Fábio Francisco de Almeida Castilho - USP

permitiram a disseminação de tipografias e da imprensa, nivelando o acesso a temáticas
políticas e culturais, nacionais e estrangeiras, a todos os grupos sociais alfabetizados. 5
Assim, os diversos processos identificados como modernizantes não ficaram
restritos aos grandes centros, mas espalharam-se por todos os rincões do país, embora
apresentasse variações específicas de caso a caso. Ultimamente este mote tem sido
visitado com maior frequência, destacando-se os estudos sobre a província paulista.
Enquanto as pesquisas realizadas sobre a modernização do interior mineiro
privilegiaram apenas a região da Zona da Mata. 6
Nosso recorte espacial, o “Sul de Minas”, a princípio, pode parecer pouco
objetivo devido às inúmeras alterações geográficas administrativas que Minas Gerais
sofreu ao longo do século XIX. A historiografia aponta para o constante
“desmembramento, reagrupamento, supressão e reinstalação de distritos, vilas e
comarcas”, 7 ocorridos devido à extrema maleabilidade da política administrativa
mineira. Em linhas gerais, nos referimos ao quinhão mineiro demarcado pelo rio
Grande e que se confronta com os estados do Rio de Janeiro e São Paulo através da
Serra da Mantiqueira. Geograficamente corresponde a uma vasta área entrecortada por
vários caminhos que garantiram o acesso e possibilitaram a interconexão comercial das
principais áreas do Centro-Sul. 8 Apenas para melhor visualização do espaço do qual
tratamos ver Mapas 1.
5 Alonso, A. Op.cit.
6 A Bibliografia sobre a província paulista é um pouco mais extensa, destacando-se os trabalhos de
COSTA, Emília Viotti da. “Urbanização no Brasil no século XIX”. Da monarquia à República:
momentos decisivos. São Paulo: Editora Unesp, 1999. DEVESCOVI, Regina. Urbanização e
acumulação. Um estudo sobre a cidade de São Carlos. São Carlos: Ufscar, 1987. DOIN, José Evaldo. et
ali. A Belle Époque caipira: problematizações e oportunidades interpretativas da modernidade e
urbanização no Mundo do Café (1852- 1930) – a proposta do CEMUMC. In.: Revista Brasileira de
História. São Paulo, vol. 27, nº 563, pp. 91-122. 2007. LANNA, Ana Lúcia Duarte. Uma cidade na
transição. Santos: 1870-1913. São Paulo: Hucitec, 1995. PAZIANI, Rodrigo. Construindo a ‘Petit
Paris’: Joaquim Macedo Bittencourt e a Belle Époque em Ribeirão Preto (1911-1920). Franca: tese de
doutorado – Unesp, 2004. PEREIRA, Robson Mendonça. O municipalismo em Washington Luís em
sua atuação em Batatais (1893-1900): aspectos da modernização urbana no interior paulista na
República Velha. Franca: dissertação de mestrado – Unesp, 1999. VARGAS, Claudia Regina. As várias
faces da cidade: Bento de Abreu e a modernização de Araraquara (1908-1916). Franca: dissertação de
mestrado – Unesp, 2000. Para Minas Gerais as pesquisas desenvolvidas até o momento abordam apenas
o caso da Zona da Mata. Cf. LANNA, Ana Lúcia Duarte. A Transformação do Trabalho: a passagem
para o trabalho livre na Zona da Mata Mineira. Campinas: Editora da Unicamp. 1988. PIRES, Anderson.
Café, Finanças e Bancos: Uma Análise do Sistema Financeiro da Zona da Mata de Minas Gerais:
1889/1930. Tese de Doutorado. São Paulo. USP. 2004.
7 GRAÇA FILHO, Afonso de Alencastro. A Princesa do Oeste e o Mito da Decadência de Minas
Gerais. São João del Rei (1831-1888). São Paulo: Annablume. 2002.
8 ANDRADE, Marcos Ferreira. Elites regionais e a formação do Estado Imperial Brasileiro: Minas
Gerais – Campanha da Princesa (1799-1850). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional. 2005.
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