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A Cura pelo Amor

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Visões e Opiniões<br />

Poesia: a simples ou a rebuscada?<br />

Presentemente, existem duas visões da poesia, diametrais e redutoras uma da outra. De<br />

um lado, há os que defendem a reinvenção do género, a incessante busca de um novo<br />

formato, sacrificando, muitas vezes, a essa ânsia de diferença, as que muitos entendem<br />

como as componentes essências da poesia: o sentimento e a espontaneidade. Do outro<br />

lado, temos os que defendem a naturalidade, a poesia pela emoção, o conteúdo sobre a<br />

forma, a mensagem acima de tudo o resto.<br />

Esta divergência de opiniões tende a levar a que os defensores de um género olhem o<br />

outro como uma forma menor, sem razão de ser, sem originalidade. Mas o que buscam<br />

os leitores na poesia que lêem?<br />

Na verdade, o que se aplica aos poetas abrange também os leitores. Há os que procuram<br />

a inovação dos jogos de palavras e de formas, por vezes demasiado herméticos, a<br />

diferença de tudo o que antes foi escrito. Outros lêem poesia em busca de uma<br />

mensagem, de um sentimento, de algo com que se identificarem, ainda que as palavras<br />

sejam simples, que a rima seja mais pobre e que muitos tenham já explorado o<br />

sentimento que aquela palavra reflecte.<br />

E, se é assim, porquê excluir um género, quando há lugar para ambos? Porque não<br />

aceitar e apreciar, segundo o gosto pessoal de cada um, autor ou leitor, a diversidade<br />

que, tal como em todas as áreas da literatura, pode nascer da sublime essência da<br />

poesia?<br />

Deixe-se que cada área tenha os seus leitores, aqueles que lhe cantam louvores e os que<br />

não a apreciam, porque buscam algo diferente, algo que aquela obra não lhe dá. Mas<br />

não se negue a existência de uma voz e de uma força poética no género contrário.<br />

Porque, da sua própria forma natural, todos eles têm a mesma força no coração dos seus<br />

leitores.<br />

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Carla Ribeiro

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