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Guardados na Memória - Academia Brasileira de Letras

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<strong>Guardados</strong> da <strong>Memória</strong><br />

Os livros vão e não<br />

voltam – O que se<br />

encontra <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>les<br />

Constâncio Alves<br />

livre prêté, comme la vieille gar<strong>de</strong>, ne se rend pas” – disse não sei<br />

“Un quem.<br />

Algum infeliz, gemendo a <strong>de</strong>cepção <strong>de</strong> um empréstimo?<br />

Algum gaiato, justificando gaiatamente o seu propósito <strong>de</strong> não<br />

restituir o livro emprestado?<br />

A frase po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> um ou <strong>de</strong> outro: expressão humorística do<br />

<strong>de</strong>sgosto <strong>de</strong> um homem roubado, ou pilhéria <strong>de</strong> larápio a zombar <strong>de</strong><br />

sua vítima.<br />

Dita por este ou por aquele, é igualmente verda<strong>de</strong>ira e a sua verda<strong>de</strong><br />

é <strong>de</strong> todos os séculos: dos passados, como resumo <strong>de</strong> histórias<br />

dolorosas; dos futuros, como prognóstico ou profecia.<br />

E quem duvidar <strong>de</strong> que amanhã seja a repetição <strong>de</strong> ontem, recorra<br />

à experiência, que é mestra: empreste.<br />

Por não precisarem <strong>de</strong>sse meio <strong>de</strong> verificação, bibliófilos <strong>de</strong> Londres,<br />

neste século que merece a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> “século das ligas”,<br />

fundaram a Liga contra o Empréstimo <strong>de</strong> Livros.<br />

Biblioteca da <strong>Aca<strong>de</strong>mia</strong> <strong>Brasileira</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong> – Petit Trianon.<br />

(Foto: André Luiz Dametto)<br />

249<br />

Antônio Constâncio<br />

Alves (1862-1933),<br />

jor<strong>na</strong>lista, ensaísta e<br />

orador, foi o 3. o<br />

ocupante da Ca<strong>de</strong>ira<br />

26. Durante a sua<br />

longa permanência <strong>de</strong><br />

36 anos no Jor<strong>na</strong>l do<br />

Commercio, publicando<br />

o “Dia a dia”, tratou<br />

<strong>de</strong> todos os assuntos<br />

da cultura, menos da<br />

política. Os milhares<br />

<strong>de</strong> suas notas<br />

constituem uma<br />

coleção singularmente<br />

preciosa das letras<br />

jor<strong>na</strong>lísticas e mesmo<br />

literárias. Costumava<br />

assi<strong>na</strong>r ape<strong>na</strong>s C. A.

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