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das pobres almas – não da boca física entenderam? – mas uma dor espiritual inexplicável, torturante e inexprimível, pois não há como<br />
medir. Mas, sim, ouvia! Ah! Como aquilo causa pavor!<br />
Estando ali, minha própria alma era esmagada pelo peso das tribulações das outras, que eu via desfilar na minha frente. A angustia<br />
interior delas era tamanha, que se notava a nítida falta de Deus e o vazio que isto provoca. Suas almas eram negras e manchadas pelos<br />
seus inúmeros pecados. Naquele estado interior lastimável, as almas soltavam brados e gemidos, por vezes gritos, tamanha a<br />
tribulação, a angustia, a dor que sentiam. Esta terrível situação, era às vezes confirmada por famílias inteiras que ali estavam em busca<br />
de cura e de conforto. Ingenuamente, elas não percebiam que ali, justamente ali, estava a fábrica diabólica, de todas as opressões,<br />
tristezas e loucuras do mundo: Satanás!<br />
Ninguém pode imaginar o que eu senti. Esta mesma coisa acontece – ó almas – em todos os terreiros de macumba deste mundo –<br />
maldito mundo – que se entrega ao inferno sem saber. Muitas vezes o interior das pessoas que por lá andam, é tão atribulado e<br />
torturado, que é impossível entender como elas vão buscar ainda mais tribulação naqueles ambientes. Como pode uma pessoa que já<br />
está desequilibrada emocionalmente encontrar equilíbrio em tais antros? Como elas podem achar ali a cura – que quando acontece é<br />
apenas disfarçada, mascarada, porque satanás tem sempre um objetivo maior em mente mais adiante – as almas –, e se naqueles antros<br />
está posta justamente a própria fonte de todas as doenças, tristezas, dores e angústias do mundo?<br />
NOVAS SESSÕES<br />
Continuando: Quando terminavam aquelas sessões malditas e o povo já se retirava de lá, aqueles médiuns todos – depois de já<br />
estarem “livres” de seus demônios – vinham e aproximavam-se de mim. Compreendam, estas pobres pessoas apenas sentem os<br />
efeitos dos demônios, mas na verdade não percebem o bicho asqueroso que nelas entra. Na verdade, se a gente disser, nem acreditam!<br />
Lembro que, enquanto havia pessoas no recinto, eles me deixavam sempre isolada. Tratavam-me de uma forma especial e diferente<br />
dos demais. Eu era especial para eles por algum motivo, mas sinto que os próprios médiuns não entendiam bem do que se tratava, mas<br />
os seus demônios sim! Sinto também que, não fosse a graça de Deus, eu seria trucidada por aqueles espíritos maus, pois eles sabiam<br />
ou desconfiavam que as minhas visões seriam usadas depois, como de fato agora acontece, passados tantos a<strong>nos</strong>. Eu própria jamais<br />
pude imaginar que isso aconteceria. Só agora estou sabendo o motivo, porque o próprio Jesus me pediu para escrever tudo.<br />
Deste modo, eles convenciam cada vez mais a minha mãe, que ela deveria levar-me lá mais e mais vezes, porque eu precisava<br />
“desenvolver”, pois eu lutava contra as entidades que queriam manifestar-se em mim e por isso a cura não se completava. Diziam que<br />
eu precisava “educar a minha mediunidade”. De fato, eles queriam que eu permanecesse ali para sempre, que aceitasse a “cura” de<br />
satanás, que poderia até acontecer, mas com toda a certeza ainda hoje eu estaria lá presa nas garras dele. E minha pobre mãe, iludida<br />
por eles, acreditava – quem sabe até me achando alguma coisa especial – e forçava a minha ida àqueles antros terríveis. Na verdade só<br />
de pensar em ter que voltar para lá, eu já entrava em pânico e não conseguia mais falar. Quando, às vezes, me sobrava um fio de voz,<br />
eu gritava: não, não e não! Deus não quer isso para mim. Pasmem, eles chegavam a até a procurar convencer-me de que, sim, Deus<br />
queria isso, e que era para o “meu bem”. É de estarrecer tamanha desfaçatez! E quantos caem nessa maldição?<br />
Quando enfim – depois de tanto eu insistir – lhes ficava claro que eu tinha visto aquela ação demoníaca, e que eu vira com os meus<br />
olhos a quem eles invocavam, ao invés de ficarem desesperados e fugirem dali para nunca mais voltar, aqueles infelizes joguetes do<br />
diabo ainda se admiravam. Achavam uma “graça” extraordinária este poder de Deus – nisso eles acertavam porque só por Deus isso<br />
acontece – e por isso me admiravam. Veja se pode! Eles mal sabiam que eu sentia dores terríveis por todo o corpo e que, depois de<br />
passada uma sessão daquelas, era como se eu tivesse levado uma enorme surra. Desde a ponta dos pés, até os fios do alto da minha<br />
cabeça, todo o corpo me doía terrivelmente.