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'NÃO MATAR!' - Humanitas Vivens - Editora On-line

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Tal fundamento não pode ser outro que a vida<br />

humana enquanto é o valor humano primordial 939 . O<br />

imperativo Não matar é categórico porque “categórico” é o<br />

valor da vida que ele entende proteger: não se trata aqui de<br />

atribuir uma hipotética condição ou circunstância ou<br />

finalidade que “condicionaria” a validade de tal imperativo,<br />

trata-se sim de fundamentá-lo; atribuindo-lhe o mesmo<br />

valor – primordial – do bem que ele entende proteger.<br />

Para Bobbio os imperativos categóricos são leis que<br />

devem ser obedecidas incondicionalmente, sem alguma<br />

consideração das circunstâncias em que vem, vez por vez,<br />

aplicada.<br />

Em uma palavra, trata-se da “Lei” das leis, segundo a<br />

qual precisa fazer, em qualquer circunstância, o próprio<br />

dever por nenhuma outra razão do que o dever,<br />

independentemente de toda consideração de fins próximos<br />

ou distantes; independente dos sujeitos, ativo ou passivo,<br />

envolvidos na ação comandada ou proibida pelo imperativo<br />

categórico 940 .<br />

O mundo dos imperativos categóricos, ou seja, dos<br />

comandos que devem ser obedecidos não por prazer – ou<br />

hipotético interesse – mas por dever – perspectiva<br />

deontológica evidentemente kantiana – mesmo se com<br />

sofrimento e com o sentido de “nunca” os haver cumprido<br />

plenamente; é um ideal, por sua natureza inatingível, mas ai<br />

de quem não se esforçar de atingi-los 941 .<br />

O dever não tem um por que e o porquê é tão remoto<br />

que não se pode medir com o “metro” do tempo quotidiano:<br />

939 Cfr. N. BOBBIO, “Due paradossi storici e una scelta<br />

morale” (1954), in DubScel, p. 28.<br />

940 Cfr. IDEM, “Ritratto di Leone Ginzburg” (1964), in MeCom, p.<br />

173.<br />

941 Cfr. IDEM, “Eugenio Colorni” (1975), in MeCom, p. 204.<br />

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