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Cerimônia esta foi do pátrio uso,<br />
Vestígio nacional da antiga idade;<br />
Que acaso corrompeu mágico abuso,<br />
Tendo talvez princípio na piedade:<br />
Retumba do marraque o som confuso;<br />
E pondo em alto o seu, com gravidade,<br />
À insígnia, no chão tudo se inclina,<br />
Como a final de cousa mais Divina.<br />
XLIII<br />
Corresponde o belígero instrumento<br />
Da feral frauta ao bárbaro marraque;<br />
E promulgando a marcha àquele acento,<br />
Tudo em ordem se pôs ao fero ataque:<br />
Marcham contra Gupeva, com intento<br />
De meter nas cabanas tudo a saque;<br />
E porque tudo assombrem com terrores,<br />
Rompem o ar com bélicos clamores.<br />
XLIV<br />
Em tanto no arraial do bom Gupeva,<br />
Sendo a invasão noturna rechaçada,<br />
Convocam-se reclutas, fazem leva<br />
De Tropa nacional, e da aliada.<br />
Enquanto Diogo, a quem a ação releva,<br />
Toma na gruta a pólvora guardada,<br />
E em vários fogos, que arrojou volantes,<br />
Imita o raio em bombas fulminantes.<br />
XLV<br />
Era a Bahia então, donde imperava<br />
O bom Gupeva, povoada em roda,<br />
Pelos Tupinambás, de quem contava<br />
Trinta mil arcos, brava Gente toda:<br />
Taparica seis mil valente armava;<br />
E por cumprir-se a prometida boda,<br />
Mil Amazonas mais à guerra manda:<br />
Paraguaçu gentil todas comanda.<br />
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