Páginas - ed. 91 - Todas - Arquidiocese de Florianópolis
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12<br />
- Junho 2004<br />
Nasceste ecumênica, Igreja. No teu<br />
jeito <strong>de</strong> pensar e <strong>de</strong> falar, <strong>de</strong> ser e <strong>de</strong><br />
agir. És ânsia <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, comunhão e<br />
participação. Nasceste comunhão para<br />
gerar comunhão. Por isso és ecumênica,<br />
na consciência <strong>de</strong> ti mesma e na compreensão<br />
dos outros; nos teus projetos,<br />
sonhos e esperanças; nas tuas dores e<br />
nos teus temores. És ecumênica em tua<br />
i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> mais profunda. Em tudo, comunhão<br />
e participação.<br />
É que foste criada assim, Igreja-comunhão,<br />
Igreja ecumênica. E não po<strong>de</strong>ria<br />
ser diferente. Sem comunhão não existes,<br />
não és Igreja. És assim <strong>de</strong>s<strong>de</strong> tua<br />
origem, quando muitos te criaram: o Deuscomunhão,<br />
uno e trino. E em ti muitos<br />
foram gerados para a comunhão. Olhando<br />
a Trinda<strong>de</strong> que te criou e a multidão<br />
que contigo foi gerada, compreendo-te<br />
comunhão. Eixo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> entre o céu e<br />
a terra, o tempo e a eternida<strong>de</strong>, o divino e<br />
o humano. Comunhão entre o <strong>de</strong>sejo e o<br />
abraço, a fé e a dúvida, a poesia e a luta.<br />
Comunhão do pão no sacramento, do feminino<br />
no masculino, do amor na vida. E<br />
sendo comunhão, és ecumênica.<br />
Essa é tua razão <strong>de</strong> ser, Igreja, tua<br />
vocação: comunhão que tudo inclui.<br />
Comunhão sem fronteiras, na partilha do<br />
sonho e do compromisso. Sem fronteiras<br />
nas relações. Para ti não <strong>de</strong>ve existir<br />
o estrangeiro. Em ti, tudo e todos<br />
numa mesma realida<strong>de</strong> - comunhão.<br />
Tua mensagem é para todo coração<br />
abatido. Teu pão eucarístico, para todo<br />
faminto <strong>de</strong> eternida<strong>de</strong>. E teu cálice sacia<br />
toda s<strong>ed</strong>e <strong>de</strong> vida em abundância.<br />
E assim, Igreja, tua profecia liberta<br />
o prisioneiro; tua fé cura o enfermo; teu<br />
po<strong>de</strong>r restitui a vida. Sob teu manto abriga-se<br />
a humanida<strong>de</strong> inteira. Nesta unida<strong>de</strong><br />
tudo se renova numa beleza sem<br />
fim. A beleza da comunhão, beleza<br />
ECUMENISMO<br />
Por uma Igreja ecumênica-comunhão<br />
ecumênica. A beleza é salvação.<br />
Mas algo aconteceu contigo, Igreja,<br />
e te transformaste. E nas mudanças, a<br />
comunhão se dissolveu, a unida<strong>de</strong> se dividiu.<br />
Surgiram fronteiras, não mais abrigas<br />
a todos. Criaste o estrangeiro em teu<br />
próprio seio, o <strong>de</strong>sconhecido, marginalizado.<br />
O infinito já não encontra abrigo em<br />
ti. Esqueceste a eternida<strong>de</strong>.<br />
E agora existes para poucos, Igreja.<br />
Do pão da Eucaristia, poucos se alimentam.<br />
Do teu cálice, poucos se saciam.<br />
Sob teu manto, poucos encontram abrigo.<br />
No teu interior, alegria e céu para poucos.<br />
«Lá fora», a danação <strong>de</strong> muitos. Eles<br />
não têm a veste da festa... Tua mensagem<br />
tornou-se pesada, códigos que poucos<br />
<strong>de</strong>cifram. Teus critérios são rigorosos,<br />
quase sem misericórdia. A seleção<br />
venceu a comunhão. Não mais pensas<br />
com o coração. E o <strong>de</strong>sejo ficou sem o<br />
abraço, o coração sem a carida<strong>de</strong>, a justiça<br />
sem a ternura. A multidão que eras,<br />
Igreja, se fez solidão. E tu pareces <strong>de</strong>masiado<br />
contente contigo mesma...<br />
Então, por que existes, Igreja? Se<br />
não acolhes o estrangeiro; se não alimentas<br />
o faminto; se não sacias o s<strong>ed</strong>ento;<br />
se não curas o enfermo; se não<br />
consolas o angustiado; se não libertas<br />
o prisioneiro; se não reanimas a vida; se<br />
não alcanças o infinito? Por que existes,<br />
Igreja, se não fazes do «outro» teu<br />
eu; do «eles» o nós; da exclusão a comunhão?<br />
Mas... realmente existes, Igreja,<br />
se não és comunhão/ecumênica?<br />
Retorna, Igreja, à tua origem, recupera<br />
tua unida<strong>de</strong>. E então dá-nos novamente<br />
razão para viver, conduze-nos ao infinito.<br />
Alarga tuas fronteiras corajosamente,<br />
profeticamente, e alimenta em nós a utopia<br />
da comunhão, a utopia ecumênica.<br />
Pe. Elias Wolff<br />
Leia mais sobre ecumenismo: www.encontro<strong>ed</strong>ialogo.kit.net<br />
FÉ E COMPROMISSO SOCIAL<br />
A Igreja e o Direito <strong>de</strong> Greve<br />
Ninguém acr<strong>ed</strong>ita que a greve seja o<br />
melhor encaminhamento para a solução<br />
dos conflitos sociais. Todavia, historicamente,<br />
a greve tem-se constituído instrumento<br />
capaz <strong>de</strong> resolver situações extremadas.<br />
No fundo, a greve é danosa á<br />
soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>: patrões, empregados, economia<br />
e bem comum são prejudicados, e<br />
a paz social comprometida, quando mesquinhas<br />
posições são radicalizadas<br />
(Rerum Novarum).<br />
Da categórica proibição das greves,<br />
evoluímos nos últimos tempos para o<br />
direito <strong>de</strong> greve quando razões<br />
justificadas assim o exigem, em <strong>de</strong>fesa<br />
do interesse público e da vida dos trabalhadores<br />
(Octogésima Adveniens).<br />
A Igreja não concorda com greves <strong>de</strong><br />
caráter político-partidário, mas reconhe-<br />
ce “o direito legitimo dos sindicatos<br />
apresentarem um ultimatum aos lí<strong>de</strong>res<br />
patronais”, quando está em jogo a<br />
vida da classe trabalhadora (Laborem<br />
Exercens).<br />
A Igreja quer estar ao lado dos pobres<br />
discernindo a justiça <strong>de</strong> suas reivindicações,<br />
favorecendo uma maior<br />
consciência <strong>de</strong> solidari<strong>ed</strong>a<strong>de</strong> e efetivo<br />
empenho na busca <strong>de</strong> soluções, evitando<br />
sempre o uso da violência (Sollicitudo<br />
Rei Socialis). Enfim, a greve é um direito<br />
social que não se restringe a reivindicações<br />
corporativistas, mas que visa<br />
o bem da soci<strong>ed</strong>a<strong>de</strong>.<br />
Pe. Vilmar A<strong>de</strong>lino Vicente<br />
Professor <strong>de</strong> Moral Social no ITESC e<br />
Diretor do Instituto João Paulo II<br />
JUVENTUDE<br />
Pastoral oferece formação a jovens<br />
Nos dias 22 e 23 <strong>de</strong> maio, a PJ<br />
da <strong>Arquidiocese</strong> realizou a II Etapa<br />
da Escola <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> e Curso <strong>de</strong><br />
Assessores, no Seminário Edith<br />
Stein em Barreiros. Esta ativida<strong>de</strong><br />
contou com a presença <strong>de</strong> 20 jovens<br />
na escola e 18 no curso, que continuam,<br />
através do Processo <strong>de</strong> Formação<br />
Integral, perseverantes na<br />
caminhada da PJ na <strong>Arquidiocese</strong>.<br />
Os grupos da Paróquia Sagrados<br />
Corações também se fizeram presentes,<br />
acolhendo os participantes<br />
e ajudando na organização.<br />
A proposta do Curso <strong>de</strong> Assessores<br />
é capacitar jovens para prestar<br />
acompanhamento e assessoria<br />
aos grupos nas comunida<strong>de</strong>s. Para esse<br />
acompanhamento, o contato po<strong>de</strong> ser feito<br />
com a secretaria da PJ. Este ano, a<br />
proposta da PJ na <strong>Arquidiocese</strong> concentra-se<br />
em 3 projetos: articulação, forma-<br />
PJ participa <strong>de</strong><br />
Seminário Regional<br />
A PJ da <strong>Arquidiocese</strong> estará participando,<br />
nos dias 25 a 27 <strong>de</strong> junho, do Seminário<br />
Regional sobre Especificida<strong>de</strong><br />
Pastoral e Realida<strong>de</strong> Juvenil,<br />
que acontecerá em Rio do Sul, com<br />
a assessoria do Pe. Hilário Dick. Este<br />
seminário reunirá as Pastorais (PJ, PJR,<br />
PJMP) das dioceses do Regional Sul IV,<br />
e tem como objetivo geral apontar como<br />
se <strong>de</strong>ve trabalhar com as diferentes realida<strong>de</strong>s<br />
juvenis. A <strong>Arquidiocese</strong> estará representada<br />
por 12 participantes.<br />
Para milhares <strong>de</strong> jovens <strong>de</strong> 16 e 17 anos,<br />
as eleições não serão mais a mesma coisa,<br />
pois, a partir <strong>de</strong>ste ano eles serão sujeitos<br />
do processo <strong>de</strong> mudança que se dá<br />
através do voto. Estes jovens, que na sua<br />
maioria são estudantes, enfrentaram horas<br />
<strong>de</strong> filas para alistar-se eleitoralmente até o<br />
dia cinco do último mês, término do prazo<br />
para requerer o titulo <strong>de</strong> eleitor.<br />
O voto aos 16 anos foi uma conquista<br />
incomparável que se concretizou em 1988,<br />
quando foi aprovada a atual Constituição<br />
F<strong>ed</strong>eral. É importante saber que foram os<br />
jovens os principais atores da mobilização<br />
para aprovação da emenda que dava direito<br />
aos 16 e 17 anos a votarem opcionalmente.<br />
Esta <strong>de</strong>cisão modificou totalmente<br />
tanto a visão sobre a participação dos<br />
jovens na mudança das estruturas políticas/governamentais,<br />
quanto a visão dos<br />
próprios jovens sobre a participação e<br />
conscientização política.<br />
Neste ano ocorreram em todo o país<br />
campanhas para incentivar os jovens a participarem<br />
da festa da <strong>de</strong>mocracia no Brasil,<br />
através <strong>de</strong> seu voto. Novamente vemos<br />
os jovens como atores <strong>de</strong>sta mobilização,<br />
pois a principal campanha acontecida no<br />
Estado, foi a “Se Liga 16”, realizada pelo<br />
Tribunal Regional Eleitoral(TRE), juntamente<br />
com a União da Juventu<strong>de</strong> Socialista<br />
(UJS), União Nacional <strong>de</strong> Estudantes<br />
(UNE) e a União Brasileira dos Estudantes<br />
Secundaristas (UBES).<br />
É fácil observar que o voto aos 16 e 17<br />
anos é um voto que tem um sentido diferente<br />
dos outros. Primeiramente, porque não é<br />
um voto obrigatório; segundo, porque não é<br />
voto viciado; e por último, é voto que carrega<br />
Participantes da II Etapa do Curso <strong>de</strong> Assessores<br />
ção e espiritualida<strong>de</strong>. Para <strong>de</strong>senvolver<br />
estes projetos, algumas ativida<strong>de</strong>s já estão<br />
sendo realizadas como: levantamento<br />
dos grupos <strong>de</strong> jovens, escola e curso, oficinas,<br />
cursos paroquiais, entre outros.<br />
Fique ligado!!!<br />
- Se sua paróquia ainda não conhece a<br />
Pastoral da Juventu<strong>de</strong>, entre em contato com a<br />
secretaria da PJ: (48) 224-4799 ou pjuv@<br />
arquifloripa.org.br<br />
- As oficinas que estamos realizando nas<br />
diversas paróquias são: O que é PJ; Mística e<br />
espiritualida<strong>de</strong>; Metodologia e dinâmicas e<br />
Personalização e integração. Agen<strong>de</strong> logo a<br />
sua na secretaria da PJ!<br />
- Os cursos, nas paróquias, seguem a proposta<br />
do projeto <strong>de</strong> formação. Tendo em vista<br />
que estamos num ano <strong>de</strong> eleições, o tema <strong>de</strong>ste<br />
ano é: “Conscientização política” e o lema: “Para<br />
construir é necessário participar”<br />
Jovens iniciam sua participação política<br />
todos os significados, pois a juventu<strong>de</strong> necessita<br />
<strong>de</strong> muitas conquistas (<strong>ed</strong>ucação,<br />
cultura, lazer, passe livre para estudantes,<br />
trabalho etc) e é justamente através do voto<br />
e da cobrança dos legisladores, que po<strong>de</strong>rá<br />
alcançar tais conquistas.<br />
Então, no dia 03 <strong>de</strong> outubro veremos<br />
milhares <strong>de</strong> jovens votando por uma vida<br />
melhor, on<strong>de</strong> se priorizem todas as alternativas<br />
para melhoria das condições <strong>de</strong><br />
vida, não só dos jovens mas <strong>de</strong> toda a população.<br />
No quadro abaixo vemos que existe<br />
uma porcentagem muito significativa dos<br />
jovens que vão às urnas. No entanto, uma<br />
pergunta fica no ar: Quando os governos<br />
municipais abrirão os olhos para dar lugar<br />
aos jovens em sua administração, além dos<br />
cargos <strong>de</strong> estagiários(as)?<br />
Confira dados populacionais e número<br />
<strong>de</strong> eleitores<br />
População*<br />
16 anos...............................104.811<br />
17 anos...............................110.973<br />
Total....................................215.784<br />
(3,8% da população do Estado)<br />
Eleitores**<br />
16 anos.................................16.841<br />
17 anos.................................49.671<br />
Total......................................66.512<br />
(1,7% do total <strong>de</strong> eleitores do Estado)<br />
* Fonte IBGE<br />
** Fonte TRE-SC, dados <strong>de</strong> 01/10/2003<br />
Fernando Anísio Batista<br />
da Equipe <strong>de</strong> Assessoria da PJ