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Eclesiastes - Igreja Batista Vida Nova

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deseja as coisas que não são eternas. Assim, a fugacidade ameaça engolir a eternidade.<br />

Segundo a obsersavaçao do Coélet, os elementos temporais (riqueza, sabedoria, poder)<br />

sempre ameaçam dominar com muito mais firmeza o coração do homem do que aquilo<br />

que é atemporal. Mas o ser humano só encontra sua verdadeira realização em Deus.<br />

Corrobora a isso a afirmação de C. S. Lewis: “Ora, um automóvel feito para andar com<br />

gasolina não andará bem com nenhum outro combustível; e Deus projetou a máquina<br />

humana para andar à base dele mesmo”. 21<br />

Da efemeridade (1.2-3), o Coélet passa à monotonia cósmica (1.5-7), que reproduz ou<br />

explica a monotonia de todas as coisas (v.4, 8-11). O ritmo cíclico da criação é<br />

observado: o sol que nasce e se põe, repetidamente; o vento que sopra e depois retorna<br />

ao seu ponto de partida; os rios que sempre correm para o mar, sem encher o mar. Tudo<br />

isso causa estranheza para o Coélet (v.8), levando-o à seguinte afirmativa: “O que foi<br />

será, e o que se fez, se fará novamente; não há nada de novo debaixo do sol.” (v.9). Esse<br />

ciclo repetitivo dos elementos naturais aponta à ilusão das conquistas humanas, pois,<br />

assim como para a natureza, há um destino (morte) marcado para a humanidade (2.14;<br />

5.16; 6.10; 9.3).<br />

É notável que o Coélet, antes de concluir seu livro afirmando a fugacidade da vida<br />

(12.8), descreve o processo de chegada da morte (12.1-7). “A descrição da morte, feita<br />

pelo Coélet, parece basear-se na narrativa de Gênesis 2, onde o sopro divino e o pó da<br />

terra foram combinados para formar o homem. Na morte, o processo parece reverter-se:<br />

‘...e o pó volte à terra, como o era, e o espírito (sopro) volte a Deus, que o deu”<br />

(12.7)...” 22<br />

Aliás, no livro de <strong>Eclesiastes</strong>, os termos “morte” e “vaidade” (fugacidade) estão<br />

intimamente relacionados. Observando a inevitabilidade da morte, Coélet conclui que<br />

“tudo é vaidade” e corrida atrás do vento. A morte anula as realizações humanas, e<br />

iguala todos num mesmo nível (2.16; 3.20; 6.7; 9.2-3;). Por isso, em alguns casos, a<br />

morte é melhor do que a vida (6.3; 7.2).<br />

2.2 O trabalho<br />

Para o Coélet, o trabalho é bem melhor traduzido por opressão e ilusão (2.18-22, 24, 26;<br />

3.10, 13; 4.4, 6, 8; 5.12, 16, 18, 19; 8.16-17; 10.15). O termo hebraico ‘amal,<br />

“trabalho”, também pode ser traduzido por “fadiga”, ou “trabalho árduo”. Sobre esta<br />

palavra, a Bíblia de Jerusalém comenta: “evoca, a maioria das vezes, trabalho penoso<br />

semelhante ao do escravo (cf. Dt 26.7), donde a fatiga, o sofrimento” 23 .<br />

O autor de <strong>Eclesiastes</strong> não questiona o trabalho em si, mas aquele “em que tanto se<br />

esforça debaixo do sol” (1.2). Para muitos estudiosos, a expressão “debaixo do sol”<br />

21 LEWIS, C. S. O cristianismo puro e simples. São Paulo: ABU Editora, 1989, p.27.<br />

22LASOR,<br />

William S; HUBBART, David A.; BUSH, Frederic W. Introdução ao Antigo Testamento,<br />

p.555.<br />

23<br />

Bíblia de Jerusalém – <strong>Nova</strong> Edição, revista e ampliada. 5ª Impressão. São Paulo: Paulus, 2008, em<br />

nota de rodapé sobre de 1.3.<br />

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