Obra Completa - Universidade de Coimbra
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Ora, aí pelos anos <strong>de</strong> 1888, <strong>de</strong>vido aos esforços <strong>de</strong> Refoios e <strong>de</strong> outros, começou-se a<br />
pensar a sério na construção dum novo Hospital.<br />
Em 1891, uma Comissão <strong>de</strong> Professores levou uma representação da Faculda<strong>de</strong> ao<br />
sr. Ministro do Reino e da Instrucção Publica, dr. Antonio Candido, que com uma promptidão<br />
e <strong>de</strong>dicação inexcediveis obteve do ministro das <strong>Obra</strong>s Publicas a ce<strong>de</strong>ncia do edificio, outr'ora<br />
<strong>de</strong>stinado a paço episcopal, no bairro <strong>de</strong> Sant'Anna, e a nomeação d'um engenheiro arcliitecto<br />
para levantar a planta e fazer o projecto d'um novo hospital no qual seja incorporado o referido<br />
paço episcopal.<br />
A Camara Municipal <strong>de</strong> <strong>Coimbra</strong>, presidida por um professor da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina,<br />
o sr. dr. Costa Allemão, o fereceu para o novo hospital uma area importante <strong>de</strong> terreno, que ha<br />
pouco tinha adquirido n'aquelle mesmo local l .<br />
A Junta Geral do Distrito veio também em auxílio, resolvendo, por proposta <strong>de</strong> Sousa<br />
Refoios, auxiliar com 10 contos as <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> construção dêsse novo hospital 2 .<br />
Para estudar o plano das obras, a Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina, na sua congregação <strong>de</strong><br />
22 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong> 1890, nomeou uma Comissão composta dos seguintes professores —<br />
Fernando <strong>de</strong> Melo, presi<strong>de</strong>nte; João Jacinto e Daniel <strong>de</strong> Matos, vogais; Augusto Rocha,<br />
relator; Sousa Refoios, secretário 3 .<br />
Não fêz gran<strong>de</strong> coisa.<br />
Ficou-se nos pontos <strong>de</strong> vista gerais, sem <strong>de</strong>scer a minúcias.<br />
Assentou que o novo Hospital <strong>de</strong>veria ser construído em pavilhões e comportar<br />
800 doentes, que cada pavilhão <strong>de</strong>veria ter uma sala com 30 camas, três quartos <strong>de</strong><br />
isolamento, uma casa para distracção dos doentes <strong>de</strong> pó, uma pequena cozinha e<br />
mais os compartimentos necessários para casa <strong>de</strong> banhos, retretes e habitação <strong>de</strong> enfermeiros.<br />
Assentou mais que seriam precisos 80 a 100 mil metros quadrados e que os terrenos<br />
compreendidos entre o Paço <strong>de</strong> Santa Ana e o Penedo da Sauda<strong>de</strong> se prestavam muito<br />
bem para -esta construção 4 .<br />
E mais não disse ao que parece, porque se <strong>de</strong>sconjuntou em pouco tempo.<br />
Rocha foi-se embora, com efeito, logo no dia 18 <strong>de</strong> Dezembro do ano <strong>de</strong> 91;<br />
Fernando <strong>de</strong> Melo a 18 <strong>de</strong> Abril do ano seguinte e Daniel <strong>de</strong> Matos a 7 <strong>de</strong> Novembro 5 .<br />
E»a Comissão ficou coxa, até se reconstituir em 1892, com a entrada <strong>de</strong> Lopes Vieira<br />
e Costa Simões.<br />
Foram então assim distribuídos os cargos — presi<strong>de</strong>nte, João Jacinto; vogal, Lopes<br />
Vieira; relator, Costa Simões; secretário, Refoios 6 .<br />
Ora <strong>de</strong>sta feita aconteceu coisa parecida com o que, noutros tempos, tinha acontecido<br />
com uma outra Comissão <strong>de</strong> que Costa Simões também fizera parte.<br />
No curto espaço <strong>de</strong> um mês apareciam dois esboços do futuro Hospital feitos por Costa<br />
Simões, que vinha, por sua alta recreação, matutando há tempos no caso, e que tinha,<br />
além disso, estudos feitos a propósito da construção doutros hospitais que era possível<br />
agora aproveitar 7 .<br />
Apesar <strong>de</strong> velho, era ainda o mesmo homem <strong>de</strong> sempre.<br />
1 SOUSA REFOIOS, Relatorio, pág. 259.<br />
2 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 259.<br />
3 COSTA SIMÕES, Reconstrucçòes e novas construcções, pág. 195.<br />
4 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 196.<br />
s I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 196.<br />
6 I<strong>de</strong>m, ibid., pág. 196.<br />
i I<strong>de</strong>m, ibid., págs. 199 e 200.