simone 

Farias, 33 anos, comerciante, diz 

que está cansada de sair em 

Goiânia para paquerar e não 

encontrar um homem que queira 

um compromisso sério. "Vou a 

bares, restaurantes e algumas boates, 

mas, percebo que os homens 

estão preferindo garotas mais 

jovens que preferencialmente 

expõem bastante seus corpos e 

que resolvam logo se aventurarem 

em loucuras sexuais. Acho que já 

passei dessa fase", afirma. Mesmo 

com o risco de golpes por falsos 

galanteadores, Simone optou pela 

internet como ferramenta para 

driblar o problema. Há oito meses 

ela se relaciona com um homem 

de 35 anos. Ela o conheceu numa 

sala de bate-papo e ele mora em 

São Paulo. "Nunca nos vimos pessoalmente, 

mas, acho que ele é 

meu número. Converso com ele 

todos os dias e isso tem feito sentir-me 

valorizada", completa. 

Segundo ela, a atenção que recebe 

dele por intermédio do computador 

consegue suprir a carência 

dos carinhos e abraços. "Estou 

cansada de tanta 

angústia e decep- 

ção", desabafa. Para 

ela no diálogo virtual 

é possível descobrir 

afinidades e características 

que procura 

sem que o corpo físico 

seja fator determinante. 

Alexandre Vinícius 

Martins cursa 

administração de empresas, 

trabalha, faz 

aulas de inglês, academia 

e dança de 

salão. "Eu estou com 

34 anos e quero 

"Vou procurar 

uma amiga para 

ter um filho 

porque não 

estou encontrando 

a pessoa que 

era do modelo 

do meu pai e da 

minha mãe" 

Alexandre Vinicius Martins na noite goiana. 

agora acabar de estabilizar minha 

vida porque já sei o que quero 

fazer. Quero achar uma mulher 

companheira, mãe dos meus filhos 

e ter uma garantia de que vou 

ter uma companhia para a segunda 

etapa da minha vida que estou 

entrando a agora”. Alexandre 

explica que atualmente consegue 

interpretar o perfil de uma moça 

no período de mais ou menos uma 

hora e meia de conversa melhor 

do que quando tinha 

22, 23 ou 24 anos. 

"Acabo ficando mais 

exigente e continuo 

ficando sozinho", 

conclui. 

Para ele o tempo 

está passando, os 

relacionamentos não 

estão durando e a 

família está ficando 

fora de foco. Segundo 

Alexandre, escuta 

várias pessoas de sua 

idade: "vou procurar 

uma amiga para ter 

um filho porque não 

estou encontrando a 

pessoa que era do modelo do meu 

pai e da minha mãe", desabafa. 

Ele está procurando o que é 

melhor pra ele, mas, completa que 

o mundo está passando por uma 

transformação muito grande. E 

que o homem e a mulher precisam 

rever os conceitos. Ele acha que a 

mulher não está preparada para o 

relacionamento da vida atual. "Ela 

espera um homem que queira 

compromisso, mas não está conseguindo 

lidar com isso. Então o 

homem fica esperando encontrar 

uma mulher assim e hoje ela não é 

porque não foi preparada. 

Do outro lado fica a mulher 

esperando um homem com o 

mesmo objetivo só que com outro 

foco. "Ela já pensa em ter um 

homem. Ela mistura em ser dominadora 

e se desencontra. Acho 

que não falta objetivo e nem foco, 

está faltando interpretação sobre o 

que realmente quer. Eu já estou à 

procura de alguém pra ser minha 

companheira. É difícil entrar num 

relacionamento onde sempre tem 

uma pessoa que está pisando em 

ovos pra ver quem é a pessoa 

Crédito Foto:


dominadora daquele relacionamento. 

E não é que o homem tem 

que ser o dominador, não é essa 

questão. "Mas, é difícil conviver 

com alguém ditando regras," conclui. 

Por outro lado a mulher quer 

encarar esse papel, só que o 

inconsciente dela à procura para o 

que veio entra em conflito. Ela 

quer uma pessoa para dar segurança 

e começa a colocar limites. 

"Aí vira uma bagunça", conclui. 

Para ele a academia e a dança 

de salão ajudam a sociabilizar. 

Mas mesmo assim admite que 

talvez seja uma forma de bloquear 

o sentimento da ausência de 

alguém. "Mas no fundo sinto 

falta de ter alguém do lado. A vida 

de solteiro é boa, mas a de estar 

junto também é", explica. 

Diante do cenário atual de 

relacionamentos de suas 

pacientes, a psicóloga e administradora 

Mara Suassuna percebeu 

a necessidade de discutir e encon- 


Mara Suassuna na Palestra “Mulheres de 30” 

trar soluções para o problema. 

Ludymilla Damatta, personal stylist, 

também percebeu a mesma 

necessidade, pois suas amigas 

estavam todas sol- 

teiras. Mara e Ludymilla 

se uniram e 

promoveram um 

evento voltado para 

as mulheres dessa 

faixa etária. Para 

Ludylmilla aliar estilo 

com determinadas 

atitudes e 

posicionamentos 

que a mulher deve 

ter é fundamental. 

"O workshop Mulheres 

de 30 aliou 

aspectos comportamentais 

como a 

questão de estilo e 

moda porque não 

adianta ter uma 

imagem excelente 

se não tiver um 

"O primeiro 

passo é definir 

um foco, ou seja, 

o que se quer e 

que tipo de 

relacionamento 

se tem. 

A carência tira o 

foco da mulher 

que passa a 

querer o que a 

pessoa quer 

com ela" 

Mara Suassuna, 

Psicóloga 

conteúdo significativo. Está acontecendo 

um fenômeno no 

mundo ocidental todo. A mulher 

de 30 do mundo capitalista 

tem problemas com 

o encontro afetivo 

porque ela privilegiou 

a questão 

profissional, explica. 

Surge a questão: 

Balzaquianas Modernas 

ou Solteiras 

a procura de um 

príncipe? 

Na palestra, a 

psicóloga destacou 

os tipos de mulheres: 

modernas, 

destemidas, empresárias,profissionais 

liberais. 

De acordo com ela, 

o cenário atual mostra 

que os homens 

estão com medo das 

mulheres. Para ela, 

13 

as mulheres precisam de novas 

estratégias para aumentar 

a eficiência dos relacionamentos. 

Seguindo seu posicionamento 

de administradora, 

elaborou estratégias aplicadas 

ao marketing como meio de 

ajudar na questão de definir 

qual o relacionamento que se 

quer: amizade, ficar, namorar 

ou casar. "O primeiro passo é 

definir um foco, ou seja, o que 

se quer e que tipo de relacionamento 

se tem. A carência 

tira o foco da mulher que 

passa a querer o que a pessoa 

quer com ela", afirma. 

Segundo ela, a mulher deve 

prestar muita atenção às terminologias, 

pois o homem não 

assume um namoro, mas, pode 

se comportar como namorado. 

Segundo Mara, o segundo 

Passo é a mulher estabelecer 

os pré-requisitos, faixa etária, 

orientação sexual, etnia e 

aparência física. Mara lançou 

a idéia de que a mulher precisa 

estabelecer o seu target, 

ou o público alvo. O que se vê 

hoje em dia é um discurso 

comum entre as mulheres: não 

se fazem homens mais como 

antigamente... hoje em dia 

ninguém quer compromisso... 

só querem sexo... "A mulher 

precisa decidir quem ela quer, 

porque e para que", completa. 

De acordo com ela, devem ser 

observados fatores fundamentais, 

desejados, indesejados e 

excludentes que irão variar de 

acordo com cada mulher. 

"Príncipe não existe. É preciso 

ter critérios para escolher um 

target", afirma. 

O terceiro passo é o posicionamento 

que a mulher deve 

ter com as atitudes. Para ela, 

são nossos erros que estragam 

nossos acertos. Devem-se 

cumprir as leis e respeitar os 

pactos, ter uma infinita busca 

pelo conhecimento, calma, 

atenção, companheirismo, 

respeito e manter-se interessante.


36 A 40 

Em busca de um amor 

A partir dos 30 homens e mulheres estão prontos 

para um relacionamento tranqüilo, com menos 

ansiedade e mais segurança. 

Reportagem: 

xxxx 

Edição: 

xxxxxxxx 

Quem é que nunca sonhou 

em encontrar um 

amor de verdade? As 

mulheres principalmente 

desde a infância sonham em 

algum dia encontrar o seu 

príncipe encantado, o grande 

amor de sua vida. Mas na 

prática não é tão fácil assim. 

Hoje em dia a preocupação 

maior entre a maioria das pessoas 

é com o status que de 

uma forma a sociedade impõe 

em ser bem sucedido profissionalmente, 

ter uma 

aceitação no meio social e por 

último vem o amor. 

"Aos 30 anos a mulher 

está mais madura, experiente e 

decidida. Ela está mais atenta 

para o mundo e principalmente 

para os homens, e quando 

se fala em conquista, em 

amor, aí sim o assunto se torna 

mais fácil, não precisa de 

tanto rodeio, basta um olhar, a 

aproximação e ser rolar uma 

química, acontece!", diz 

Sueleyde Gentil Santos, 

Administradora de Empresa, 

38 anos. 

Já o motorista César da 

Silva de 40 anos não acredita 

ser tão fácil assim, "O mais 

difícil é encontrar alguém 

quando você sabe o que quer, 

pois quando eu tinha meus 

vinte e poucos anos eu não 

tinha essa consciência e por 

isso sempre ficava com todas 

que apareciam", diz ele. 

Tantos os homens quanto 

às mulheres solteiras entre 36 

a 40anos de idade possuem 

uma vida social ativa, eles 

costumam freqüentar boates,


bares, restaurantes, festas, 

shows, a procura de uma boa 

companhia e muitas das vezes 

acabam em um relacionamento 

mais sério. "Os homens 

entre 18 aos 35 anos de idade 

preferem as mulheres mais 

velhas, mais experientes, pois 

elas são mais seguras e independentes", 

diz Flávio de 

Sousa Cardoso, 

Recepcionista, 26 anos, que se 

relaciona com uma mulher de 

46 anos. 

Joana D'Arc Martins, 

Supervisora de Telemarketing, 

40 anos diz que já saiu com 

muitos homens mais novos, e 

que quando saí para a balada é 

cantada tanto quanto uma 

garota de 20 anos. Segunda 

ela por ser mais velha os 

homens são mais soltos, já vão 

direto ao assunto. "Eu adoro 

sair, me divertir, gosto de 

cuidar de mim, e ainda mais 

de ser independente", diz ela. 

Muitas das vezes essas pessoas 

de 36 a 40 anos já estão 

bem resolvidas em todos os 

quesitos, porém falta o amor, 

muitas delas sofrem de 

depressão, pois lhe faltam 

algo mais, um (a) companheiro 

(a). Os homens e as mulheres 

estão sempre à procura 

desse algo mais. Pois cientificamente 

o individuo que vive 

sozinho, sem uma vida social 

ativa vive menos do que aquelas 

que possuem uma vida 

social estável, que se relacionam 

bem com as outras 

pessoas. 

"A partir dos 35 anos de 

idades eu comecei a sentir-me 

mais mulher, com força total 

adquirida pelas experiências 

vividas e realizada na família 

e principalmente sexualmente, 

eu ainda não sentia o peso da 

idade, eu me sentia mais bonita, 

meu corpo, meu cabelo e 

minha pele. Foi aos 30 que 

adquiri segurança, eu sabia 

quem eu era, e ninguém mais 

mudaria minha personalidade. 

Essa é a idade que a mulher 

está bem psicologicamente e 

fisicamente, é a hora de curtir 


a vida, viajar bastante, conhecer 

vários lugares e culturas", 

diz Helena Braga, 63 

anos. 

Hoje em dias as pessoas 

estão tendo uma nova forma 

de relacionamento. Antes o 

homem e a mulher viviam em 

constante disputa entre o mercado 

de trabalho, mais agora 

essa disputa é mais ampla, as 

mulheres estão dominando 

tudo, e com isso elas estão 

deixando de lado o romantismo. 

Nessa nova fase da 

mulher aos 30 ela é uma mulher 

resolvida, e já o homem 

está começando a amadurecer, 

pois depois dos 35 anos para 

eles fica mais difícil de encontrar 

uma companheira, as 

maiorias das mulheres já estão 

casadas e as outras são novas 

demais, afirma a Psicóloga 

Luiza Gonzaga Mesquita. 

Segundo a Psicoterapeuta 

Márcia Homem de Mello em 

uma de suas publicações no 

ABRAPSMOL Essa 

dependência do homem e da 

mulher causa um medo de não 

conseguir ser feliz, nada é 

feito ou desejado independentemente. 

A individualidade 

não existe mais, e permanecer 

junto por essas razões, não é 

relacionar-se. Esse talvez seja 

um dos motivos das pessoas 

ficarem tanto tempo sozinhas, 

isolando de um amor e se ocupando 

de outras coisas que lhe 

proporcionaram prazer. 

Fotos: Internet 

15


Momento crucial 

A insatisfação sexual e falta de noção do envelhecimento são as principais 

causas de infidelidade entre casais de 41 aos 50 anos 

Reportagem: 

Rachell Rabello 

Edição: 


Hermano Henrique Escher 

Permanecer com o mesmo 

parceiro durante muito 

tempo e manter-se fiel é 

tarefa difícil para os dias de hoje. 

Rompendo paradigmas, mulheres 

e homens modernos ocupam o 

tempo em busca do sucesso profissional 

e esquecem ou deixam de 

lado a vida pessoal. De acordo 

com a psicóloga Arilda Ximenes, 

um dos fatores negativos nesta 

idade é a noção que as pessoas passam 

a ter do envelhecimento, o que 

pode afetar a relação no dia a dia, e 

a intolerância, que pode acarretar 

em fuga e consequentemente, terceiros 

parceiros. Arilda afirma 

ainda que o fato de não conseguirem 

superar essa mudança, 

homens e mulheres podem ter 

diversos problemas como por 

exemplo a "Síndrome do ninho 

vazio", termologia usada para o 

momento de experimentação do 

casal quando os filhos ocupam a 

vida dos pais. 

Segundo Selma Martins, 44, 

solteira, o que prevalece no relacionamento 

não é a idade, e sim a 

afinidade, pois hoje em dia é muito 

fácil encontrar homens jovens com 

mulheres mais velhas, e viceversa. 

A independência financeira 

a preocupa, hoje, mais do que os 

relacionamentos, devido à discriminação 

que ainda existe em relação 

às mulheres no mercado de trabalho. 

Selma acredita ainda que as 

mulheres nessa idade não se 

envolvem facilmente, e, quando o 

fazem, os sentimentos são verdadeiros 

e isto as leva a um comportamento 

de juventude, o que é 

muitas vezes perigoso. 

Arilda afirma ainda, que a 

estabilidade financeira é resultante 

de relacionamentos que vem plantando 

durante muito tempo, fator 

que proporciona certa tranqüilidade 

à família ou à vida a dois. 

Livre dos medos, como uma 

gravidez indesejada, se estabelecem 

relacionamentos maduros, 

contribuindo para a qualidade do 

sexo, aumentando a intimidade e a 

cumplicidade dos pares. Para ela, 

se o homem ou a mulher, tiverem 

uma base sólida, eles conseguirão 

superar as adversidades, mas se 

Cremildo, 46 anos diz, 

Temos uma idade e 

acreditamos ter outra", 

referindo a sua esposa 

Auzona por ser mais 

velha que ele. 

41 a 50 

vierem de relações complicadas 

podem necessitar de mais atenção. 

A revista Habitus, no artigo de 

Ollvia Von Der mostra dados que 

sustentariam a falta de fidelidade, 

de homens e mulheres entre 41 a 

50 anos. A publicação diz que 20% 

já foram infiéis e 57,2% justifica a 

infidelidade pela insatisfação na 

relação sexual. 

Cremildo dos Santos, 46, 

casado acredita que a questão é 

psicológica. "Temos uma idade 

mas acreditamos ter outra". De 

acordo com Santos, é a partir dos 

40 que os homens sabem o que 

realmente querem, adquirem um 

gosto refinado, e se sentem como 

"vinho de bom porte". A busca por 

relacionamentos fora do casamento 

para ele, torna-se algo perigoso. 

"Para o homem vai ser sempre um 

caso, porque a busca é pelo desejo 

sexual e para a mulher, na maioria 

das vezes a busca é por um compromisso", 

ressaltou. 

"Nada me assusta nesta idade, 

nem o envelhecimento, as mulheres 

de hoje procuram homens 

mais velhos e consequentemente 

experientes". É a forma positiva 

como Evando Aparecido, 42, 

solteiro vê essa idade. Ela acrescenta 

ainda que a busca pela segurança, 

pela estabilidade financeira 

são prioridades. Para ele é a partir 

do tempo que floresce uma relação 

madura, proporcionando uma vida 

tranqüila, longe de baladas, buscando 

novos programas, tirando os 

excessos e buscando sempre qualidade 

de vida. 

Crédito Foto:



17 

Diferentes formas de amar 

Oclair e Maria são completamente diferentes nas escolhas amorosas, mas têm algo em comum: são 

felizes. Uma no aconchego do "casamento", outra, solteira, na vida agitada e surpreendente dos 

"ficantes". Maria, apesar de se divertir muito, acredita que chegou a hora de ter alguém do seu lado 

Reportagem: 

Galvão, Carolina Rodrigues e 

Giulliana Fagundes 

Edição: 


Luciana Castro 

Ahistória de amor de 

Oclair da Silva Brito, 54 

anos, é semelhante à de 

muitas mulheres de sua idade. A 

rigidez e a vigilância da tradicional 

família mineira apressaram 

o casamento de Oclair 

com Alípio Gomes de Brito. Aos 

14 anos, Oclair começou a 

namorar escondido com Alípio. 

Certo dia, uma vizinha descobriu 

sobre os dois e contou para a 

família da moça. A maneira 

despojada de se vestir, os cabelos 

longos e o emprego na televisão 

de Alípio eram vistos com 

desconfiança pela família de 

Oclair. Assim que descobriu o 

namoro, o pai, caminhoneiro, 

conservador, aplicou logo "o 

corretivo". Dias depois da surra 

em Oclair, o pretendente apresentou-se 

à família de cabelos 

curtos, barba feita, traje social, e 

pediu permissão para continuar 

com o romance. 

O pedido foi aceito com a 

condição de que o casal só se 

encontrasse aos sábados, das sete 

às oito horas da noite, dentro da 

casa da namorada. Depois de um 

ano de idas e vindas da casa de 

Oclair, Alípio desapareceu, retornando 

dias depois com um buquê 

de rosas, um vidro de perfume e 

uma proposta de casamento. Aos 

15 anos Oclair já estava noiva. 

Mas, apesar da preparação para a 

vida adulta, a menina ainda dividiu 

sua rotina entre as tarefas 

domésticas, a escola e as brin- 

cadeiras de amarelinha no quintal 

de casa. 

Felizes para sempre 

Atualmente, Oclair, que é 

pedagoga, trabalha como coordenadora 

em uma escola e como 

diretora em outra. Alípio, hoje 

com 64 anos, é técnico em audiovisual. 

Após 35 anos juntos, três 

filhos e uma neta de um ano, eles 

se consideram um casal feliz. O 

que, para eles, é fruto dos valores 

conservadores, preservados ao 

longo desses anos. Fidelidade 

conjugal, dedicação a casa e aos 

filhos, estabelecimento de rotinas, 

diálogo, sinceridade e hierarquia 

familiar são os alicerces do relacionamento. 

Segundo Oclair, a relação 

melhorou com o passar dos anos 

e com a entrada dos filhos na 

fase adulta. "É quando sobra 

tempo para aproveitarmos a 

companhia um do outro", diz 

sorrindo. "Nesta fase da vida 

conjugal, a paixão da juventude 

dá lugar à segurança do amor 

amadurecido pelos anos de companheirismo 

e de cumplicidade", 

revela. Para a esposa de Alípio, 

os pontos negativos da relação, 

na verdade, não são da relação. 

Ela aponta, principalmente, a 

inveja das outras pessoas como 

algo que atrapalha o relacionamento. 

"Muitas pessoas se sentem 

incomodadas com a nossa 

felicidade, em vez de se inspirar 

no nosso casamento como modelo 

a ser seguido", afirma. 

Dia de Maria 

Em termos de vida amorosa, 

Maria Gomes de Brito é o oposto 

de Oclair. Com 56 anos, Maria 


Espaço reservado para legenda da fotografia. 

não é casada e sai toda semana 

com seus amigos para contar 

piadas e conversar. Muitas 

vezes, o lugar escolhido para o 

encontro é uma roda de samba. 

"O pique não é mais o mesmo de 

quando eu era jovem, mas ainda 

adoro sair", afirma Maria. Ela 

passou 11 anos sem sair para 

cuidar da mãe, que ficou muito 

doente e dependente dela. Agora 

que a mãe faleceu, Maria sai 

todas às sextas-feiras com a 

turma. Para ela, os "amigos são 

como se fosse uma família". 

Maria sempre quis se 

realizar como mãe e não como 

esposa, por isso aos 34 anos 

encarou sozinha uma gravidez. 

O filho, Rafael, hoje com 24 

anos, não gostava das saídas de 

Maria no início, mas agora vai, 

junto com mãe, aos encontros 

com a turma. Recentemente, 

Maria conheceu Rui, de 70 anos, 

numa de suas saídas. Ele bem 

que tentou, mas ela não queria 

nada sério. Na semana passada, 

Maria conheceu outro homem, 

que despertou seu interesse. 

"Ele é viúvo, cavalheiro e rico", 

conta. Agora, ela quer dar novo 

rumo para seus relacionamentos. 

"Quero um namorado, não dá 

mais para ser "ficante", a idade 

está chegando...", diz ela e cai 

na gargalhada. 

A ciência explica 

De acordo com a 

pesquisadora Kláudia Yared, 

em seu "Estudo dos critérios de 

eleição de parceria amorosa em 

mulheres de 40 a 60 anos de 

idade", na faixa etária de Oclair 

e Maria foi constatado que a 

maioria (71,9%) está vivendo 

relacionamento fixo e 6,3% 

eventual e as características 

mais usadas para selecionar 

parceiros são companheirismo, 

sentimento, afetividade, lealdade, 

cumplicidade, confiança 

e respeito.


ACIMA DOS 60 

Começar de novo 

Respeito, diálogo, companheirismo e confiança são os principais 

requisitos para acalmar e renascer o relacionamento, dizem especialistas 

Reportagem: 

Adriana Carvalho, Hacksa Oliveira e 

Rúbia Oliveira 

Edição: 

Marina Dutra 


Marcelo Tavares 

Não precisa ser jovem ou 

adolescente para viver 

um grande amor. Para se 

realizar em um relacionamento 

inesquecível basta ter apenas 

companheirismo, diálogo e confiança. 

Pode ter 20, 30, 60 anos 

de idade ou mais que qualquer 

casal consegue e pode viver uma 

grande paixão. O relacionamento 

é como uma planta, que 

decorrente de uma sementinha 

se torna uma árvore, necessita 

de atenção, carinho e cuidados. 

De acordo com a especialista em 

sexualidade humana pela 

Universidade de São Paulo 

(USP), Maria Celisa Meireles 

Barbalho, o amor depois da vida 

feita e dos filhos criados é bem 

melhor, pois o casal encontra 

tempo para ter momentos especiais 

juntos, como ir ao cinema e 

passear no final da tarde. Além 

de ter mais tempo para conversar, 

coisa que já não existe mais 

entre os casais mais jovens. 

O amor na terceira idade não 

acontece de forma ardente e 

"pecadora" como nos jovens. 

Ele acaba sendo uma coisa mais 

tranqüila, no entanto intenso. 

Existem casais mais velhos que 

Casal Joaquim e Valdevina se conheceram na juventude e vivem felizes há 48 anos 

estão juntos há anos, outros 

estão separados, outros já 

perderam seu amor e existem os 

solteirões de plantão. Para a psicoterapeuta 

Maria Celisa, o par 

perfeito é adquirido com o 

tempo, por meio de um relacionamento 

sincero. "O amor na 

terceira idade nada mais é do 

que um instrumento de transformação, 

onde cada um muda a 

rotina para conviver juntos", 

argumenta.Maria Celisa afirma 

ainda que, para haver uma 

relação duradoura e feliz, é preciso 

aceitar qualidades e 

defeitos do parceiro. "Quando 

uma pessoa ama, encontra o sentido 

de viver. O amor nos move 

em direção às conquistas, pois 

nascemos de uma relação de 

amor."O casal Joaquim Carlos 

de Lima, 70, e Valdevina 

Fernandes de Lima, 68, contam 

que se conheceram na juventude 

e vivem felizes há 48 anos. "É 

tempo suficiente para cada um 

entender as dificuldades do 

outro", afirma Joaquim. Para o 

casal, o segredo da boa relação 

está na compreensão e responsabilidade 

que ambos têm. Dona 

Valdevina dá a receita de como 

fazer para ficar tanto tempo juntos. 

Ela acredita que o tempo só 

vem a favorecer a união. "Não


sinto falta da minha juventude, 

tentamos fazer as mesmas coisas 

que fazíamos quando éramos 

namorados", salienta. 

Sem tempo ruimA dona de casa, 

Iraci Oliveira, 61, comenta que 

aos 21 anos de idade já era casada 

e a relação estava programada 

para sobreviver até o fim de 

sua vida. Mas com o tempo o 

casamento se desgastou e 

acabou depois de 27 anos de 

convivência. Mesmo depois do 

divórcio, dona Iraci continuou a 

vida. 

Das relações que teve após a 

separação foi com um homem de 

66 anos, também separado. Para 

ela, essa união trouxe novidades 

à sua rotina. Dona Iraci o conheceu 

em uma casa de dança, 

passou a freqüentar e praticar 

essa atividade. "A união permaneceu 

um ano firme, depois 

não nos dávamos mais bem. Era 

um termina e volta que durou 

em média três anos", conta.Logo 

Iraci entrou em outra relação 

com uma pessoa de 44 anos. 

Considerado um caso especial, 

ela o conheceu em um encontro 

para viúvos, solteiros e divorciados 

realizado em uma igreja. 

Mas o namoro não durou muito 

porque ela temia sofrer com o 

preconceito devido às diferenças 

de idade, embora seus filhos 

nunca tivessem impedido. Para 

ela, todos os relacionamentos 

que já teve foram ótimos. Mas 

apenas o ex-noivo que conheceu 

aos 18 anos de idade ficou 

guardado no coração. "Ele já 

faleceu, mas éramos grandes 

amigos", lamenta. Dona Iraci se 

lembra do primeiro beijo e se 

emociona ao lembrar que foi o 

único amor de verdade que ela 

teve. Em relação ao seu casamento, 

Iraci guarda de bom os 

filhos, as noras e os netos. "Hoje 

estou sozinha por opção, existem 

momentos em que sinto 

carência, mas com medo de me 

decepcionar, prefiro ficar só. Me 

sinto jovem e muito feliz, acredito 

que toda hora é hora de se 

relacionar e ser feliz", exclama. 

a dona de casa 

Crédito Fotos: 


19 

Joaquim e Valdevina afirmam que conseguem fazer as mesmas coisas que faziam quando ainda eram namorados 

Como se manter 

numa boa relação: 

- Adotar uma cumplicidade no dia-a-dia. Tarefas simples como diálogo diário contribuem para que o 

casal mantenha a relação sem desgastes. Além disso, é importante o respeito um pelo outro, característica 

importante na construção de um bom relacionamento. 

- Aparência e apresentação pessoal. Vale a pena cuidar da aparência e da saúde. Pratique atividades 

físicas, o que muito contribui para manter a atração, além de ajudar na vida sexual. Deixe de lado os 

problemas e encare a vida como se fosse o último dia vividos juntos. Viajar pode ser uma saída para 

aumentar a satisfação no relacionamento. 

- Excesso de preocupação atrapalha o amor. Reserve horas diárias para o namoro. Resgate os velhos 

tempos, vá ao cin 

ema, ao teatro a shows, dance e ouça músicas. Evite se preocupar com filhos, netos e com a vida 

profissional. É importante desenvolver boa comunicação, para estimular a confiança. 

- Afeto contribui para a boa convivência. O par perfeito é construído com o tempo. Cultivar o afeto é 

importante para o casal experimentar o amor como instrumento de transformação e de aceitação das 

diferenças. Não importa a idade.

20 UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS / GOIÂNIA . SETEMBRO. 2007 NOME DA SEÇÃO

Impressões - Ano 2 - N°5 - Ucg

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