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Revista Online PAX nº67

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A par da sua função profiláctica, o<br />

hexagrama exerce a mágica, fama herdada da<br />

célebre Chave ou Clavícula de Salomão (em latim,<br />

Clavicula Salomonis ou Clavis Salomonis) que é<br />

um grimório pseudo-epigráfico, atribuído<br />

supostamente ao Rei Salomão mas cuja origem<br />

muito provavelmente situa-se na Idade Média,<br />

com fonte anónima em alguma escola judaica de<br />

estudos cabalísticos dentre as várias que então<br />

haviam na Europa, como se verifica no seu texto<br />

claramente inspirado nos ensinamentos do<br />

Talmude e da Kaballah judaica dos séculos XII-<br />

XIII. Essa obra contém uma colecção de 36<br />

pantáculos (símbolos possuídos de significado de<br />

natureza mágica ou esotérica) destinados a<br />

possibilitar uma ligação entre o Mundo Físico e os<br />

Planos da Alma. Existem diversas versões da<br />

Clavícula de Salomão em várias traduções, com<br />

menores ou maiores variações do conteúdo entre<br />

elas, sendo que a maioria dos escritos originais<br />

que sobreviveram até hoje datam dos séculos XVI<br />

e XVII, no entanto havendo uma tradução em<br />

grego datada do século XV.<br />

Como disse, o hexagrama não constitui de<br />

todo um símbolo especificamente judeu. De facto,<br />

também no Alcorão (XXXVIII, 32 e ss.) e nas Mil<br />

e Uma Noites ele é apresentado como um talismã<br />

indestrutível por gozar da Bênção de Deus,<br />

proporcionando o poder total sobre os Djins, os<br />

“espíritos da Natureza”.<br />

Conotado ao simbolismo do hexalfa, além<br />

deste exposto de forma clara também encontra-se<br />

nos templos cristãos o seu derivado hexafólio ou<br />

sexifólio, a estrela de seis raios e a rosácea ou<br />

roseta hexapétala, e apesar das suas numerosas<br />

variantes normalmente é interpretado como<br />

símbolo solar – o rosetão ou roseta do Sol, antigo<br />

símbolo mitraico herdado pelos cristãos para<br />

designarem Christus Sollis, o Cristo Solar ou<br />

Iluminado, e também a Rosa Mística da ladainha<br />

mariana, a Virgem Mãe de Deus, dependendo do<br />

sentido geral do simbolismo exposto a qual dos<br />

Dois se deve atribuir no caso particular esse<br />

símbolo.<br />

Igualmente no Tibete e na Índia os lamas e<br />

brahmanes, que são os sacerdotes das respectivas<br />

religiões budista e hindu, adoptam o símbolo<br />

universal do hexalfa considerando-o emblemático<br />

<strong>PAX</strong> – N.º 67 – Propriedade da Comunidade Teúrgica Portuguesa<br />

14<br />

do Criador e da Criação. As cores originais dos<br />

dois triângulos entrelaçados eram o verde<br />

(triângulo superior) e o vermelho (triângulo<br />

inferior), apesar de posteriormente terem sido<br />

alteradas para as cores branca e negra, esta<br />

representando a Matéria ou Prakriti, em sânscrito,<br />

e aquela o Espírito ou Purusha, em sânscrito,<br />

duplo triângulo entrelaçado levando o nome<br />

inefável de Satguna Chakra ou Satkuna Chakram,<br />

o qual os brahmanes dão como sendo a insígnia do<br />

Deus Vishnu, cujas prerrogativas hipostáticas<br />

dispõe-no idêntico ao Filho na Trindade cristã,<br />

postado entre a Mãe e o Pai, saído Dela para que o<br />

Pai pudesse manifestar-se por Ele.<br />

Tem-se assim, na Trimurti hindu, para o<br />

triângulo superior do hexalfa Brahma, Vishnu e<br />

Shiva, correspondendo na Trindade cristã ao Pai,<br />

Filho e Espírito Santo, enquanto no triângulo<br />

inferior dispõe-se Shiva, Vishnu e Brahma, ou<br />

Espírito Santo, Filho e Pai. O Odissonai dispõe as<br />

mesmas tríades como Pithis – Alef – Xadú =<br />

Espaço Sem Limites (Purusha), e Xadú – Alef,<br />

Pithis = Espaço Com Limites (Prakriti). Por aqui<br />

se vê que o Filho ou Vishnu ocupa sempre o lugar<br />

do meio ou aquele que separa o Divino do Terreno<br />

como Hipóstase Celeste que é, e por isto tal<br />

emblema é chamado Satguna Chakra, no Ocidente<br />

levando o nome gnóstico Estrela de Mercúrio, este<br />

no sentido mais que sideral, filosófico ao referir-se<br />

à Alma Oculta do Cristo, que os Iniciados<br />

orientais chamam Estrela Resplandecente de<br />

Maitreya – o Messiah ou Avatara Síntese

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