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Obra Completa - Universidade de Coimbra

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16 —<br />

Andam lá agora obras.<br />

E é <strong>de</strong> esperar que, transformada assim a casa on<strong>de</strong> se recolhiam noutro tempo os<br />

colegiais das or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> Santiago da Espada e <strong>de</strong> S. Bento <strong>de</strong> Avis da imundice tradicional<br />

do Hospital dos Lázaros só fique a memória.<br />

*<br />

Por causa da saída dos Lázaros <strong>de</strong> S. José dos Marianos houve renhida luta entre a<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, que <strong>de</strong> modo algum queria abandonar tal edifício, por não haver,<br />

em sua opinião, outro em <strong>Coimbra</strong> mais conveniente não só para residência dos asilados,<br />

mas ainda para accommodar em separado a projectada repartição <strong>de</strong> doentes alienados " 2 , e as<br />

Religiosas Ursulinas, que <strong>de</strong>sejavam estabelecer em <strong>Coimbra</strong> um colégio para a educação<br />

<strong>de</strong> meninas.<br />

Poi uma questão tremenda <strong>de</strong> que afinal, conforme escrevia em 1882 Costa Simões,<br />

sublinhando ironicamente algumas palavras da prosa grave da sua Noticia histórica dos<br />

Hospitaes da <strong>Universida<strong>de</strong></strong> <strong>de</strong>. <strong>Coimbra</strong>, saiu victoriosa a corporação do sexo fraco, com o<br />

po<strong>de</strong>roso auxilio do prelado da universida<strong>de</strong> e do governador civil <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong> 3 .<br />

As coisas <strong>de</strong>vem-se ter passado pouco mais ou menos assim.<br />

Um dia, aí pelos fins do ano <strong>de</strong> 1850, começou a correr pela Cida<strong>de</strong> um boato — as<br />

Ursulinas, que haviam saído da vila <strong>de</strong> Pereira, por ser insalubre, e se tinham recolhido,<br />

em <strong>Coimbra</strong>, no Convento <strong>de</strong> Santa Ana, <strong>de</strong>sejavam, para instalar o seu colégio <strong>de</strong> meninas,<br />

o edifício <strong>de</strong> S. José dos Marianos.<br />

E, como ganhasse vulto, o Dr. Macedo Pinto, na sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Piscai, chamou a<br />

atenção da Faculda<strong>de</strong>, na sessão do Conselho <strong>de</strong> 9 <strong>de</strong> Novembro, para a pretensão das<br />

religiosas 4 .<br />

Mas ninguém parece ter ligado importância <strong>de</strong> maior ao caso, até que um dia surgiu<br />

o <strong>de</strong>creto, que a Rainha assinara em 21 <strong>de</strong> Junho <strong>de</strong> 1851, mandando transferir o hospital<br />

dos lazaros... para o edijicio do extincto collegio dos Jeronimos, ou para qualquer outro que<br />

a facidda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medicina escolher em <strong>Coimbra</strong>, por ter sido <strong>de</strong>stinado, para collocação do<br />

collegio das religiosas ursulinas <strong>de</strong> Pereira... o edijicio do extincto convento <strong>de</strong> S. Jose dos<br />

Marianos da mesma cida<strong>de</strong> 5 .<br />

Foi só a 21 <strong>de</strong> Julho, ou seja um mês <strong>de</strong>pois, que a Faculda<strong>de</strong> tomou conhecimento<br />

do <strong>de</strong>creto, resolvendo representar ao G-ovêrno sôbre a melhor forma <strong>de</strong> o executar 6 , na<br />

disposição manifesta <strong>de</strong> ganhar tempo, nada fazendo enquanto não viesse resposta.<br />

Entretanto o Reitor, José Machado <strong>de</strong> Abreu, fazia sentir à Faculda<strong>de</strong> que, fosse<br />

qual fosse a resolução do conselho... havia <strong>de</strong> instar com o director dos hospitaes para executar<br />

o <strong>de</strong>creto, logo que, por parte da autorida<strong>de</strong> ou do collegio ursulino, apparecessem reclamações»<br />

1 .<br />

E, se bem o disse, melhor o fêz, forte como estava com o apoio do Governador Civil<br />

que, num ofício datado <strong>de</strong> 14 <strong>de</strong> Julho, <strong>de</strong>clarava pôr à disposição da Reitoria todos os<br />

meios ao seu alcance para que o Colégio <strong>de</strong> S. José dos Marianos fôsse <strong>de</strong>spejado 8 .<br />

E o pobre Director dos Hospitais, intimado por uma portaria do Reitor a <strong>de</strong>spejar o<br />

edijicio <strong>de</strong> S. Jose dos Marianos, e transferir os lazaros para o edijicio <strong>de</strong> 8. Jeronymo, emquanto<br />

1 SIMÕES DE CASBTO, Guia historico, pág. 149.<br />

2 COSTA SIMÕES, Noticia histórica, págs. 56 e 57.<br />

3 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 57.<br />

4 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 58.<br />

5 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 58 e 59.<br />

6 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 60.<br />

' I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 60.<br />

8 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 59.

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