81-96 - Universidade de Coimbra
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l^abugiees <strong>de</strong> oelho.<br />
Se eu fosse estudante, não frequentaria outra aca<strong>de</strong>mia,<br />
que não fosse a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
Porque?<br />
Porque ser bacharel, licenceado ou doutor, por Lisboa<br />
ou Porto, não se me afigura ser a mesma coisa que formado<br />
por <strong>Coimbra</strong>.<br />
Ser doutor por Lisboa ou Porto, parece-me ser assim<br />
qualquer coisa semelhante a... novo rico.<br />
A <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, è mais alguma coisa; tem<br />
tradição, passado e é universalmente conhecida em todos os<br />
meios scientificos. O Porto é uma cida<strong>de</strong> comercial e industrial,<br />
conhecida lá fóra pelas suas altas qualida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho,<br />
e pelo seu excelente vinho —o Porto Wine.<br />
Lisboa, não ha quem a não conheça pelas suas belezas<br />
<strong>de</strong> mármore e <strong>de</strong> granito, pelo seu admiravel e famoso Tejo,<br />
por ser a capital do país.<br />
<strong>Coimbra</strong> ainda que seja uma cida<strong>de</strong> cheia <strong>de</strong> beleza —<br />
tão linda e tão bela que o dr. José Falcão, afirmava não haver<br />
no mundo, cida<strong>de</strong> mais bonita—e, estar <strong>de</strong>senvolvendo a<br />
sua industria duma jórma notável, ha eternamente ser conhecida<br />
pela sua <strong>Universida<strong>de</strong></strong>, que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Athenas, <strong>de</strong> Roma,<br />
<strong>de</strong> Montepelier, é a mais velha das <strong>Universida<strong>de</strong></strong>s.<br />
Portugal é um pais pequeno, tão pequeno, que a meu<br />
ver, não carecia <strong>de</strong> mais universida<strong>de</strong>s, pois bastava-lhe urna<br />
a <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>. Essa chegava, como chegou<br />
sempre, para povoar o pais, <strong>de</strong> bacharéis, licenciados e<br />
doutores.<br />
O que o estado gasta com as duas novas universida<strong>de</strong>s<br />
melhor aplicação teria e mais proveito acarreteria se em<br />
Lisboa e Porto, fossem criados institutos profissionais que<br />
preparassem os novos que ámanhã <strong>de</strong>senvolvessem a industria<br />
e o comércio.<br />
Para fazer doutores, basta e chegava <strong>Coimbra</strong>...<br />
Lisius<br />
sempre da maxima conveniência<br />
fazer existir. A realieação <strong>de</strong>sta<br />
festa vem <strong>de</strong>monstrar duma forma<br />
inconfundível e brilhante a<br />
vitalida<strong>de</strong> sempre crescente do<br />
seu progresso coletivo.<br />
— Como resolveram celebrar<br />
esta festa?<br />
Com um sorriso <strong>de</strong> confiança<br />
a tranaparecer-lhe nos lábios, Jaime<br />
<strong>de</strong> Almeida respon<strong>de</strong>-aos:<br />
— Coube-me a honra <strong>de</strong> ser<br />
eu quem numa sessão <strong>de</strong> DirecçSo<br />
do passado mês apresentei uma<br />
proposta para a sua efectivação<br />
este ano, proposta esta que foi<br />
aprovada por unanimida<strong>de</strong> o que<br />
mereceu <strong>de</strong> toda a Direcção o<br />
mais enternecido carinho, aliás<br />
justificado, começando-se imediatamente<br />
e com toda a activida<strong>de</strong><br />
a tratar da execUçSo do seu programa,<br />
que felizmente se encontra<br />
já concluído.<br />
E Nascimento <strong>de</strong> Almeida<br />
raostra-noa o programa que já<br />
publicámos e que representa <strong>de</strong><br />
facto a brilhante conclusão <strong>de</strong><br />
um trabalho persistente e valoroso.<br />
E ao expreasarmos-lhe a nos»<br />
«a admiração pela maneira como<br />
8le se encontra elaborado e que<br />
muito honra a DirecçSo do Ateneu,<br />
diz-nos com justificado orgulho<br />
:<br />
— A boa vonta<strong>de</strong> e o amor<br />
com que toda a DirecçSo tem<br />
trabalhado, levou nos a enfrentar<br />
e a vencer todos os obstáculos<br />
que ae nos <strong>de</strong>paravam, tendo<br />
sempre em vista o bom nome e o<br />
prestigio do Ateneu, que é a divisa<br />
maxima por on<strong>de</strong> todos os<br />
socios <strong>de</strong>vem guiar-se.<br />
De todos QB números que<br />
constam do programa das festas,<br />
um houve que agradavelmente<br />
aos surpreen<strong>de</strong>u e impressionou;<br />
a romagem <strong>de</strong> sauda<strong>de</strong> aos socios<br />
falecidos, o que nos leva a preguntsr-lhe;<br />
— Qual o fim a que obe<strong>de</strong>ce a<br />
reílisaçSo da romagem?<br />
— De forma alguma po<strong>de</strong>ríamos<br />
esquecer os nossos colegas,<br />
que a morte conseguiu levar traiçoeira<br />
e impiedosamente, todo»<br />
ainda em plena mocida<strong>de</strong>, quando<br />
a vida era para elea o que é<br />
para todos nós ainda, alegria e<br />
mocida<strong>de</strong>, sonho o fantasia... —<br />
tespon<strong>de</strong>-nos a eua alma sentimental<br />
impregnada <strong>de</strong> uma sincera<br />
emoção, — Espera a DirecçSo<br />
que todos os empregados no co<br />
mercio <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> tomem parte<br />
nela, porque é um Sigrado <strong>de</strong>ver<br />
que a todos se impõe cumprir, e<br />
que virá <strong>de</strong>monetrar o valor <strong>de</strong><br />
solidarieda<strong>de</strong> existente em toda a<br />
classe.<br />
Desviamos agora 8 eonverss<br />
para um outro um e preguntaínos<br />
ae surpresa:<br />
Qaal a oriantaçlo que a<br />
actual DirecçSo preten<strong>de</strong> dsr ao<br />
Ateneu r<br />
— A nossa orientação diznos<br />
.Taima <strong>de</strong> Almeida, sinteti<br />
WRnilo o pansg? jclo Ur ! a a Hiren*<br />
» A ® B T A D B C O I M B R A , D B 3 0 D ® M A I O D M 1 S 8 5<br />
ção -resume-se em duas palavras:<br />
Instrução e progresso colectivo.<br />
Para este efeito vamos<br />
roaliaar <strong>de</strong>ntro do Atoneu conferencias<br />
educativas, versando oa<br />
temas mais variados, para o que<br />
contamos com o concurso das<br />
mais alças individualida<strong>de</strong>s lite<br />
rsrias da nossa terra. Estas conferencias,<br />
que serão anunciadas<br />
no momento oportuno, são <strong>de</strong><br />
capital importançia para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da colectivida<strong>de</strong>, pois<br />
qne serão os elicerces fundamentais<br />
para a divulgação da instrução,<br />
criando era todos os asso<br />
ciados o amor pola Associação,<br />
— E' verda<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ntro do<br />
Ateneu se íenha dado alguma<br />
BCÍSSoV .<br />
—-E' absolutamente falso —<br />
respon<strong>de</strong> com energia o nosso entrevistado,<br />
que sorri intencionalmente.<br />
— Quem tal afirma <strong>de</strong>sconhece<br />
por completo o espirito <strong>de</strong><br />
camaradagem e disciplina que no<br />
Ateneu em todos os momentos<br />
se faz sentir. Houve <strong>de</strong> facto ha<br />
tempos umas pequeninas questões<br />
<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m interna, que imediatamente<br />
foram resolvidas da<br />
maneira mais conveniente.<br />
E cheio <strong>de</strong> confiança, daquela<br />
confiança que não conhece limites,<br />
dia-nos, já <strong>de</strong>spedindo-se í<br />
— Po<strong>de</strong> afirmar no seu jornal<br />
que o Ateneu hoje maia do que<br />
nunca saberá marcar o seu incon<br />
fundível lugar com a honra e o<br />
prestigio que por direito lhe compete.<br />
Estiva terminada a entrevista,<br />
e ao <strong>de</strong>itarmos a Bé<strong>de</strong> do Ateneu<br />
ficámos com a cortesã <strong>de</strong> que emquanto<br />
oa seus <strong>de</strong>stinos estiverem<br />
entregues a quem tão carinhosamente<br />
e intslígentsmente se lhe<br />
<strong>de</strong>dica, caminhará sempre na Vanguarda<br />
do movimento associativo<br />
<strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>.<br />
E ao acabarmos esta rapida<br />
palestra, faiamos sinceros votos<br />
por que s Bua festa <strong>de</strong>corra com<br />
o maiimo brilhantismo, <strong>de</strong> forme<br />
a marcar mais uma ctape no caminho<br />
que agora tSo belamente<br />
vem trilhando.<br />
Relação dos dias em que funciona<br />
a junta <strong>de</strong> recrutamento<br />
para inspacionar os mancebos re a<br />
censeados em 1925 pelas freguesias<br />
do concelho <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>,<br />
pertencentes a este D. R,, qng se<br />
realisam no proximo mês <strong>de</strong> Ju<br />
nho, nos dias abaixa <strong>de</strong>sgnados:<br />
íf, Santa Crus, at