Obra Completa - Universidade de Coimbra

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estavam, como sabemos, no andar de cima do Colégio das Artes desde 5 de Janeiro de
1853.
A 11 de Setembro dêsse mesmo ano mudou-se para lá também a enfermaria dos homens
com moléstias cirúrgicas.
No andar de baixo continuava o Liceu. O hospital só aí tinha a despensa, a cozinha
e o refeitório.
Depois, como a 10 de Novembro os Lázaros tivessem passado para o Colégio dos
Militares, foram, nos dias 16 e 18 dêsse mesmo mês, mudadas as mulheres para o edifício
de S. Jerónimo l .
Assim foi abandonado o hospital da Couraça, que, no entanto, ainda tornou a abrir
as suas portas para receber doentes por ocasião da epidemia de cólera que, nos anos de 55
e 56, assolou o país.
Mas foi por pouco tempo.
Só funcionou, de facto, êste Hospital de coléricos de 20 de Outubro a 13 de Dezembro
de 1855, de 30 de Janeiro a 12 de Fevereiro de 1856 e de 15 de Agosto a 22 de Novembro
do mesmo ano 2 .
E nunca mais para lá voltaram doentes.
Acabara de vez o hospital estabelecido no antigo Colégio dos Jesuítas.
As salas que êle ocupava, foi-as, pouco a pouco, a Faculdade de Medicina adaptando
depois para as suas instalações laboratoriais, num persistente trabalho de muitos anos.
Fizeram-se lá, sobretudo no último quartel do século passado, obras importantes, que
modificaram mais ou menos o antigo aspecto das casas.
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Entretanto o novo Hospital procurava estender-se para melhor ir instalando as suas
dependências.
Em 1870, depois de repetidas instâncias da Faculdade de Medicina, saiu emfim o Liceu
do Colégio das Artes, para se transportar para S. Bento, onde ficou 3 .
Acabou dêste modo a estranha anomalia de haver, debaixo do mesmo tecto, paredes
meias, um estabelecimento de ensino secundário e outro destinado a receber doentes.
E o Hospital ficou de posse de todo o pavimento inferior do Colégio das Artes, onde
já anteriormente, em Setembro de 1855, se tinha estabelecido uma enfermaria de mulheres
4 .
Foi assim que os Hospitais da Universidade vieram a ocupar todos os edifícios por
onde actualmente se estendem — o Colégio das Artes, o Colégio de S. Jerónimo e o
Colégio dos Militares.
Só lhes faltam ainda as ruínas do Observatório Astronómico, começado a construir,
no tempo do Marquês, no sitio onde fôra o Castelo da Cidade, que mais tarde, a pedido
de Costa Simões, foram cedidas pelo Ministério do Reino, bem como os terrenos em volta,
para aí se acomodarem as repartições da lavandaria e rouparia e as arrecadações do fato
dos doentes s .
1 COSTA SIMÕES, Estatística pathologica doe Hospitaei da Universidade, O Instituto, vol. n, n.° 22 de 15 de
Fevereiro de 1854.
2 COSTA SIMÕES, Noticia histórica, pág. 151.
3 Idem, ibid., pág. 84.
4 Idem, ibid., pág. 83.
I COSTA SIMÕES, Reconstrucções e novas construcções, pág. 12.
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