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manipulação de números complexos em calculadoras eletrônicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS<br />

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRÍCOLA<br />

CADERNO DIDÁTICO<br />

MANIPULAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS<br />

EM CALCULADORAS ELETRÔNICAS<br />

EURICO GUIMARÃES DE CASTRO NEVES<br />

RUBI MÜNCHOW<br />

Pelotas, Julho <strong>de</strong> 2008


ÍNDICE<br />

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1<br />

2. EVOLUÇÃO DAS CALCULADORAS ............................................................................ 1<br />

3. NÚMEROS COMPLEXOS E CALCULADORAS ELETRÔNICAS .............................. 3<br />

4. FUNDAMENTOS DE NÚMEROS COMPLEXOS .......................................................... 4<br />

5. CALCULADORAS EXAMINADAS ................................................................................ 5<br />

6. CONVENÇÕES UTILIZADAS ........................................................................................ 6<br />

7. OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS NOS MODELOS ESCOLHIDOS ...... 6<br />

7.1. HP 48G ......................................................................................................................... 6<br />

7.2. SHARP EL-510W ........................................................................................................ 8<br />

7.3. CASIO FX-82SX E FX-250HC .................................................................................... 10<br />

7.4. CASIO FX-82 TL E FX-82 MS .................................................................................... 11<br />

8. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 12<br />

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA .................................................................................. 13


ÍNDICE DE FIGURAS<br />

Figura 1 – Calculadora <strong>de</strong> mesa SHARP Mo<strong>de</strong>l 4. ................................................................ 2<br />

Figura 2 – Calculadora portátil TEXAS TI-150 (1974). ........................................................ 2<br />

Figura 3 - A HP-35, da HEWLETT-PACKARD, uma das primeiras <strong>calculadoras</strong> científicas<br />

(1972). ................................................................................................................................. 2<br />

Figura 4 - Calculadora gráfica SHARP Mo<strong>de</strong>lo EL9900. ...................................................... 2<br />

Figura 5 – Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> símbolos usados <strong>em</strong> teclas para operação com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>calculadoras</strong> científicas: (a) CASIO FX-82SX; (b) CASIO FX-350TL; (c) SHARP EL-<br />

506W. .................................................................................................................................. 4<br />

Figura 6 - Representação <strong>de</strong> um número complexo Z. ........................................................... 4<br />

Figura 7 - Calculadora HP-48G ............................................................................................. 7<br />

Figura 8 – SHARP EL-510W ................................................................................................. 8<br />

Figura 9 – CASIO fx-82SX .................................................................................................. 10<br />

Figura 10 – CASIO fx82-TL ................................................................................................ 12


MANIPULAÇÃO DE NÚMEROS COMPLEXOS EM CALCULADORAS<br />

ELETRÔNICAS<br />

Eurico Guimarães <strong>de</strong> Castro Neves 1<br />

Rubi Münchow 1<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

Números <strong>complexos</strong> são utilizados <strong>em</strong> muitas áreas da Engenharia, como<br />

Aerodinâmica, Geometria e Eletricida<strong>de</strong>. A análise <strong>de</strong> circuitos <strong>de</strong> corrente alternada, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, fica bastante facilitada quando se utiliza o chamado Cálculo Fasorial, on<strong>de</strong> as<br />

gran<strong>de</strong>zas elétricas são representadas por entida<strong>de</strong>s mat<strong>em</strong>áticas chamadas fasores, os<br />

quais, por sua vez, são expressos através <strong>de</strong> <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

Ao contrário do que muitos profissionais pensam, a <strong>manipulação</strong> <strong>de</strong> <strong>números</strong><br />

<strong>complexos</strong> dá pouco trabalho e quase não exige treinamento. Atualmente, quase todas as<br />

<strong>calculadoras</strong> científicas traz<strong>em</strong> <strong>em</strong>butidas funções <strong>de</strong>stinadas a esta <strong>manipulação</strong>; algumas<br />

suportam apenas transformações mais simples, enquanto outras permit<strong>em</strong> operações<br />

avançadas.<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é mostrar como operar com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> <strong>em</strong><br />

<strong>calculadoras</strong> científicas. Presume-se que o estudante conheça os princípios básicos <strong>de</strong> sua<br />

calculadora e também que tenha conhecimento dos fundamentos dos <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> e<br />

das operações fundamentais sobre os mesmos.<br />

2. EVOLUÇÃO DAS CALCULADORAS<br />

As primeiras <strong>calculadoras</strong> <strong>eletrônicas</strong> “<strong>de</strong> mesa” surgiram no final da década <strong>de</strong> 60 e<br />

realizavam as 4 operações básicas: soma, subtração, produto e divisão. Volumosas e<br />

vorazes consumidoras <strong>de</strong> energia - o que limitava sua portabilida<strong>de</strong> –, seu preço estava <strong>em</strong><br />

torno <strong>de</strong> 1.000 dólares. Na Figura 1 vê-se a Sharp Mo<strong>de</strong>l 4, típica calculadora da época.<br />

No início dos anos 70 surgiram as <strong>calculadoras</strong> portáteis, basicamente com as<br />

mesmas características <strong>de</strong> suas irmãs mais velhas: quatro operações, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

armazenamento <strong>de</strong> um valor e, <strong>em</strong> algumas <strong>de</strong>las, possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> extração da raiz<br />

quadrada. A TI-150, da Texas Instruments, foi uma das <strong>calculadoras</strong> mais populares da<br />

época (Figura 2).<br />

1 Professor Adjunto IV da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia Agrícola da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas<br />

1


Figura 1 – Calculadora <strong>de</strong> mesa SHARP<br />

Mo<strong>de</strong>l 4.<br />

Figura 2 – Calculadora portátil TEXAS<br />

TI-150 (1974).<br />

Embora tenham proporcionado muitos avanços <strong>em</strong> relação às máquinas mecânicas -<br />

como rapi<strong>de</strong>z, facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação e portabilida<strong>de</strong> - essas <strong>calculadoras</strong> <strong>de</strong>ixavam a<br />

<strong>de</strong>sejar nos cálculos mais elaborados <strong>de</strong> Engenharia. Assim, surgiram as chamadas<br />

<strong>calculadoras</strong> científicas, que incorporavam funções trigonométricas, transcen<strong>de</strong>ntais,<br />

logarítmicas, etc. A HP-35 (Figura 3), lançada <strong>em</strong> 1972 pela Hewlett-Packard, foi um<br />

gran<strong>de</strong> expoente <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> calculadora, mesmo custando cerca <strong>de</strong> 400 dólares (nos<br />

EUA) à época <strong>de</strong> seu lançamento.<br />

Des<strong>de</strong> então, o <strong>de</strong>senvolvimento das <strong>calculadoras</strong> é impressionante. Novas<br />

funções foram “<strong>em</strong>butidas”, a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> programação foi anexada a muitas máquinas<br />

e a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar com gráficos foi <strong>de</strong>senvolvida (Figura 4), b<strong>em</strong> como a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interação com computadores e/ou outras <strong>calculadoras</strong>. E, o melhor <strong>de</strong> tudo,<br />

o preço está <strong>em</strong> contínua queda, ao ponto <strong>de</strong> uma calculadora “básica” custar hoje 1.000<br />

vezes menos que uma similar dos anos 70!<br />

Figura 3 - A HP-35, da HEWLETT-PACKARD, uma<br />

das primeiras <strong>calculadoras</strong> científicas (1972).<br />

Figura 4 - Calculadora gráfica<br />

SHARP Mo<strong>de</strong>lo EL9900.<br />

2


Há qu<strong>em</strong> anteveja para breve o <strong>de</strong>saparecimento das <strong>calculadoras</strong>, <strong>de</strong>vido ao<br />

<strong>de</strong>senvolvimento dos microcomputadores, b<strong>em</strong> como à interação entre estes e os telefones<br />

celulares, os quais passariam a ter funções mat<strong>em</strong>áticas cada vez mais po<strong>de</strong>rosas. Embora<br />

este seja o futuro, parece-nos que não ocorrerá <strong>de</strong> forma assim tão rápida: <strong>de</strong>vido à sua<br />

portabilida<strong>de</strong> e especificida<strong>de</strong>, enten<strong>de</strong>mos que as <strong>calculadoras</strong> científicas ainda serão<br />

usadas por engenheiros, mat<strong>em</strong>áticos e cientistas por um bom t<strong>em</strong>po.<br />

3. NÚMEROS COMPLEXOS E CALCULADORAS ELETRÔNICAS<br />

De acordo com a Wikipedia (2008), as primeiras referências a <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

r<strong>em</strong>ontam ao século 1 a.C., porém sua utilização só se tornou popular no final do século<br />

XVI, com a interpretação geométrica proposta por Caspar Wessel (1745 – 1818) e os<br />

trabalhos posteriores <strong>de</strong> Carl Frie<strong>de</strong>rich Gauss (1777 - 1855). Foi este que introduziu a<br />

notação<br />

i<br />

adotada <strong>em</strong> quase todos os campos da Mat<strong>em</strong>ática e Engenharia 2 .<br />

É provável que a concepção <strong>de</strong> número complexo advenha da solução <strong>de</strong> equações<br />

cujas raízes result<strong>em</strong> na raiz quadrada <strong>de</strong> <strong>números</strong> negativos. Porém sua utilização <strong>em</strong><br />

diversos campos da Mat<strong>em</strong>ática e, a seguir, da Engenharia foram se tornando cada vez mais<br />

freqüentes, ao ponto <strong>de</strong> Gottfried Leibniz (1646 – 1716) afirmar – talvez com algum<br />

exagero - que<br />

“...o Espírito Divino encontrou uma expressão sublime nessa<br />

maravilha da análise, nesse portento do mundo i<strong>de</strong>al, nesse anfíbio<br />

entre o ser e o não-ser, a que chamamos a raiz imaginária da unida<strong>de</strong><br />

negativa...”<br />

As funções <strong>de</strong> <strong>manipulação</strong> <strong>de</strong> <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> só vieram a ser anexadas a<br />

<strong>calculadoras</strong> <strong>em</strong> meados dos anos 70, com as transformações <strong>de</strong> forma retangular para polar<br />

e vice-versa. Ao final dos anos 80 foram lançadas <strong>calculadoras</strong> <strong>de</strong> alto <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho,<br />

capazes <strong>de</strong> manipular diretamente operações com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>, inclusive a<br />

capacida<strong>de</strong> operar matrizes com este tipo <strong>de</strong> número.<br />

Atualmente, mesmo as <strong>calculadoras</strong> científicas mais baratas são capazes <strong>de</strong> realizar<br />

as transformações retangular ↔ polar. Infelizmente, não há uma padronização para<br />

simbolizar essas transformações: <strong>em</strong> algumas <strong>calculadoras</strong> aparec<strong>em</strong> teclas nomeadas como<br />

R e P (ou REC e POL), para i<strong>de</strong>ntificar as formas retangular 3 e polar; outras máquinas<br />

utilizam os símbolos x e y (ou a e b) representando as partes real e imaginária do complexo,<br />

b<strong>em</strong> como r e , representando o módulo e o ângulo do número (Figura 5).<br />

2<br />

Em Eletricida<strong>de</strong>, costuma-se usar a letra j, para evitar confusões com o símbolo da corrente, universalmente<br />

conhecido como i.<br />

3<br />

Na língua inglesa, esta forma é grafada “rectangular”, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> o símbolo REC usado.<br />

1<br />

3


(a) (b) (c)<br />

Figura 5 – Ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> símbolos usados <strong>em</strong> teclas para operação com <strong>números</strong><br />

<strong>complexos</strong> <strong>de</strong> <strong>calculadoras</strong> científicas: (a) CASIO FX-82SX; (b) CASIO FX-350TL;<br />

(c) SHARP EL-506W.<br />

4. FUNDAMENTOS DE NÚMEROS COMPLEXOS<br />

Neste trabalho <strong>de</strong>nomina-se operador imaginário ao termo j na equação<br />

4.1. Representação<br />

j 1<br />

(1)<br />

Um número complexo Z po<strong>de</strong> ser expresso <strong>de</strong> duas formas, conforme se mostra na<br />

Figura 6:<br />

Forma retangular (REC): expressa mat<strong>em</strong>aticamente por<br />

Z = a + jb (2)<br />

on<strong>de</strong> a é a parte real do complexo (a = Re[Z]) e b é a parte imaginária do mesmo (b =<br />

Im[Z]);<br />

Forma polar (POL):<br />

Z = A (3)<br />

on<strong>de</strong> A é o módulo do complexo (A = | Z |) e é o seu ângulo ( = âng Z), contado a<br />

partir do s<strong>em</strong>i-eixo Re positivo. De acordo com a convenção usada <strong>em</strong> Trigonometria,<br />

ângulos positivos são aqueles “contados” no sentido anti-horário.<br />

Figura 6 - Representação <strong>de</strong> um<br />

número complexo Z.<br />

4


A transformação <strong>de</strong> uma forma <strong>em</strong> outra é imediatamente obtida pela aplicação das<br />

noções el<strong>em</strong>entares <strong>de</strong> trigonometria:<br />

e<br />

e<br />

Transformação R → P: dados a e b, encontra-se<br />

A b<br />

2 2<br />

a (4)<br />

b<br />

tg<br />

a<br />

1<br />

Transformação P → R: dados A e , encontra-se<br />

4.2. Operações Básicas<br />

Sejam dois <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

(5)<br />

a Acos<br />

(6)<br />

b A sen θ<br />

(7)<br />

Z1 = a1 + jb1 = A1 1 e Z2 = a2 + jb2 = A2 2.<br />

É possível <strong>de</strong>monstrar que as quatro operações básicas resultam <strong>em</strong>:<br />

Soma<br />

Subtração<br />

Produto<br />

Divisão<br />

Z1 + Z2 = (a1 + a2) + j (b1 + b2) (8)<br />

Z1 – Z2 = (a1 - a2) + j (b1 - b2) (9)<br />

Z1.Z2 = A1.A2 ( 1 + 2) (10)<br />

Z<br />

Z<br />

A<br />

A<br />

5. CALCULADORAS EXAMINADAS<br />

1<br />

2<br />

1<br />

2<br />

(<br />

1<br />

2<br />

)<br />

Para efeito <strong>de</strong>ste trabalho, as <strong>calculadoras</strong> científicas foram divididas <strong>em</strong> 2 grupos,<br />

<strong>de</strong> acordo com suas capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> operação com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>. Denominou-se<br />

<strong>calculadoras</strong> padrão àquelas capazes apenas <strong>de</strong> realizar as transformações <strong>de</strong> forma polar<br />

↔ retangular; máquinas com características mais completas, tal como a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

operações diretas com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>, foram chamadas <strong>calculadoras</strong> superiores.<br />

(11)<br />

5


Através <strong>de</strong> um levantamento feito com alunos do Curso <strong>de</strong> Engenharia Agrícola da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, constatou-se que os mo<strong>de</strong>los mais utilizados são:<br />

Calculadoras padrão: CASIO fx-82SX, fx-82TL, fx-82MS e fx-250HC<br />

Calculadoras superiores: HP-48G, SHARP EL-510W<br />

É interessante observar que a esmagadora maioria dos alunos <strong>de</strong>ste curso utiliza<br />

algum dos mo<strong>de</strong>los da CASIO acima mencionados. Isto se <strong>de</strong>ve ao fato <strong>de</strong> ser<strong>em</strong><br />

instrumentos <strong>de</strong> bom <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho e <strong>de</strong> preço bastante acessível, po<strong>de</strong>ndo ser encontrados<br />

<strong>em</strong> quase todas as lojas que comerci<strong>em</strong> <strong>calculadoras</strong>, até mesmo <strong>em</strong> bancas <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dores<br />

ambulantes.<br />

6. CONVENÇÕES UTILIZADAS<br />

As seguintes convenções foram usadas neste trabalho:<br />

Entrada <strong>de</strong> número na calculadora: o valor será <strong>de</strong>notado entre o par <strong>de</strong> sinais "< >". Por<br />

ex<strong>em</strong>plo, se for pedida a entrada da parte real <strong>de</strong> um número complexo Z = 8 – j4, isto<br />

será <strong>de</strong>notado como < 8 >.<br />

Numa seqüência <strong>de</strong> operações, as teclas, estas serão representadas por retângulos on<strong>de</strong><br />

aparec<strong>em</strong> as funções a ser<strong>em</strong> usadas naquela operação.<br />

7. OPERAÇÕES COM NÚMEROS COMPLEXOS NOS MODELOS ESCOLHIDOS<br />

7.1. HP 48G<br />

As <strong>calculadoras</strong> HP utilizam a lógica <strong>de</strong>nominada Reverse Polish Notation (RPN),<br />

caracterizada pelo uso da tecla ENTER. O pressionamento <strong>de</strong>sta tecla informa à<br />

calculadora que está “pronto” o número (real ou complexo) sobre o qual será feita alguma<br />

operação mat<strong>em</strong>ática.<br />

Na HP 48G (Figura 7) os <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser expressos entre<br />

parênteses, sendo que as partes que os compõ<strong>em</strong> são distinguidas por um separador.<br />

Exist<strong>em</strong> dois tipos <strong>de</strong> separadores, associados à mesma tecla; o uso <strong>de</strong> um ou outro<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá da forma como os <strong>números</strong> são expressos:<br />

Forma retangular: a e b são separados por um espaço (tecla SPC, <strong>de</strong> space);<br />

Forma polar: A e são separados pelo sinal (leia-se ângulo).<br />

6


Figura 7 - Calculadora HP-48G<br />

Nos ex<strong>em</strong>plos que se segu<strong>em</strong>, a visão do que aparece no display po<strong>de</strong> ser diferente<br />

daquela que aparece na sua calculadora, <strong>de</strong> acordo com os modos <strong>de</strong> cálculo<br />

(CALCULATOR MODES) selecionados. Neste trabalho, a menos que se informe o<br />

oposto, os modos são:<br />

NUMBER FORMAT: Fixed, com 2 casas após a vírgula<br />

ANGLE MESURE: Degrees<br />

SEPARADOR DE DECIMAIS: Vírgula<br />

Ex<strong>em</strong>plos:<br />

Entrar com o número Z 1 = 4 – j3 (forma retangular)<br />

Seqüência <strong>de</strong> teclas Display Forma selecionada<br />

(4,00;-3,00) REC<br />

(5,00; 36,87 ) POL<br />

Entrar com o número Z 2 = 5 45 o (forma polar)<br />

Seqüência <strong>de</strong> teclas Display Forma selecionada<br />

(3,54;3,54 ) REC<br />

(5,00; 45,00 ) POL<br />

Transformação RETANGULAR POLAR (R P)<br />

1. Entrar com o número na forma retangular e ENTER<br />

2. Mudar para o modo POLAR (POL)<br />

7


3. Se a calculadora já estava no modo POLAR, a transformação se dará após<br />

teclar ENTER.<br />

Transformação POLAR RETANGULAR (P R)<br />

1. Entrar com o número na forma POLAR e ENTER<br />

2. Se a calculadora estiver no modo no modo POLAR, passar para o modo<br />

RETANGULAR teclando<br />

3. Se a calculadora estiver no modo RETANGULAR, a transformação será<br />

automática.<br />

Operações com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

A HP 48G é muito potente no tratamento <strong>de</strong> <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>, permitindo que se<br />

realize qualquer operação com os mesmos, incluindo cálculos matriciais. Basicamente,<br />

basta l<strong>em</strong>brar que:<br />

As operações (soma, subtração, potenciação, matrizes, etc.) com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

são feitas <strong>de</strong> maneira idêntica à usada com <strong>números</strong> reais;<br />

Os <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> po<strong>de</strong>m dar entrada <strong>em</strong> qualquer forma (REC ou POL); não<br />

esquecer, entretanto, que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser expressos entre parênteses;<br />

O resultado <strong>de</strong> uma operação será dado na forma REC ou POL, conforme a forma<br />

selecionada.<br />

7.2. SHARP EL-510W<br />

Embora não possua capacida<strong>de</strong>s gráficas, a SHARP EL-510W (Figura 8) po<strong>de</strong> ser<br />

enquadrada na categoria <strong>de</strong> <strong>calculadoras</strong> superiores <strong>de</strong>vido a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operações<br />

com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

Figura 8 – SHARP EL-510W<br />

8


Transformação RETANGULAR POLAR (R P)<br />

1. Selecionar o modo <strong>de</strong> operação com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

2. Entrar com a parte real e pressionar a tecla<br />

3. Entrar com a parte imaginária e pressionar a tecla<br />

4. Indicar a conversão para a forma polar<br />

5. Obtenção do módulo: é apresentado no visor<br />

6. Obtenção do ângulo ( ): pressionar a tecla<br />

Obs.: O módulo e o ângulo ficam armazenados, respectivamente, <strong>em</strong> e ,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser retornados a qualquer momento pressionando estas teclas.<br />

Transformação RETANGULAR POLAR (R P)<br />

1. Selecionar o modo <strong>de</strong> operação com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

2. Entrar com o módulo e pressionar a tecla<br />

3. Entrar com o ângulo e pressionar a tecla<br />

4. Indicar a conversão para a forma polar<br />

5. Obtenção da parte real: é apresentada no visor<br />

6. Obtenção parte imaginária pressionar a tecla<br />

Obs.: As partes real e imaginária ficam armazenadas, respectivamente, <strong>em</strong> e ,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser retornadas a qualquer momento pressionando estas teclas.<br />

Operações com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

Esta calculadora permite as operações básicas com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que<br />

expressos na forma retangular. As partes real e imaginária <strong>de</strong> cada número serão<br />

armazenadas nas teclas e e , seguindo-se a tecla relativa à operação <strong>de</strong>sejada.<br />

Ex<strong>em</strong>plos: Antes <strong>de</strong> iniciar as operações, <strong>de</strong>ve-se selecionar o modo complexo digitando<br />

9


Realizar a operação: (12 - j6) + (7 + j15) – (11 + j4)<br />

Seqüência <strong>de</strong> teclas Display Significado<br />

Realizar a operação: (8 70 o ) + (12 -25 o )<br />

8 parte real<br />

5 parte imaginária<br />

Seqüência <strong>de</strong> teclas Display Significado<br />

14,991127<br />

parte real<br />

122,885138 parte imaginária<br />

Obs.: As partes real e imaginária ficam armazenadas, respectivamente, <strong>em</strong> e ,<br />

po<strong>de</strong>ndo ser retornadas a qualquer momento pressionando estas teclas.<br />

7.3. CASIO fx-82SX e fx-250HC<br />

Esta calculadora, mostrada na Figura 9, é um dos mo<strong>de</strong>los mais simples, porém<br />

muito usada <strong>de</strong>vido ao baixo preço aliado à boa qualida<strong>de</strong>.<br />

Figura 9 – CASIO fx-82SX<br />

10


Transformação RETANGULAR POLAR (R P)<br />

1. Entrar com o número na forma retangular, indicando o tipo <strong>de</strong> conversão (R P)<br />

<br />

2. Obtenção do módulo (A) – digitar a tecla<br />

3. Obtenção do ângulo ( ) – digitar<br />

Transformação POLAR RETANGULAR (P R)<br />

1. Entrar com o número na forma polar, indicando o tipo <strong>de</strong> conversão (R P)<br />

< ><br />

2. Obtenção da parte real (Re) – digitar a tecla<br />

3. Obtenção da parte imaginária (Im) – digitar<br />

Operações com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

Estas <strong>calculadoras</strong> não permit<strong>em</strong> a operação direta com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

7.4. CASIO fx-82 TL e fx-82 MS<br />

Mo<strong>de</strong>lo fabricado na China, a série FX da CASIO (Figura 10) introduziu os displays<br />

<strong>de</strong> 2 linhas: na superior as operações aparec<strong>em</strong> “por extenso”, enquanto que na inferior são<br />

registrados os dados <strong>de</strong> entrada e valores <strong>de</strong> saída.<br />

Transformação RETANGULAR POLAR (R P)<br />

1. Indicar a transformação R P pressionando a tecla<br />

2. Entrar com as partes Re e Im, separadas pelo símbolo <strong>de</strong> vírgula, e fechar parênteses à<br />

direita<br />

<br />

3. Obtenção do módulo (A) – digitar a tecla<br />

4. Obtenção do ângulo ( ) – digitar<br />

11


Transformação POLAR RETANGULAR (R P)<br />

1. Indicar a transformação P R pressionando a tecla<br />

Figura 10 – CASIO fx82-TL<br />

2. Entrar com o módulo A e o ângulo , separados pelo símbolo <strong>de</strong> vírgula, e fechar<br />

parênteses à direita.<br />

< ><br />

3. Obtenção da parte real (Re) – digitar a tecla<br />

4. Obtenção da parte imaginária (Im) – digitar<br />

Operações com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong><br />

Estas <strong>calculadoras</strong> não permit<strong>em</strong> a operação direta com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

8. CONCLUSÃO<br />

Atualmente, é gran<strong>de</strong> o número <strong>de</strong> marcas e mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>calculadoras</strong> disponíveis no<br />

comércio. Diferenças <strong>em</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> processamento e armazenamento, características<br />

gráficas avançadas e comunicação com outros dispositivos (computadores, celulares,<br />

impressoras, etc.) permit<strong>em</strong> que praticamente todas as profissões tenham mo<strong>de</strong>los<br />

apropriados para suas ativida<strong>de</strong>s.<br />

O presente trabalho foi focado <strong>em</strong> alguns poucos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>ntre os mais usados<br />

pelos alunos do Curso <strong>de</strong> Engenharia Agrícola da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas, tendo<br />

por objetivo auxiliá-los no tratamento <strong>de</strong> <strong>números</strong> <strong>complexos</strong> utilizados na análise <strong>de</strong><br />

circuitos <strong>de</strong> corrente alternada, assunto que integra o conteúdo programático da disciplina<br />

Eletrotécnica Geral. No entanto, sua utilida<strong>de</strong> não precisa se limitar a este tipo <strong>de</strong> estudante,<br />

12


po<strong>de</strong>ndo ser estendida a qualquer pessoa que, por interesse ou necessida<strong>de</strong>, precise lidar<br />

com <strong>números</strong> <strong>complexos</strong>.<br />

A pequena abrangência relativamente ao número <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los abordados também<br />

não acarreta, <strong>em</strong> nosso parecer, diminuição da utilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste trabalho, uma vez que a<br />

maioria dos mo<strong>de</strong>los disponíveis no comércio – e mesmo outros que ainda venham a ser<br />

lançados – t<strong>em</strong> operação s<strong>em</strong>elhante a algum dos ex<strong>em</strong>plos aqui abordados.<br />

9. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA<br />

1. CALCULADORAS HP. Disponível <strong>em</strong> http://www.hp.com/latam/br/produtos/<br />

<strong>calculadoras</strong>/. Acesso <strong>em</strong> 26 Mar 2008.<br />

2. CASIO USA. Disponível <strong>em</strong> http://www.casio.com/home/. Acesso <strong>em</strong> 26 Mar<br />

2008.<br />

3. DATAMATH CALCULATOR MUSEUM. Disponível <strong>em</strong> http://www.datamath.<br />

org/. Acesso <strong>em</strong> 25 Mar 2008.<br />

4. FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Os Números<br />

Complexos. Disponível <strong>em</strong> http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2000/icm25/. Acesso<br />

<strong>em</strong> 25 Mar 2008.<br />

5. MUSEU DAS CALCULADORAS. Disponível <strong>em</strong> http://museu.boselli.com.br/.<br />

Acesso <strong>em</strong> 26 Mar 2008.<br />

6. NEVES, E. G. C. Eletrotécnica Geral. 2ª. Ed. Pelotas, Ed. Universitária. UFPel.<br />

2004.<br />

7. SHARP SCIENTIFIC CALCULATORS. Disponível <strong>em</strong> http://www.sharpworld.com/products/calculator/in<strong>de</strong>x.html.<br />

Acesso <strong>em</strong> 26 Mar 2008.<br />

8. THE MUSEUM OF HP CALCULATORS. Disponível <strong>em</strong> http://www.hpmuseum.<br />

org/. Acesso <strong>em</strong> 25 Mar 2008.<br />

9. WIKIPEDIA, The Free Encyclopedia. Complex Numbers. Disponível <strong>em</strong><br />

http://en.wikipedia.org/w/in<strong>de</strong>x.php?title=Complex_number&oldid=199249251.<br />

Acesso <strong>em</strong> 25 Mar 2008.<br />

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