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Compromisso Aluno - Juerp

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Encontro<br />

A mensagem do céu para toda a terra<br />

Após um trimestre de estudos em que nos detivemos no primeiro livro do Antigo Testamento<br />

(Gênesis) aqui, na revista COMPROMISSO, voltamo-nos agora para o primeiro<br />

livro do Novo Testamento, cuja mensagem será alvo de nossa re exão, meditação, recordação<br />

e, mais do que isso, renovação de nosso aprendizado e ampliação de nosso compromisso<br />

ético com a mensagem de Cristo, conforme apresentada pelo Evangelho de Mateus.<br />

Do passado para o presente – O texto de Mateus principia com o resumo da genealogia<br />

de Jesus, demonstrando que a criança que nasceu em Belém é, de fato, o Cristo anunciado pelos<br />

profetas e cuja história remonta aos tempos primevos da criação de Deus. Segundo o Evangelho<br />

de João, ele estava no princípio com Deus, na eternidade. No Apocalipse, o mesmo João reitera<br />

essa verdade dizendo que Jesus é o alfa e o ômega, ou seja, o princípio e o m. Para Mateus, Jesus<br />

é também o Deus que age na história, de geração em geração, do passado para o presente.<br />

No presente – O Deus da história é o Emanuel, Deus-conosco, Deus que intervém na história<br />

humana para manifestar o reino dos céus aos desgovernos e injustiças da terra. Mateus, portanto,<br />

revela Jesus como o Deus presente, aquele a quem o profeta João Batista dá testemunho de que ele<br />

é verdadeiramente o Cristo. Continua o evangelista mostrando Jesus presente na história, tanto<br />

nos grandes como nos singelos problemas da condição humana. Assim, ele enfrenta os poderes do<br />

mal, chama discípulos para sua seara, profere a maior mensagem já pregada (o Sermão do Monte),<br />

cura doenças e restaura vidas, convive com pobres e pecadores, ressuscita mortos, liberta endemoninhados,<br />

alimenta multidões com o pão material e com o ensino da Palavra, interfere na natureza,<br />

enfrenta opositores, submete-se voluntariamente à morte por amor aos pecadores, é sepultado e<br />

ressuscita triunfalmente dentre os mortos para a glória da vida, para a salvação de toda a criação.<br />

Jesus é Deus que faz história, que age na história e se mantém presente na história hoje.<br />

Do presente para o futuro – O Deus presente traz a mensagem da plenitude de vida do<br />

céu para toda a terra. Ao subir aos céus ele comissiona seus seguidores, sob o poder do Espírito<br />

Santo, a darem prosseguimento a esta missão evangelizadora de proclamar, de ensinar,<br />

de praticar a vontade de Deus entre todas as pessoas da terra.<br />

O Deus da história nos convoca a dar prosseguimento hoje, efetivamente, a esta tarefa<br />

missionária iniciada por Cristo. Desde o presente rumo ao futuro até o nal dos séculos<br />

com a volta gloriosa de Jesus.<br />

Que este trimestre de estudos bíblicos sob a perspectiva de Mateus nos faça ser mais<br />

ativos na história aprendendo com o exemplo de Cristo, o Deus que se fez presente ontem,<br />

se faz presente hoje e se fará presente sempre.<br />

2T13 COMPROMISSO 1


COMPROMISSO destina-se a adultos (36 a 64 anos), contendo lições para a Escola<br />

Bíblica Dominical. Os adultos de 65 anos em diante podem, obviamente, usar esta<br />

revista, mas a CBB destina a eles a revista REALIZAÇÃO, cuidadosamente preparada<br />

para a faixa etária da terceira idade<br />

Publicação trimestral do<br />

Departamento de Educação Religiosa<br />

da Convenção Batista Brasileira<br />

CNPJ (MF): 33.531.732/0001-67<br />

Registro nº 816.243.760 no INPI<br />

Endereço<br />

Caixa Postal, 39836130<br />

Rio de Ja nei ro, RJ<br />

Tels.: (21) 2157-5557<br />

<br />

<br />

<br />

Direção Geral<br />

Sócrates Oliveira de Souza<br />

2 COMPROMISSO2T13<br />

<br />

ISSN 1984-7475<br />

LITERATURA BATISTA<br />

Ano CVII – Nº 426 – Abr.Maio.Jun. 2013<br />

Coordenação Editorial<br />

<br />

(RP/16897)<br />

Redação<br />

Clemir Fernandes Silva<br />

Produção Editorial<br />

<br />

<br />

<br />

Distribuição<br />

EBD-1 Marketing e Consultoria Editorial Ltda.<br />

<br />

<br />

Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas<br />

no cumprimento de sua missão como comunidade local”<br />

QUEM ESCREVEU <br />

Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (1979-1982). Convalidação do curso<br />

teológico pela Universidade Metodista de São Paulo (2009). Mestrando em Missio-<br />

<br />

do Sul (1993-1994; 1999) pela Junta de Missões Mundiais da CBB. É professor no<br />

<br />

<br />

do Estado do Rio desde 2000. É casado com Eliane Pitzer Jacob com quem tem três


Estudos da Escola Bíblica Dominical<br />

Sumário<br />

Mateus: O Evangelho do Rei 7<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Variedades<br />

Defesa de crianças e adolescentes: duas sugestões práticas<br />

“Se eu posso hoje o bem fazer”<br />

3. Missões Mundiais<br />

12<br />

16<br />

20<br />

24<br />

28<br />

32<br />

36<br />

40<br />

44<br />

48<br />

52<br />

56<br />

60<br />

4<br />

6<br />

64<br />

2T13 COMPROMISSO 3


Ênfase do ano<br />

Defesa de crianças e adolescentes:<br />

duas sugestões práticas<br />

Jesus é o grande defensor de crianças<br />

e adolescentes. O conhecido texto<br />

bíblico em que ele “briga” com seus<br />

próprios discípulos por causa das<br />

crianças é paradigmático e, por isso,<br />

tem muito a nos ensinar. Ele assume a<br />

causa das crianças sem voz e sem vez,<br />

as acolhe plenamente abençoando-<br />

-as com sua presença e apoio efetivo<br />

e, além disso, transforma seus discípulos<br />

com seu ensino e grande exemplo<br />

de abraçar e valorizar aqueles de<br />

quem a sociedade não dava valor.<br />

No contexto em que vivemos,<br />

marcado por abusos e desrespeito a<br />

crianças e adolescentes, o que podemos<br />

fazer para efetivamente abençoá-las<br />

a exemplo de Jesus? Sei que<br />

há muitas maneiras e nossas igrejas<br />

já desenvolvem várias tarefas, sobretudo<br />

no contexto da Escola Bíblica<br />

Dominical. Porém, mais atividades<br />

assemelhadas podem ser praticadas.<br />

Aqui faremos duas sugestões de atividades<br />

que podem ser desenvolvi-<br />

4 COMPROMISSO2T13<br />

das por você, sua classe, sua igreja,<br />

seus amigos, sua família. Uma é mais<br />

simples e a outra mais complexa,<br />

mas ambas possíveis de serem realizadas.<br />

1 Mutirão de oração em favor<br />

de crianças e adolescentes em vulnerabilidade<br />

social – Mobilizar e<br />

motivar pessoas a participarem deste<br />

esforço que pode acontecer, inclusive,<br />

nos cultos de sua igreja ou contexto<br />

de sua família. Reunir dados sobre<br />

a situação de crianças em vulnerabilidade<br />

social. Realizar a campanha de<br />

oração intercalando os dados com os<br />

momentos especí cos de oração. Sugerimos<br />

a data de 7, 8 e 9 de junho,<br />

quando acontece campanha semelhante<br />

em mais de 100 países, o Mutirão<br />

Mundial de Oração em favor<br />

de crianças e adolescentes. Para mais<br />

informações sobre esta campanha e<br />

como participar: www.bolanarede.<br />

org.br


2 Mobilização contra a exploração<br />

sexual de crianças e adolescentes<br />

– Este é um grave problema que<br />

pode acontecer com qualquer criança,<br />

inclusive no ambiente da família e<br />

no contexto da igreja. Conhecer este<br />

problema e buscar parceiros para a<br />

defesa de crianças adolescentes é um<br />

compromisso essencialmente cristão<br />

a exemplo do próprio Jesus.<br />

Assim como o Mutirão de oração,<br />

esta atividade acontece também há<br />

vários anos e envolve igrejas, sociedade<br />

civil, entidades públicas etc. Sugerimos<br />

realizar algo semelhante em<br />

seu bairro ou cidade ou se juntando<br />

a quem já promove esta marcha. Ela<br />

acontece geralmente em 18 de maio.<br />

Conheça e participe. Mais informações<br />

em www.bolanarede.org.br<br />

Seja de fato um seguidor de Jesus,<br />

no estudo de sua Palavra e na prática<br />

de seus ensinos. Faça como Jesus, "brigue"<br />

pela defesa de crianças e adolescentes.<br />

Tema: <br />

valorização da nova geração<br />

Ênfase: <br />

valorização e no cuidado da criança e<br />

do adolescente<br />

Divisa:<br />

<br />

<br />

Hino do trimestre: “Se eu posso<br />

Hinário<br />

para o culto cristão<br />

Clemir Fernandes<br />

Imagem: Morgue File<br />

2T13 COMPROMISSO 5


Hino do trimestre<br />

6 COMPROMISSO2T13


Introdução ao trimestre<br />

Mateus<br />

O Evangelho do Rei<br />

O Evangelho de Mateus é a mensagem<br />

do Rei que, sendo Deus, se manifestou<br />

em carne e osso, revelando o seu<br />

grande amor por nós. É o Evangelho da<br />

soberania de Deus Pai sobre a vida das<br />

pessoas e sobre toda a natureza. Ele começa<br />

revelando o Emanuel (que quer<br />

dizer: Deus conosco – 1.23) e termina<br />

com “eis que estou convosco todos<br />

os dias até a consumação dos séculos”<br />

(28.20). Ele revela a soberania de Deus<br />

na história e nos exorta dizendo: e “este<br />

evangelho do reino será pregado por<br />

todo o mundo, para testemunho a todas<br />

as nações. Então virá o m” (24.14).<br />

Há algumas informações relevantes<br />

visando a nossa compreensão de todo o<br />

Evangelho para a comunidade de hoje.<br />

Trataremos a situação ambiental, o propósito,<br />

a mensagem, a data e o autor.<br />

Jesus e seus discípulos – Gravura de Gustave Doré<br />

2T13 COMPROMISSO 7


SITUAÇÃO AMBIENTAL<br />

E PROPÓSITO<br />

É muito relevante conhecer o contexto,<br />

bem como o propósito do livro para<br />

nos situarmos na compreensão do texto<br />

e sua mensagem. Leitura, interpretação e<br />

aplicação são três princípios básicos para<br />

uma compreensão madura da Escritura e<br />

consequente testemunho cristão.<br />

Um erudito do Novo Testamento<br />

nos dá uma dica interessante nesta direção.<br />

“Na década após a Primeira Guerra<br />

Judaico-Romana, a igreja à qual Mateus<br />

escreveu cou algures entre a sua origem<br />

judaica e o que mais tarde se tornou<br />

uma igreja totalmente gentílica. Essa<br />

igreja ainda não estava preparada para<br />

admitir a sua separação do judaísmo,<br />

embora possa ser que o judaísmo a tivesse<br />

repudiado. Pelo menos, a igreja de<br />

Mateus ainda estava interagindo com o<br />

judaísmo (17.24-27; 23.1-12; 24.9). O<br />

cristianismo estava rapidamente se tornando<br />

menos judaico e mais gentílico.<br />

Os cristãos judeus precisavam compreender<br />

o signi cado da lei e do templo<br />

(agora em ruínas) para si mesmos, tanto<br />

quanto o seu relacionamento com os<br />

gentios convertidos. Os cristãos gentios<br />

precisavam entender a natureza da liberdade<br />

em respeito à Lei de Deus. Ambos<br />

os grupos precisavam compreender a relação<br />

do cristianismo com o judaísmo”. 1<br />

O Evangelho de Mateus tanto distancia<br />

quanto interage entre a sinagoga e a<br />

igreja. Mateus conhece as sinagogas como<br />

8 COMPROMISSO2T13<br />

sinagogas do judaísmo farisaico (4.23;<br />

9.35; 10.17; 12.9; 13.54; 23.34) exceto<br />

em 4.23. Cada ocorrência do termo “sinagoga<br />

deles” é redacional, é obra editorial<br />

de Mateus. Marcos conhece a expressão<br />

(1.23,39), mas Mateus enfatiza. 2<br />

Os debates com o farisaísmo dão a<br />

entender um relacionamento contínuo,<br />

embora restringido. Mateus a rma a validade<br />

contínua da lei, tão importante<br />

para os fariseus. O que o aparta deles é<br />

a sua declaração de que em Cristo se encontra<br />

uma melhor compreensão da lei<br />

(5.21-48; 9.13; 12.3,5,7; 16.6,11) e o seu<br />

verdadeiro cumprimento, em contraste<br />

com o mau entendimento e uso errado<br />

da lei por parte dos fariseus (9.4; 15.12-<br />

14; 22.18; 23.2). Mateus vê Jesus como<br />

cumprindo a lei, mas descobrindo a sua<br />

verdadeira intenção, dando a ela obediência<br />

plena, expressa por m no amor,<br />

que se dá em serviço sacri cial. 3<br />

Um dos principais propósitos de Mateus<br />

era argumentar que o verdadeiro judaísmo<br />

tinha o seu cumprimento em Cristo,<br />

e não no judaísmo farisaico centralizado<br />

em Jâmnia, cidade hoje denominada Yavneh<br />

(um concílio rabínico (farisaico) realizado<br />

no final do primeiro século d.C. e<br />

início do segundo d.C., que procurou, sob<br />

a direção do rabino Yochaman ben Zakai,<br />

dar um rumo ao judaísmo após a destruição<br />

do templo de Jerusalém). Jesus Cristo<br />

é apresentado como “Filho de Davi, Filho<br />

de Abraão” (1.1.), e Mateus mostra como<br />

as alianças com Abraão e Davi se cumpriram<br />

em Jesus. A genealogia e nascimento


e narrativas da infância de Jesus (1-2) são<br />

construídas de tal forma a mostrar que Jesus<br />

é Filho de Davi, mas também Filho de<br />

Deus, em quem as alianças com Abraão e<br />

Davi são cumpridas. 4<br />

A MENSAGEM DE MATEUS<br />

Qual era a mensagem deste que foi<br />

cobrador de impostos, odiado pelos<br />

judeus? Considerando a sua experiência<br />

com Jesus, qual a mensagem que<br />

Mateus transmite a nós hoje?<br />

Jesus é o cumprimento do Antigo Testamento.<br />

A mais importante passagem<br />

nesta conexão é 5.17-20. Há outras<br />

correlações: 12.15-21 (Isaías 42.1-4);<br />

8.16,17 (Isaías 53).<br />

Jesus é o Rei (4.17). Este reino de Deus<br />

esperado é marcado por quatro características<br />

no Antigo Testamento: justiça<br />

(Jr 23.5,6), paz (Ez 34.23-31), estabilidade<br />

(Is 9.7) e universalidade (Zc 9.10).<br />

Jesus é o Filho de Deus. O professor<br />

Jack Kingsbury, citado por Stott, argumenta<br />

que o “Filho de Deus” é, na<br />

mente de Mateus, o título mais importante<br />

dado a Jesus. É quase sempre usado<br />

por outros a respeito de Jesus: pelo<br />

Diabo ou demônios: 4.3,6; 8.29; pelos<br />

inimigos de Jesus, em acusação ou<br />

zombarias: 26.63; 27.40,43; por Mateus,<br />

os discípulos ou outros em con-<br />

ssão de fé: 2.15; 14.33; 16.16; 27.54;<br />

pelo próprio Deus: 3.17; 17.5; 21.37.<br />

Réplica do segundo templo, do período de Cristo – Imagem: Wikipédia<br />

2T13 COMPROMISSO 9


Como título, ele tem três correlações:<br />

com Israel (Ex 4.22; Os 11.1; Mt<br />

2.15; com a realeza (2Sm 7.13,14; Sl<br />

2.7); com a deidade (Mt 11.25-27).<br />

Jesus é o Mestre, o Cristo: 23.10;<br />

18.15-35; 16.18; 18.17.<br />

Jesus é o Salvador, o Filho do homem:<br />

20.27,28; 26.28; 1.21.<br />

O Evangelho de Mateus é certamente<br />

o do Rei que governa, como<br />

indicamos anteriormente. Mas este Rei<br />

é diferente dos outros. Ele não governa<br />

com autoridade distante nem vive<br />

em esplendor pessoal. Ele se assenta<br />

num trono e julga as nações (25.31ss),<br />

mas somente porque “tomou as nossas<br />

enfermidades e carregou com as nossas<br />

doenças” (8.17, citando Isaías 53.3,4).<br />

Ele governa como um servo, não com<br />

poder, mas com compaixão, não com<br />

autopromoção, mas com total abnegação.<br />

Este é o coração pulsante da<br />

mensagem do Evangelho de Mateus<br />

– mensagem que o arrastou da vida de<br />

ganância e egoísmo para a vida de serviço<br />

deste Rei”. 5<br />

DATA E AUTOR<br />

Embora este Evangelho receba<br />

ocasionalmente data entre as décadas<br />

de 80 e 90 do primeiro século, o<br />

fato de a destruição de Jerusalém ser<br />

ainda considerada um acontecimen-<br />

10 COMPROMISSO2T13<br />

to futuro (24.2), parece exigir uma<br />

data mais recuada. Alguns pensam<br />

que Mateus foi o primeiro Evangelho<br />

a ser escrito (por volta do ano 50<br />

d.C.), ao passo que outros discordam<br />

alegando que só foi escrito na década<br />

de 60 d.C. 6<br />

Quem era Mateus? Era um cobrador<br />

de impostos judeu. Chamado<br />

também de Levi por Marcos e Lucas<br />

(Mc 2.14; Lc 5.27-29). Jesus lhe disse:<br />

Segue-me! Ele se levantou e o seguiu<br />

(9.9). Ele chama a si mesmo de publicano<br />

(10.3). Ele experimentou uma conversão<br />

revolucionária. Somente Mateus<br />

se refere ao ensino direto de Jesus sobre<br />

o pagamento de imposto (17.24-27).<br />

Segundo Stott, há três características<br />

importantes do Evangelho de Mateus<br />

que podem ser delineadas a partir da<br />

sua experiência de conversão: 1) Ele<br />

aprendeu o que é misericórdia e perdão<br />

(Mt 6.12; Lc 11.4); 2) Ele desenvolveu<br />

uma nova visão do Rei (Mt 22.16; Mc<br />

3.6); 3) Ele descobriu um novo dom<br />

de ensinar: sua narrativa estruturada;<br />

seu uso do Antigo Testamento; sua preocupação<br />

acerca dos fariseus e seu estilo<br />

narrativo. 7<br />

Este é o Evangelho de Mateus, inspirado<br />

pelo Espírito Santo, revelado a<br />

um homem que seguiu e serviu a Cristo,<br />

trazendo para nós um manancial<br />

de vida e testemunho cristão para a<br />

glória de Deus.<br />

_____________________<br />

Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob


NOTAS<br />

Introdução ao Evangelho de Mateus. Comentário Broadman. Rio de Janeiro: <strong>Juerp</strong>, 1982. Vol. 8.<br />

2 Ibid.<br />

4 Ibid.<br />

Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.<br />

Introdução ao Evangelho de Mateus. São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1991.<br />

Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.<br />

OBRAS CONSULTADAS<br />

<br />

Todas as parábolas da Bíblia. 9ª Reimpressão. São Paulo: Editora<br />

Vida, 2009.<br />

MEYER, F. B. Comentário bíblico devocional<br />

nia, 1992.<br />

Bíblia anotada. 1ª Edição. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991.<br />

Comentário Bíblico Broadman. 1ª Edição. Rio de Janeiro: <strong>Juerp</strong>,<br />

1982. Vol. 8.<br />

Homens com uma mensagem. 1ª Edição. Campinas: Editora Cristã<br />

Unida, 1996.<br />

Mateus – Introdução e comentário. 1ª Edição. São Paulo: Editora<br />

Mundo Cristão e Edições Vida Nova, 1980.<br />

Mosaico de Deus. 1ª Edição. São Leopoldo: Editora Sinodal,<br />

1968.<br />

2T13 COMPROMISSO 11


EBD 1<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

1.1-10<br />

“O Guia que há de<br />

apascentar o meu povo”<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

Terça<br />

Mateus<br />

1.11-17<br />

12 COMPROMISSO2T13<br />

A primeira vinda de Cristo ao mundo<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta Quinta Sexta<br />

Mateus<br />

1.18-25<br />

A manifestação de Cristo ao mundo<br />

revela o amor de Deus. A vinda<br />

de Jesus, nascido de mulher, sob a lei,<br />

para resgatar os que estão debaixo da<br />

lei é a verdade pura do evangelho.<br />

Veremos nesta exposição a genealogia<br />

de Jesus; o milagre do seu nascimento;<br />

a alegria, o júbilo dos sábios<br />

do Oriente; a reação violenta de Herodes,<br />

o Grande, e a xação da residência<br />

de José, Maria e Jesus em Nazaré,<br />

onde o menino trabalhará com<br />

o pai na carpintaria até iniciar o seu<br />

ministério.<br />

A GENEALOGIA (Mt 1.1-17)<br />

O nosso objetivo nesta exposição<br />

bíblica é tratar a revelação de Jesus<br />

Cristo, o Rei. Ele, sendo Deus, entrou<br />

na história na pessoa de Jesus. A ge-<br />

Mateus<br />

2.1-12<br />

Mateus<br />

2.13-15<br />

7 de abril<br />

Sábado Domingo<br />

Mateus<br />

2.19-23<br />

nealogia de ne muito bem a sua humanidade.<br />

Genealogia vem do grego<br />

geneseos, que quer dizer "origem, natividade,<br />

nascimento, existência, vida".<br />

As 14 gerações (grego: geneai), no<br />

versículo 17, denotam a veracidade histórica<br />

de Jesus Cristo, pois no passado<br />

obscuro, Deus escolhera uma família, a<br />

de Abraão, e, mais adiante, outra família<br />

dentro da família abraâmica, a de Davi,<br />

para ser o veículo pelo qual seu Filho<br />

entrasse no mundo. A nação judaica foi<br />

fundada e protegida por Deus, através<br />

dos séculos, para salvaguardar a linhagem<br />

dessa família. A genealogia, como<br />

está em Mateus, é abreviada. Omitem-<br />

-se alguns nomes. São 42 gerações que<br />

cobrem dois mil anos. Dividem-se em<br />

três partes, de 14 gerações, talvez para<br />

ajudar a memória: a primeira, cobrindo<br />

mil anos; a segunda, 400 anos; e a


terceira, 600 anos. São três grupos de<br />

14. No terceiro grupo, entretanto, nomeiam-se<br />

só 13 gerações, dando-se a<br />

entender evidentemente que Maria<br />

seria a décima-quarta.<br />

Não era comum nas genealogias<br />

judias aparecerem os nomes de mulheres.<br />

A mulher não era considerada<br />

uma pessoa para tal responsabilidade.<br />

Ela não exercia direitos legais. Era<br />

simplesmente possessão do seu pai ou<br />

do seu esposo, e era obrigada a fazer<br />

o que eles quisessem. Na sua ação de<br />

graça matutina, o judeu agradecia a<br />

Deus por não tê-lo feito gentio, escravo<br />

ou mulher. A simples presença de<br />

nomes femininos em uma genealogia<br />

é um fato extraordinário. Então,<br />

Jesus derruba a barreira que separa o<br />

judeu do gentio; o homem da mulher<br />

e o santo do pecador (Barclay: 22,23).<br />

Ele não veio chamar justos, mas pecadores<br />

ao arrependimento (Mc 9.13).<br />

A opinião comumente aceita é que<br />

Mateus dá a linhagem de José, mostrando<br />

que Jesus é o herdeiro legal das<br />

promessas feitas a Abraão e a Davi; e<br />

Lucas dá a linhagem de Maria, mostrando<br />

a descendência física de Jesus,<br />

"Filho de Davi segundo a carne" (Rm<br />

1.3). Em Mateus 1.16, a expressão "da<br />

qual" mostra que a utilização do feminino<br />

singular no grego não deixa<br />

dúvidas de que Jesus nasceu apenas<br />

de Maria, e não de Maria e José. Esta<br />

é uma das evidências mais fortes para<br />

o nascimento virginal de Jesus. A ge-<br />

nealogia de Maria, de acordo com a<br />

prática judaica, dependia do esposo.<br />

Estas genealogias, registradas mais<br />

detalhadamente em 1Crônicas 1 a 9,<br />

formam a espinha dorsal dos anais do<br />

Antigo Testamento, preservadas cuidadosamente<br />

através dos séculos.<br />

O MILAGRE DO NASCIMENTO<br />

DE CRISTO (Mt 1.18-25)<br />

O nascimento do Senhor Jesus<br />

Cristo revela o milagre da entrada do<br />

eterno dentro do nosso tempo. O mistério<br />

é revelado na história.<br />

Maria, no período do noivado em<br />

que aguardava coabitar com José, foi<br />

engravidada pelo Espírito Santo. José e<br />

Maria foram preparados pelo Senhor<br />

para a concepção de Jesus (1.20,21).<br />

Ele é da semente da mulher que veio<br />

para salvar os seres humanos (Gn<br />

3.15; Mt 1.21).<br />

O texto sagrado é muito esclarecedor<br />

quando revela em 1.18, que, "estando<br />

Maria, sua mãe, desposada com<br />

José, sem que tivessem antes coabitado,<br />

achou-se grávida pelo Espírito Santo".<br />

É importante destacar que Maria passou<br />

com Isabel, sua prima, os três meses<br />

seguintes à visita que lhe fez o mensageiro<br />

celeste. Quando voltou a Nazaré<br />

e José soube do seu estado, este deve<br />

tê-lo levado a uma perplexidade estranha.<br />

Era, porém, um homem íntegro e<br />

justo, dispondo-se a resguardar a repu-<br />

2T13 COMPROMISSO 13


tação de Maria do que ele supunha ser<br />

uma desmoralização pública ou coisa<br />

pior. Foi quando o anjo apareceu-lhe e<br />

explicou tudo (1.19-24). Podemos informar<br />

que a intenção evidente de Mateus<br />

foi mostrar que Cristo tivera uma<br />

origem sobrenatural.<br />

OS SÁBIOS FICAM<br />

IMPRESSIONADOS<br />

(Mt 2.1,2, 9-12)<br />

Mesmo sendo considerados homens<br />

sábios, eles saíram da Babilônia<br />

ou de países mais além, região onde a<br />

raça humana teve a sua origem, terra<br />

de Abraão e do cativeiro judaico, onde<br />

muitos judeus ainda viviam. Eram<br />

homens que pertenciam à classe de<br />

pessoas ilustres, eram conselheiros de<br />

reis. Talvez, estivessem familiarizados<br />

com as escrituras judaicas e sabiam da<br />

expectação existente pelo Rei ou pelo<br />

Messias. Certamente, eram homens<br />

de elevada posição social, pois tiveram<br />

acesso à presença de Herodes.<br />

Geralmente são mencionados como<br />

"três magos", mas as Escrituras não dizem<br />

quantos foram. Provavelmente foram<br />

mais de três, ou pelo menos vieram com<br />

uma comitiva de dezenas ou centenas<br />

de pessoas, como medida de segurança,<br />

visto que não seria seguro um pequeno<br />

grupo viajar milhares de quilômetros de<br />

desertos infestados de malfeitores. A chegada<br />

deles a Jerusalém foi bastante espetacular<br />

para alvoroçar a cidade inteira.<br />

14 COMPROMISSO2T13<br />

Eles sabiam a quem buscavam. Herodes<br />

cou alarmado (2.2,3). O rei<br />

convocou os religiosos e lhes indagou<br />

onde nasceria o Messias. A resposta foi<br />

imediata. Herodes chama os sábios, os<br />

questiona, enviando-os a Belém. A estrela<br />

que viram no Oriente parou sobre<br />

onde estava o menino Jesus (2.7-<br />

9). "Esta estrela, vista pelos magos, foi,<br />

sem dúvida, um fenômeno distinto,<br />

uma luz sobrenatural que, pela direta<br />

revelação de Deus, foi adiante deles e<br />

indicou-lhes o lugar exato; anúncio<br />

sobrenatural de um nascimento sobrenatural"<br />

(Halley, p. 370).<br />

Os sábios do Oriente experimentaram<br />

um grande e intenso júbilo ao<br />

verem a estrela (2.10). O texto grego<br />

usa o superlativo para expressar<br />

o sentimento desses homens diante<br />

de Jesus. Eles o adoraram e ofereceram<br />

o melhor que tinham dos seus<br />

tesouros: ouro, incenso e mirra. "Os<br />

primeiros pais da igreja entendiam<br />

o ouro como símbolo da divindade<br />

de Jesus; o incenso, da sua pureza; e<br />

a mirra, de sua morte, uma vez que<br />

era usada para embalsamar" (Ryrie,<br />

p. 1.184). Após a visita ao menino<br />

Jesus, os sábios zeram a vontade de<br />

Deus, retornando para a Babilônia.<br />

A REAÇÃO DE HERODES<br />

(Mt 2.3-8, 16-18)<br />

Uma pergunta que nos vem à mente<br />

é: por que Herodes, o Grande, reage


negativamente ao nascimento de Jesus<br />

Cristo? Porque ele representa toda a<br />

artimanha satânica que se manifesta<br />

no humanismo do rei. Herodes era um<br />

homem megalomaníaco, com sede de<br />

poder e um inimigo do reino de Deus.<br />

Uma razão fundamental para o<br />

comportamento de Herodes era a<br />

sua origem. Os Herodes eram uma<br />

linhagem edomita de reis que, sob<br />

o governo romano, dominavam a<br />

Judeia pouco antes da aparição de<br />

Cristo. Herodes, o Grande, 37–3<br />

a.C., subiu ao trono e o conservou<br />

por meio de crimes bárbaros, pois<br />

matou até sua esposa e dois filhos.<br />

Era cruel, astuto e de sangue frio.<br />

Foi ele quem matou os meninos de<br />

Belém, num esforço para eliminar<br />

Cristo. Seu filho, 33 anos mais tarde,<br />

matou João Batista (Mc 6.14-29), e<br />

escarneceu de Cristo (Lc 23.7-12).<br />

Herodes era descendente de Esaú,<br />

que odiava os judeus. Com a perseguição<br />

empreendida por Herodes,<br />

José e Maria fogem com o menino<br />

para o Egito (2.13-15).<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

IMAGENS DA VIDA<br />

SIMPLES QUE CRISTO<br />

LEVAVA EM NAZARÉ<br />

(Mt 2.19-23)<br />

Após a morte de Herodes, um<br />

anjo do Senhor apareceu em sonho<br />

a José no Egito e ordenou a sua volta<br />

para a terra de Israel. José obedeceu<br />

e foi para as regiões da Galileia (v.<br />

19-22).<br />

Mateus não menciona que José<br />

e Maria tivessem residido anteriormente<br />

em Nazaré. Sabemos isto de<br />

Lucas. Diz o texto (v. 23) que Jesus<br />

será chamado nazareno. Provavelmente<br />

nazareno é um sinônimo para<br />

desprezível ou desprezado, já que Nazaré<br />

era o lugar mais improvável para<br />

a residência do Messias.<br />

Tudo nos leva a crer que Jesus<br />

trabalhou com o seu pai na carpintaria<br />

até o tempo de realizar a<br />

sua missão como Salvador, como<br />

aquele que veio para servir e dar a<br />

sua vida em resgate de muitos (Mt<br />

20.28).<br />

1 <br />

gente. Ele nos ama profundamente. Você tem falado deste amor às pessoas?<br />

2 <br />

<br />

<br />

2T13 COMPROMISSO 15


EBD 2 14 de abril<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

3.1-7<br />

Neste estudo enfocaremos o ministério<br />

de João Batista, profetizado<br />

em Isaías 40.1-3. Um homem comprometido<br />

com o Senhor Jesus, a sua<br />

revelação e com a ética do reino de<br />

Deus, realizando o batismo de arrependimento.<br />

Veremos a sua simplicidade e a envergadura<br />

do seu ofício em ser o precursor<br />

e aquele que batizou o Senhor<br />

Jesus Cristo no Rio Jordão, inaugurando<br />

o seu ministério. Foi nesse contexto<br />

do batismo que a Trindade de<br />

Deus se manifestou de forma gloriosa.<br />

Mais adiante estudaremos a tentação<br />

de Jesus, na sua humanidade,<br />

quando ele foi levado pelo Espírito<br />

ao deserto. Ato contínuo, o Mestre<br />

chama os seus primeiros discípulos<br />

para cumprirem a missão do reino de<br />

Deus.<br />

16 COMPROMISSO2T13<br />

“Percorria Jesus<br />

toda a Galiléia”<br />

O preparo para a missão<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

Terça<br />

Mateus<br />

3.8-12<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

3.13-17<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

4.1-11<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

4.12-17<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

4.18-22<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

4.23-25<br />

QUEM FOI JOÃO BATISTA?<br />

(Mt 3.1-4)<br />

João Batista era um homem de<br />

Deus, profeta do Senhor, levantado<br />

para anunciar a vinda do Senhor Jesus<br />

Cristo e participar da inauguração do<br />

seu ministério como Salvador. A sua<br />

história está ligada à profecia de Malaquias<br />

(4.1-6). Filho de Zacarias e Isabel.<br />

Ele era idoso e ela, além de idosa,<br />

era estéril. Mas como diz Lucas 1.37:<br />

“Porque para Deus não haverá impossíveis<br />

em todas as suas promessas”.<br />

Após o chamado período interbíblico<br />

– entre o Antigo e o Novo Testamento<br />

– que durou cerca de 400<br />

anos antes de Cristo, sem profecia,<br />

aparece João Batista da parte de Deus<br />

apontando para o Cristo que haveria<br />

de se manifestar em carne ( Jo 1.14,


29). João era um homem simples, que<br />

vivia no deserto da Judeia, usando vestes<br />

de pelos de camelo e um cinto de<br />

couro, alimentando-se de gafanhotos<br />

e mel silvestre (Mt 3.4). Um homem<br />

do povo, muito sério com as coisas de<br />

Deus, intrépido e ousado na pregação<br />

acerca do reino de Deus, enfatizando<br />

o arrependimento e a con ssão de pecados.<br />

O CONTEXTO DE JOÃO E A SUA<br />

MENSAGEM (Mt 3.5-10)<br />

Sob o domínio de Roma, a Palestina<br />

– ambiente histórico-cultural de<br />

João – vivia uma tensão entre o domínio<br />

implacável do império romano<br />

e a libertação deste domínio. Havia<br />

muitos traumas e feridas no povo judeu.<br />

Tentativas de libertação foram<br />

frustradas e líderes, que se intitulavam<br />

messias e seus seguidores, foram massacrados<br />

por Roma.<br />

Era um ambiente hostil. Os grupos<br />

judaicos, as religiões de mistério,<br />

cobradores de impostos, governadores,<br />

militares e políticos corruptos dominavam<br />

num contexto de sofrimento<br />

do povo. Os publicanos cobravam<br />

mais impostos que deviam, tendo o<br />

apoio dos soldados que extorquiam<br />

a nação sofrida. Havia o jugo do tradicionalismo<br />

religioso, os pesados<br />

impostos e o fato de viver debaixo de<br />

um poder estrangeiro. Sabemos que a<br />

religião como sistema contribui com<br />

toda a sorte de corrupção, ferindo<br />

princípios éticos, adulterando valores.<br />

A história comprova estas realidades.<br />

“João, o último dos profetas de<br />

Israel, fora comissionado para proclamar<br />

uma mensagem semelhante e<br />

mais maravilhosamente evangélica. O<br />

reino de Deus estava para ser imediatamente<br />

manifestado em Israel em sua<br />

plenitude na pessoa e obra de nenhum<br />

outro senão o próprio Messias. Para<br />

esta grande chegada as pessoas precisavam<br />

preparar o caminho em seus<br />

corações” (Tasker, p. 37).<br />

A SUBMISSÃO DE CRISTO<br />

AO BATISMO (Mt 3.11-17)<br />

Após o seu belíssimo testemunho<br />

acerca de Jesus Cristo (v. 11,12), João<br />

se prepara para batizá-lo no Rio Jordão.<br />

Fico pensando que privilégio, que<br />

honra para um homem batizar o Rei<br />

dos reis e Senhor dos senhores! Que<br />

honra João poder servir a Cristo Jesus!<br />

O Senhor Jesus solenemente se dirigiu<br />

para fazer toda a vontade do Pai (v.<br />

13). O texto diz que João dissuadia ou<br />

"tentava impedir" Jesus para que fosse<br />

o contrário. A resposta do Mestre está<br />

intrinsecamente ligada à sua missão (v.<br />

15). Batizado, Jesus saiu logo da água, e<br />

os céus se abriram e o Espírito de Deus,<br />

como pomba, desceu sobre ele (v. 16).<br />

Que imagem impressionante! Após a<br />

descida do Espírito, o Pai fala do seu<br />

prazer na vida do Filho, na sua obediência<br />

(v. 17). A Trindade de Deus se<br />

manifesta de modo claro e inequívo-<br />

2T13 COMPROMISSO 17


co, impressionante, sendo um lenitivo<br />

para o nosso coração.<br />

O batismo de Jesus nos remete<br />

para uma profunda re exão acerca da<br />

nossa missão como seus discípulos.<br />

Como Jesus, devemos ser obedientes,<br />

humildes, submissos e prontos para o<br />

sofrimento, pois somos suas testemunhas.<br />

Um estudioso, falando sobre o<br />

batismo do Senhor, diz que "ele estava<br />

aceitando a sua missão. Como membro<br />

do seu povo e parte da humanidade,<br />

ele toma sobre si os pecados deles,<br />

e no batismo ele os atira de sobre si<br />

com santa ira, dedicando-se ao mesmo<br />

tempo à sua santa vocação". O<br />

batismo de Jesus simboliza morte, sepultamento<br />

e ressurreição. No nosso<br />

batismo, somos identi cados plenamente<br />

com ele.<br />

O SIGNIFICADO DA TENTAÇÃO<br />

DE JESUS (Mt 4.1-11)<br />

Logo após o batismo, Jesus é levado<br />

pelo Espírito ao deserto para ser tentado<br />

pelo diabo (v. 1). O segundo Adão,<br />

perfeito, sem pecado, agora é submetido<br />

a uma prova na sua humanidade.<br />

O inimigo usa de so sma como utilizou<br />

no Éden. A expressão "se és Filho<br />

de Deus" ocorre duas vezes no texto<br />

(v. 3 e 6). De acordo com o teólogo<br />

alemão Dietrich Bonhoe er, Jesus foi<br />

submetido a três tentações: carnal (v.<br />

3); espiritual (v. 6) e total (v. 8,9). O<br />

diabo usou a Palavra de Deus de forma<br />

errada à semelhança de muitos hoje.<br />

18 COMPROMISSO2T13<br />

A sua interpretação era maldosa, perversa<br />

e destruidora. Jesus, porém, usa a<br />

Palavra de Deus de forma correta, uma<br />

interpretação precisa, contextualizada,<br />

verdadeira e construtiva em sintonia<br />

perfeita com o Pai e o Espírito Santo.<br />

O diabo tenta tirar Jesus da sua missão,<br />

mas Jesus o vence respondendo magistralmente<br />

(v. 4-7,10).<br />

Jesus deixa claro para o diabo a veracidade<br />

da sua missão em glori car o<br />

Pai na salvação do ser humano perdido.<br />

Ele substanciou o seu ministério<br />

mostrando que o homem deve viver<br />

de toda a Palavra de Deus; não deve<br />

tentar o Senhor Deus e a ele deve dar<br />

o seu culto racional, a sua adoração<br />

sincera. Ser Filho de Deus para Jesus<br />

não era transformar pedras em pães,<br />

nem se jogar do pináculo do templo<br />

e nem ser dono de todos os reinos do<br />

mundo. Ele tem todo o domínio. A<br />

sua fome de 40 dias e 40 noites não<br />

era de pão e nem de poder, mas de fazer<br />

toda a vontade do Pai. “Em Jesus,<br />

que era o Filho inteiramente obediente<br />

a Deus, devia ser visto em perfeição<br />

tudo o que Israel, chamado por Deus<br />

do Egito para ser seu lho, devia ser,<br />

mas que nunca havia sido, por causa<br />

de sua desobediência” (Tasker, p. 41).<br />

Impressiona-me a coroação da obediência<br />

de Cristo e a derrota do diabo.<br />

Os anjos servem um banquete para<br />

aquele que foi obediente até à morte<br />

e morte de cruz sendo depois exaltado<br />

pelo Pai (Fp 2.8-11).


O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE<br />

JESUS – O CHAMADO DOS<br />

PRIMEIROS DISCÍPULOS<br />

(Mt 4.12-25)<br />

Após vencer o diabo, Jesus retirou-se<br />

para a Galileia. Mudou-se<br />

de Nazaré, onde fora criado, e foi<br />

para Cafarnaum, onde realizaria seu<br />

ministério para cumprir o que fora<br />

dito pelo profeta Isaías (9.1,2). Ali<br />

prega o arrependimento e a proximidade<br />

do reino dos céus (v. 16,17).<br />

Na sua caminhada junto ao Mar da<br />

Galileia, viu dois irmãos, Simão,<br />

chamado Pedro, e André, que lançavam<br />

as redes ao mar, porque eram<br />

pescadores. Esta chamada está em<br />

Marcos 1.16-20 e um texto mais<br />

completo em Lucas 5.1-11.<br />

Jesus os chama para servi-lo (v.<br />

18,19). A resposta deles foi imediata<br />

(v. 20). Jesus chama mais dois, João e<br />

Tiago, lhos de Zebedeu (v. 21), que<br />

respondem prontamente (v. 22). No<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

texto de Lucas, a chamada é precedida<br />

por uma pesca milagrosa, pois<br />

eles haviam trabalhado toda a noite<br />

e nada haviam apanhado. Neste<br />

texto, André não é mencionado. A<br />

lição preciosa é que Jesus chamou<br />

pescadores de peixes para se tornarem<br />

pescadores de homens. Aqui<br />

está a essência do evangelho de Jesus<br />

Cristo (Lc 19.10).<br />

No versículo 23 aparecem três<br />

verbos no gerúndio: ensinando, pregando<br />

e curando. Eles fazem parte do<br />

conteúdo programático do ministério<br />

do Senhor Jesus. Na sinagoga, ele<br />

alcançava muitos judeus. Fora dela,<br />

havia muitos estrangeiros doentes,<br />

acometidos de várias enfermidades e<br />

tormentos: endemoninhados, lunáticos,<br />

paralíticos. Ele curou a todos.<br />

E em todas as regiões da Palestina as<br />

multidões o seguiam (v. 24,25). Jesus<br />

tem o mesmo poder hoje. Infelizmente,<br />

há muitos exageros, enganos e<br />

charlatanismo em nome de Jesus.<br />

1 <br />

<br />

2 <br />

vaidades, futilidades e excentricidades, sendo relevantes. João nos ensina a servir<br />

a Cristo sendo coerentes em todo o nosso procedimento, fazendo toda a diferença.<br />

3 Jesus foi tentado e venceu a tentação utilizando as Escrituras. Pela prática da<br />

Palavra somos mais que vencedores.<br />

2T13 COMPROMISSO 19


EBD 3<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

5.1-16<br />

"Ora a teu Pai que<br />

está em secreto"<br />

Texto bíblicoTexto áureo<br />

Terça<br />

Mateus<br />

5.17-32<br />

20 COMPROMISSO2T13<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

5.33-48<br />

Temos nesta porção das Escrituras o<br />

chamado Sermão do Monte – o código<br />

de ética do reino de Deus. Jesus trabalha<br />

aqui especialmente as intenções do coração.<br />

Trata-se do conteúdo de uma vida<br />

feliz que é fazer a vontade de Deus.<br />

A vida no reino de Deus é governada<br />

pelo Rei. Somos seus súditos.<br />

Fomos criados e redimidos em Cristo<br />

para a obediência, desa ados a construir<br />

toda a nossa vida sobre a Rocha.<br />

Que o Espírito Santo nos auxilie na<br />

leitura, na interpretação e na aplicação<br />

deste texto inspirado.<br />

AS BEM-AVENTURANÇAS<br />

– O CARÁTER DO CRISTÃO<br />

(Mt 5.1-12)<br />

São oito "sinais principais da conduta<br />

e do caráter cristãos, especialmente em<br />

Diretrizes para o viver cristão<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

6.1-18<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

6.19-34<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

7.1-14<br />

21 de abril<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

7.15-29<br />

relação a Deus e aos homens, e as bênçãos<br />

divinas que repousam sobre aqueles<br />

que externam estes sinais" (Stott, p. 11).<br />

A palavra grega para bem-aventurados é<br />

makarioi que revela o estado de pessoas<br />

felizes, que experimentam o gozo e a alegria<br />

que são divinos. Os humildes de espírito<br />

(v. 3) são aqueles que reconhecem<br />

a sua pobreza espiritual ou a sua falência<br />

espiritual diante de Deus, pois somos pecadores,<br />

sob a santa ira de Deus, e nada<br />

merecemos além do seu juízo. Os que<br />

choram (v. 4), Stott diz que são “felizes os<br />

infelizes a m de chamar a atenção para<br />

o surpreendente paradoxo que contém”.<br />

A verdade é que existem lágrimas cristãs<br />

e são poucos os que a vertem. Os mansos<br />

(v. 5) são os que agem de maneira “gentil”,<br />

“humilde”, “atenciosa” e, portanto,<br />

exercem autocontrole, sem a qual estas<br />

qualidades são impossíveis (Stott, p. 32).


Fome e sede de justiça (v. 6). Estes são os<br />

que Deus satisfaz. A justiça na Bíblia tem<br />

pelo menos três aspectos: o legal, o moral<br />

e o social. A justiça legal é a justi cação,<br />

um relacionamento certo com Deus. A<br />

justiça moral é aquela conduta que agrada<br />

a Deus. A justiça social é a pregada<br />

pelos profetas e trata da libertação do<br />

homem da opressão. Cristo satisfaz os<br />

três aspectos. Os misericordiosos (v. 7).<br />

É a qualidade de serem misericordiosos<br />

e terem compaixão dos outros, pois eles<br />

também são pecadores (Stott, p. 38). Os<br />

limpos de coração (v. 8). Os limpos de coração<br />

são os íntegros, livres da tirania de<br />

um “eu” dividido (Tasker). Só Jesus Cristo,<br />

entre os homens, foi absolutamente<br />

limpo de coração, foi inteiramente sem<br />

malícia (Stott, p. 40). Os paci cadores<br />

(v. 9). A sua vida é conduzida pela paz<br />

com Deus, consigo e com o próximo.<br />

Portanto, reconciliadora. Os perseguidos<br />

por causa da justiça (v. 10-12). Stott sabiamente<br />

nos alerta que “a perseguição é<br />

simplesmente o con ito entre dois sistemas<br />

de valores irreconciliáveis”. A nossa<br />

resposta é o versículo 12.<br />

INTERPRETANDO A LEI PARA<br />

O REINO – A INFLUÊNCIA E A<br />

JUSTIÇA DO CRISTÃO<br />

(Mt 5.13-48)<br />

Nos versículos 13 a 16, o Senhor<br />

faz duas a rmações acerca do nosso<br />

testemunho. Ele utiliza dois elementos<br />

essenciais à vida: sal e luz. O cris-<br />

tão deve ser sal e luz. São metáforas<br />

para revelarem a nossa in uência neste<br />

mundo. Plínio já dizia que nada é<br />

mais útil do que “o sal e o sol” (sale et<br />

sole).<br />

O sal serve para dar sabor, conservar<br />

ou preservar, puri car e revelar a sua<br />

in uência. A luz foi feita para brilhar.<br />

Stott diz: “Para ter e cácia, o cristão<br />

precisa conservar a semelhança com<br />

Cristo, assim como o sal deve preservar<br />

a sua salinidade”. Não podemos ser sal<br />

sem sabor, sem salinidade, pisado pelos<br />

homens. Que lástima, comenta A. B.<br />

Bruce, “de salvadores da sociedade a material<br />

de pavimentação de estradas!”<br />

Somos a luz do mundo (v. 14-16).<br />

Não podemos car escondidos entre<br />

as quatro paredes do templo. A nossa<br />

luz deve brilhar.<br />

“O sal e a luz têm uma coisa em comum:<br />

eles se dão e se gastam, e isto é o<br />

oposto do que acontece com qualquer<br />

tipo de religiosidade egocentralizada”<br />

(Stott, p. 56).<br />

Jesus não veio revogar a lei, mas<br />

cumpri-la (v. 17). Ele diz que tudo se<br />

cumprirá (v. 18). Ensina que a lei deve<br />

ser vista à luz dele mesmo. Os discípulos<br />

devem viver a retidão no coração,<br />

além da letra (v. 20).<br />

Nos versículos 21 a 48, o Mestre<br />

enfatiza que o homem é julgado pela<br />

intenção do coração. Nutrir um sentimento<br />

raivoso por alguém ou falar palavras<br />

ofensivas signi ca estar sob o juízo<br />

de Deus. "O ato de homicídio propria-<br />

2T13 COMPROMISSO 21


mente dito tem suas raízes na ira, hostilidade<br />

ou desprezo por outrem". Olhar<br />

para uma pessoa com intenção impura<br />

já adulterou ou se prostituiu com ela.<br />

Não preciso jurar, mas dizer sim,<br />

sim; não, não. A palavra do cristão deve<br />

ser autêntica. Não devemos nos vingar,<br />

mas caminhar a segunda milha; não<br />

resistir ao perverso. A orientação de<br />

Jesus é muito sábia para o nosso bem.<br />

Sobre o amor ao próximo, o Mestre<br />

nos exorta a amar os nossos inimigos e<br />

orar pelos que nos perseguem. São verbos<br />

que denotam ordem e ordenam o<br />

nosso coração.<br />

Aqui temos um resumo: “Portanto,<br />

sede vós perfeitos como perfeito é o<br />

vosso Pai celeste” (5.48).<br />

A PIEDADE NO REINO:<br />

AMOR, ORAÇÃO E JEJUM<br />

(Mt 6.1-18; 7.7-12)<br />

O primeiro versículo é muito bem<br />

interpretado por A.B. Bruce: “Devemos<br />

mostrar quando tentados a esconder<br />

e esconder quando tentados a<br />

mostrar”. A contradição aqui é apenas<br />

verbal, não substancial em relação à expressão<br />

de Jesus “para que vejam as vossas<br />

boas obras”. Dar esmolas, orar e jejuar<br />

devem ser atitudes discretas (6.4).<br />

Quanto à oração pessoal, além de<br />

ser na intimidade do quarto, no secreto<br />

da comunhão com Deus, Jesus nos<br />

dá um modelo de oração que contempla<br />

a santidade de Deus; o seu reino; a<br />

22 COMPROMISSO2T13<br />

sua vontade em todas as dimensões; o<br />

seu suprimento para os discípulos; o<br />

perdão; o perigo da tentação e a soberania<br />

de Deus (6.5-15).<br />

No texto de 7.7-11, Jesus ensina<br />

que devemos pedir, buscar e bater. Ele<br />

usa os verbos no imperativo. Declara a<br />

disposição do Pai em nos atender, comparando<br />

o coração mau do pai humano<br />

com o coração amoroso do Pai do céu.<br />

No versículo 12 temos a chamada<br />

lei áurea: Tudo o que queremos que as<br />

pessoas nos façam devemos fazer a elas.<br />

UM CORAÇÃO PARA O REINO<br />

– A AMBIÇÃO DO CRISTÃO<br />

(Mt 6.19-34)<br />

Jesus ensina claramente a diferença<br />

entre o tesouro da terra e o tesouro do<br />

céu. Há uma grande diferença de natureza.<br />

Completando seu ensino, ele faz a<br />

ligação do coração com o tesouro.<br />

Em seguida, Jesus fala da condição<br />

dos olhos (v. 22,23). A diferença<br />

entre os olhos bons, onde há luz, e os<br />

olhos maus, onde há trevas. O nosso<br />

olhar é produto da condição do nosso<br />

coração. Os olhos são a janela da<br />

alma. Em seguida, Jesus, no versículo<br />

24, fala que não podemos servir a dois<br />

senhores. Ou o homem serve a Deus<br />

ou às riquezas. Há muitos que estão<br />

buscando a teologia da prosperidade.<br />

A vida do cristão deve ser simples,<br />

sem ansiedade, stress. Jesus nos chama<br />

a atenção para o perigo da ansiedade.


A nossa vida é muito mais importante<br />

do que a preocupação pelo comer,<br />

vestir e beber. Ele sugere uma terapia:<br />

olhar para a natureza tão bela.<br />

A nossa prioridade é o reino de<br />

Deus e a sua justiça, e teremos o necessário<br />

para vivermos com contentamento.<br />

O segredo é viver cada dia, aproveitando<br />

muito bem cada oportunidade.<br />

OS PADRÕES DE<br />

JULGAMENTO NO REINO –<br />

OS RELACIONAMENTOS DO<br />

CRISTÃO (Mt 7.1-6, 13-29)<br />

Nós não somos o critério ou o padrão<br />

de julgamento do próximo (v. 1-5).<br />

Os que julgam serão julgados. Como<br />

posso ver o cisco no olho do outro se<br />

tenho um pedaço de madeira no meu?<br />

Este é o ensino de Jesus. Não devemos<br />

insistir com aqueles que rejeitam e fazem<br />

chacota do evangelho de Cristo (v.<br />

6). Eles não sabem o valor, a riqueza da<br />

mensagem à semelhança do porco que<br />

não sabe o valor de uma pérola.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

O homem está diante de duas<br />

portas: a estreita, que conduz à vida<br />

eterna; e a larga, que leva à morte<br />

eterna.<br />

Jesus nos alerta para o perigo dos<br />

falsos profetas que enganam o povo.<br />

Por fora são ovelhas, mas por dentro<br />

são lobos devoradores. Fazer a vontade<br />

de Deus deve ser o centro da vida.<br />

Teremos muitas surpresas no dia do<br />

juízo (v. 22,23).<br />

Aqueles que são do Senhor ouvem<br />

a sua Palavra e a praticam sendo comparado<br />

a um homem prudente que<br />

edi cou a sua casa sobre a rocha e resistiu<br />

às duras tempestades da vida. Os<br />

que ouvem e não praticam são comparados<br />

a um homem imprudente que<br />

construiu a sua casa sobre a areia ou<br />

sobre um solo batido, sem alicerce. Na<br />

tempestade, o estrago foi muito grande<br />

(v. 24-27).<br />

O Sermão do Monte termina com<br />

as multidões maravilhadas e Mateus<br />

reconhecendo que Jesus falava com<br />

autoridade inquestionável.<br />

1 <br />

<br />

responsavelmente.<br />

2 Jesus nos ensina que o nosso interior transformado deve gerar ações transformadoras<br />

nesta sociedade corrupta e perversa. Como sal e luz, somos ordenados a<br />

<br />

<br />

já caracteriza o ato de pecar.<br />

3 <br />

<br />

2T13 COMPROMISSO 23


EBD 4<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

8.1-17<br />

“O Filho do homem<br />

tem autoridade”<br />

24 COMPROMISSO2T13<br />

Texto bíblicoTexto áureo – Mateus 9.6<br />

Terça<br />

Mateus<br />

8.18-34<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta Quinta Sexta<br />

Mateus<br />

9.1-13<br />

O texto de Mateus 8 e 9 é muito<br />

desa ador. Ele trata de curas, poder<br />

sobre a natureza criada pelo Pai, poder<br />

sobre os demônios, poder para<br />

perdoar, a questão do jejum, poder sobre<br />

a morte e a necessidade urgente de<br />

se pregar o evangelho genuíno ao ser<br />

humano perdido.<br />

Vamos estudar a pessoa e a obra de<br />

Cristo fazendo a sua intervenção em<br />

todas estas situações no contexto do<br />

reino de Deus. Jesus agirá poderosamente<br />

para curar, ressuscitar, domar<br />

a natureza, libertar os cativos, perdoar<br />

pecados e nos desa ar à prática da pregação<br />

do seu evangelho aos pecadores<br />

sem salvação.<br />

Os primeiros embates<br />

do Filho de Deus<br />

Mateus<br />

9.14-17<br />

Mateus<br />

9.18-26<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

9.27-34<br />

28 de abril<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

9.35-38<br />

AS CURAS EFETUADAS POR<br />

JESUS (Mt 8.1-17, 28-34;<br />

9.1-8, 19-22, 27-34)<br />

O Senhor Jesus, na sua missão, cura<br />

as pessoas começando por um leproso,<br />

rejeitado pela sociedade. A lei levítica<br />

trazia regulamentações detalhadas sobre<br />

a lepra, e era dever dos sacerdotes<br />

ver que fossem obedecidas. Os leprosos<br />

eram considerados impuros, física<br />

e cerimonialmente, vivendo fora da comunidade<br />

(ver Levítico 13); e quando<br />

eram curados, a ação de graças por sua<br />

puri cação tinha que ser acompanhada<br />

por ofertas sacri ciais (Tasker, p.<br />

69). O leproso se aproxima de Jesus e


econhece o seu poder (8.2). O Senhor<br />

curou aquele homem e o recomendou<br />

a não alardear e a mostrar, como era<br />

previsto na lei cerimonial (Lv 14.1-32),<br />

ao sacerdote para servir de testemunho<br />

ao povo. Jesus veio cumprir a lei.<br />

Outra experiência de cura foi a do<br />

servo do centurião romano. Esse o -<br />

cial, muito bem aceito na comunidade<br />

judaica, chama Jesus de Senhor (8.8) e<br />

se humilha para solicitar a cura do seu<br />

servo. Sendo autoridade, ele se submeteu<br />

à autoridade de Jesus (v. 9). Jesus se<br />

admirou da fé robusta daquele homem<br />

(v. 10). O Senhor revela a universalidade<br />

do evangelho (v. 11,12). Depois disso,<br />

o Senhor disse ao homem: “Vai-te, e<br />

seja feito conforme a tua fé. E, naquela<br />

mesma hora, o servo foi curado” (v. 13).<br />

O Senhor agora cura a sogra de<br />

Pedro e liberta possessos cumprindo a<br />

profecia de Isaías (v. 17; Is 53.4), põe<br />

à prova os que desejam segui-lo (v. 18-<br />

22) e propõe as condições essenciais<br />

(v. 20,22).<br />

Jesus enfrenta uma grande tempestade<br />

no Mar da Galileia (8.23-27).<br />

Eram comuns tempestades como essas,<br />

com ondas de 2 a 3 metros de altura.<br />

Durante a tormenta, o Mestre dormia.<br />

Os discípulos, apavorados, o acordam<br />

e clamam por proteção. Jesus se levanta,<br />

os repreende e ordena ao mar que<br />

se acalmasse (v. 26). Quantas vezes -<br />

camos a itos pelas circunstâncias e nos<br />

esquecemos de que Jesus está conosco!<br />

Os endemoninhados de Gadara<br />

vêm ao encontro de Jesus. A tempes-<br />

tade no mar ilustra muito bem a tormenta<br />

maligna dentro desses homens<br />

(8.28-34). Eles trouxeram pavor para<br />

aquele lugarejo, onde se criavam porcos,<br />

detestados pelos judeus que tinham<br />

no porco um animal imundo e<br />

proibido (Lv 11.7; Dt 14.8). O mais<br />

importante para nós é o poder de Jesus<br />

não só sobre a natureza, mas sobre os<br />

demônios. Os resultados desse embate<br />

foram a libertação dos homens possessos,<br />

sendo os espíritos mandados<br />

para uma manada de porcos que se<br />

precipitou despenhadeiro abaixo causando<br />

“prejuízo” aos seus criadores e a<br />

rejeição a Cristo. Aquela comunidade<br />

incrédula considerava mais importante<br />

uma criação de porcos do que a libertação<br />

de vidas preciosas. Aqui um princípio<br />

secular nefasto: coisas e animais são<br />

mais importantes que pessoas.<br />

O Mestre foi para o outro lado do<br />

Mar da Galileia, para Cafarnaum, e ali<br />

curou um paralítico (9.1-8). Por ser o<br />

Deus encarnado, lhe perdoou os pecados<br />

e o curou (v. 2). A mudança foi radical,<br />

pois o leito que o levava agora é carregado<br />

por ele (v. 6,7). As multidões ao<br />

vê-lo curado, glori caram a Deus (v. 8).<br />

Mais tarde, Jesus viu um homem<br />

chamado Mateus sentado na coletoria<br />

e disse-lhe: "Segue-me". Imediatamente,<br />

ele se levantou e o seguiu (v. 9). Vemos<br />

aqui uma chamada irresistível. Jesus<br />

chama um homem ocupado com<br />

as coisas deste mundo para se ocupar<br />

integralmente com as coisas do reino<br />

de Deus.<br />

2T13 COMPROMISSO 25


Mateus promove uma festa em sua<br />

casa e convida Jesus e seus discípulos<br />

(v. 10-13). Os religiosos fariseus questionam<br />

com os discípulos de Jesus o<br />

comer com os “publicanos” e “pecadores”<br />

(v. 11). A resposta do Mestre<br />

foi fenomenal (v. 12,13). O reino de<br />

Deus é o reino dos doentes em tratamento,<br />

dos rejeitados, onde há perdão<br />

e festa. Só entram os que con am no<br />

mérito de Cristo. Jesus não veio chamar<br />

os que se acham sãos, perfeitos,<br />

obedientes a uma cartilha legalista,<br />

que con am no sistema religioso que<br />

enfatiza o desempenho, mas os que<br />

necessitam de médico, que precisam<br />

da misericórdia, que nada possuem de<br />

si mesmos.<br />

Questionado com relação ao jejum<br />

pelos discípulos de João Batista<br />

(v. 14), Jesus ensina que a sua presença<br />

dispensa o jejum (v. 15). Utiliza<br />

duas ilustrações: pano velho, pano<br />

novo; odre velho e vinho novo. Tasker<br />

diz que “as duas ilustrações com que<br />

esta passagem termina indicam a percepção<br />

de Jesus, cada vez mais de -<br />

nida, de que havia incompatibilidade<br />

entre o velho Israel, paralisado pela<br />

justiça própria e sobrecarregado de<br />

vãs regulamentações, e o novo Israel<br />

humilhado pela consciência do<br />

pecado e voltado com fé para Jesus,<br />

o Messias, a m de obter perdão. A<br />

velha vestimenta não aguentaria o remendo<br />

novo. O vinho novo do perdão<br />

messiânico não seria conservado<br />

nos velhos e remendados odres do<br />

26 COMPROMISSO2T13<br />

legalismo judaico”. Tem muita gente<br />

trazendo práticas judaicas, do legalismo<br />

judaico, para dentro de nossas<br />

igrejas.<br />

A VITÓRIA SOBRE A MORTE<br />

(Mt 9.18, 23-31)<br />

Após dizer as verdades aos discípulos<br />

de João, Jesus é abordado por<br />

um chefe de sinagoga chamado Jairo,<br />

pois a sua filha havia falecido (v.<br />

18). No caminho para a casa de Jairo,<br />

com os seus discípulos, o Senhor<br />

encontra uma mulher que tinha hemorragia<br />

durante 12 anos e não havia<br />

médico que a curasse. Ela toca a<br />

orla da veste de Jesus (v. 20) porque<br />

dizia consigo mesma: “Se eu apenas<br />

lhe tocar a veste, ficarei curada” (v.<br />

21). O texto diz que Jesus se volta<br />

e vendo-a, disse-lhe: “Tem bom ânimo,<br />

filha, a tua fé de salvou” (v. 22).<br />

E a mulher ficou curada.<br />

Após esse milagre, Jesus chega à<br />

casa de Jairo para ressuscitar a sua -<br />

lha de 12 anos, de acordo com Marcos<br />

e Lucas (v. 25). Termina o desespero e<br />

começa a esperança. Jesus é a ressurreição<br />

e a vida. A doença e a morte são<br />

vencidas pelo seu poder.<br />

Este mesmo Cristo perfeito cura<br />

dois cegos e um mudo endemoninhado<br />

(9.27-33). As multidões cam<br />

maravilhadas com o poder de Jesus<br />

sobre a enfermidade e os demônios<br />

(v. 33). Os fariseus blasfemam contra<br />

ele (v. 34).


O DESAFIO DA MISSÃO<br />

(Mt 9.35-38)<br />

Jesus percorria cidades, povoados,<br />

vilarejos ensinando nas sinagogas,<br />

pregando o evangelho do reino<br />

e curando toda sorte de doenças e<br />

enfermidades (v. 35). Há três verbos<br />

aqui que aparecem no gerúndio. A<br />

ideia é que Jesus tinha essas práticas<br />

como estilo de vida.<br />

O Senhor via as multidões com<br />

compaixão. O seu coração fervilhava<br />

de amor e perdão, graça e aceitação,<br />

justiça e verdade. Ele via as multidões<br />

cansadas, exploradas, a itas, doentes,<br />

como ovelhas que não têm pastor (v.<br />

36). Que sensibilidade tremenda tinha<br />

o Senhor Jesus! Ele não queria<br />

julgar as multidões, mas salvá-las.<br />

Não satisfeito, Jesus revela um<br />

diagnóstico triste: “A seara ou o cam-<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

po, na verdade, é grande, mas os trabalhadores<br />

são poucos” (v. 37). Ao<br />

mesmo tempo em que o Mestre revela<br />

o diagnóstico, mostra a solução e no<br />

imperativo, isto é, numa ordem: “Rogai,<br />

pois, ao Senhor da seara que mande<br />

trabalhadores para a sua seara” (v. 38).<br />

A igreja deve orar intensamente para<br />

que mais obreiros se apresentem para<br />

servirem nas suas diversas áreas. Você<br />

está pronto a servir a Cristo dentro das<br />

condições impostas por ele? Alguém<br />

disse com muita sabedoria que “Deus<br />

não chamou pessoas extraordinárias<br />

para um trabalho comum, mas pessoas<br />

comuns para um trabalho extraordinário”.<br />

É uma honra, um privilégio ser<br />

chamado para o ensino, a pregação<br />

e a cura de pessoas. O trabalho a ser<br />

desenvolvido, o per l do trabalhador<br />

e as condições serão magistralmente<br />

apresentadas por Jesus em Mateus 10.<br />

1 Éramos imundos, mas Cristo derramou o seu precioso sangue para nos limpar<br />

e nos tornar aceitos pelo Pai, apenas pela sua graça.<br />

2 <br />

<br />

delas.<br />

3 Jesus tem poder sobre as enfermidades e os demônios trazendo cura e liber-<br />

<br />

<br />

<br />

aceitação, do perdão e da festa.<br />

4 O Mestre teve compaixão ao ver o povo perdido em seus delitos e pecados.<br />

<br />

2T13 COMPROMISSO 27


EBD 5<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

10.1-22<br />

Terça<br />

Mateus<br />

10.23-42<br />

28 COMPROMISSO2T13<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

11.1-6<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

11.7-19<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

11.20-24<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

11.25-27<br />

5 de maio<br />

“Quem não segue após mim<br />

não é digno de mim”<br />

Jesus prepara seus seguidores para a missão<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

O nosso texto versa sobre a escolha<br />

dos discípulos, a sua lista completa, as instruções,<br />

as admoestações, os estímulos, as<br />

di culdades e a recompensas no cumprimento<br />

da missão do reino de Deus.<br />

Além da escolha dos discípulos, temos<br />

o envio por parte de João dos seus<br />

discípulos a Jesus, as cidades impenitentes<br />

e a revelação de Jesus aos humildes,<br />

bem como o seu convite aos que estão<br />

cansados e oprimidos para os aliviar em<br />

si mesmo. Busquemos a orientação do<br />

Espírito Santo para compreendermos e<br />

vivermos este ensino precioso do Mestre.<br />

A ESCOLHA (Mt 10.1-4)<br />

O Senhor Jesus, tendo chamado os<br />

12, deu-lhes autoridade sobre os espíritos<br />

imundos para os expelir e curar<br />

toda sorte de doenças e enfermidades<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

11.28-30<br />

(v. 1). Em seguida, temos a lista completa<br />

dos seus discípulos.<br />

De acordo com Ryrie, o discípulo<br />

é alguém que é ensinado por outrem;<br />

ele é um aprendiz em sofrimento. Nos<br />

Evangelhos, a palavra é usada com frequência<br />

– discípulos de Moisés ( Jo<br />

9.28); de João Batista ( Jo 3.25) e de<br />

Cristo. Judas é um exemplo de um<br />

discípulo não-salvo de Cristo, e houve<br />

outros que o abandonaram ( Jo 6.66).<br />

Jesus agora os instrui para a missão<br />

do reino de Deus.<br />

O DETALHAMENTO DA<br />

MISSÃO QUE OS DISCÍPULOS<br />

RECEBERIAM (Mt 10.5-42)<br />

Temos agora as instruções para os<br />

12, as admoestações, os estímulos, as<br />

di culdades e as recompensas.


1 As instruções para os 12 (10.5-<br />

15). Jesus, a princípio, de ne o público<br />

para o qual os discípulos deviam<br />

se dirigir (v. 5,6) e ordenou que pregassem<br />

a proximidade do reino de<br />

Deus, ou da soberania de Deus no<br />

coração do homem pelo evangelho.<br />

Jesus usa alguns verbos no imperativo<br />

indicando extrema relevância do seu<br />

poder diante das carências do povo<br />

sofrido (v. 8). Que nada faltará a eles<br />

se forem éis no trabalho diligente<br />

(v. 9,10). De ne também a casa onde<br />

eles devem car a partir dos critérios<br />

de boas-vindas, de receptividade amorosa<br />

e a bênção da paz sobre essa casa.<br />

Ordena o juízo para a casa e a cidade<br />

que rejeitarem a mensagem do reino<br />

de Deus (v. 11-15).<br />

2 As admoestações (10.16-23).<br />

O Senhor Jesus os alerta para os perigos<br />

que passam aqueles que o seguem,<br />

o custo alto dos que o amam – o sofrimento<br />

– mas os encoraja dizendo que<br />

o Pai, pelo Espírito Santo, ministrará<br />

poder a eles para falarem conforme a<br />

sua vontade e faz promessas (v. 22).<br />

3 Os estímulos (10.24-33). A<br />

ordem de Jesus é acompanhada de<br />

estímulos para o exercício da missão<br />

do reino. O Senhor volta a falar da<br />

perseguição implacável dos religiosos<br />

judeus, bem como da sociedade<br />

idólatra e secular. Os discípulos não<br />

deviam temer os que matam o corpo,<br />

mas não podem matar a alma<br />

(v. 28). Deviam ter muita coragem,<br />

ousadia, confessando-o diante dos<br />

homens (v. 32).<br />

4 As dificuldades (10.34-39).<br />

O Mestre nunca escondeu dos seus<br />

discípulos as lutas, dificuldades<br />

e obstáculos no cumprimento da<br />

missão do reino. Ele esclarece que<br />

a sua manifestação causaria divisão<br />

nos lares. Alertou-os acerca dos inimigos<br />

do reino na própria casa dos<br />

que o seguissem (v. 34-36). Jesus<br />

não tinha prazer nesta divisão, mas<br />

era uma situação irreversível, considerando<br />

a rejeição do evangelho<br />

do reino. Nos versículos 37 a 39,<br />

ele fala de prioridade. Sendo ele a<br />

prioridade, os familiares ficariam<br />

em plano secundário. Se ele é a minha<br />

primazia, devo amá-lo de todo<br />

o coração, alma e entendimento.<br />

Isto significa que Jesus é muito mais<br />

importante que eu mesmo (v. 39).<br />

Paulo tinha esta convicção quando<br />

disse aos gálatas: “Não mais eu, mas<br />

Cristo” (2.20), bem como aos filipenses:<br />

“Para mim o viver é Cristo e<br />

o morrer é lucro” (1.21).<br />

5 As recompensas (10.40-42). O<br />

Mestre agora fala sobre a honra dos que<br />

o seguem. Todos aqueles que recebem<br />

os seus discípulos, o recebem também.<br />

Não é isto maravilhoso? O versículo<br />

41 é magistral, pois fala do valor dos<br />

discípulos de Jesus. Vale a pena seguir<br />

e servir a Cristo pelo que ele é.<br />

2T13 COMPROMISSO 29


A PERGUNTA DE JOÃO BATISTA<br />

(Mt 11.1-19)<br />

Após suas instruções aos 12, o Senhor<br />

Jesus partiu dali para ensinar e<br />

pregar nas cidades. Depois das instruções<br />

teóricas, Jesus mostra na prática<br />

como fazer.<br />

Neste contexto, João Batista está<br />

preso e faz uma pergunta intrigante (v.<br />

3). A resposta de Jesus está nos versículos<br />

4 e 5, que revelam os sinais da sua<br />

divindade. Em seguida, Jesus dá um testemunho<br />

belíssimo de João. Vale a pena<br />

ler o texto e meditar nele (v. 7-15).<br />

A vida de João contrasta em muito<br />

com a vida dos religiosos, daqueles que<br />

diziam que o último profeta tinha demônio<br />

(v. 18). Aliás, Jesus e João eram<br />

rejeitados pela aristocracia judaica,<br />

comprometida com o tradicionalismo.<br />

O SOFRER DE CRISTO PELAS<br />

CIDADES PERDIDAS, PELAS<br />

PESSOAS SEM DEUS<br />

(Mt 11.20-24)<br />

Jesus condena as cidades de Corazim,<br />

Betsaida, Cafarnaum, dizendo<br />

que Tiro e Sidom, Sodoma e Gomorra,<br />

teriam menos juízo do que elas (v. 24).<br />

O diagnóstico de Jesus era perfeito. Ele<br />

conhecia muito bem o coração dos que<br />

viviam nessas cidades, tanto no Antigo<br />

Testamento quanto na sua época.<br />

As ricas e iníquas cidades de Tiro<br />

e Sidom são denunciadas muitas vezes<br />

no Antigo Testamento. Mas Je-<br />

30 COMPROMISSO2T13<br />

sus a rma que, se elas tivessem tido<br />

o privilégio de testemunhar um feito<br />

do Messias como o de alimentar milagrosamente<br />

grande multidão, coisa<br />

que provavelmente se deu em campo<br />

aberto perto de Betsaida, o orgulho<br />

delas teria se derretido, e o seu genuíno<br />

arrependimento teria se mostrado nos<br />

sinais externos da lamentação e do jejum.<br />

Por conseguinte, a sorte delas será<br />

mais afortunada do que a de Corazim<br />

e Betsaida quando vier o juízo.<br />

A importante cidade de Cafarnaum,<br />

situada na costa do Mar da Galileia, pela<br />

qual passava a grande estrada de Damasco<br />

ao Mediterrâneo, achava-se segura<br />

e próspera, satisfeita e autossu ciente.<br />

Foi tentada a dizer – é o que Jesus deixa<br />

entrever pela forma da pergunta que ora<br />

lhe dirige (v. 23) – aquilo que Isaías retratou<br />

como sendo dito por Babilônia:<br />

"Eu subirei ao céu; acima das estrelas de<br />

Deus e exaltarei o meu trono (...) subirei<br />

acima das mais altas nuvens, e serei<br />

semelhante ao Altíssimo" (Tasker, p.<br />

95,96). Jesus condena essa cidade pela<br />

dureza do coração e pela incredulidade.<br />

Como Jesus vê as cidades hoje?<br />

A RAZÃO DA EXULTAÇÃO<br />

DE CRISTO E O SEU JUGO<br />

(Mt 11.25-30)<br />

Este é um dos muitos textos preciosos<br />

da Bíblia. Ele só foi registrado<br />

por Mateus. Fala da revelação de Deus<br />

por meio do seu Filho Jesus aos pequeninos,<br />

aos simples (v. 25). O mistério


foi revelado àqueles que o Pai determinou<br />

descortinar em sua soberania<br />

(v. 26). Há uma relação íntima entre o<br />

Pai e o Filho (v. 27). Jesus é categórico<br />

quando declara que “Todas as coisas<br />

me foram entregues por meu Pai”.<br />

Aqui temos a autoridade delegada<br />

pelo Pai ao Filho para cumprir todo o<br />

seu propósito na história da salvação.<br />

A soberania de Deus Pai é muito destacada<br />

neste texto.<br />

Com base em sua autoridade delegada<br />

pelo Pai, Jesus agora faz um<br />

convite a todos os que estão cansados<br />

e sobrecarregados e oferece o seu alívio<br />

(v. 28). Além disso, no versículo 29,<br />

ele usa dois verbos no modo imperativo:<br />

tomai e aprendei. Ele se caracteriza<br />

como manso e humilde de coração que<br />

oferece descanso aos que con am nele.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

Ele assevera que o seu jugo é suave e o<br />

seu fardo é leve (v. 29). O jugo de Jesus<br />

não é obediência a uma lei externa,<br />

mas primordialmente lealdade a uma<br />

pessoa, que capacita o discípulo a fazer<br />

alegremente, e, portanto, facilmente,<br />

e sem a sensação de que está pelejando<br />

debaixo de um pesado fardo, o que<br />

aquele pessoa quer que ele faça. Onde<br />

quer que exista uma relação entre o<br />

discípulo e Jesus, (seu) jugo é suave, e o<br />

(seu) fardo é leve. Além disso, o caminho<br />

da vida que ele deseja que os seus<br />

discípulos sigam é a sua própria vida<br />

(Tasker, p. 97). Aqui temos claramente<br />

a revelação de Deus, o diagnóstico da<br />

condição humana e a solução pela obra<br />

de Cristo. Ele nos convida a descansarmos<br />

nele. Isto quer dizer: con armos<br />

em sua maravilhosa graça.<br />

1 <br />

<br />

muitos obstáculos no cumprimento da missão de evangelizar e fazer discípulos, mas<br />

<br />

2 <br />

<br />

<br />

3 <br />

com o Pai. Ela deve ser renovada todos os dias.<br />

4 Jesus faz o maior de todos os convites aos cansados e oprimidos. Somos<br />

portadores deste belíssimo e sempre atual convite. Precisamos ir a todos os lugares<br />

<br />

para que sejam libertos e salvos.<br />

2T13 COMPROMISSO 31


EBD 6 12 de maio<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

12.1-21<br />

Terça<br />

Mateus<br />

12.22-37<br />

32 COMPROMISSO2T13<br />

“É chegado a vós o<br />

reino de Deus”<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

12.38-50<br />

O Mestre sempre teve o melhor<br />

método de ensino. Ele sempre falou ao<br />

coração do ser humano morto em seus<br />

delitos e pecados. Na sua didática, ele<br />

sempre priorizou a vida humana. Para<br />

ele, a pessoa é muito mais importante<br />

do que coisas e sistemas. A festa com<br />

os doentes é muito mais relevante do<br />

que estar com religiosos.<br />

Ele utilizou as parábolas para comunicar<br />

os valores do reino de Deus.<br />

A sua metodologia sempre estimulou<br />

o ser humano a viver para o alto, para<br />

dentro e para o outro. Estas são as dimensões<br />

do seu evangelho.<br />

O ENSINO DE JESUS SOBRE A<br />

GUARDA DO SÁBADO (Mt 12.1-8)<br />

Jesus sabiamente responde ao tradicionalismo<br />

acusador quando ele e<br />

A metodologia de ensino do Mestre<br />

Texto BíblicoTexto áureo<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

13.1-23<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

13.24-35<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

13.36-53<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

13.54-58<br />

os seus discípulos estavam colhendo<br />

espigas e as comendo no sábado (v.<br />

1,2). Para os fariseus, Jesus e os seus<br />

discípulos estavam agindo ilicitamente.<br />

O Senhor responde citando o<br />

exemplo de Davi e os seus companheiros<br />

quando estavam com fome, além<br />

dos sacerdotes que violavam o sábado<br />

(v. 3-5). Ele enfatiza que é maior que o<br />

templo e é Senhor do sábado (v. 6-8).<br />

“Se Davi tinha direito de "violar" a lei,<br />

assim, com mais razão, tinha direito o<br />

Filho do grande Davi, e maior do que<br />

este – o Messias”. Jesus usa o profeta<br />

Oseias (6.6) para ensinar que a misericórdia<br />

é mais importante do que<br />

o tradicionalismo religioso. Somos<br />

lhos de um Deus misericordioso e<br />

não legalista. Que o sábado foi feito<br />

por causa do ser humano e não vice-<br />

-versa. O mais importante para nós


é que Jesus é Senhor do sábado, das<br />

regras legalistas e que as pessoas estão<br />

em primeiro lugar em qualquer escala<br />

de valores.<br />

O ENSINO ACIMA POSTO EM<br />

PRÁTICA NA CURA DO HOMEM<br />

DE MÃO ALEIJADA (Mt 12.9-21)<br />

Jesus entra na sinagoga e encontra<br />

lá um homem com uma das mãos<br />

seca. Era um aleijado. Os fariseus, não<br />

satisfeitos com a resposta anterior de<br />

Jesus sobre o sábado, perguntam se é<br />

lícito curar aquele homem nesse dia.<br />

Jesus responde com uma pergunta (v.<br />

11). Jesus os coloca em xeque: o que é<br />

mais importante: tirar uma ovelha do<br />

buraco no sábado ou curar um homem<br />

no sábado? Jesus deixou claro que uma<br />

pessoa vale muito mais do que uma<br />

ovelha. Logo, é lícito, nos sábados,<br />

fazer o bem (v. 12). Ele curou aquele<br />

homem e os religiosos, enfurecidos,<br />

planejavam matá-lo (v. 13,14). A religião<br />

é fria, insensível e extremamente<br />

legalista, violenta e implacável. O evangelho,<br />

por sua vez, aquece o coração, é<br />

sensível, gracioso, manso e perdoador.<br />

OUTROS ENSINOS SOBRE O<br />

VIVER CRISTÃO (Mt 12.22-50)<br />

O Senhor, neste texto, revela alguns<br />

dos seus preciosos ensinos. Ele cumpre<br />

a profecia de Isaías 42.1-4, que enfatiza<br />

o seu ministério de alcance mundial;<br />

cura um endemoninhado cego e mudo,<br />

é acusado de expulsar os demônios<br />

pelo maioral dos demônios chamado<br />

Belzebu (Beelzeboul é a forma correta<br />

para o termo empregado aqui, sendo<br />

o príncipe dos demônios – v. 24); Ele<br />

os rebate dizendo que "todo reino dividido<br />

contra si mesmo cará deserto,<br />

e toda cidade ou casa dividida contra<br />

si não subsistirá" (v. 25). Jesus os exorta<br />

dizendo que expulsa os demônios pelo<br />

Espírito Santo e aí é chegado o reino de<br />

Deus sobre vocês (v. 28). Dá instruções<br />

preciosas quanto à nossa luta contra as<br />

forças espirituais do mal.<br />

Agora, ele trata acerca da blasfêmia<br />

contra o Espírito Santo (v. 31,32). Blasfemar<br />

contra o Espírito Santo é rejeitar<br />

a pessoa e a obra de Cristo. É o pecado<br />

da incredulidade e da rejeição veemente.<br />

"O pecado descrito é o de blasfêmia<br />

deliberada e arrogante, chamando de<br />

obra do diabo aquilo que inequivocamente<br />

é obra de Deus" (Stagg, p. 189).<br />

É quando o homem repele a ação do<br />

Espírito em sua vida para crer em Jesus<br />

Cristo como Salvador e Senhor,<br />

convencendo-o do pecado, da justiça<br />

e do juízo e morrer nesta condição (Jo<br />

16.8-11). Sabemos que o viver cristão<br />

só é possível pelo Espírito.<br />

Jesus, muito sabiamente, discorre<br />

sobre a árvore e seus frutos (v. 33-36),<br />

dando uma dura lição aos religiosos<br />

judeus que produziam frutos maus,<br />

chamando-os de raça de víboras, de<br />

gente traiçoeira e perversa. Em seguida<br />

(v. 38-42), eles pedem um sinal.<br />

Aqui eles são modelo dos que vivem<br />

2T13 COMPROMISSO 33


pelas emoções. A resposta de Jesus<br />

foi muito objetiva ao citar o sinal do<br />

profeta Jonas. Semelhantemente, Jesus<br />

deixa entrever aqui, Jonas, guradamente<br />

falando, foi "levantado dos<br />

mortos" para desincumbir-se da obra<br />

para a qual Deus o chamara (Tasker, p.<br />

105). Então, Jesus usa o sinal de Jonas<br />

para testemunhar a sua morte e a sua<br />

ressurreição para cumprir a missão.<br />

Mateus insere a história da visita que a<br />

mãe e os irmãos de Jesus lhe zeram neste<br />

ponto da sua narrativa para esclarecer<br />

que nem toda a geração de Jesus era má<br />

(v. 46-50). Alguns mostraram que eram<br />

obedientes à vontade de seu Pai. Estes<br />

eram a sua família. A família de Deus são<br />

aqueles que fazem a sua vontade.<br />

AS PARÁBOLAS DO TEXTO E<br />

SEUS ENSINOS (Mt 13.1-50)<br />

O Mestre narra oito parábolas e<br />

as explica (v. 1-50). Todas as parábolas<br />

revelam a natureza e o caráter do<br />

reino de Deus. Começamos com a<br />

parábola do semeador (v. 1-9). Somos<br />

semeadores espalhando a semente do<br />

evangelho no coração do ser humano.<br />

A semente cai à beira do caminho,<br />

no solo rochoso, entre espinhos e em<br />

boa terra. O Senhor utiliza o contexto<br />

da agricultura da região da Palestina.<br />

Utiliza a natureza para ensinar coisas<br />

espirituais. A semente deve ser lançada<br />

e os resultados não são da nossa<br />

alçada. A seguir, ele conta a parábola<br />

do joio e do trigo. No meio da lavou-<br />

34 COMPROMISSO2T13<br />

ra de trigo há joio. Ele se parece com<br />

o trigo, mas não é trigo. Mas precisa<br />

esperar a colheita para fazer a separação.<br />

O trigo é útil para alimentar o<br />

ser humano. O joio é inútil e deve ser<br />

queimado. Não sabemos quem é trigo<br />

e nem quem é joio, mas o Senhor sabe<br />

perfeitamente.<br />

A parábola do grão de mostarda<br />

mostra que o grão é o menor de todos,<br />

mas se torna uma pequena árvore<br />

onde as aves do céu se aninham nos<br />

seus ramos. Assim é o reino dos céus,<br />

uma pequena semente, mas que se<br />

torna habitat para os que se achegam.<br />

O reino dos céus é comparado ao fermento<br />

que ensina o alcance do reino<br />

dos céus. As parábolas do tesouro escondido<br />

e da pérola de grande valor<br />

mostram a riqueza incalculável do reino<br />

de Deus. A parábola da rede ensina<br />

a variedade de pessoas que entram<br />

no reino, mas haverá o juízo quando<br />

os anjos separarão os maus dentre os<br />

justos (v. 48-50).<br />

APLICAÇÃO DAS<br />

PARÁBOLAS PARA HOJE<br />

Gostaria de iniciar aqui com a<br />

pergunta dos discípulos: por que lhes<br />

falas por parábolas? A explicação está<br />

no contraste entre os duros de coração,<br />

incrédulos, e os de coração sensível,<br />

crédulos (v. 13-17). Aqui também<br />

destacamos a extrema relevância da<br />

soberania de Deus, dos seus propósitos<br />

em Cristo.


Na parábola do semeador, a semente<br />

do evangelho encontra várias<br />

reações ou os diversos solos. O que<br />

importa é semear com amor, oração e<br />

con ança no Senhor, descansando em<br />

sua delidade. O trabalho de convencimento<br />

no coração do ser humano é<br />

do Espírito Santo.<br />

Na parábola do joio, o agricultor só<br />

verá a diferença entre ele e o trigo quando<br />

zer a colheita. É importante ressaltar<br />

que, na colheita, o joio está com suas<br />

raízes presas na terra (apego às coisas<br />

materiais); ele ca ereto (é arrogante) e<br />

não tem fruto (é estéril). O trigo, por<br />

sua vez, tem suas raízes soltas da terra<br />

(não se apega às coisas materiais); se inclina<br />

(se humilha); e tem seus cachos<br />

cheios de grãos (dá uto). Aqui é a grande<br />

diferença entre os que não são e os<br />

que são do Senhor. Não nos enganemos:<br />

há muito joio por aí.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

Na parábola do grão de mostarda,<br />

podemos aprender a humildade<br />

do reino de Deus. Deus usa as coisas<br />

pequenas para fazê-las grandes. Ele<br />

confunde as coisas grandes por meio<br />

das pequenas. O reino de Deus atrai e<br />

é útil aos que creem.<br />

Na parábola do fermento, aprendemos<br />

a exercer a nossa in uência<br />

onde quer que estejamos permeando<br />

toda a sociedade com o evangelho de<br />

Cristo e in uenciando a sociedade<br />

com o estilo de vida do Mestre.<br />

Nas parábolas do tesouro e da pérola,<br />

aprendemos que precisamos renunciar<br />

às coisas de menor valor pelas<br />

de maior valor. Pagar o preço da renúncia,<br />

da obediência. Paulo considerou<br />

tudo como perda, como sem valor<br />

ou esterco por causa do grande valor<br />

de Cristo, por causa da sublimidade<br />

do seu conhecimento (Fp 3.7-9).<br />

1 <br />

religiosa ou civil. Nós não seguimos uma tradição religiosa, mas Cristo.<br />

2 <br />

<br />

mais importante do que a organização.<br />

3 <br />

<br />

<br />

<br />

Oremos pela conversão genuína das pessoas.<br />

4 <br />

que querem viver piamente Jesus Cristo padecerão perseguições.<br />

2T13 COMPROMISSO 35


EBD 7 19 de maio<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

14.1-12<br />

“Partindo os pães<br />

deu-os aos discípulos”<br />

Terça<br />

Mateus<br />

14.13-21<br />

36 COMPROMISSO2T13<br />

Os sinais da divindade e poder de Jesus<br />

Texto bíblico Texto áureo <br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

14.22-36<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

15.1-10<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

15.11-20<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

15.21-28<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

15.29-39<br />

Este texto é uma narrativa de con- cunhada e amante e a lha desta que<br />

trastes. A tristeza da morte de João era fútil e louca, para matar João Ba-<br />

Batista contrasta com a alegria FALTOU da A tista. EBD A 7<br />

permissão de Deus diante de<br />

multidão ao ter pães e peixes multipli- toda esta articulação maligna tem<br />

cados por Jesus e da mulher cananeia um propósito: ser glori cado na vida<br />

que teve a sua lha curada por Jesus. de João, um homem íntegro, humil-<br />

Jesus revela os sinais da sua dide, coerente e corajoso. As pessoas de<br />

vindade andando sobre o mar e ma- Deus são assim. João Batista denunnifestando<br />

todo propósito do Pai ciou veementemente o pecado do rei.<br />

com a sua consciência de missão. Ele não era um mascote, mas um pro-<br />

Atentemos para o que o Espírito nos feta de Deus. Os que tramaram fu-<br />

ensina pela vida e obra de Jesus Cristilmente a sua morte semearam para<br />

to, nosso Senhor.<br />

receberem o duro juízo de Deus. A<br />

cabeça de João foi cortada e ofereci-<br />

A MORTE DE JOÃO BATISTA da num prato à jovem fútil e insana.<br />

(Mt 14.1-12)<br />

João perdeu a cabeça física, mas não<br />

a sua coerência. Os seus discípulos<br />

Temos aqui uma trama bem ar- vieram certamente com muita tristeticulada<br />

entre Herodes Antipas, o za levar o corpo daquele que era um<br />

tetrarca da Galileia, Herodias, sua exemplo de vida santa.


OS SINAIS DA DIVINDADE DE glori cado. Aprendemos com este<br />

JESUS (Mt 14.13-33; 15.32-39) texto que temos uma responsabilidade<br />

de ajudar os que mais precisam e<br />

Após saber da morte do seu pre- fazê-lo com profundo amor cristão.<br />

cursor, o Senhor Jesus se retira num Não é uma opção, mas uma ordem de<br />

barco para um lugar deserto a m de Jesus dar de comer aos pobres e mais<br />

car a sós com o Pai (v. 13). As multi- carentes.<br />

dões o seguiram por terra. Ao desem- Depois deste milagre, Jesus insistiu<br />

barcar, vendo uma grande multidão, com os discípulos que fossem na fren-<br />

compadeceu-se dela e curou os seus te e subiu ao monte para orar sozinho.<br />

enfermos. Que cena lindíssima! Jesus Na quarta vigília da noite, foi encon-<br />

estava exausto e os discípulos, preotrar-se com os seus discípulos que escupados,<br />

sugere ao Senhor que despetavam no barco açoitado pelas ondas<br />

ça as multidões para que pudessem ir porque o vento era contrário. Jesus es-<br />

às aldeias comprar alguma coisa para tava andando sobre o Mar da Galileia.<br />

comer. A resposta de Jesus foi direta: Ao verem Jesus, os discípulos caram<br />

“Não precisam retirar-se; dai-lhes, aterrados e achavam que era um fan-<br />

vós mesmos, de comer”. A resposta-detasma e, tomados de medo, gritaram.<br />

sa o do Mestre foi tremenda. Os dis- Jesus se identi cou e os acalmou e os<br />

cípulos disseram que só tinham cinco encorajou. Pedro quis fazer um teste<br />

pães e dois peixes. O Senhor FALTOU já sabia A EBD com o 7<br />

Mestre se oferecendo para ir ter<br />

o que ia fazer. Ele sempre sabe. Nós com ele andando sobre o mar. Jesus o<br />

é que não sabemos ou achamos que convida e ele começa a andar sobre as<br />

sabemos por nós mesmos. O Senhor águas na direção do Senhor. Mas, com<br />

usa uma estratégia (v. 18,19). Ele to- a força do vento, Pedro teve medo<br />

mou os cinco e dois peixes e ergueu e, começando a submergir, gritou:<br />

os olhos ao céu e os abençoou. Todos “Salva-me, Senhor!” Jesus o repreen-<br />

comeram e se fartaram. Ainda sobradeu: "Homem de pequena fé, por que<br />

ram 12 cestos de pães. E eram cerca duvidaste?" Pedro não passou no tes-<br />

de cinco mil homens, pois mulheres te. Ele olhou para as circunstâncias e<br />

e crianças não eram contados. Foi um não para Jesus. Somos assim também.<br />

milagre. Jesus pode multiplicar os Precisamos con ar na su ciência de<br />

nossos poucos recursos se tivermos Cristo Jesus. Os discípulos que esta-<br />

fé e trabalharmos diligentemente. O vam no barco zeram uma pro ssão<br />

pouco nas mãos do Mestre pode ser de fé (v. 33). Em Genesaré, muitos<br />

transformado em muito para que se foram curados pelo poder de Jesus (v.<br />

cumpra o seu propósito e o Pai seja 34-36).<br />

2T13 COMPROMISSO 37


CUIDADOS COM O<br />

TRADICIONALISMO<br />

(Mt 15.1-20)<br />

Jesus está em Jerusalém. Nesta cidade<br />

importantíssima para o judaísmo,<br />

alguns fariseus e escribas perguntaram a<br />

Jesus: Por que transgridem os teus discípulos<br />

a tradição dos anciãos? (v. 1). Jesus<br />

responde fazendo uma pergunta muito<br />

pertinente? Por que vocês transgridem<br />

o mandamento de Deus de honrar pai e<br />

mãe por causa da sua tradição? Esta questão<br />

fez lembrar o pensamento do teólogo<br />

luterano Jaroslav Pelikan: “Tradição é a<br />

fé viva daqueles que já morreram. Tradicionalismo<br />

é a fé morta dos que ainda<br />

vivem”. Jesus não rejeita a tradição, mas<br />

o tradicionalismo. Este último era o caso<br />

dos religiosos judeus. Notamos que, nos<br />

versículos 5 e 6, Jesus condena de forma<br />

veemente a desculpa dos religiosos judeus<br />

de se eximirem da responsabilidade<br />

com o pai e a mãe a pretexto de dizerem:<br />

“É oferta ao Senhor aquilo que poderias<br />

aproveitar de mim”. Ele diz claramente:<br />

“Invalidastes a Palavra de Deus, por causa<br />

da vossa tradição”.<br />

Jesus agora toca num ponto essencial<br />

que é a hipocrisia – a incoerência<br />

entre o que está no coração e o que<br />

se fala, se expressa ou se vive (v. 7-9).<br />

Era uma palavra do profeta Isaías no<br />

capítulo 29.13. Deve sempre haver<br />

coerência entre o que cremos e o que<br />

praticamos; entre o que sentimos e<br />

o que vivemos. A boca deve ser sem-<br />

38 COMPROMISSO2T13<br />

pre o resultado do coração. É por ela<br />

que devemos verbalizar quem somos.<br />

Mais adiante, o Senhor Jesus começa<br />

a tratar de outro assunto que é a contaminação<br />

do homem. Não é o que<br />

entra que contamina o homem, mas o<br />

que sai da sua boca (v. 11). Jesus trata<br />

a questão essencial: a espiritualidade e<br />

a ética. As pessoas realmente espirituais,<br />

que possuem uma espiritualidade<br />

bíblica, vivem a ética bíblica. Não são<br />

compartimentos estanques ou separados.<br />

Jesus esclarece de forma magistral<br />

nos versículos 19 e 20 toda a gênese do<br />

comportamento humano. Enquanto<br />

os religiosos judeus – os tradicionalistas<br />

– estavam preocupados com a<br />

aparência e com a prática do lavar as<br />

mãos (sabemos que isto é necessário<br />

por causa da saúde, mas não de ne a<br />

espiritualidade e a ética de ninguém),<br />

Jesus coloca a relevância do interior,<br />

do coração, que de ne o caráter do ser<br />

humano. Enquanto a religião como<br />

sistema focaliza o exterior e a aparência,<br />

o evangelho, por sua vez, enfatiza<br />

o interior. Por trás de toda ação existe<br />

a motivação. Há coerência no evangelho.<br />

Há coerência no cristão genuíno,<br />

nascido de novo.<br />

O APARENTE POUCO CASO<br />

COM A MULHER CANANEIA<br />

(Mt 15.21-28)<br />

Esta mulher é um exemplo de fé<br />

genuína. Ela tinha uma lha horrivel-


mente endemoninhada. Imaginemos<br />

o sofrimento desta mãe (v. 22). Ele clama<br />

a Jesus e o chama de Filho de Davi.<br />

Pede compaixão. Além de Jesus não<br />

respondê-la, os discípulos sugerem que<br />

ela seja mandada embora. Jesus compartilha<br />

no versículo 24 a prioridade da<br />

sua missão. A mulher insistiu (v. 25).<br />

Jesus, no versículo 26, fala, mais uma<br />

vez, da prioridade de se pregar a Israel,<br />

mas a mulher pede as migalhas, as sobras<br />

do pão dos israelitas. Esta foi uma<br />

palavra de fé, de con ança no Messias<br />

(v. 27). Jesus reconhece a fé daquela<br />

mulher por sua sinceridade e perseverança.<br />

Jesus curou a lha da mulher cananeia<br />

(v. 28). Podemos aprender com<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

esta mulher a fé, a perseverança, a sinceridade<br />

e a humildade. Jesus quer ver<br />

estas qualidades em nós.<br />

O Senhor cura coxos e cegos (v.<br />

31). Posteriormente, ele multiplica<br />

os pães e peixes pela segunda vez (v.<br />

32-39). Aquela multidão estava três<br />

dias com Jesus e sem comer direito.<br />

Aqui, são sete pães e alguns peixinhos<br />

(v. 34). Jesus deu graças e os partiu.<br />

Todos foram alimentados. Sobraram<br />

sete cestos. Foram quatro mil homens,<br />

sem contar mulheres e crianças. O<br />

nosso Deus, em Cristo Jesus, é o Deus<br />

da ampla su ciência. Nada falta àqueles<br />

que o amam e o temem de todo o<br />

coração, com todas as suas forças.<br />

1 <br />

morte de João, o Mestre se retirou para um lugar deserto. É muito difícil perder<br />

<br />

gados.<br />

2 <br />

<br />

espiritual com os famintos.<br />

3 <br />

<br />

nismo autêntico está focado no coração, nas suas intenções e na totalidade da<br />

<br />

nossa vida.<br />

4 <br />

<br />

2T13 COMPROMISSO 39


EBD 8 26 de maio<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

16.1-4<br />

“Tu és o Cristo,<br />

o Filho do Deus vivo”<br />

Terça<br />

Mateus<br />

16.5-12<br />

40 COMPROMISSO2T13<br />

O prenúncio do m<br />

Texto bíblicoTexto áureo<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

16.13-23<br />

Este texto revela duas coisas muito<br />

importantes: a divindade de Jesus e o<br />

compromisso do seu discípulo. Jesus<br />

enfrenta os fariseus e saduceus; ouve a<br />

con ssão de Pedro, prediz a sua morte<br />

e ressurreição por duas vezes.<br />

Na sua divindade, Jesus experimenta<br />

a trans guração, a metamorfose<br />

com os seus discípulos mais chegados<br />

– Pedro, Tiago e João – bem como o<br />

testemunho da lei e dos profetas com<br />

a presença de Moisés e Elias. A lei e os<br />

profetas testi cam da pessoa e obra de<br />

Jesus. Temos muitas lições praticas de<br />

valor permanente para aprendermos<br />

neste texto inspirado.<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

16.24-28<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

17.1-13<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

17.14-23<br />

RAZÕES PARA UM<br />

MILAGRE (Mt 16.1-4)<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

17.24-27<br />

Esse encontro com Jesus, empreendido<br />

pelos religiosos fariseus e saduceus,<br />

faz lembrar que existem três tipos de<br />

pessoas no mundo: As que vivem pelo<br />

sentimento, representadas pelos judeus<br />

(eles pedem sinal); as que vivem pelo<br />

pensamento representadas pelos gregos<br />

(eles buscam sabedoria) e as que vivem<br />

pela fé representadas por aqueles que<br />

creem na su ciência da obra de Cristo. A<br />

base bíblica está em 1Coríntios 1.22-24.<br />

Os religiosos judeus tentaram fazer<br />

uma “pegadinha” com Jesus (v. 1). Jesus


usou a meteorologia para levá-los à re-<br />

exão (v. 2,3). Jesus os alertou acerca<br />

do sinal de Jonas (v. 4), e os incluiu na<br />

geração má e adúltera.<br />

O “FERMENTO DOS FARISEUS”<br />

ESTÁ PRESENTE HOJE?<br />

(Mt 16.5-12)<br />

Há uma di culdade por parte dos<br />

discípulos de compreenderem o ensino<br />

do Mestre. Ele os alerta para o perigo do<br />

fermento dos fariseus e dos saduceus (v.<br />

12). Enquanto eles estavam preocupados<br />

com o pão para se alimentar, Jesus<br />

os adverte sobre a pequenez do foco<br />

deles: o pão material (v. 8). Jesus lhes<br />

recorda de dois milagres dos pães para<br />

uma multidão de cinco mil homens,<br />

fora mulheres e crianças que não eram<br />

contados e outra de quatro mil (v. 9).<br />

O evangelho de Cristo não precisa<br />

de aditivos. Notamos em nossos dias o<br />

evangelho sendo "turbinado" ou ‘"ditivado"<br />

de estranhíssimas doutrinas e<br />

ensinos perniciosos. Vivemos uma verdadeira<br />

histeria judaica com objetos da<br />

religião como arca, dias santos e outros<br />

rituais. É como colocar o vinho novo<br />

em odres velhos. O evangelho dentro<br />

do sistema religioso judaico, centrado<br />

no tradicionalismo e legalismo.<br />

A LEI DA CRUZ E VOCÊ<br />

(Mt 16.13-28)<br />

Na contramão das intenções judaicas,<br />

do mero tradicionalismo religio-<br />

so, Jesus pergunta a seus discípulos o<br />

que o povo da Palestina diz quem ele<br />

é (v. 13). As respostas do povo são:<br />

Elias, João Batista, Jeremias ou algum<br />

dos profetas (v. 14). Agora, o Senhor<br />

pergunta aos discípulos (v. 15). Pedro,<br />

proativo, responde categoricamente:<br />

“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.<br />

No versículo 17, Jesus chama Pedro<br />

de bem-aventurado ou feliz porque<br />

não foi ele, mas o Pai quem revelou<br />

a resposta. Jesus Cristo é a base, o<br />

fundamento da igreja e as portas do<br />

inferno não prevalecerão contra ela (v.<br />

18). Ele promete a Pedro dar as chaves<br />

do reino dos céus para exercer uma<br />

função disciplinadora (v. 19).<br />

Jesus os advertiu que não dissessem<br />

que ele era o Cristo (v. 20). Em<br />

seguida, o Senhor começa a discorrer<br />

acerca do seu sofrimento, do cumprimento<br />

da missão que lhe foi dada pelo<br />

Pai (v. 21). Pedro o chama à parte e<br />

começa a reprová-lo pela exposição<br />

do Senhor ao sofrimento e tenta dissuadi-lo<br />

do caminho da cruz (v. 22).<br />

No parágrafo anterior, o Senhor revela<br />

a Pedro quem é, mas agora é Satanás<br />

quem fala por Pedro e o Mestre, como<br />

lhe é peculiar, discerne e repreende o<br />

inimigo que fala pelo apóstolo (v. 23).<br />

O nosso grande perigo é cogitarmos<br />

das coisas dos homens em detrimento<br />

das coisas de Deus (v. 23).<br />

Jesus magistralmente ensina que o<br />

seu discípulo deve negar-se a si mesmo,<br />

tomar a sua cruz e segui-lo (v.<br />

24). Enfatiza que quem quiser salvar<br />

2T13 COMPROMISSO 41


a sua vida e preservar-se, vai perdê-la,<br />

mas quem perder a sua vida por amor<br />

a ele há de achá-la ou preservá-la para<br />

a vida eterna (v. 25). Jesus ensina sabiamente<br />

que a vida é muito mais<br />

importante do que as riquezas deste<br />

mundo (v. 26) e que retribuirá a cada<br />

um segundo as suas obras (v. 27). No<br />

versículo 28, Jesus deixa claro que alguns<br />

dos seus não morreriam antes de<br />

vê-lo ressurreto.<br />

O MELHOR ENTENDIMENTO<br />

DA TRANSFIGURAÇÃO<br />

(Mt 17.1-13)<br />

Antes de comentarmos a trans -<br />

guração de Jesus, precisamos destacar<br />

a expressão “seis dias depois”, que se refere<br />

ao intervalo entre a con ssão de<br />

Pedro em Cesareia de Filipe e a trans-<br />

guração de Jesus. Esta referência tão<br />

exata de tempo é rara nos Evangelhos.<br />

Sabemos que a con ssão de Pedro<br />

(Mt 16.16) tem tudo a ver com a revelação<br />

da divindade de Jesus no Monte<br />

da Trans guração. O alto monte<br />

é identi cado por tradição posterior<br />

como sendo o monte Tabor, mas o<br />

Hermom é o mais provável, pois ca<br />

mais perto de Cesareia de Filipe, cerca<br />

de 22km, e se levanta a uma altura de<br />

3.000 metros.<br />

Diz o texto que ele foi trans gurado<br />

(v. 2). Segundo os estudiosos<br />

da língua grega, a palavra para trans-<br />

gurado é metamorfose, que signi ca<br />

transformar, alterar-se, mudar de uma<br />

42 COMPROMISSO2T13<br />

gura terrestre para uma sobrenatural’.<br />

Segundo Ryrie, "a trans guração ofereceu<br />

aos discípulos uma antevisão da<br />

exaltação futura de Jesus e da vinda do<br />

reino" (Ryrie, p. 1.209).<br />

Jesus estava acompanhado de<br />

Pedro, Tiago e João como quando<br />

Moisés subiu ao monte santo levando<br />

consigo Arão, Nadabe e Abiú<br />

(Ex 24.1). Moisés viu a glória do Senhor<br />

e a "pele do seu rosto brilhava<br />

por ter falado com ele" (Ex 34.29).<br />

Na transfiguração, o rosto daquele<br />

que é maior do que Moisés brilhou,<br />

não com glória refletida, mas com<br />

a glória semelhante aos raios do<br />

sol. Somente Mateus registra que o<br />

rosto de Jesus resplandecia como o<br />

sol, que as suas vestes se tornaram<br />

brancas como a luz, e que uma nuvem<br />

luminosa (literalmente "uma<br />

nuvem de luz") os envolveu. Mas,<br />

como no Sinai, é a voz divina falando<br />

desde a nuvem, em si mesma um<br />

sinal da presença divina, que desperta<br />

o temor no coração dos apóstolos.<br />

"Ouvindo-a os discípulos, caíram<br />

de bruços, tomados de grande medo"<br />

(Tasker, p. 130,131).<br />

Moisés e Elias representam o testemunho<br />

da Lei e dos Profetas acerca<br />

da glória de Cristo, da sua divindade.<br />

O próprio Senhor disse em Lucas<br />

16.16: “A lei e os profetas vigoraram<br />

até João; desde esse tempo vem sendo<br />

anunciado o evangelho do reino de<br />

Deus, e todo homem se esforça por<br />

entrar nele”.


ENSINOS DA CONFISSÃO DE<br />

UM HOMEM DE POUCA FÉ<br />

(Mt 17.14-21)<br />

Depois da experiência no monte<br />

– uma experiência de contemplação<br />

da glória de Cristo, da sua divindade<br />

cuja tendência era de acomodação<br />

tipificada pelas três tendas sugeridas<br />

por Pedro – eles descem e encontram<br />

a multidão. Enquanto eles tiveram<br />

uma fé fortalecida no Monte<br />

da Transfiguração, embaixo, na planície,<br />

os outros nove discípulos são<br />

totalmente incapazes de curar um<br />

rapaz epiléptico. Tasker diz que "no<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

relato de Mateus, o pai do menino<br />

vem diretamente a Jesus, ajoelha-se<br />

diante dele e lhe pede que tenha piedade<br />

do seu filho sofredor, um lunático<br />

com tendências suicidas, que os<br />

discípulos de Jesus, o pai assinala,<br />

não conseguiram curar".<br />

A experiência com o Senhor Jesus<br />

na sua glória revelada nas Escrituras<br />

deve necessariamente nos conduzir<br />

àqueles que Jesus ama e nos ordena a<br />

levar-lhes o seu evangelho. A glória de<br />

Cristo e o sofrimento do ser humano<br />

não são excludentes, mas convergentes.<br />

O menino foi liberto para a glória<br />

do Messias.<br />

1 <br />

<br />

2 Muitas vezes, como os discípulos, não compreendemos o ensino de Jesus. Ele<br />

nos alerta para o perigo das doutrinas legalistas e judaizantes que estão por aí, que<br />

dão ênfase a sinais, aos sentimentos.<br />

3 <br />

compromisso com Cristo vivendo e ensinando a sua doutrina. Cada um de nós deve<br />

<br />

<br />

4 <br />

ensinam que devemos ter equilíbrio entre a nossa devoção, nossa contemplação da<br />

grandeza, divindade de Jesus e o nosso serviço a ele, servindo às pessoas, tendo<br />

compaixão dos que sofrem.<br />

2T13 COMPROMISSO 43


EBD 9<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

18.1-6<br />

Terça<br />

Mateus<br />

18.7-14<br />

44 COMPROMISSO2T13<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta Quinta Sexta<br />

Mateus<br />

18.15-27<br />

Mateus<br />

18.28-35<br />

Mateus<br />

19.1-12<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

19.13-22<br />

2 de junho<br />

Perdoar setenta vezes sete<br />

Ensinos fundamentais para os discípulos<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

Nestes dois capítulos veremos a diversidade<br />

dos ensinos de Jesus. Trataremos<br />

de humildade, do cuidado com<br />

o uso dos membros do nosso corpo<br />

para que não sirvam ao pecado e escandalizem,<br />

e buscarmos aqueles que<br />

estão perdidos.<br />

Consideraremos a importância de<br />

perdoar aqueles que erram contra nós,<br />

valorizar o casamento como instituição<br />

criada por Deus, abençoar as crianças<br />

à semelhança de Jesus, e considerar<br />

o Senhor muito mais importante do<br />

que as riquezas.<br />

HUMILDADE, TROPEÇOS E<br />

OVELHA PERDIDA<br />

(Mt 18.1-14)<br />

A primeira coisa que nos é ensinada<br />

neste texto bíblico é a necessidade<br />

de conversão, e esta manifestada sob a<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

19.23-30<br />

forma de uma humildade como a de<br />

uma criança. Os discípulos de Jesus se<br />

aproximam e lhe fazem uma pergunta<br />

muito interessante: Quem é, porventura,<br />

o maior no reino dos céus? (v.<br />

1). O Mestre chama uma criança e a<br />

coloca no meio deles (v. 2,3). Jesus usa<br />

o verbo converter e o liga com as atitudes<br />

de uma criança. Então, o salvo pela<br />

graça tem as mesmas características de<br />

uma criança: simplicidade ou humildade,<br />

pureza, sinceridade, agilidade e<br />

con ança. Em seguida, o Senhor Jesus<br />

fala de tropeços ou escândalos usando<br />

mais uma vez as crianças como alguém<br />

muito frágil, dependente (v. 6).<br />

Observemos que nos versículos<br />

7-9, Jesus trata do perigo e prejuízo dos<br />

escândalos ou tropeços, bem como a<br />

necessidade de darmos bom testemunho<br />

com o nosso corpo. Os membros<br />

do nosso corpo devem ser totalmente


enfraquecidos e submissos ao nosso espírito<br />

dominado pelo Espírito Santo.<br />

Isto signi ca dizer que os membros do<br />

nosso corpo não devem ser usados para<br />

envergonhar o evangelho, mas para o<br />

seu testemunho poderoso e e caz no<br />

mundo. Entraremos no céu por causa<br />

do que Cristo fez por nós na cruz e na<br />

ressurreição. O mérito é todo dele.<br />

A referência aos anjos no versículo<br />

10 quer dizer que os anjos têm<br />

um ministério, entre outros, especial<br />

de cuidar dos que herdam a salvação<br />

(Hb 1.14). Mas a sua principal atividade<br />

é adorar ao Senhor, conforme<br />

Isaías 6.3.<br />

Jesus faz uma a rmação muito<br />

preciosa no versículo 11 e a ilustra nos<br />

versículos 12 a 14. Compare com 1Timóteo<br />

2.1-4.<br />

PACIÊNCIA E COMPREENSÃO<br />

(Mt 18.15-27)<br />

O Mestre trata magistralmente<br />

uma questão fundamental seja na vida<br />

pessoal, seja na coletiva, que é a necessidade<br />

de disciplina. A sua fundamentação<br />

está no seu caráter. A disciplina<br />

pressupõe con ontação, testemunho e<br />

desligamento (v. 15-17). Os publicanos<br />

e pecadores não eram aceitos na<br />

comunidade da época. Nos versículos<br />

18-20, temos o poder da disciplina cirúrgica,<br />

isto é, desligar aquele que não<br />

compartilha do consenso cristão do<br />

rol de membros da igreja.<br />

Jesus garante a sua presença no<br />

meio daqueles que estão reunidos em<br />

seu nome. Onde há coerência entre o<br />

crer nele, o viver sob ele e para ele, aí<br />

a sua presença está garantida (v. 20).<br />

Pedro, ao ouvir o ensino do Senhor,<br />

faz uma pergunta pertinente usando o<br />

que ele havia aprendido no judaísmo<br />

(v. 21). Jesus responde estabelecendo<br />

o seu principio (v. 22). Não há limite<br />

para o perdão porque é a graça de Deus<br />

que opera em nós. É neste contexto<br />

que Jesus conta uma parábola chamada<br />

“O credor incompassivo” (v. 23-35).<br />

“Somente podemos receber o perdão libertador<br />

se o passamos adiante de imediato.<br />

Estes dois pontos: "Perdoa-nos as<br />

nossas dívidas", e "assim como nós também<br />

perdoamos aos nossos devedores"<br />

são inseparáveis. O perdão é comparável<br />

ao bastão levado pelos desportistas<br />

numa corrida de estafeta. É preciso<br />

passá-lo à mão do outro; se continuarmos<br />

correndo sozinhos, segurando-o<br />

desesperadamente com certeza seremos<br />

derrotados. Este bastão existe para<br />

ser passado adiante. O credor incompassivo<br />

comete o erro de ignorar esta<br />

regra elementar, provocando assim a<br />

sua própria ruína” ( ielicke, p. 208).<br />

O QUE JESUS ENSINA SOBRE<br />

O DIVÓRCO (Mt 19.1-12)<br />

A partir de uma pergunta dos fariseus<br />

(v. 2), o Senhor Jesus ensina o<br />

princípio do casamento no reino de<br />

2T13 COMPROMISSO 45


Deus. Se por qualquer motivo o homem<br />

judeu podia dar carta de divórcio<br />

para sua mulher, Jesus ensina que<br />

não é assim no reino. Ele ensina que o<br />

casamento é um projeto de Deus, sendo<br />

uma união física, emocional, ética<br />

e espiritual entre um homem e uma<br />

mulher, macho e fêmea, para viverem<br />

até que a morte os separe (v. 6). Neste<br />

assunto, temos muitas di culdades<br />

nas igrejas, mas precisamos ser rmes<br />

a partir do ensino da Palavra de Deus.<br />

“A questão do divórcio, além do seu<br />

valor intrínseco, revestia-se de especial<br />

importância para os fariseus que<br />

vieram provar a Jesus que o assunto os<br />

dividia. O seguidores de Hillel (líder<br />

de uma escola de interpretação judaica)<br />

permitiam ao homem servir-se de<br />

qualquer pretexto para o divórcio, e os<br />

de Shammai (líder de uma outra escola)<br />

a rmavam que só se podia admitir<br />

o divórcio em caso de adultério. Jesus,<br />

ao responder, superou a expectativa<br />

dos rabinos assim como a das regras<br />

civis, pelas quais Moisés permitiu divórcio<br />

legalizado à pessoa que, moral<br />

e religiosamente, já estivesse separada<br />

do cônjuge. Ele raciocinou pelos princípios<br />

morais que Deus dotara o mundo<br />

ao criar o ser humano. A intenção<br />

de Deus não era só que as pessoas<br />

casadas cassem juntas, mas também<br />

que houvesse plena união do corpo e<br />

espírito em amor. Jesus não proibiu o<br />

segundo casamento da parte inocente,<br />

no caso de adultério (v. 9). O projeto<br />

46 COMPROMISSO2T13<br />

original de Deus é que o casamento<br />

dure até que a morte separe os cônjuges.<br />

Nos versículos 11 e 12, o Senhor<br />

reconheceu o valor do celibato quando<br />

assumido para melhor servir a<br />

Deus. Tinha, entretanto, que ser voluntário.<br />

É o Senhor que capacita a<br />

pessoa para esta vocação (1Co 7.7).<br />

O celibato imposto por decreto não é<br />

apoiado pela Palavra de Deus.<br />

JESUS ABENÇOA AS<br />

CRIANÇAS (Mt 19.13-15)<br />

Este texto está nos Evangelhos de<br />

Marcos e Lucas. Jesus tinha especial<br />

atenção para com as crianças. Os pais<br />

trouxeram os seus lhos para serem<br />

abençoados por Jesus. Nós devemos<br />

fazer o mesmo. Orar por eles em<br />

todo o tempo. Como os discípulos,<br />

há muitos hoje que não têm paciência<br />

com as crianças e as repelem (v.<br />

13b). Jesus ordenou que eles deixassem<br />

as crianças chegarem até ele (v.<br />

14). Precisamos trazer as crianças<br />

a Cristo Jesus para o receberem no<br />

coração. Ele declarou que as crianças<br />

pertencem ao reino dos céus. Antes,<br />

o Senhor já havia falado sobre isso<br />

ensinando aos discípulos que deviam<br />

ter as atitudes delas. Há uma identi -<br />

cação das qualidades da criança com<br />

as qualidades exigidas do cidadão do<br />

reino de Deus.


OS ENSINOS SOBRE A<br />

RIQUEZA (Mt 19.16-30)<br />

O jovem rico procura Jesus com<br />

uma pergunta na mente, chamando-o<br />

de Mestre (v. 16). Jesus responde com<br />

uma outra pergunta do coração (v. 17).<br />

O Senhor, sabendo das suas intenções,<br />

lembra-o de alguns mandamentos (v.<br />

18,19). No versículo 20, ele responde<br />

positivamente e faz uma indagação. O<br />

Mestre mostra a insu ciência da lei para<br />

resolver o seu problema que era muito<br />

sério. A lei aponta para Cristo, mas não<br />

salva. Aquele jovem vivia a religião, mas<br />

não o evangelho. O seu coração estava<br />

nas riquezas e não no Senhor. A sua<br />

pergunta foi a partir de sua curiosidade.<br />

Ele achava que praticando a religião e<br />

vivendo a sua vida centrada na riqueza<br />

lhe bastavam. Estava mais preocupado<br />

com a sua aparência do que com o<br />

seu coração. Voltando ao versículo 20,<br />

concluímos que o essencial para ele era<br />

a centralidade de Cristo (era o que lhe<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

faltava) em sua vida e não as riquezas. A<br />

indicação de Jesus para ele no versículo<br />

21 revela o coração do evangelho – o homem<br />

é muito mais importante do que<br />

bens. A resposta dele foi se retirar triste<br />

porque era dono de muitas propriedades<br />

(v. 22). Não é possível servir a Deus<br />

e às riquezas (Mt 6.24). O Senhor deve<br />

ser sempre a PRIORIDADE.<br />

Interpretando a experiência do jovem<br />

rico para os seus discípulos, o Senhor Jesus<br />

alerta sobre o perigo das riquezas (v.<br />

23-30). Declara que há muita di culdade<br />

e uma quase impossibilidade de um<br />

rico entrar no reino dos céus (v. 23,24).<br />

Jesus usou uma hipérbole deliberada. A<br />

intenção era representar a salvação de um<br />

homem rico como nada menos do que<br />

um milagre, possível apenas para Deus.<br />

Há um diálogo entre Jesus e os<br />

discípulos sobre salvação, renúncia<br />

e recompensa. Jesus ensina que nada<br />

é impossível para Deus e que os obedientes<br />

receberão a sua recompensa<br />

(v. 27-30).<br />

1 <br />

2 <br />

<br />

o perdão de Deus em Cristo.<br />

3 <br />

<br />

4 <br />

dos os dias.<br />

5 <br />

nossa verdadeira riqueza e nossa primazia.<br />

2T13 COMPROMISSO 47


EBD 10<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

20.1-19<br />

"O Filho do homem veio<br />

para dar a sua vida"<br />

Terça<br />

Mateus<br />

20.20-34<br />

Veremos nestes dois capítulos que a<br />

salvação não é merecimento humano,<br />

mas graça de Deus; que estar à sua direita<br />

ou à sua esquerda de Jesus é atribuição<br />

do Pai; Jesus curou dois cegos em Jericó;<br />

entrou triunfalmente em Jerusalém; puri<br />

cou o templo; amaldiçoou a gueira<br />

infrutífera e enfatizou a sua morte na<br />

cruz pelo homem perdido.<br />

SALVAÇÃO NÃO É MÉRITO<br />

HUMANO, MAS GRAÇA<br />

SOBERANA DE DEUS<br />

(Mt 20.1-16)<br />

Este texto é impressionante, pois expõe<br />

de maneira precisa a graça soberana de<br />

Deus versus o mérito do homem. O reino<br />

de Deus é um reino de fé e não da supremacia<br />

da razão; de iniciativa de Deus e não<br />

do ser humano (2Co 5.15-20).<br />

48 COMPROMISSO2T13<br />

Chegada de Jesus a Jerusalém<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

21.1-11<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

21.12-22<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

21.23-27<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

21.28-32<br />

9 de junho<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

21.33-46<br />

O reino do céu é semelhante a um<br />

dono de casa que saiu de madrugada<br />

para contratar trabalhadores para a<br />

sua vinha. Ele ajustou o salário dos<br />

primeiros trabalhadores em um denário<br />

por dia e mandou-os para a<br />

plantação (v. 1,2). Esse valor era o salário<br />

mínimo diário dos soldados do<br />

império romano. Saindo pela terceira<br />

hora, isto é, às 9 horas da manhã, viu<br />

na praça outros que estavam desocupados.<br />

“A praça pública era ponto de<br />

reunião para os que não tinham serviço,<br />

bem como operários avulsos”<br />

(v. 3). O proprietário saiu também<br />

perto da hora sexta (ao meio- dia) e<br />

da hora nona (15 horas); e ao “pôr-<br />

-do-sol”, às 18 horas. A expressão<br />

undécima hora (v. 9) que, atualmente,<br />

num mundo de precisão mecâni-


ca, equivaleria a “cinco para as seis”.<br />

Foi nesse horário que ele encontrou<br />

outros desocupados. Todos receberam<br />

o mesmo salário, conforme o<br />

combinado.<br />

É interessante notar que no acerto<br />

do salário no nal do expediente os últimos<br />

foram os primeiros a receber. Então,<br />

o fato de os últimos auferirem em<br />

primeiro lugar mostra que os judeus, os<br />

primeiros recebedores da chamada divina,<br />

não seriam os primeiros a receptar<br />

o galardão nal, pois a salvação não<br />

vem pela herança racial, nem humana,<br />

mas da generosidade e graça divinas (v.<br />

15). Do mesmo modo, a salvação, em<br />

si, é algo tão precioso, que não existe<br />

salvação de primeira classe, distinta de<br />

alguma outra classe inferior de salvação.<br />

Deus é soberano em todas as suas<br />

decisões (v. 16).<br />

JESUS PREDIZ<br />

A SUA MORTE<br />

E RESSURREIÇÃO<br />

(Mt 20.17-19)<br />

Causa-me devoção toda a vez<br />

que leio acerca da maneira consciente<br />

com que Jesus falava da sua morte<br />

e da sua ressurreição. Ele destaca<br />

três atos da sua paixão: zombaria<br />

por parte dos romanos; sofrimento<br />

(açoites) e a morte por crucificação (v.<br />

19). No final, ele revela a sua vitória<br />

sobre a morte, ressuscitando ao terceiro<br />

dia.<br />

ENTENDENDO O PEDIDO<br />

DA MÃE DE TIAGO E JOÃO<br />

(Mt 20.20-28)<br />

À luz do texto anterior, este pedido<br />

revela a falta de compreensão do que seja<br />

a vida cristã. As pessoas têm uma visão<br />

muito pequena do que seja o reino de<br />

Deus, pois buscam vantagens pessoais. A<br />

Teologia da Prosperidade tem o seu fundamento<br />

no egocentrismo, na natureza de<br />

Adão. Ser cristão não é buscar o pódio,<br />

mas viver intensamente a simplicidade de<br />

Cristo neste mundo. A resposta de Jesus<br />

ao pedido da mãe de Tiago e João é sábia<br />

e inteligente (v. 23, 26-28). “O grego<br />

lutron signi ca preço de libertação – o dinheiro<br />

pago em favor de um escravo para<br />

que este possa sair livre. Cristo se deu por<br />

nós (Is 53.6; 2Co 5.21). É o sacrifício de<br />

Cristo que nos salva e não o martírio dos<br />

homens, muito embora, como Tiago,<br />

morram em prol do evangelho”. O reino<br />

de Deus não é um reino de senhores, mas<br />

de servos. Só há um Senhor. Alguém disse<br />

que o grande homem no mundo é servido<br />

por muitos, mas o grande homem no<br />

reino serve a muitos.<br />

ATENÇÃO DE JESUS AOS<br />

CEGOS (Mt 20.29-34)<br />

“Somente Mateus nos informa que<br />

Jesus curou dois cegos, curando, talvez,<br />

um deles quando saía da velha Jericó e<br />

o outro quando entrava na nova Jericó<br />

(Mc 10.46; Lc 18.35)”. Os dois cegos<br />

de Jericó nos ensinam lições muito<br />

2T13 COMPROMISSO 49


elevantes. Como de cientes visuais,<br />

alijados pela sociedade, eles clamam a<br />

Jesus con ando no seu amor e na sua<br />

compaixão. A palavra que me encanta<br />

neste texto é “comovido” (v. 34). O<br />

que sensibiliza Jesus deve nos comover.<br />

AS LIÇÕES DA ENTRADA<br />

TRIUNFAL DE JESUS EM<br />

JERUSALÉM (Mt 21.1-11)<br />

Jesus chega a Betfagé (casa do go,<br />

Lc 19.29), ao Monte das Oliveiras, planeja<br />

a sua entrada em Jerusalém (v. 1-3)<br />

e a profecia se cumpre na sua vida (v.<br />

4,5; Zc 9.9). Começa aqui o relatório da<br />

última semana da vida humana de Jesus<br />

que, sendo Rei, montou num jumentinho<br />

que ainda não tinha sido usado e<br />

entrou na cidade de Jerusalém a caminho<br />

da cruz.<br />

A multidão o aclamava colocando<br />

as suas vestes e os ramos de árvores<br />

no seu caminho, dizendo: "Hosana ao<br />

Filho de Davi! Bendito o que vem em<br />

nome do Senhor! Hosana nas maiores<br />

alturas" (v. 9). Esta expressão hosana<br />

signi ca salva, por favor que, por m,<br />

veio a ser uma simples expressão do júbilo<br />

religioso.<br />

A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO<br />

E O ENSINO DA FIGUEIRA<br />

INFRUTÍFERA (Mt 21.12-22)<br />

Ao entrar no templo, o Senhor Jesus<br />

depara com os cambistas que utili-<br />

50 COMPROMISSO2T13<br />

zavam o santuário de maneira profana.<br />

Não tinham percepção da grandeza<br />

do Senhor e da sua casa, da sua glória.<br />

Podemos perceber hoje que em muitas<br />

igrejas se faz do santuário um lugar<br />

de vantagens pessoais, de arrecadação<br />

de somas vultosas de dinheiro a partir<br />

da teologia de mercado. Estive numa<br />

igreja destas, onde o pastor tirou dinheiro<br />

do povo seis vezes durante um<br />

encontro de uma hora e meia.<br />

A intervenção de Jesus é malcompreendida<br />

por muitos hoje, inclusive<br />

por muitos membros de igreja. O Mestre,<br />

usando o seu poder e autoridade,<br />

agiu com rmeza e determinação em<br />

toda a vontade do Pai. De niu o valor<br />

do santuário, o seu uso correto e o chamou<br />

de “casa de oração”. Isto contrasta<br />

com o covil de salteadores. O templo<br />

como casa de oração honra ao Senhor<br />

e serve às pessoas. Como covil de salteadores,<br />

o envergonha e se serve das<br />

pessoas. O coração dos cambistas, dos<br />

comerciantes inescrupulosos, não estava<br />

no Senhor, mas no lucro. Mas Jesus utiliza<br />

adequadamente o templo para curar<br />

cegos e coxos que vinham a ele (v. 14). O<br />

Senhor usa o átrio externo do santuário<br />

– onde era permitido os cegos e os coxos<br />

carem – como um hospital para curar<br />

feridos físicos e emocionais, mortos em<br />

seus delitos e pecados.<br />

Neste texto (v. 15-17), encontramos<br />

o louvor dos meninos na contramão dos<br />

cambistas e religiosos. Jesus está aparentemente<br />

citando o Salmo 8.2.


A experiência com a figueira<br />

ilustra muito bem a situação espiritual<br />

do povo de Israel – uma nação<br />

infrutífera apesar de todas as vantagens<br />

de que dispunha. Como igreja<br />

hoje não podemos ser omissos mas<br />

dar frutos sempre. Em qualquer estação<br />

(v. 20-22).<br />

A AUTORIDADE DO REI<br />

(Mt 21.23-27)<br />

Voltando ao templo, o Senhor<br />

Jesus é questionado pelos principais<br />

sacerdotes e anciãos do povo quanto<br />

à sua autoridade. Ele os responde utilizando<br />

a autoridade do batismo de<br />

João. “Na verdade, Jesus se recusa a<br />

aceitar o direito alegado pelos líderes<br />

de examiná-lo”.<br />

“Cristo coloca a liderança da nação<br />

num dilema, perguntando-lhes<br />

que teste aplicariam no caso de<br />

João” (v. 25). O Senhor Jesus não<br />

estava interessado em defender a sua<br />

autoridade. Tudo o que ele possuía,<br />

e ele mesmo dizia, era recebido do<br />

seu Pai.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

A PARÁBOLA DOS<br />

LAVRADORES MAUS<br />

(Mt 21.28-46)<br />

Iniciamos com uma pequena parábola<br />

contada por Jesus (v. 28-32),<br />

quando um homem que tinha dois<br />

lhos mandou-os trabalhar na vinha.<br />

O primeiro disse que iria, mas não<br />

foi. O segundo, disse que não iria,<br />

mas, arrependido, foi. O Senhor pergunta<br />

qual dos dois fez a vontade do<br />

Pai. A resposta foi: o segundo. Podemos<br />

dizer que o primeiro representa<br />

Israel e o segundo, os gentios (v. 32).<br />

A parábola dos lavradores maus trata<br />

da in delidade de Israel ao maltratar<br />

e matar os profetas, quando estes lhes<br />

foram enviados (v. 33-46). Por m, o<br />

Messias foi mandado e eles o mataram. A<br />

interpretação de Jesus é precisa (v. 42,45).<br />

No versículo 44, o Senhor estabelece<br />

o juízo de Deus sobre os que rejeitaram<br />

e mataram o seu Filho. Há uma conexão<br />

entre as parábolas (v. 31,32,43)<br />

para mostrar a grande oportunidade<br />

que Deus deu a Israel e ele desperdiçou<br />

por causa da sua in delidade.<br />

1 <br />

graça de Deus por meio de Cristo.<br />

2 <br />

<br />

3 <br />

ra espiritual pelo seu poder. Ele tem toda a autoridade em todo lugar.<br />

4 <br />

<br />

na sua incredulidade.<br />

2T13 COMPROMISSO 51


EBD 11 16 de junho<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

22.1-14<br />

“Ele não é Deus de mortos<br />

e sim de vivos”<br />

O sermão profético de denúncia e crítica aos líderes religiosos<br />

Texto bíblico Texto áureo <br />

Terça<br />

Mateus<br />

22.15-33<br />

Neste texto bíblico vamos abordar<br />

os preciosos ensinos de Jesus sobre<br />

o convite para as bodas ou festas; a<br />

pegadinha que os religiosos tentam<br />

fazer com Jesus sobre o imposto ser<br />

pago a César, ao império romano; a<br />

condenação imposta por Jesus àqueles<br />

que utilizam a revelação de Deus para<br />

condenar implacavelmente as pessoas<br />

e não ensinam a graça de Deus, o<br />

evangelho, que liberta o que crê.<br />

O ENSINO DA PARÁBOLA<br />

DAS BODAS (Mt 22.1-14)<br />

Mais uma vez Jesus toca fortemente<br />

na rejeição da nação judaica ao plano<br />

do Pai para salvá-la. Neste texto,<br />

Jesus ensina que o reino dos céus é<br />

comparado a uma festa ou celebração<br />

de casamento do lho do rei (v. 1,2).<br />

52 COMPROMISSO2T13<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta Quinta Sexta<br />

Mateus<br />

22.34-46<br />

Mateus<br />

23.1-12<br />

Mateus<br />

23.13-22<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

23.23-28<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

23.29-39<br />

O rei determina (soberania) aos seus<br />

servos que saiam pelo reino e chamem<br />

os convidados para as bodas, mas eles<br />

não quiseram vir (v. 3).<br />

O rei enviou outros servos para<br />

convidar outras pessoas (v. 4). Ele deu<br />

ordem aos seus empregados para que<br />

contassem o que tinha na celebração<br />

(v. 4). Mais uma vez houve recusa na<br />

forma de indiferença e violência (v.<br />

5,6). A reação do rei foi de ira, levando-o<br />

a enviar suas tropas que incendiaram<br />

a cidade (v. 7). Ele declarou<br />

que a festa estava pronta, tudo estava<br />

arrumado, mas os convidados não<br />

eram dignos (v. 8).<br />

O soberano agora abre a sua festa<br />

e manda os seus servos convidarem<br />

a todos que encontrarem pelo caminho.<br />

Eles trouxeram maus e bons e<br />

encheram o salão de festas (v. 10). En-


trando o rei, para ver os que estavam à<br />

mesa, notou um homem que não estava<br />

devidamente trajado ou com veste<br />

nupcial. O rei mandou os seus servos<br />

o tirarem da festa, o amarrarem, lançando-o<br />

fora (v. 13). "Muitos serão<br />

chamados, mas poucos escolhidos".<br />

Muitos chegam em nossas igrejas, mas<br />

poucos são realmente salvos (v. 14).<br />

Há muitos que estão nas celebrações,<br />

mas poucos estão preparados, vestidos<br />

adequadamente para a festa. É o que<br />

Jesus diz em Mateus 7.21: “Nem todo<br />

o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará<br />

no reino dos céus, mas aquele que<br />

faz a vontade de meu Pai que está nos<br />

céus”.<br />

AS RESPOSTAS DO REI<br />

AOS RELIGIOSOS JUDEUS<br />

(Mt 22.15-33)<br />

Aqui notamos que Jesus responde<br />

aos herodianos – a seita de Herodes;<br />

aos saduceus e aos fariseus, bem<br />

como é interrogado por estes. Os<br />

herodianos tinham uma filosofia:<br />

“a paz a qualquer preço”, pois defendiam<br />

uma convivência pacífica com<br />

Roma. Pois bem, eles tentam pegar<br />

Jesus na questão dos impostos, perguntando<br />

ao Mestre se era lícito<br />

pagar tributo a César ou não. Jesus<br />

responde: “Dai, pois, a César o que<br />

é de César e a Deus o que é de Deus”.<br />

A resposta de Jesus os emudeceu e<br />

eles se retiraram (v. 22).<br />

Este é um princípio fundamental<br />

em nossas relações. Somos cidadãos<br />

do céu e da terra. Os princípios do<br />

reino dos céus é que norteiam a nossa<br />

cidadania na terra. Excelentes cidadãos<br />

do céu são excelentes cidadãos<br />

da terra. Devemos ser liberais na entrega<br />

dos dízimos e das ofertas (Mt<br />

23.23) e pagarmos os nossos impostos<br />

com honestidade. Não à in delidade<br />

na mordomia cristã e não à sonegação,<br />

à corrupção. Os crentes devem<br />

ser o exemplo em tudo, inclusive na<br />

denúncia da corrupção e todo pecado<br />

social também instalado nas estruturas<br />

públicas e privadas. Ser cidadão<br />

exemplar do reino dos céus signi ca,<br />

muitas vezes, ir contra a ordem injusta<br />

do reino da terra.<br />

Os saduceus utilizaram uma situação<br />

cultural para tentar fundamentar<br />

o princípio deles de que não existe ressurreição<br />

dos mortos. A mulher cou<br />

viúva de sete maridos. A pergunta deles<br />

foi: “Na ressurreição, ela será esposa de<br />

qual deles?” (v. 28). A resposta magistral<br />

de Jesus está no versículo 30. Além<br />

de responder sabiamente, Jesus faz uma<br />

apologia da ressurreição nos versículos<br />

31,32. Vale a pena meditar neles.<br />

Sabendo os fariseus que Jesus havia<br />

calado os saduceus, se reuniram em<br />

conselho e zeram a seguinte pergunta:<br />

Mestre, qual é o grande mandamento<br />

na lei? Jesus respondeu: Amar<br />

a Deus de todo o coração, de toda a<br />

alma e de todo o entendimento e ao<br />

2T13 COMPROMISSO 53


próximo com a si mesmo (v. 37-39).<br />

Ainda disse: Destes mandamentos dependem<br />

a lei e os profetas (v. 40).<br />

Agora o Senhor Jesus interroga os fariseus<br />

quanto à sua posição em relação ao<br />

Messias, de quem é lho (v. 42). Davi, foi<br />

a resposta dos fariseus. Jesus argumenta<br />

que Davi é pai, mas o Messias ou o Cristo<br />

é seu Senhor (Salmo 110.1 com os versículos<br />

44,45). Então, “o Messias era ao<br />

mesmo tempo descendente humano de<br />

Davi e seu divino Senhor”. Ele é o Deus-<br />

-homem, o Verbo que se fez carne e habitou<br />

entre nós (Jo 1.14).<br />

O SERMÃO CONDENATÓRIO<br />

(Mt 23.1-12)<br />

Neste parágrafo, o Senhor Jesus faz<br />

uma série de condenações das atitudes<br />

dos escribas e fariseus a partir de uma<br />

análise muito pertinente. Disse Jesus:<br />

eles se assentam na cadeira de Moisés<br />

(v. 2); agem com incoerência: ensinam<br />

certo, mas vivem errados (v. 3); impõem<br />

fardos pesados e difíceis de carregar<br />

(v. 4); praticam suas obras para<br />

serem vistos (v. 5); gostam do pódio (v.<br />

6); apreciam ser ovacionados pelo publico<br />

(v. 7).<br />

O Mestre agora orienta os seus<br />

discípulos, fazendo uma distinção<br />

entre eles e os religiosos judeus. Que<br />

deviam considerá-lo como Mestre, vivendo<br />

como irmãos. Chamar Deus de<br />

Pai e a ele, Cristo, de guia. Servirem a<br />

partir da humilhação (v. 8-12).<br />

54 COMPROMISSO2T13<br />

ACUSAÇÕES CONTRA A<br />

CLASSE DOMINANTE<br />

(Mt 23.13-39)<br />

Aqui temos alguns “ais” proferidos<br />

por Jesus em relação à condição moral<br />

e espiritual dos escribas e fariseus. Eles<br />

estavam sendo obstáculos para que os<br />

homens chegassem ao reino dos céus<br />

(v. 13). Há pessoas que estão na igreja,<br />

mas não no reino. Dão um péssimo<br />

testemunho do evangelho, afastando<br />

pessoas de conhecerem a Cristo.<br />

Os escribas e fariseus eram exploradores<br />

de viúvas (v. 14). “Usavam sua posição<br />

como juristas para arranjar pendências<br />

contra viúvas ricas ou para fazer com que<br />

lhes legassem suas propriedades”. Eram<br />

especialistas em fazer prosélitos (seguidores)<br />

da religião judaica, tornando-os<br />

lhos do inferno duas vezes (v. 15).<br />

Eles eram mercenários, interessados<br />

no dinheiro do povo e guias de<br />

cegos (v. 16-22). Davam o dízimo sem<br />

a justiça, a misericórdia e a delidade.<br />

O mais importante é entregar o dízimo<br />

a partir de um coração justi cado,<br />

misericordioso e el (v. 23).<br />

Os religiosos judeus eram chamados<br />

guias de cegos. Eles coavam um<br />

mosquito e engoliam um camelo –<br />

uma linguagem metafórica usada por<br />

Jesus para dizer que eles viam um pequeno<br />

defeito nas pessoas e as julgavam,<br />

e não enxergavam as grandes falhas<br />

em suas vidas (v. 24). Esses religiosos<br />

judeus estavam mais preocupados


com o exterior, com a aparência do que<br />

com o interior. O sistema religioso vive<br />

com base na aparência, mas o evangelho<br />

trabalha com o coração. O Senhor<br />

Jesus já havia tido um embate com os<br />

religiosos no capítulo 15, versículos 13<br />

a 20 (vale a pena examinar este texto).<br />

O diagnóstico de Jesus acerca deles e<br />

seu sistema sempre foi preciso.<br />

O grande perigo é a demagogia em<br />

qualquer ambiente, mas no ambiente<br />

religioso é pior ainda. Os líderes religiosos<br />

judeus usaram de demagogia ao<br />

serem confrontados por Jesus com relação<br />

à morte dos profetas do passado.<br />

Eles se eximiram de qualquer culpa,<br />

mas Jesus os acusa de serem lhos dos<br />

que mataram os profetas. Se os profetas<br />

vivessem na sua época seriam mortos<br />

por eles (v. 29-32).<br />

Neste embate, Jesus os chama de<br />

serpentes, utilizando mais uma vez<br />

uma metáfora, ressaltado a sua natureza<br />

má, traiçoeira e letal (v. 33).<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

Agora, Jesus coloca uma profecia de<br />

que eles – religiosos judeus – matarão<br />

profetas e mestres, açoitando-os em<br />

suas sinagogas e perseguindo-os implacavelmente.<br />

Ele os adverte que cairá sobre<br />

eles todo sangue justo derramado<br />

sobre a terra, desde o sangue do justo<br />

Abel até o sangue de Zacarias, lho de<br />

Baraquias, que eles mataram entre o<br />

santuário e o altar (v. 34-36).<br />

Nos versículos 37,38, Jesus faz uma<br />

acusação a Jerusalém dominada pelos<br />

religiosos perversos, mas, ao mesmo<br />

tempo, revela o seu grande amor pela<br />

cidade. Ele faz uma a rmação segura<br />

no versículo 39, que deve ser comparada<br />

com Zacarias 12.10. É impressionante<br />

este texto!<br />

Será que este sermão acusatório<br />

de Jesus, seguindo a rica tradição<br />

profética do Antigo Testamento,<br />

não se aplica perfeitamente a muitos<br />

líderes de nossas igrejas e denominações<br />

hoje?<br />

1 <br />

<br />

a fará germinar.<br />

2 <br />

<br />

3 <br />

<br />

mente a atitude dos religiosos judeus que escravizavam o povo com regras e mais regras.<br />

4 <br />

usam para acusar implacavelmente as pessoas a partir de uma religiosidade oca,<br />

legalista e perversa.<br />

2T13 COMPROMISSO 55


EBD 12 23 de junho<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

24.1-14<br />

“As minhas palavras<br />

não passarão”<br />

Terça<br />

Mateus<br />

24.15-28<br />

Estes dois capítulos falam de dores,<br />

grande tribulação, a manifestação<br />

mais abundante do mal e necessidade<br />

do cristão se preparar, de vigiar em<br />

todo o tempo. O Senhor nos deixou<br />

dons e talentos para os multiplicarmos<br />

na caminhada do reino. É certo que<br />

seremos recompensados. No nal,<br />

temos o grande julgamento. Todos os<br />

seres humanos serão julgados em Jesus<br />

Cristo (At 17.30,31).<br />

O PRINCÍPIO DAS DORES<br />

(Mt 24.1-28)<br />

Temos aqui o sermão que considera<br />

as últimas coisas a ocorrer no<br />

contexto do nal dos tempos. De uma<br />

maneira singular, Jesus inicia falando<br />

sobre o princípio de dores acompa-<br />

56 COMPROMISSO2T13<br />

Ensinos escatológicos de Jesus<br />

Texto bíblico Texto áureo <br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta Quinta Sexta<br />

Mateus<br />

24.29-41<br />

Mateus<br />

24.42-51<br />

Mateus<br />

25.1-13<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

25.14-30<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

25.31-46<br />

nhadas de angústias profundas. Conduz<br />

os discípulos para verem toda a<br />

estrutura do templo que havia sido<br />

construído por Herodes, o Grande,<br />

entre 20 a.C. e 64 d.C., e destruído<br />

por Roma no ano 70 d.C.<br />

Os discípulos fazem uma pergunta<br />

(v. 3). Estavam ansiosos quanto ao m<br />

dos tempos. O Senhor os alerta quanto<br />

aos enganadores (v. 4,5). Discorre<br />

sobre os futuros acontecimentos: rumores<br />

de guerras; nação contra nação e<br />

reino contra reino (v. 7). Prepara os discípulos<br />

para a realidade do sofrimento<br />

por causa do seu nome (v. 9). Alerta<br />

que haverá apostasia – abandono da fé<br />

(v. 10). Que a multiplicação da iniquidade<br />

produzirá frieza espiritual na igreja<br />

(v. 10,12). Aquele que perseverar até<br />

o m será salvo (v. 13). O evangelho do


eino será proclamado em todo o mundo<br />

e então virá o m (v. 14).<br />

Jesus declara que haverá a grande<br />

tribulação. Toda a igreja passará por ela.<br />

O que Daniel profetizou se cumprirá (v.<br />

15). O texto (v. 16-26) tem duas vertentes:<br />

o período da invasão romana em 70<br />

d.C., e os nossos dias. Jesus exorta quanto<br />

aos falsos profetas com as suas falsas "promessas"<br />

e a sua volta (v. 23-28).<br />

Neste precioso texto (v. 29-41), temos<br />

as características da sua vinda como<br />

sendo um referencial para os textos escatológicos.<br />

Veremos sinais na natureza (v.<br />

29) e a sua manifestação visível acompanhada<br />

dos seus anjos, reunindo os seus<br />

escolhidos (v. 30,31).<br />

Em seguida, temos a metáfora da -<br />

gueira (v. 32,33). “Esta geração” tem sido<br />

entendida como referência aos contemporâneos<br />

de Jesus e o que estava por ocorrer<br />

como a destruição do templo e de Jerusalém,<br />

que vem a acontecer em 70 d.C.<br />

Jesus a rmou que a sua Palavra é<br />

mais importante do que os céus e a<br />

terra (v. 35). O nosso coração deve<br />

descansar na sua Palavra.<br />

A sua vinda não pode ser datada. Ele<br />

virá de repente (v. 36). Só o Pai sabe.<br />

Jesus discorre sobre os dias que<br />

antecederam ao dilúvio para ilustrar a<br />

sua vinda (v. 37-41).<br />

A VIGILÂNCIA NECESSÁRIA<br />

(Mt 24.42-51)<br />

Os versículos 42 a 51 nos exortam<br />

a que vigiemos. O cristão deve estar<br />

preparado para a volta de Cristo. Ele<br />

usa a gura do ladrão que não revela a<br />

hora que virá para roubar a casa. Devemos<br />

fazer sempre o melhor até que<br />

ele venha para nos buscar. O mais importante,<br />

porém, é a palavra de Jesus:<br />

“Bem-aventurado o servo a quem o<br />

Senhor, quando vier, encontrar trabalhando”<br />

(v. 46).<br />

OS ENSINOS DAS PARÁBOLAS<br />

DAS VIRGENS E DOS<br />

TALENTOS (Mt 25.1-30)<br />

As duas parábolas seguintes falam<br />

de prontidão e diligência.<br />

A parábola das virgens (v. 1-13) –<br />

“No tempo de Jesus, normalmente havia<br />

três estágios no processo matrimonial.<br />

Primeiro vinha o compromisso,<br />

quando era feito um contrato formal<br />

entre os respectivos pais da noiva e do<br />

noivo. A este seguia-se o noivado, cerimônia<br />

feita na casa dos pais da noiva,<br />

quando promessas mútuas eram feitas<br />

pelas partes contratantes diante de<br />

testemunhas, e o noivo dava presentes<br />

à sua prometida. "O homem e a mulher<br />

cavam unidos um ao outro pela<br />

cerimônia de noivado, apesar de ainda<br />

não serem de fato marido e mulher; na<br />

verdade, tão obrigatório era o noivado<br />

que, se o homem morresse durante o<br />

período de sua duração, a mulher era<br />

considerada viúva; o cancelamento do<br />

noivado não era permitido; se, porém,<br />

acontecia tal coisa, era semelhante a<br />

2T13 COMPROMISSO 57


um divórcio". Finalmente, depois do<br />

transcurso de cerca de um ano havia<br />

o casamento, quando o noivo, acompanhado<br />

dos seus amigos, ia buscar a<br />

noiva na casa do seu pai e a levava em<br />

cortejo de volta para sua casa, onde se<br />

fazia a festa de casamento. É bem provável<br />

que seja este o cortejo que dez<br />

jovens da história são retratadas como<br />

indo encontrar, quer como damas de<br />

honra o ciais da noiva, quer como<br />

criadas do noivo, quer como lhas de<br />

amigos e vizinhos – não temos meios<br />

de sabê-lo”.<br />

É bom destacar nesta primeira<br />

parábola que ela se relaciona com<br />

parousia (manifestação) do Filho do<br />

homem. O noivo é a gura central. As<br />

dez virgens da história representam a<br />

igreja à espera do retorno do seu Senhor.<br />

Em que condição você está?<br />

A parábola dos talentos (v. 14-30)<br />

– Jesus começa esta parábola dizendo<br />

que o reino dos céus é semelhante<br />

a um homem que, ausentando-se<br />

do seu país, chamou os seus servos e<br />

lhes entregou os seus bens para serem<br />

administrados. Foi isto que Jesus fez<br />

conosco. Estes foram dados de acordo<br />

com a capacidade de cada servo. A<br />

oportunidade deve ser aproveitada ao<br />

máximo para, acima de tudo, glori -<br />

car a Deus. Nesta parábola, os servos<br />

recebem do seu senhor os talentos<br />

(medida especí ca para metais e um<br />

talento variava entre 25 e 35 quilos de<br />

prata). Um recebeu cinco talentos; e<br />

58 COMPROMISSO2T13<br />

os outros, dois e um, respectivamente.<br />

Os dois primeiros trabalharam muito,<br />

aproveitaram as oportunidades e<br />

devolveram mais cinco e mais dois,<br />

respectivamente. O que recebeu um,<br />

o enterrou motivado pelo medo e pela<br />

timidez. Não trabalhou e nem aproveitou<br />

as oportunidades. Devolveu o<br />

mesmo que havia recebido. Os dois<br />

primeiros foram reconhecidos pelo<br />

senhor e chamados de servos bons e<br />

éis. O último, quando do acerto de<br />

contas, foi chamado de mau e negligente.<br />

Como diz F. B. Meyer, “Cristo<br />

está sempre vindo para ajustar contas.<br />

Cada vez que tomamos a ceia do Senhor,<br />

cada aniversário nosso que passa<br />

é como estar diante do tribunal de<br />

Cristo, que antecede o grande trono<br />

(2Co 5.10). Aqueles que receberam<br />

apenas um talento devem ser os mais<br />

cautelosos, visto que serão mais tentados<br />

a dizer: Já que só podemos fazer<br />

tão pouco, nada faremos. Aquilo que<br />

sabemos fazer melhor e que está mais<br />

de acordo com nossas circunstâncias,<br />

provavelmente, é o nosso talento. Se,<br />

sozinho, você não pode fazer muito,<br />

coopere com sua igreja, sob a orientação<br />

do seu pastor (v. 27)”.<br />

A VIDA ETERNA E O CASTIGO<br />

ETERNO (Mt 25.31-46)<br />

Todo o contexto anterior tem tudo<br />

a ver com este. Somos responsáveis por<br />

tudo o que fazemos. Paulo a rma esta<br />

verdade (Gl 6.7). Jesus conclui o capí-


tulo 25 ensinando e alertando para o<br />

juízo que virá. O que o ser humano foi<br />

em relação a Jesus Cristo certamente<br />

de nirá a sua situação diante de Deus,<br />

o Pai (At 17.30,31).<br />

Vivemos um tempo em que as pessoas<br />

gostam do self-service (servindo-se<br />

a si mesmo). É estranho uma pessoa<br />

servir a outra sem remuneração. O<br />

Senhor Jesus pagou o preço para que<br />

servíssemos uns aos outros a partir do<br />

amor (1Co 13.4-8).<br />

Os "benditos de meu Pai" são os que<br />

o amam e fazem a sua vontade. Os malditos<br />

são os que vivem uma vida alienada<br />

do Senhor mesmo frequentando<br />

os templos. Teremos muitas surpresas<br />

naquele dia. No acerto de contas com<br />

o Rei, os que estiverem à direita serão<br />

chamados para a intimidade com o Pai.<br />

Os que estiverem à esquerda serão destinados<br />

para o fogo eterno preparado<br />

para o diabo e seus anjos.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

“Assim como nas parábolas anteriores<br />

das virgens e da riqueza con ada,<br />

neste quadro de grande julgamento<br />

não é tanto a prática do mal que evoca<br />

a censura mais severa, como a completa<br />

negligência da prática do bem. Os pecados<br />

de omissão são vistos como até<br />

mais condenáveis do que os pecados<br />

da comissão. A porta se fecha contra<br />

as virgens néscias por sua negligência;<br />

o servo inativo é posto fora como<br />

alguém que não presta para nada por<br />

não ter feito nada; e os da esquerda são<br />

punidos severamente por deixarem de<br />

observar as muitas oportunidades que<br />

lhes foram dadas”. Martin Luther King<br />

disse: “Não me impressiona o grito dos<br />

maus, mas, sim, o silêncio dos bons”.<br />

Que recebamos do Senhor as seguintes<br />

palavras: “Muito bem, servo bom e<br />

el; foste el no pouco, sobre o muito<br />

te colocarei: entra no gozo do teu senhor”<br />

(Mt 25.23).<br />

1 O cristão genuíno tem certeza de que Cristo está voltando. Este fato demanda<br />

a prontidão. Sabemos que sofreremos por causa do seu nome. O cerco está se fe-<br />

<br />

<br />

2 Jesus nos deixou dons e talentos e prometeu voltar para o ajuste de contas.<br />

O que temos feito com eles?<br />

3 <br />

<br />

que não estiverem em Cristo (os bodes) serão condenados e irão para o inferno,<br />

<br />

importa com as pessoas perdidas sem Cristo?<br />

2T13 COMPROMISSO 59


EBD 13 30 de junho<br />

Segunda<br />

Mateus<br />

26.1-30<br />

A morte e a ressurreição de Jesus<br />

são pontos fundamentais da fé cristã.<br />

Nesta porção das Escrituras abordaremos<br />

a paixão do Rei que se entrega<br />

por nós; o preço da traição; o sofrimento<br />

atroz do Messias, profetizado<br />

por Isaías 53, a sua morte vergonhosa<br />

por cruci cação; a sua ressurreição; a<br />

missão de fazê-lo conhecido e a promessa<br />

de que ele estará conosco até a<br />

consumação dos séculos.<br />

A ÚLTIMA PÁSCOA<br />

(Mt 26.1-30)<br />

O Senhor se prepara para o seu sofrimento<br />

profetizado em Isaías 53. Os<br />

acontecimentos registrados em 26.1-5<br />

se deram na quarta-feira. A páscoa era<br />

a antiga festa religiosa judaica que relembrava<br />

a libertação do Egito.<br />

60 COMPROMISSO2T13<br />

“Não está aqui,<br />

porque ressurgiu”<br />

Morte e ressurreição de Jesus e desa os nais aos seus discípulos<br />

Texto bíblico Texto áureo<br />

Terça<br />

Mateus<br />

26.31-56<br />

DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />

Quarta<br />

Mateus<br />

26.57-75<br />

Quinta<br />

Mateus<br />

27.1-31<br />

Sexta<br />

Mateus<br />

27.32-56<br />

Sábado<br />

Mateus<br />

27.57-66<br />

Domingo<br />

Mateus<br />

28.1-20<br />

Caifás, sumo sacerdote de 18-36<br />

d.C., genro e sucessor de Anás, liderou<br />

uma reunião para planejar a morte<br />

de Jesus (v. 3-5).<br />

O Mestre está na casa de Simão, o<br />

leproso, à mesa, inclinado, quase deitado,<br />

tendo como base um dos cotovelos.<br />

A mulher chegou por trás e ungiu a cabeça<br />

de Jesus (v. 6,7; Lc 7.36-50).<br />

Os discípulos interpretaram a atitude<br />

da mulher de uma forma tacanha<br />

(v. 8,9). Há tanta gente assim em nossas<br />

igrejas. Jesus lhes chama a atenção (v.<br />

10) e faz uma interpretação extraordinária<br />

(v. 11-13). Aprendamos com ela.<br />

Judas inicia a triste história da traição,<br />

acertando o seu valor – Trinta<br />

moedas de prata (v. 14,15). Já com o<br />

dinheiro da traição em mãos, Judas procura<br />

agora o momento oportuno para


entregar o Senhor aos religiosos judeus<br />

(v. 16).<br />

Jesus faz uma pergunta aos discípulos<br />

(v. 17). Ele já havia acertado<br />

tudo para comer a páscoa com eles (v.<br />

18-20). Chegada a tarde, pôs-se ele à<br />

mesa com eles e identi ca o traidor (v.<br />

20-25).<br />

Em seguida, o Senhor celebra a<br />

Ceia (v. 26-29), que é um memorial<br />

da sua morte e ressurreição. Ele faz<br />

uma belíssima promessa no versículo<br />

29. Ao saírem dali, cantaram um hino<br />

e foram para o Monte das Oliveiras<br />

(v. 30). Provavelmente, cantaram parte<br />

dos Salmos 115-118, o tradicional<br />

Hallel (“Louvor”) da páscoa.<br />

O PREÇO DA TRAIÇÃO<br />

(Mt 26.31-56)<br />

Cristo fala da sua prisão e do seu<br />

sofrimento e a dispersão dos que o seguiam<br />

(v. 31). Fala da sua ressurreição e<br />

o encontro na Galileia (v. 32). Pedro se<br />

levanta e duas vezes promete delidade<br />

a Jesus (v. 33,35). No versículo 35, os<br />

outros discípulos dizem o mesmo. Jesus<br />

prediz a negação de Pedro (v. 34).<br />

O Senhor agora chega ao Getsemane<br />

(prensa de óleo ou azeite), no Monte<br />

das Oliveiras. É neste jardim que Jesus<br />

trava uma luta ferrenha entre fazer a sua<br />

vontade e a vontade do Pai (v. 39). Esta<br />

é a nossa luta diária, implacável. Jesus foi<br />

orar e quando se volta para os discípulos<br />

os vê dormindo (v. 40). O Mestre orou<br />

três vezes e três vezes os encontrou dor-<br />

mindo (v. 40,43,45). Para os que estão<br />

dormindo, temos a exortação do Senhor<br />

(v. 41).<br />

Jesus é preso como um fora da<br />

lei, um bandido (v. 47-56). Não reagiu<br />

negativamente (v. 53-56). Todos<br />

os discípulos o deixaram e fugiram<br />

(v. 56).<br />

JULGAMENTO E<br />

CONDENAÇÃO<br />

(Mt 26.57-27.26)<br />

Jesus foi preso e Pedro o seguia de<br />

longe (v. 58). Os líderes religiosos buscavam<br />

um testemunho falso contra o<br />

Mestre, mas ele guardou silêncio (v.<br />

59,63). Consideraram-no réu de morte<br />

(v. 66). Foi humilhado, cuspido, maltratado<br />

e esbofeteado covardemente (v.<br />

67-68).<br />

Em seguida, Pedro foi identi cado<br />

e negou que era discípulo de Jesus (v.<br />

69-74). Após negar três vezes, o galo<br />

cantou (v. 74). Ao lembrar-se da palavra<br />

de Jesus que ele o negaria, Pedro chorou<br />

amargamente (v. 75). Jesus foi entregue<br />

ao governador Pilatos (27.1). Em seguida,<br />

Judas, sabendo da condenação de Jesus<br />

e tocado de remorso, atirou as trinta<br />

moedas no santuário e foi enforcar-se<br />

(v. 3-6). O dinheiro não foi aceito como<br />

oferta no santuário porque estava contaminado<br />

de sangue. Jesus é conduzido<br />

a Pilatos (v. 11-26). O governador reconheceu<br />

a inocência dele, mas o povo, liderado<br />

pelos líderes religiosos, resolveu<br />

cruci car o Senhor (v. 15-25).<br />

2T13 COMPROMISSO 61


CRUCIFICAÇÃO,<br />

SEPULTAMENTO E<br />

RESSURREIÇÃO<br />

(Mt 27.26-28.15)<br />

Jesus inicia a sua Via Crúcis – o caminho<br />

da cruz, do sofrimento atroz<br />

em nosso lugar. Ele foi agelado por<br />

um chicoteamento com agrum – um<br />

chicote com várias tiras de couro crivadas<br />

de pedaços de osso ou metal. Os<br />

romanos usavam este método com os<br />

assassinos e traidores (v. 26). Levaram-no<br />

para o pretório, que era a residência de<br />

Pilatos em Jerusalém. Toda a coorte (entre<br />

300 e 600 soldados) estava ao seu<br />

redor (v. 27).<br />

Líderes religiosos e a sociedade se<br />

uniram contra Jesus e o zeram sofrer<br />

muito. Escarneceram dele e o espancaram<br />

(v. 29,30). Tudo ele suportou<br />

por nós. Em seguida, o levaram para<br />

ser cruci cado (v. 31). “A cruci cação<br />

era um método lento e doloroso<br />

de execução que os romanos haviam<br />

adotado dos fenícios. A vítima normalmente<br />

morria depois de dois ou<br />

três dias de sede, exaustão ou exposição<br />

ao sol, vento e clima. As mãos<br />

eram frequentemente cravadas à barra<br />

transversal, que era alçada e a xada à<br />

barra vertical onde os pés eram então<br />

cravados. Uma pequena tábua, sobre<br />

a qual o cruci cado se assentava, sustentava<br />

o peso do corpo. A morte era<br />

ocasionalmente apressada por meio<br />

da fratura das pernas, mas isso não<br />

aconteceu com Cristo ( Jo 19.33)”.<br />

62 COMPROMISSO2T13<br />

Jesus estava muito fraco em função<br />

do sofrimento atroz que lhe impuseram.<br />

Simão Cireneu, de Cirene, capital<br />

da Cirenaica, no norte da África,<br />

foi obrigado a carregar a parte transversal<br />

da cruz. Finalmente, o levaram<br />

para o Gólgota, que signi ca Caveira<br />

(v. 33). Deram-lhe de beber vinho<br />

e fel, que era uma espécie de analgésico<br />

para aliviar as dores, mas Jesus<br />

não quis beber, preferindo enfrentar a<br />

morte com o pleno uso das suas faculdades<br />

(v. 34). Por cima da sua cabeça<br />

puseram uma escrita que tinha uma<br />

acusação: “ESTE É JESUS, O REI<br />

DOS JUDEUS” (v. 37). Para os soldados<br />

romanos, tal acusação signi cava<br />

insurreição. Pregado na cruz, Jesus<br />

é alvo de escárnio, zombaria e desprezo<br />

(v. 39-44).<br />

Da hora sexta (meio-dia) até a<br />

hora nona (três da tarde) houve trevas<br />

sobre toda a terra. Por volta da hora<br />

nona, o Senhor Jesus clamou em alta<br />

voz dizendo: Eli, Eli, lemá Sabactâni,<br />

que quer dizer: “Deus meu, Deus<br />

meu, por que me desamparaste?” (v.<br />

46). Foi nesse momento que o Pai virou<br />

as costas para o Filho porque ele<br />

se tornou fealdade ou feiura absoluta,<br />

se tornou pecado por nós (Is 53.1-4;<br />

2Co 5.21). Jesus clamou outra vez<br />

com grande voz e entregou o espírito<br />

(v. 50). O Senhor Jesus não foi morto<br />

diretamente por alguém, tampouco<br />

foi vencido por processos naturais. Ele<br />

entregou o seu espírito. Meditemos<br />

em João 10.17,18.


Com a morte de Jesus, algumas coisas<br />

impressionantes aconteceram (v. 51-53).<br />

O rasgar do véu signi ca a abertura de<br />

um novo e vivo caminho pela obra de<br />

Jesus na cruz (Hb 10.20; Ef 2.11-22). O<br />

o cial romano e seus comandados, possuídos<br />

de temor, disseram: “Verdadeiramente<br />

este era Filho de Deus” (v. 54). Estavam<br />

ali mulheres íntegras e servidoras<br />

que o acompanhavam desde a Galileia (v.<br />

55,56).<br />

José de Arimateia, que era também<br />

discípulo, foi a Pilatos e pediu o corpo<br />

de Jesus e o governador mandou entregar<br />

(v. 58). Em seguida, tomou todas<br />

as providências para sepultar Jesus<br />

(v. 59-66).<br />

No primeiro dia da semana, o Senhor<br />

ressuscitou (v. 1-6). O que ele<br />

havia prometido em 26.32 se cumpriu<br />

(28.7,10). Maria Madalena e a outra<br />

Maria tiveram a experiência singular<br />

ao ver o Senhor ressuscitado (v. 9,10).<br />

Podemos notar nos versículos 11<br />

a 15 a desonestidade dos religiosos<br />

judeus em relação à ressurreição de<br />

Jesus.<br />

APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />

MISSÃO DADA AOS<br />

DISCÍPULOS E A PROMESSA<br />

DE JESUS (Mt 28.16-20)<br />

Como Jesus havia determinado, os<br />

discípulos foram para a Galileia, região<br />

norte da Palestina (v. 16). Ao se<br />

apresentar diante deles, houve duas reações:<br />

adoração e dúvida (v. 17). Estas<br />

palavras não combinam. São excludentes.<br />

A adoração é fruto da certeza, da fé.<br />

Temos agora a chamada “Grande<br />

comissão” (v. 18-20). Jesus deu uma missão<br />

a eles e a nós também. O Senhor<br />

usa o absoluto: toda autoridade; todas<br />

as nações; todas as coisas e todos<br />

os dias. Jesus tem todo o domínio. Ele<br />

quer que sejamos obedientes no cumprimento<br />

da missão. Debaixo da sua<br />

autoridade, façamos discípulos, ensinando-os<br />

e batizando-os em nome do<br />

Pai, do Filho e do Espírito Santo.<br />

É significativo lembrar que Mateus<br />

inicia com o Emanuel, Deus conosco<br />

(1.23), e termina com a promessa de<br />

Jesus: Estou convosco todos os dias até<br />

a consumação dos séculos (28.20).<br />

1 Os sofrimentos de Jesus, antes da sua morte e ressurreição, devem nos levar<br />

a avaliar a nossa vida cristã. Todo o seu sofrimento nos mostra que o discípulo não<br />

<br />

<br />

agradecemos as lições aprendidas?<br />

2 <br />

jamais".<br />

3 Jesus nos deixou uma ordem para ser cumprida. Não transformemos a Grande<br />

comissão na Grande omissão.<br />

2T13 COMPROMISSO 63


64 COMPROMISSO2T13

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