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que me atraia a leitura da vida dos santos e santas da Igreja, pois eles viveram à luz da fé, dando todos profundas provas de Amor à<br />
Santíssima Trindade. E perguntei o motivo da sua pergunta! E ele respondeu que também gostava de espiritualidade...<br />
Mas, enquanto viajava, eu ia rezando o Terço, contando as Ave-Marias <strong>nos</strong> meus dedos, e invocando a cada oração, um dos nove<br />
coros angélicos e na décima os anjos da guarda. E lá ia eu rezando: Junto ao coro dos Serafins, Ave Maria... Junto ao coro dos<br />
Querubins, Ave Maria.. Junto ao coro dos Anjos da Guarda, Ave Maria... Por incrível que pareça, tão logo dei a resposta para aquele<br />
senhor, já o ambiente ficou pesado. E percebei imediatamente que a tal espiritualidade de que ele gostava, era exatamente aquela da<br />
qual eu não gostava. Percebi que ele era espírita, da pesada, e tentei rezar o Credo.<br />
Como já disse, o Credo é uma oração fortíssima contra satanás. Entretanto, era tamanha a dificuldade em rezar que percebi que<br />
havia uma batalha sendo travada no ar. Este senhor procurava de todos os meios e modos me distrair da oração, com alguma pergunta,<br />
ou algum movimento, enquanto ele próprio entoava mantras a satanás que eu ouvia, mas os outros passageiros não. De meu lado, eu<br />
procurava ganhar espaço para rezar o Credo. A um dado momento, senti o forte desejo de empunhar em minhas mãos o escapulário do<br />
Coração Imaculado de Maria que eu trazia no bolso.<br />
Então vi que ele se movimentou também, e levou sua mão às costas, enquanto puxava algo da nuca. Era uma pedra que parecia ter<br />
um olho verde no centro. Ele movia esta pedra e me olhava com os olhos de satanás. Bem vejo hoje que todas as pessoas que servem<br />
ao diabo mostram para mim estes olhos vermelhos. Olhos de Lúcifer mesmo! Da pedra saiam raios ou talvez eram reflexos do sol não<br />
sei bem.<br />
Ai, eu me entreguei completamente a Deus. Senti que o clima pesou definitivamente. Eu na luta com as Ave-Marias, mesmo unida<br />
aos coros angélicos e a oração a São Miguel já quase não suportava mais. No ônibus já não havia mais lugar para eu escapar, pois<br />
havia entrado mais gente e a minha salvação foi havermos chegado a uma cidadezinha. Foi onde desci para tomar um fôlego. Quando<br />
subimos, percebi que havia outros lugares vazios, mas ninguém aceitava que eu trocasse de lugar – pressão do bicho, decerto – mas<br />
lhes fiz ver que pagara o mesmo preço que eles e fui sentar bem lá na “cozinha”, no fundo do ônibus. Vi então aquele olhar de<br />
demônio me procurando o tempo inteiro. Ele sabia que eu me sentara lá atrás. Foi então que um sono de morte me pegou. Eu abria a<br />
boca o tempo inteiro e certamente algumas vezes cochilei.<br />
E hoje eu penso que lutas iguais, que muitas batalhas como esta que tive de enfrentar, por certo acontecem em todos os ambientes,<br />
nas ruas, no comércio, nas igrejas, nas casas de família, enfim, em todo lugar onde se reza. Onde alguém reza, sempre há espíritos<br />
maus por perto que, sentindo-se incomodados usam das pessoas para os afastar da oração. E isso <strong>nos</strong> faz também pensar quão imensa<br />
deve ter sido a luta de São Miguel e dos anjos de Deus para expulsarem os espíritos maus e o anjo negro para as trevas. Enfim, lembro<br />
ainda que aquele homem perverso havia dito que estava indo a uma certa cidade, fazer um “servicinho” na beira de um rio. Você já<br />
sabe de que se trata, não?<br />
FORÇA DO AMOR E DO PERDÃO<br />
Certa noite meu irmão chegou em casa completamente bêbado. Nós já dormíamos, me<strong>nos</strong> minha mãe que o aguardava. Segundo<br />
meu pai ele estava todo transtornado e falava coisas sem o menor sentido. E logo entrou em casa gritando, procurando por mim,<br />
porque queria me abraçar. Uma voz, porém me segredou aos ouvidos: Reza! Reza! Reza o terço! Assim que comecei a rezar, ouvi seus<br />
gritos lá fora, como de um animal, parecia machucado e gritava muito por mim. Mas percebi que se eu apenas rezasse, o Pai do Céu<br />
haveria de cuidar do resto para mim e assim fiz, pois a voz me pedia: Reza!