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venha ao meu escritório, amanhã...<br />

Sua voz tornou-se arrastada. Começou a murmurar para si mesmo, e quando<br />

Cayle perguntou-lhe algo, resmungou ininteligivelmente sobre a sua chegada à<br />

Cidade Imperial.<br />

-... quando eu tinha a sua idade. Rapaz, como eu era inocente! - um espasmo de<br />

bêbada indignação o sacudiu: - Eu sei, esses malditos monopólios de tecidos têm<br />

diferentes padrões de fazenda que mandam para todo o país. Você vê logo qu<strong>em</strong><br />

v<strong>em</strong> do interior. Eu fui manjado logo...<br />

Então era isso: suas roupas!<br />

A injustiça desta história toda deixou-o alquebrado. Seu pai nunca lhe permitira<br />

comprar os ternos n<strong>em</strong> mesmo na cidade vizinha de Ferd. Fara havia protestado:<br />

"Como posso esperar que os comerciantes daqui entregu<strong>em</strong> a mim o que têm para<br />

consertar se a minha família não negocia com eles?" E tendo formulado esta<br />

pergunta irrespondível o velho considerava o assunto encerrado, não aceitando mais<br />

nenhum argumento.<br />

"E aqui estou eu", pensou Cayle, "limpo por causa daquele velho". A raiva fútil<br />

cedeu. Porque cidades maiores, como Ferd, provavelmente tinham padrões especiais<br />

também, tão facilmente identificáveis como os de Glay. A injustiça disso, viu com<br />

clareza, não dependia só da estupidez teimosa de um hom<strong>em</strong>.<br />

Mas era uma coisa útil de se saber, se b<strong>em</strong> que um pouco tardia.<br />

O coronel estava se animando. E, mais uma vez, Cayle perguntou:<br />

- Mas como o senhor entrou para o exército? Como conseguiu se tornar oficial?<br />

O bêbado disse alguma coisa sobre a Imperatriz estar s<strong>em</strong>pre se queixando a<br />

respeito do recolhimento de taxas. Depois falou dos probl<strong>em</strong>as decorrentes dos<br />

ataques feitos às lojas de armas. Mas falava desconexa-mente. Finalmente veio uma<br />

resposta à sua pergunta.<br />

- Eu paguei cinco mil créditos pela minha patente - maldito crime... - continuou<br />

depois. - A Imperatriz agora insiste <strong>em</strong> dar as patentes de graça. Isto não vai<br />

funcionar. Todo hom<strong>em</strong> t<strong>em</strong> seu preço.<br />

Acrescentou com indignação:<br />

- Eu paguei tanto!<br />

- O senhor quer dizer - insistia Cayle - que agora se pode conseguir patentes s<strong>em</strong><br />

ter que pagar?<br />

Na sua ansiedade tinha segurado a manga do paletó do hom<strong>em</strong>.<br />

Os olhos do coronel se abriram subitamente. Olhou Cayle com suspeita.<br />

- Qu<strong>em</strong> é você? - perguntou secamente. - Vá <strong>em</strong>bora.<br />

Sua voz se tornou dura, quase sóbria.<br />

- Por Deus - disse - não se pode mais viajar hoje <strong>em</strong> dia s<strong>em</strong> encontrar um<br />

parasita. Estou até pensando <strong>em</strong> prendê-lo.<br />

Cayle levantou-se, pálido. Sentia-se à beira do pânico. Estava sendo atingido<br />

d<strong>em</strong>ais e com muita freqência <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po.<br />

A sua mente tornou-se clara novamente. Viu que estava parado à porta do bar<br />

dianteiro. Seal e os seus companheiros ainda estavam lá. Empertigou-se, agora sabia<br />

por que tinha voltado para olhá-los.<br />

Virou-se e dirigiu-se diretamente ao local onde estava a moça da loja de armas.<br />

Estava sentada num canto, lendo um livro, uma moça esbelta e bonita, de<br />

aproximadamente vinte anos. Estudava seu rosto, enquanto ele lhe narrava o<br />

episódio do jogo, como havia perdido todo o seu dinheiro. Cayle havia terminado.<br />

- O que eu queria saber é se devo ir falar com o comandante. Que acha?<br />

Ela balançou a cabeça.

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