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Então os automáticos o estavam vigiando, pensou McAllister. Esta informação não<br />

lhe trouxe nenhum alívio. De qualquer maneira, aqueles automáticos não estariam<br />

do seu lado. O fato de a moça guardar a arma, apesar do seu tom de suspeita, dizia<br />

muito da eficiência dos novos cães de guarda.<br />

- Sim, por favor, gostaria de ver. - Acrescentou: - Não duvido de que seu pai<br />

esteja aqui perto, fazendo uma espécie de estudo da minha pessoa.<br />

A jov<strong>em</strong> não fez menção de mostrar armas. Em vez disso, olhava-o perplexa.<br />

- Talvez o senhor não esteja percebendo - disse lentamente - mas já abalou toda a<br />

nossa instituição. As luzes dos automáticos deveriam ter-se acendido no momento<br />

<strong>em</strong> que meu pai pressionou os botões, como fez quando eu o chamei. E isto não<br />

aconteceu! Não é natural e no entanto - franziu as sobrancelhas - se o senhor é um<br />

deles, como conseguiu passar por aquela porta? É possível que os cientistas dela<br />

tenham descoberto seres humanos que não afet<strong>em</strong> as energias sensitivas? E que o<br />

senhor é apenas um de muitos, enviado para ver se é possível entrar ou não? Mas<br />

isto também não faz sentido. Se tivess<strong>em</strong> a menor esperança de sucesso não<br />

jogariam fora a possibilidade de uma surpresa esmagadora. Neste caso, o senhor<br />

seria a cunha que permitiria um ataque <strong>em</strong> grande escala. Ela é implacável, brilhante<br />

e t<strong>em</strong> um poder absoluto sobre pobres ingênuos como o senhor, que só pensam <strong>em</strong><br />

adorar o esplendor de sua Corte Imperial.<br />

Havia uma cadeira no canto. McAllister queria sentar-se. Sua mente estava mais<br />

calma.<br />

- Olhe - começou - não sei de que está falando. N<strong>em</strong> sei como entrei nesta loja.<br />

Concordo que tudo isto pede uma explicação, diferente da que eu possa dar.<br />

Sua voz foi diminuindo. Estava sentando-se, mas <strong>em</strong> vez de se deixar cair na<br />

cadeira, levantou-se, lentamente, como uma pessoa muito idosa. Seus olhos fixaramse<br />

num letreiro luminoso, situado <strong>em</strong> cima do mostruário de armas, atrás dela. Sua<br />

voz estava rouca:<br />

- Isto é... um calendário?<br />

Ela acompanhou seu olhar intrigada:<br />

- Sim, é 3 de junho. Vejo errado?<br />

- Não é isso, é... - teve que fazer um esforço - são os números <strong>em</strong> cima, é... que<br />

ano é este?<br />

A moça parecia surpresa. Ia dizer alguma coisa, mas parou. Finalmente disse:<br />

- Não t<strong>em</strong> nada errado, é o ano 4.784 da Casa Imperial de Isher.<br />

II<br />

McAllister sentou-sese muito lentamente, enquanto o espanto se concretizava. Os<br />

acontecimentos começaram a adquirir uma forma distorcida. A fachada do edifício<br />

superposta às das duas lojas; a maneira da porta agir. O grande anúncio luminoso<br />

exterior, estabelecendo uma estranha conexão entre a liberdade e o direito de<br />

comprar armas. As armas expostas na vitrine, as melhores armas energéticas do<br />

universo conhecido!... Percebeu que a moça estava falando com um senhor alto e<br />

grisalho que tinha entrado pela mesma porta por onde ela entrara anteriormente.<br />

Havia algo de muito tenso na sua conversa. As palavras, ditas <strong>em</strong> tom baixo, lhe<br />

chegavam indistintas, um som estranho e inquietante. McAllister não podia captar o

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