PUC 2005 – PROVA TESTE PORTUGUÊS
PUC 2005 – PROVA TESTE PORTUGUÊS
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<strong>PORTUGUÊS</strong><br />
Leia o texto abaixo para responder as questões de 1 a 3<br />
É CARNAVAL<br />
E então chegava o Carnaval, registrando-se grandes comemorações<br />
ao Festival de Besteira Em Goiânia o folião Cândido Teixeira<br />
de Lima brincava fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão<br />
que não é tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha<br />
Máscara Negra e beijava tudo que era mulher que passasse dando<br />
sopa<br />
Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma denúncia<br />
e foi para o baile, exigindo da Polícia que o Papa de araque<br />
fosse preso Em seguida, declarou: "Brincar o Carnaval já é um<br />
pecado grave Brincar fantasiado de Papa é uma blasfêmia terrível"<br />
O caso morreu aí e nunca mais se soube o que era mais<br />
blasfêmia: um cidadão se fantasiar de Papa ou o piedoso sacerdote<br />
encanar o Sumo Pontífice<br />
E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no câmbio<br />
Há coisas inexplicáveis! Até hoje não se sabe por que foi<br />
durante o Carnaval que o Governo aumentou o dólar, fazendo muito<br />
rico ficar mais rico E, porque o Ministro do Planejamento e seus<br />
cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram o dólar e<br />
desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval, passaram a ser<br />
conhecidos por Acadêmicos do Cruzeiro - numa homenagem também<br />
aos salgueirenses que, no Carnaval de 1967, entraram pelo<br />
cano<br />
(PRETA, Stanislaw Ponte FEBEAPÁ 2 <strong>–</strong> 2 o Festival de Besteira que<br />
Assola o País 9 a edição Rio de Janeiro:<br />
Civilização Brasileira, 1993, p 32)<br />
1 O texto É Carnaval de Stanislaw Ponte Preta, constante no<br />
livro FEBEAPÁ 2 aborda um tema comum ao Brasil da época<br />
Assinale a alternativa que contém uma afirmação coerente<br />
com o texto acima mencionado<br />
a) As pessoas mais introvertidas aproveitavam o Carnaval<br />
de maneira irreverente: era o caso de todos os brasileiros<br />
foliões<br />
b) Os padres costumavam se revoltar com a irreverência presente<br />
no Carnaval no que diz respeito às fantasias reduzidas,<br />
o que era considerado uma “blasfêmia terrível”<br />
c) Os políticos aproveitavam a situação de euforia vivida pelo<br />
povo em geral, aumentando o dólar e desvalorizando a<br />
moeda nacional<br />
d) O Ministro e seus auxiliares passaram a ser chamados de<br />
Acadêmicos do Salgueiro em homenagem ao Carnaval<br />
e) O Carnaval é o Festival de Besteira: Carná FEBEAPÁ<br />
Alternativa c<br />
O texto, ao lado da crítica de costumes presente no caso do<br />
folião Cândido Teixeira, faz também uma crítica à maneira<br />
como se implementou uma medida impopular É o que aparece<br />
no trecho: “E, porque o Ministro do Planejamento e seus<br />
cúmplices, aliás, digo, seus auxiliares, aumentaram o dólar e<br />
desvalorizaram o cruzeiro em pleno Carnaval”<br />
1<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
A afirmação de que não se sabe por que isso ocorreu no<br />
Carnaval constitui uma ironia, também presente na passagem<br />
em que os “auxiliares” são chamados de “cúmplices”<br />
2 A partir do trecho a seguir “e provava no salão que não é<br />
tão cândido assim, pois aproveitava o mote da Máscara<br />
Negra e beijava tudo que era mulher que passasse dando<br />
sopa”, leia atentamente as afirmações abaixo e assinale a<br />
alternativa CORRETA<br />
I As partículas que assinaladas unem orações subordinadas<br />
às suas principais, sendo a primeira um pronome relativo<br />
que inicia oração caracterizadora da anterior e a segunda,<br />
conjunção integrante que inicia oração com a função<br />
sintática de objeto direto<br />
II As partículas que assinaladas exercem a função sintática<br />
de objeto direto por serem complemento verbal de verbos<br />
transitivos diretos<br />
III As partículas que assinaladas classificam-se, respectivamente,<br />
no nível morfológico, a primeira como conjunção<br />
integrante que inicia oração com a função sintática de objeto<br />
direto e a segunda, como pronome relativo que inicia<br />
oração caracterizadora do termo anterior ao qual se refere<br />
a) I, II e III estão corretas<br />
b) Apenas I e II estão corretas<br />
c) Apenas I está incorreta<br />
d) Apenas II está incorreta<br />
e) Apenas III está correta<br />
Alternativa e<br />
No primeiro caso, funciona como conjunção integrante,<br />
introduzindo uma oração subordinada substantiva, que<br />
funciona como objeto direto No segundo caso, como pronome<br />
relativo, por retomar a palavra antecedente, “mulher“<br />
3 O uso das vírgulas de intercalação está registrado adequadamente<br />
em uma das alternativas abaixo Assinale-a<br />
a) E então chegava o Carnaval, registrando-se grandes comemorações<br />
ao Festival de Besteira<br />
b) Um padre local, por volta da meia-noite, recebeu uma<br />
denúncia e foi para o baile, exigindo da Polícia que o<br />
Papa de araque fosse preso<br />
c) E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no<br />
câmbio Há coisas inexplicáveis!<br />
d) e foi para o baile, exigindo da Polícia que o Papa de<br />
araque fosse preso Em seguida, declarou: "Brincar o<br />
Carnaval já é um pecado grave Brincar fantasiado de<br />
Papa é uma blasfêmia terrível"<br />
e) Até hoje não se sabe por que foi durante o Carnaval que<br />
o Governo aumentou o dólar, fazendo muito rico ficar<br />
mais rico<br />
Alternativa b<br />
Na alternativa b, as vírgulas marcam a intercalação do adjunto<br />
adverbial de tempo, “por volta da meia-noite”, que está colocado<br />
entre o sujeito, “um padre local”, e o seu verbo, “recebeu”
4 Observe o enunciado a seguir:<br />
Em Goiânia o folião Cândido Teixeira de Lima brincava<br />
fantasiado de Papa Paulo VI e provava no salão que não é<br />
tão cândido assim, pois aproveitava o mote da marcha Máscara<br />
Negra e beijava tudo que era mulher que passasse<br />
dando sopa<br />
As orações sublinhadas, em relação às anteriores, indicam,<br />
respectivamente, a idéia de<br />
a) adição e finalidade<br />
b) meio e fim<br />
c) alternância e oposição<br />
d) adição e causa<br />
e) explicação e conclusão<br />
Alternativa d<br />
A primeira oração é coordenada aditiva, pois indica idéias<br />
conco-mitantes<br />
Na segunda, a questão de aproveitar o mote da Marcha<br />
justifica o fato de se poder afirmar que ele não é “tão cândido”<br />
Seria, pois, mais apropriado considerá-la explicativa<br />
5 Nas orações a seguir, as expressões coloquiais sublinhadas<br />
podem ser substituídas por sinônimas<br />
“ e beijava tudo que era mulher que passasse dando sopa”<br />
“ que o Papa de araque ”<br />
“ numa homenagem também aos salgueirenses que, no<br />
Carnaval de 1967, entraram pelo cano”<br />
Indique que opção equivale, do ponto de vista do sentido, a<br />
essas expressões:<br />
a) descuidando, falso, deram-se mal<br />
b) reclamando, falso, obstruíram-se<br />
c) descuidando, esperto, saíram-se vitoriosos<br />
d) reclamando, falso, deram-se mal<br />
e) descuidando, esperto, obstruíram-se<br />
Alternativa a<br />
Para resolver esta questão é necessário o conhecimento das<br />
expressões idiomáticas Abaixo são apresentadas outras<br />
possibilidades de sinônimos:<br />
“dando sopa” = estar desprevenido<br />
“de araque” = não verdadeiro<br />
“entraram pelo cano” = não obtiveram êxito<br />
6 Observe o enunciado:<br />
E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no<br />
câmbio O verbo “pular” está empregado no primeiro caso no<br />
sentido denotativo; no segundo, o sentido é figurado Também<br />
a palavra “dólar” é usada no sentido figurado A figura<br />
de linguagem empregada no caso de “dólar” é<br />
a) antítese, porque, no enunciado, há idéias contrárias relacionadas<br />
aos seres representados<br />
b) eufemismo, porque, no enunciado, há idéias diminuídas<br />
relacionadas aos seres representados<br />
2<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
c) prosopopéia, porque, no enunciado, há a personificação<br />
de seres inanimados<br />
d) metonímia, porque, no enunciado, há relações de contigüidade<br />
entre os seres representados<br />
e) onomatopéia, porque, no enunciado, imitam-se as vozes<br />
dos seres representados<br />
Alternativa c<br />
Ao se dizer que o dólar pulou, em vez de simplesmente falarse<br />
que ele valorizou, foi empregada a prosopopéia, já que,<br />
assim, foi-lhe atribuída uma característica de um ser animado<br />
Leia o texto abaixo para responder as questões de 7 a 9:<br />
Carnaval<br />
Maravilha do ruído, encantamento do barulho Zé Pereira,<br />
bumba, bumba Falsetes azucrinam, zombeteiam Viola chora<br />
e espinoteia Melopéia negra, melosa, feiticeira, candomblé<br />
Tudo é instrumento, flautas, violões, reco-recos, saxofones,<br />
pandeiros, liras, gaitas e trombetas Instrumentos sem nome<br />
inventados subitamente no delírio da improvisação, do ímpeto<br />
musical Tudo é encanto Os sons se sacodem, berram,<br />
lutam, arrebentam no ar sonoro dos ventos, vaias, klaxons,<br />
aços estrepitosos Dentro dos sons movem-se cores, vivas,<br />
ardentes, pulando, dançando, desfilando sob o verde das árvores,<br />
em face do azul da baía no mundo dourado Dentro<br />
dos sons e das cores, movem-se os cheiros, cheiro de negro,<br />
cheiro mulato, cheiro branco, cheiro de todos os matizes, de<br />
todas as excitações e de todas as náuseas Dentro dos cheiros,<br />
o movimento dos tatos violentos, brutais, suaves, lúbricos,<br />
meigos, alucinantes Tatos, sons, cores, cheiros se fundem<br />
em gostos de gengibre, de mendubim, de castanhas, de bananas,<br />
de laranja, de bocas e de mucosa Libertação dos sentidos<br />
envolventes das massas frenéticas, que maxixam, gritam,<br />
tresandam, deslumbram, saboreiam, de Madureira à Gávea, na<br />
unidade do prazer desencadeado<br />
(Graça Aranha, A viagem maravilhosa Apud William Cereja e Thereza<br />
Magalhães Português: linguagens São Paulo: Atual, p178)<br />
7 Os textos É carnaval de Stanislaw Ponte Preta e Carnaval<br />
de Graça Aranha tratam da mesma temática Assinale a alternativa<br />
que apresenta um diálogo entre eles<br />
a) Brincar o Carnaval já é um pecado grave Brincar fantasiado<br />
de Papa é uma blasfêmia terrível/Tudo é instrumento,<br />
flautas, violões, reco-recos, saxofones, pandeiros,<br />
liras, guitarras e trombetas<br />
b) E enquanto todos pulavam no salão, o dólar pulava no<br />
câmbio/ Tudo é encanto<br />
c) aumentaram o dólar e desvalorizaram o cruzeiro em<br />
pleno Carnaval/Libertação dos sentidos envolventes das<br />
massas frenéticas<br />
d) E então chegava o Carnaval, registrando-se grandes comemorações<br />
do Festival de Besteiras/Melopéia negra, melosa,<br />
feiticeira, candomblé<br />
e) aproveitava o mote da marcha Máscara Negra e beijava<br />
tudo que era mulher que passasse dando sopa/Tatos,<br />
sons, cores, cheiros se fundem em gostos de gengibre, de<br />
mendubim, de castanhas, de bananas, de laranja, de bocas<br />
e de mucosa
Alternativa e<br />
A temática comum aos dois textos é o Carnaval A única<br />
alternativa que aborda aspectos próximos é a e, na qual os<br />
trechos selecionados tratam, ambos, do comportamento promíscuo,<br />
típico dessa festividade<br />
8 A partir dos seguintes trechos: e nunca mais se soube o<br />
que era blasfêmia/dentro dos sons movem-se cores, assinale<br />
a alternativa CORRETA<br />
a) o pronome átono se exerce a função de partícula<br />
apassivadora na voz passiva analítica<br />
b) o pronome átono se exerce a função de partícula<br />
apassivadora na voz passiva pronominal<br />
c) o pronome átono se exerce a função de partícula<br />
apassivadora na voz ativa<br />
d) o pronome átono se é parte integrante do verbo<br />
e) o pronome átono se exerce a função de pronome reflexivo<br />
Alternativa b<br />
Em ambas as frases, os sujeitos sofrem as ações, caracterizando-se,<br />
assim, a voz passiva, que, por ser construída<br />
com a partícula “se”, denomina-se pronominal ou sintética<br />
9 Nos trechos numa homenagem também aos salgueirenses<br />
que, no Carnaval de 1967, entraram pelo cano/deslumbram,<br />
saboreiam, de Madureira à Gávea, na unidade do<br />
prazer desencadeado, assinale a alternativa que indica função<br />
sintática de adjunto adverbial dos termos que, entre vírgulas,<br />
exprimem circunstâncias de<br />
a) tempo/lugar<br />
b) tempo/modo<br />
c) lugar/assunto<br />
d) companhia/tempo<br />
e) intensidade/lugar<br />
Alternativa a<br />
A expressão “no Carnaval de 1967” refere-se a uma época, por<br />
isso exprime a circunstância de tempo Já “de Madureira à<br />
Gávea” indica os lugares em que ocorreu o Carnaval<br />
10 Memórias de um Sargento de Milícias é um romance escrito<br />
por Manuel Antônio de Almeida Considerando-o como um<br />
todo, indique a alternativa que NÃO confirma suas características<br />
romanescas<br />
a) É um romance folhetim, já que saiu em fascículos no suplemento<br />
“A Pacotilha”, do jornal Correio Mercantil, que<br />
o publicava semanalmente entre 1852 e 1853<br />
b) Utiliza a língua falada sem reservas e com toda a dignidade<br />
e naturalidade, o que confere à obra um caráter espontâneo<br />
e despretensioso<br />
c) Enquadra-se fundamente na estética realista, opondo-se<br />
ao ideário romântico, particularmente no que concerne à<br />
construção da personagem feminina e ao destaque dado<br />
às camadas mais populares da sociedade<br />
3<br />
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d) Reveste-se de comicidade, na linha do pitoresco, e desenvolve<br />
sátira saborosa aos costumes da época que atinge<br />
todas as camadas sociais<br />
e) Põe em prática a afirmação de que através do riso pode-se<br />
falar das coisas sérias da vida e instaurar a correção dos<br />
costumes<br />
Alternativa c<br />
Os traços pré-realistas da obra, como a construção das<br />
personagens femininas e a descrição de classe social popular,<br />
não condizem com os pressupostos do romance romântico<br />
tradicional Nas palavras de Antonio Candido, “está em<br />
desacordo com os padrões e os tons do Romantismo”<br />
11 Entre as narrativas que compõem as Várias Histórias, escritas<br />
por Machado de Assis, destaca-se “Trio em Lá Menor” Indique<br />
a alternativa que confirma o tema da narrativa referida<br />
a) A arte da adivinhação da história do homem e a ação do<br />
destino<br />
b) Indecisão e insegurança de uma moça que pende amorosamente<br />
entre dois homens ao mesmo tempo<br />
c) Sexualidade adolescente despertada pelo feminino das formas<br />
d) Frustração de um compositor de polcas, insatisfeito com<br />
as próprias composições<br />
e) História de um professor de melancolia que se sente agulha<br />
para muita linha ordinária<br />
Alternativa b<br />
O galanteador Miranda, cruel, mais velho, e o impulsivo Maciel<br />
tocam os sentimentos da personagem feminina, que custa a<br />
decidir entre os pretendentes<br />
12 Ainda sobre a narrativa objeto da questão anterior, é possível<br />
afirmar que<br />
a) é construída a partir de andamentos musicais que indiciam<br />
os diferentes momentos da ação narrada<br />
b) se utiliza do minueto para caracterizar fortemente o desfecho<br />
trágico da história<br />
c) emprega o allegro appassionato como definidor da escolha<br />
amorosa e conseqüente casamento da personagem<br />
d) se vale do adagio cantabile como recurso para caracterizar<br />
a personagem como mulher convicta de suas pretensões<br />
amorosas<br />
e) indicia, a partir do “lá menor” do título, uma narrativa festiva<br />
e triunfante<br />
Alternativa a<br />
O conto "Trio em Lá Menor" apresenta divisões internas, que<br />
se relacionam aos andamentos musicais das ações<br />
exploradas pelo texto
13 O que nós vemos das coisas são as coisas<br />
Por que veríamos nós uma coisa se houvesse<br />
[outra?<br />
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos<br />
Se ver e ouvir são ver e ouvir?<br />
O essencial é saber ver,<br />
Saber ver sem estar a pensar,<br />
Saber ver quando se vê<br />
E nem pensar quando se vê,<br />
Nem ver quando se pensa<br />
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma<br />
[vestida!),<br />
Isso exige um estudo profundo,<br />
Uma aprendizagem de desaprender<br />
E uma sequestração na liberdade daquele convento<br />
De que os poetas dizem que as estrelas são as<br />
[freiras eternas<br />
E as flores as penitentes convictas de um só dia,<br />
Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas<br />
Nem as flores senão flores,<br />
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores<br />
O poema acima, de Alberto Caeiro, propõe<br />
a) desvalorizar o ver e o ouvir<br />
b) minimizar o valor do ver e do ouvir<br />
c) conciliar o pensar e o ver<br />
d) abolir o pensar para apenas ver e ouvir<br />
e) fugir da linguagem real/denotativa dos poetas<br />
Alternativa d<br />
A simplicidade de Alberto Caeiro, ao “lançar” a idéia do “sentir”,<br />
e “não pensar”, está explícita no poema nos versos: “O essencial<br />
é saber ver/Saber ver sem estar a pensar” Segundo Caeiro,<br />
devemos apenas sentir a vida, e não pensá-la<br />
14 A respeito de Macunaíma, obra de Mário de Andrade, é<br />
CORRETO afirmar que<br />
a) está em sintonia com a tendência antropofágica do modernismo<br />
brasileiro porque, na relação primitivo/civilizado, é<br />
o civilizado que observa o comportamento do selvagem<br />
b) opera a manifestação do maravilhoso e do mágico na realidade<br />
das personagens e constrói-se como rapsódia ou<br />
ainda como paródia de epopéia, uma vez que configura<br />
mescla dos diferentes tipos de narrativas da cultura brasileira<br />
c) se utiliza da unicidade temporal, caracterizada por determinação<br />
e manutenção da cronologia, ainda que admita a<br />
simultaneidade de épocas diferentes<br />
d) apresenta mistura de registros lingüísticos como os da<br />
oralidade e os dos regionalismos, mas garante e defende a<br />
supremacia e o rigor da norma culta<br />
e) tem como tema central o Brasil, mas o aborda criticamente,<br />
uma vez que nega, no desenvolvimento da narrativa, a<br />
fusão de diferentes raças e culturas<br />
4<br />
Alternativa b<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
A alternativa b está totalmente de acordo com a rapsódia<br />
Macunaíma; na a, é falsa a afirmação de que o civilizado<br />
observa o comportamento do selvagem; na c, é incoerente<br />
afirmar que a obra tem unicidade temporal e manutenção<br />
cronológica; na d, percebe-se que não há a defesa do rigor da<br />
norma culta, como se afirma; e no e, não é correta a afirmação<br />
de que o autor nega a fusão de diferentes raças e culturas na<br />
formação do Brasil<br />
15 Pensão Familiar<br />
Jardim da pensãozinha burguesa<br />
Gatos espapaçados ao sol<br />
A tiririca sitia os canteiros chatos<br />
O sol acaba de crestar as boninas que murcharam<br />
Os girassóis<br />
amarelo!<br />
resistem<br />
E as dálias, rechonchudas, plebéias, dominicais<br />
Um gatinho faz pipi<br />
Com gestos de garçom de restaurante <strong>–</strong> Palace<br />
Encobre cuidadosamente a mijadinha<br />
Sai vibrando com elegância a patinha direita:<br />
<strong>–</strong> É a única criatura fina na pensãozinha burguesa<br />
O poema acima é de Manuel Bandeira e integra a obra Libertinagem<br />
Do ponto de vista de sua construção, NÃO se pode<br />
afirmar que<br />
a) é enfaticamente descritivo na primeira parte e caracteriza o<br />
cenário natural, valendo-se, principalmente de frases nominais<br />
b) sugere atmosfera afetuosa e terna caracterizada pelo uso<br />
expressivo do diminutivo<br />
c) opera o procedimento narrativo de tal forma a conciliá-lo<br />
com o descritivo, sem, no entanto, reduzi-lo a um mero<br />
pano de fundo<br />
d) carece de exploração visual e perde poeticidade em deslizes<br />
semânticos e sintáticos<br />
e) ilumina e colore o poema e a página, que se contaminam<br />
pela força invasora do amarelo<br />
Alternativa d<br />
Não se pode afirmar, do ponto de vista da construção, que o<br />
poema “Pensão Familiar”, de Manuel Bandeira, “carece de<br />
exploração visual”, e, menos ainda, que “perde poeticidade<br />
em deslizes semânticos”, pois o texto trabalha com aspectos<br />
visuais e descritivos e é extremamente poético, na sua forma<br />
de construção de imagens, ao falar/escrever de um tema<br />
aparentemente cotidiano e objetivo<br />
16 Segundo Antonio Candido, referindo-se à obra de Guimarães<br />
Rosa, ser jagunço, torna-se, além de uma condição normal<br />
no mundo-sertão, uma opção de comportamento, definindo<br />
um certo modo de ser naquele espaço Daí a violência produzir<br />
resultados diferentes dos que esperamos na dimensão<br />
documentária e sociológica, <strong>–</strong> tornando-se, por exemplo,<br />
instrumento de redenção <strong>–</strong> Assim sendo, o ato de violência<br />
que em “A hora e vez de Augusto Matraga” justifica tal afirmação<br />
é
a) seguir a personagem uma trajetória de vida desregrada,<br />
junto às mulheres, ao jogo de truque e às caçadas<br />
b) ser ferido e marcado a ferro, após ter sido abandonado<br />
pela mulher e por seus capangas<br />
c) cumprir penitência através da reza, do trabalho e do auxílio<br />
aos outros para redenção de seus pecados<br />
d) integrar o bando de Joãozinho-Bem-Bem e vingar-se dos<br />
inimigos, principalmente do Major Consilva<br />
e) reencontrar-se, em suas andanças, com Joãozinho-Bem-<br />
Bem, matá-lo e ser morto por ele<br />
Alternativa e<br />
Na alternativa e, encontra-se a idéia de redenção do personagem<br />
Augusto Matraga, que, ao se reencontrar com<br />
Joãozinho-Bem-Bem, na tentativa de proteger outro<br />
personagem, mata seu inimigo e é morto por ele <strong>–</strong> vingança<br />
e violência não esperadas sociologicamente, segundo o<br />
professor Antonio Candido<br />
17 De Vestido de Noiva, peça de teatro de Nelson Rodrigues,<br />
considerando o tema desenvolvido, NÃO se pode dizer que<br />
aborda<br />
a) o passado e o destino de Alaíde por meio de suas lembranças<br />
desregradas<br />
b) o delírio de Alaíde caracterizado pela desordem da memória<br />
e confusão entre a realidade e o sonho<br />
c) o mistério da imaginação e da crise subconsciente<br />
identificada na superposição das figuras de Alaíde e de<br />
Madame Clessi<br />
d) o embate entre Alaíde, com suas obsessões e Lúcia, a<br />
mulher-de-véu, antagonista e um dos móveis da ação<br />
e) a vida passada de Alaíde revelada no casual achado de<br />
um velho diário e de um maço de fotografias<br />
Alternativa e<br />
As referências ao “velho diário” e ao “maço de fotografias”<br />
relacionam-se ao passado de Madame Clessi, e não diretamente<br />
ao de Alaíde<br />
18 Lúcia (estendendo o braço) <strong>–</strong> O bouquet<br />
(Crescendo da música funeral e festiva Quando Lúcia pede o<br />
bouquet, Alaíde, como um fantasma, avança em direção da<br />
irmã, por uma das escadas laterais, numa atitude de quem vai<br />
entregar o bouquet Clessi sobe a outra escada Uma luz<br />
vertical acompanha Alaíde e Clessi Todos imóveis em pleno<br />
gesto Apaga-se, então, toda a cena, só ficando iluminado, sob<br />
uma luz lunar, o túmulo de Alaíde Crescendo da Marcha<br />
Fúnebre Trevas)<br />
Essa marcação da cena final da peça destaca o caráter extremamente<br />
sugestivo de Vestido de Noiva, qual seja, o da relação<br />
entre o<br />
a) amor e a morte<br />
b) crime e o castigo<br />
c) trágico e o cômico<br />
d) sexo e o desejo<br />
e) ciúme e a vingança<br />
5<br />
Alternativa a<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
A marcação da cena final de Vestido de Noiva sugere a relação<br />
entre os substantivos amor e morte, a saber: amor = bouquet<br />
e morte = funeral / fantasma / túmulo, vinculando-se, assim, ao<br />
tema central da trama da peça<br />
MATEMÁTICA<br />
19 Para dar R$ 1,80 de troco a um cliente, o caixa de um supermercado<br />
pretende usar exatamente 20 moedas Se ele dispõe<br />
apenas de moedas de 5 centavos, 10 centavos e 25 centavos,<br />
de quantos modos distintos ele pode compor tal quantia?<br />
a) 3<br />
b) 4 d) 6<br />
c) 5 e) 7<br />
Alternativa c<br />
Sejam x, y e z os números de moedas de 5, 10 e 25 centavos,<br />
respectivamente Temos:<br />
ou seja:<br />
mas:<br />
Fazendo (1) <strong>–</strong> (2):<br />
e daí:<br />
5x + 10y + 25z = 180<br />
x + 2y + 5z = 36 (1)<br />
x + y + z = 20 (2)<br />
y + 4z = 16<br />
y = 4 (4 <strong>–</strong> z)<br />
Note que, para ser y inteiro positivo, deve-se ter 0 £ z £ 4, e<br />
assim os valores possíveis de z são:<br />
0, 1, 2, 3, 4<br />
ou seja, há 5 modos distintos de compor a quantia desejada<br />
20 Quando colocou 46,2 litros de gasolina no tanque de seu<br />
carro, Horácio observou que o ponteiro do marcador, que<br />
antes indicava estar ocupado 1<br />
da capacidade do tanque,<br />
5<br />
passou a indicar 3<br />
Nessas condições, é correto afirmar que<br />
4<br />
a capacidade total desse tanque, em litros, é<br />
a) 70<br />
b) 84 d) 96<br />
c) 90 e) 120
Alternativa b<br />
Sendo c a capacidade total do tanque, temos:<br />
1<br />
3<br />
c + 46,2 =<br />
5 4 c<br />
3<br />
4<br />
1<br />
c <strong>–</strong> c = 46,2<br />
5<br />
11c = 924<br />
c = 84 litros<br />
21 Se x e y são números reais tais que log 8 2 x = y + 1 e log 3 9 y =<br />
= x <strong>–</strong> 9, então x <strong>–</strong> y é igual a<br />
a) 5<br />
b) 8 d) 12<br />
c) 10 e) 15<br />
Alternativa e<br />
⎧ x<br />
⎪ 8 = +<br />
⎨<br />
y<br />
3 = −<br />
log 2 y 1<br />
⎪⎩ log 9 x 9<br />
⎧x ⎪ − y = 1<br />
⎨3<br />
⎪<br />
⎩x−<br />
2y = 9<br />
⎧x<br />
= 21<br />
⎨<br />
⎩y<br />
= 6<br />
Daí, x <strong>–</strong> y = 15<br />
22 Considere as seqüências (1, 4, 7, 10, , 67) e (8, 12, 16, 20, ,<br />
104) O número de termos comuns a essas duas progressões<br />
é<br />
a) 5<br />
b) 6 d) 8<br />
c) 7 e) 9<br />
Alternativa a<br />
A seqüência (1, 4, 7, 10, 13, 16, , 67) é uma PA de razão 3 e<br />
a 23 = 67<br />
A seqüência (8, 12, 16, 20, , 104) é uma PA de razão 4 e a 25 =<br />
= 104<br />
O primeiro termo comum das seqüências é 16 Os demais<br />
termos comuns constituem outra PA de razão 12, que é o mmc<br />
entre as razões 3 e 4, ou seja, a seqüência (16, 28, 40, 52, 64)<br />
Portanto, temos 5 termos comuns a essas duas progressões<br />
6<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
23 A figura abaixo representa um terreno com a forma de um<br />
trapézio isósceles, cujas dimensões indicadas são dadas em<br />
metros<br />
Pretende-se construir uma cerca paralela ao lado AB , de modo<br />
a dividir o terreno em duas superfícies de áreas iguais O<br />
comprimento dessa cerca, em metros, deverá ser aproximadamente<br />
igual a<br />
a) 26<br />
b) 29 d) 35<br />
c) 33 e) 37<br />
Alternativa b<br />
D<br />
D ADE:<br />
25<br />
D GFA ~ D AED:<br />
A<br />
h<br />
G<br />
t<br />
5 F 5<br />
15 E 10 F 15<br />
25 2 = 15 2 + h 2<br />
h = 20 m<br />
t 20<br />
=<br />
5 15<br />
20<br />
t = m<br />
3<br />
Assim, a área do D ABG é<br />
20<br />
10 .<br />
S = 3<br />
2<br />
100<br />
S = m<br />
3<br />
2<br />
40<br />
B<br />
C
A área do trapézio ABCD é<br />
(40 + 10) . 20<br />
S’ =<br />
2<br />
S’ = 500 m 2<br />
Observe:<br />
D<br />
D GAB ~ D GPQ:<br />
A<br />
G<br />
S<br />
10<br />
S'<br />
2<br />
P Q<br />
x<br />
100<br />
2<br />
⎛10 ⎞ S 3<br />
⎜ ⎟ = =<br />
⎝ x ⎠ S’ 100 500<br />
S + +<br />
2 3 2<br />
2<br />
⎛10 ⎞ 2<br />
⎜ ⎟ =<br />
⎝ x ⎠ 17<br />
100 2<br />
=<br />
2<br />
x 17<br />
x2 = 850<br />
x ~ 29 m<br />
24 Numa visita ao zoológico, Zilá levou algumas bananas que<br />
distribuiu a três macacos Ao primeiro, deu a metade do que<br />
levou e mais meia banana; ao segundo, a metade do restante<br />
e mais meia banana; ao terceiro, a metade do restante e mais<br />
meia banana Se, assim, ela distribuiu todas as bananas que<br />
havia levado, quantas recebeu o segundo macaco?<br />
a) 8<br />
b) 5 d) 2<br />
c) 4 e) 1<br />
Alternativa d<br />
Seja x o número total de bananas Temos a seguinte distribuição:<br />
1 o macaco:<br />
2 o macaco:<br />
3 o macaco:<br />
x 1<br />
+<br />
2 2<br />
B<br />
⎛ x 1⎞<br />
x − ⎜ +<br />
2 2<br />
⎟<br />
⎝ ⎠ 1 x 1<br />
+ = +<br />
2 2 4 4<br />
⎛ x 1 x 1⎞<br />
x − ⎜ + + +<br />
2 2 4 4<br />
⎟<br />
⎝ ⎠ 1 x 1<br />
+ = +<br />
2 2 8 8<br />
C<br />
7<br />
Daí, restaram<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
⎛ x 1 x 1 x 1⎞<br />
x− ⎜ + + + + + ⎟ = 0<br />
⎝2 2 4 4 8 8⎠<br />
x 7<br />
− = 0<br />
8 8<br />
Assim, x = 7 e o 2 o macaco recebeu<br />
7 1<br />
+ =2 bananas<br />
4 4<br />
25 Considere que o material usado na confecção de um certo<br />
tipo de tapete tem um custo de R$ 40,00 O fabricante pretende<br />
colocar cada tapete à venda por x reais e, assim, conseguir<br />
vender (100 <strong>–</strong> x) tapetes por mês Nessas condições, para<br />
que, mensalmente, seja obtido um lucro máximo, cada tapete<br />
deverá ser vendido por<br />
a) R$ 55,00<br />
b) R$ 60,00 d) R$ 75,00<br />
c) R$ 70,00 e) R$ 80,00<br />
Alternativa c<br />
Admitindo que o custo de produção de tapetes reduz-se ao<br />
material, então o custo de produção de 100 <strong>–</strong> x tapetes é dado<br />
por:<br />
C(x) = 40 (100 <strong>–</strong> x)<br />
A receita correspondente será:<br />
R(x) = x (100 <strong>–</strong> x)<br />
Então, o lucro é dado pela função:<br />
L(x) = R(x) <strong>–</strong> C(x)<br />
L(x) = x (100 <strong>–</strong> x) <strong>–</strong> 40 (100 <strong>–</strong> x)<br />
L(x) = (x <strong>–</strong> 40) (100 <strong>–</strong> x)<br />
As raízes são x 1 = 40 e x 2 = 100<br />
O lucro máximo ocorre para<br />
x1+ x<br />
x = 2 = 70<br />
2<br />
26 Aser, Bia, Cacá e Dedé fazem parte de um grupo de 8 pessoas<br />
que serão colocadas lado a lado para tirar uma única fotografia<br />
Se os lugares em que eles ficarão posicionados forem<br />
aleatoriamente escolhidos, a probabilidade de que, nessa foto,<br />
Aser e Bia apareçam um ao lado do outro e Cacá e Dedé não<br />
apareçam um ao lado do outro será<br />
a)<br />
b)<br />
c)<br />
5<br />
28<br />
3<br />
14<br />
7<br />
28<br />
d) 2<br />
7<br />
e)<br />
9<br />
28
Alternativa a<br />
l Espaço amostral: o total de modos de as 8 pessoas se<br />
posicionarem lado a lado é dado por n(E) = 8!<br />
l O total de modos de Aser e Bia aparecerem juntas lado a<br />
lado é 2! 7!<br />
l O total de modos de Aser e Bia, e também de Cacá e Dedé<br />
estarem lado a lado é 2! 2! 6!<br />
l Evento A: Aser e Bia juntas e Cacá e Dedé separados é<br />
n(A) = 2! 7! <strong>–</strong> 2! 2! 6! = 6! 2! (7 <strong>–</strong> 2) = 10 6!<br />
Logo, a probabilidade é<br />
n(A) 10 . 6! 10 5<br />
p(A) = = = =<br />
n(E) 8! 8 . 7 28<br />
27 Para obter a peça esboçada na figura abaixo, um artesão deve<br />
recortar 8 cubos iguais, a partir dos vértices de um bloco<br />
maciço de madeira que tem as seguintes dimensões: 25 cm x<br />
18 cm x 18 cm<br />
Se ele pretende que o peso da peça obtida seja 6,603 kg e<br />
sabendo que a densidade da madeira é 0,93 g/cm 3 , a aresta de<br />
cada cubo recortado deverá medir, em centímetros,<br />
a) 6,5<br />
b) 6 d) 5<br />
c) 5,5 e) 4,5<br />
Alternativa d<br />
Seja x a medida (em centímetros) de uma aresta de cada cubo<br />
O volume da peça obtida é<br />
V = 25 18 18 <strong>–</strong> 8x3 V = 8100 <strong>–</strong> 8x 3<br />
A massa da peça obtida é<br />
Assim:<br />
m = 6,603 kg = 6603 g<br />
m<br />
d =<br />
V<br />
6603<br />
0,93 = 3<br />
8100 − 8x<br />
8100 <strong>–</strong> 8x3 = 6603<br />
7100<br />
0,93 =<br />
8x 3 = 1000<br />
x 3 = 125<br />
x = 5 cm<br />
8<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
FÍSICA<br />
Sempre que for necessário, utilize a aceleração da gravidade<br />
local como g = 10 m/s 2 <br />
28 Um anel metálico de massa 150 g, inicialmente à temperatura<br />
de 160 o C, foi colocado em uma cavidade feita na parte superior<br />
de um grande bloco de gelo em fusão, como mostrado na<br />
figura Após o equilíbrio térmico ser atingido, verificou-se<br />
que 30 cm 3 de gelo se fundiram Considerando o sistema (gelo<br />
<strong>–</strong> anel) termicamente isolado, o calor específico do metal que<br />
constitui o anel, em cal/g o C é<br />
Dados: calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g;<br />
densidade do gelo: 0,92 g/cm 3 <br />
a) 0,050<br />
b) 0,092d) 0,10<br />
c) 0,096 e) 1,0<br />
Alternativa b<br />
Gelo:<br />
d = m<br />
V<br />
160<br />
0<br />
o<br />
t(C)<br />
Q gelo<br />
Q anel<br />
® m = 0,92 30<br />
Q gelo + Q anel = 0<br />
m = 27,6 g<br />
mLf + m a c a Dt a = 0<br />
27,6 80 + 150 c a (<strong>–</strong> 160) = 0<br />
2208 <strong>–</strong> 24000c a = 0<br />
c a = 2208<br />
24000<br />
c a = 0,092<br />
o<br />
<br />
à <br />
tempo
29 Uma pequena esfera em queda livbre cai em uma piscina Em<br />
3,0 segundos a esfera percorre a distância entre a superfície<br />
da água e o fundo da piscina A velocidade da esfera durante<br />
seu percurso na água é representada no gráfico abaixo<br />
Dentre os valores seguintes, o mais próximo da profundidade,<br />
em metros, dessa piscina é<br />
a) 4,2<br />
b) 3,8 d) 3,3<br />
c) 3,6 e) 2,8<br />
Alternativa d<br />
No gráfico v/t, Ds é numericamente igual à área indicada:<br />
1 + 2<br />
4<br />
1<br />
0<br />
2<br />
v(m/s)<br />
0,2<br />
Área 1 : 3 1 = 3 m<br />
Área 2 : é menor que a área do triângulo:<br />
1<br />
3,0<br />
0,2 . 3<br />
2<br />
t(s)<br />
= 0,3 m<br />
A área total deve ser menor que 3 + 0,3 = 3,3 m, mas deve ser<br />
maior que 3 m Vamos assinalar aproximadamente 3,3 m<br />
30 Uma bola é lançada de baixo para cima em um plano inclinado<br />
sem atrito A bola sobe desacelerando, inverte o sentido do<br />
movimento e desce acelerando<br />
9<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
Desprezando a resistência do ar, analise as afirmações:<br />
I O módulo da desaceleração da bola na subida é igual ao<br />
módulo da aceleração da bola na descida<br />
II A bola desacelera na subida do plano à razão de 10 m/s 2 <br />
III Se t 1 e t 2 forem, respectivamente, os valores dos intervalos<br />
de tempo que a bola gasta para subir e para descer o<br />
plano inclinado, então, t 1 < t 2 <br />
Está correto o que se afirma apenas em<br />
a) I<br />
b) II d) I e III<br />
c) III e) II e III<br />
Alternativa a<br />
Na subida e na descida, a força resultante é a componente Pt do peso<br />
Pt = P sen q Pt = mg sen q<br />
FR = ma<br />
mg sen q = ma<br />
a = g sen q<br />
I C: o módulo da aceleração na subida é igual ao de descida:<br />
a = g sen q<br />
II Errada<br />
III E: sendo a distância percorrida na descida igual à da<br />
descida, e as acelerações têm módulos iguais \ t 1 = t 2 <br />
31 O rojão representado na figura tem, inicialmente, ao cair, velocidade<br />
vertical de módulo 20 m/s Ao explodir, divide-se em<br />
2 fragmentos de massas iguais cujas velocidades têm módulos<br />
iguais e direções que formam entre si um ângulo de 120 o <br />
Dados: sen 30 o = cos 60 o = 0,50; cos 30 o = sen 60 o @ 0,87<br />
O módulo da velocidade, em m/s, de cada fragmento, imediatamente<br />
após a explosão, será<br />
a) 10<br />
b) 20 d) 40<br />
c) 30 e) 50
Alternativa d Q i = Q f para o eixo x<br />
32 Leia com atenção a tira abaixo:<br />
Suponha que Bidu para resolver o problema da amiga, que só<br />
tem 6 mm de altura, tenha utilizado uma lente delgada convergente<br />
de distância focal 12 cm, colocada a 4 cm da formiguinha<br />
Para o elefante, a altura da formiga, em cm, parecerá ser de<br />
a) 0,6<br />
b) 0,9 d) 1,5<br />
c) 1,2e) 1,8<br />
Alternativa a<br />
o = 6 mm<br />
f = 12 cm<br />
1 1 1<br />
= +<br />
f p p’<br />
i<br />
Ap F<br />
o<br />
p=4cm<br />
F' Ap'<br />
1 1 1<br />
= +<br />
12 4 p’<br />
1 1 1<br />
− =<br />
12 4 p’<br />
p'<br />
i p’<br />
=−<br />
o p<br />
i −6<br />
=−<br />
6 4<br />
36<br />
i =<br />
9<br />
1− 3 1<br />
= i = 9 mm<br />
12 p’<br />
− 2 1<br />
= i = 0,9 cm<br />
12 p’<br />
p’ = <strong>–</strong> 6 cm<br />
10<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
2m 20 = mv 1 + mv 2<br />
40 = 2v1 v1 = 20 m/s<br />
v1 = v' cos 60 o<br />
20 = v’<br />
2<br />
v' = 40 m/s<br />
Obs: As componentes v 2 da velocidade v' são iguais \ os<br />
ângulos representados são iguais a 60 o <br />
33 As estações de rádio têm, cada uma delas, uma freqüência<br />
fixa e própria na qual a transmissão é feita A radiação eletromagnética<br />
transmitida por suas antenas é uma onda de rádio<br />
Quando escutamos uma música, nossos ouvidos são sensibilizados<br />
por ondas sonoras<br />
Sobre ondas sonoras e ondas de rádio, são feitas as seguintes<br />
afirmações:<br />
I Qualquer onda de rádio tem velocidade de propagação<br />
maior do que qualquer onda sonora<br />
II Ondas de rádio e ondas sonoras propagam-se em qualquer<br />
meio, tanto material quanto no vácuo<br />
III Independentemente da estação de rádio transmissora ser<br />
AM ou FM, a velocidade de propagação das ondas de<br />
rádio no ar é a mesma e vale aproximadamente 3,0 10 8 m/s<br />
Está correto o que se afirma apenas em<br />
a) I<br />
b) III d) I e III<br />
c) I e II e) II e III<br />
Alternativa d<br />
I Verdadeira Experimentalmente, verifica-se que ondas<br />
eletromagnéticas apresentam velocidades de propagação<br />
muito superiores às de ondas sonoras<br />
II Falsa As ondas de rádio, por sua natureza eletromagnética,<br />
não necessitam de meio material para se propagarem, ao<br />
passo que as ondas sonoras, por serem mecânicas,<br />
necessitam de meio material, ou seja, não se propagam<br />
no vácuo<br />
III Verdadeira Todas as ondas eletromagnéticas propagamse<br />
no vácuo com a mesma velocidade c ~ 3 10 8 m/s No ar,<br />
propagam-se aproximadamente com a mesma velocidade
34 Dispõe-se de uma pilha de força eletromotriz 1,5 V que alimenta<br />
duas pequenas lâmpadas idênticas, de valores nominais<br />
1,2 V <strong>–</strong> 0,36 W Para que as lâmpadas funcionem de<br />
acordo com suas especificações, a resistência interna da pilha<br />
deve ter, em ohm, um valor de, no mínimo,<br />
a) 0,1<br />
b) 0,2d) 0,4<br />
c) 0,3 e) 0,5<br />
Alternativa e<br />
Para que as lâmpadas funcionem de acordo com suas<br />
especificações, devem ser ligadas em paralelo<br />
Em cada lâmpada, forma-se a corrente:<br />
PL = UL iL Þ iL = 0,36<br />
1, 2 \ iL = 0,3 A<br />
Portanto, a intensidade da corrente formada no circuito será:<br />
i = i L + i L Þ i = 0,6 A<br />
Aplicando a equação do gerador, temos:<br />
U = E <strong>–</strong> r i<br />
1,2 = 1,5 <strong>–</strong> r 0,6<br />
0,6 r = 0,3<br />
r = 0,5 W<br />
35 Seis cargas elétricas puntiformes se encontram no vácuo fixas<br />
nos vértices de um hexágono regular de lado l As cargas<br />
têm mesmo módulo, |Q|, e seus sinais estão indicados na figura<br />
Dados: constante eletrostática do vácuo = k 0 = 9,0 10 9 N m 2 /C 2 ;<br />
l = 3,0 10 1 cm; |Q| = 5,0 10 <strong>–</strong>5 C<br />
F<br />
-<strong>–</strong><br />
+<br />
-<strong>–</strong><br />
A B<br />
E<br />
+<br />
+ +<br />
+ +<br />
D<br />
-<strong>–</strong><br />
No centro do hexágono, o módulo e o sentido do vetor campo<br />
elétrico resultante são, respectivamente,<br />
C<br />
11<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
a) 5,0 10 6 N/C; de E para B<br />
b) 5,0 10 6 N/C; de B para E<br />
c) 5,0 10 6 N/C; de A para D<br />
d) 1,0 10 7 N/C; de B para E<br />
e) 1,0 10 7 N/C; de E para B<br />
Alternativa e<br />
F<br />
-<strong>–</strong><br />
Q<br />
E = k 2<br />
d<br />
E = 9 10 9<br />
E =<br />
+<br />
-<strong>–</strong><br />
A B<br />
E<br />
+<br />
5 . 10<br />
E<br />
E<br />
+ +<br />
−1<br />
( 3 . 10 )<br />
4<br />
2<br />
9 . 5 . 10<br />
9 . 10 −<br />
N<br />
6<br />
E = 5 10<br />
C<br />
E R = 2E = 2 5 10 6<br />
ER = 107 <br />
<br />
+ +<br />
−5<br />
2<br />
D<br />
-<strong>–</strong><br />
Da figura, tira-se o sentido do campo resultante: de E para B<br />
36 Na figura pode-se ver a representação de um ímã As letras N<br />
e S identificam os pólos do ímã, respectivamente, Norte e Sul<br />
Uma carga positiva passa com uma velocidade v pela região<br />
entre os pólos desse ímã e não sofre nenhum desvio em sua<br />
direção Nessas condições, é correto afirmar que a direção e<br />
o sentido de v, cujo módulo é diferente de zero, podem ser,<br />
respectivamente,<br />
a) perpendicular ao plano desta folha, entrando nele<br />
b) perpendicular ao plano desta folha, saindo dele<br />
c) paralela ao plano desta folha, da esquerda para a direita<br />
d) paralela ao plano desta folha, de cima para baixo<br />
e) paralela ao plano desta folha, de baixo para cima<br />
C
Alternativa c<br />
N S<br />
37 Os metais são conhecidos pela sua maleabilidade e ductilidade,<br />
por serem bons condutores térmicos e elétricos e apresentarem<br />
brilho característico Propriedades mais específicas<br />
de alguns metais são descritas a seguir<br />
O metal I é líquido à temperatura ambiente e dissolve diversos<br />
outros metais, formando amálgamas que apresentam larga<br />
aplicação<br />
O metal II apresenta temperatura de fusão de 98 o C, é mole e<br />
reage violentamente com a água, liberando grande quantidade<br />
de energia<br />
O metal III é certamente o metal mais utilizado no mundo,<br />
sendo o principal constituinte das ligas metálicas conhecidas<br />
genericamente como aço<br />
B<br />
QUÍMICA<br />
12<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
No ímã representado, o campo magnético é uniforme e é<br />
representado pelas linhas de indução, paralelas e igualmente<br />
espaçadas<br />
Para que a carga não sofra desvio, ela deve ser lançada<br />
paralelamente ao campo magnético, não sofrendo ação de<br />
força magnética, já que:<br />
Assim, q = 0 e F mg = 0<br />
F mg = | q | v B sen q<br />
O metal IV tem bastante aplicação na indústria civil e de embalagens<br />
Além de pouco denso, tem a vantagem de ser coberto<br />
por uma fina camada de óxido que dificulta a sua corrosão<br />
pelo oxigênio<br />
Os metais I, II, III e IV são, respectivamente,<br />
a) mercúrio, ouro, cobre e titânio<br />
b) césio, potássio, prata e alumínio<br />
c) mercúrio, sódio, ferro e alumínio<br />
d) mercúrio, sódio, cobre e estanho<br />
e) gálio, ouro, ferro e alumínio
Alternativa c<br />
I Mercúrio (Hg) é o metal que dá origem às ligas chamadas<br />
amálgamas<br />
II Sódio (Na) é o metal alcalino que se enquadra na alternativa<br />
III Ferro (Fe) é o principal componente do aço<br />
IV Alumínio (Al) é utilizado em latas de bebidas<br />
38 Considere os seguintes dados para resolver a questão:<br />
SOLUBILIDADE DE COMPOSTOS IÔNICOS<br />
Em seis frascos sem rótulos havia soluções aquosas das seguintes<br />
substâncias: ácido sulfúrico (H 2 SO 4 ), ácido clorídrico<br />
(HCl), hidróxido de sódio (NaOH), cloreto de sódio (NaCl),<br />
nitrato de chumbo (II) (Pb(NO 3 ) 2 ) e nitrato de bário (Ba(NO 3 ) 2 <br />
Um estudante identificou, inequivocamente, cada solução, a<br />
partir das seguintes observações experimentais<br />
· O papel de tornassol azul muda para vermelho em contato<br />
com as soluções dos frascos III e VI<br />
· A solução do frasco V forma precipitado ao ser "misturada"<br />
com todas as soluções, exceto com a do frasco II<br />
· A solução do frasco I tem pH 13<br />
· A solução do frasco II forma precipitado ao reagir com a<br />
solução do frasco III<br />
· A solução do frasco III reage com a solução do frasco I,<br />
mas não forma precipitado<br />
A alternativa que relaciona corretamente os frascos com as<br />
soluções aquosas é<br />
Alternativa b<br />
Da 2 a observação: II contém Ba(NO 3 ) 2 e V, Pb(NO 3 ) 2 <br />
Da 3 a observação: I contém NaOH<br />
Da 4 a observação: III contém H 2 SO 4 <br />
Da 1 a observação: VI contém HCl (os frascos III e VI poderiam<br />
conter H 2 SO 4 , Pb(NO 3 ) 2 e HCl)<br />
Por exclusão, o frasco IV contém NaCl<br />
13<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
39 Dados: Potenciais de redução<br />
Uma pilha é um dispositivo que se baseia em uma reação de<br />
óxido-redução espontânea cujas semi-reações de redução e<br />
oxidação ocorrem em celas independentes Para o funcionamento<br />
adequado da montagem é necessário que seja permitido<br />
fluxo de elétrons entre os eletrodos e fluxo de íons entre<br />
as soluções envolvidas, mantendo-se o circuito elétrico fechado<br />
Além disso, é fundamental evitar o contato direto das<br />
espécies redutora e oxidante<br />
Considere o esquema abaixo<br />
Considere que as soluções aquosas empregadas são todas<br />
de concentração 1,0 mol/L nas espécies indicadas<br />
Haverá passagem de corrente elétrica na aparelhagem com<br />
ddp medida pelo voltímetro de 1,10 V, somente se cada<br />
compontente do esquema corresponder a<br />
Alternativa a<br />
Para se obter uma ddp igual a 1,10 V, é necessário que o ânodo<br />
corresponda ao eletrodo Zn/Zn 2+ (I/II) e o cátodo ao eletrodo<br />
Cu 2+ /Cu (IV/III), seguido pela ponte salina contendo KNO 3 (V),<br />
para gerar um fluxo de elétrons que passará por um fio de<br />
cobre (VI)
40 O elemento enxofre é um dos contaminantes comuns encontrados<br />
no carvão mineral A queima de compostos contendo<br />
enxofre produz o dióxido de enxofre (SO 2 ), um poluente atmosférico<br />
que causa irritação na mucosa e é percursor da<br />
chuva ácida<br />
Para se evitar a dispersão desse poluente na atmosfera, muitas<br />
fábricas utilizam em suas chaminés filtros contendo carbonato<br />
de cálcio (CaCO 3 ) Esse componente absorve o SO 2 ,<br />
formando o sulfato de cálcio (CaSO 4 ), segundo a reação:<br />
2 SO 2 (g) + 2 CaCO 3 (s) + O 2 (g) ® 2 CaSO 4 (s) + 2 CO 2 (g)<br />
Para absorver o SO 2 liberado na queima de 320 kg de carvão,<br />
contendo 2% em massa de enxofre, são necessários de CaCO 3 ,<br />
a) 6,4 kg<br />
b) 10,0 kg<br />
c) 12,8 kg<br />
d) 20,0 kg<br />
e) 100,0 kg<br />
Alternativa d<br />
320 kg 100%<br />
m 2%<br />
m = 6,4 kg de S<br />
2 S(s) + 2 O 2 (g) ¾¾® 2 SO 2 (g)<br />
2 SO 2 (g) + 2 CaCO 3 (s) + O 2 (g) ¾¾® 2 CaSO 4 (s) + 2 CO 2 (g)<br />
2 S(s) + 3 O 2 (g) + 2 CaCO 3 (s) ¾¾® 2 CaSO 4 (s) + 2 CO 2 (g)<br />
6,4 103 g x<br />
64 g 200 g<br />
x = 2 10 4 g = 20 kg<br />
41 Para determinar a entalpia de formação de algumas substâncias<br />
que não podem ser sintetizadas diretamente a partir dos<br />
seus elementos constituintes, utiliza-se, muitas vezes, o calor<br />
de combustão<br />
Dados:<br />
H 2 (g) + 1/2 O 2 (g) ® H 2 O(l) DH 0 = <strong>–</strong>290 kJ<br />
C(s) + O 2 (g) ® CO 2 (g) DH 0 = <strong>–</strong>390 kJ<br />
C 8 H 8 (l) + 10 O 2 (g) ® 8 CO 2 (g) + 4 H 2 O(l) DH 0 = <strong>–</strong>4400 kJ<br />
A partir das reações de combustão do estireno (C 8 H 8 ), do<br />
hidrogênio e do carbono nas condições padrão acima, con-<br />
0<br />
clui-se que a entalpia de formação do estireno (DHfCH 8 8 ) é<br />
igual a<br />
a) 3720 kJ/mol<br />
b) 129 kJ/mol<br />
c) <strong>–</strong>200 kJ/mol<br />
d) <strong>–</strong>5080 kJ/mol<br />
e) <strong>–</strong>8680 kJ/mol<br />
14<br />
Alternativa b<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
Numa reação química:<br />
DH reação = å(DH f ) produtos <strong>–</strong> å(DH f ) reagentes<br />
Na 3 a equação termoquímica<br />
<strong>–</strong> 4400 = [8 (<strong>–</strong>390) + 4 (<strong>–</strong>290)] <strong>–</strong> [(1<br />
\<br />
0<br />
∆Hf = 120 kJ/mol<br />
C8H 8<br />
0<br />
∆Hf ) + 10 (O)]<br />
C8H 8<br />
42 O pentóxido de dinitrogênio decompõe-se segundo a equação:<br />
2 N 2 O 5 (g) ® 4 NO 2 (g) + O 2 (g)<br />
A cinética dessa decomposição é acompanhada a partir da<br />
variação de concentração de gás oxigênio (O 2 ) em função do<br />
tempo<br />
Foram feitos dois experimentos, um a 45 o C (linha cheia) e<br />
outro a 55 o C (linha tracejada) O gráfico que representa corretamente<br />
os dois ensaios é<br />
a)<br />
b)<br />
c)
d)<br />
e)<br />
Alternativa e<br />
Nos dois ensaios a [O 2 ] aumenta, mas a variação a 55 o C é<br />
maior que a 45 o C, desde o início<br />
43 O etanol participa de uma série de reações, sendo matériaprima<br />
para a obtenção de muitos produtos<br />
Em um caderno foram encontradas anotações sobre algumas<br />
dessas possíveis reações e seus respectivos produtos:<br />
I A oxidação adequada do etanol produz o ácido etanóico<br />
(ácido acético)<br />
II A redução do etanol produz o etanal (acetaldeído)<br />
III O aquecimento do etanol com H 2 SO 4 concentrado, em<br />
condições adequadas, forma o etóxi etano (éter dietílico)<br />
IV A reação do etanol com o ácido metanóico, em condições<br />
adequadas, forma o etanoato de metila<br />
Estão corretas apenas as afirmações<br />
a) I e III<br />
b) II e IV d) I, II e III<br />
c) III e IV e) I, III e IV<br />
Alternativa a<br />
I Verdadeira<br />
OH O<br />
| [O] ||<br />
CH 3 <strong>–</strong> CH 2 ¾¾® CH 3 <strong>–</strong> C <strong>–</strong> OH<br />
II Falsa A redução do etanal é que produz etanol<br />
III Verdadeira Trata-se da desidratação intermolecular do<br />
etanol:<br />
2 CH 3 <strong>–</strong> CH 2 <strong>–</strong> OH<br />
H2SO ⎯⎯⎯⎯→ 4<br />
−H2O<br />
CH <strong>–</strong> CH <strong>–</strong> O <strong>–</strong> CH <strong>–</strong> CH 3 2 2 3<br />
15<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
IV Falsa A reação produz o metanoato de etila:<br />
O O<br />
|| ||<br />
CH 3 <strong>–</strong> CH 2 <strong>–</strong> OH + H <strong>–</strong> C <strong>–</strong> OH ® H <strong>–</strong> C <strong>–</strong> O <strong>–</strong> CH 2 <strong>–</strong> CH 3 + H 2 O<br />
44 As reações de adição na ausência de peróxidos ocorrem seguindo<br />
a regra de Markovnikov, como mostra o exemplo<br />
Considere as seguintes reações:<br />
Os produtos principais, X e Y, são, respectivamente,<br />
a) 3-cloro-2-metilbutano e 1-propanol<br />
b) 3-cloro-2-metilbutano e 2-propanol<br />
c) 2-cloro-2-metilbutano e 1-propanol<br />
d) 2-cloro-2-metilbutano e 2-propanol<br />
e) 2-cloro-2-metilbutano e propanal<br />
Alternativa d<br />
Seguindo a regra de Markovnikov, nas reações de adição em<br />
alcenos, o átomo de hidrogênio se adiciona ao carbono<br />
insaturado mais hidrogenado<br />
Portanto, tem-se:<br />
CH CH<br />
3<br />
3<br />
| |<br />
H C <strong>–</strong> C = CH <strong>–</strong> CH + HCl ® H C <strong>–</strong> C <strong>–</strong> CH <strong>–</strong> CH<br />
3 3 3 2 3<br />
|<br />
Cl<br />
14243<br />
X<br />
2-cloro-2-metil butano<br />
OH<br />
|<br />
H C = CH <strong>–</strong> CH + HOH ® H C <strong>–</strong> CH <strong>–</strong> CH 2 3 3 3<br />
1442443<br />
Y<br />
2-propanol<br />
45 A carvona é o componente ativo principal do óleo de hortelã,<br />
sendo responsável pelo aroma característico de menta, enquanto<br />
que a vanilina é o principal componente da essência<br />
de baunilha
Abaixo, estão representadas as estruturas desses dois aromatizantes<br />
largamente empregados<br />
Sobre essas duas substâncias foram feitas as seguintes afirmações:<br />
I As duas moléculas apresentam anel aromático em suas<br />
estruturas<br />
II A vanilina apresenta temperatura de ebulição superior à<br />
da carvona<br />
16<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
III As duas substâncias pertencem à função aldeído<br />
IV A fórmula molecular da carvona é C 10 H 14 O, enquanto a da<br />
vanilina é C 8 H 8 O 3 <br />
Estão corretas somente as afirmações<br />
a) I e II<br />
b) III e IV d) I, II e III<br />
c) II e IV e) I, III e IV<br />
Alternativa c<br />
I Errada, pois a carvona não apresenta núcleo aromático<br />
II Correta, pois a vanilina apresenta a função fenol e, então,<br />
as moléculas têm, entre si, ligações de hidrogênio<br />
III Errada, pois a carvona apresenta a função cetona<br />
IV Correta<br />
BIOLOGIA<br />
46 Na tira de quadrinhos, está representado, de forma estilizada, um miriápode (portador de “inúmeras pernas”):<br />
Esse animal pertence ao mesmo filo que<br />
a) pepinos-do-mar e ouriços-do-mar<br />
b) aranhas e carrapatos<br />
c) tênias e planárias<br />
d) minhocas e sanguessugas<br />
e) lesmas e mexilhões<br />
O Estado de S Paulo, 12/junho/2004<br />
Alternativa b<br />
O filo Artropoda é composto por:<br />
Insetos (Ex: pernilongo, barata etc)<br />
Aracnídeos (Ex: aranhas, carrapatos etc)<br />
Crustáceos (Ex: caranguejo, siri etc)<br />
Miriápodes: quilopodas e diplopoda
47 O esquema abaixo corresponde à circulação sangüínea dupla<br />
e completa A letra C representa os tecidos em geral<br />
A partir da análise do esquema, assinale a afirmação INCOR-<br />
RETA<br />
a) O tipo de circulação representado é observado em aves e<br />
mamíferos<br />
b) Nesse tipo de circulação não há mistura entre sangue arterial<br />
e sangue venoso<br />
c) A representa os pulmões e B representa o coração<br />
d) O sangue I é rico em oxigênio e o sangue II é rico em gás<br />
carbônico<br />
e) Esse tipo de circulação contribui para a manutenção da<br />
homeotermia<br />
Alternativa d<br />
O esquema mostra a circulação dupla e completa que caracteriza<br />
o grupo das aves e dos mamíferos e que lhes permitiu<br />
a homeotermia<br />
O sangue arterial rico em O 2 (II) é produzido nos pulmões (A)<br />
e se dirige para o coração (B) Em seguida, é bombeado para<br />
os tecidos (C), que absorvem O 2 e liberam CO 2 , deixando o<br />
sangue venoso (I) Este retorna ao coração e, em seguida, aos<br />
pulmões, onde ocorre a hematose, isto é, a transformação de<br />
sangue venoso em sangue arterial<br />
48 A leishmaniose <strong>–</strong> também chamada de febre dum-dum ou<br />
calazar (“febre negra”, em hindi) <strong>–</strong> é uma parasitose transmitida<br />
por insetos flebótomos ()<br />
Se não for tratada, a leishmaniose visceral, a forma interna da<br />
doença, quase sempre mata (Há também uma forma cutânea<br />
desfigurante) ()<br />
Apesar de aparentemente terrível, a doença tem incidência<br />
muito menor do que a malária, sendo portanto muito mais<br />
fácil distribuir um medicamento recém-aprovado contra ela<br />
Na Índia, uma nova droga antiparasita foi utilizada em um<br />
ensaio clínico com 670 pacientes O parasita causador da<br />
doença tornara-se resistente aos medicamentos disponíveis,<br />
compostos baseados no antimônio<br />
(Scientific American Brasil, n o 27, agosto de 2004, adaptado)<br />
Utilizando informações contidas no texto e seus conhecimentos<br />
sobre parasitoses e evolução, um estudante fez três afirmações:<br />
17<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
I O agente etiológico da leishmaniose é o mesmo que causa<br />
a malária<br />
II O agente transmissor da leishmaniose é um mosquito<br />
III O antimônio provocou mutações no parasita da leishmaniose,<br />
tornando-o resistente a certos medicamentos<br />
Pode-se considerar<br />
a) apenas I verdadeira<br />
b) apenas II verdadeira<br />
c) apenas I e III verdadeiras<br />
d) apenas II e III verdadeiras<br />
e) I, II e III verdadeiras<br />
Alternativa b<br />
A Leishmaniose visceral é uma protozoose causada pelo<br />
flagelado Leishmania denovaii, transmitido pela picada do<br />
mosquito-palha (flebótomo)<br />
A informação I é descartada O principal agente etiológico da<br />
malária, no Brasil, é o esporozoário Plasmodium vivax<br />
A informação II está incorreta, uma vez que o antimônio faz<br />
seleção artificial e não mutação<br />
49 No interior de um blastômero, moléculas de DNA polimerase<br />
produzidas no retículo endoplasmático rugoso migraram para<br />
o núcleo, onde tiveram papel importante na duplicação dos<br />
cromossomos, o que levou a célula a se dividir<br />
O trecho acima faz referência aos processos de síntese de<br />
a) proteínas, síntese de DNA e mitose em uma célula embrionária<br />
b) proteínas, síntese de DNA e mitose em uma célula somática<br />
c) proteínas, síntese de DNA e meiose em uma célula<br />
germinativa<br />
d) lipídios, síntese de RNA e mitose em uma célula embrionária<br />
e) lipídios, síntese de RNA e meiose em uma célula germinativa<br />
Alternativa a<br />
A enzima DNA polimerase (uma proteína) é sintetizada no<br />
retículo endoplasmático rugoso, situado no citoplasma<br />
Contudo, tal enzima migra para o núcleo, onde atua no processo<br />
de autoduplicação do DNA, que antecede a mitose do<br />
blastômero, uma célula embrionária ainda indiferenciada<br />
(não é ainda uma célula somática)
50 Encontram-se a seguir um esquema do embrião humano com<br />
aproximadamente 5 dias e um trecho sobre clonagem:<br />
A clonagem terapêutica oferece a possibilidade de repor<br />
tecidos perdidos por acidente ou pelo passar dos anos e de<br />
tratar doenças neuromusculares, infartos, derrames cerebrais,<br />
Alzheimer e outras demências, cegueira, câncer e muitas outras<br />
(VARELLA, Drauzio “Clonagem Humana” Folha de S Paulo 1 de<br />
maio de 2004)<br />
Na clonagem terapêutica são utilizadas células-tronco,<br />
indicadas no esquema pelo número<br />
a) 1, capazes de se diferenciar em vários tipos de células<br />
b) 2, capazes de se diferenciar em vários tipos de células<br />
c) 1, com objetivo de gerar um novo ser<br />
d) 2, com o objetivo de gerar um novo ser<br />
e) 1, que têm capacidade limitada de diferenciação<br />
Alternativa b<br />
A estrutura representada no esquema é uma blástula e<br />
apresenta: ectoderme (1) e mesentoderme (2)<br />
Na clonagem terapêutica, as células-tronco são utilizadas por<br />
serem totipotentes, ou seja, podem originar qualquer tecido<br />
A partir da ectoderme (1), teremos os tecidos nervoso e<br />
epitelial Já a partir da mesentoderme (2), obteremos todos os<br />
demais tecidos<br />
51 João é daltônico e casado com Lúcia, cuja visão é normal<br />
para as cores O casal tem dois filhos gêmeos, Paulo e Ricardo,<br />
ambos daltônicos<br />
Como o daltonismo deve-se a um gene recessivo (d) ligado<br />
ao sexo, é CORRETO afirmar que os gêmeos Paulo e Ricardo<br />
18<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
a) são univitelinos e receberam o gene d de Lúcia<br />
b) são univitelinos e receberam o gene d de João<br />
c) podem ou não ser univitelinos e receberam o gene d de<br />
Lúcia<br />
d) podem ou não ser univitelinos e receberam o gene d de<br />
João<br />
e) são univitelinos e podem ter recebido o gene d de João ou<br />
de Lúcia<br />
Alternativa c<br />
P: João x Lúcia<br />
X d Y X D X d<br />
F 1 : Paulo ; Ricardo<br />
X d Y X d Y<br />
Os meninos recebem o cromossomo X d da mãe Em relação<br />
aos gêmeos, podemos afirmar que ambos são daltônicos,<br />
podendo ser univitelinos ou bivitelinos<br />
52 O tubo polínico transporta duas células espermáticas até o<br />
ovário e uma delas fecunda a oosfera, dando origem ao zigoto,<br />
enquanto a outra une-se com duas células presentes no óvulo,<br />
originando uma célula triplóide<br />
Considere as seguintes plantas:<br />
I oliveira;<br />
II pinheiro;<br />
III parreira;<br />
IV cajueiro<br />
Das plantas citadas, apresentam relação com o texto acima<br />
a) apenas I e II<br />
b) apenas II e III<br />
c) apenas I e IV<br />
d) apenas I, III e IV<br />
e) I, II, III e IV<br />
Alternativa d<br />
O texto descreve o ciclo reprodutivo de um vegetal pertencente<br />
ao grupo das angiospermas com dupla fecundação: sendo<br />
a 1 a fecundação: união do 1 o núcleo espermático (gameta H)<br />
com a oosfera (gameta M), originando o zigoto (2n); a 2 a<br />
fecundação: união do 2 o núcleo espermático (gameta H) com<br />
os 2 núcleos polares (femininos), originando o endosperma<br />
2 ário (3n) Das plantas citadas, são inclusas: oliveira (I), parreira<br />
(III) e cajueiro (IV)
53 Na tira abaixo, é mostrado um fenômeno que ocorre de forma acentuada em regiões de clima temperado<br />
19<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
O Estado de S Paulo 2/setembro/2004<br />
No outono, constata-se uma diminuição de 1 nas folhas de determinadas plantas, causando a produção de uma substância<br />
gasosa denominada 2 , o que leva ao fenômeno mostrado<br />
No trecho, as lacunas 1 e 2 devem ser preenchidas correta e respectivamente por<br />
a) giberilina e auxina<br />
b) etileno e auxina<br />
c) etileno e giberilina<br />
d) auxina e giberilina<br />
e) auxina e etileno<br />
Alternativa e<br />
O quadrinho apresenta uma árvore decídua, típica de regiões com clima temperado A queda das folhas que ocorre nas épocas<br />
frias, como o início do outono, deve-se a um balanço entre os níveis dos hormônios auxina e etileno A abscisão foliar se dá com<br />
a diminuição dos níveis de auxina e o aumento dos níveis de etileno<br />
54 () Para começo de conversa, o coral duro da espécie Acropora<br />
millepora está morto: é só uma lembrança literalmente desbotada<br />
do organismo coletivo que vicejava sobre o exoesqueleto<br />
calcário que restou Desbotamento (“bleeching”), de fato, é o<br />
nome da praga associada ao aquecimento global que ameaça o<br />
maior e mais famoso conjunto de corais do mundo, os 2000<br />
km da Grande Barreira a leste da Austrália ()<br />
Outro grande flagelo dos corais é a coroa-de-espinhos (Acanthaster<br />
planci), uma espécie de estrela-do-mar, o único predador<br />
natural especializado nesses condomínios de pólipos que<br />
enfeitam o mar ()<br />
A coroa-de-espinhos consome o tecido mole do coral, que é<br />
rico em carboidratos, dos quais o coral retira 80% de sua<br />
energia e que são produzidos por fotossíntese por algas<br />
dinoflageladas do tipo “zooxanthellae”<br />
() Essas algas marrons são organismos unicelulares que<br />
cada pólipo de coral duro abriga dentro de suas próprias paredes<br />
() a alga sintetiza alimento (amido) usando energia da<br />
luz solar, e o coral lhe dá abrigo e substâncias contendo<br />
carbono que servem de matéria-prima para o microorganismo<br />
realizar a fotossíntese ()<br />
As “zooxanthellae” são muito sensíveis à mudança de temperatura<br />
Basta uma variação de 1 o C ou 2 o C para que abandonem<br />
as paredes do pólipo coralino, provocando a morte do parceiro<br />
Sem as algas para lhe dar cor, o coral desbota <strong>–</strong> daí o<br />
fenômeno do “bleeching”<br />
(LEITE, Marcelo “Flagelo de Corais” Folha de S Paulo <strong>–</strong> Caderno Mais!<br />
<strong>–</strong> 27 de junho de 2004, adaptado)<br />
A partir da leitura do texto, é INCORRETO afirmar que:<br />
a) A poluição térmica compromete a sobrevivência do cnidário<br />
colonial da espécie Acropora millepora<br />
b) O coral e a “zooxanthellae” mantêm uma relação de<br />
mutualismo<br />
c) Acropora millepora é presa de Acanthaster planci<br />
d) O coral não sobrevive sem a presença das algas dinoflageladas<br />
e) O coral é predador das “zooxanthellae”<br />
Alternativa e<br />
A questão praticamente se responde: se a alternativa b estiver<br />
correta, a e não estaria, e vice-versa<br />
A relação ecológica existente entre o coral e a “zooxanthellae”<br />
é de mutualismo
HISTÓRIA<br />
55 Lutas e guerras reais estiveram presentes em todos os tempos<br />
da História Lutas e guerras também sempre mexeram com<br />
a imaginação dos povos, que as traduziram em mitos e jogos,<br />
como por exemplo<br />
a)os relatos de Homero e a Guerra dos Cem Anos entre<br />
França e Inglaterra<br />
b)a história da Guerra de Tróia e a da Guerra do Peloponeso<br />
c)os carnavais na Idade Média e as festas nas Cortes européias<br />
medievais<br />
d)a longa espera de Penélope por Ulisses e os rituais de<br />
suserania e vassalagem<br />
e)os Jogos Olímpicos na Grécia Antiga e os torneios de<br />
cavaleiros na Idade Média<br />
Alternativa e<br />
Os Jogos Olímpicos eram competições em homenagem aos<br />
deuses Entretanto, também serviam para marcar as disputas<br />
políticas entre as pólis Isso explica o fato de as guerras serem<br />
interrompidas para que os jogos pudessem ocorrer Os atletas<br />
vitoriosos eram, inclusive, considerados semideuses<br />
Já na Idade Média, os torneios entre cavaleiros tinham um<br />
sentido simbólico, ao expressarem as rivalidades entre as<br />
famílias de nobres Os competidores acreditavam defender<br />
valores morais e religiosos de seu brasão<br />
56 A utilização de escravos negros africanos teve papel bastante<br />
importante na colonização das Américas porque<br />
a)diminuiu a produtividade na agricultura, dada a baixa capacidade<br />
de trabalho dos africanos, implicando declínio<br />
da lavoura açucareira, como se pode notar no Nordeste<br />
brasileiro e no Caribe<br />
b)facilitou a busca de metais nobres, principal objetivo dos<br />
colonizadores, em virtude da falta de habilidade dos africanos<br />
na procura e localização de minas e no manejo dos<br />
instrumentos de mineração<br />
c)ofereceu mercado para os produtos primários das colônias,<br />
como se pode notar no crescimento intenso do consumo<br />
no sul dos Estados Unidos, onde se utilizava mãode-obra<br />
escrava<br />
d)garantiu acumulação de capital nas metrópoles, em virtude<br />
dos ganhos obtidos no tráfico, que envolvia desde a<br />
aquisição de negros na África até sua venda para o trabalho<br />
escravo na América<br />
e)impediu a escravização do índio e assegurou a persistência<br />
de grandes comunidades indígenas, como se pode notar<br />
nas regiões dos antigos Impérios Inca, Maia e Asteca,<br />
que se mantiveram intocadas pelo espanhol<br />
Alternativa d<br />
Durante o período de colonização das Américas, os países<br />
metropolitanos optaram pela utilização da mão-de-obra<br />
escrava negra, e não indígena, para atender o capitalismo<br />
comercial, acumulando capitais com os ganhos obtidos pelo<br />
tráfico<br />
20<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões 57 e<br />
58:<br />
O fragmento a seguir, extraído do livro Os sertões, de Euclides<br />
da Cunha, publicado originalmente em 1902, fala de Canudos:<br />
de sua terra, de seus homens e da guerra lá ocorrida entre<br />
1896 e 1897<br />
Um negro, um dos raros negros puros que ali [em Canudos]<br />
havia, preso em fins de setembro [de 1897], foi conduzido à<br />
presença do comandante da 1 a coluna, general João da Silva<br />
Barbosa Chegou arfando, exausto da marcha aos encontrões e do<br />
recontro em que fora colhido Era espigado e seco Delatava na<br />
organização desfibrada os rigores da fome e do combate A magreza<br />
alongara-lhe o porte, ligeiramente curvo () o rosto desaparecia<br />
na lanugem espessa da barba, feita uma máscara amarrotada<br />
e imunda Chegou em cambaleios O passo claudicante e infirme,<br />
a cabeça lanzuda, a cara exígua, um nariz chato sobre lábios<br />
grossos, entreabertos pelos dentes oblíquos e saltados, os olhos<br />
pequeninos, luzindo vivamente dentro das órbitas profundas, os<br />
longos braços desnudos, oscilando ()<br />
[recontro: combate]<br />
Euclides da Cunha Os sertões (edição crítica por Walnice Nogueira<br />
Galvão) São Paulo: Brasiliense, 1985, p 535<br />
57 Na descrição acima, de um canudense prisioneiro, o autor diz<br />
que este era “um negro, um dos raros negros puros que ali<br />
havia” Dentre as frases abaixo, extraídas do mesmo livro,<br />
qual delas se relaciona à necessidade, para o autor, de fazer<br />
tal observação?<br />
a)“O gaúcho é, certo, inimitável numa carga guerreira”<br />
b)“Antonio Conselheiro foi um bronco”<br />
c)“O sertanejo é, antes de tudo, um forte”<br />
d)“Os crentes acompanharam Antonio Conselheiro”<br />
e)“Teoricamente o brasileiro seria o pardo”<br />
Alternativa e<br />
A necessidade de frisar que o prisioneiro era um dos raros<br />
negros puros deve ser relacionada à afirmação de que<br />
“teoricamente, o brasileiro seria o pardo”, portanto, mestiço<br />
58 A descrição, pelo autor, da atitude e das condições físicas do<br />
prisioneiro, permite-nos perceber<br />
a)a vontade do prisioneiro de sair de Canudos, livrando-se<br />
da tirania do Conselheiro e passando a lutar pela República<br />
brasileira ao lado das tropas federais lideradas pelo<br />
general que o prendeu<br />
b)o reconhecimento, pelo autor, da coragem e da valentia<br />
do prisioneiro, diferenciando-o do militar, que está fora de<br />
combate, enquanto o canudense mantém sua luta na defesa<br />
de Antonio Conselheiro<br />
c)as condições precárias de Canudos no momento da derrota<br />
final, motivadas pela dificuldade de obtenção de alimentos,<br />
pelas doenças, pela longa guerra e pelo cerco das<br />
tropas federais<br />
d)os traços físicos semelhantes aos de Antonio Conselheiro,<br />
caracterizado pelo autor como um herói brasileiro que, a<br />
despeito das dificuldades enfrentadas por Canudos, manteve<br />
suas convicções religiosas e seus interesses políticos
e)a tristeza do canudense, despojado de sua terra e distante<br />
de seus companheiros de combate em defesa da República,<br />
preso pelos militares que haviam destruído o arraial e<br />
reimplantado a Monarquia<br />
Alternativa c<br />
Canudos caiu depois de quatro investidas militares do Governo<br />
Federal, após estar cercado desde março de 1897 até outubro<br />
do mesmo ano Durante este período não recebeu munição,<br />
armas, alimentos e nem água Estas precárias condições<br />
facilitaram o triunfo das forças federais<br />
59 Entre 1864 e 1870, a Guerra do Paraguai opôs o Paraguai à<br />
Tríplice Aliança, composta por Argentina, Brasil e Uruguai<br />
Sobre essa Guerra, é possível afirmar corretamente que<br />
a)se relaciona ao processo de construção dos Estados Nacionais<br />
na região do Prata e à disputa pela hegemonia na<br />
região<br />
b)demonstrou a fragilidade militar dos países envolvidos e<br />
permitiu a penetração armada e comercial norte-americana<br />
na região<br />
c)resultou exclusivamente da ambição excessiva de Solano<br />
López, ditador do Paraguai, e de seus interesses expansionistas<br />
d)consolidou a hegemonia espanhola na região e impediu a<br />
conclusão do processo de independência política do<br />
Paraguai<br />
e)levou ao rompimento das relações diplomáticas entre os<br />
quatro países e à busca, por eles, de parcerias mercantis<br />
com a Inglaterra<br />
Alternativa a<br />
A região platina, desde a colonização espanhola e portuguesa,<br />
era alvo de disputa<br />
No período de 1864 a 1870, os ânimos estiveram mais acentuados<br />
no contexto da consolidação dos Estados Nacionais<br />
Leia o texto abaixo e, em seguida, responda às questões de<br />
60 a 62<br />
As Olimpíadas modernas, apesar de serem vistas como momento<br />
de confraternização entre povos, foram palco, muitas<br />
vezes, de misturas entre esportes e política, transformandose<br />
em demonstração de força ou de superioridade de um país<br />
ou de um regime político sobre os demais<br />
60 Na Olimpíada de Berlim, em 1936, um atleta negro norte-americano<br />
chamado Jesse Owens conseguiu quatro medalhas de<br />
ouro, tornou-se o grande vitorioso dos Jogos e atrapalhou a<br />
imagem que a Alemanha e seu governante, Adolf Hitler, pretendiam<br />
que o evento tivesse Isso se deu porque<br />
a)a Alemanha estava em guerra com os Estados Unidos e<br />
não queria que um norte-americano triunfasse em seu território<br />
b)as concepções raciais do nazismo pregavam a superioridade<br />
ariana e não admitiam a vitória de um negro sobre<br />
brancos<br />
21<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
c)a cidade de Berlim estava cercada por tropas aliadas e os<br />
alemães não puderam, em virtude disso, participar dos Jogos<br />
d)as propostas políticas do nazismo evitavam misturar esportes<br />
e política e Owens, ao receber a medalha, fez um<br />
discurso político<br />
e)a Alemanha pretendia demonstrar seu poder por meio de<br />
vitórias nos Jogos e, assim, compensar as derrotas na<br />
Guerra Mundial<br />
Alternativa b<br />
As competições esportivas sempre foram utilizadas pelos<br />
governos como instrumento de propaganda política<br />
Em Berlim, o objetivo do governo nazista era fazer dos jogos<br />
a celebração e a confirmação das teses de hierarquia racial<br />
em favor dos germânicos (arianos)<br />
Entretanto, as vitórias de Jesse Owens, no atletismo, ofuscaram<br />
o ímpeto nazista de um triunfo incontestável<br />
61 Na Olimpíada de Munique, em 1972, um grupo terrorista árabe<br />
invadiu a Vila Olímpica e assassinou atletas de Israel A<br />
ousadia, a surpresa e a extrema violência do ato surpreenderam<br />
a todos O ataque ocorreu<br />
a)após a Guerra dos Seis Dias, vencida por Israel em 1967,<br />
que provocou o encerramento dos conflitos militares no<br />
Oriente Médio, a definitiva partilha territorial da região e o<br />
surgimento de grupos terroristas insatisfeitos com a supremacia<br />
israelense<br />
b)durante a negociação do acordo de paz de Camp David,<br />
mediado pelos Estados Unidos e assinado pelo Egito e<br />
por Israel em 1978, que abriu um inesperado e duradouro<br />
período de amizade entre árabes e israelenses e levou à<br />
desmobilização dos grupos terroristas<br />
c)dentro do longo conflito árabe-israelense, que contou com<br />
iniciativas militares oficiais de ambas as partes, como o<br />
ataque do Yom Kippur, realizado pelo Egito e pela Síria em<br />
1973, ou a ação israelense no aeroporto de Entebe, em<br />
1976, em Uganda<br />
d)por meio da colaboração entre diversos grupos de terroristas<br />
islâmicos, insatisfeitos com a criação do Estado de<br />
Israel em 1948 e com o apoio que este recebia da União<br />
Soviética e dos Estados Unidos e que prejudicava as exportações<br />
dos países árabes<br />
e)devido à intencional ineficácia da segurança da Vila Olímpica<br />
que, em razão da antiga rivalidade entre alemães e<br />
judeus, não ofereceu proteção suficiente aos atletas israelenses,<br />
nem respeitou os acordos internacionais de respeito<br />
aos direitos humanos<br />
Alternativa c<br />
O ataque a atletas israelenses, realizado pelo grupo Setembro<br />
Negro, marca a conturbada e tensa questão árabe-israelense,<br />
desencadeada no pós-guerra, com a criação do Estado de<br />
Israel e a ocupação das terras que dariam origem ao Estado<br />
Palestino Houve uma série de ações oficiais, como as citadas<br />
na alternativa correta, bem como atos terroristas, principalmente<br />
por parte dos simpatizantes da causa palestina
62 As Olimpíadas de Moscou e de Los Angeles sofreram boicotes<br />
por parte de alguns países Os Estados Unidos recusaram-se<br />
a ir a Moscou, em 1980; soviéticos e representantes<br />
de alguns outros países decidiram não participar dos Jogos<br />
de Los Angeles, em 1984 Esses boicotes aconteceram<br />
a)no contexto da Guerra Fria, cenário de bipolarização estratégica<br />
do pós-Segunda Guerra Mundial que opunha países<br />
capitalistas do bloco ocidental, liderados pelos Estados<br />
Unidos, a países socialistas do leste europeu, liderados<br />
pela União Soviética<br />
b)em meio a discussões sobre a cessação da corrida<br />
armamentista e das disputas comerciais entre Estados Unidos<br />
e União Soviética, que tentavam impedir que o crescimento<br />
da China a levasse a assumir a liderança política<br />
internacional<br />
c)após a decisão norte-americana de invadir Cuba e impedir<br />
a instalação de mísseis soviéticos na ilha, que levou a<br />
forte tensão internacional e à entrada da ONU nas negociações,<br />
para impedir a eclosão de uma terceira guerra mundial<br />
d)durante a reunião de assinatura de acordos de paz, mediados<br />
pela ONU, entre Estados Unidos e União Soviética,<br />
que pretendiam encerrar duas décadas de hostilidades mútuas<br />
e iniciar um período de reaproximação e colaboração<br />
militar<br />
e)antes da dissolução da União Soviética, que manteve<br />
ininterruptamente a liderança na corrida espacial e ainda<br />
evitou que os norte-americanos desenvolvessem seu plano<br />
estratégico de proteção territorial por satélites<br />
Alternativa a<br />
A razão alegada pelos EUA para boicotar a Olimpíada de<br />
Moscou, em 1980, foi a intervenção soviética no Afeganistão<br />
A resposta soviética e de alguns aliados ao esvaziamento dos<br />
jogos veio com o boicote aos jogos de Los Angeles, em 1984<br />
Ambos os eventos podem ser enquadrados no contexto mais<br />
abrangente da Guerra Fria, que só termina com o colapso do<br />
bloco socialista<br />
63 A idéia de democracia surgiu em Atenas, Grécia, no século V<br />
aC Foi, séculos depois, retomada em documentos históricos,<br />
como a Declaração de Independência dos Estados Unidos<br />
(1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,<br />
escrita durante a Revolução Francesa (1789-1799) Hoje,<br />
a democracia existe em boa parte do mundo ocidental, inclusive<br />
no Brasil Sobre a atual democracia brasileira, pode-se<br />
afirmar que é<br />
a)diferente da praticada em outros países ocidentais, porque<br />
os brasileiros são menos rebeldes e mais cordiais<br />
b)semelhante à praticada na Grécia antiga, porque nem todos<br />
podem participar da escolha do Presidente da República<br />
c)diferente da proposta na Independência dos EUA, porque<br />
a condição econômica da população brasileira é precária<br />
d)semelhante à proposta na Revolução Francesa, porque<br />
considera a liberdade um direito fundamental de todos<br />
e)diferente de todos os modelos democráticos já experimentados,<br />
porque o clima tropical facilita as relações pessoais<br />
22<br />
Alternativa d<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
O atual modelo da democracia brasileira inspira-se nos<br />
princípios fundamentais do liberalismo, expressos na Declaração<br />
dos Direitos do Homem e do Cidadão durante a<br />
Revolução Francesa<br />
Consagra os princípios da liberdade e da igualdade jurídica<br />
Nunca é demais lembrar que a exclusão social limita o<br />
exercício efetivo da liberdade e torna a igualdade jurídica<br />
apenas formal<br />
GEOGRAFIA<br />
64 Examine com atenção:<br />
Distribuição dos batalhões da Polícia Militar na região<br />
metropolitana do Rio de Janeiro<br />
Rocha Miranda (1)<br />
49,2<br />
homicídios/mês<br />
200,6<br />
roubos/mês<br />
(1) área suburbana do Rio de Janeiro<br />
(2) zona sul<br />
Esses dados são parte de um conjunto que confirma a desigualdade<br />
da amostra Observe agora um comentário a esse<br />
respeito: “[] o maior policiamento na zona sul é ‘injusto’ e<br />
ao mesmo tempo ‘normal’ [] os moradores dessa região da<br />
cidade têm mais ‘capital’ e conseqüentemente mais poder para<br />
reclamar”<br />
(Ana Paula de Miranda, presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP)<br />
do Rio de Janeiro in Folha de S Paulo, 17/10/2004, p C3)<br />
A respeito dessa situação é INCORRETO afirmar que<br />
a)não só o policiamento é melhor nos bairros da zona sul,<br />
mas também a distribuição de equipamentos de saúde, de<br />
educação e de bens culturais<br />
b)o que acontece nos bairros pobres é, normalmente, visto<br />
como uma estatística fria Os pobres não têm a força da<br />
voz dos habitantes de bairros mais bem servidos<br />
c)o maior número de roubos e homicídios nos bairros pobres<br />
deve-se à falta de policiamento e não a outros fatores<br />
socioeconômicos<br />
d)existe uma exposição mais ampla e indignada junto à opinião<br />
pública se fatos criminosos ocorrem em bairros ricos,<br />
o que acaba influindo na política de policiamento<br />
e)esses são dados da tão referida ausência do Estado junto<br />
aos bairros mais pobres, que ficam, assim, mais sujeitos a<br />
índices elevados de criminalidade<br />
Alternativa c<br />
1 policial para<br />
cada 1256<br />
habitantes<br />
Leblon (2)<br />
2,8<br />
homicídios/mês<br />
30,1 roubos/mês<br />
Fonte: Associações vinculadas à Polícia Militar - 2004<br />
1 policial<br />
para cada 195<br />
habitantes<br />
A maior criminalidade em certas áreas está associada à falta<br />
de políticas públicas, à presença do crime organizado e a<br />
problemas sociais, como desemprego, desestruturação da<br />
família etc
65 Observe o esquema a seguir:<br />
CLASSIFICAÇÃO DE PAISAGENS SEGUNDO UM ESQUEMA<br />
DA ECOLOGIA DA PAISAGEM<br />
Segmento<br />
territorial<br />
Interior da<br />
Amazônia<br />
Interior de<br />
S Paulo<br />
A partir dessa “fotografia esquemática” da paisagem de dois<br />
segmentos territoriais é CORRETO afirmar que<br />
a)o interior (o oeste) de S Paulo é o reduto dos maiores<br />
fragmentos florestais do território do estado, em vista da<br />
eliminação ocorrida noutras áreas<br />
b)a matriz do interior de S Paulo tem na cafeicultura seu<br />
principal componente, o que é bom para a preservação<br />
dos fragmentos florestais em razão do baixo uso de<br />
agrotóxicos nessa lavoura<br />
c)as maiores e mais profundas manchas na matriz florestal<br />
do interior da Amazônia produzidas pelo extrativismo são<br />
aquelas associadas à extração da castanha e do látex<br />
d)o principal obstáculo para a defesa dos fragmentos no<br />
interior de S Paulo é a ameaça constante de eliminação,<br />
em vista da pressão poderosa das atividades agropecuárias<br />
e)no interior da Amazônia, em razão do envelhecimento da<br />
floresta e da ação humana, já se pode dizer que as formações<br />
vegetais arbustivas estão se transformando na matriz<br />
da paisagem<br />
Alternativa d<br />
Matriz<br />
Florestal<br />
Agropecuária<br />
Manchas<br />
Enclaves vegetais<br />
de fisionomia distinta;<br />
extrativismo;<br />
agropecuária; cidades<br />
Fragmentos florestais;<br />
cidades<br />
Dinâmica<br />
dominante<br />
Natural<br />
Humana<br />
A expansão das cidades e da agropecuária, estimulada pelos<br />
altos lucros, ameaça a conservação dos fragmentos florestais<br />
do interior de São Paulo<br />
66 Analise o gráfico a seguir:<br />
Sobre esse quadro comparativo (Nordeste, Sul e Brasil) da<br />
evolução da taxa de mortalidade infantil pode-se afirmar que<br />
23<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
a)hoje as grandes cidades são lugares que produzem a pobreza,<br />
o que explica por que o Nordeste possui maiores<br />
taxas de mortalidade infantil que a região sul<br />
b)a distância entre as taxas do Nordeste em relação à média<br />
do Brasil e às do Sul vêm diminuindo recentemente, embora<br />
as do Nordeste ainda sejam as mais elevadas<br />
c)a diminuição da mortalidade infantil no Brasil termina por<br />
influenciar a elevação das taxas de fecundidade em vista<br />
das melhores condições atuais para a sobrevivência nessa<br />
faixa etária<br />
d)o ritmo comum de queda das taxas (sobretudo a partir de<br />
1970) deve-se a fatores distintos; no Nordeste, por exemplo,<br />
o fator principal foi a migração populacional para o<br />
Sudeste<br />
e)os níveis mais recentes de mortalidade infantil que aparecem<br />
no gráfico já são similares aos de países do primeiro<br />
mundo, à exceção dos índices nordestinos<br />
Alternativa b<br />
Os resultados da Revolução Médica e Sanitária dos anos de<br />
1950 e 1960, aliados às melhorias de saneamento básico e<br />
assistência médica às famílias (Estado, Igreja, ONG's e boa<br />
parte da sociedade), fizeram com que as taxas de mortalidade<br />
infantil fossem bastante reduzidas no Brasil Contudo, as<br />
taxas de mortalidade na região Nordeste continuam sendo as<br />
mais altas do país<br />
67 Veja com atenção:<br />
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DAS INSTITUIÇÕES DE<br />
ENSINO SUPERIOR - 1996<br />
74<br />
56<br />
20 a 24<br />
10 a 15<br />
7 a 9<br />
5 e 6<br />
4<br />
3<br />
1 e 2<br />
Fonte: Sinopse Estatística do<br />
Ensino Superior, MEC/INEP <strong>–</strong> 1996<br />
Nesse mapa estão representados os cursos superiores públicos,<br />
comunitários e particulares Sobre sua distribuição geográfica<br />
é certo concluir que
a)a distribuição dos cursos superiores é, numa medida, função<br />
da maior modernização econômica de algumas regiões<br />
do país, a qual demanda aplicação mais intensa de tecnologia<br />
e ciência<br />
b)a maior concentração de cursos superiores no Sudeste e<br />
no Sul resulta de investimentos maciços dos governos<br />
estaduais na expansão das universidades públicas<br />
c)há uma correspondência proporcional entre a distribuição<br />
populacional, também concentrada, e a distribuição dos<br />
cursos superiores no território brasileiro<br />
d)a presença, em menor número, de cursos superiores nas<br />
áreas representadas no mapa está diretamente associada<br />
ao fato de serem regiões mais pobres e com populações<br />
bem menores<br />
e)a concentração de cursos no Sudeste associa-se à concentração<br />
da renda, o que explica a dominância de cursos<br />
particulares para pessoas de alta renda, ao contrário dos<br />
cursos públicos<br />
Alternativa a<br />
As instituições de Ensino Superior estão concentradas no<br />
Sudeste, principalmente em São Paulo, devido ao seu maior<br />
dinamismo, ao maior número de habitantes, à necessidade de<br />
mão-de-obra qualificada e à possibilidade de ascensão social<br />
68 [Após] longo impasse com a agência de monitoramento nuclear<br />
da ONU, o governo brasileiro concordou em conceder aos<br />
inspetores acesso a uma instalação construída pelo país<br />
[Resende, RJ] para produção de combustível nuclear [] “O<br />
que mudou agora é a postura de tentar encontrar uma solução<br />
que ao mesmo tempo garanta a preservação de nossa tecnologia<br />
e permita à agência certificar que não há desvio de material<br />
dentro da fábrica”, disse Odair Gonçalves, presidente da Comissão<br />
Nacional de Energia Nuclear do Brasil<br />
(“Brasil admite inspeção nuclear somente parcial”, In: The New York<br />
Times, 20/10/2004, Trad: George El Khouri Andolfato)<br />
Sobre a sempre polêmica questão da energia nuclear no mundo<br />
e no Brasil, é CORRETO afirmar que<br />
a)o Brasil, mesmo após uma certa perda de entusiasmo internacional<br />
com a energia nuclear, manteve seu programa<br />
nuclear a todo vapor, investindo na conclusão de Angra<br />
3 e na auto-suficiência em combustível nuclear<br />
b)o investimento em enriquecimento de urânio visa eliminar<br />
uma das falhas em nosso programa nuclear, que já nasceu<br />
comprometido pela escassez de jazidas de urânio mineral<br />
no Brasil, o que o torna dependente da matéria-prima, assim<br />
como o era da tecnologia<br />
c)para abastecer suas usinas nucleares com urânio enriquecido<br />
(combustível nuclear) o Brasil depende do mercado<br />
externo, o que encarece a energia elétrica, visto que a<br />
matriz nuclear é responsável por mais de 1/3 de sua produção<br />
d)a existência de usinas nucleares e de uma fábrica de enriquecimento<br />
do urânio sujeita o Brasil a fiscalizações da<br />
Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA - ONU),<br />
mesmo porque o Brasil é signatário do Tratado de Não-<br />
Proliferação Nuclear, o que legitima a fiscalização<br />
e)o exemplo do Iraque, país no qual a AIEA-ONU detectou<br />
uma proliferação de armas nucleares, fez dos países emergentes<br />
que dominam tecnologia nuclear (casos da Coréia<br />
do Norte, Índia, Brasil, Irã e Paquistão) alvos de fiscalizações<br />
mais rigorosas<br />
24<br />
Alternativa d<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
O Brasil é signatário do Tratado de Não-Proliferação de Armas<br />
Nucleares Por isso, possui severas restrições ao uso e<br />
desenvolvimento nuclear que possam resultar na produção<br />
de armas A AIEA é a responsável pelo cumprimento e<br />
fiscalização relativos ao tratado<br />
69 Examine as informações a seguir:<br />
Características do poder no Haiti (1804-2004)<br />
Modo de fim do governo Número %<br />
Assassinato no poder<br />
Deposto e exilado<br />
Mandato concluído<br />
Morto na função<br />
Outros<br />
Dirigentes haitianos desde 1804<br />
(Fonte: Mappemonde n o 75, março de 2004; tradução nossa)<br />
A República do Haiti, país da América Central, celebra em<br />
2004 o bicentenário de sua independência Triste celebração<br />
em vista de sua profunda crise atual, assim como de toda sua<br />
história política, como mostram os dados, que inclui uma ditadura<br />
familiar (Duvalier) de 29 anos A respeito desse país é<br />
INCORRETO afirmar que<br />
a)o caos atual do Haiti deve-se a uma crise política nos 200<br />
anos de independência, que se associa à tendência autoritária<br />
dos seus dirigentes, em muito alimentada pela ameaça<br />
constante de golpe promovida pelas guerrilhas de esquerda,<br />
apoiadas pela ex-União Soviética<br />
b)no Haiti, ex-colônia francesa, libertada em 1804 por uma<br />
sublevação de escravos, a independência não foi capaz<br />
de modificar as estruturas sociais pré-definidas pelo sistema<br />
colonial anterior, tal como acontece em várias outras<br />
situações de descolonização<br />
c)países, tal como o Haiti, de notória fragilidade das instituições<br />
políticas, acabam facilitando que seus dirigentes<br />
freqüentemente envolvam-se em ações corruptas e se apossem<br />
dos recursos públicos em benefício pessoal<br />
d)a crise atual do Haiti revela o colapso socioeconômico do<br />
país, cuja população está mergulhada em profunda pobreza,<br />
com um contingente imenso de analfabetos, tudo isso<br />
num país dominado por uma agricultura rudimentar incapaz<br />
de conter a fome<br />
e)na crise atual, que se precipita com a renúncia do último<br />
presidente sob pressão de nações como os EUA e o Canadá,<br />
mobilizaram-se forças de paz da ONU, lideradas pelo<br />
Brasil, para atuarem no país que está sob risco de guerra<br />
civil<br />
Alternativa a<br />
O Haiti não apresentou guerrilhas de esquerda que fossem<br />
uma ameaça aos governos ditatoriais<br />
4<br />
28<br />
9<br />
5<br />
2<br />
47<br />
8<br />
59<br />
19<br />
10<br />
4<br />
100
70 Analise o mapa:<br />
DIFUSÃO DO FENÔMENO CIDADES MILIONÁRIAS,<br />
INCLUSIVE REGIÕES METROPOLITANAS <strong>–</strong> 1996<br />
Fonte: Contagem de<br />
População <strong>–</strong> 1996 <strong>–</strong> IBGE<br />
Uma questão de grande importância para o entendimento da<br />
estrutura urbana brasileira é a distribuição territorial das grandes<br />
cidades A esse respeito constata-se que<br />
a)tal como os países sul-americanos, o Brasil ainda possui<br />
uma urbanização macrocefálica (concentração excessiva<br />
numa única cidade), o que dificulta a consolidação urbana<br />
no restante do território<br />
b)as cidades com mais de 1 milhão de habitantes eram duas<br />
em 1960, depois, em 1970, passaram a ser sete, oito em<br />
1980 e atualmente ultrapassam esse número, numa evidente<br />
demonstração da difusão do fenômeno<br />
c)a difusão das cidades milionárias ainda é um fenômeno<br />
exclusivamente litorâneo, processo que os esforços de<br />
interiorização do povoamento e do desenvolvimento, com<br />
investimentos públicos, não lograram reverter<br />
d)a distribuição das cidades milionárias no Brasil reflete um<br />
retrato fiel do processo de industrialização brasileiro que<br />
se desconcentra e se dispersa territorialmente, induzindo<br />
o surgimento das metrópoles milionárias<br />
e)a difusão das metrópoles milionárias no território deve-se<br />
à aceleração do crescimento vegetativo das populações<br />
locais, em vista do encerramento do processo de migração<br />
regional e da migração campo-cidade<br />
Alternativa b<br />
O processo de urbanização no Brasil foi um dos mais rápidos,<br />
anômalos e macrocéfalos já observados entre aqueles países<br />
que passaram pela industrialização tardia Como mostra o<br />
mapa da questão, várias áreas urbanas já aparecem com<br />
populações milionárias, com uma expectativa de aumento em<br />
função do êxodo rural, que ainda é uma realidade no país<br />
25<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
71 [] um fenômeno aleatório é um fenômeno que se produz<br />
num ambiente determinado, no qual a natureza e seus mecanismos<br />
são conhecidos, mas nos quais nem a data nem o<br />
lugar da próxima ocorrência podem ser determinados apenas<br />
conhecendo os estados anteriores desse ambiente<br />
(C-P PÉGUY apud Oliver DOLFFUS in:<br />
La Mondalisation, p 49; tradução nossa)<br />
Esse raciocínio se ajusta bem ao que se entende por área de<br />
risco, que são áreas sujeitas a ocorrências aleatórias que podem<br />
causar grandes danos aos espaços sociais Referindo-se<br />
a esse tema é INCORRETO afirmar que<br />
a)a densificação populacional, a multiplicação de cidades e<br />
de equipamentos sobre o espaço natural expõem mais e<br />
mais os seres humanos às ocorrências aleatórias da natureza<br />
b)o século XX, em razão de uma ação humana muito mais<br />
extensa e intensa no planeta, foi o período de maiores<br />
perdas por desastres naturais na história da humanidade<br />
c)é difícil diminuir o risco em certos ambientes, pois o conhecimento<br />
das catástrofes e dos seus mecanismos não<br />
permite realizar ações de prevenção, como no caso dos<br />
terremotos<br />
d)as catástrofes nas áreas de risco ocorridas no século XX<br />
significaram, para o hemisfério Sul, uma perda maior em<br />
vidas humanas e, para o Norte, um prejuízo financeiro mais<br />
elevado<br />
e)o peso dos riscos naturais se modificou no curso da história<br />
Os terremotos, por exemplo, eram um problema menor<br />
para os camponeses do que para as sociedades urbanas<br />
atuais<br />
Alternativa c<br />
Os fenômenos aleatórios naturais (furacões, terremotos,<br />
erupções vulcânicas etc) podem ter seus impactos reduzidos<br />
através de intervenções humanas, como obras de contenção,<br />
disposição dos prédios, criação de áreas vazias para refúgio<br />
etc Os países que se prepararam melhor apresentaram<br />
redução no número potencial de vítimas durante o século XX<br />
É o caso dos países ricos, como o Japão<br />
72 Abaixo listamos três dimensões importantes da legislação de<br />
proteção ambiental no Brasil<br />
1 <strong>–</strong> Código Florestal Brasileiro (Lei 4771, de 15 de Setembro<br />
de 1965)<br />
2 <strong>–</strong> Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) (Lei<br />
9985, de 18 de julho de 2000)<br />
3 <strong>–</strong> Estudo de Impacto Ambiental <strong>–</strong> EIA e o Relatório de<br />
Impacto Ambiental RIMA (Resolução CONAMA 001, de 23 de<br />
janeiro de 1986)<br />
Assinale a alternativa na qual todas as afirmações são COR-<br />
RETAS<br />
a)1 <strong>–</strong> O Código Florestal regula o desmatamento no território<br />
de um modo geral; 2 <strong>–</strong> Com o SNUC finalmente poderão<br />
existir Unidades de Conservação (parques, estações<br />
ecológicas, por exemplo) no Brasil; 3 <strong>–</strong> O EIA/RIMA só<br />
se aplica ao mundo rural
)1 <strong>–</strong> O Código Florestal é uma lei que tem sido muito eficiente<br />
na contenção do desmatamento; 2 <strong>–</strong> O SNUC regula<br />
a criação de Unidades de Conservação somente nos<br />
estados que não têm legislação própria; 3 <strong>–</strong> O EIA/RIMA<br />
já produziu efeitos, tais como impedir o licenciamento de<br />
determinadas obras em razão dos seus impactos<br />
c)1 <strong>–</strong> O Código Florestal não regula o desmatamento em<br />
áreas litorâneas, somente no interior do país; 2 <strong>–</strong> O SNUC<br />
é um instrumento para a conservação da biodiversidade<br />
nos habitats e ecossistemas naturais; 3 <strong>–</strong> O EIA/RIMA é<br />
dispensado quando se trata de obra governamental já fiscalizada<br />
por outros meios<br />
d)1 <strong>–</strong> O Código Florestal proíbe o desmatamento em propriedades<br />
rurais; 2 <strong>–</strong> O SNUC se refere à proteção das formações<br />
vegetais, mas não legisla sobre a questão da fauna;<br />
3 <strong>–</strong> O EIA/RIMA não obriga à discussão pública dos impactos<br />
das intervenções no meio ambiente<br />
e)1 <strong>–</strong> O Código define áreas de preservação permanente,<br />
como: matas ciliares e matas de encostas com declive acentuado;<br />
2 <strong>–</strong> O SNUC é um instrumento para defesa da<br />
biodiversidade de áreas relevantes; 3 <strong>–</strong> O EIA/RIMA obriga<br />
que nas grandes obras, por exemplo, se considerem os<br />
impactos negativos, visando a diminuí-los<br />
Alternativa e<br />
O Brasil possui uma legislação avançada para a questão<br />
ambiental, mas a pressão econômica, a grande extensão<br />
territorial e as dificuldades próprias de um país não-desenvolvido<br />
dificultam uma ação e um controle mais eficientes<br />
INGLÊS<br />
As questões de números 73 a 81 referem-se ao texto Study of<br />
Obscure Amazon Tribe Sheds New Light on How Language<br />
Affects Perception<br />
Study of Obscure Amazon Tribe Sheds New Light on How<br />
Language Affects Perception<br />
During the late 1930s, amateur linguist Benjamin Lee Whorf<br />
posed the theory that language can determine the nature and<br />
content of thought But are there concepts in one culture that<br />
people of another culture simply cannot understand because their<br />
language has no words for it?<br />
No one has ever definitively answered that question, but new<br />
findings by Dr Peter Gordon, a bio-behavioral scientist at Teachers<br />
College, Columbia University, strongly support a “yes” answer<br />
Gordon has spent the past several years studying the Pirahã, an<br />
isolated Amazon tribe of fewer than 200 people, whose language<br />
contains no words for numbers beyond “one”, “two”, and “many”<br />
Even the Pirahã word for “one” appears to refer to “roughly one”<br />
or a small quantity, as opposed to the exact connotation of singleness<br />
in other languages<br />
What these experiments show, according to Gordon, is how<br />
having the right linguistic resources can carve out one's reality<br />
“Whorf says that language divides the world into different categories,”<br />
Gordon said “Whether one language chooses to distinguish one<br />
thing versus another affects how an individual perceives reality”<br />
While the Pirahã words for “one” and “two” do not necessarily<br />
always refer to those specific amounts, Gordon also found that<br />
members of the tribe never used those words in combination to<br />
denote larger quantities In the study, they also used their fingers<br />
26<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
in addition to their verbal statement of quantity, but this practice,<br />
too, was found to be highly inaccurate even for small numbers less<br />
than five<br />
The Pirahã language has no words for “number”, and pronouns<br />
do not designate number <strong>–</strong> “he” and “they” are the same word<br />
Most standard quantifiers like “more”, “several”, “all”, and “each”<br />
do not exist In general, while containing a very complex verb<br />
structure common to many Native American languages, the Pirahã<br />
language does not allow for certain kinds of comparative<br />
constructions For example, it was not possible to ask participants<br />
whether one group of objects “has more nuts than the other”<br />
because of the lack of that construction in the Pirahã grammar<br />
Yet, the word they use for “many”, which in that language was<br />
derived from a form of the verb meaning “to bring together”, is<br />
distinct from a word that means something like “much”<br />
Details of the study will appear in the Thursday, August 19,<br />
issue of the journal Science<br />
(Adaptado do site wwwsciencedailycom/releases/2004/08)<br />
73 A teoria de Whorf afirma que<br />
a)a linguagem é natural e não cultural<br />
b)as pessoas podem se comunicar com outras culturas sem<br />
problemas<br />
c)o conteúdo do pensamento é um fenômeno biológico<br />
d)a natureza determina os pensamentos<br />
e)a língua pode moldar os pensamentos<br />
Alternativa e<br />
Lê-se em:<br />
“What these experiments () can carve out one’s reality”<br />
“O que esses experimentos mostram, de acordo com Gordon,<br />
é como ter os recursos lingüísticos certos pode moldar a<br />
realidade de alguém”<br />
74 Dr Peter Gordon<br />
a)é professor de colegial na Universidade de Columbia<br />
b)pesquisou comportamentos biológicos de piranhas e de<br />
tribos da Amazônia<br />
c)é cientista da Universidade de Columbia e passou anos<br />
estudando uma tribo da Amazônia<br />
d)considera que a comunicação de conceitos de culturas<br />
diferentes é plenamente possível<br />
e)não conseguiu responder à questão sobre se a língua interfere<br />
na compreensão de culturas diferentes<br />
Alternativa c<br />
Lê-se em:<br />
“() Dr Peter Gordon, a biobehavioral scientist () an isolated<br />
Amazon tribe ()”<br />
“() Dr Peter Gordon, um cientista biocomportamental no<br />
Teachers College, Columbia University, fortemente sustenta<br />
uma resposta afirmativa Gordon passou os últimos anos<br />
estudando os Pirahã, uma tribo isolada na Amazônia ()”
75 A tribo Pirahã<br />
a)tem uma língua com poucas palavras que expressam números<br />
e quantidades<br />
b)fica na Amazônia e é composta de vários agrupamentos<br />
com menos de 200 pessoas<br />
c)tem uma palavra usada para expressar “um” que tem o<br />
mesmo sentido da palavra “one” em inglês<br />
d)tem um sistema binário, com palavras para “um” e “dois”,<br />
semelhante ao sistema dos computadores<br />
e)tem uma palavra para designar uma quantidade acima de<br />
cinco<br />
Alternativa a<br />
Lê-se em:<br />
“Whose language contains no words for numbers beyond<br />
'one', 'two' and 'many'”<br />
[“() cuja linguagem não contém palavras para números além<br />
de 'um', 'dois' e 'muitos'”<br />
76 Na frase do segundo parágrafo do texto whose language<br />
contains no words for numbers beyond “one”, “two”, and<br />
“many”, a palavra “beyond” significa, em português,<br />
a)menos que<br />
b)além de d)antes de<br />
c)inclusive e)como<br />
Alternativa b<br />
A palavra beyond significa, em português, “além de”<br />
77 Dr Gordon descobriu que<br />
a)o uso dos dedos para denotar quantidades era uma prática<br />
inexata, assim como o uso de palavras<br />
b)a palavra dos Pirahã para “dois” pode ser combinada a<br />
outras para expressar quantidades maiores<br />
c)a palavra para “um” na língua dos Pirahã poderia ser sinalizada<br />
com o dedo indicador erguido<br />
d)números menores que cinco eram sinalizados com os dedos<br />
da mão esquerda<br />
e)a multiplicação por dois era usada para se referir a quantidades<br />
maiores<br />
Alternativa a<br />
Lê-se em:<br />
“() they also used their fingers in addition to their verbal<br />
statement of quantity but this practice, too, was found to be<br />
highly inaccurate”<br />
“() eles também usavam seus dedos além de declaração<br />
verbal de quantidade, mas esta prática foi considerada<br />
altamente imprecisa ()”<br />
78 A língua dos índios Pirahã<br />
a)quantifica por aproximação, usando palavras equivalentes<br />
a “mais ou menos”<br />
b)apresenta uma estrutura verbal simples diferentemente de<br />
outras tribos nativas<br />
27<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
c)não tem palavras diferentes para pronomes no plural ou<br />
no singular<br />
d)tem estruturas comparativas derivadas de verbos<br />
e)é tão complexa que para compreendê-la é necessário ter<br />
um raciocínio abstrato desenvolvido<br />
Alternativa c<br />
Lê-se em:<br />
“The Pirahã language () ‘he’ and ‘they’ are the same word”<br />
“A língua Pirahã não tem palavras para ‘número’, e pronomes<br />
não designam número <strong>–</strong> he e they são a mesma palavra”<br />
79 Escolha a alternativa que identifica o que é possível dizer na<br />
língua dos Pirahã<br />
a)Number<br />
b)Each d)Many<br />
c)All e)Has more nuts than the other<br />
Alternativa d<br />
“() whose language contains no words for numbers beyond<br />
'one', 'two', and 'many'”<br />
“() cuja língua não contém palavras para números além de<br />
'um', 'dois', e 'muitos'”<br />
80 No penúltimo parágrafo, a palavra “yet” em Yet, the word<br />
they use for “many” , significa, em português,<br />
a)portanto<br />
b)nesse caso d)entretanto<br />
c)sem dúvida e)e ainda mais<br />
Alternativa d<br />
Yet significa, em português, “entretanto”, quando inicia oração<br />
concessiva<br />
81 Segundo Gordon, sua pesquisa mostra que<br />
a)o raciocínio matemático dos Pirahã é mais abstrato pois<br />
não tem palavras concretas para quantidades<br />
b)as pessoas percebem a realidade segundo os recursos<br />
lingüísticos de que dispõem<br />
c)o mundo se divide em duas categorias lingüísticas que<br />
afetam a percepção dos indivíduos<br />
d)a vida comunitária é mais importante que a pessoal pois<br />
os Pirahã usam a mesma palavra para significar “eu” e<br />
“eles”<br />
e)será difícil os índios Pirahã aprenderem outras línguas, já<br />
que a deles é limitada<br />
Alternativa b<br />
Lê-se em:<br />
“Whether one language chooses to distinguish one thing<br />
versus another affects how an individual perceives reality”<br />
“Se uma língua escolhe distinguir uma coisa 'versus' uma<br />
outra, afeta como um indivíduo percebe a realidade”
COMENTÁRIOS<br />
Português<br />
Gramática<br />
A <strong>PUC</strong> deste ano trouxe apenas dois textos curtos e de<br />
fácil leitura, a partir dos quais foram elaboradas, equilabradamente,<br />
questões de interpretação e gramática<br />
Houve perguntas que exploraram o diálogo entre os textos<br />
e, inclusive, uma de semântica lexical, relacionada a expressões<br />
idiomáticas<br />
Literatura<br />
As questões de Literatura abordaram, de forma profunda<br />
e específica, sete das oito obras requeridas pela lista; apenas<br />
Estrela da Manhã foi preterida<br />
O enredo das obras em prosa e os caracteres gerais dos<br />
livros em poesia foram exigidos de maneira que se cobrasse<br />
do aluno uma leitura atenta e interpretativa<br />
Vale destacar que, nas perguntas referentes a Vestido de<br />
Noiva, desprezou-se o ponto mais característico da obra: a<br />
confluência entre os planos da alucinação, da memória e da<br />
realidade<br />
Matemática<br />
Na 1 a fase do vestibular unificado da <strong>PUC</strong>, observam-se<br />
questões envolvendo Aritmética, Equações, Logaritmos, Progressões,<br />
Funções, Probabilidades e Geometria Não foram<br />
pedidas questões de Geometria Analítica, Trigonometria, Matrizes<br />
e Números Complexos<br />
O estudante é solicitado a ler atentamente cada enunciado,<br />
interpretá-lo e, assim, equacionar o problema Em várias<br />
questões são exigidos cálculos trabalhosos, fato que pode<br />
ter sido uma dificuldade para os candidatos<br />
Física<br />
As questões foram bem distribuídas, abrangendo os diferentes<br />
conteúdos de Física do programa de Ensino Médio<br />
Os enunciados foram claros e as questões, de nível médio,<br />
não exigiram muitos cálculos algébricos<br />
Distribuição do conteúdo:<br />
· Mecânica: 3 questões<br />
· Termologia: 1 questão<br />
· Óptica: 1 questão<br />
· Ondulatória: 1 questão<br />
· Eletricidade: 1 questão<br />
Química<br />
A prova apresentou boa distribuição entre os temas da<br />
Química, trazendo questões clássicas, igualmente distribuídas<br />
em Química Geral, Físico-Química e Química Orgânica<br />
28<br />
<strong>PUC</strong> <strong>2005</strong> <strong>–</strong> <strong>PROVA</strong> <strong>TESTE</strong><br />
Ocorreu uma boa distribuição no critério de dificuldade,<br />
trazendo diversas questões de nível médio, algumas fáceis e<br />
poucas difíceis<br />
Biologia<br />
A prova abrangeu o conteúdo do Ensino Médio, apresentando<br />
uma distribuição razoavelmente uniforme dos principais<br />
tópicos da Biologia<br />
A <strong>PUC</strong>, como sempre, aborda temas atuais, tais como a<br />
questão do uso de células-tronco embrionárias na clonagem<br />
terapêutica<br />
História<br />
Distribuição dos assuntos<br />
11%<br />
11% 11%<br />
11%<br />
22%<br />
34%<br />
zoologia botânica biologia celular<br />
ecologia genética embriologia<br />
A <strong>PUC</strong>, em sua prova de <strong>2005</strong>, dividiu as questões de tal<br />
maneira que ao menos uma parte delas fosse temática Dessa<br />
forma, quatro questões faziam referências aos Jogos Olímpicos<br />
e suas relações com outros temas, tais como política,<br />
ideologia etc A crítica recai sobre a questão 56, que, mesmo<br />
tratando de um tema consagrado <strong>–</strong> a escravidão e o tráfico<br />
negreiro <strong>–</strong>, não parece estar atualizada frente às pesquisas<br />
mais recentes Tais pesquisas afirmam que o lucro do tráfico<br />
foi acumulado tanto na metrópole como na colônia, estabelecendo,<br />
muitas vezes, uma relação direta entre o Brasil (Rio de<br />
Janeiro) e a África Porém, de maneira geral, a prova abordou<br />
temas tradicionais, em nível adequado para os candidatos<br />
Geografia<br />
Prova extensa, com boa abordagem do conteúdo geográfico,<br />
variando bem os assuntos, com ênfase maior a temas<br />
atuais e da geografia humana<br />
Inglês<br />
A prova da <strong>PUC</strong>, mais uma vez, baseou-se em texto extraído<br />
de site da Internet, que versava sobre elementos da realidade<br />
antropológica brasileira<br />
Também de acordo com a tradição, duas perguntas abordaram<br />
tradução de termos contextualizados, enquanto as outras<br />
cobraram entendimento do texto, inclusive com referências<br />
diretas a trechos traduzidos<br />
A inovação, em relação às provas mais recentes da <strong>PUC</strong>,<br />
foi a redação em português das questões, o que certamente<br />
facilitou a tarefa dos candidatos