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Sonetos - Unama

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muito, mas anda já fora;<br />

e pode ser que inda agora<br />

traz abertas as frechadas.<br />

E, posto que desfavores<br />

o tiram de servidor,<br />

quer-vos ventura melhor;<br />

que dos antigos amores<br />

inda lhe fica este amor.<br />

021.<br />

Cantiga<br />

a este mato alheio:<br />

Se me levam águas<br />

nos olhos as levo.<br />

VOLTAS<br />

Se de saudade<br />

morrerei ou não,<br />

meus olhos dirão<br />

de mim a verdade.<br />

Por eles me atrevo<br />

a lançar as águas<br />

que mostrem as mágoas<br />

que nesta alma levo.<br />

As águas que em vão<br />

me fazem chorar,<br />

se elas são do mar<br />

estas d'amar são.<br />

Por elas relevo<br />

todas minhas mágoas;<br />

que, se força d'águas<br />

me leva, eu as levo.<br />

Todas me entristecem,<br />

todas são salgadas;<br />

porém as choradas<br />

doces me parecem.<br />

Correi, doces águas,<br />

que, se em vós me enlevo,<br />

não doem as mágoas<br />

que no peito levo!<br />

www.nead.unama.br<br />

76

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