A EVOLUÇÃO DO FENÓMENO DA DROGA NA EUROPA
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decisores políticos nacionais, havendo indícios de que os<br />
Estados-Membros da UE estão a melhorar os serviços<br />
oferecidos aos reclusos. Por exemplo, vários países já<br />
comunicam a existência de políticas e programas<br />
nacionais em matéria de saúde prisional. Muito há ainda<br />
a fazer, porém, para garantir o acesso dos reclusos a<br />
cuidados de saúde com um nível e uma qualidade<br />
comparáveis aos oferecidos fora da prisão. Além disso,<br />
as prisões têm de dar resposta aos desafios colocados<br />
pelas necessidades de saúde específicas dos<br />
consumidores de droga, como as doenças infecto-<br />
-contagiosas transmitidas por via sanguínea e os<br />
problemas psiquiátricos co-mórbidos.<br />
Assistência aos consumidores de droga nas prisões<br />
Entre os serviços oferecidos aos reclusos nos países<br />
europeus figuram os seguintes: informação sobre as<br />
drogas e a saúde; rastreio de doenças infecto-contagiosas<br />
e vacinação; tratamento da toxicodependência, incluindo<br />
desintoxicação, tratamento de substituição e modalidades<br />
de tratamento sem droga; e preparação para a saída da<br />
prisão. São exemplos da contínua expansão dos serviços<br />
prestados aos reclusos a introdução do tratamento de<br />
substituição nas prisões da República Checa, da Polónia e<br />
da Suécia, um tratamento sem drogas em Chipre e o<br />
alargamento da «garantia de tratamento» dinamarquesa<br />
(de dar acesso ao tratamento da toxicodependência num<br />
prazo de duas semanas após a apresentação do pedido)<br />
às prisões.<br />
A continuação do tratamento de substituição durante o<br />
período passado na prisão consta da regulamentação<br />
oficial de 26 países, mas não é levada à prática em<br />
cinco deles, enquanto o início deste tipo de tratamento<br />
na prisão está aprovado em 21 países. Contudo,<br />
segundo as classificações dos peritos, há diferenças na<br />
oferta desta intervenção. O tratamento de substituição<br />
está disponível em quase todas as prisões em nove países<br />
e em mais de metade das prisões noutros quatro. Na<br />
República Checa, em França, na Alemanha e no Reino<br />
Unido, estima-se que o tratamento de substituição é<br />
oferecido em menos de metade das prisões, e na<br />
Hungria, na Polónia, na Finlândia e na Suécia só existe<br />
num pequeno número de prisões. Por último, em nove<br />
países (Bulgária, Estónia, Grécia, Chipre, Lituânia,<br />
Letónia, Eslováquia, Roménia e Turquia) este tipo de<br />
tratamento não está disponível na prisão, embora a sua<br />
introdução esteja a ser preparada na Bulgária e na<br />
Roménia, e na Letónia estejam a ser debatidas alterações<br />
jurídicas com esse fim.<br />
( 42 ) Ver figura HSR-2 no Boletim Estatístico de 2009.<br />
( 43 ) Ver quadro HSR-7 no Boletim Estatístico de 2009.<br />
Capítulo 2: Resposta aos problemas de droga na Europa — Panorâmica geral<br />
A reduzida oferta de tratamento de substituição na<br />
comunidade traduz-se geralmente na ausência ou numa<br />
oferta muito limitada deste tipo de tratamento na<br />
prisão ( 42 ). Os Estados-Membros mencionam ainda outros<br />
obstáculos à possibilidade de receber tratamento de<br />
substituição na prisão, designadamente: falta de um<br />
quadro regulamentar para o seu início (Finlândia) e<br />
exigência de pagamento pela sua administração<br />
(Comunidade francófona da Bélgica). A oferta de<br />
tratamento de substituição também está muitas vezes<br />
dependente das condições locais e, por vezes, da<br />
iniciativa do médico da prisão.<br />
Os peritos classificaram a disponibilidade e o nível de<br />
oferta de outras medidas de prevenção e de redução<br />
dos danos na prisão existentes em 26 países da UE,<br />
Noruega e Turquia. A presença de aconselhamento<br />
individual sobre as doenças infecto-contagiosas e a<br />
avaliação dos comportamentos de risco relacionados<br />
com a droga é assinalada nas prisões de 26 países. A<br />
análise para despistagem da hepatite C à entrada na<br />
prisão está disponível em 22 países, mas não na<br />
Hungria, na Polónia e na Turquia; contudo, na Hungria,<br />
mais de 14% dos reclusos foram sujeitos ao rastreio do<br />
vírus da hepatite C, nos primeiros nove meses de uma<br />
campanha iniciada em 2007 que ainda está em curso.<br />
Outras intervenções são os programas específicos de<br />
vacinação contra a hepatite B, a formação em matéria<br />
de promoção da saúde especificamente direccionada<br />
para o problema da droga e o aconselhamento e a<br />
formação sobre um consumo mais seguro, cuja oferta foi<br />
mencionada por treze países, se bem que com níveis de<br />
cobertura variáveis.<br />
O nível da oferta de medidas para evitar as overdoses é<br />
semelhante. Embora em 18 países se forneça<br />
aconselhamento aos reclusos sobre o risco de overdose,<br />
antes da sua libertação, estima-se que, nos últimos 12<br />
meses, este só abrangeu um número significativo de<br />
reclusos em apenas oito países. Os materiais informativos<br />
sobre as mortes e as emergências relacionadas com o<br />
consumo de droga, especificamente elaborados para o<br />
meio prisional, apenas estão disponíveis em sete<br />
países ( 43 ).<br />
A oferta de programas de troca de agulhas e seringas no<br />
meio prisional é mencionada pela Alemanha, a Espanha,<br />
o Luxemburgo, Portugal e a Roménia, estando prevista no<br />
Reino Unido (Escócia). A resistência do pessoal prisional e<br />
a falta de confidencialidade foram obstáculos<br />
mencionados à boa execução de alguns desses<br />
programas.<br />
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