Compromisso Aluno - Juerp
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Encontro<br />
A mensagem do céu para toda a terra<br />
Após um trimestre de estudos em que nos detivemos no primeiro livro do Antigo Testamento<br />
(Gênesis) aqui, na revista COMPROMISSO, voltamo-nos agora para o primeiro<br />
livro do Novo Testamento, cuja mensagem será alvo de nossa re exão, meditação, recordação<br />
e, mais do que isso, renovação de nosso aprendizado e ampliação de nosso compromisso<br />
ético com a mensagem de Cristo, conforme apresentada pelo Evangelho de Mateus.<br />
Do passado para o presente – O texto de Mateus principia com o resumo da genealogia<br />
de Jesus, demonstrando que a criança que nasceu em Belém é, de fato, o Cristo anunciado pelos<br />
profetas e cuja história remonta aos tempos primevos da criação de Deus. Segundo o Evangelho<br />
de João, ele estava no princípio com Deus, na eternidade. No Apocalipse, o mesmo João reitera<br />
essa verdade dizendo que Jesus é o alfa e o ômega, ou seja, o princípio e o m. Para Mateus, Jesus<br />
é também o Deus que age na história, de geração em geração, do passado para o presente.<br />
No presente – O Deus da história é o Emanuel, Deus-conosco, Deus que intervém na história<br />
humana para manifestar o reino dos céus aos desgovernos e injustiças da terra. Mateus, portanto,<br />
revela Jesus como o Deus presente, aquele a quem o profeta João Batista dá testemunho de que ele<br />
é verdadeiramente o Cristo. Continua o evangelista mostrando Jesus presente na história, tanto<br />
nos grandes como nos singelos problemas da condição humana. Assim, ele enfrenta os poderes do<br />
mal, chama discípulos para sua seara, profere a maior mensagem já pregada (o Sermão do Monte),<br />
cura doenças e restaura vidas, convive com pobres e pecadores, ressuscita mortos, liberta endemoninhados,<br />
alimenta multidões com o pão material e com o ensino da Palavra, interfere na natureza,<br />
enfrenta opositores, submete-se voluntariamente à morte por amor aos pecadores, é sepultado e<br />
ressuscita triunfalmente dentre os mortos para a glória da vida, para a salvação de toda a criação.<br />
Jesus é Deus que faz história, que age na história e se mantém presente na história hoje.<br />
Do presente para o futuro – O Deus presente traz a mensagem da plenitude de vida do<br />
céu para toda a terra. Ao subir aos céus ele comissiona seus seguidores, sob o poder do Espírito<br />
Santo, a darem prosseguimento a esta missão evangelizadora de proclamar, de ensinar,<br />
de praticar a vontade de Deus entre todas as pessoas da terra.<br />
O Deus da história nos convoca a dar prosseguimento hoje, efetivamente, a esta tarefa<br />
missionária iniciada por Cristo. Desde o presente rumo ao futuro até o nal dos séculos<br />
com a volta gloriosa de Jesus.<br />
Que este trimestre de estudos bíblicos sob a perspectiva de Mateus nos faça ser mais<br />
ativos na história aprendendo com o exemplo de Cristo, o Deus que se fez presente ontem,<br />
se faz presente hoje e se fará presente sempre.<br />
2T13 COMPROMISSO 1
COMPROMISSO destina-se a adultos (36 a 64 anos), contendo lições para a Escola<br />
Bíblica Dominical. Os adultos de 65 anos em diante podem, obviamente, usar esta<br />
revista, mas a CBB destina a eles a revista REALIZAÇÃO, cuidadosamente preparada<br />
para a faixa etária da terceira idade<br />
Publicação trimestral do<br />
Departamento de Educação Religiosa<br />
da Convenção Batista Brasileira<br />
CNPJ (MF): 33.531.732/0001-67<br />
Registro nº 816.243.760 no INPI<br />
Endereço<br />
Caixa Postal, 39836130<br />
Rio de Ja nei ro, RJ<br />
Tels.: (21) 2157-5557<br />
<br />
<br />
<br />
Direção Geral<br />
Sócrates Oliveira de Souza<br />
2 COMPROMISSO2T13<br />
<br />
ISSN 1984-7475<br />
LITERATURA BATISTA<br />
Ano CVII – Nº 426 – Abr.Maio.Jun. 2013<br />
Coordenação Editorial<br />
<br />
(RP/16897)<br />
Redação<br />
Clemir Fernandes Silva<br />
Produção Editorial<br />
<br />
<br />
<br />
Distribuição<br />
EBD-1 Marketing e Consultoria Editorial Ltda.<br />
<br />
<br />
Nossa missão: “Viabilizar a cooperação entre as igrejas batistas<br />
no cumprimento de sua missão como comunidade local”<br />
QUEM ESCREVEU <br />
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil (1979-1982). Convalidação do curso<br />
teológico pela Universidade Metodista de São Paulo (2009). Mestrando em Missio-<br />
<br />
do Sul (1993-1994; 1999) pela Junta de Missões Mundiais da CBB. É professor no<br />
<br />
<br />
do Estado do Rio desde 2000. É casado com Eliane Pitzer Jacob com quem tem três
Estudos da Escola Bíblica Dominical<br />
Sumário<br />
Mateus: O Evangelho do Rei 7<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Variedades<br />
Defesa de crianças e adolescentes: duas sugestões práticas<br />
“Se eu posso hoje o bem fazer”<br />
3. Missões Mundiais<br />
12<br />
16<br />
20<br />
24<br />
28<br />
32<br />
36<br />
40<br />
44<br />
48<br />
52<br />
56<br />
60<br />
4<br />
6<br />
64<br />
2T13 COMPROMISSO 3
Ênfase do ano<br />
Defesa de crianças e adolescentes:<br />
duas sugestões práticas<br />
Jesus é o grande defensor de crianças<br />
e adolescentes. O conhecido texto<br />
bíblico em que ele “briga” com seus<br />
próprios discípulos por causa das<br />
crianças é paradigmático e, por isso,<br />
tem muito a nos ensinar. Ele assume a<br />
causa das crianças sem voz e sem vez,<br />
as acolhe plenamente abençoando-<br />
-as com sua presença e apoio efetivo<br />
e, além disso, transforma seus discípulos<br />
com seu ensino e grande exemplo<br />
de abraçar e valorizar aqueles de<br />
quem a sociedade não dava valor.<br />
No contexto em que vivemos,<br />
marcado por abusos e desrespeito a<br />
crianças e adolescentes, o que podemos<br />
fazer para efetivamente abençoá-las<br />
a exemplo de Jesus? Sei que<br />
há muitas maneiras e nossas igrejas<br />
já desenvolvem várias tarefas, sobretudo<br />
no contexto da Escola Bíblica<br />
Dominical. Porém, mais atividades<br />
assemelhadas podem ser praticadas.<br />
Aqui faremos duas sugestões de atividades<br />
que podem ser desenvolvi-<br />
4 COMPROMISSO2T13<br />
das por você, sua classe, sua igreja,<br />
seus amigos, sua família. Uma é mais<br />
simples e a outra mais complexa,<br />
mas ambas possíveis de serem realizadas.<br />
1 Mutirão de oração em favor<br />
de crianças e adolescentes em vulnerabilidade<br />
social – Mobilizar e<br />
motivar pessoas a participarem deste<br />
esforço que pode acontecer, inclusive,<br />
nos cultos de sua igreja ou contexto<br />
de sua família. Reunir dados sobre<br />
a situação de crianças em vulnerabilidade<br />
social. Realizar a campanha de<br />
oração intercalando os dados com os<br />
momentos especí cos de oração. Sugerimos<br />
a data de 7, 8 e 9 de junho,<br />
quando acontece campanha semelhante<br />
em mais de 100 países, o Mutirão<br />
Mundial de Oração em favor<br />
de crianças e adolescentes. Para mais<br />
informações sobre esta campanha e<br />
como participar: www.bolanarede.<br />
org.br
2 Mobilização contra a exploração<br />
sexual de crianças e adolescentes<br />
– Este é um grave problema que<br />
pode acontecer com qualquer criança,<br />
inclusive no ambiente da família e<br />
no contexto da igreja. Conhecer este<br />
problema e buscar parceiros para a<br />
defesa de crianças adolescentes é um<br />
compromisso essencialmente cristão<br />
a exemplo do próprio Jesus.<br />
Assim como o Mutirão de oração,<br />
esta atividade acontece também há<br />
vários anos e envolve igrejas, sociedade<br />
civil, entidades públicas etc. Sugerimos<br />
realizar algo semelhante em<br />
seu bairro ou cidade ou se juntando<br />
a quem já promove esta marcha. Ela<br />
acontece geralmente em 18 de maio.<br />
Conheça e participe. Mais informações<br />
em www.bolanarede.org.br<br />
Seja de fato um seguidor de Jesus,<br />
no estudo de sua Palavra e na prática<br />
de seus ensinos. Faça como Jesus, "brigue"<br />
pela defesa de crianças e adolescentes.<br />
Tema: <br />
valorização da nova geração<br />
Ênfase: <br />
valorização e no cuidado da criança e<br />
do adolescente<br />
Divisa:<br />
<br />
<br />
Hino do trimestre: “Se eu posso<br />
Hinário<br />
para o culto cristão<br />
Clemir Fernandes<br />
Imagem: Morgue File<br />
2T13 COMPROMISSO 5
Hino do trimestre<br />
6 COMPROMISSO2T13
Introdução ao trimestre<br />
Mateus<br />
O Evangelho do Rei<br />
O Evangelho de Mateus é a mensagem<br />
do Rei que, sendo Deus, se manifestou<br />
em carne e osso, revelando o seu<br />
grande amor por nós. É o Evangelho da<br />
soberania de Deus Pai sobre a vida das<br />
pessoas e sobre toda a natureza. Ele começa<br />
revelando o Emanuel (que quer<br />
dizer: Deus conosco – 1.23) e termina<br />
com “eis que estou convosco todos<br />
os dias até a consumação dos séculos”<br />
(28.20). Ele revela a soberania de Deus<br />
na história e nos exorta dizendo: e “este<br />
evangelho do reino será pregado por<br />
todo o mundo, para testemunho a todas<br />
as nações. Então virá o m” (24.14).<br />
Há algumas informações relevantes<br />
visando a nossa compreensão de todo o<br />
Evangelho para a comunidade de hoje.<br />
Trataremos a situação ambiental, o propósito,<br />
a mensagem, a data e o autor.<br />
Jesus e seus discípulos – Gravura de Gustave Doré<br />
2T13 COMPROMISSO 7
SITUAÇÃO AMBIENTAL<br />
E PROPÓSITO<br />
É muito relevante conhecer o contexto,<br />
bem como o propósito do livro para<br />
nos situarmos na compreensão do texto<br />
e sua mensagem. Leitura, interpretação e<br />
aplicação são três princípios básicos para<br />
uma compreensão madura da Escritura e<br />
consequente testemunho cristão.<br />
Um erudito do Novo Testamento<br />
nos dá uma dica interessante nesta direção.<br />
“Na década após a Primeira Guerra<br />
Judaico-Romana, a igreja à qual Mateus<br />
escreveu cou algures entre a sua origem<br />
judaica e o que mais tarde se tornou<br />
uma igreja totalmente gentílica. Essa<br />
igreja ainda não estava preparada para<br />
admitir a sua separação do judaísmo,<br />
embora possa ser que o judaísmo a tivesse<br />
repudiado. Pelo menos, a igreja de<br />
Mateus ainda estava interagindo com o<br />
judaísmo (17.24-27; 23.1-12; 24.9). O<br />
cristianismo estava rapidamente se tornando<br />
menos judaico e mais gentílico.<br />
Os cristãos judeus precisavam compreender<br />
o signi cado da lei e do templo<br />
(agora em ruínas) para si mesmos, tanto<br />
quanto o seu relacionamento com os<br />
gentios convertidos. Os cristãos gentios<br />
precisavam entender a natureza da liberdade<br />
em respeito à Lei de Deus. Ambos<br />
os grupos precisavam compreender a relação<br />
do cristianismo com o judaísmo”. 1<br />
O Evangelho de Mateus tanto distancia<br />
quanto interage entre a sinagoga e a<br />
igreja. Mateus conhece as sinagogas como<br />
8 COMPROMISSO2T13<br />
sinagogas do judaísmo farisaico (4.23;<br />
9.35; 10.17; 12.9; 13.54; 23.34) exceto<br />
em 4.23. Cada ocorrência do termo “sinagoga<br />
deles” é redacional, é obra editorial<br />
de Mateus. Marcos conhece a expressão<br />
(1.23,39), mas Mateus enfatiza. 2<br />
Os debates com o farisaísmo dão a<br />
entender um relacionamento contínuo,<br />
embora restringido. Mateus a rma a validade<br />
contínua da lei, tão importante<br />
para os fariseus. O que o aparta deles é<br />
a sua declaração de que em Cristo se encontra<br />
uma melhor compreensão da lei<br />
(5.21-48; 9.13; 12.3,5,7; 16.6,11) e o seu<br />
verdadeiro cumprimento, em contraste<br />
com o mau entendimento e uso errado<br />
da lei por parte dos fariseus (9.4; 15.12-<br />
14; 22.18; 23.2). Mateus vê Jesus como<br />
cumprindo a lei, mas descobrindo a sua<br />
verdadeira intenção, dando a ela obediência<br />
plena, expressa por m no amor,<br />
que se dá em serviço sacri cial. 3<br />
Um dos principais propósitos de Mateus<br />
era argumentar que o verdadeiro judaísmo<br />
tinha o seu cumprimento em Cristo,<br />
e não no judaísmo farisaico centralizado<br />
em Jâmnia, cidade hoje denominada Yavneh<br />
(um concílio rabínico (farisaico) realizado<br />
no final do primeiro século d.C. e<br />
início do segundo d.C., que procurou, sob<br />
a direção do rabino Yochaman ben Zakai,<br />
dar um rumo ao judaísmo após a destruição<br />
do templo de Jerusalém). Jesus Cristo<br />
é apresentado como “Filho de Davi, Filho<br />
de Abraão” (1.1.), e Mateus mostra como<br />
as alianças com Abraão e Davi se cumpriram<br />
em Jesus. A genealogia e nascimento
e narrativas da infância de Jesus (1-2) são<br />
construídas de tal forma a mostrar que Jesus<br />
é Filho de Davi, mas também Filho de<br />
Deus, em quem as alianças com Abraão e<br />
Davi são cumpridas. 4<br />
A MENSAGEM DE MATEUS<br />
Qual era a mensagem deste que foi<br />
cobrador de impostos, odiado pelos<br />
judeus? Considerando a sua experiência<br />
com Jesus, qual a mensagem que<br />
Mateus transmite a nós hoje?<br />
Jesus é o cumprimento do Antigo Testamento.<br />
A mais importante passagem<br />
nesta conexão é 5.17-20. Há outras<br />
correlações: 12.15-21 (Isaías 42.1-4);<br />
8.16,17 (Isaías 53).<br />
Jesus é o Rei (4.17). Este reino de Deus<br />
esperado é marcado por quatro características<br />
no Antigo Testamento: justiça<br />
(Jr 23.5,6), paz (Ez 34.23-31), estabilidade<br />
(Is 9.7) e universalidade (Zc 9.10).<br />
Jesus é o Filho de Deus. O professor<br />
Jack Kingsbury, citado por Stott, argumenta<br />
que o “Filho de Deus” é, na<br />
mente de Mateus, o título mais importante<br />
dado a Jesus. É quase sempre usado<br />
por outros a respeito de Jesus: pelo<br />
Diabo ou demônios: 4.3,6; 8.29; pelos<br />
inimigos de Jesus, em acusação ou<br />
zombarias: 26.63; 27.40,43; por Mateus,<br />
os discípulos ou outros em con-<br />
ssão de fé: 2.15; 14.33; 16.16; 27.54;<br />
pelo próprio Deus: 3.17; 17.5; 21.37.<br />
Réplica do segundo templo, do período de Cristo – Imagem: Wikipédia<br />
2T13 COMPROMISSO 9
Como título, ele tem três correlações:<br />
com Israel (Ex 4.22; Os 11.1; Mt<br />
2.15; com a realeza (2Sm 7.13,14; Sl<br />
2.7); com a deidade (Mt 11.25-27).<br />
Jesus é o Mestre, o Cristo: 23.10;<br />
18.15-35; 16.18; 18.17.<br />
Jesus é o Salvador, o Filho do homem:<br />
20.27,28; 26.28; 1.21.<br />
O Evangelho de Mateus é certamente<br />
o do Rei que governa, como<br />
indicamos anteriormente. Mas este Rei<br />
é diferente dos outros. Ele não governa<br />
com autoridade distante nem vive<br />
em esplendor pessoal. Ele se assenta<br />
num trono e julga as nações (25.31ss),<br />
mas somente porque “tomou as nossas<br />
enfermidades e carregou com as nossas<br />
doenças” (8.17, citando Isaías 53.3,4).<br />
Ele governa como um servo, não com<br />
poder, mas com compaixão, não com<br />
autopromoção, mas com total abnegação.<br />
Este é o coração pulsante da<br />
mensagem do Evangelho de Mateus<br />
– mensagem que o arrastou da vida de<br />
ganância e egoísmo para a vida de serviço<br />
deste Rei”. 5<br />
DATA E AUTOR<br />
Embora este Evangelho receba<br />
ocasionalmente data entre as décadas<br />
de 80 e 90 do primeiro século, o<br />
fato de a destruição de Jerusalém ser<br />
ainda considerada um acontecimen-<br />
10 COMPROMISSO2T13<br />
to futuro (24.2), parece exigir uma<br />
data mais recuada. Alguns pensam<br />
que Mateus foi o primeiro Evangelho<br />
a ser escrito (por volta do ano 50<br />
d.C.), ao passo que outros discordam<br />
alegando que só foi escrito na década<br />
de 60 d.C. 6<br />
Quem era Mateus? Era um cobrador<br />
de impostos judeu. Chamado<br />
também de Levi por Marcos e Lucas<br />
(Mc 2.14; Lc 5.27-29). Jesus lhe disse:<br />
Segue-me! Ele se levantou e o seguiu<br />
(9.9). Ele chama a si mesmo de publicano<br />
(10.3). Ele experimentou uma conversão<br />
revolucionária. Somente Mateus<br />
se refere ao ensino direto de Jesus sobre<br />
o pagamento de imposto (17.24-27).<br />
Segundo Stott, há três características<br />
importantes do Evangelho de Mateus<br />
que podem ser delineadas a partir da<br />
sua experiência de conversão: 1) Ele<br />
aprendeu o que é misericórdia e perdão<br />
(Mt 6.12; Lc 11.4); 2) Ele desenvolveu<br />
uma nova visão do Rei (Mt 22.16; Mc<br />
3.6); 3) Ele descobriu um novo dom<br />
de ensinar: sua narrativa estruturada;<br />
seu uso do Antigo Testamento; sua preocupação<br />
acerca dos fariseus e seu estilo<br />
narrativo. 7<br />
Este é o Evangelho de Mateus, inspirado<br />
pelo Espírito Santo, revelado a<br />
um homem que seguiu e serviu a Cristo,<br />
trazendo para nós um manancial<br />
de vida e testemunho cristão para a<br />
glória de Deus.<br />
_____________________<br />
Pr. Oswaldo Luiz Gomes Jacob
NOTAS<br />
Introdução ao Evangelho de Mateus. Comentário Broadman. Rio de Janeiro: <strong>Juerp</strong>, 1982. Vol. 8.<br />
2 Ibid.<br />
4 Ibid.<br />
Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.<br />
Introdução ao Evangelho de Mateus. São Paulo: Ed. Mundo Cristão, 1991.<br />
Homens com uma Mensagem. São Paulo: Editora Cristã Unida, 1996.<br />
OBRAS CONSULTADAS<br />
<br />
Todas as parábolas da Bíblia. 9ª Reimpressão. São Paulo: Editora<br />
Vida, 2009.<br />
MEYER, F. B. Comentário bíblico devocional<br />
nia, 1992.<br />
Bíblia anotada. 1ª Edição. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 1991.<br />
Comentário Bíblico Broadman. 1ª Edição. Rio de Janeiro: <strong>Juerp</strong>,<br />
1982. Vol. 8.<br />
Homens com uma mensagem. 1ª Edição. Campinas: Editora Cristã<br />
Unida, 1996.<br />
Mateus – Introdução e comentário. 1ª Edição. São Paulo: Editora<br />
Mundo Cristão e Edições Vida Nova, 1980.<br />
Mosaico de Deus. 1ª Edição. São Leopoldo: Editora Sinodal,<br />
1968.<br />
2T13 COMPROMISSO 11
EBD 1<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
1.1-10<br />
“O Guia que há de<br />
apascentar o meu povo”<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
Terça<br />
Mateus<br />
1.11-17<br />
12 COMPROMISSO2T13<br />
A primeira vinda de Cristo ao mundo<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta Quinta Sexta<br />
Mateus<br />
1.18-25<br />
A manifestação de Cristo ao mundo<br />
revela o amor de Deus. A vinda<br />
de Jesus, nascido de mulher, sob a lei,<br />
para resgatar os que estão debaixo da<br />
lei é a verdade pura do evangelho.<br />
Veremos nesta exposição a genealogia<br />
de Jesus; o milagre do seu nascimento;<br />
a alegria, o júbilo dos sábios<br />
do Oriente; a reação violenta de Herodes,<br />
o Grande, e a xação da residência<br />
de José, Maria e Jesus em Nazaré,<br />
onde o menino trabalhará com<br />
o pai na carpintaria até iniciar o seu<br />
ministério.<br />
A GENEALOGIA (Mt 1.1-17)<br />
O nosso objetivo nesta exposição<br />
bíblica é tratar a revelação de Jesus<br />
Cristo, o Rei. Ele, sendo Deus, entrou<br />
na história na pessoa de Jesus. A ge-<br />
Mateus<br />
2.1-12<br />
Mateus<br />
2.13-15<br />
7 de abril<br />
Sábado Domingo<br />
Mateus<br />
2.19-23<br />
nealogia de ne muito bem a sua humanidade.<br />
Genealogia vem do grego<br />
geneseos, que quer dizer "origem, natividade,<br />
nascimento, existência, vida".<br />
As 14 gerações (grego: geneai), no<br />
versículo 17, denotam a veracidade histórica<br />
de Jesus Cristo, pois no passado<br />
obscuro, Deus escolhera uma família, a<br />
de Abraão, e, mais adiante, outra família<br />
dentro da família abraâmica, a de Davi,<br />
para ser o veículo pelo qual seu Filho<br />
entrasse no mundo. A nação judaica foi<br />
fundada e protegida por Deus, através<br />
dos séculos, para salvaguardar a linhagem<br />
dessa família. A genealogia, como<br />
está em Mateus, é abreviada. Omitem-<br />
-se alguns nomes. São 42 gerações que<br />
cobrem dois mil anos. Dividem-se em<br />
três partes, de 14 gerações, talvez para<br />
ajudar a memória: a primeira, cobrindo<br />
mil anos; a segunda, 400 anos; e a
terceira, 600 anos. São três grupos de<br />
14. No terceiro grupo, entretanto, nomeiam-se<br />
só 13 gerações, dando-se a<br />
entender evidentemente que Maria<br />
seria a décima-quarta.<br />
Não era comum nas genealogias<br />
judias aparecerem os nomes de mulheres.<br />
A mulher não era considerada<br />
uma pessoa para tal responsabilidade.<br />
Ela não exercia direitos legais. Era<br />
simplesmente possessão do seu pai ou<br />
do seu esposo, e era obrigada a fazer<br />
o que eles quisessem. Na sua ação de<br />
graça matutina, o judeu agradecia a<br />
Deus por não tê-lo feito gentio, escravo<br />
ou mulher. A simples presença de<br />
nomes femininos em uma genealogia<br />
é um fato extraordinário. Então,<br />
Jesus derruba a barreira que separa o<br />
judeu do gentio; o homem da mulher<br />
e o santo do pecador (Barclay: 22,23).<br />
Ele não veio chamar justos, mas pecadores<br />
ao arrependimento (Mc 9.13).<br />
A opinião comumente aceita é que<br />
Mateus dá a linhagem de José, mostrando<br />
que Jesus é o herdeiro legal das<br />
promessas feitas a Abraão e a Davi; e<br />
Lucas dá a linhagem de Maria, mostrando<br />
a descendência física de Jesus,<br />
"Filho de Davi segundo a carne" (Rm<br />
1.3). Em Mateus 1.16, a expressão "da<br />
qual" mostra que a utilização do feminino<br />
singular no grego não deixa<br />
dúvidas de que Jesus nasceu apenas<br />
de Maria, e não de Maria e José. Esta<br />
é uma das evidências mais fortes para<br />
o nascimento virginal de Jesus. A ge-<br />
nealogia de Maria, de acordo com a<br />
prática judaica, dependia do esposo.<br />
Estas genealogias, registradas mais<br />
detalhadamente em 1Crônicas 1 a 9,<br />
formam a espinha dorsal dos anais do<br />
Antigo Testamento, preservadas cuidadosamente<br />
através dos séculos.<br />
O MILAGRE DO NASCIMENTO<br />
DE CRISTO (Mt 1.18-25)<br />
O nascimento do Senhor Jesus<br />
Cristo revela o milagre da entrada do<br />
eterno dentro do nosso tempo. O mistério<br />
é revelado na história.<br />
Maria, no período do noivado em<br />
que aguardava coabitar com José, foi<br />
engravidada pelo Espírito Santo. José e<br />
Maria foram preparados pelo Senhor<br />
para a concepção de Jesus (1.20,21).<br />
Ele é da semente da mulher que veio<br />
para salvar os seres humanos (Gn<br />
3.15; Mt 1.21).<br />
O texto sagrado é muito esclarecedor<br />
quando revela em 1.18, que, "estando<br />
Maria, sua mãe, desposada com<br />
José, sem que tivessem antes coabitado,<br />
achou-se grávida pelo Espírito Santo".<br />
É importante destacar que Maria passou<br />
com Isabel, sua prima, os três meses<br />
seguintes à visita que lhe fez o mensageiro<br />
celeste. Quando voltou a Nazaré<br />
e José soube do seu estado, este deve<br />
tê-lo levado a uma perplexidade estranha.<br />
Era, porém, um homem íntegro e<br />
justo, dispondo-se a resguardar a repu-<br />
2T13 COMPROMISSO 13
tação de Maria do que ele supunha ser<br />
uma desmoralização pública ou coisa<br />
pior. Foi quando o anjo apareceu-lhe e<br />
explicou tudo (1.19-24). Podemos informar<br />
que a intenção evidente de Mateus<br />
foi mostrar que Cristo tivera uma<br />
origem sobrenatural.<br />
OS SÁBIOS FICAM<br />
IMPRESSIONADOS<br />
(Mt 2.1,2, 9-12)<br />
Mesmo sendo considerados homens<br />
sábios, eles saíram da Babilônia<br />
ou de países mais além, região onde a<br />
raça humana teve a sua origem, terra<br />
de Abraão e do cativeiro judaico, onde<br />
muitos judeus ainda viviam. Eram<br />
homens que pertenciam à classe de<br />
pessoas ilustres, eram conselheiros de<br />
reis. Talvez, estivessem familiarizados<br />
com as escrituras judaicas e sabiam da<br />
expectação existente pelo Rei ou pelo<br />
Messias. Certamente, eram homens<br />
de elevada posição social, pois tiveram<br />
acesso à presença de Herodes.<br />
Geralmente são mencionados como<br />
"três magos", mas as Escrituras não dizem<br />
quantos foram. Provavelmente foram<br />
mais de três, ou pelo menos vieram com<br />
uma comitiva de dezenas ou centenas<br />
de pessoas, como medida de segurança,<br />
visto que não seria seguro um pequeno<br />
grupo viajar milhares de quilômetros de<br />
desertos infestados de malfeitores. A chegada<br />
deles a Jerusalém foi bastante espetacular<br />
para alvoroçar a cidade inteira.<br />
14 COMPROMISSO2T13<br />
Eles sabiam a quem buscavam. Herodes<br />
cou alarmado (2.2,3). O rei<br />
convocou os religiosos e lhes indagou<br />
onde nasceria o Messias. A resposta foi<br />
imediata. Herodes chama os sábios, os<br />
questiona, enviando-os a Belém. A estrela<br />
que viram no Oriente parou sobre<br />
onde estava o menino Jesus (2.7-<br />
9). "Esta estrela, vista pelos magos, foi,<br />
sem dúvida, um fenômeno distinto,<br />
uma luz sobrenatural que, pela direta<br />
revelação de Deus, foi adiante deles e<br />
indicou-lhes o lugar exato; anúncio<br />
sobrenatural de um nascimento sobrenatural"<br />
(Halley, p. 370).<br />
Os sábios do Oriente experimentaram<br />
um grande e intenso júbilo ao<br />
verem a estrela (2.10). O texto grego<br />
usa o superlativo para expressar<br />
o sentimento desses homens diante<br />
de Jesus. Eles o adoraram e ofereceram<br />
o melhor que tinham dos seus<br />
tesouros: ouro, incenso e mirra. "Os<br />
primeiros pais da igreja entendiam<br />
o ouro como símbolo da divindade<br />
de Jesus; o incenso, da sua pureza; e<br />
a mirra, de sua morte, uma vez que<br />
era usada para embalsamar" (Ryrie,<br />
p. 1.184). Após a visita ao menino<br />
Jesus, os sábios zeram a vontade de<br />
Deus, retornando para a Babilônia.<br />
A REAÇÃO DE HERODES<br />
(Mt 2.3-8, 16-18)<br />
Uma pergunta que nos vem à mente<br />
é: por que Herodes, o Grande, reage
negativamente ao nascimento de Jesus<br />
Cristo? Porque ele representa toda a<br />
artimanha satânica que se manifesta<br />
no humanismo do rei. Herodes era um<br />
homem megalomaníaco, com sede de<br />
poder e um inimigo do reino de Deus.<br />
Uma razão fundamental para o<br />
comportamento de Herodes era a<br />
sua origem. Os Herodes eram uma<br />
linhagem edomita de reis que, sob<br />
o governo romano, dominavam a<br />
Judeia pouco antes da aparição de<br />
Cristo. Herodes, o Grande, 37–3<br />
a.C., subiu ao trono e o conservou<br />
por meio de crimes bárbaros, pois<br />
matou até sua esposa e dois filhos.<br />
Era cruel, astuto e de sangue frio.<br />
Foi ele quem matou os meninos de<br />
Belém, num esforço para eliminar<br />
Cristo. Seu filho, 33 anos mais tarde,<br />
matou João Batista (Mc 6.14-29), e<br />
escarneceu de Cristo (Lc 23.7-12).<br />
Herodes era descendente de Esaú,<br />
que odiava os judeus. Com a perseguição<br />
empreendida por Herodes,<br />
José e Maria fogem com o menino<br />
para o Egito (2.13-15).<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
IMAGENS DA VIDA<br />
SIMPLES QUE CRISTO<br />
LEVAVA EM NAZARÉ<br />
(Mt 2.19-23)<br />
Após a morte de Herodes, um<br />
anjo do Senhor apareceu em sonho<br />
a José no Egito e ordenou a sua volta<br />
para a terra de Israel. José obedeceu<br />
e foi para as regiões da Galileia (v.<br />
19-22).<br />
Mateus não menciona que José<br />
e Maria tivessem residido anteriormente<br />
em Nazaré. Sabemos isto de<br />
Lucas. Diz o texto (v. 23) que Jesus<br />
será chamado nazareno. Provavelmente<br />
nazareno é um sinônimo para<br />
desprezível ou desprezado, já que Nazaré<br />
era o lugar mais improvável para<br />
a residência do Messias.<br />
Tudo nos leva a crer que Jesus<br />
trabalhou com o seu pai na carpintaria<br />
até o tempo de realizar a<br />
sua missão como Salvador, como<br />
aquele que veio para servir e dar a<br />
sua vida em resgate de muitos (Mt<br />
20.28).<br />
1 <br />
gente. Ele nos ama profundamente. Você tem falado deste amor às pessoas?<br />
2 <br />
<br />
<br />
2T13 COMPROMISSO 15
EBD 2 14 de abril<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
3.1-7<br />
Neste estudo enfocaremos o ministério<br />
de João Batista, profetizado<br />
em Isaías 40.1-3. Um homem comprometido<br />
com o Senhor Jesus, a sua<br />
revelação e com a ética do reino de<br />
Deus, realizando o batismo de arrependimento.<br />
Veremos a sua simplicidade e a envergadura<br />
do seu ofício em ser o precursor<br />
e aquele que batizou o Senhor<br />
Jesus Cristo no Rio Jordão, inaugurando<br />
o seu ministério. Foi nesse contexto<br />
do batismo que a Trindade de<br />
Deus se manifestou de forma gloriosa.<br />
Mais adiante estudaremos a tentação<br />
de Jesus, na sua humanidade,<br />
quando ele foi levado pelo Espírito<br />
ao deserto. Ato contínuo, o Mestre<br />
chama os seus primeiros discípulos<br />
para cumprirem a missão do reino de<br />
Deus.<br />
16 COMPROMISSO2T13<br />
“Percorria Jesus<br />
toda a Galiléia”<br />
O preparo para a missão<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
Terça<br />
Mateus<br />
3.8-12<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
3.13-17<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
4.1-11<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
4.12-17<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
4.18-22<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
4.23-25<br />
QUEM FOI JOÃO BATISTA?<br />
(Mt 3.1-4)<br />
João Batista era um homem de<br />
Deus, profeta do Senhor, levantado<br />
para anunciar a vinda do Senhor Jesus<br />
Cristo e participar da inauguração do<br />
seu ministério como Salvador. A sua<br />
história está ligada à profecia de Malaquias<br />
(4.1-6). Filho de Zacarias e Isabel.<br />
Ele era idoso e ela, além de idosa,<br />
era estéril. Mas como diz Lucas 1.37:<br />
“Porque para Deus não haverá impossíveis<br />
em todas as suas promessas”.<br />
Após o chamado período interbíblico<br />
– entre o Antigo e o Novo Testamento<br />
– que durou cerca de 400<br />
anos antes de Cristo, sem profecia,<br />
aparece João Batista da parte de Deus<br />
apontando para o Cristo que haveria<br />
de se manifestar em carne ( Jo 1.14,
29). João era um homem simples, que<br />
vivia no deserto da Judeia, usando vestes<br />
de pelos de camelo e um cinto de<br />
couro, alimentando-se de gafanhotos<br />
e mel silvestre (Mt 3.4). Um homem<br />
do povo, muito sério com as coisas de<br />
Deus, intrépido e ousado na pregação<br />
acerca do reino de Deus, enfatizando<br />
o arrependimento e a con ssão de pecados.<br />
O CONTEXTO DE JOÃO E A SUA<br />
MENSAGEM (Mt 3.5-10)<br />
Sob o domínio de Roma, a Palestina<br />
– ambiente histórico-cultural de<br />
João – vivia uma tensão entre o domínio<br />
implacável do império romano<br />
e a libertação deste domínio. Havia<br />
muitos traumas e feridas no povo judeu.<br />
Tentativas de libertação foram<br />
frustradas e líderes, que se intitulavam<br />
messias e seus seguidores, foram massacrados<br />
por Roma.<br />
Era um ambiente hostil. Os grupos<br />
judaicos, as religiões de mistério,<br />
cobradores de impostos, governadores,<br />
militares e políticos corruptos dominavam<br />
num contexto de sofrimento<br />
do povo. Os publicanos cobravam<br />
mais impostos que deviam, tendo o<br />
apoio dos soldados que extorquiam<br />
a nação sofrida. Havia o jugo do tradicionalismo<br />
religioso, os pesados<br />
impostos e o fato de viver debaixo de<br />
um poder estrangeiro. Sabemos que a<br />
religião como sistema contribui com<br />
toda a sorte de corrupção, ferindo<br />
princípios éticos, adulterando valores.<br />
A história comprova estas realidades.<br />
“João, o último dos profetas de<br />
Israel, fora comissionado para proclamar<br />
uma mensagem semelhante e<br />
mais maravilhosamente evangélica. O<br />
reino de Deus estava para ser imediatamente<br />
manifestado em Israel em sua<br />
plenitude na pessoa e obra de nenhum<br />
outro senão o próprio Messias. Para<br />
esta grande chegada as pessoas precisavam<br />
preparar o caminho em seus<br />
corações” (Tasker, p. 37).<br />
A SUBMISSÃO DE CRISTO<br />
AO BATISMO (Mt 3.11-17)<br />
Após o seu belíssimo testemunho<br />
acerca de Jesus Cristo (v. 11,12), João<br />
se prepara para batizá-lo no Rio Jordão.<br />
Fico pensando que privilégio, que<br />
honra para um homem batizar o Rei<br />
dos reis e Senhor dos senhores! Que<br />
honra João poder servir a Cristo Jesus!<br />
O Senhor Jesus solenemente se dirigiu<br />
para fazer toda a vontade do Pai (v.<br />
13). O texto diz que João dissuadia ou<br />
"tentava impedir" Jesus para que fosse<br />
o contrário. A resposta do Mestre está<br />
intrinsecamente ligada à sua missão (v.<br />
15). Batizado, Jesus saiu logo da água, e<br />
os céus se abriram e o Espírito de Deus,<br />
como pomba, desceu sobre ele (v. 16).<br />
Que imagem impressionante! Após a<br />
descida do Espírito, o Pai fala do seu<br />
prazer na vida do Filho, na sua obediência<br />
(v. 17). A Trindade de Deus se<br />
manifesta de modo claro e inequívo-<br />
2T13 COMPROMISSO 17
co, impressionante, sendo um lenitivo<br />
para o nosso coração.<br />
O batismo de Jesus nos remete<br />
para uma profunda re exão acerca da<br />
nossa missão como seus discípulos.<br />
Como Jesus, devemos ser obedientes,<br />
humildes, submissos e prontos para o<br />
sofrimento, pois somos suas testemunhas.<br />
Um estudioso, falando sobre o<br />
batismo do Senhor, diz que "ele estava<br />
aceitando a sua missão. Como membro<br />
do seu povo e parte da humanidade,<br />
ele toma sobre si os pecados deles,<br />
e no batismo ele os atira de sobre si<br />
com santa ira, dedicando-se ao mesmo<br />
tempo à sua santa vocação". O<br />
batismo de Jesus simboliza morte, sepultamento<br />
e ressurreição. No nosso<br />
batismo, somos identi cados plenamente<br />
com ele.<br />
O SIGNIFICADO DA TENTAÇÃO<br />
DE JESUS (Mt 4.1-11)<br />
Logo após o batismo, Jesus é levado<br />
pelo Espírito ao deserto para ser tentado<br />
pelo diabo (v. 1). O segundo Adão,<br />
perfeito, sem pecado, agora é submetido<br />
a uma prova na sua humanidade.<br />
O inimigo usa de so sma como utilizou<br />
no Éden. A expressão "se és Filho<br />
de Deus" ocorre duas vezes no texto<br />
(v. 3 e 6). De acordo com o teólogo<br />
alemão Dietrich Bonhoe er, Jesus foi<br />
submetido a três tentações: carnal (v.<br />
3); espiritual (v. 6) e total (v. 8,9). O<br />
diabo usou a Palavra de Deus de forma<br />
errada à semelhança de muitos hoje.<br />
18 COMPROMISSO2T13<br />
A sua interpretação era maldosa, perversa<br />
e destruidora. Jesus, porém, usa a<br />
Palavra de Deus de forma correta, uma<br />
interpretação precisa, contextualizada,<br />
verdadeira e construtiva em sintonia<br />
perfeita com o Pai e o Espírito Santo.<br />
O diabo tenta tirar Jesus da sua missão,<br />
mas Jesus o vence respondendo magistralmente<br />
(v. 4-7,10).<br />
Jesus deixa claro para o diabo a veracidade<br />
da sua missão em glori car o<br />
Pai na salvação do ser humano perdido.<br />
Ele substanciou o seu ministério<br />
mostrando que o homem deve viver<br />
de toda a Palavra de Deus; não deve<br />
tentar o Senhor Deus e a ele deve dar<br />
o seu culto racional, a sua adoração<br />
sincera. Ser Filho de Deus para Jesus<br />
não era transformar pedras em pães,<br />
nem se jogar do pináculo do templo<br />
e nem ser dono de todos os reinos do<br />
mundo. Ele tem todo o domínio. A<br />
sua fome de 40 dias e 40 noites não<br />
era de pão e nem de poder, mas de fazer<br />
toda a vontade do Pai. “Em Jesus,<br />
que era o Filho inteiramente obediente<br />
a Deus, devia ser visto em perfeição<br />
tudo o que Israel, chamado por Deus<br />
do Egito para ser seu lho, devia ser,<br />
mas que nunca havia sido, por causa<br />
de sua desobediência” (Tasker, p. 41).<br />
Impressiona-me a coroação da obediência<br />
de Cristo e a derrota do diabo.<br />
Os anjos servem um banquete para<br />
aquele que foi obediente até à morte<br />
e morte de cruz sendo depois exaltado<br />
pelo Pai (Fp 2.8-11).
O INÍCIO DO MINISTÉRIO DE<br />
JESUS – O CHAMADO DOS<br />
PRIMEIROS DISCÍPULOS<br />
(Mt 4.12-25)<br />
Após vencer o diabo, Jesus retirou-se<br />
para a Galileia. Mudou-se<br />
de Nazaré, onde fora criado, e foi<br />
para Cafarnaum, onde realizaria seu<br />
ministério para cumprir o que fora<br />
dito pelo profeta Isaías (9.1,2). Ali<br />
prega o arrependimento e a proximidade<br />
do reino dos céus (v. 16,17).<br />
Na sua caminhada junto ao Mar da<br />
Galileia, viu dois irmãos, Simão,<br />
chamado Pedro, e André, que lançavam<br />
as redes ao mar, porque eram<br />
pescadores. Esta chamada está em<br />
Marcos 1.16-20 e um texto mais<br />
completo em Lucas 5.1-11.<br />
Jesus os chama para servi-lo (v.<br />
18,19). A resposta deles foi imediata<br />
(v. 20). Jesus chama mais dois, João e<br />
Tiago, lhos de Zebedeu (v. 21), que<br />
respondem prontamente (v. 22). No<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
texto de Lucas, a chamada é precedida<br />
por uma pesca milagrosa, pois<br />
eles haviam trabalhado toda a noite<br />
e nada haviam apanhado. Neste<br />
texto, André não é mencionado. A<br />
lição preciosa é que Jesus chamou<br />
pescadores de peixes para se tornarem<br />
pescadores de homens. Aqui<br />
está a essência do evangelho de Jesus<br />
Cristo (Lc 19.10).<br />
No versículo 23 aparecem três<br />
verbos no gerúndio: ensinando, pregando<br />
e curando. Eles fazem parte do<br />
conteúdo programático do ministério<br />
do Senhor Jesus. Na sinagoga, ele<br />
alcançava muitos judeus. Fora dela,<br />
havia muitos estrangeiros doentes,<br />
acometidos de várias enfermidades e<br />
tormentos: endemoninhados, lunáticos,<br />
paralíticos. Ele curou a todos.<br />
E em todas as regiões da Palestina as<br />
multidões o seguiam (v. 24,25). Jesus<br />
tem o mesmo poder hoje. Infelizmente,<br />
há muitos exageros, enganos e<br />
charlatanismo em nome de Jesus.<br />
1 <br />
<br />
2 <br />
vaidades, futilidades e excentricidades, sendo relevantes. João nos ensina a servir<br />
a Cristo sendo coerentes em todo o nosso procedimento, fazendo toda a diferença.<br />
3 Jesus foi tentado e venceu a tentação utilizando as Escrituras. Pela prática da<br />
Palavra somos mais que vencedores.<br />
2T13 COMPROMISSO 19
EBD 3<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
5.1-16<br />
"Ora a teu Pai que<br />
está em secreto"<br />
Texto bíblicoTexto áureo<br />
Terça<br />
Mateus<br />
5.17-32<br />
20 COMPROMISSO2T13<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
5.33-48<br />
Temos nesta porção das Escrituras o<br />
chamado Sermão do Monte – o código<br />
de ética do reino de Deus. Jesus trabalha<br />
aqui especialmente as intenções do coração.<br />
Trata-se do conteúdo de uma vida<br />
feliz que é fazer a vontade de Deus.<br />
A vida no reino de Deus é governada<br />
pelo Rei. Somos seus súditos.<br />
Fomos criados e redimidos em Cristo<br />
para a obediência, desa ados a construir<br />
toda a nossa vida sobre a Rocha.<br />
Que o Espírito Santo nos auxilie na<br />
leitura, na interpretação e na aplicação<br />
deste texto inspirado.<br />
AS BEM-AVENTURANÇAS<br />
– O CARÁTER DO CRISTÃO<br />
(Mt 5.1-12)<br />
São oito "sinais principais da conduta<br />
e do caráter cristãos, especialmente em<br />
Diretrizes para o viver cristão<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
6.1-18<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
6.19-34<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
7.1-14<br />
21 de abril<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
7.15-29<br />
relação a Deus e aos homens, e as bênçãos<br />
divinas que repousam sobre aqueles<br />
que externam estes sinais" (Stott, p. 11).<br />
A palavra grega para bem-aventurados é<br />
makarioi que revela o estado de pessoas<br />
felizes, que experimentam o gozo e a alegria<br />
que são divinos. Os humildes de espírito<br />
(v. 3) são aqueles que reconhecem<br />
a sua pobreza espiritual ou a sua falência<br />
espiritual diante de Deus, pois somos pecadores,<br />
sob a santa ira de Deus, e nada<br />
merecemos além do seu juízo. Os que<br />
choram (v. 4), Stott diz que são “felizes os<br />
infelizes a m de chamar a atenção para<br />
o surpreendente paradoxo que contém”.<br />
A verdade é que existem lágrimas cristãs<br />
e são poucos os que a vertem. Os mansos<br />
(v. 5) são os que agem de maneira “gentil”,<br />
“humilde”, “atenciosa” e, portanto,<br />
exercem autocontrole, sem a qual estas<br />
qualidades são impossíveis (Stott, p. 32).
Fome e sede de justiça (v. 6). Estes são os<br />
que Deus satisfaz. A justiça na Bíblia tem<br />
pelo menos três aspectos: o legal, o moral<br />
e o social. A justiça legal é a justi cação,<br />
um relacionamento certo com Deus. A<br />
justiça moral é aquela conduta que agrada<br />
a Deus. A justiça social é a pregada<br />
pelos profetas e trata da libertação do<br />
homem da opressão. Cristo satisfaz os<br />
três aspectos. Os misericordiosos (v. 7).<br />
É a qualidade de serem misericordiosos<br />
e terem compaixão dos outros, pois eles<br />
também são pecadores (Stott, p. 38). Os<br />
limpos de coração (v. 8). Os limpos de coração<br />
são os íntegros, livres da tirania de<br />
um “eu” dividido (Tasker). Só Jesus Cristo,<br />
entre os homens, foi absolutamente<br />
limpo de coração, foi inteiramente sem<br />
malícia (Stott, p. 40). Os paci cadores<br />
(v. 9). A sua vida é conduzida pela paz<br />
com Deus, consigo e com o próximo.<br />
Portanto, reconciliadora. Os perseguidos<br />
por causa da justiça (v. 10-12). Stott sabiamente<br />
nos alerta que “a perseguição é<br />
simplesmente o con ito entre dois sistemas<br />
de valores irreconciliáveis”. A nossa<br />
resposta é o versículo 12.<br />
INTERPRETANDO A LEI PARA<br />
O REINO – A INFLUÊNCIA E A<br />
JUSTIÇA DO CRISTÃO<br />
(Mt 5.13-48)<br />
Nos versículos 13 a 16, o Senhor<br />
faz duas a rmações acerca do nosso<br />
testemunho. Ele utiliza dois elementos<br />
essenciais à vida: sal e luz. O cris-<br />
tão deve ser sal e luz. São metáforas<br />
para revelarem a nossa in uência neste<br />
mundo. Plínio já dizia que nada é<br />
mais útil do que “o sal e o sol” (sale et<br />
sole).<br />
O sal serve para dar sabor, conservar<br />
ou preservar, puri car e revelar a sua<br />
in uência. A luz foi feita para brilhar.<br />
Stott diz: “Para ter e cácia, o cristão<br />
precisa conservar a semelhança com<br />
Cristo, assim como o sal deve preservar<br />
a sua salinidade”. Não podemos ser sal<br />
sem sabor, sem salinidade, pisado pelos<br />
homens. Que lástima, comenta A. B.<br />
Bruce, “de salvadores da sociedade a material<br />
de pavimentação de estradas!”<br />
Somos a luz do mundo (v. 14-16).<br />
Não podemos car escondidos entre<br />
as quatro paredes do templo. A nossa<br />
luz deve brilhar.<br />
“O sal e a luz têm uma coisa em comum:<br />
eles se dão e se gastam, e isto é o<br />
oposto do que acontece com qualquer<br />
tipo de religiosidade egocentralizada”<br />
(Stott, p. 56).<br />
Jesus não veio revogar a lei, mas<br />
cumpri-la (v. 17). Ele diz que tudo se<br />
cumprirá (v. 18). Ensina que a lei deve<br />
ser vista à luz dele mesmo. Os discípulos<br />
devem viver a retidão no coração,<br />
além da letra (v. 20).<br />
Nos versículos 21 a 48, o Mestre<br />
enfatiza que o homem é julgado pela<br />
intenção do coração. Nutrir um sentimento<br />
raivoso por alguém ou falar palavras<br />
ofensivas signi ca estar sob o juízo<br />
de Deus. "O ato de homicídio propria-<br />
2T13 COMPROMISSO 21
mente dito tem suas raízes na ira, hostilidade<br />
ou desprezo por outrem". Olhar<br />
para uma pessoa com intenção impura<br />
já adulterou ou se prostituiu com ela.<br />
Não preciso jurar, mas dizer sim,<br />
sim; não, não. A palavra do cristão deve<br />
ser autêntica. Não devemos nos vingar,<br />
mas caminhar a segunda milha; não<br />
resistir ao perverso. A orientação de<br />
Jesus é muito sábia para o nosso bem.<br />
Sobre o amor ao próximo, o Mestre<br />
nos exorta a amar os nossos inimigos e<br />
orar pelos que nos perseguem. São verbos<br />
que denotam ordem e ordenam o<br />
nosso coração.<br />
Aqui temos um resumo: “Portanto,<br />
sede vós perfeitos como perfeito é o<br />
vosso Pai celeste” (5.48).<br />
A PIEDADE NO REINO:<br />
AMOR, ORAÇÃO E JEJUM<br />
(Mt 6.1-18; 7.7-12)<br />
O primeiro versículo é muito bem<br />
interpretado por A.B. Bruce: “Devemos<br />
mostrar quando tentados a esconder<br />
e esconder quando tentados a<br />
mostrar”. A contradição aqui é apenas<br />
verbal, não substancial em relação à expressão<br />
de Jesus “para que vejam as vossas<br />
boas obras”. Dar esmolas, orar e jejuar<br />
devem ser atitudes discretas (6.4).<br />
Quanto à oração pessoal, além de<br />
ser na intimidade do quarto, no secreto<br />
da comunhão com Deus, Jesus nos<br />
dá um modelo de oração que contempla<br />
a santidade de Deus; o seu reino; a<br />
22 COMPROMISSO2T13<br />
sua vontade em todas as dimensões; o<br />
seu suprimento para os discípulos; o<br />
perdão; o perigo da tentação e a soberania<br />
de Deus (6.5-15).<br />
No texto de 7.7-11, Jesus ensina<br />
que devemos pedir, buscar e bater. Ele<br />
usa os verbos no imperativo. Declara a<br />
disposição do Pai em nos atender, comparando<br />
o coração mau do pai humano<br />
com o coração amoroso do Pai do céu.<br />
No versículo 12 temos a chamada<br />
lei áurea: Tudo o que queremos que as<br />
pessoas nos façam devemos fazer a elas.<br />
UM CORAÇÃO PARA O REINO<br />
– A AMBIÇÃO DO CRISTÃO<br />
(Mt 6.19-34)<br />
Jesus ensina claramente a diferença<br />
entre o tesouro da terra e o tesouro do<br />
céu. Há uma grande diferença de natureza.<br />
Completando seu ensino, ele faz a<br />
ligação do coração com o tesouro.<br />
Em seguida, Jesus fala da condição<br />
dos olhos (v. 22,23). A diferença<br />
entre os olhos bons, onde há luz, e os<br />
olhos maus, onde há trevas. O nosso<br />
olhar é produto da condição do nosso<br />
coração. Os olhos são a janela da<br />
alma. Em seguida, Jesus, no versículo<br />
24, fala que não podemos servir a dois<br />
senhores. Ou o homem serve a Deus<br />
ou às riquezas. Há muitos que estão<br />
buscando a teologia da prosperidade.<br />
A vida do cristão deve ser simples,<br />
sem ansiedade, stress. Jesus nos chama<br />
a atenção para o perigo da ansiedade.
A nossa vida é muito mais importante<br />
do que a preocupação pelo comer,<br />
vestir e beber. Ele sugere uma terapia:<br />
olhar para a natureza tão bela.<br />
A nossa prioridade é o reino de<br />
Deus e a sua justiça, e teremos o necessário<br />
para vivermos com contentamento.<br />
O segredo é viver cada dia, aproveitando<br />
muito bem cada oportunidade.<br />
OS PADRÕES DE<br />
JULGAMENTO NO REINO –<br />
OS RELACIONAMENTOS DO<br />
CRISTÃO (Mt 7.1-6, 13-29)<br />
Nós não somos o critério ou o padrão<br />
de julgamento do próximo (v. 1-5).<br />
Os que julgam serão julgados. Como<br />
posso ver o cisco no olho do outro se<br />
tenho um pedaço de madeira no meu?<br />
Este é o ensino de Jesus. Não devemos<br />
insistir com aqueles que rejeitam e fazem<br />
chacota do evangelho de Cristo (v.<br />
6). Eles não sabem o valor, a riqueza da<br />
mensagem à semelhança do porco que<br />
não sabe o valor de uma pérola.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
O homem está diante de duas<br />
portas: a estreita, que conduz à vida<br />
eterna; e a larga, que leva à morte<br />
eterna.<br />
Jesus nos alerta para o perigo dos<br />
falsos profetas que enganam o povo.<br />
Por fora são ovelhas, mas por dentro<br />
são lobos devoradores. Fazer a vontade<br />
de Deus deve ser o centro da vida.<br />
Teremos muitas surpresas no dia do<br />
juízo (v. 22,23).<br />
Aqueles que são do Senhor ouvem<br />
a sua Palavra e a praticam sendo comparado<br />
a um homem prudente que<br />
edi cou a sua casa sobre a rocha e resistiu<br />
às duras tempestades da vida. Os<br />
que ouvem e não praticam são comparados<br />
a um homem imprudente que<br />
construiu a sua casa sobre a areia ou<br />
sobre um solo batido, sem alicerce. Na<br />
tempestade, o estrago foi muito grande<br />
(v. 24-27).<br />
O Sermão do Monte termina com<br />
as multidões maravilhadas e Mateus<br />
reconhecendo que Jesus falava com<br />
autoridade inquestionável.<br />
1 <br />
<br />
responsavelmente.<br />
2 Jesus nos ensina que o nosso interior transformado deve gerar ações transformadoras<br />
nesta sociedade corrupta e perversa. Como sal e luz, somos ordenados a<br />
<br />
<br />
já caracteriza o ato de pecar.<br />
3 <br />
<br />
2T13 COMPROMISSO 23
EBD 4<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
8.1-17<br />
“O Filho do homem<br />
tem autoridade”<br />
24 COMPROMISSO2T13<br />
Texto bíblicoTexto áureo – Mateus 9.6<br />
Terça<br />
Mateus<br />
8.18-34<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta Quinta Sexta<br />
Mateus<br />
9.1-13<br />
O texto de Mateus 8 e 9 é muito<br />
desa ador. Ele trata de curas, poder<br />
sobre a natureza criada pelo Pai, poder<br />
sobre os demônios, poder para<br />
perdoar, a questão do jejum, poder sobre<br />
a morte e a necessidade urgente de<br />
se pregar o evangelho genuíno ao ser<br />
humano perdido.<br />
Vamos estudar a pessoa e a obra de<br />
Cristo fazendo a sua intervenção em<br />
todas estas situações no contexto do<br />
reino de Deus. Jesus agirá poderosamente<br />
para curar, ressuscitar, domar<br />
a natureza, libertar os cativos, perdoar<br />
pecados e nos desa ar à prática da pregação<br />
do seu evangelho aos pecadores<br />
sem salvação.<br />
Os primeiros embates<br />
do Filho de Deus<br />
Mateus<br />
9.14-17<br />
Mateus<br />
9.18-26<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
9.27-34<br />
28 de abril<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
9.35-38<br />
AS CURAS EFETUADAS POR<br />
JESUS (Mt 8.1-17, 28-34;<br />
9.1-8, 19-22, 27-34)<br />
O Senhor Jesus, na sua missão, cura<br />
as pessoas começando por um leproso,<br />
rejeitado pela sociedade. A lei levítica<br />
trazia regulamentações detalhadas sobre<br />
a lepra, e era dever dos sacerdotes<br />
ver que fossem obedecidas. Os leprosos<br />
eram considerados impuros, física<br />
e cerimonialmente, vivendo fora da comunidade<br />
(ver Levítico 13); e quando<br />
eram curados, a ação de graças por sua<br />
puri cação tinha que ser acompanhada<br />
por ofertas sacri ciais (Tasker, p.<br />
69). O leproso se aproxima de Jesus e
econhece o seu poder (8.2). O Senhor<br />
curou aquele homem e o recomendou<br />
a não alardear e a mostrar, como era<br />
previsto na lei cerimonial (Lv 14.1-32),<br />
ao sacerdote para servir de testemunho<br />
ao povo. Jesus veio cumprir a lei.<br />
Outra experiência de cura foi a do<br />
servo do centurião romano. Esse o -<br />
cial, muito bem aceito na comunidade<br />
judaica, chama Jesus de Senhor (8.8) e<br />
se humilha para solicitar a cura do seu<br />
servo. Sendo autoridade, ele se submeteu<br />
à autoridade de Jesus (v. 9). Jesus se<br />
admirou da fé robusta daquele homem<br />
(v. 10). O Senhor revela a universalidade<br />
do evangelho (v. 11,12). Depois disso,<br />
o Senhor disse ao homem: “Vai-te, e<br />
seja feito conforme a tua fé. E, naquela<br />
mesma hora, o servo foi curado” (v. 13).<br />
O Senhor agora cura a sogra de<br />
Pedro e liberta possessos cumprindo a<br />
profecia de Isaías (v. 17; Is 53.4), põe<br />
à prova os que desejam segui-lo (v. 18-<br />
22) e propõe as condições essenciais<br />
(v. 20,22).<br />
Jesus enfrenta uma grande tempestade<br />
no Mar da Galileia (8.23-27).<br />
Eram comuns tempestades como essas,<br />
com ondas de 2 a 3 metros de altura.<br />
Durante a tormenta, o Mestre dormia.<br />
Os discípulos, apavorados, o acordam<br />
e clamam por proteção. Jesus se levanta,<br />
os repreende e ordena ao mar que<br />
se acalmasse (v. 26). Quantas vezes -<br />
camos a itos pelas circunstâncias e nos<br />
esquecemos de que Jesus está conosco!<br />
Os endemoninhados de Gadara<br />
vêm ao encontro de Jesus. A tempes-<br />
tade no mar ilustra muito bem a tormenta<br />
maligna dentro desses homens<br />
(8.28-34). Eles trouxeram pavor para<br />
aquele lugarejo, onde se criavam porcos,<br />
detestados pelos judeus que tinham<br />
no porco um animal imundo e<br />
proibido (Lv 11.7; Dt 14.8). O mais<br />
importante para nós é o poder de Jesus<br />
não só sobre a natureza, mas sobre os<br />
demônios. Os resultados desse embate<br />
foram a libertação dos homens possessos,<br />
sendo os espíritos mandados<br />
para uma manada de porcos que se<br />
precipitou despenhadeiro abaixo causando<br />
“prejuízo” aos seus criadores e a<br />
rejeição a Cristo. Aquela comunidade<br />
incrédula considerava mais importante<br />
uma criação de porcos do que a libertação<br />
de vidas preciosas. Aqui um princípio<br />
secular nefasto: coisas e animais são<br />
mais importantes que pessoas.<br />
O Mestre foi para o outro lado do<br />
Mar da Galileia, para Cafarnaum, e ali<br />
curou um paralítico (9.1-8). Por ser o<br />
Deus encarnado, lhe perdoou os pecados<br />
e o curou (v. 2). A mudança foi radical,<br />
pois o leito que o levava agora é carregado<br />
por ele (v. 6,7). As multidões ao<br />
vê-lo curado, glori caram a Deus (v. 8).<br />
Mais tarde, Jesus viu um homem<br />
chamado Mateus sentado na coletoria<br />
e disse-lhe: "Segue-me". Imediatamente,<br />
ele se levantou e o seguiu (v. 9). Vemos<br />
aqui uma chamada irresistível. Jesus<br />
chama um homem ocupado com<br />
as coisas deste mundo para se ocupar<br />
integralmente com as coisas do reino<br />
de Deus.<br />
2T13 COMPROMISSO 25
Mateus promove uma festa em sua<br />
casa e convida Jesus e seus discípulos<br />
(v. 10-13). Os religiosos fariseus questionam<br />
com os discípulos de Jesus o<br />
comer com os “publicanos” e “pecadores”<br />
(v. 11). A resposta do Mestre<br />
foi fenomenal (v. 12,13). O reino de<br />
Deus é o reino dos doentes em tratamento,<br />
dos rejeitados, onde há perdão<br />
e festa. Só entram os que con am no<br />
mérito de Cristo. Jesus não veio chamar<br />
os que se acham sãos, perfeitos,<br />
obedientes a uma cartilha legalista,<br />
que con am no sistema religioso que<br />
enfatiza o desempenho, mas os que<br />
necessitam de médico, que precisam<br />
da misericórdia, que nada possuem de<br />
si mesmos.<br />
Questionado com relação ao jejum<br />
pelos discípulos de João Batista<br />
(v. 14), Jesus ensina que a sua presença<br />
dispensa o jejum (v. 15). Utiliza<br />
duas ilustrações: pano velho, pano<br />
novo; odre velho e vinho novo. Tasker<br />
diz que “as duas ilustrações com que<br />
esta passagem termina indicam a percepção<br />
de Jesus, cada vez mais de -<br />
nida, de que havia incompatibilidade<br />
entre o velho Israel, paralisado pela<br />
justiça própria e sobrecarregado de<br />
vãs regulamentações, e o novo Israel<br />
humilhado pela consciência do<br />
pecado e voltado com fé para Jesus,<br />
o Messias, a m de obter perdão. A<br />
velha vestimenta não aguentaria o remendo<br />
novo. O vinho novo do perdão<br />
messiânico não seria conservado<br />
nos velhos e remendados odres do<br />
26 COMPROMISSO2T13<br />
legalismo judaico”. Tem muita gente<br />
trazendo práticas judaicas, do legalismo<br />
judaico, para dentro de nossas<br />
igrejas.<br />
A VITÓRIA SOBRE A MORTE<br />
(Mt 9.18, 23-31)<br />
Após dizer as verdades aos discípulos<br />
de João, Jesus é abordado por<br />
um chefe de sinagoga chamado Jairo,<br />
pois a sua filha havia falecido (v.<br />
18). No caminho para a casa de Jairo,<br />
com os seus discípulos, o Senhor<br />
encontra uma mulher que tinha hemorragia<br />
durante 12 anos e não havia<br />
médico que a curasse. Ela toca a<br />
orla da veste de Jesus (v. 20) porque<br />
dizia consigo mesma: “Se eu apenas<br />
lhe tocar a veste, ficarei curada” (v.<br />
21). O texto diz que Jesus se volta<br />
e vendo-a, disse-lhe: “Tem bom ânimo,<br />
filha, a tua fé de salvou” (v. 22).<br />
E a mulher ficou curada.<br />
Após esse milagre, Jesus chega à<br />
casa de Jairo para ressuscitar a sua -<br />
lha de 12 anos, de acordo com Marcos<br />
e Lucas (v. 25). Termina o desespero e<br />
começa a esperança. Jesus é a ressurreição<br />
e a vida. A doença e a morte são<br />
vencidas pelo seu poder.<br />
Este mesmo Cristo perfeito cura<br />
dois cegos e um mudo endemoninhado<br />
(9.27-33). As multidões cam<br />
maravilhadas com o poder de Jesus<br />
sobre a enfermidade e os demônios<br />
(v. 33). Os fariseus blasfemam contra<br />
ele (v. 34).
O DESAFIO DA MISSÃO<br />
(Mt 9.35-38)<br />
Jesus percorria cidades, povoados,<br />
vilarejos ensinando nas sinagogas,<br />
pregando o evangelho do reino<br />
e curando toda sorte de doenças e<br />
enfermidades (v. 35). Há três verbos<br />
aqui que aparecem no gerúndio. A<br />
ideia é que Jesus tinha essas práticas<br />
como estilo de vida.<br />
O Senhor via as multidões com<br />
compaixão. O seu coração fervilhava<br />
de amor e perdão, graça e aceitação,<br />
justiça e verdade. Ele via as multidões<br />
cansadas, exploradas, a itas, doentes,<br />
como ovelhas que não têm pastor (v.<br />
36). Que sensibilidade tremenda tinha<br />
o Senhor Jesus! Ele não queria<br />
julgar as multidões, mas salvá-las.<br />
Não satisfeito, Jesus revela um<br />
diagnóstico triste: “A seara ou o cam-<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
po, na verdade, é grande, mas os trabalhadores<br />
são poucos” (v. 37). Ao<br />
mesmo tempo em que o Mestre revela<br />
o diagnóstico, mostra a solução e no<br />
imperativo, isto é, numa ordem: “Rogai,<br />
pois, ao Senhor da seara que mande<br />
trabalhadores para a sua seara” (v. 38).<br />
A igreja deve orar intensamente para<br />
que mais obreiros se apresentem para<br />
servirem nas suas diversas áreas. Você<br />
está pronto a servir a Cristo dentro das<br />
condições impostas por ele? Alguém<br />
disse com muita sabedoria que “Deus<br />
não chamou pessoas extraordinárias<br />
para um trabalho comum, mas pessoas<br />
comuns para um trabalho extraordinário”.<br />
É uma honra, um privilégio ser<br />
chamado para o ensino, a pregação<br />
e a cura de pessoas. O trabalho a ser<br />
desenvolvido, o per l do trabalhador<br />
e as condições serão magistralmente<br />
apresentadas por Jesus em Mateus 10.<br />
1 Éramos imundos, mas Cristo derramou o seu precioso sangue para nos limpar<br />
e nos tornar aceitos pelo Pai, apenas pela sua graça.<br />
2 <br />
<br />
delas.<br />
3 Jesus tem poder sobre as enfermidades e os demônios trazendo cura e liber-<br />
<br />
<br />
<br />
aceitação, do perdão e da festa.<br />
4 O Mestre teve compaixão ao ver o povo perdido em seus delitos e pecados.<br />
<br />
2T13 COMPROMISSO 27
EBD 5<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
10.1-22<br />
Terça<br />
Mateus<br />
10.23-42<br />
28 COMPROMISSO2T13<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
11.1-6<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
11.7-19<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
11.20-24<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
11.25-27<br />
5 de maio<br />
“Quem não segue após mim<br />
não é digno de mim”<br />
Jesus prepara seus seguidores para a missão<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
O nosso texto versa sobre a escolha<br />
dos discípulos, a sua lista completa, as instruções,<br />
as admoestações, os estímulos, as<br />
di culdades e a recompensas no cumprimento<br />
da missão do reino de Deus.<br />
Além da escolha dos discípulos, temos<br />
o envio por parte de João dos seus<br />
discípulos a Jesus, as cidades impenitentes<br />
e a revelação de Jesus aos humildes,<br />
bem como o seu convite aos que estão<br />
cansados e oprimidos para os aliviar em<br />
si mesmo. Busquemos a orientação do<br />
Espírito Santo para compreendermos e<br />
vivermos este ensino precioso do Mestre.<br />
A ESCOLHA (Mt 10.1-4)<br />
O Senhor Jesus, tendo chamado os<br />
12, deu-lhes autoridade sobre os espíritos<br />
imundos para os expelir e curar<br />
toda sorte de doenças e enfermidades<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
11.28-30<br />
(v. 1). Em seguida, temos a lista completa<br />
dos seus discípulos.<br />
De acordo com Ryrie, o discípulo<br />
é alguém que é ensinado por outrem;<br />
ele é um aprendiz em sofrimento. Nos<br />
Evangelhos, a palavra é usada com frequência<br />
– discípulos de Moisés ( Jo<br />
9.28); de João Batista ( Jo 3.25) e de<br />
Cristo. Judas é um exemplo de um<br />
discípulo não-salvo de Cristo, e houve<br />
outros que o abandonaram ( Jo 6.66).<br />
Jesus agora os instrui para a missão<br />
do reino de Deus.<br />
O DETALHAMENTO DA<br />
MISSÃO QUE OS DISCÍPULOS<br />
RECEBERIAM (Mt 10.5-42)<br />
Temos agora as instruções para os<br />
12, as admoestações, os estímulos, as<br />
di culdades e as recompensas.
1 As instruções para os 12 (10.5-<br />
15). Jesus, a princípio, de ne o público<br />
para o qual os discípulos deviam<br />
se dirigir (v. 5,6) e ordenou que pregassem<br />
a proximidade do reino de<br />
Deus, ou da soberania de Deus no<br />
coração do homem pelo evangelho.<br />
Jesus usa alguns verbos no imperativo<br />
indicando extrema relevância do seu<br />
poder diante das carências do povo<br />
sofrido (v. 8). Que nada faltará a eles<br />
se forem éis no trabalho diligente<br />
(v. 9,10). De ne também a casa onde<br />
eles devem car a partir dos critérios<br />
de boas-vindas, de receptividade amorosa<br />
e a bênção da paz sobre essa casa.<br />
Ordena o juízo para a casa e a cidade<br />
que rejeitarem a mensagem do reino<br />
de Deus (v. 11-15).<br />
2 As admoestações (10.16-23).<br />
O Senhor Jesus os alerta para os perigos<br />
que passam aqueles que o seguem,<br />
o custo alto dos que o amam – o sofrimento<br />
– mas os encoraja dizendo que<br />
o Pai, pelo Espírito Santo, ministrará<br />
poder a eles para falarem conforme a<br />
sua vontade e faz promessas (v. 22).<br />
3 Os estímulos (10.24-33). A<br />
ordem de Jesus é acompanhada de<br />
estímulos para o exercício da missão<br />
do reino. O Senhor volta a falar da<br />
perseguição implacável dos religiosos<br />
judeus, bem como da sociedade<br />
idólatra e secular. Os discípulos não<br />
deviam temer os que matam o corpo,<br />
mas não podem matar a alma<br />
(v. 28). Deviam ter muita coragem,<br />
ousadia, confessando-o diante dos<br />
homens (v. 32).<br />
4 As dificuldades (10.34-39).<br />
O Mestre nunca escondeu dos seus<br />
discípulos as lutas, dificuldades<br />
e obstáculos no cumprimento da<br />
missão do reino. Ele esclarece que<br />
a sua manifestação causaria divisão<br />
nos lares. Alertou-os acerca dos inimigos<br />
do reino na própria casa dos<br />
que o seguissem (v. 34-36). Jesus<br />
não tinha prazer nesta divisão, mas<br />
era uma situação irreversível, considerando<br />
a rejeição do evangelho<br />
do reino. Nos versículos 37 a 39,<br />
ele fala de prioridade. Sendo ele a<br />
prioridade, os familiares ficariam<br />
em plano secundário. Se ele é a minha<br />
primazia, devo amá-lo de todo<br />
o coração, alma e entendimento.<br />
Isto significa que Jesus é muito mais<br />
importante que eu mesmo (v. 39).<br />
Paulo tinha esta convicção quando<br />
disse aos gálatas: “Não mais eu, mas<br />
Cristo” (2.20), bem como aos filipenses:<br />
“Para mim o viver é Cristo e<br />
o morrer é lucro” (1.21).<br />
5 As recompensas (10.40-42). O<br />
Mestre agora fala sobre a honra dos que<br />
o seguem. Todos aqueles que recebem<br />
os seus discípulos, o recebem também.<br />
Não é isto maravilhoso? O versículo<br />
41 é magistral, pois fala do valor dos<br />
discípulos de Jesus. Vale a pena seguir<br />
e servir a Cristo pelo que ele é.<br />
2T13 COMPROMISSO 29
A PERGUNTA DE JOÃO BATISTA<br />
(Mt 11.1-19)<br />
Após suas instruções aos 12, o Senhor<br />
Jesus partiu dali para ensinar e<br />
pregar nas cidades. Depois das instruções<br />
teóricas, Jesus mostra na prática<br />
como fazer.<br />
Neste contexto, João Batista está<br />
preso e faz uma pergunta intrigante (v.<br />
3). A resposta de Jesus está nos versículos<br />
4 e 5, que revelam os sinais da sua<br />
divindade. Em seguida, Jesus dá um testemunho<br />
belíssimo de João. Vale a pena<br />
ler o texto e meditar nele (v. 7-15).<br />
A vida de João contrasta em muito<br />
com a vida dos religiosos, daqueles que<br />
diziam que o último profeta tinha demônio<br />
(v. 18). Aliás, Jesus e João eram<br />
rejeitados pela aristocracia judaica,<br />
comprometida com o tradicionalismo.<br />
O SOFRER DE CRISTO PELAS<br />
CIDADES PERDIDAS, PELAS<br />
PESSOAS SEM DEUS<br />
(Mt 11.20-24)<br />
Jesus condena as cidades de Corazim,<br />
Betsaida, Cafarnaum, dizendo<br />
que Tiro e Sidom, Sodoma e Gomorra,<br />
teriam menos juízo do que elas (v. 24).<br />
O diagnóstico de Jesus era perfeito. Ele<br />
conhecia muito bem o coração dos que<br />
viviam nessas cidades, tanto no Antigo<br />
Testamento quanto na sua época.<br />
As ricas e iníquas cidades de Tiro<br />
e Sidom são denunciadas muitas vezes<br />
no Antigo Testamento. Mas Je-<br />
30 COMPROMISSO2T13<br />
sus a rma que, se elas tivessem tido<br />
o privilégio de testemunhar um feito<br />
do Messias como o de alimentar milagrosamente<br />
grande multidão, coisa<br />
que provavelmente se deu em campo<br />
aberto perto de Betsaida, o orgulho<br />
delas teria se derretido, e o seu genuíno<br />
arrependimento teria se mostrado nos<br />
sinais externos da lamentação e do jejum.<br />
Por conseguinte, a sorte delas será<br />
mais afortunada do que a de Corazim<br />
e Betsaida quando vier o juízo.<br />
A importante cidade de Cafarnaum,<br />
situada na costa do Mar da Galileia, pela<br />
qual passava a grande estrada de Damasco<br />
ao Mediterrâneo, achava-se segura<br />
e próspera, satisfeita e autossu ciente.<br />
Foi tentada a dizer – é o que Jesus deixa<br />
entrever pela forma da pergunta que ora<br />
lhe dirige (v. 23) – aquilo que Isaías retratou<br />
como sendo dito por Babilônia:<br />
"Eu subirei ao céu; acima das estrelas de<br />
Deus e exaltarei o meu trono (...) subirei<br />
acima das mais altas nuvens, e serei<br />
semelhante ao Altíssimo" (Tasker, p.<br />
95,96). Jesus condena essa cidade pela<br />
dureza do coração e pela incredulidade.<br />
Como Jesus vê as cidades hoje?<br />
A RAZÃO DA EXULTAÇÃO<br />
DE CRISTO E O SEU JUGO<br />
(Mt 11.25-30)<br />
Este é um dos muitos textos preciosos<br />
da Bíblia. Ele só foi registrado<br />
por Mateus. Fala da revelação de Deus<br />
por meio do seu Filho Jesus aos pequeninos,<br />
aos simples (v. 25). O mistério
foi revelado àqueles que o Pai determinou<br />
descortinar em sua soberania<br />
(v. 26). Há uma relação íntima entre o<br />
Pai e o Filho (v. 27). Jesus é categórico<br />
quando declara que “Todas as coisas<br />
me foram entregues por meu Pai”.<br />
Aqui temos a autoridade delegada<br />
pelo Pai ao Filho para cumprir todo o<br />
seu propósito na história da salvação.<br />
A soberania de Deus Pai é muito destacada<br />
neste texto.<br />
Com base em sua autoridade delegada<br />
pelo Pai, Jesus agora faz um<br />
convite a todos os que estão cansados<br />
e sobrecarregados e oferece o seu alívio<br />
(v. 28). Além disso, no versículo 29,<br />
ele usa dois verbos no modo imperativo:<br />
tomai e aprendei. Ele se caracteriza<br />
como manso e humilde de coração que<br />
oferece descanso aos que con am nele.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
Ele assevera que o seu jugo é suave e o<br />
seu fardo é leve (v. 29). O jugo de Jesus<br />
não é obediência a uma lei externa,<br />
mas primordialmente lealdade a uma<br />
pessoa, que capacita o discípulo a fazer<br />
alegremente, e, portanto, facilmente,<br />
e sem a sensação de que está pelejando<br />
debaixo de um pesado fardo, o que<br />
aquele pessoa quer que ele faça. Onde<br />
quer que exista uma relação entre o<br />
discípulo e Jesus, (seu) jugo é suave, e o<br />
(seu) fardo é leve. Além disso, o caminho<br />
da vida que ele deseja que os seus<br />
discípulos sigam é a sua própria vida<br />
(Tasker, p. 97). Aqui temos claramente<br />
a revelação de Deus, o diagnóstico da<br />
condição humana e a solução pela obra<br />
de Cristo. Ele nos convida a descansarmos<br />
nele. Isto quer dizer: con armos<br />
em sua maravilhosa graça.<br />
1 <br />
<br />
muitos obstáculos no cumprimento da missão de evangelizar e fazer discípulos, mas<br />
<br />
2 <br />
<br />
<br />
3 <br />
com o Pai. Ela deve ser renovada todos os dias.<br />
4 Jesus faz o maior de todos os convites aos cansados e oprimidos. Somos<br />
portadores deste belíssimo e sempre atual convite. Precisamos ir a todos os lugares<br />
<br />
para que sejam libertos e salvos.<br />
2T13 COMPROMISSO 31
EBD 6 12 de maio<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
12.1-21<br />
Terça<br />
Mateus<br />
12.22-37<br />
32 COMPROMISSO2T13<br />
“É chegado a vós o<br />
reino de Deus”<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
12.38-50<br />
O Mestre sempre teve o melhor<br />
método de ensino. Ele sempre falou ao<br />
coração do ser humano morto em seus<br />
delitos e pecados. Na sua didática, ele<br />
sempre priorizou a vida humana. Para<br />
ele, a pessoa é muito mais importante<br />
do que coisas e sistemas. A festa com<br />
os doentes é muito mais relevante do<br />
que estar com religiosos.<br />
Ele utilizou as parábolas para comunicar<br />
os valores do reino de Deus.<br />
A sua metodologia sempre estimulou<br />
o ser humano a viver para o alto, para<br />
dentro e para o outro. Estas são as dimensões<br />
do seu evangelho.<br />
O ENSINO DE JESUS SOBRE A<br />
GUARDA DO SÁBADO (Mt 12.1-8)<br />
Jesus sabiamente responde ao tradicionalismo<br />
acusador quando ele e<br />
A metodologia de ensino do Mestre<br />
Texto BíblicoTexto áureo<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
13.1-23<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
13.24-35<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
13.36-53<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
13.54-58<br />
os seus discípulos estavam colhendo<br />
espigas e as comendo no sábado (v.<br />
1,2). Para os fariseus, Jesus e os seus<br />
discípulos estavam agindo ilicitamente.<br />
O Senhor responde citando o<br />
exemplo de Davi e os seus companheiros<br />
quando estavam com fome, além<br />
dos sacerdotes que violavam o sábado<br />
(v. 3-5). Ele enfatiza que é maior que o<br />
templo e é Senhor do sábado (v. 6-8).<br />
“Se Davi tinha direito de "violar" a lei,<br />
assim, com mais razão, tinha direito o<br />
Filho do grande Davi, e maior do que<br />
este – o Messias”. Jesus usa o profeta<br />
Oseias (6.6) para ensinar que a misericórdia<br />
é mais importante do que<br />
o tradicionalismo religioso. Somos<br />
lhos de um Deus misericordioso e<br />
não legalista. Que o sábado foi feito<br />
por causa do ser humano e não vice-<br />
-versa. O mais importante para nós
é que Jesus é Senhor do sábado, das<br />
regras legalistas e que as pessoas estão<br />
em primeiro lugar em qualquer escala<br />
de valores.<br />
O ENSINO ACIMA POSTO EM<br />
PRÁTICA NA CURA DO HOMEM<br />
DE MÃO ALEIJADA (Mt 12.9-21)<br />
Jesus entra na sinagoga e encontra<br />
lá um homem com uma das mãos<br />
seca. Era um aleijado. Os fariseus, não<br />
satisfeitos com a resposta anterior de<br />
Jesus sobre o sábado, perguntam se é<br />
lícito curar aquele homem nesse dia.<br />
Jesus responde com uma pergunta (v.<br />
11). Jesus os coloca em xeque: o que é<br />
mais importante: tirar uma ovelha do<br />
buraco no sábado ou curar um homem<br />
no sábado? Jesus deixou claro que uma<br />
pessoa vale muito mais do que uma<br />
ovelha. Logo, é lícito, nos sábados,<br />
fazer o bem (v. 12). Ele curou aquele<br />
homem e os religiosos, enfurecidos,<br />
planejavam matá-lo (v. 13,14). A religião<br />
é fria, insensível e extremamente<br />
legalista, violenta e implacável. O evangelho,<br />
por sua vez, aquece o coração, é<br />
sensível, gracioso, manso e perdoador.<br />
OUTROS ENSINOS SOBRE O<br />
VIVER CRISTÃO (Mt 12.22-50)<br />
O Senhor, neste texto, revela alguns<br />
dos seus preciosos ensinos. Ele cumpre<br />
a profecia de Isaías 42.1-4, que enfatiza<br />
o seu ministério de alcance mundial;<br />
cura um endemoninhado cego e mudo,<br />
é acusado de expulsar os demônios<br />
pelo maioral dos demônios chamado<br />
Belzebu (Beelzeboul é a forma correta<br />
para o termo empregado aqui, sendo<br />
o príncipe dos demônios – v. 24); Ele<br />
os rebate dizendo que "todo reino dividido<br />
contra si mesmo cará deserto,<br />
e toda cidade ou casa dividida contra<br />
si não subsistirá" (v. 25). Jesus os exorta<br />
dizendo que expulsa os demônios pelo<br />
Espírito Santo e aí é chegado o reino de<br />
Deus sobre vocês (v. 28). Dá instruções<br />
preciosas quanto à nossa luta contra as<br />
forças espirituais do mal.<br />
Agora, ele trata acerca da blasfêmia<br />
contra o Espírito Santo (v. 31,32). Blasfemar<br />
contra o Espírito Santo é rejeitar<br />
a pessoa e a obra de Cristo. É o pecado<br />
da incredulidade e da rejeição veemente.<br />
"O pecado descrito é o de blasfêmia<br />
deliberada e arrogante, chamando de<br />
obra do diabo aquilo que inequivocamente<br />
é obra de Deus" (Stagg, p. 189).<br />
É quando o homem repele a ação do<br />
Espírito em sua vida para crer em Jesus<br />
Cristo como Salvador e Senhor,<br />
convencendo-o do pecado, da justiça<br />
e do juízo e morrer nesta condição (Jo<br />
16.8-11). Sabemos que o viver cristão<br />
só é possível pelo Espírito.<br />
Jesus, muito sabiamente, discorre<br />
sobre a árvore e seus frutos (v. 33-36),<br />
dando uma dura lição aos religiosos<br />
judeus que produziam frutos maus,<br />
chamando-os de raça de víboras, de<br />
gente traiçoeira e perversa. Em seguida<br />
(v. 38-42), eles pedem um sinal.<br />
Aqui eles são modelo dos que vivem<br />
2T13 COMPROMISSO 33
pelas emoções. A resposta de Jesus<br />
foi muito objetiva ao citar o sinal do<br />
profeta Jonas. Semelhantemente, Jesus<br />
deixa entrever aqui, Jonas, guradamente<br />
falando, foi "levantado dos<br />
mortos" para desincumbir-se da obra<br />
para a qual Deus o chamara (Tasker, p.<br />
105). Então, Jesus usa o sinal de Jonas<br />
para testemunhar a sua morte e a sua<br />
ressurreição para cumprir a missão.<br />
Mateus insere a história da visita que a<br />
mãe e os irmãos de Jesus lhe zeram neste<br />
ponto da sua narrativa para esclarecer<br />
que nem toda a geração de Jesus era má<br />
(v. 46-50). Alguns mostraram que eram<br />
obedientes à vontade de seu Pai. Estes<br />
eram a sua família. A família de Deus são<br />
aqueles que fazem a sua vontade.<br />
AS PARÁBOLAS DO TEXTO E<br />
SEUS ENSINOS (Mt 13.1-50)<br />
O Mestre narra oito parábolas e<br />
as explica (v. 1-50). Todas as parábolas<br />
revelam a natureza e o caráter do<br />
reino de Deus. Começamos com a<br />
parábola do semeador (v. 1-9). Somos<br />
semeadores espalhando a semente do<br />
evangelho no coração do ser humano.<br />
A semente cai à beira do caminho,<br />
no solo rochoso, entre espinhos e em<br />
boa terra. O Senhor utiliza o contexto<br />
da agricultura da região da Palestina.<br />
Utiliza a natureza para ensinar coisas<br />
espirituais. A semente deve ser lançada<br />
e os resultados não são da nossa<br />
alçada. A seguir, ele conta a parábola<br />
do joio e do trigo. No meio da lavou-<br />
34 COMPROMISSO2T13<br />
ra de trigo há joio. Ele se parece com<br />
o trigo, mas não é trigo. Mas precisa<br />
esperar a colheita para fazer a separação.<br />
O trigo é útil para alimentar o<br />
ser humano. O joio é inútil e deve ser<br />
queimado. Não sabemos quem é trigo<br />
e nem quem é joio, mas o Senhor sabe<br />
perfeitamente.<br />
A parábola do grão de mostarda<br />
mostra que o grão é o menor de todos,<br />
mas se torna uma pequena árvore<br />
onde as aves do céu se aninham nos<br />
seus ramos. Assim é o reino dos céus,<br />
uma pequena semente, mas que se<br />
torna habitat para os que se achegam.<br />
O reino dos céus é comparado ao fermento<br />
que ensina o alcance do reino<br />
dos céus. As parábolas do tesouro escondido<br />
e da pérola de grande valor<br />
mostram a riqueza incalculável do reino<br />
de Deus. A parábola da rede ensina<br />
a variedade de pessoas que entram<br />
no reino, mas haverá o juízo quando<br />
os anjos separarão os maus dentre os<br />
justos (v. 48-50).<br />
APLICAÇÃO DAS<br />
PARÁBOLAS PARA HOJE<br />
Gostaria de iniciar aqui com a<br />
pergunta dos discípulos: por que lhes<br />
falas por parábolas? A explicação está<br />
no contraste entre os duros de coração,<br />
incrédulos, e os de coração sensível,<br />
crédulos (v. 13-17). Aqui também<br />
destacamos a extrema relevância da<br />
soberania de Deus, dos seus propósitos<br />
em Cristo.
Na parábola do semeador, a semente<br />
do evangelho encontra várias<br />
reações ou os diversos solos. O que<br />
importa é semear com amor, oração e<br />
con ança no Senhor, descansando em<br />
sua delidade. O trabalho de convencimento<br />
no coração do ser humano é<br />
do Espírito Santo.<br />
Na parábola do joio, o agricultor só<br />
verá a diferença entre ele e o trigo quando<br />
zer a colheita. É importante ressaltar<br />
que, na colheita, o joio está com suas<br />
raízes presas na terra (apego às coisas<br />
materiais); ele ca ereto (é arrogante) e<br />
não tem fruto (é estéril). O trigo, por<br />
sua vez, tem suas raízes soltas da terra<br />
(não se apega às coisas materiais); se inclina<br />
(se humilha); e tem seus cachos<br />
cheios de grãos (dá uto). Aqui é a grande<br />
diferença entre os que não são e os<br />
que são do Senhor. Não nos enganemos:<br />
há muito joio por aí.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
Na parábola do grão de mostarda,<br />
podemos aprender a humildade<br />
do reino de Deus. Deus usa as coisas<br />
pequenas para fazê-las grandes. Ele<br />
confunde as coisas grandes por meio<br />
das pequenas. O reino de Deus atrai e<br />
é útil aos que creem.<br />
Na parábola do fermento, aprendemos<br />
a exercer a nossa in uência<br />
onde quer que estejamos permeando<br />
toda a sociedade com o evangelho de<br />
Cristo e in uenciando a sociedade<br />
com o estilo de vida do Mestre.<br />
Nas parábolas do tesouro e da pérola,<br />
aprendemos que precisamos renunciar<br />
às coisas de menor valor pelas<br />
de maior valor. Pagar o preço da renúncia,<br />
da obediência. Paulo considerou<br />
tudo como perda, como sem valor<br />
ou esterco por causa do grande valor<br />
de Cristo, por causa da sublimidade<br />
do seu conhecimento (Fp 3.7-9).<br />
1 <br />
religiosa ou civil. Nós não seguimos uma tradição religiosa, mas Cristo.<br />
2 <br />
<br />
mais importante do que a organização.<br />
3 <br />
<br />
<br />
<br />
Oremos pela conversão genuína das pessoas.<br />
4 <br />
que querem viver piamente Jesus Cristo padecerão perseguições.<br />
2T13 COMPROMISSO 35
EBD 7 19 de maio<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
14.1-12<br />
“Partindo os pães<br />
deu-os aos discípulos”<br />
Terça<br />
Mateus<br />
14.13-21<br />
36 COMPROMISSO2T13<br />
Os sinais da divindade e poder de Jesus<br />
Texto bíblico Texto áureo <br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
14.22-36<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
15.1-10<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
15.11-20<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
15.21-28<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
15.29-39<br />
Este texto é uma narrativa de con- cunhada e amante e a lha desta que<br />
trastes. A tristeza da morte de João era fútil e louca, para matar João Ba-<br />
Batista contrasta com a alegria FALTOU da A tista. EBD A 7<br />
permissão de Deus diante de<br />
multidão ao ter pães e peixes multipli- toda esta articulação maligna tem<br />
cados por Jesus e da mulher cananeia um propósito: ser glori cado na vida<br />
que teve a sua lha curada por Jesus. de João, um homem íntegro, humil-<br />
Jesus revela os sinais da sua dide, coerente e corajoso. As pessoas de<br />
vindade andando sobre o mar e ma- Deus são assim. João Batista denunnifestando<br />
todo propósito do Pai ciou veementemente o pecado do rei.<br />
com a sua consciência de missão. Ele não era um mascote, mas um pro-<br />
Atentemos para o que o Espírito nos feta de Deus. Os que tramaram fu-<br />
ensina pela vida e obra de Jesus Cristilmente a sua morte semearam para<br />
to, nosso Senhor.<br />
receberem o duro juízo de Deus. A<br />
cabeça de João foi cortada e ofereci-<br />
A MORTE DE JOÃO BATISTA da num prato à jovem fútil e insana.<br />
(Mt 14.1-12)<br />
João perdeu a cabeça física, mas não<br />
a sua coerência. Os seus discípulos<br />
Temos aqui uma trama bem ar- vieram certamente com muita tristeticulada<br />
entre Herodes Antipas, o za levar o corpo daquele que era um<br />
tetrarca da Galileia, Herodias, sua exemplo de vida santa.
OS SINAIS DA DIVINDADE DE glori cado. Aprendemos com este<br />
JESUS (Mt 14.13-33; 15.32-39) texto que temos uma responsabilidade<br />
de ajudar os que mais precisam e<br />
Após saber da morte do seu pre- fazê-lo com profundo amor cristão.<br />
cursor, o Senhor Jesus se retira num Não é uma opção, mas uma ordem de<br />
barco para um lugar deserto a m de Jesus dar de comer aos pobres e mais<br />
car a sós com o Pai (v. 13). As multi- carentes.<br />
dões o seguiram por terra. Ao desem- Depois deste milagre, Jesus insistiu<br />
barcar, vendo uma grande multidão, com os discípulos que fossem na fren-<br />
compadeceu-se dela e curou os seus te e subiu ao monte para orar sozinho.<br />
enfermos. Que cena lindíssima! Jesus Na quarta vigília da noite, foi encon-<br />
estava exausto e os discípulos, preotrar-se com os seus discípulos que escupados,<br />
sugere ao Senhor que despetavam no barco açoitado pelas ondas<br />
ça as multidões para que pudessem ir porque o vento era contrário. Jesus es-<br />
às aldeias comprar alguma coisa para tava andando sobre o Mar da Galileia.<br />
comer. A resposta de Jesus foi direta: Ao verem Jesus, os discípulos caram<br />
“Não precisam retirar-se; dai-lhes, aterrados e achavam que era um fan-<br />
vós mesmos, de comer”. A resposta-detasma e, tomados de medo, gritaram.<br />
sa o do Mestre foi tremenda. Os dis- Jesus se identi cou e os acalmou e os<br />
cípulos disseram que só tinham cinco encorajou. Pedro quis fazer um teste<br />
pães e dois peixes. O Senhor FALTOU já sabia A EBD com o 7<br />
Mestre se oferecendo para ir ter<br />
o que ia fazer. Ele sempre sabe. Nós com ele andando sobre o mar. Jesus o<br />
é que não sabemos ou achamos que convida e ele começa a andar sobre as<br />
sabemos por nós mesmos. O Senhor águas na direção do Senhor. Mas, com<br />
usa uma estratégia (v. 18,19). Ele to- a força do vento, Pedro teve medo<br />
mou os cinco e dois peixes e ergueu e, começando a submergir, gritou:<br />
os olhos ao céu e os abençoou. Todos “Salva-me, Senhor!” Jesus o repreen-<br />
comeram e se fartaram. Ainda sobradeu: "Homem de pequena fé, por que<br />
ram 12 cestos de pães. E eram cerca duvidaste?" Pedro não passou no tes-<br />
de cinco mil homens, pois mulheres te. Ele olhou para as circunstâncias e<br />
e crianças não eram contados. Foi um não para Jesus. Somos assim também.<br />
milagre. Jesus pode multiplicar os Precisamos con ar na su ciência de<br />
nossos poucos recursos se tivermos Cristo Jesus. Os discípulos que esta-<br />
fé e trabalharmos diligentemente. O vam no barco zeram uma pro ssão<br />
pouco nas mãos do Mestre pode ser de fé (v. 33). Em Genesaré, muitos<br />
transformado em muito para que se foram curados pelo poder de Jesus (v.<br />
cumpra o seu propósito e o Pai seja 34-36).<br />
2T13 COMPROMISSO 37
CUIDADOS COM O<br />
TRADICIONALISMO<br />
(Mt 15.1-20)<br />
Jesus está em Jerusalém. Nesta cidade<br />
importantíssima para o judaísmo,<br />
alguns fariseus e escribas perguntaram a<br />
Jesus: Por que transgridem os teus discípulos<br />
a tradição dos anciãos? (v. 1). Jesus<br />
responde fazendo uma pergunta muito<br />
pertinente? Por que vocês transgridem<br />
o mandamento de Deus de honrar pai e<br />
mãe por causa da sua tradição? Esta questão<br />
fez lembrar o pensamento do teólogo<br />
luterano Jaroslav Pelikan: “Tradição é a<br />
fé viva daqueles que já morreram. Tradicionalismo<br />
é a fé morta dos que ainda<br />
vivem”. Jesus não rejeita a tradição, mas<br />
o tradicionalismo. Este último era o caso<br />
dos religiosos judeus. Notamos que, nos<br />
versículos 5 e 6, Jesus condena de forma<br />
veemente a desculpa dos religiosos judeus<br />
de se eximirem da responsabilidade<br />
com o pai e a mãe a pretexto de dizerem:<br />
“É oferta ao Senhor aquilo que poderias<br />
aproveitar de mim”. Ele diz claramente:<br />
“Invalidastes a Palavra de Deus, por causa<br />
da vossa tradição”.<br />
Jesus agora toca num ponto essencial<br />
que é a hipocrisia – a incoerência<br />
entre o que está no coração e o que<br />
se fala, se expressa ou se vive (v. 7-9).<br />
Era uma palavra do profeta Isaías no<br />
capítulo 29.13. Deve sempre haver<br />
coerência entre o que cremos e o que<br />
praticamos; entre o que sentimos e<br />
o que vivemos. A boca deve ser sem-<br />
38 COMPROMISSO2T13<br />
pre o resultado do coração. É por ela<br />
que devemos verbalizar quem somos.<br />
Mais adiante, o Senhor Jesus começa<br />
a tratar de outro assunto que é a contaminação<br />
do homem. Não é o que<br />
entra que contamina o homem, mas o<br />
que sai da sua boca (v. 11). Jesus trata<br />
a questão essencial: a espiritualidade e<br />
a ética. As pessoas realmente espirituais,<br />
que possuem uma espiritualidade<br />
bíblica, vivem a ética bíblica. Não são<br />
compartimentos estanques ou separados.<br />
Jesus esclarece de forma magistral<br />
nos versículos 19 e 20 toda a gênese do<br />
comportamento humano. Enquanto<br />
os religiosos judeus – os tradicionalistas<br />
– estavam preocupados com a<br />
aparência e com a prática do lavar as<br />
mãos (sabemos que isto é necessário<br />
por causa da saúde, mas não de ne a<br />
espiritualidade e a ética de ninguém),<br />
Jesus coloca a relevância do interior,<br />
do coração, que de ne o caráter do ser<br />
humano. Enquanto a religião como<br />
sistema focaliza o exterior e a aparência,<br />
o evangelho, por sua vez, enfatiza<br />
o interior. Por trás de toda ação existe<br />
a motivação. Há coerência no evangelho.<br />
Há coerência no cristão genuíno,<br />
nascido de novo.<br />
O APARENTE POUCO CASO<br />
COM A MULHER CANANEIA<br />
(Mt 15.21-28)<br />
Esta mulher é um exemplo de fé<br />
genuína. Ela tinha uma lha horrivel-
mente endemoninhada. Imaginemos<br />
o sofrimento desta mãe (v. 22). Ele clama<br />
a Jesus e o chama de Filho de Davi.<br />
Pede compaixão. Além de Jesus não<br />
respondê-la, os discípulos sugerem que<br />
ela seja mandada embora. Jesus compartilha<br />
no versículo 24 a prioridade da<br />
sua missão. A mulher insistiu (v. 25).<br />
Jesus, no versículo 26, fala, mais uma<br />
vez, da prioridade de se pregar a Israel,<br />
mas a mulher pede as migalhas, as sobras<br />
do pão dos israelitas. Esta foi uma<br />
palavra de fé, de con ança no Messias<br />
(v. 27). Jesus reconhece a fé daquela<br />
mulher por sua sinceridade e perseverança.<br />
Jesus curou a lha da mulher cananeia<br />
(v. 28). Podemos aprender com<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
esta mulher a fé, a perseverança, a sinceridade<br />
e a humildade. Jesus quer ver<br />
estas qualidades em nós.<br />
O Senhor cura coxos e cegos (v.<br />
31). Posteriormente, ele multiplica<br />
os pães e peixes pela segunda vez (v.<br />
32-39). Aquela multidão estava três<br />
dias com Jesus e sem comer direito.<br />
Aqui, são sete pães e alguns peixinhos<br />
(v. 34). Jesus deu graças e os partiu.<br />
Todos foram alimentados. Sobraram<br />
sete cestos. Foram quatro mil homens,<br />
sem contar mulheres e crianças. O<br />
nosso Deus, em Cristo Jesus, é o Deus<br />
da ampla su ciência. Nada falta àqueles<br />
que o amam e o temem de todo o<br />
coração, com todas as suas forças.<br />
1 <br />
morte de João, o Mestre se retirou para um lugar deserto. É muito difícil perder<br />
<br />
gados.<br />
2 <br />
<br />
espiritual com os famintos.<br />
3 <br />
<br />
nismo autêntico está focado no coração, nas suas intenções e na totalidade da<br />
<br />
nossa vida.<br />
4 <br />
<br />
2T13 COMPROMISSO 39
EBD 8 26 de maio<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
16.1-4<br />
“Tu és o Cristo,<br />
o Filho do Deus vivo”<br />
Terça<br />
Mateus<br />
16.5-12<br />
40 COMPROMISSO2T13<br />
O prenúncio do m<br />
Texto bíblicoTexto áureo<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
16.13-23<br />
Este texto revela duas coisas muito<br />
importantes: a divindade de Jesus e o<br />
compromisso do seu discípulo. Jesus<br />
enfrenta os fariseus e saduceus; ouve a<br />
con ssão de Pedro, prediz a sua morte<br />
e ressurreição por duas vezes.<br />
Na sua divindade, Jesus experimenta<br />
a trans guração, a metamorfose<br />
com os seus discípulos mais chegados<br />
– Pedro, Tiago e João – bem como o<br />
testemunho da lei e dos profetas com<br />
a presença de Moisés e Elias. A lei e os<br />
profetas testi cam da pessoa e obra de<br />
Jesus. Temos muitas lições praticas de<br />
valor permanente para aprendermos<br />
neste texto inspirado.<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
16.24-28<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
17.1-13<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
17.14-23<br />
RAZÕES PARA UM<br />
MILAGRE (Mt 16.1-4)<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
17.24-27<br />
Esse encontro com Jesus, empreendido<br />
pelos religiosos fariseus e saduceus,<br />
faz lembrar que existem três tipos de<br />
pessoas no mundo: As que vivem pelo<br />
sentimento, representadas pelos judeus<br />
(eles pedem sinal); as que vivem pelo<br />
pensamento representadas pelos gregos<br />
(eles buscam sabedoria) e as que vivem<br />
pela fé representadas por aqueles que<br />
creem na su ciência da obra de Cristo. A<br />
base bíblica está em 1Coríntios 1.22-24.<br />
Os religiosos judeus tentaram fazer<br />
uma “pegadinha” com Jesus (v. 1). Jesus
usou a meteorologia para levá-los à re-<br />
exão (v. 2,3). Jesus os alertou acerca<br />
do sinal de Jonas (v. 4), e os incluiu na<br />
geração má e adúltera.<br />
O “FERMENTO DOS FARISEUS”<br />
ESTÁ PRESENTE HOJE?<br />
(Mt 16.5-12)<br />
Há uma di culdade por parte dos<br />
discípulos de compreenderem o ensino<br />
do Mestre. Ele os alerta para o perigo do<br />
fermento dos fariseus e dos saduceus (v.<br />
12). Enquanto eles estavam preocupados<br />
com o pão para se alimentar, Jesus<br />
os adverte sobre a pequenez do foco<br />
deles: o pão material (v. 8). Jesus lhes<br />
recorda de dois milagres dos pães para<br />
uma multidão de cinco mil homens,<br />
fora mulheres e crianças que não eram<br />
contados e outra de quatro mil (v. 9).<br />
O evangelho de Cristo não precisa<br />
de aditivos. Notamos em nossos dias o<br />
evangelho sendo "turbinado" ou ‘"ditivado"<br />
de estranhíssimas doutrinas e<br />
ensinos perniciosos. Vivemos uma verdadeira<br />
histeria judaica com objetos da<br />
religião como arca, dias santos e outros<br />
rituais. É como colocar o vinho novo<br />
em odres velhos. O evangelho dentro<br />
do sistema religioso judaico, centrado<br />
no tradicionalismo e legalismo.<br />
A LEI DA CRUZ E VOCÊ<br />
(Mt 16.13-28)<br />
Na contramão das intenções judaicas,<br />
do mero tradicionalismo religio-<br />
so, Jesus pergunta a seus discípulos o<br />
que o povo da Palestina diz quem ele<br />
é (v. 13). As respostas do povo são:<br />
Elias, João Batista, Jeremias ou algum<br />
dos profetas (v. 14). Agora, o Senhor<br />
pergunta aos discípulos (v. 15). Pedro,<br />
proativo, responde categoricamente:<br />
“Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”.<br />
No versículo 17, Jesus chama Pedro<br />
de bem-aventurado ou feliz porque<br />
não foi ele, mas o Pai quem revelou<br />
a resposta. Jesus Cristo é a base, o<br />
fundamento da igreja e as portas do<br />
inferno não prevalecerão contra ela (v.<br />
18). Ele promete a Pedro dar as chaves<br />
do reino dos céus para exercer uma<br />
função disciplinadora (v. 19).<br />
Jesus os advertiu que não dissessem<br />
que ele era o Cristo (v. 20). Em<br />
seguida, o Senhor começa a discorrer<br />
acerca do seu sofrimento, do cumprimento<br />
da missão que lhe foi dada pelo<br />
Pai (v. 21). Pedro o chama à parte e<br />
começa a reprová-lo pela exposição<br />
do Senhor ao sofrimento e tenta dissuadi-lo<br />
do caminho da cruz (v. 22).<br />
No parágrafo anterior, o Senhor revela<br />
a Pedro quem é, mas agora é Satanás<br />
quem fala por Pedro e o Mestre, como<br />
lhe é peculiar, discerne e repreende o<br />
inimigo que fala pelo apóstolo (v. 23).<br />
O nosso grande perigo é cogitarmos<br />
das coisas dos homens em detrimento<br />
das coisas de Deus (v. 23).<br />
Jesus magistralmente ensina que o<br />
seu discípulo deve negar-se a si mesmo,<br />
tomar a sua cruz e segui-lo (v.<br />
24). Enfatiza que quem quiser salvar<br />
2T13 COMPROMISSO 41
a sua vida e preservar-se, vai perdê-la,<br />
mas quem perder a sua vida por amor<br />
a ele há de achá-la ou preservá-la para<br />
a vida eterna (v. 25). Jesus ensina sabiamente<br />
que a vida é muito mais<br />
importante do que as riquezas deste<br />
mundo (v. 26) e que retribuirá a cada<br />
um segundo as suas obras (v. 27). No<br />
versículo 28, Jesus deixa claro que alguns<br />
dos seus não morreriam antes de<br />
vê-lo ressurreto.<br />
O MELHOR ENTENDIMENTO<br />
DA TRANSFIGURAÇÃO<br />
(Mt 17.1-13)<br />
Antes de comentarmos a trans -<br />
guração de Jesus, precisamos destacar<br />
a expressão “seis dias depois”, que se refere<br />
ao intervalo entre a con ssão de<br />
Pedro em Cesareia de Filipe e a trans-<br />
guração de Jesus. Esta referência tão<br />
exata de tempo é rara nos Evangelhos.<br />
Sabemos que a con ssão de Pedro<br />
(Mt 16.16) tem tudo a ver com a revelação<br />
da divindade de Jesus no Monte<br />
da Trans guração. O alto monte<br />
é identi cado por tradição posterior<br />
como sendo o monte Tabor, mas o<br />
Hermom é o mais provável, pois ca<br />
mais perto de Cesareia de Filipe, cerca<br />
de 22km, e se levanta a uma altura de<br />
3.000 metros.<br />
Diz o texto que ele foi trans gurado<br />
(v. 2). Segundo os estudiosos<br />
da língua grega, a palavra para trans-<br />
gurado é metamorfose, que signi ca<br />
transformar, alterar-se, mudar de uma<br />
42 COMPROMISSO2T13<br />
gura terrestre para uma sobrenatural’.<br />
Segundo Ryrie, "a trans guração ofereceu<br />
aos discípulos uma antevisão da<br />
exaltação futura de Jesus e da vinda do<br />
reino" (Ryrie, p. 1.209).<br />
Jesus estava acompanhado de<br />
Pedro, Tiago e João como quando<br />
Moisés subiu ao monte santo levando<br />
consigo Arão, Nadabe e Abiú<br />
(Ex 24.1). Moisés viu a glória do Senhor<br />
e a "pele do seu rosto brilhava<br />
por ter falado com ele" (Ex 34.29).<br />
Na transfiguração, o rosto daquele<br />
que é maior do que Moisés brilhou,<br />
não com glória refletida, mas com<br />
a glória semelhante aos raios do<br />
sol. Somente Mateus registra que o<br />
rosto de Jesus resplandecia como o<br />
sol, que as suas vestes se tornaram<br />
brancas como a luz, e que uma nuvem<br />
luminosa (literalmente "uma<br />
nuvem de luz") os envolveu. Mas,<br />
como no Sinai, é a voz divina falando<br />
desde a nuvem, em si mesma um<br />
sinal da presença divina, que desperta<br />
o temor no coração dos apóstolos.<br />
"Ouvindo-a os discípulos, caíram<br />
de bruços, tomados de grande medo"<br />
(Tasker, p. 130,131).<br />
Moisés e Elias representam o testemunho<br />
da Lei e dos Profetas acerca<br />
da glória de Cristo, da sua divindade.<br />
O próprio Senhor disse em Lucas<br />
16.16: “A lei e os profetas vigoraram<br />
até João; desde esse tempo vem sendo<br />
anunciado o evangelho do reino de<br />
Deus, e todo homem se esforça por<br />
entrar nele”.
ENSINOS DA CONFISSÃO DE<br />
UM HOMEM DE POUCA FÉ<br />
(Mt 17.14-21)<br />
Depois da experiência no monte<br />
– uma experiência de contemplação<br />
da glória de Cristo, da sua divindade<br />
cuja tendência era de acomodação<br />
tipificada pelas três tendas sugeridas<br />
por Pedro – eles descem e encontram<br />
a multidão. Enquanto eles tiveram<br />
uma fé fortalecida no Monte<br />
da Transfiguração, embaixo, na planície,<br />
os outros nove discípulos são<br />
totalmente incapazes de curar um<br />
rapaz epiléptico. Tasker diz que "no<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
relato de Mateus, o pai do menino<br />
vem diretamente a Jesus, ajoelha-se<br />
diante dele e lhe pede que tenha piedade<br />
do seu filho sofredor, um lunático<br />
com tendências suicidas, que os<br />
discípulos de Jesus, o pai assinala,<br />
não conseguiram curar".<br />
A experiência com o Senhor Jesus<br />
na sua glória revelada nas Escrituras<br />
deve necessariamente nos conduzir<br />
àqueles que Jesus ama e nos ordena a<br />
levar-lhes o seu evangelho. A glória de<br />
Cristo e o sofrimento do ser humano<br />
não são excludentes, mas convergentes.<br />
O menino foi liberto para a glória<br />
do Messias.<br />
1 <br />
<br />
2 Muitas vezes, como os discípulos, não compreendemos o ensino de Jesus. Ele<br />
nos alerta para o perigo das doutrinas legalistas e judaizantes que estão por aí, que<br />
dão ênfase a sinais, aos sentimentos.<br />
3 <br />
compromisso com Cristo vivendo e ensinando a sua doutrina. Cada um de nós deve<br />
<br />
<br />
4 <br />
ensinam que devemos ter equilíbrio entre a nossa devoção, nossa contemplação da<br />
grandeza, divindade de Jesus e o nosso serviço a ele, servindo às pessoas, tendo<br />
compaixão dos que sofrem.<br />
2T13 COMPROMISSO 43
EBD 9<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
18.1-6<br />
Terça<br />
Mateus<br />
18.7-14<br />
44 COMPROMISSO2T13<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta Quinta Sexta<br />
Mateus<br />
18.15-27<br />
Mateus<br />
18.28-35<br />
Mateus<br />
19.1-12<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
19.13-22<br />
2 de junho<br />
Perdoar setenta vezes sete<br />
Ensinos fundamentais para os discípulos<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
Nestes dois capítulos veremos a diversidade<br />
dos ensinos de Jesus. Trataremos<br />
de humildade, do cuidado com<br />
o uso dos membros do nosso corpo<br />
para que não sirvam ao pecado e escandalizem,<br />
e buscarmos aqueles que<br />
estão perdidos.<br />
Consideraremos a importância de<br />
perdoar aqueles que erram contra nós,<br />
valorizar o casamento como instituição<br />
criada por Deus, abençoar as crianças<br />
à semelhança de Jesus, e considerar<br />
o Senhor muito mais importante do<br />
que as riquezas.<br />
HUMILDADE, TROPEÇOS E<br />
OVELHA PERDIDA<br />
(Mt 18.1-14)<br />
A primeira coisa que nos é ensinada<br />
neste texto bíblico é a necessidade<br />
de conversão, e esta manifestada sob a<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
19.23-30<br />
forma de uma humildade como a de<br />
uma criança. Os discípulos de Jesus se<br />
aproximam e lhe fazem uma pergunta<br />
muito interessante: Quem é, porventura,<br />
o maior no reino dos céus? (v.<br />
1). O Mestre chama uma criança e a<br />
coloca no meio deles (v. 2,3). Jesus usa<br />
o verbo converter e o liga com as atitudes<br />
de uma criança. Então, o salvo pela<br />
graça tem as mesmas características de<br />
uma criança: simplicidade ou humildade,<br />
pureza, sinceridade, agilidade e<br />
con ança. Em seguida, o Senhor Jesus<br />
fala de tropeços ou escândalos usando<br />
mais uma vez as crianças como alguém<br />
muito frágil, dependente (v. 6).<br />
Observemos que nos versículos<br />
7-9, Jesus trata do perigo e prejuízo dos<br />
escândalos ou tropeços, bem como a<br />
necessidade de darmos bom testemunho<br />
com o nosso corpo. Os membros<br />
do nosso corpo devem ser totalmente
enfraquecidos e submissos ao nosso espírito<br />
dominado pelo Espírito Santo.<br />
Isto signi ca dizer que os membros do<br />
nosso corpo não devem ser usados para<br />
envergonhar o evangelho, mas para o<br />
seu testemunho poderoso e e caz no<br />
mundo. Entraremos no céu por causa<br />
do que Cristo fez por nós na cruz e na<br />
ressurreição. O mérito é todo dele.<br />
A referência aos anjos no versículo<br />
10 quer dizer que os anjos têm<br />
um ministério, entre outros, especial<br />
de cuidar dos que herdam a salvação<br />
(Hb 1.14). Mas a sua principal atividade<br />
é adorar ao Senhor, conforme<br />
Isaías 6.3.<br />
Jesus faz uma a rmação muito<br />
preciosa no versículo 11 e a ilustra nos<br />
versículos 12 a 14. Compare com 1Timóteo<br />
2.1-4.<br />
PACIÊNCIA E COMPREENSÃO<br />
(Mt 18.15-27)<br />
O Mestre trata magistralmente<br />
uma questão fundamental seja na vida<br />
pessoal, seja na coletiva, que é a necessidade<br />
de disciplina. A sua fundamentação<br />
está no seu caráter. A disciplina<br />
pressupõe con ontação, testemunho e<br />
desligamento (v. 15-17). Os publicanos<br />
e pecadores não eram aceitos na<br />
comunidade da época. Nos versículos<br />
18-20, temos o poder da disciplina cirúrgica,<br />
isto é, desligar aquele que não<br />
compartilha do consenso cristão do<br />
rol de membros da igreja.<br />
Jesus garante a sua presença no<br />
meio daqueles que estão reunidos em<br />
seu nome. Onde há coerência entre o<br />
crer nele, o viver sob ele e para ele, aí<br />
a sua presença está garantida (v. 20).<br />
Pedro, ao ouvir o ensino do Senhor,<br />
faz uma pergunta pertinente usando o<br />
que ele havia aprendido no judaísmo<br />
(v. 21). Jesus responde estabelecendo<br />
o seu principio (v. 22). Não há limite<br />
para o perdão porque é a graça de Deus<br />
que opera em nós. É neste contexto<br />
que Jesus conta uma parábola chamada<br />
“O credor incompassivo” (v. 23-35).<br />
“Somente podemos receber o perdão libertador<br />
se o passamos adiante de imediato.<br />
Estes dois pontos: "Perdoa-nos as<br />
nossas dívidas", e "assim como nós também<br />
perdoamos aos nossos devedores"<br />
são inseparáveis. O perdão é comparável<br />
ao bastão levado pelos desportistas<br />
numa corrida de estafeta. É preciso<br />
passá-lo à mão do outro; se continuarmos<br />
correndo sozinhos, segurando-o<br />
desesperadamente com certeza seremos<br />
derrotados. Este bastão existe para<br />
ser passado adiante. O credor incompassivo<br />
comete o erro de ignorar esta<br />
regra elementar, provocando assim a<br />
sua própria ruína” ( ielicke, p. 208).<br />
O QUE JESUS ENSINA SOBRE<br />
O DIVÓRCO (Mt 19.1-12)<br />
A partir de uma pergunta dos fariseus<br />
(v. 2), o Senhor Jesus ensina o<br />
princípio do casamento no reino de<br />
2T13 COMPROMISSO 45
Deus. Se por qualquer motivo o homem<br />
judeu podia dar carta de divórcio<br />
para sua mulher, Jesus ensina que<br />
não é assim no reino. Ele ensina que o<br />
casamento é um projeto de Deus, sendo<br />
uma união física, emocional, ética<br />
e espiritual entre um homem e uma<br />
mulher, macho e fêmea, para viverem<br />
até que a morte os separe (v. 6). Neste<br />
assunto, temos muitas di culdades<br />
nas igrejas, mas precisamos ser rmes<br />
a partir do ensino da Palavra de Deus.<br />
“A questão do divórcio, além do seu<br />
valor intrínseco, revestia-se de especial<br />
importância para os fariseus que<br />
vieram provar a Jesus que o assunto os<br />
dividia. O seguidores de Hillel (líder<br />
de uma escola de interpretação judaica)<br />
permitiam ao homem servir-se de<br />
qualquer pretexto para o divórcio, e os<br />
de Shammai (líder de uma outra escola)<br />
a rmavam que só se podia admitir<br />
o divórcio em caso de adultério. Jesus,<br />
ao responder, superou a expectativa<br />
dos rabinos assim como a das regras<br />
civis, pelas quais Moisés permitiu divórcio<br />
legalizado à pessoa que, moral<br />
e religiosamente, já estivesse separada<br />
do cônjuge. Ele raciocinou pelos princípios<br />
morais que Deus dotara o mundo<br />
ao criar o ser humano. A intenção<br />
de Deus não era só que as pessoas<br />
casadas cassem juntas, mas também<br />
que houvesse plena união do corpo e<br />
espírito em amor. Jesus não proibiu o<br />
segundo casamento da parte inocente,<br />
no caso de adultério (v. 9). O projeto<br />
46 COMPROMISSO2T13<br />
original de Deus é que o casamento<br />
dure até que a morte separe os cônjuges.<br />
Nos versículos 11 e 12, o Senhor<br />
reconheceu o valor do celibato quando<br />
assumido para melhor servir a<br />
Deus. Tinha, entretanto, que ser voluntário.<br />
É o Senhor que capacita a<br />
pessoa para esta vocação (1Co 7.7).<br />
O celibato imposto por decreto não é<br />
apoiado pela Palavra de Deus.<br />
JESUS ABENÇOA AS<br />
CRIANÇAS (Mt 19.13-15)<br />
Este texto está nos Evangelhos de<br />
Marcos e Lucas. Jesus tinha especial<br />
atenção para com as crianças. Os pais<br />
trouxeram os seus lhos para serem<br />
abençoados por Jesus. Nós devemos<br />
fazer o mesmo. Orar por eles em<br />
todo o tempo. Como os discípulos,<br />
há muitos hoje que não têm paciência<br />
com as crianças e as repelem (v.<br />
13b). Jesus ordenou que eles deixassem<br />
as crianças chegarem até ele (v.<br />
14). Precisamos trazer as crianças<br />
a Cristo Jesus para o receberem no<br />
coração. Ele declarou que as crianças<br />
pertencem ao reino dos céus. Antes,<br />
o Senhor já havia falado sobre isso<br />
ensinando aos discípulos que deviam<br />
ter as atitudes delas. Há uma identi -<br />
cação das qualidades da criança com<br />
as qualidades exigidas do cidadão do<br />
reino de Deus.
OS ENSINOS SOBRE A<br />
RIQUEZA (Mt 19.16-30)<br />
O jovem rico procura Jesus com<br />
uma pergunta na mente, chamando-o<br />
de Mestre (v. 16). Jesus responde com<br />
uma outra pergunta do coração (v. 17).<br />
O Senhor, sabendo das suas intenções,<br />
lembra-o de alguns mandamentos (v.<br />
18,19). No versículo 20, ele responde<br />
positivamente e faz uma indagação. O<br />
Mestre mostra a insu ciência da lei para<br />
resolver o seu problema que era muito<br />
sério. A lei aponta para Cristo, mas não<br />
salva. Aquele jovem vivia a religião, mas<br />
não o evangelho. O seu coração estava<br />
nas riquezas e não no Senhor. A sua<br />
pergunta foi a partir de sua curiosidade.<br />
Ele achava que praticando a religião e<br />
vivendo a sua vida centrada na riqueza<br />
lhe bastavam. Estava mais preocupado<br />
com a sua aparência do que com o<br />
seu coração. Voltando ao versículo 20,<br />
concluímos que o essencial para ele era<br />
a centralidade de Cristo (era o que lhe<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
faltava) em sua vida e não as riquezas. A<br />
indicação de Jesus para ele no versículo<br />
21 revela o coração do evangelho – o homem<br />
é muito mais importante do que<br />
bens. A resposta dele foi se retirar triste<br />
porque era dono de muitas propriedades<br />
(v. 22). Não é possível servir a Deus<br />
e às riquezas (Mt 6.24). O Senhor deve<br />
ser sempre a PRIORIDADE.<br />
Interpretando a experiência do jovem<br />
rico para os seus discípulos, o Senhor Jesus<br />
alerta sobre o perigo das riquezas (v.<br />
23-30). Declara que há muita di culdade<br />
e uma quase impossibilidade de um<br />
rico entrar no reino dos céus (v. 23,24).<br />
Jesus usou uma hipérbole deliberada. A<br />
intenção era representar a salvação de um<br />
homem rico como nada menos do que<br />
um milagre, possível apenas para Deus.<br />
Há um diálogo entre Jesus e os<br />
discípulos sobre salvação, renúncia<br />
e recompensa. Jesus ensina que nada<br />
é impossível para Deus e que os obedientes<br />
receberão a sua recompensa<br />
(v. 27-30).<br />
1 <br />
2 <br />
<br />
o perdão de Deus em Cristo.<br />
3 <br />
<br />
4 <br />
dos os dias.<br />
5 <br />
nossa verdadeira riqueza e nossa primazia.<br />
2T13 COMPROMISSO 47
EBD 10<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
20.1-19<br />
"O Filho do homem veio<br />
para dar a sua vida"<br />
Terça<br />
Mateus<br />
20.20-34<br />
Veremos nestes dois capítulos que a<br />
salvação não é merecimento humano,<br />
mas graça de Deus; que estar à sua direita<br />
ou à sua esquerda de Jesus é atribuição<br />
do Pai; Jesus curou dois cegos em Jericó;<br />
entrou triunfalmente em Jerusalém; puri<br />
cou o templo; amaldiçoou a gueira<br />
infrutífera e enfatizou a sua morte na<br />
cruz pelo homem perdido.<br />
SALVAÇÃO NÃO É MÉRITO<br />
HUMANO, MAS GRAÇA<br />
SOBERANA DE DEUS<br />
(Mt 20.1-16)<br />
Este texto é impressionante, pois expõe<br />
de maneira precisa a graça soberana de<br />
Deus versus o mérito do homem. O reino<br />
de Deus é um reino de fé e não da supremacia<br />
da razão; de iniciativa de Deus e não<br />
do ser humano (2Co 5.15-20).<br />
48 COMPROMISSO2T13<br />
Chegada de Jesus a Jerusalém<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
21.1-11<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
21.12-22<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
21.23-27<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
21.28-32<br />
9 de junho<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
21.33-46<br />
O reino do céu é semelhante a um<br />
dono de casa que saiu de madrugada<br />
para contratar trabalhadores para a<br />
sua vinha. Ele ajustou o salário dos<br />
primeiros trabalhadores em um denário<br />
por dia e mandou-os para a<br />
plantação (v. 1,2). Esse valor era o salário<br />
mínimo diário dos soldados do<br />
império romano. Saindo pela terceira<br />
hora, isto é, às 9 horas da manhã, viu<br />
na praça outros que estavam desocupados.<br />
“A praça pública era ponto de<br />
reunião para os que não tinham serviço,<br />
bem como operários avulsos”<br />
(v. 3). O proprietário saiu também<br />
perto da hora sexta (ao meio- dia) e<br />
da hora nona (15 horas); e ao “pôr-<br />
-do-sol”, às 18 horas. A expressão<br />
undécima hora (v. 9) que, atualmente,<br />
num mundo de precisão mecâni-
ca, equivaleria a “cinco para as seis”.<br />
Foi nesse horário que ele encontrou<br />
outros desocupados. Todos receberam<br />
o mesmo salário, conforme o<br />
combinado.<br />
É interessante notar que no acerto<br />
do salário no nal do expediente os últimos<br />
foram os primeiros a receber. Então,<br />
o fato de os últimos auferirem em<br />
primeiro lugar mostra que os judeus, os<br />
primeiros recebedores da chamada divina,<br />
não seriam os primeiros a receptar<br />
o galardão nal, pois a salvação não<br />
vem pela herança racial, nem humana,<br />
mas da generosidade e graça divinas (v.<br />
15). Do mesmo modo, a salvação, em<br />
si, é algo tão precioso, que não existe<br />
salvação de primeira classe, distinta de<br />
alguma outra classe inferior de salvação.<br />
Deus é soberano em todas as suas<br />
decisões (v. 16).<br />
JESUS PREDIZ<br />
A SUA MORTE<br />
E RESSURREIÇÃO<br />
(Mt 20.17-19)<br />
Causa-me devoção toda a vez<br />
que leio acerca da maneira consciente<br />
com que Jesus falava da sua morte<br />
e da sua ressurreição. Ele destaca<br />
três atos da sua paixão: zombaria<br />
por parte dos romanos; sofrimento<br />
(açoites) e a morte por crucificação (v.<br />
19). No final, ele revela a sua vitória<br />
sobre a morte, ressuscitando ao terceiro<br />
dia.<br />
ENTENDENDO O PEDIDO<br />
DA MÃE DE TIAGO E JOÃO<br />
(Mt 20.20-28)<br />
À luz do texto anterior, este pedido<br />
revela a falta de compreensão do que seja<br />
a vida cristã. As pessoas têm uma visão<br />
muito pequena do que seja o reino de<br />
Deus, pois buscam vantagens pessoais. A<br />
Teologia da Prosperidade tem o seu fundamento<br />
no egocentrismo, na natureza de<br />
Adão. Ser cristão não é buscar o pódio,<br />
mas viver intensamente a simplicidade de<br />
Cristo neste mundo. A resposta de Jesus<br />
ao pedido da mãe de Tiago e João é sábia<br />
e inteligente (v. 23, 26-28). “O grego<br />
lutron signi ca preço de libertação – o dinheiro<br />
pago em favor de um escravo para<br />
que este possa sair livre. Cristo se deu por<br />
nós (Is 53.6; 2Co 5.21). É o sacrifício de<br />
Cristo que nos salva e não o martírio dos<br />
homens, muito embora, como Tiago,<br />
morram em prol do evangelho”. O reino<br />
de Deus não é um reino de senhores, mas<br />
de servos. Só há um Senhor. Alguém disse<br />
que o grande homem no mundo é servido<br />
por muitos, mas o grande homem no<br />
reino serve a muitos.<br />
ATENÇÃO DE JESUS AOS<br />
CEGOS (Mt 20.29-34)<br />
“Somente Mateus nos informa que<br />
Jesus curou dois cegos, curando, talvez,<br />
um deles quando saía da velha Jericó e<br />
o outro quando entrava na nova Jericó<br />
(Mc 10.46; Lc 18.35)”. Os dois cegos<br />
de Jericó nos ensinam lições muito<br />
2T13 COMPROMISSO 49
elevantes. Como de cientes visuais,<br />
alijados pela sociedade, eles clamam a<br />
Jesus con ando no seu amor e na sua<br />
compaixão. A palavra que me encanta<br />
neste texto é “comovido” (v. 34). O<br />
que sensibiliza Jesus deve nos comover.<br />
AS LIÇÕES DA ENTRADA<br />
TRIUNFAL DE JESUS EM<br />
JERUSALÉM (Mt 21.1-11)<br />
Jesus chega a Betfagé (casa do go,<br />
Lc 19.29), ao Monte das Oliveiras, planeja<br />
a sua entrada em Jerusalém (v. 1-3)<br />
e a profecia se cumpre na sua vida (v.<br />
4,5; Zc 9.9). Começa aqui o relatório da<br />
última semana da vida humana de Jesus<br />
que, sendo Rei, montou num jumentinho<br />
que ainda não tinha sido usado e<br />
entrou na cidade de Jerusalém a caminho<br />
da cruz.<br />
A multidão o aclamava colocando<br />
as suas vestes e os ramos de árvores<br />
no seu caminho, dizendo: "Hosana ao<br />
Filho de Davi! Bendito o que vem em<br />
nome do Senhor! Hosana nas maiores<br />
alturas" (v. 9). Esta expressão hosana<br />
signi ca salva, por favor que, por m,<br />
veio a ser uma simples expressão do júbilo<br />
religioso.<br />
A PURIFICAÇÃO DO TEMPLO<br />
E O ENSINO DA FIGUEIRA<br />
INFRUTÍFERA (Mt 21.12-22)<br />
Ao entrar no templo, o Senhor Jesus<br />
depara com os cambistas que utili-<br />
50 COMPROMISSO2T13<br />
zavam o santuário de maneira profana.<br />
Não tinham percepção da grandeza<br />
do Senhor e da sua casa, da sua glória.<br />
Podemos perceber hoje que em muitas<br />
igrejas se faz do santuário um lugar<br />
de vantagens pessoais, de arrecadação<br />
de somas vultosas de dinheiro a partir<br />
da teologia de mercado. Estive numa<br />
igreja destas, onde o pastor tirou dinheiro<br />
do povo seis vezes durante um<br />
encontro de uma hora e meia.<br />
A intervenção de Jesus é malcompreendida<br />
por muitos hoje, inclusive<br />
por muitos membros de igreja. O Mestre,<br />
usando o seu poder e autoridade,<br />
agiu com rmeza e determinação em<br />
toda a vontade do Pai. De niu o valor<br />
do santuário, o seu uso correto e o chamou<br />
de “casa de oração”. Isto contrasta<br />
com o covil de salteadores. O templo<br />
como casa de oração honra ao Senhor<br />
e serve às pessoas. Como covil de salteadores,<br />
o envergonha e se serve das<br />
pessoas. O coração dos cambistas, dos<br />
comerciantes inescrupulosos, não estava<br />
no Senhor, mas no lucro. Mas Jesus utiliza<br />
adequadamente o templo para curar<br />
cegos e coxos que vinham a ele (v. 14). O<br />
Senhor usa o átrio externo do santuário<br />
– onde era permitido os cegos e os coxos<br />
carem – como um hospital para curar<br />
feridos físicos e emocionais, mortos em<br />
seus delitos e pecados.<br />
Neste texto (v. 15-17), encontramos<br />
o louvor dos meninos na contramão dos<br />
cambistas e religiosos. Jesus está aparentemente<br />
citando o Salmo 8.2.
A experiência com a figueira<br />
ilustra muito bem a situação espiritual<br />
do povo de Israel – uma nação<br />
infrutífera apesar de todas as vantagens<br />
de que dispunha. Como igreja<br />
hoje não podemos ser omissos mas<br />
dar frutos sempre. Em qualquer estação<br />
(v. 20-22).<br />
A AUTORIDADE DO REI<br />
(Mt 21.23-27)<br />
Voltando ao templo, o Senhor<br />
Jesus é questionado pelos principais<br />
sacerdotes e anciãos do povo quanto<br />
à sua autoridade. Ele os responde utilizando<br />
a autoridade do batismo de<br />
João. “Na verdade, Jesus se recusa a<br />
aceitar o direito alegado pelos líderes<br />
de examiná-lo”.<br />
“Cristo coloca a liderança da nação<br />
num dilema, perguntando-lhes<br />
que teste aplicariam no caso de<br />
João” (v. 25). O Senhor Jesus não<br />
estava interessado em defender a sua<br />
autoridade. Tudo o que ele possuía,<br />
e ele mesmo dizia, era recebido do<br />
seu Pai.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
A PARÁBOLA DOS<br />
LAVRADORES MAUS<br />
(Mt 21.28-46)<br />
Iniciamos com uma pequena parábola<br />
contada por Jesus (v. 28-32),<br />
quando um homem que tinha dois<br />
lhos mandou-os trabalhar na vinha.<br />
O primeiro disse que iria, mas não<br />
foi. O segundo, disse que não iria,<br />
mas, arrependido, foi. O Senhor pergunta<br />
qual dos dois fez a vontade do<br />
Pai. A resposta foi: o segundo. Podemos<br />
dizer que o primeiro representa<br />
Israel e o segundo, os gentios (v. 32).<br />
A parábola dos lavradores maus trata<br />
da in delidade de Israel ao maltratar<br />
e matar os profetas, quando estes lhes<br />
foram enviados (v. 33-46). Por m, o<br />
Messias foi mandado e eles o mataram. A<br />
interpretação de Jesus é precisa (v. 42,45).<br />
No versículo 44, o Senhor estabelece<br />
o juízo de Deus sobre os que rejeitaram<br />
e mataram o seu Filho. Há uma conexão<br />
entre as parábolas (v. 31,32,43)<br />
para mostrar a grande oportunidade<br />
que Deus deu a Israel e ele desperdiçou<br />
por causa da sua in delidade.<br />
1 <br />
graça de Deus por meio de Cristo.<br />
2 <br />
<br />
3 <br />
ra espiritual pelo seu poder. Ele tem toda a autoridade em todo lugar.<br />
4 <br />
<br />
na sua incredulidade.<br />
2T13 COMPROMISSO 51
EBD 11 16 de junho<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
22.1-14<br />
“Ele não é Deus de mortos<br />
e sim de vivos”<br />
O sermão profético de denúncia e crítica aos líderes religiosos<br />
Texto bíblico Texto áureo <br />
Terça<br />
Mateus<br />
22.15-33<br />
Neste texto bíblico vamos abordar<br />
os preciosos ensinos de Jesus sobre<br />
o convite para as bodas ou festas; a<br />
pegadinha que os religiosos tentam<br />
fazer com Jesus sobre o imposto ser<br />
pago a César, ao império romano; a<br />
condenação imposta por Jesus àqueles<br />
que utilizam a revelação de Deus para<br />
condenar implacavelmente as pessoas<br />
e não ensinam a graça de Deus, o<br />
evangelho, que liberta o que crê.<br />
O ENSINO DA PARÁBOLA<br />
DAS BODAS (Mt 22.1-14)<br />
Mais uma vez Jesus toca fortemente<br />
na rejeição da nação judaica ao plano<br />
do Pai para salvá-la. Neste texto,<br />
Jesus ensina que o reino dos céus é<br />
comparado a uma festa ou celebração<br />
de casamento do lho do rei (v. 1,2).<br />
52 COMPROMISSO2T13<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta Quinta Sexta<br />
Mateus<br />
22.34-46<br />
Mateus<br />
23.1-12<br />
Mateus<br />
23.13-22<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
23.23-28<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
23.29-39<br />
O rei determina (soberania) aos seus<br />
servos que saiam pelo reino e chamem<br />
os convidados para as bodas, mas eles<br />
não quiseram vir (v. 3).<br />
O rei enviou outros servos para<br />
convidar outras pessoas (v. 4). Ele deu<br />
ordem aos seus empregados para que<br />
contassem o que tinha na celebração<br />
(v. 4). Mais uma vez houve recusa na<br />
forma de indiferença e violência (v.<br />
5,6). A reação do rei foi de ira, levando-o<br />
a enviar suas tropas que incendiaram<br />
a cidade (v. 7). Ele declarou<br />
que a festa estava pronta, tudo estava<br />
arrumado, mas os convidados não<br />
eram dignos (v. 8).<br />
O soberano agora abre a sua festa<br />
e manda os seus servos convidarem<br />
a todos que encontrarem pelo caminho.<br />
Eles trouxeram maus e bons e<br />
encheram o salão de festas (v. 10). En-
trando o rei, para ver os que estavam à<br />
mesa, notou um homem que não estava<br />
devidamente trajado ou com veste<br />
nupcial. O rei mandou os seus servos<br />
o tirarem da festa, o amarrarem, lançando-o<br />
fora (v. 13). "Muitos serão<br />
chamados, mas poucos escolhidos".<br />
Muitos chegam em nossas igrejas, mas<br />
poucos são realmente salvos (v. 14).<br />
Há muitos que estão nas celebrações,<br />
mas poucos estão preparados, vestidos<br />
adequadamente para a festa. É o que<br />
Jesus diz em Mateus 7.21: “Nem todo<br />
o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará<br />
no reino dos céus, mas aquele que<br />
faz a vontade de meu Pai que está nos<br />
céus”.<br />
AS RESPOSTAS DO REI<br />
AOS RELIGIOSOS JUDEUS<br />
(Mt 22.15-33)<br />
Aqui notamos que Jesus responde<br />
aos herodianos – a seita de Herodes;<br />
aos saduceus e aos fariseus, bem<br />
como é interrogado por estes. Os<br />
herodianos tinham uma filosofia:<br />
“a paz a qualquer preço”, pois defendiam<br />
uma convivência pacífica com<br />
Roma. Pois bem, eles tentam pegar<br />
Jesus na questão dos impostos, perguntando<br />
ao Mestre se era lícito<br />
pagar tributo a César ou não. Jesus<br />
responde: “Dai, pois, a César o que<br />
é de César e a Deus o que é de Deus”.<br />
A resposta de Jesus os emudeceu e<br />
eles se retiraram (v. 22).<br />
Este é um princípio fundamental<br />
em nossas relações. Somos cidadãos<br />
do céu e da terra. Os princípios do<br />
reino dos céus é que norteiam a nossa<br />
cidadania na terra. Excelentes cidadãos<br />
do céu são excelentes cidadãos<br />
da terra. Devemos ser liberais na entrega<br />
dos dízimos e das ofertas (Mt<br />
23.23) e pagarmos os nossos impostos<br />
com honestidade. Não à in delidade<br />
na mordomia cristã e não à sonegação,<br />
à corrupção. Os crentes devem<br />
ser o exemplo em tudo, inclusive na<br />
denúncia da corrupção e todo pecado<br />
social também instalado nas estruturas<br />
públicas e privadas. Ser cidadão<br />
exemplar do reino dos céus signi ca,<br />
muitas vezes, ir contra a ordem injusta<br />
do reino da terra.<br />
Os saduceus utilizaram uma situação<br />
cultural para tentar fundamentar<br />
o princípio deles de que não existe ressurreição<br />
dos mortos. A mulher cou<br />
viúva de sete maridos. A pergunta deles<br />
foi: “Na ressurreição, ela será esposa de<br />
qual deles?” (v. 28). A resposta magistral<br />
de Jesus está no versículo 30. Além<br />
de responder sabiamente, Jesus faz uma<br />
apologia da ressurreição nos versículos<br />
31,32. Vale a pena meditar neles.<br />
Sabendo os fariseus que Jesus havia<br />
calado os saduceus, se reuniram em<br />
conselho e zeram a seguinte pergunta:<br />
Mestre, qual é o grande mandamento<br />
na lei? Jesus respondeu: Amar<br />
a Deus de todo o coração, de toda a<br />
alma e de todo o entendimento e ao<br />
2T13 COMPROMISSO 53
próximo com a si mesmo (v. 37-39).<br />
Ainda disse: Destes mandamentos dependem<br />
a lei e os profetas (v. 40).<br />
Agora o Senhor Jesus interroga os fariseus<br />
quanto à sua posição em relação ao<br />
Messias, de quem é lho (v. 42). Davi, foi<br />
a resposta dos fariseus. Jesus argumenta<br />
que Davi é pai, mas o Messias ou o Cristo<br />
é seu Senhor (Salmo 110.1 com os versículos<br />
44,45). Então, “o Messias era ao<br />
mesmo tempo descendente humano de<br />
Davi e seu divino Senhor”. Ele é o Deus-<br />
-homem, o Verbo que se fez carne e habitou<br />
entre nós (Jo 1.14).<br />
O SERMÃO CONDENATÓRIO<br />
(Mt 23.1-12)<br />
Neste parágrafo, o Senhor Jesus faz<br />
uma série de condenações das atitudes<br />
dos escribas e fariseus a partir de uma<br />
análise muito pertinente. Disse Jesus:<br />
eles se assentam na cadeira de Moisés<br />
(v. 2); agem com incoerência: ensinam<br />
certo, mas vivem errados (v. 3); impõem<br />
fardos pesados e difíceis de carregar<br />
(v. 4); praticam suas obras para<br />
serem vistos (v. 5); gostam do pódio (v.<br />
6); apreciam ser ovacionados pelo publico<br />
(v. 7).<br />
O Mestre agora orienta os seus<br />
discípulos, fazendo uma distinção<br />
entre eles e os religiosos judeus. Que<br />
deviam considerá-lo como Mestre, vivendo<br />
como irmãos. Chamar Deus de<br />
Pai e a ele, Cristo, de guia. Servirem a<br />
partir da humilhação (v. 8-12).<br />
54 COMPROMISSO2T13<br />
ACUSAÇÕES CONTRA A<br />
CLASSE DOMINANTE<br />
(Mt 23.13-39)<br />
Aqui temos alguns “ais” proferidos<br />
por Jesus em relação à condição moral<br />
e espiritual dos escribas e fariseus. Eles<br />
estavam sendo obstáculos para que os<br />
homens chegassem ao reino dos céus<br />
(v. 13). Há pessoas que estão na igreja,<br />
mas não no reino. Dão um péssimo<br />
testemunho do evangelho, afastando<br />
pessoas de conhecerem a Cristo.<br />
Os escribas e fariseus eram exploradores<br />
de viúvas (v. 14). “Usavam sua posição<br />
como juristas para arranjar pendências<br />
contra viúvas ricas ou para fazer com que<br />
lhes legassem suas propriedades”. Eram<br />
especialistas em fazer prosélitos (seguidores)<br />
da religião judaica, tornando-os<br />
lhos do inferno duas vezes (v. 15).<br />
Eles eram mercenários, interessados<br />
no dinheiro do povo e guias de<br />
cegos (v. 16-22). Davam o dízimo sem<br />
a justiça, a misericórdia e a delidade.<br />
O mais importante é entregar o dízimo<br />
a partir de um coração justi cado,<br />
misericordioso e el (v. 23).<br />
Os religiosos judeus eram chamados<br />
guias de cegos. Eles coavam um<br />
mosquito e engoliam um camelo –<br />
uma linguagem metafórica usada por<br />
Jesus para dizer que eles viam um pequeno<br />
defeito nas pessoas e as julgavam,<br />
e não enxergavam as grandes falhas<br />
em suas vidas (v. 24). Esses religiosos<br />
judeus estavam mais preocupados
com o exterior, com a aparência do que<br />
com o interior. O sistema religioso vive<br />
com base na aparência, mas o evangelho<br />
trabalha com o coração. O Senhor<br />
Jesus já havia tido um embate com os<br />
religiosos no capítulo 15, versículos 13<br />
a 20 (vale a pena examinar este texto).<br />
O diagnóstico de Jesus acerca deles e<br />
seu sistema sempre foi preciso.<br />
O grande perigo é a demagogia em<br />
qualquer ambiente, mas no ambiente<br />
religioso é pior ainda. Os líderes religiosos<br />
judeus usaram de demagogia ao<br />
serem confrontados por Jesus com relação<br />
à morte dos profetas do passado.<br />
Eles se eximiram de qualquer culpa,<br />
mas Jesus os acusa de serem lhos dos<br />
que mataram os profetas. Se os profetas<br />
vivessem na sua época seriam mortos<br />
por eles (v. 29-32).<br />
Neste embate, Jesus os chama de<br />
serpentes, utilizando mais uma vez<br />
uma metáfora, ressaltado a sua natureza<br />
má, traiçoeira e letal (v. 33).<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
Agora, Jesus coloca uma profecia de<br />
que eles – religiosos judeus – matarão<br />
profetas e mestres, açoitando-os em<br />
suas sinagogas e perseguindo-os implacavelmente.<br />
Ele os adverte que cairá sobre<br />
eles todo sangue justo derramado<br />
sobre a terra, desde o sangue do justo<br />
Abel até o sangue de Zacarias, lho de<br />
Baraquias, que eles mataram entre o<br />
santuário e o altar (v. 34-36).<br />
Nos versículos 37,38, Jesus faz uma<br />
acusação a Jerusalém dominada pelos<br />
religiosos perversos, mas, ao mesmo<br />
tempo, revela o seu grande amor pela<br />
cidade. Ele faz uma a rmação segura<br />
no versículo 39, que deve ser comparada<br />
com Zacarias 12.10. É impressionante<br />
este texto!<br />
Será que este sermão acusatório<br />
de Jesus, seguindo a rica tradição<br />
profética do Antigo Testamento,<br />
não se aplica perfeitamente a muitos<br />
líderes de nossas igrejas e denominações<br />
hoje?<br />
1 <br />
<br />
a fará germinar.<br />
2 <br />
<br />
3 <br />
<br />
mente a atitude dos religiosos judeus que escravizavam o povo com regras e mais regras.<br />
4 <br />
usam para acusar implacavelmente as pessoas a partir de uma religiosidade oca,<br />
legalista e perversa.<br />
2T13 COMPROMISSO 55
EBD 12 23 de junho<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
24.1-14<br />
“As minhas palavras<br />
não passarão”<br />
Terça<br />
Mateus<br />
24.15-28<br />
Estes dois capítulos falam de dores,<br />
grande tribulação, a manifestação<br />
mais abundante do mal e necessidade<br />
do cristão se preparar, de vigiar em<br />
todo o tempo. O Senhor nos deixou<br />
dons e talentos para os multiplicarmos<br />
na caminhada do reino. É certo que<br />
seremos recompensados. No nal,<br />
temos o grande julgamento. Todos os<br />
seres humanos serão julgados em Jesus<br />
Cristo (At 17.30,31).<br />
O PRINCÍPIO DAS DORES<br />
(Mt 24.1-28)<br />
Temos aqui o sermão que considera<br />
as últimas coisas a ocorrer no<br />
contexto do nal dos tempos. De uma<br />
maneira singular, Jesus inicia falando<br />
sobre o princípio de dores acompa-<br />
56 COMPROMISSO2T13<br />
Ensinos escatológicos de Jesus<br />
Texto bíblico Texto áureo <br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta Quinta Sexta<br />
Mateus<br />
24.29-41<br />
Mateus<br />
24.42-51<br />
Mateus<br />
25.1-13<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
25.14-30<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
25.31-46<br />
nhadas de angústias profundas. Conduz<br />
os discípulos para verem toda a<br />
estrutura do templo que havia sido<br />
construído por Herodes, o Grande,<br />
entre 20 a.C. e 64 d.C., e destruído<br />
por Roma no ano 70 d.C.<br />
Os discípulos fazem uma pergunta<br />
(v. 3). Estavam ansiosos quanto ao m<br />
dos tempos. O Senhor os alerta quanto<br />
aos enganadores (v. 4,5). Discorre<br />
sobre os futuros acontecimentos: rumores<br />
de guerras; nação contra nação e<br />
reino contra reino (v. 7). Prepara os discípulos<br />
para a realidade do sofrimento<br />
por causa do seu nome (v. 9). Alerta<br />
que haverá apostasia – abandono da fé<br />
(v. 10). Que a multiplicação da iniquidade<br />
produzirá frieza espiritual na igreja<br />
(v. 10,12). Aquele que perseverar até<br />
o m será salvo (v. 13). O evangelho do
eino será proclamado em todo o mundo<br />
e então virá o m (v. 14).<br />
Jesus declara que haverá a grande<br />
tribulação. Toda a igreja passará por ela.<br />
O que Daniel profetizou se cumprirá (v.<br />
15). O texto (v. 16-26) tem duas vertentes:<br />
o período da invasão romana em 70<br />
d.C., e os nossos dias. Jesus exorta quanto<br />
aos falsos profetas com as suas falsas "promessas"<br />
e a sua volta (v. 23-28).<br />
Neste precioso texto (v. 29-41), temos<br />
as características da sua vinda como<br />
sendo um referencial para os textos escatológicos.<br />
Veremos sinais na natureza (v.<br />
29) e a sua manifestação visível acompanhada<br />
dos seus anjos, reunindo os seus<br />
escolhidos (v. 30,31).<br />
Em seguida, temos a metáfora da -<br />
gueira (v. 32,33). “Esta geração” tem sido<br />
entendida como referência aos contemporâneos<br />
de Jesus e o que estava por ocorrer<br />
como a destruição do templo e de Jerusalém,<br />
que vem a acontecer em 70 d.C.<br />
Jesus a rmou que a sua Palavra é<br />
mais importante do que os céus e a<br />
terra (v. 35). O nosso coração deve<br />
descansar na sua Palavra.<br />
A sua vinda não pode ser datada. Ele<br />
virá de repente (v. 36). Só o Pai sabe.<br />
Jesus discorre sobre os dias que<br />
antecederam ao dilúvio para ilustrar a<br />
sua vinda (v. 37-41).<br />
A VIGILÂNCIA NECESSÁRIA<br />
(Mt 24.42-51)<br />
Os versículos 42 a 51 nos exortam<br />
a que vigiemos. O cristão deve estar<br />
preparado para a volta de Cristo. Ele<br />
usa a gura do ladrão que não revela a<br />
hora que virá para roubar a casa. Devemos<br />
fazer sempre o melhor até que<br />
ele venha para nos buscar. O mais importante,<br />
porém, é a palavra de Jesus:<br />
“Bem-aventurado o servo a quem o<br />
Senhor, quando vier, encontrar trabalhando”<br />
(v. 46).<br />
OS ENSINOS DAS PARÁBOLAS<br />
DAS VIRGENS E DOS<br />
TALENTOS (Mt 25.1-30)<br />
As duas parábolas seguintes falam<br />
de prontidão e diligência.<br />
A parábola das virgens (v. 1-13) –<br />
“No tempo de Jesus, normalmente havia<br />
três estágios no processo matrimonial.<br />
Primeiro vinha o compromisso,<br />
quando era feito um contrato formal<br />
entre os respectivos pais da noiva e do<br />
noivo. A este seguia-se o noivado, cerimônia<br />
feita na casa dos pais da noiva,<br />
quando promessas mútuas eram feitas<br />
pelas partes contratantes diante de<br />
testemunhas, e o noivo dava presentes<br />
à sua prometida. "O homem e a mulher<br />
cavam unidos um ao outro pela<br />
cerimônia de noivado, apesar de ainda<br />
não serem de fato marido e mulher; na<br />
verdade, tão obrigatório era o noivado<br />
que, se o homem morresse durante o<br />
período de sua duração, a mulher era<br />
considerada viúva; o cancelamento do<br />
noivado não era permitido; se, porém,<br />
acontecia tal coisa, era semelhante a<br />
2T13 COMPROMISSO 57
um divórcio". Finalmente, depois do<br />
transcurso de cerca de um ano havia<br />
o casamento, quando o noivo, acompanhado<br />
dos seus amigos, ia buscar a<br />
noiva na casa do seu pai e a levava em<br />
cortejo de volta para sua casa, onde se<br />
fazia a festa de casamento. É bem provável<br />
que seja este o cortejo que dez<br />
jovens da história são retratadas como<br />
indo encontrar, quer como damas de<br />
honra o ciais da noiva, quer como<br />
criadas do noivo, quer como lhas de<br />
amigos e vizinhos – não temos meios<br />
de sabê-lo”.<br />
É bom destacar nesta primeira<br />
parábola que ela se relaciona com<br />
parousia (manifestação) do Filho do<br />
homem. O noivo é a gura central. As<br />
dez virgens da história representam a<br />
igreja à espera do retorno do seu Senhor.<br />
Em que condição você está?<br />
A parábola dos talentos (v. 14-30)<br />
– Jesus começa esta parábola dizendo<br />
que o reino dos céus é semelhante<br />
a um homem que, ausentando-se<br />
do seu país, chamou os seus servos e<br />
lhes entregou os seus bens para serem<br />
administrados. Foi isto que Jesus fez<br />
conosco. Estes foram dados de acordo<br />
com a capacidade de cada servo. A<br />
oportunidade deve ser aproveitada ao<br />
máximo para, acima de tudo, glori -<br />
car a Deus. Nesta parábola, os servos<br />
recebem do seu senhor os talentos<br />
(medida especí ca para metais e um<br />
talento variava entre 25 e 35 quilos de<br />
prata). Um recebeu cinco talentos; e<br />
58 COMPROMISSO2T13<br />
os outros, dois e um, respectivamente.<br />
Os dois primeiros trabalharam muito,<br />
aproveitaram as oportunidades e<br />
devolveram mais cinco e mais dois,<br />
respectivamente. O que recebeu um,<br />
o enterrou motivado pelo medo e pela<br />
timidez. Não trabalhou e nem aproveitou<br />
as oportunidades. Devolveu o<br />
mesmo que havia recebido. Os dois<br />
primeiros foram reconhecidos pelo<br />
senhor e chamados de servos bons e<br />
éis. O último, quando do acerto de<br />
contas, foi chamado de mau e negligente.<br />
Como diz F. B. Meyer, “Cristo<br />
está sempre vindo para ajustar contas.<br />
Cada vez que tomamos a ceia do Senhor,<br />
cada aniversário nosso que passa<br />
é como estar diante do tribunal de<br />
Cristo, que antecede o grande trono<br />
(2Co 5.10). Aqueles que receberam<br />
apenas um talento devem ser os mais<br />
cautelosos, visto que serão mais tentados<br />
a dizer: Já que só podemos fazer<br />
tão pouco, nada faremos. Aquilo que<br />
sabemos fazer melhor e que está mais<br />
de acordo com nossas circunstâncias,<br />
provavelmente, é o nosso talento. Se,<br />
sozinho, você não pode fazer muito,<br />
coopere com sua igreja, sob a orientação<br />
do seu pastor (v. 27)”.<br />
A VIDA ETERNA E O CASTIGO<br />
ETERNO (Mt 25.31-46)<br />
Todo o contexto anterior tem tudo<br />
a ver com este. Somos responsáveis por<br />
tudo o que fazemos. Paulo a rma esta<br />
verdade (Gl 6.7). Jesus conclui o capí-
tulo 25 ensinando e alertando para o<br />
juízo que virá. O que o ser humano foi<br />
em relação a Jesus Cristo certamente<br />
de nirá a sua situação diante de Deus,<br />
o Pai (At 17.30,31).<br />
Vivemos um tempo em que as pessoas<br />
gostam do self-service (servindo-se<br />
a si mesmo). É estranho uma pessoa<br />
servir a outra sem remuneração. O<br />
Senhor Jesus pagou o preço para que<br />
servíssemos uns aos outros a partir do<br />
amor (1Co 13.4-8).<br />
Os "benditos de meu Pai" são os que<br />
o amam e fazem a sua vontade. Os malditos<br />
são os que vivem uma vida alienada<br />
do Senhor mesmo frequentando<br />
os templos. Teremos muitas surpresas<br />
naquele dia. No acerto de contas com<br />
o Rei, os que estiverem à direita serão<br />
chamados para a intimidade com o Pai.<br />
Os que estiverem à esquerda serão destinados<br />
para o fogo eterno preparado<br />
para o diabo e seus anjos.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
“Assim como nas parábolas anteriores<br />
das virgens e da riqueza con ada,<br />
neste quadro de grande julgamento<br />
não é tanto a prática do mal que evoca<br />
a censura mais severa, como a completa<br />
negligência da prática do bem. Os pecados<br />
de omissão são vistos como até<br />
mais condenáveis do que os pecados<br />
da comissão. A porta se fecha contra<br />
as virgens néscias por sua negligência;<br />
o servo inativo é posto fora como<br />
alguém que não presta para nada por<br />
não ter feito nada; e os da esquerda são<br />
punidos severamente por deixarem de<br />
observar as muitas oportunidades que<br />
lhes foram dadas”. Martin Luther King<br />
disse: “Não me impressiona o grito dos<br />
maus, mas, sim, o silêncio dos bons”.<br />
Que recebamos do Senhor as seguintes<br />
palavras: “Muito bem, servo bom e<br />
el; foste el no pouco, sobre o muito<br />
te colocarei: entra no gozo do teu senhor”<br />
(Mt 25.23).<br />
1 O cristão genuíno tem certeza de que Cristo está voltando. Este fato demanda<br />
a prontidão. Sabemos que sofreremos por causa do seu nome. O cerco está se fe-<br />
<br />
<br />
2 Jesus nos deixou dons e talentos e prometeu voltar para o ajuste de contas.<br />
O que temos feito com eles?<br />
3 <br />
<br />
que não estiverem em Cristo (os bodes) serão condenados e irão para o inferno,<br />
<br />
importa com as pessoas perdidas sem Cristo?<br />
2T13 COMPROMISSO 59
EBD 13 30 de junho<br />
Segunda<br />
Mateus<br />
26.1-30<br />
A morte e a ressurreição de Jesus<br />
são pontos fundamentais da fé cristã.<br />
Nesta porção das Escrituras abordaremos<br />
a paixão do Rei que se entrega<br />
por nós; o preço da traição; o sofrimento<br />
atroz do Messias, profetizado<br />
por Isaías 53, a sua morte vergonhosa<br />
por cruci cação; a sua ressurreição; a<br />
missão de fazê-lo conhecido e a promessa<br />
de que ele estará conosco até a<br />
consumação dos séculos.<br />
A ÚLTIMA PÁSCOA<br />
(Mt 26.1-30)<br />
O Senhor se prepara para o seu sofrimento<br />
profetizado em Isaías 53. Os<br />
acontecimentos registrados em 26.1-5<br />
se deram na quarta-feira. A páscoa era<br />
a antiga festa religiosa judaica que relembrava<br />
a libertação do Egito.<br />
60 COMPROMISSO2T13<br />
“Não está aqui,<br />
porque ressurgiu”<br />
Morte e ressurreição de Jesus e desa os nais aos seus discípulos<br />
Texto bíblico Texto áureo<br />
Terça<br />
Mateus<br />
26.31-56<br />
DIA A DIA COM A BÍBLIA<br />
Quarta<br />
Mateus<br />
26.57-75<br />
Quinta<br />
Mateus<br />
27.1-31<br />
Sexta<br />
Mateus<br />
27.32-56<br />
Sábado<br />
Mateus<br />
27.57-66<br />
Domingo<br />
Mateus<br />
28.1-20<br />
Caifás, sumo sacerdote de 18-36<br />
d.C., genro e sucessor de Anás, liderou<br />
uma reunião para planejar a morte<br />
de Jesus (v. 3-5).<br />
O Mestre está na casa de Simão, o<br />
leproso, à mesa, inclinado, quase deitado,<br />
tendo como base um dos cotovelos.<br />
A mulher chegou por trás e ungiu a cabeça<br />
de Jesus (v. 6,7; Lc 7.36-50).<br />
Os discípulos interpretaram a atitude<br />
da mulher de uma forma tacanha<br />
(v. 8,9). Há tanta gente assim em nossas<br />
igrejas. Jesus lhes chama a atenção (v.<br />
10) e faz uma interpretação extraordinária<br />
(v. 11-13). Aprendamos com ela.<br />
Judas inicia a triste história da traição,<br />
acertando o seu valor – Trinta<br />
moedas de prata (v. 14,15). Já com o<br />
dinheiro da traição em mãos, Judas procura<br />
agora o momento oportuno para
entregar o Senhor aos religiosos judeus<br />
(v. 16).<br />
Jesus faz uma pergunta aos discípulos<br />
(v. 17). Ele já havia acertado<br />
tudo para comer a páscoa com eles (v.<br />
18-20). Chegada a tarde, pôs-se ele à<br />
mesa com eles e identi ca o traidor (v.<br />
20-25).<br />
Em seguida, o Senhor celebra a<br />
Ceia (v. 26-29), que é um memorial<br />
da sua morte e ressurreição. Ele faz<br />
uma belíssima promessa no versículo<br />
29. Ao saírem dali, cantaram um hino<br />
e foram para o Monte das Oliveiras<br />
(v. 30). Provavelmente, cantaram parte<br />
dos Salmos 115-118, o tradicional<br />
Hallel (“Louvor”) da páscoa.<br />
O PREÇO DA TRAIÇÃO<br />
(Mt 26.31-56)<br />
Cristo fala da sua prisão e do seu<br />
sofrimento e a dispersão dos que o seguiam<br />
(v. 31). Fala da sua ressurreição e<br />
o encontro na Galileia (v. 32). Pedro se<br />
levanta e duas vezes promete delidade<br />
a Jesus (v. 33,35). No versículo 35, os<br />
outros discípulos dizem o mesmo. Jesus<br />
prediz a negação de Pedro (v. 34).<br />
O Senhor agora chega ao Getsemane<br />
(prensa de óleo ou azeite), no Monte<br />
das Oliveiras. É neste jardim que Jesus<br />
trava uma luta ferrenha entre fazer a sua<br />
vontade e a vontade do Pai (v. 39). Esta<br />
é a nossa luta diária, implacável. Jesus foi<br />
orar e quando se volta para os discípulos<br />
os vê dormindo (v. 40). O Mestre orou<br />
três vezes e três vezes os encontrou dor-<br />
mindo (v. 40,43,45). Para os que estão<br />
dormindo, temos a exortação do Senhor<br />
(v. 41).<br />
Jesus é preso como um fora da<br />
lei, um bandido (v. 47-56). Não reagiu<br />
negativamente (v. 53-56). Todos<br />
os discípulos o deixaram e fugiram<br />
(v. 56).<br />
JULGAMENTO E<br />
CONDENAÇÃO<br />
(Mt 26.57-27.26)<br />
Jesus foi preso e Pedro o seguia de<br />
longe (v. 58). Os líderes religiosos buscavam<br />
um testemunho falso contra o<br />
Mestre, mas ele guardou silêncio (v.<br />
59,63). Consideraram-no réu de morte<br />
(v. 66). Foi humilhado, cuspido, maltratado<br />
e esbofeteado covardemente (v.<br />
67-68).<br />
Em seguida, Pedro foi identi cado<br />
e negou que era discípulo de Jesus (v.<br />
69-74). Após negar três vezes, o galo<br />
cantou (v. 74). Ao lembrar-se da palavra<br />
de Jesus que ele o negaria, Pedro chorou<br />
amargamente (v. 75). Jesus foi entregue<br />
ao governador Pilatos (27.1). Em seguida,<br />
Judas, sabendo da condenação de Jesus<br />
e tocado de remorso, atirou as trinta<br />
moedas no santuário e foi enforcar-se<br />
(v. 3-6). O dinheiro não foi aceito como<br />
oferta no santuário porque estava contaminado<br />
de sangue. Jesus é conduzido<br />
a Pilatos (v. 11-26). O governador reconheceu<br />
a inocência dele, mas o povo, liderado<br />
pelos líderes religiosos, resolveu<br />
cruci car o Senhor (v. 15-25).<br />
2T13 COMPROMISSO 61
CRUCIFICAÇÃO,<br />
SEPULTAMENTO E<br />
RESSURREIÇÃO<br />
(Mt 27.26-28.15)<br />
Jesus inicia a sua Via Crúcis – o caminho<br />
da cruz, do sofrimento atroz<br />
em nosso lugar. Ele foi agelado por<br />
um chicoteamento com agrum – um<br />
chicote com várias tiras de couro crivadas<br />
de pedaços de osso ou metal. Os<br />
romanos usavam este método com os<br />
assassinos e traidores (v. 26). Levaram-no<br />
para o pretório, que era a residência de<br />
Pilatos em Jerusalém. Toda a coorte (entre<br />
300 e 600 soldados) estava ao seu<br />
redor (v. 27).<br />
Líderes religiosos e a sociedade se<br />
uniram contra Jesus e o zeram sofrer<br />
muito. Escarneceram dele e o espancaram<br />
(v. 29,30). Tudo ele suportou<br />
por nós. Em seguida, o levaram para<br />
ser cruci cado (v. 31). “A cruci cação<br />
era um método lento e doloroso<br />
de execução que os romanos haviam<br />
adotado dos fenícios. A vítima normalmente<br />
morria depois de dois ou<br />
três dias de sede, exaustão ou exposição<br />
ao sol, vento e clima. As mãos<br />
eram frequentemente cravadas à barra<br />
transversal, que era alçada e a xada à<br />
barra vertical onde os pés eram então<br />
cravados. Uma pequena tábua, sobre<br />
a qual o cruci cado se assentava, sustentava<br />
o peso do corpo. A morte era<br />
ocasionalmente apressada por meio<br />
da fratura das pernas, mas isso não<br />
aconteceu com Cristo ( Jo 19.33)”.<br />
62 COMPROMISSO2T13<br />
Jesus estava muito fraco em função<br />
do sofrimento atroz que lhe impuseram.<br />
Simão Cireneu, de Cirene, capital<br />
da Cirenaica, no norte da África,<br />
foi obrigado a carregar a parte transversal<br />
da cruz. Finalmente, o levaram<br />
para o Gólgota, que signi ca Caveira<br />
(v. 33). Deram-lhe de beber vinho<br />
e fel, que era uma espécie de analgésico<br />
para aliviar as dores, mas Jesus<br />
não quis beber, preferindo enfrentar a<br />
morte com o pleno uso das suas faculdades<br />
(v. 34). Por cima da sua cabeça<br />
puseram uma escrita que tinha uma<br />
acusação: “ESTE É JESUS, O REI<br />
DOS JUDEUS” (v. 37). Para os soldados<br />
romanos, tal acusação signi cava<br />
insurreição. Pregado na cruz, Jesus<br />
é alvo de escárnio, zombaria e desprezo<br />
(v. 39-44).<br />
Da hora sexta (meio-dia) até a<br />
hora nona (três da tarde) houve trevas<br />
sobre toda a terra. Por volta da hora<br />
nona, o Senhor Jesus clamou em alta<br />
voz dizendo: Eli, Eli, lemá Sabactâni,<br />
que quer dizer: “Deus meu, Deus<br />
meu, por que me desamparaste?” (v.<br />
46). Foi nesse momento que o Pai virou<br />
as costas para o Filho porque ele<br />
se tornou fealdade ou feiura absoluta,<br />
se tornou pecado por nós (Is 53.1-4;<br />
2Co 5.21). Jesus clamou outra vez<br />
com grande voz e entregou o espírito<br />
(v. 50). O Senhor Jesus não foi morto<br />
diretamente por alguém, tampouco<br />
foi vencido por processos naturais. Ele<br />
entregou o seu espírito. Meditemos<br />
em João 10.17,18.
Com a morte de Jesus, algumas coisas<br />
impressionantes aconteceram (v. 51-53).<br />
O rasgar do véu signi ca a abertura de<br />
um novo e vivo caminho pela obra de<br />
Jesus na cruz (Hb 10.20; Ef 2.11-22). O<br />
o cial romano e seus comandados, possuídos<br />
de temor, disseram: “Verdadeiramente<br />
este era Filho de Deus” (v. 54). Estavam<br />
ali mulheres íntegras e servidoras<br />
que o acompanhavam desde a Galileia (v.<br />
55,56).<br />
José de Arimateia, que era também<br />
discípulo, foi a Pilatos e pediu o corpo<br />
de Jesus e o governador mandou entregar<br />
(v. 58). Em seguida, tomou todas<br />
as providências para sepultar Jesus<br />
(v. 59-66).<br />
No primeiro dia da semana, o Senhor<br />
ressuscitou (v. 1-6). O que ele<br />
havia prometido em 26.32 se cumpriu<br />
(28.7,10). Maria Madalena e a outra<br />
Maria tiveram a experiência singular<br />
ao ver o Senhor ressuscitado (v. 9,10).<br />
Podemos notar nos versículos 11<br />
a 15 a desonestidade dos religiosos<br />
judeus em relação à ressurreição de<br />
Jesus.<br />
APLICAÇÕES PARA A VIDA<br />
MISSÃO DADA AOS<br />
DISCÍPULOS E A PROMESSA<br />
DE JESUS (Mt 28.16-20)<br />
Como Jesus havia determinado, os<br />
discípulos foram para a Galileia, região<br />
norte da Palestina (v. 16). Ao se<br />
apresentar diante deles, houve duas reações:<br />
adoração e dúvida (v. 17). Estas<br />
palavras não combinam. São excludentes.<br />
A adoração é fruto da certeza, da fé.<br />
Temos agora a chamada “Grande<br />
comissão” (v. 18-20). Jesus deu uma missão<br />
a eles e a nós também. O Senhor<br />
usa o absoluto: toda autoridade; todas<br />
as nações; todas as coisas e todos<br />
os dias. Jesus tem todo o domínio. Ele<br />
quer que sejamos obedientes no cumprimento<br />
da missão. Debaixo da sua<br />
autoridade, façamos discípulos, ensinando-os<br />
e batizando-os em nome do<br />
Pai, do Filho e do Espírito Santo.<br />
É significativo lembrar que Mateus<br />
inicia com o Emanuel, Deus conosco<br />
(1.23), e termina com a promessa de<br />
Jesus: Estou convosco todos os dias até<br />
a consumação dos séculos (28.20).<br />
1 Os sofrimentos de Jesus, antes da sua morte e ressurreição, devem nos levar<br />
a avaliar a nossa vida cristã. Todo o seu sofrimento nos mostra que o discípulo não<br />
<br />
<br />
agradecemos as lições aprendidas?<br />
2 <br />
jamais".<br />
3 Jesus nos deixou uma ordem para ser cumprida. Não transformemos a Grande<br />
comissão na Grande omissão.<br />
2T13 COMPROMISSO 63
64 COMPROMISSO2T13