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PELO FACEBOOK, MORADOR DE PERNAMBUÉS DESCOBRE ...

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18<br />

JAN<br />

13<br />

<strong>PELO</strong> <strong>FACEBOOK</strong>, <strong>MORADOR</strong> <strong>DE</strong> <strong>PERNAMBUÉS</strong> <strong>DE</strong>SCOBRE QUE TEM FILHO <strong>DE</strong> 13 ANOS pág. 17<br />

JORNAL DA<br />

DARIO GUIMARÃES/METROPRESS


2<br />

pilha pura<br />

Matar cachorro a grito é para os fracos, teria dito Zezé Polessa após uma<br />

discussão acalorada com um subalterno que bateu a caçoleta. Mas pior<br />

que isso é filho de secretário de Estado matando cantora em pleno Carnaval<br />

de Salvador! Por João Gabriel Galdea<br />

Voa voa<br />

O governador Jaques<br />

Wagner, que havia prometido<br />

trabalhar duas vezes<br />

por semana no Palácio Rio<br />

Branco, quando este foi<br />

reinaugurado, já não despacha<br />

por lá há três anos. Há<br />

boatos de que a edificação<br />

histórica, reformada ao<br />

custo de R$ 7 milhões, não<br />

possua heliponto.<br />

Um estranho em Paraíso<br />

Quando já estava decidido a<br />

passar o telefone do ex-prefeito<br />

Janjão para Zezé Polessa,<br />

soube, por “fontes ligadas ao<br />

Bocão News”, de uma notícia<br />

que me fez mudar de ideia:<br />

Tatiana Paraíso está grávida.<br />

Passei o telefone de Sarney.<br />

Expediente<br />

Publisher Mário Kertész<br />

Diretor Executivo Chico Kertész<br />

Editores João Gabriel Galdea e Larissa<br />

Oliveira<br />

Subeditor Felipe Paranhos<br />

Projeto Gráfico Marcelo Kertész<br />

Editor de Arte Paulo Braga<br />

Diagramação Dimitri Argolo Cerqueira<br />

Ilustração Sidney Falcão<br />

Redação Adalton dos Anjos, Clarissa<br />

Pacheco, Felipe Paranhos e João Gabriel<br />

Galdea.<br />

GP Bahia<br />

Fontes ligadas ao Pilha Pura<br />

informam o verdadeiro motivo<br />

de o novo circuito do Afródromo<br />

não ser aberto este ano: só<br />

Lewis Hamilton está habilitado<br />

a participar. A competição,<br />

então, fica pra ‘paroano’.<br />

Um tiro é só um tiro<br />

Um capitão da PM entrou<br />

com representação no MP<br />

contra a Globo por conta<br />

da minissérie ‘O Canto da<br />

Sereia’. Segundo o “puliça”,<br />

é um absurdo a exibição de<br />

um assassinato em pleno<br />

Carnaval. “É como se não<br />

existisse policiamento<br />

na cidade”, argumenta, e<br />

exemplifica: “Moro aqui há<br />

anos e nunca vi um homicí-<br />

Fechamento da edição 13h42<br />

Revisão Ivete Zinn<br />

Fotos Darío Guimarães Neto<br />

Produção Gráfica Evandro Brandão<br />

Comercial (71) 3505-5022<br />

comercial@jornaldametropole.com.br<br />

Grupo Metrópole<br />

Rua Conde Pereira Carneiro, 226<br />

Pernambués CEP 41100-010<br />

Salvador, BA tel.: (71) 3505-5000<br />

redacao@jornaldametropole.com.br Uma publicação da Editora KSZ<br />

MCLAREN/DIVULGAÇÃO<br />

dio naquele contexto que é<br />

narrado”. Ao pedir providências<br />

contra a emissora,<br />

disse não estar falando em<br />

censura, “mas sim na falta de<br />

senso”. Concordo: muita falta<br />

de senso.<br />

Pais e filhos<br />

Mas o que o injuriado capitão<br />

PM não deve saber é que o<br />

assassino de Isis Valverde<br />

(Sereia) foi João Miguel (Só<br />

Love), filho do secretário de<br />

Turismo, Domingos Leonelli!<br />

O rapaz criou uma crise de<br />

imagem na Bahia tão complicada<br />

para o pai contornar<br />

que me fez pensar que João<br />

Miguel está para Leonelli<br />

assim como Gel Varela está<br />

para Raimundo.<br />

Pontos fixos<br />

Farmácias Santana<br />

Chame Chame<br />

Iguatemi 1º piso<br />

Salvador Shopping<br />

Cajazeiras<br />

Comércio<br />

Avenida Manoel Dias da Silva<br />

Itapuã<br />

Praça da Piedade<br />

Vilas do Atlântico<br />

Graça<br />

Postos Mataripe Bonocô, Rodoviária, Ogunjá<br />

Subway (Barra)<br />

Shopping Tricenter (Avenida ACM)<br />

Banca de Luís (Caminho de Areia)<br />

Restaurante Manah (CAB)<br />

quebra<br />

queixo<br />

MANUELA CAVADAS/METROPRESS<br />

DARIO GUIMARÃES/METROPRESS<br />

Pequeno PV rachado<br />

E o pequeno Partido Verde de Salvador<br />

chega ao poder e mostra que não<br />

difere dos demais. Graças ao apoio dado<br />

a ACM Neto, tem agora vice-prefeita da<br />

capital, uma secretaria municipal e dois<br />

vereadores, que brigam ferozmente para<br />

ver quem é o maior protetor dos animais.<br />

São Francisco de Assis que se cuide.<br />

Pontos de distribuição<br />

Giramundo Turismo (Barra)<br />

Banca Paulo VI (Avenida Paulo VI)<br />

Terminal Rodoviário de Salvador<br />

Supermercado GBarbosa (Costa Azul)<br />

Uranus2 (Lucaia e Tancredo Neves)<br />

Delicatessem Pão e Mais (Itaigara)<br />

Restaurante Porto Moreira (Centro)<br />

Distribuição de rua (sexta-feira)<br />

Cruzamento V. da Gama x Garibaldi<br />

Sinaleiras do Largo da Mariquita<br />

Avenida Tancredo Neves<br />

Sinaleira Av. ACM (Iguatemi)<br />

Sinaleira do Hiperposto<br />

Sinaleira do Campo Grande/TCA<br />

Cargos comissionados<br />

Para quem milita no jornalismo político, uma<br />

obrigação pouco cumprida é a de acompanhar o<br />

que sai nos chamados Diários Oficiais. Tenho me<br />

ocupado bastante com o tal diário da Prefeitura de<br />

Salvador. Confesso que me espanto com tantos<br />

cargos em comissão sendo ocupados pela nova administração.<br />

E olhe que ACM Neto anulou muitos<br />

deles. Então, o príncipe JH, o Tenebroso, deve ter se<br />

deliciado com tantas nomeações. Horror!<br />

Edvaldo nega veementemente<br />

A turma de Cláudio Silva, ex-superintendente<br />

da Sucom, insiste em complicar a vida do vereador<br />

Edvaldo Brito. Volta a dizer que ele, enquanto vice-<br />

-prefeito, foi o responsável pela liberação do malfadado<br />

edifício Mansão Capimirim, no bairro da Graça.<br />

Edvaldo desmente mais uma vez e garante não ter<br />

nada com o caso que envolve lobby de poderosos e<br />

suspeita de propinas.<br />

Empurrando com a barriga<br />

Na Bahia, só duas pessoas acreditam que a ação<br />

do governo do Estado nas áreas de turismo e cultura<br />

anda bem: os secretários Domingos Leonelli e Albino<br />

Rubim. Só os dois acreditam, porque até o governador<br />

Jaques Wagner sabe que não é assim que a banda<br />

toca. Só que ele sabe, mas não faz nada. Empurrar com<br />

a barriga parece ser adequado. Será? Duvido!<br />

Tapumes e silêncio<br />

E a Praça Irmã Dulce, no bairro de Roma,<br />

com recursos disponíveis no Ministério do<br />

Turismo, cuja obra foi iniciada há dois anos<br />

pela Conder... Quando deixará de ser apenas<br />

um amontoado de tapumes? É assim que se<br />

quer ter turismo religioso em Salvador. Por<br />

falar em Conder, o seu presidente anda em<br />

um silêncio sepulcral. Por que será?<br />

Praça da Piedade<br />

Praça Municipal<br />

Sinaleira Manoel Dias da Silva<br />

(Praça Nossa Senhora da Luz)<br />

Sinaleira Jardim dos Namorados<br />

Sinaleira ASBAC x Bompreço<br />

Sinaleira da Av. Tiradentes (Bonfim)<br />

Plano Inclinado (Liberdade)<br />

Sinaleira do Brotascenter (Brotas)<br />

Sinaleira das Gordinhas (Ondina)<br />

Sinaleira Largo das Baianas (Amaralina)<br />

Sinaleira do Shopping Gaivota (Imbuí)<br />

Sinaleira da Sereia (Itapuã)<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


DIVULGAÇÃO<br />

US$ 100 sobrando?<br />

Falar com o fundador do Facebook ficou mais fácil. Basta ter US$ 100<br />

- cerca de R$ 200 - e disposição para usá-lo com uma mensagem. Na<br />

página de Zuckerberg no site, existe agora a opção de enviar-lhe uma<br />

mensagem paga. A rede garante que chega. Se ele vai ler ou responder...<br />

Prevendo o futuro<br />

Enquanto não proporciona um abastecimento de água decente à população<br />

baiana, a Embasa parece ter desenvolvido o poder da vidência. Um<br />

cliente vem recebendo, desde 2012, contas que já dizem qual o consumo<br />

dos meses seguintes, como é o caso desta fatura aí, de dezembro.<br />

que p...<br />

é essa?<br />

FOTO DO LEITOR/DIVULGAÇÃO FOTO DO LEITOR/DIVULGAÇÃO<br />

Risco duplo<br />

O leitor Sérgio Hasselmann enviou esta foto de um bueiro no bairro da Calçada. Como se vê, o que seria um<br />

meio de escoamento da água virou um depósito de lixo. Além de estar exposta, o que resulta em um grande<br />

risco para a população, a valeta está entupida e com as ferragens à mostra. Ou seja, é a falta de educação e de<br />

estrutura podendo causar prejuízos — tanto por infecção quanto por lesões resultantes de quedas.<br />

Sugestões para quepeessa@jornaldametropole.com.br<br />

www.radiometropole.com.br/charges<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 3


Os políticos apontados como<br />

pré-candidatos ao governo em 2014<br />

estiveram na festa. O vice-governador,<br />

Otto Alencar (PSD), o chefe da<br />

Casa Civil da Bahia, Rui Costa (PT),<br />

o presidente da Assembleia Legislativa,<br />

Marcelo Nilo (PDT), e a senadora<br />

Lídice da Mata (PSB) comentaram<br />

os rumores em relação às intenções<br />

de suceder Jaques Wagner.<br />

Otto, líder da comitiva do governo,<br />

minimizou as especulações.<br />

“Ninguém aqui é candidato! Aqui,<br />

só tem a fé no Senhor do Bonfim!”,<br />

brincou. Nilo, por sua vez, reiterou<br />

4<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Reunião com a comunidade<br />

O secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, pediu<br />

uma “reapresentação do anteprojeto da Arena Castro<br />

Alves à comunidade”. Orçado em R$ 25 mi, o projeto teve<br />

mais de mil assinaturas contrárias em uma petição pública.<br />

que quer comandar o estado. “Sou<br />

candidato”, disse, negando estar<br />

apressado ao dar tais garantias. “É<br />

preciso começar cedo”, falou.<br />

Rui Costa usou um discurso<br />

ponderado. “A vaidade pessoal tem<br />

de estar abaixo do interesse da população.<br />

Quem trabalha bem colhe<br />

bons frutos”, afirmou. Já Lídice foi<br />

sucinta quando questionada se fez<br />

o mesmo pedido de seus pares a Senhor<br />

do Bonfim. “O meu é diferente.<br />

Eu peço por mim e pelo povo da<br />

Bahia. Não sei o que cada um deles<br />

vai pedir”, declarou.<br />

Mais três embarcações<br />

O governador em exercício, Otto Alencar, anunciou<br />

que o governo pretende comprar mais três embarcações<br />

para o ferryboat. A exigência é que os ferries tenham<br />

capacidade maior que o Ivete Sangalo.<br />

Centro das atenções<br />

Em Lavagem do Bonfim esvaziada de interesse do público, ACM Neto atrai quase todos os olhares<br />

Texto Felipe Paranhos<br />

Fotos Darío Guimarães<br />

Colaboraram Adalton dos Anjos,<br />

Aline Barnabé, Clarissa Pacheco<br />

e Ticiane Bicelli<br />

SE É positivo ou negativo, depende<br />

de quem analisa. Mas o fato é<br />

que ACM Neto colocou todos os<br />

outros políticos à sua sombra na<br />

Lavagem do Bonfim, na quinta<br />

(17). Ajudado pela saída de cena<br />

do ex-prefeito João Henrique e<br />

pela estratégica viagem do governador<br />

Jaques Wagner (PT),<br />

o prefeito de Salvador atraiu as<br />

atenções na primeira grande festa<br />

popular de seu mandato.<br />

A presença do público foi<br />

menor do que a esperada. Apesar<br />

disso, não faltaram manifestações<br />

em apoio a Neto. “Agora eu posso<br />

ir embora”, disse uma popular no<br />

meio da multidão, após abraçar o<br />

prefeito. O democrata avaliou sua<br />

popularidade. “Estou sentindo as<br />

pessoas confiantes de que vamos<br />

melhorar Salvador”, falou.<br />

Clima de pré-candidatura<br />

O prefeito ACM Neto foi o centro das atenções durante o festivo cortejo da Lavagem do Bonfim, atendendo populares e acompanhando a celebração<br />

Otto Alencar negou que estivesse em campanha antecipada para se eleger governador no pleito de 2014<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


Decisão desrespeitada<br />

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) acusa a Gol de descumprir<br />

a decisão judicial que a obrigada a recontratar os servidores<br />

da Webjet demitidos em novembro. O sindicato se recusa<br />

a negociar as demissões antes que a Gol cumpra a decisão.<br />

Manifestações populares e antiwagner<br />

Como de costume, as manifestações<br />

populares marcaram presença<br />

no cortejo. Representantes<br />

de trabalhadores da construção<br />

civil (Sintracom), de servidores da<br />

Secretaria da Fazenda do Estado<br />

(SindSefaz), da Central Única dos<br />

Trabalhadores (CUT) e dos professores<br />

da rede estadual protestaram<br />

por melhores salários, condições<br />

de trabalho e cumprimento de<br />

acordos. Grupos de jovens também<br />

se mobilizaram.<br />

Mesmo ausente do cortejo, o<br />

governador Jaques Wagner foi o<br />

alvo das queixas dos professores.<br />

Nas camisas usadas pela categoria,<br />

havia a inscrição “Wagner continua<br />

pecador. Não paga a URV do trabalhador.”<br />

Em faixas, cobrança por<br />

investimento na saúde e educação:<br />

“Wagner, finge que sou a Copa e<br />

investe em mim”, dizia. O professor<br />

José Carlos de Aragão disse que, na<br />

ausência de Wagner, Otto Alencar<br />

receberia as cobranças. “Otto está aí<br />

e está sabendo”, disse.<br />

Movimentos sociais se juntaram para protestar contra a falta de moradia, um dos grandes problemas do estado<br />

Tradição e festa durante o cortejo<br />

O cortejo de baianas abriu o<br />

desfile e seguiu bem de perto a comitiva<br />

do governador em exercício,<br />

Otto Alencar. Logo atrás, vieram os<br />

Filhos de Gandhy, o grupo Muzenza,<br />

o bloco do Esporte Clube Bahia<br />

e o Cortejo da Negritude, puxado<br />

pelo Ilê Ayê, além de outros minitrios<br />

que animaram o público.<br />

Não faltaram também os polêmicos<br />

animais. Pelo menos um<br />

bode, um jegue e dois cavalos foram<br />

vistos pela reportagem no trajeto.<br />

Mais cidade?<br />

www.metro1.com.br/cidade<br />

Baianas embelezaram o cortejo e trouxeram a tradicional elegância<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

promoção pessoal<br />

Houve quem se aproveitasse da maior polêmica da festa para se promover.<br />

Faixa do vereador Marcell Moraes (PV) pregava o “respeito<br />

ao jegue”, símbolo que tem sido afastado da festa por ambientalistas.<br />

“Salvador vai sair da tristeza”<br />

A primeira-dama do estado,<br />

Fátima Mendonça, foi, ao lado<br />

do vice-governador Otto Alencar,<br />

a maior representante de Jaques<br />

Wagner no cortejo.<br />

Fátima comentou o sentimento<br />

de esperança do povo<br />

soteropolitano depois da saída<br />

de João Henrique da Prefeitura.<br />

“Estou fazendo essa representação<br />

feminina do governador,<br />

não posso perder meu lugar. Eu<br />

estou com alegria no coração,<br />

porque tenho certeza que Salvador<br />

vai sair dessa tristeza que estava”,<br />

afirmou a esposa de Wagner,<br />

que ainda desejou sorte à<br />

administração do novo prefeito.<br />

Bandas de música deram o tom da parte não política da festa do Bonfim<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 5


Terra esquecida<br />

Condomínio do Minha Casa, Minha Vida fica em área deserta e sem estrutura básica de saúde e educação<br />

PERDIDAS e isoladas em<br />

Salvador. As cerca de 1.500 famílias<br />

beneficiadas com uma<br />

moradia do Minha Casa, Minha<br />

Vida, nos quatro blocos do<br />

Condomínio Bosque das Bromélias,<br />

vivem completamente<br />

segregadas do ambiente urbano.<br />

Localizados na rodovia CIA-<br />

6<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Fotos Darío Guimarães<br />

Texto Adalton dos Anjos<br />

adalton.anjos@metro1.com.br<br />

Audiência pública I<br />

Uma audiência pública foi realizada junto com os moradores<br />

do condomínio, Prefeitura e a então vereadora<br />

Olívia Santana (PC do B) no início de 2012. De lá para<br />

cá, apenas uma passarela foi construída na BA-526.<br />

-Aeroporto, uma das fronteiras<br />

da cidade, os prédios formam<br />

o Bairro Novo — tão novo que<br />

não tem nada além dos imóveis.<br />

Faltam locais para a compra<br />

de produtos e realização<br />

de serviços, além de estruturas<br />

básicas como escolas e postos<br />

de saúde. Sair com emergência<br />

depois das 22h é praticamente<br />

impossível, já que a última<br />

linha de ônibus só passa pelo<br />

local até esta hora.<br />

“Eu mesmo não posso trazer<br />

minha filha para cá, porque não<br />

tem escola. Tive que deixar ela<br />

onde está, com a minha mãe em<br />

Marechal Rondon”, afirma a operadora<br />

de caixa Leidiane Amorim.<br />

Ainda segundo ela, apenas<br />

uma van foi disponibilizada pela<br />

Prefeitura de Salvador para levar<br />

alunos da rede municipal para escolas<br />

em São Cristóvão.<br />

Audiência pública II<br />

Segundo a hoje ex-vereadora, durante a audiência pública,<br />

os representantes da Prefeitura não assumiram<br />

compromissos para oferecer serviços públicos essenciais<br />

como escolas, posto de saúde e creches.<br />

A diarista Antônia Maria,<br />

que recebeu as chaves do apartamento<br />

há pouco mais de um<br />

Mais cidade?<br />

www.metro1.com.br/cidade<br />

mês, também terá os estudos<br />

prejudicados. “Estudava em<br />

Tancredo Neves, mas deixei,<br />

porque vou ter que passar a<br />

estudar em... [longa pausa]<br />

Como é o nome? É... São Cristóvão.<br />

Vou ter que estudar lá”,<br />

diz, ainda desacostumada com<br />

a distância de 5 km entre o<br />

Bairro Novo e São Cristóvão<br />

— o mais próximo resquício de<br />

civilização urbana.<br />

Sem estrutura básica de clínicas, hospitais e escolas, o Bosque das Bromélias, na rodovia CIA-Aeroporto, é um condomínio isolado do que se pode considerar como vida em sociedade<br />

Sem transporte decente<br />

Uma das reclamações mais<br />

constantes dos moradores do Condomínio<br />

Bosque das Bromélias é<br />

sobre o transporte: os ônibus demoram<br />

a passar e a quantidade de<br />

pessoas em cada viagem é enorme.<br />

“Só tem uma linha de ônibus<br />

que passa por aqui. Do Barro Duro<br />

para Estação Mussurunga. Ontem<br />

levei duas horas no ponto”, conta<br />

Leidiane. Segundo os moradores, o<br />

último ônibus da linha sai da Estação<br />

Mussurunga às 22h20 e quem<br />

precisa trabalhar até mais tarde precisa<br />

de uma ajuda dos patrões ou<br />

utilizar o serviço de ônibus intermunicipais,<br />

que têm tarifas mais caras e<br />

circulam até cerca de meia-noite. É<br />

isso ou ficar desempregado.<br />

“A gente carece de um transporte<br />

melhor e em maior quantidade”,<br />

afirma o morador Graciliano Costa.<br />

Seis meses após a chegada dos moradores, uma passarela está sendo construída para ajudar na travessia<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


DARIO GUIMARÃES/METROPRESS<br />

Improvisos para comprar<br />

“Fiz minha caixinha de farmácia.<br />

Comprei em quantidade, porque<br />

ir para São Cristóvão está difícil”,<br />

explica Leidiane. Ela diz que<br />

tem problemas com dores de cabeça<br />

e algumas vezes precisa buscar<br />

ajuda médica. No entanto, morando<br />

tão longe de um posto de saúde,<br />

é praticamente proibido se sentir<br />

mal depois das 22h no Bairro Novo.<br />

Quanto às compras de mês, é<br />

preciso dar um jeitinho de gastar<br />

menos com o transporte dos produtos<br />

de São Cristóvão para o Bairro<br />

Novo. Segundo os moradores, o<br />

carreto cobrado é de R$ 60. “A gen-<br />

Grávida de sete meses e com<br />

dois filhos, a jovem Marileide Nascimento<br />

ainda aguarda há quatro<br />

meses ser beneficiada com um dos<br />

apartamentos do programa Minha<br />

Casa, Minha Vida. Ela reclama da<br />

quantidade de casas cujas chaves<br />

foram entregues aos donos e ainda<br />

permanecem fechadas. “Preciso e<br />

até agora não ganhei”, conta.<br />

Sem lugar para morar, a mulher<br />

resolveu invadir um imóvel<br />

que tinha sido entregue e estava<br />

sem dono. “Tava em um que é<br />

te junta cada morador para poder<br />

dividir o valor do carreto de lá para<br />

cá”, conta a operadora de caixa.<br />

Não existem quiosques ou<br />

espaços para que os próprios moradores<br />

possam vender produtos<br />

dentro do condomínio para os<br />

seus vizinhos. Por conta disso, alguns<br />

deles, como o armador Marcones<br />

Santos, montam de maneira<br />

improvisada barracas para vender<br />

produtos. Ele vende pães, frutas<br />

e verduras. Outros ambulantes<br />

investem na comercialização de<br />

bebidas e petiscos, principalmente<br />

nos finais de semana.<br />

Acabou o sol, acabou a luz<br />

Chegar em casa à noite é um<br />

desafio. Falta iluminação no ponto<br />

de ônibus e no próprio condomínio.<br />

“Quem chega em casa à noite<br />

do trabalho arrisca encontrar<br />

quem não quer”, conta Leidiane.<br />

Além disso, quadras e parques<br />

dos quatro blocos sequer possuem<br />

postes de luz. “As crianças não podem<br />

brincar à noite”, diz a doméstica<br />

Adriana Matos.<br />

A ausência de rondas policiais<br />

regulares também contribui<br />

para a insegurança. Os moradores<br />

evitam falar abertamente<br />

sobre a violência na região, mas<br />

deixam escapar: o tráfico de drogas<br />

já está presente.<br />

Problemas de estrutura também<br />

são comuns: a diarista Antônia<br />

conta que, quando recebeu a chave<br />

do apartamento, teve que tirar toda<br />

a água acumulada no banheiro e<br />

procurar um engenheiro para descobrir<br />

a origem do vazamento.<br />

A água que vazava no banheiro<br />

de Antônia vem faltando em outros<br />

apartamentos do condomínio.<br />

“Esse horário [11h] não sobe mais<br />

nem para o terceiro andar, nem para<br />

o quarto, nem para o quinto. Não<br />

tem pressão”, afirma Marcones.<br />

“É ponto de drogas e sexo”<br />

Mais enrolação<br />

Para Olívia, o transporte é o principal problema dos moradores.<br />

A Prefeitura alega que é preciso esperar a licitação<br />

dos transportes. Mas, de acordo com a ex-edil, nas propostas<br />

não há ampliação de linhas para aquela área.<br />

de uma senhora. Tava todo quebrado”,<br />

lembra. Marileide explica<br />

que com a chegada de um casal<br />

de idosos resolveu deixar a casa e<br />

voltou à rua até invadir uma nova<br />

residência, cujo proprietário não<br />

tinha aparecido.<br />

“Tem um monte [de apartamento]<br />

vazio que entregaram a<br />

chave. Roubam, levam privada,<br />

torneira, levam tudo. É ponto de<br />

droga e sexo”, conta Marileide. A<br />

gestante conta que vive da ajuda<br />

de vizinhos e amigos.<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Longe dos mercados da cidade, moradores improvisam barracas de venda de pães, frutas e verduras ao ar livre<br />

Áreas de lazer do condomínio não têm sequer um poste, o que impede as brincadeiras e jogos à noite<br />

Marileide não ganhou apartamento, mas invadiu imóvel de um contemplado que ainda não apareceu<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 7


8<br />

cidade cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Menos consumistas<br />

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio<br />

(CNC) aponta que os brasileiros iniciaram o ano de<br />

2013 com a intenção de consumo 3,3% menor comparada<br />

com o ano de 2011.<br />

Menos armas na Bahia<br />

A Bahia foi o estado onde houve o maior número de<br />

armas devolvidas em 2012. Segundo a presidente Dilma<br />

Rousseff, 4.748 armas foram entregues. O número<br />

é 106% maior que em 2011.<br />

Desamor à primeira vista<br />

‘Cartões de visita’ de Salvador trazem imagens diferentes dos cartões postais que os turistas esperam<br />

Fotos Darío Guimarães<br />

Texto Felipe Paranhos<br />

felipe.paranhos@metro1.com.br<br />

É FATO QUE Salvador perdeu<br />

o apreço de turistas e baianos<br />

durante a administração João<br />

Henrique. Mas o novo prefeito,<br />

zona portuária<br />

ACM Neto, terá uma questão<br />

histórica para lidar: a miséria em<br />

que vive boa parte da população<br />

escancara aos visitantes, logo de<br />

cara, uma imagem verdadeira,<br />

mas totalmente diferente daquela<br />

que é vendida fora da Bahia.<br />

Isso porque todas as entradas<br />

da cidade são cercadas por<br />

lugares que mostram a realidade<br />

da capital. E, se no Rio de Janeiro<br />

situação semelhante foi<br />

“resolvida” com tapumes que<br />

escondem favelas ao longo de<br />

vias expressas como a Linha<br />

Vermelha e a Linha Amarela,<br />

o Jornal da Metrópole deseja<br />

ao novo alcaide que as imagens<br />

sirvam de incentivo para um<br />

olhar mais atento ao povo pobre<br />

da cidade.<br />

Mais cidade?<br />

www.metro1.com.br/cidade<br />

Os turistas que chegam à cidade em cruzeiros deparam com uma Salvador oposta àquela que veem na publicidade. A degradação da zona portuária e do Comércio, incluindo<br />

a tão conhecida Rampa do Mercado, definitivamente não serve de boa apresentação para os visitantes que desembarcam dos navios.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


BR-324<br />

rodoviária<br />

aeroporto<br />

Oi é líder em reclamações<br />

O ranking de reclamações dos Procons em 2012 coloca<br />

a concessionária de telefonia Oi como líder em<br />

reclamações. Foram mais de 120 mil demandas contra<br />

102.682 da Claro. Em terceiro ficou o grupo Itaú.<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

A entrada em Salvador<br />

pela BR-324 expõe fielmente<br />

a desigualdade social<br />

da capital baiana. Por<br />

mais que empreendimentos<br />

de classe média e classe<br />

média alta comecem a<br />

avançar pelos limites do<br />

município, o panorama<br />

real para quem chega pela<br />

estrada é o de bairros periféricos<br />

como Fazenda<br />

Grande do Retiro, Boa Vista<br />

de São Caetano e Campinas<br />

de Pirajá.<br />

O turista que chega de<br />

ônibus e desembarca no<br />

Terminal Rodoviário de<br />

Salvador tem duas opções:<br />

ou brigar pelos táxis da<br />

saída ou usar o transporte<br />

coletivo. Se optar por<br />

esta última opção, terá de<br />

enfrentar o caótico e sujo<br />

amontoado de ambulantes<br />

e passar pela perigosa passarela<br />

até chegar à isolada<br />

Estação de Transbordo do<br />

Iguatemi. Bela maneira de<br />

chegar a Salvador!<br />

Os visitantes que chegam<br />

à capital via Aeroporto<br />

e se dirigem ao<br />

centro da cidade ganham<br />

como cartão de visitas<br />

de Salvador parte dos<br />

bairros de São Cristóvão,<br />

Jardim das Margaridas e<br />

Mussurunga. Além disso,<br />

o bairro da Paz e a favela<br />

Planeta dos Macacos,<br />

duas das áreas mais violentas<br />

da cidade, dão as<br />

boas-vindas aos turistas.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 9


10<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Sem Carnaval em Ilhéus<br />

O prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, decidiu cancelar<br />

a festa de Carnaval deste ano da cidade. Ele informou<br />

que a prefeitura não tem condições de arcar com a festa,<br />

nem com o possível apoio do Estado.<br />

Lei ambiental polêmica<br />

O Ministério Público deve acionar a Procuradoria Geral<br />

da República para propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade<br />

(Adin) contra a lei estadual do meio ambiente,<br />

que segundo eles traz retrocessos ambientais.<br />

Tombada para o esquecimento<br />

Desabamentos em imóveis da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia destroem acervo arquitetônico<br />

Entorno da Igreja da Conceição da Praia é lamentável: lixo e sujeira nas encostas e casarões destruídos e perigosos enfeiam o já degradado templo religioso, que merecia melhor tratamento<br />

Fotos Darío Guimarães<br />

Texto Adalton dos Anjos<br />

adalton.anjos@metro1.com.br<br />

OS MAIS de 300 anos da Igreja<br />

de Nossa Senhora da Conceição<br />

da Praia não são suficientes<br />

para que as autoridades tratem<br />

com mais cuidado o conjunto<br />

arquitetônico que hoje tem aspecto<br />

de abandonado. A paróquia,<br />

que é uma das mais anti-<br />

gas de Salvador e que teve todo<br />

o seu acervo tombado pelo Instituto<br />

do Patrimônio Histórico e<br />

Artístico Nacional (Iphan), em<br />

1938, já passou por dois desabamentos<br />

parciais dos prédios<br />

ao redor nos últimos dois anos,<br />

mas pouca coisa tem sido feita<br />

para sua conservação.<br />

“É um descaso das autoridades.<br />

Tombou para fazer o quê?”<br />

questiona a turista do Rio de Janeiro<br />

Adriana Matias. Cláudio<br />

Dantas, que também estava no<br />

grupo de turistas fluminenses,<br />

conta que morou em Salvador<br />

na década de 1980 e faz comparações<br />

entre diferentes pontos<br />

da cidade: “Você vê a diferença<br />

do tratamento no Corredor da<br />

Vitória para esse local. Parece<br />

um mundo diferente”.<br />

Ao lado da igreja, o prédio<br />

que desabou pela última vez em<br />

Mais cidade?<br />

www.metro1.com.br/cidade<br />

abril de 2012 obrigou o Centro<br />

de Defesa da Criança e do Adolescente<br />

(Cedeca), que usava o<br />

espaço em comodato, a deixar o<br />

local. De lá para cá, apenas tapumes<br />

foram instalados ao redor<br />

das ruínas, trazendo apreensão<br />

a quem passa por ali. “Corre o<br />

risco de alguém se machucar ou<br />

de algum desabrigado entrar lá”,<br />

diz a protética Célia Coelho.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


ABR<br />

estamos<br />

o que<br />

de olho<br />

rola<br />

Novo campus da UFRB<br />

A presidente Dilma Rousseff pretende anunciar o<br />

novo campus da UFRB em Santo Amaro. A nova unidade<br />

terá cursos da área de cultura, necessidade identificada<br />

após as Conferências de Cultura.<br />

Igreja aguarda Iphan<br />

Ao entrar na Igreja de Nossa<br />

Senhora da Conceição da Praia,<br />

é possível esquecer um pouco<br />

do abandono da fachada e dos<br />

prédios ao redor. A parte interna<br />

está aparentemente conservada<br />

e passa por obras no forro e no<br />

telhado — que custaram cerca R$<br />

800 mil — desde agosto de 2012.<br />

O relações públicas da paróquia,<br />

Walter Moacyr, garante que a intervenção<br />

está dentro do prazo,<br />

mas outras solicitações junto ao<br />

Iphan ainda estão travadas.<br />

“As incursões para o pedido<br />

com o Ministério da Educação,<br />

da Cultura e da Justiça já têm<br />

anos. A fachada precisa limpar e<br />

há a parte elétrica e altares que<br />

Iphan aguarda projeto<br />

O Iphan informou que a Irmandade<br />

da Conceição, responsável<br />

por manter os imóveis, está em fase<br />

de conclusão de um projeto para a<br />

restauração do acervo. As áreas ao<br />

redor da igreja tombada também<br />

serão recuperadas para auxiliar na<br />

sustentabilidade e manutenção do<br />

precisam ser reparados”, explica<br />

Walter. O juiz da paróquia,<br />

Anorailton Conceição, chegou<br />

a ir até Brasília, em janeiro de<br />

2012, onde se encontrou com a<br />

ex-ministra da Cultura, Ana de<br />

Hollanda, para solicitar recursos<br />

para as obras de restauração e<br />

para a construção de um centro<br />

comunitário e um cerimonial<br />

nos imóveis que pertencem à<br />

igreja, mas, até agora, nada.<br />

Solicitações feitas ao<br />

Ministério da Cultura<br />

não deram resultado<br />

templo. Mas, segundo o relações<br />

públicas da paróquia, há dois anos<br />

foi enviado um projeto para uma<br />

das edificações em ruínas.<br />

Ainda de acordo com o Iphan,<br />

após a aprovação do projeto, as<br />

obras de recuperação devem durar<br />

um ano.<br />

...............................................................................................................<br />

SECOM BAHIA/DIVULGAÇÃO<br />

estamosdeolho@<br />

jornaldametropole.com.br<br />

cidade<br />

cidade@jornaldametropole.com.br<br />

Rico acervo arquitetônico<br />

Ladeada pelo terreno de um antigo casario, Igreja da Conceição da Praia sofre com falta de manutenção<br />

Única na América Latina a ter<br />

um telhado 3D, a igreja da padroeira<br />

do Estado foi toda feita em pedra-sabão<br />

e trazida, em partes, de Portugal<br />

para cá. Segundo Walter, por conta<br />

do tombamento e de sua riqueza<br />

para o patrimônio histórico e arquitetônico,<br />

não é possível realizar obras<br />

Seca no<br />

interior<br />

O governador do Estado, Jaques<br />

Wagner, prometeu contratar<br />

mais carros-pipa para o fornecimento<br />

de água para os moradores<br />

do semiárido baiano. No total,<br />

R$ 5 milhões serão investidos<br />

na ação. Com a água sob o poder<br />

dos poderes locais, seria o retorno<br />

da velha prática política dos<br />

coronéis do interior?<br />

na paróquia de forma independente.<br />

“Existe todo um trâmite que tem que<br />

ser seguido para a restauração, e por<br />

isso temos que aguardar”, afirma o<br />

relações públicas.<br />

Para a turista Walquíria Moreira,<br />

que é professora, dá pena<br />

ver abandonado um acervo ar-<br />

quitetônico tão rico. “Fico com<br />

dó. Um patrimônio desse jeito.<br />

Aliás, todo o conjunto é valiosíssimo.<br />

A gente fica triste”, diz a<br />

paulista, apontando para o Elevador<br />

Lacerda e para a fila de casarões<br />

deteriorados ao longo da<br />

Rua Conceição da Praia.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 11


12<br />

entrevista<br />

Jornal da Metrópole – O que o<br />

senhor traz de diferente para a<br />

Câmara desde que assumiu?<br />

Paulo Câmara – Primeiro, tento<br />

implementar um novo modelo de<br />

gestão aqui na Casa. Eu tive por hábito,<br />

já no primeiro dia, visitar as estruturas<br />

aqui da Casa, setor pessoal,<br />

recursos humanos, taquigrafia,<br />

diretoria administrativa, legislativa,<br />

financeira, para, justamente, tomar<br />

pé da situação da Casa. Depois, fizemos<br />

uma reunião com todos os<br />

funcionários públicos, destacando<br />

a importância de cada um, a valorização<br />

e o comportamento que cada<br />

um tem e o valor que eles representam<br />

para a nossa instituição, no<br />

sentido de motivar e dizer que eles<br />

serão extremamente reconhecidos<br />

pela meritocracia, não mais por<br />

apadrinhamento. A gente tem que<br />

demonstrar para a sociedade que<br />

esta Casa é pública e deve ser transparente.<br />

E transparência se dá através<br />

dos atos, da gestão administrativa,<br />

financeira e de comunicação,<br />

que nós vamos implementar.<br />

JM – Tem circulado nos bastidores<br />

que o senhor vem zelando<br />

pela boa convivência com os servidores.<br />

Como tem feito?<br />

PC – Eu acho que é de extrema importância.<br />

É como eu digo: nós somos<br />

passageiros, eles estão aqui já<br />

há 20, 30 anos. São pessoas extremamente<br />

capacitadas, valorizadas<br />

e qualificadas. Às vezes, o que falta<br />

é um incentivo, uma motivação. É<br />

querer acertar e querer fazer um<br />

novo modelo de gestão. Eu acho<br />

que a gente tem que estar antenado<br />

com o que está aí fora e, com<br />

isso, a importância e o significado<br />

do servidor público para a nossa<br />

gestão vai ser extremamente importante<br />

nesse sentido.<br />

Presidência da UPB<br />

Rilza Valentim (PT), prefeita de São Francisco do Conde,<br />

desistiu de disputar a vaga de presidente da União de<br />

Municípios da Bahia. Ela chegou a ser escolhida pelo PT, mas<br />

a nomeação foi recebida com desconforto entre a base aliada.<br />

Paulo Câmara<br />

“Não vamos compactuar com o que existia antigamente”<br />

Presidente da Câmara Municipal, Paulo Câmara (PSDB), quer implementar novo modelo de administração. Por Clarissa Pacheco<br />

Fotos Darío Guimarães<br />

“<br />

GANHAR OU<br />

PER<strong>DE</strong>R FAZ<br />

PARTE DO JOGO<br />

<strong>DE</strong>MOCRÁTICO<br />

Atualizado mais rápido que troca de CPI.<br />

Bocão News, agora com aplicativo oocial appstore<br />

acesse também: www.bocaonews.com.br<br />

“<br />

Paulo Câmara prega harmonia com o Executivo, mas com o Legislativo trabalhando de maneira independente<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


JM – Como tem sido a sua rotina<br />

neste início de mandato?<br />

PC – A parte administrativa da<br />

Casa compete à gente, mas a<br />

gente tem que ver também os<br />

outros setores. A Câmara é um<br />

poder independente, mas tem<br />

que se relacionar, não está sozinha<br />

no espaço. Então, nós já<br />

visitamos o prefeito, colocamos<br />

nossas posições claras, que [a<br />

Câmara] não vai ser um órgão<br />

subserviente, não vai ser um<br />

apêndice do governo, [vai ser]<br />

um órgão que vai trabalhar de<br />

maneira harmoniosa, mas independente.<br />

Todos os projetos<br />

que forem encaminhados para<br />

a Casa deverão ter um tempo<br />

mínimo e obedecer à legislação.<br />

Não vamos chegar com um<br />

projeto na segunda e votar na<br />

quarta. Não vamos compactuar<br />

com o que existia antigamente.<br />

Aqui tudo deve ser discutido,<br />

moldado e de forma transparente.<br />

Ganhar ou perder faz parte<br />

do jogo da votação, da oposição<br />

e da situação, contanto que<br />

obedeça a todos os ritos legais<br />

como manda a Lei Orgânica do<br />

Município. Vamos também ao<br />

Tribunal de Contas dos Municípios,<br />

vamos ao governo do Estado<br />

já na próxima semana. Acho<br />

que é a primeira vez que há uma<br />

relação entre Câmara Municipal<br />

e governo do Estado. Assuntos<br />

inerentes, como o metrô, a Copa<br />

do Mundo, a mobilidade urbana,<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013<br />

“<br />

“Momento novo”<br />

Paulo Câmara acha que o sentimento de esperança<br />

da população favorece esta legislatura da Câmara:<br />

“Você tem que aproveitar esse momento novo, ímpar<br />

na nossa cidade, não só no Executivo”.<br />

A GENTE TEM<br />

QUE FAZER<br />

UMA RELAÇÃO<br />

HARMONIOSA<br />

COM OS OUTROS<br />

PO<strong>DE</strong>RES<br />

“<br />

que têm interesse do governo e<br />

passam para a Câmara. A gente<br />

tem que fazer essa relação harmoniosa<br />

e respeitosa com os<br />

outros poderes e, acima de tudo,<br />

discutir a cidade e o que mais interessa:<br />

a sociedade.<br />

JM – O senhor apoiou a candidatura<br />

de ACM Neto. Que perfil<br />

pretende assumir: negociador<br />

das crises entre situação e opo-<br />

entrevista<br />

sição ou uma espécie de escudeiro<br />

do prefeito?<br />

PC – Espero que a gente não<br />

tenha crises [risos]. Primeiro, é<br />

isso que eu vou pedir ao prefeito:<br />

“Você tem que emitir a sua opinião”.<br />

O que é que o Executivo<br />

acha do projeto? Depois, mandar<br />

para a Câmara e que o secretário<br />

venha uma, duas, três, quatro,<br />

quantas vezes for necessário<br />

para dirimir todas as dúvidas<br />

possíveis dos vereadores. Depois,<br />

os vereadores apresentam<br />

a emenda. Agora, ganhar ou perder<br />

no plenário é parte do jogo<br />

democrático, eu não vou intervir.<br />

O que eu quero é que o processo<br />

exista de maneira transparente,<br />

de uma maneira que todos possam<br />

conhecer e que não paire<br />

dúvida quanto à relação do Legislativo<br />

pautando a votação daquele<br />

projeto.<br />

13


14<br />

esportes<br />

esporte@jornaldametropole.com.br<br />

Estádios sobrecarregados<br />

Dois estádios receberão partidas de três clubes no<br />

Baianão. Fluminense de Feira, Feirense e Bahia de Feira<br />

mandarão seus jogos no Joia da Princesa. Juazeiro,<br />

Juazeirense e Atlético-BA jogam no Adauto Morais.<br />

“Camisas naftalinas”<br />

“Futebol é inclusão social. Eles têm que flexibilizar<br />

com a Federação caminhos para que esses times<br />

não sobrevivam apenas por dois meses jogando<br />

futebol”, afirma Adalberto Lopes, do Botafogo-BA.<br />

Há vida sem Ba-Vi<br />

Apesar do prejuízo, clubes do interior se dizem prontos para protagonizar primeira fase do Baiano 2013<br />

Texto Adalton dos Anjos<br />

adalton.anjos@metro1.com.br<br />

UM CAMPEONATO Baiano<br />

começa neste domingo (20)<br />

com formato inédito e times<br />

empolgados para concorrer às<br />

vagas na Copa do Brasil e do<br />

Nordeste. Sem Bahia, Vitória<br />

e Feirense na primeira fase, a<br />

briga promete ser grande entre<br />

os nove clubes que disputarão<br />

cinco vagas para a etapa seguinte<br />

e lutarão para não ficar<br />

entre os dois rebaixados. Mais<br />

enxuto, o torneio ainda fará<br />

com que quatro equipes disputem<br />

só os oito primeiros jogos.<br />

Os times já estão se prepa-<br />

rando para a disputa desde o<br />

final do ano passado e alguns<br />

deles chegaram até a trocar de<br />

cidade durante a pré-temporada.<br />

O Juazeirense foi para<br />

a cidade de Araci, o Serrano,<br />

para Luís Eduardo Magalhães,<br />

o Juazeiro, para Pilar e o Jacuipense,<br />

para Serrinha, onde<br />

deve mandar seus jogos no<br />

campeonato.<br />

Entre os profissionais contratados,<br />

os clubes investiram<br />

em velhos conhecidos da torcida<br />

e em novidades. O Vitória da<br />

Conquista trouxe o treinador<br />

Fábio Giuntini, além de sete<br />

jogadores. O Bahia de Feira<br />

negociou com antigos atletas<br />

como Bruninho, Rayllan, Carlos<br />

e o goleiro Jair. Já o Juazeirense<br />

resolveu reformar 90%<br />

do elenco, contratando jogadores<br />

como Douglas Amaral,<br />

meia revelado no Corinthians,<br />

Quirino, ex-Itabaiana (ES), e o<br />

lateral Sandro, ex-Feirense.<br />

A bola vai rolar para o Campeonato Baiano, mas não vai ser agora que os clubes do interior vão ter a oportunidade de jogar em Pituaçu contra o Bahia, dono da maior torcida do estado<br />

“Queda de 30% a 40%”<br />

Os prejuízos financeiros com<br />

a não participação da dupla Ba-<br />

-Vi na primeira fase prometem ser<br />

grandes para os times do interior.<br />

“A informação que temos é a de<br />

que vai haver uma queda considerável,<br />

de 30% a 40%, do que foi<br />

arrecadado no ano passado”, afirma<br />

o presidente do Jacuipense,<br />

Felipe Carneiro, lembrando que<br />

os times que forem para a segunda<br />

fase do torneio só receberão ou<br />

Bahia ou Vitória em casa.<br />

Sem os jogos que atraem o<br />

Mais futebol?<br />

metro1.com.br/esporte<br />

público, o cartola do Vitória da<br />

Conquista, Ederlane Amorim,<br />

também prevê dias difíceis no<br />

Baianão. “Só vai torcedor do<br />

Conquista. Com a dupla Ba-Vi,<br />

os torcedores dos outros times<br />

iam e lotavam o estádio”, afirma.<br />

Já o dirigente do Juazeiro, Régis<br />

Meneses, diz que o torcedor, que<br />

espera o ano inteiro para ver os<br />

jogos dos times da capital, ficou<br />

chateado com a nova fórmula.<br />

MANUELA CAVADAS/METROPRESS<br />

REPRODUÇÃO <strong>FACEBOOK</strong><br />

Ederlane Amorim (de verde claro) não espera estádios lotados em Conquista<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


Segunda fase do Baianão<br />

Bahia, Vitória e Feirense entram na segunda fase<br />

do Baianão divididos em dois grupos de quatro times.<br />

As duas melhores equipes se classificam para<br />

a semifinal. A final acontece nos dias 12 e 19/5.<br />

Vantagens do torneio mais curto<br />

Se sobra reclamação de um<br />

lado, de outro, os dirigentes também<br />

acreditam que essa foi a melhor<br />

solução por conta do conturbado<br />

calendário do futebol brasileiro.<br />

“Pela grade que nos foi apresentada,<br />

eu não vejo outro formato melhor,<br />

principalmente para o Conquista,<br />

que está a 500 km do epicentro do<br />

campeonato”, afirma Ederlane.<br />

O dirigente do Bahia de Feira<br />

prefere ressaltar a parte positiva<br />

do torneio ao falar sobre os quatro<br />

times que ficarão sem disputar<br />

competições até o ano que vem.<br />

“É um ônus que você tem, para ter<br />

um bônus da Copa do Nordeste”,<br />

afirma. O líder da primeira fase<br />

garante vaga no torneio regional<br />

de 2014, assim como o campeão,<br />

que ainda disputará a Copa do<br />

Brasil. O vice-campeão também<br />

tem vaga no Nordestão.<br />

Os novatos veteranos do Baianão<br />

O Botafogo traça um planejamento<br />

ousado após o retorno para<br />

a primeira divisão do Baianão. “Fizemos<br />

um projeto estratégico para,<br />

em cinco anos, chegar na Série B<br />

do Brasileirão”, afirma Adalberto<br />

Lopes, presidente do clube. O alvirrubro,<br />

que já venceu sete vezes o<br />

torneio, firmou uma parceria com<br />

o Vitória e recebeu jogadores do<br />

Assim como o Bahia, Feirense e Vitória não vão jogar a primeira fase<br />

elenco rubro-negro, além do treinador<br />

Ricardo Silva.<br />

Depois de 16 anos fora da primeira<br />

divisão, o Jacuipense pro-<br />

“Em cinco anos,<br />

chegar à Série B do<br />

Brasileirão”<br />

FELIPE OLIVEIRA/DIVULGAÇÃO<br />

mete incomodar os favoritos. No<br />

entanto, a equipe terá que mudar<br />

de casa e jogar em Serrinha, já que<br />

o Estádio Eliel Martins, em Riachão<br />

do Jacuípe, não passou pelos<br />

critérios da Federação Baiana de<br />

Futebol (FBF). Também por determinação<br />

da Federação, o mando<br />

de campo do Atlético de Alagoinhas<br />

foi alterado para Juazeiro.<br />

esportes<br />

esporte@jornaldametropole.com.br<br />

bagunçando o baba<br />

Jogo de palavras<br />

No lançamento do Campeonato Baiano, a Federação Bahiana<br />

de Futebol disse que a fase inicial do torneio “continuará com<br />

a mesma visibilidade, pois a TV Bahia garantiu a transmissão<br />

de jogos”. Mas a emissora não vai passar nenhuma partida da<br />

primeira rodada, claro. O Nordestão chama muito mais.<br />

Jogo de Palavras (II)<br />

O problema não é exatamente<br />

a fórmula do Baiano,<br />

que representa um avanço<br />

em relação aos anos passados<br />

— cujo excesso de partidas só<br />

trazia problemas. O problema<br />

é enganar o público dizendo<br />

algo que obviamente não vai<br />

acontecer.<br />

LA<strong>DE</strong>IRA ABAIXO<br />

É muito bom ver o Botafogo<br />

baiano voltando a jogar<br />

a Primeira Divisão do Estadual.<br />

A parceria com o Vitória<br />

pode ser fundamental<br />

para que a equipe se mantenha<br />

na Primeirona e consiga<br />

evoluir noutros anos.<br />

próximo jogo/Bahia<br />

19/1<br />

Bahia x Itabaiana<br />

Pituaçu/Salvador<br />

por Felipe Paranhos<br />

Excesso de datas<br />

O Nordestão ameniza, mas<br />

não resolve o problema do excesso<br />

de datas dedicadas a estaduais/<br />

regionais. Ano passado, Bahia e<br />

Vitória fizeram 26 jogos cada um<br />

no Baiano. Neste ano, quem chegar<br />

à final de Baiano e Nordestão<br />

fará 24 — naquele esquema massacrante<br />

de jogo quarta e domingo.<br />

LA<strong>DE</strong>IRA ACIMA<br />

A disputa dos estaduais<br />

pelos grandes clubes só diminui<br />

o futebol brasileiro. O<br />

Nordestão deveria ser seguido<br />

como tendência: regionais<br />

curtos abrindo a temporada,<br />

protagonizada pelo campeonato<br />

que realmente interessa.<br />

próximo jogo/Vitória<br />

20/1<br />

América-RN x Vitória<br />

Nazarenão/Goianinha<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 15


16<br />

badalo<br />

badalo@jornaldametropole.com.br<br />

30 anos atrás<br />

Maleiro morreu aos 73 anos, em 9/6/1982, de câncer de<br />

próstata. Ivan Lima, vice-presidente da Associação dos<br />

Amigos de Nelson Maleiro, lembra: “Morreu pobre, porém<br />

rico de caráter. Não bajulava ninguém, ajudou muita gente”.<br />

Sonho percussivo<br />

“Nelson Maleiro queria ver o crescimento. Várias vezes<br />

ele disse: ‘Olha, eu não vou morrer sem que eu veja essa<br />

música da percussão que eu faço explodir o mundo”, conta<br />

o dirigente da associação, ex-vizinho do carnavalesco.<br />

O gigante do Carnaval<br />

Soteropolitanos comemoram no próximo domingo (20) o Dia do Carnavalesco, em homenagem a Nelson Maleiro<br />

Texto Clarissa Pacheco<br />

clarissa.pacheco@jornaldametropole.com.br<br />

<strong>DE</strong>S<strong>DE</strong> 2011, os foliões<br />

que atravessam o Circuito<br />

Osmar do Carnaval passam<br />

pela Passarela Nelson<br />

Maleiro. Mas poucos<br />

sabem disso. 31 anos após<br />

a morte do pioneiro da percussão<br />

baiana, amigos e<br />

familiares de Nelson Cruz<br />

ainda lutam para que a história<br />

dele não seja apagada.<br />

“Maleiro morreu deixando<br />

o Carnaval e a<br />

Bahia mais percussivos,<br />

mas eles negam. Quando<br />

você pergunta a um artista<br />

desses, eles dizem que não<br />

conhecem. A vaidade não<br />

deixa”, diz Ivan Lima, vice-<br />

-presidente da Associação<br />

dos Amigos de Nelson<br />

Maleiro, fundada em 1996.<br />

Se estivesse vivo, Maleiro<br />

completaria, no próximo<br />

domingo (20), 104<br />

anos. A data é, desde 2007,<br />

oficialmente conhecida<br />

como Dia Municipal do<br />

Carnavalesco. Mas, para<br />

quem conviveu de perto<br />

com o músico, artista plástico,<br />

artesão, agitador cultural,<br />

etnólogo e carnavalesco,<br />

ainda é muito pouco se<br />

comparado ao seu legado.<br />

Quando chegou a Salvador,<br />

Nelson trocou uma<br />

loja na Baixa dos Sapateiros<br />

pela fabricação de<br />

malas. Daí sua alcunha. Da<br />

oficina, saíram os seus primeiros<br />

instrumentos, que<br />

chegaram ao Olodum e<br />

aos Filhos de Gandhy. “Ele<br />

organizou tudo isso, mas a<br />

imprensa, os historiadores e<br />

ARQUIVO DA FAMÍLIA<br />

ARQUIVO DA FAMÍLIA<br />

os carnavalescos se esqueceram”,<br />

critica a presidente<br />

da Associação, Ivete Lima.<br />

Ela lembra que as criações<br />

de seu padrinho estão em<br />

toda parte: os primeiros<br />

instrumentos do Olodum<br />

e dos Filhos de Gandhy foram<br />

fabricados por Maleiro.<br />

Biografia – Somente<br />

em 2003, Maleiro ganhou<br />

uma biografia. O professor<br />

Leo Mendes, à época aluno<br />

da Escola de Letras da<br />

Ufba, escreveu como trabalho<br />

de conclusão de curso<br />

o livro ‘Nelson Maleiro – O<br />

Gigante das 1001 Criações’.<br />

“De 1982, quando ele<br />

morreu, até 1996, quando<br />

foi criada a Associação dos<br />

Amigos de Nelson Maleiro,<br />

o nome dele foi praticamente<br />

esquecido. É a partir<br />

disso, inclusive, que eu faço<br />

o meu trabalho: estudar<br />

que forças são essas que<br />

omitem da cena cultural o<br />

nome de Maleiro. Acredito<br />

que, pelo volume da obra<br />

que ele deixou, o nome<br />

dele precisa ser muito valorizado”,<br />

diz Leo Mendes,<br />

que foi também a última<br />

criança a desfilar com Maleiro<br />

em um bloco carnavalesco,<br />

em 1979.<br />

“Era um inovador,<br />

um estudioso,<br />

um cientista”,<br />

diz afilhada<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


‘Tropicália, Lixo Lógico’<br />

Tom Zé lança domingo (20) na Concha Acústica do TCA o novo<br />

disco ‘Tropicália, Lixo Lógico’. No repertório, sucessos do artista<br />

baiano e novidades. A partir das 18h30. Ingressos: R$ 40 (inteira).<br />

Leia entrevista com Tom Zé, hoje (18), no www.metro1.com.br.<br />

ANDRE CONTI/DIVULGAÇÃO<br />

Curtiu, painho?<br />

Morador<br />

Ilustração Sidney Falcão<br />

Texto João Gabriel Galdea<br />

joao.gabriel@metro1.com.br<br />

NA SEMANA em que o<br />

Facebook apresentou sua<br />

nova ferramenta de buscas,<br />

o soldado da PM Fábio<br />

Mendes, 32, morador<br />

de Pernambués, ainda não<br />

sabe como irá se apresentar<br />

ao filho de 13 anos, do<br />

qual só soube da existência<br />

há pouco tempo. “Ainda<br />

estou me preparando, mas<br />

vou a Manaus nas férias<br />

para conhecê-lo”, conta.<br />

Nascido em 2000, o<br />

garoto Edson Carlos foi<br />

registrado apenas com o<br />

nome da mãe, que perdeu<br />

contato com Fábio antes<br />

de descobrir a gravidez. Só<br />

12 anos depois, e graças à<br />

rede social, sua busca teve<br />

final feliz. “Ela me procurou<br />

no Orkut e em outros sites,<br />

mas não achou porque eu<br />

usava apelidos e há muitos<br />

homônimos”, explica.<br />

Fábio lembra bem<br />

como conheceu a mãe de<br />

badalo<br />

badalo@jornaldametropole.com.br<br />

de Pernambués<br />

descobre pelo Facebook que<br />

é pai de um menino de 13<br />

anos que vive em Manaus<br />

Edson, mas conta que foram<br />

poucos os encontros.<br />

“Foi no Bumbódromo, na<br />

Festa do Boi Garantido. A<br />

gente saiu só cinco vezes”,<br />

recorda. Filho de militar,<br />

ele se mudou com a família<br />

para a Bahia e nunca<br />

mais ouviu falar da moça,<br />

até julho de 2012. “Quando<br />

me achou, ela pediu meu<br />

e-mail. Depois, mandou<br />

a mensagem com a história<br />

toda e as fotos dele,<br />

de bebê até agora. Chorei<br />

muito quando vi”, conta,<br />

destacando que o menino<br />

é a sua cara e que não pretende<br />

fazer exame de DNA.<br />

“Vou lá para registrá-lo”,<br />

diz Fábio, pai de outro menino,<br />

Vinícius, de 12 anos.<br />

O Jornal da Metrópole<br />

tentou entrar em contato<br />

com Eliane e o garoto, mas<br />

tanto os telefonemas quanto<br />

as mensagens via Facebook,<br />

pelo qual Fábio mantém<br />

contato com os dois,<br />

não tiveram retorno até o<br />

fechamento da edição.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 17


18<br />

badalo<br />

badalo@jornaldametropole.com.br<br />

o que rola<br />

Ensaios de Luiz Caldas<br />

Luiz Caldas faz na quinta (24) o primeiro show da<br />

temporada de verão, no Clube Fantoches. Carlinhos<br />

Brown será o primeiro convidado do projeto, que lembrará<br />

clássicos do Carnaval. Às 21h, ingressos a R$ 40 (inteira).<br />

Carla Visi<br />

A cantora baiana Carla Visi, ex-Cheiro de Amor,<br />

comanda os shows do projeto Caia no Samba e Muito<br />

+, que acontecem no Botequim São Jorge. Na quintafeira<br />

(24), a partir das 21h. Couvert: R$ 20.<br />

Tabuleiro Musiquim Domingo no Parque Flávio Assis<br />

Os meninos do Tabuleiro Musiquim fazem hoje (18)<br />

e amanhã (19) os dois últimos shows da primeira miniturnê<br />

pelo Nordeste. A banda formada no ano passado<br />

se apresenta hoje em Recife (PE) e amanhã em Feira de<br />

Santana, no Festival Veraneio Fora do Eixo.<br />

Ainda dá tempo para ver o espetáculo Domingo no<br />

Parque, baseado na canção de Gilberto Gil. A peça, dirigida<br />

por Marcos Oliveira, será encenada nos dias 21 e 28/1<br />

no Largo Quincas Berro d’Água, e no dia 23/1, no Espaço<br />

Cultural Alagados, às 20h. Ingressos: R$ 1 (inteira).<br />

O cantor e compositor baiano Flávio Assis faz show<br />

hoje (18), às 20h, no Galpão Cheio de Assunto (Rua<br />

Djalma Dutra, 40, Sete Portas). Flávio homenageia os 70<br />

anos de Gilberto Gil, misturando o samba angolano, o<br />

maracatu, o reggae e o baião. Ingressos: R$ 20 (inteira).<br />

NINA FONSECA/DIVULGAÇÃO ALESSANDRA NOHVAIS/DIVULGAÇÃO DAVID CAMPBELL/DIVULGAÇÃO<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013


Latino Roberta Miranda<br />

Saulo Fernandes Tomate<br />

371 curtem 53 curtem<br />

1.600 curtem 981 curtem<br />

Pode até ser que Latino seja um ótimo<br />

instrumentista, mas ALGUÉM ACREDI-<br />

TA QUE ELE REALMENTE COMPÕE<br />

AQUELAS PORCARIAS <strong>DE</strong>LE NESSE<br />

PIANO?<br />

Difícil é fazer música<br />

O ex-BBB Kleber Bambam lançou sua carreira (!) de cantor (!!). E ainda<br />

apresentou a letra de uma música (!!!): “Ter dinheiro é mole, difícil é ter estilo<br />

/ Gasta a noite inteira e só termina de manhã / Vem com Mr. Catra e o Kleber<br />

Bambam”. A música brasileira nunca mais será a mesma...<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Vejam o que a moda faz: Roberta Miranda,<br />

romântica de raiz, agora aplica no vestuário<br />

as inovações que sua música não<br />

traz há tempos: sneakers amarelos, com<br />

aqueles fechos de patins! Quem diria...<br />

Eis o bilhete colado por Ivete Sangalo na<br />

porta do camarim de Saulo no Festival de<br />

Verão. Em tempos de tantos artistas artificiais,<br />

legal ver a manifestação espontânea de<br />

carinho de dois grandes da música baiana.<br />

sociais<br />

FOTOS REPRODUÇÃO<br />

Ser famoso é bem mais do que ser conhecido<br />

ou idolatrado. Pelo visto, ser famoso é<br />

poder usar tranquilamente as roupas que<br />

todos achariam ridículas se usadas por<br />

qualquer outra pessoa.<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013 19


20<br />

obituário<br />

obituario@jornaldametropole.com.br<br />

Saudades eternas de Dona Yayá Affonso<br />

Professora e matriarca da família de ex-preso político não resistiu a uma infecção respiratória aos 90 anos<br />

Amigos e familiares se<br />

despediram no último domingo<br />

(13) da professora<br />

Maria Helena Rocha Affonso,<br />

a Dona Yayá, como fazia<br />

questão de ser chamada. Ela<br />

faleceu aos 90 anos, vítima de<br />

uma infecção respiratória.<br />

Dona Yayá era natural de<br />

Ilhéus e filha de Almerinda<br />

América da Rocha e João Heroclides<br />

Rocha. Mas foi em<br />

Salvador que se formou professora<br />

no Instituto Normal<br />

da Bahia. Posteriormente,<br />

graduou-se em Educação Física<br />

pela antiga Universidade<br />

Federal do Brasil.<br />

Yayá casou-se com o<br />

procurador de Justiça Orlando<br />

Affonso de Carvalho,<br />

que morreu em 2005.<br />

Com ele, teve seis filhos<br />

— entre eles o ex-preso<br />

político Renato Affonso<br />

—, sete netos e dois bisnetos.<br />

Nos “Anos de Chumbo”,<br />

ganhou carinho e ad-<br />

miração dos presos, por<br />

conta de sua atuação na<br />

luta pela Anistia aos atingidos<br />

pelo Regime Militar<br />

e também na punição<br />

aos torturadores.<br />

“Seu exemplo de vida<br />

amoroso e solidário deixou<br />

uma história forte e<br />

bela a ser contada, tanto<br />

no âmbito político, quanto<br />

no pessoal, pela fé, pela<br />

personalidade agregadora<br />

e amorosa e pela vontade<br />

e alegria de viver”,<br />

disseram os familiares<br />

em nota.<br />

No ano de 2004, a professora<br />

publicou o livro Lição de<br />

Amor, composto de histórias<br />

e canções infantis — todas<br />

compostas por ela durante a<br />

infância de seus filhos e netos.<br />

Em 2010, o hoje deputado<br />

federal Emiliano José (PT)<br />

lembrou da força da matriarca<br />

da família Affonso: “Sua<br />

extrema sensibilidade de<br />

mulher só reforça sua consciência<br />

política, seu amor pela<br />

humanidade.”<br />

O corpo de Dona Yayá foi<br />

sepultado no Cemitério Jardim<br />

da Saudade, em 14/1.<br />

Adeus do humorista da ‘Praça’ Criador do RSS se vai<br />

O humor está de luto com a<br />

morte do ator e humorista Clayton<br />

Silva, dono dos bordões “Tô de olho<br />

no sinhô” e “Eta, fuminho bão”, no<br />

programa ‘A Praça é Nossa’, do<br />

SBT. Ele morreu na noite de terça-<br />

-feira (15), em Campinas (SP), e lutava<br />

contra um câncer há três anos.<br />

Clayton, que tinha 74 anos,<br />

nasceu em Uberlândia (MG), mas<br />

morava em São Paulo há 12 anos.<br />

Ele deixou mulher, três filhos e<br />

quatro netos.<br />

“Exemplo de vida<br />

deixou uma história<br />

forte e bela”<br />

DIVULGAÇÃO<br />

Para os mesopotâmios, a morte era sucedida pela decadência do espírito —<br />

exceto em relação aos deuses, que eram considerados imortais. Segundo o povo<br />

daquela civilização, o corpo imaterial ia para um mundo inferior, sem chance<br />

de retorno. Este local era caracterizado como sujo e escuro, onde moravam Ner-<br />

gal e Ereshkigal, criaturas infernais que comandavam esta espécie de inferno.<br />

Lá, o corpo imaterial do morto se alimentaria de lodo. Apesar disso, oferendas<br />

— sobretudo em forma de alimentos — eram feitas pelos mesopotâmios para<br />

tentar amenizar o sofrimento dos falecidos. Tais presentes eram também uma<br />

forma de tentar manter o espírito no mundo inferior, sem que ele voltasse à<br />

Mesopotâmia para assombrar os vivos.<br />

O ator ficou marcado pelo personagem<br />

‘Louco’, que apostava R$<br />

100 para que Carlos Alberto de Nóbrega,<br />

apresentador da ‘Praça’, adivinhasse<br />

suas charadas. Clayton<br />

fazia parte do elenco do programa<br />

do SBT desde 1987. O humorista<br />

também atuou no cinema, em ‘O<br />

Bem Dotado Homem de Itu’ (1978),<br />

‘As Aventuras de Mário Fofoca’<br />

(1982) e ‘Pecado Horizontal’ (1982).<br />

Na década de 70, ele fez participações<br />

no programa ‘Os Trapalhões’.<br />

“Quando sou doce,<br />

sou doce. Senão, sou<br />

mais ardida que pimenta”<br />

Elis Regina • 1945 † 1982<br />

ARQUIVO DA FAMÍLIA<br />

O criador do sistema RSS, Aaron<br />

Swartz, cometeu suicídio na<br />

sexta-feira (11/1), aos 26 anos. O<br />

norte-americano desenvolveu a<br />

tecnologia aos 14 anos e aos poucos<br />

foi se tornando um ativista<br />

social da internet.<br />

Swartz foi o fundador também<br />

do Reddit, site cujo conteúdo,<br />

noticioso ou não, é abastecido<br />

pelo público, como em uma<br />

rede social. Há dois anos e meio,<br />

iniciou uma campanha on-line<br />

contra os projetos de lei Stop<br />

On-line Piracy Act (Sopa) e Protect<br />

IP Act (Pipa), que visavam<br />

frear a pirataria na internet, mas<br />

eram considerados ferramentas<br />

de censura e controle por boa<br />

parte dos especialistas.<br />

Swartz suicidou-se semanas<br />

antes de seu julgamento por download<br />

ilegal de 4,8 milhões de<br />

documentos da JSTOR, plataforma<br />

da internet do Massachussets<br />

Institute of Technology (MIT).<br />

era (ou é) assim... deixaram saudade (ou não)...<br />

18/1 Curly Howard, do grupo Três Patetas (1952); Alberto Ruschel, ator (1996)<br />

19/1 Elis Regina, cantora (1982); Vavá Peito de Aço, jogador de futebol (2002)<br />

20/1 Garrincha, jogador de futebol (1983); Audrey Hepburn, atriz (1993)<br />

21/1 Georges Méliès, cineasta (1976); Luiz Carlos Tourinho, ator (2008)<br />

22/1 Maysa, cantora (1977); Dona Zica, sambista (2003); Heath Ledger, ator (2008)<br />

23/1 Salvador Dalí, pintor (1989); Pierre Bourdieu, sociólogo (2002)<br />

FOLHAPRESS<br />

24/1 Sabotage, rapper (2003); Leônidas da Silva, jogador de futebol (2004)<br />

Salvador, 18 de janeiro de 2013

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