PSEUDOMIXOMA PERITONEAL
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<strong>PSEUDOMIXOMA</strong><br />
<strong>PERITONEAL</strong><br />
SERVIÇO DE CIRURGIA GERAL<br />
HOSPITAL FEDERAL CARDOSO FONTES<br />
CHEFE: Dr. Antonio Marcílio<br />
RESIDENTE: Bruno Campos Rodrigues
Conceito:<br />
INTRODUÇÃO<br />
Condição patológica que acomete o peritoneo, caracterizada pela produção de grandes<br />
quantidades de líquido mucinoso, que preenche a cavidade peritoneal<br />
São tumores raros, e não – invasivos, com característica de apresentar fenômeno de<br />
redistribuição por implantes tumorais<br />
História:<br />
1842 > primeiro caso - Rokitansky<br />
1884 > nomeado como pseudomixoma - Werth (ovário)<br />
1901 > apêndice - Frankel
Origem:<br />
ovário x apêndice vermiforme<br />
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA<br />
OVÁRIO APÊNDICE<br />
Baixo grau de malignidade Tumores ovarianos bilaterais<br />
MTX ovário? Predominantemente à direita<br />
Coloração imuno – histoquímica<br />
diferente<br />
Implantação do tumor na<br />
superfície ovariana
Origem:<br />
EPIDEMIOLOGIA<br />
ovário x apêndice vermiforme<br />
São os locais mais comuns<br />
1. Apêndice > hiperplasia mucosa, cistoadenoma e<br />
cistoadenocarcinoma<br />
2. Ovário > cistoadenocarcinoma e tumures mucinosos<br />
Ocasionalmente:<br />
cólon, mama, endométrio, pâncreas, ducto biliar comum, úraco e<br />
ducto onfalomesentérco
EPIDEMIOLOGIA<br />
Incidência > 1:1.000.000 / 2 casos:10.000 laparotomias<br />
Mulher > Homem<br />
55 anos<br />
Sobrevida em 5 e 10 anos<br />
75% e 60% respectivamente<br />
Causa de morbimortalidade<br />
obstrução intestinal<br />
ascites mucinosas recorrentes
Dor abdominal<br />
QUADRO CLÍNICO<br />
Distensão abdominal<br />
Massa palpável<br />
Queixas urinárias<br />
Sintomas inespecíficos
QUADRO CLÍNICO<br />
Achados operatórios<br />
livre ou organizado<br />
Coloração amarelo - acinzentado<br />
Acomete o omento e superfícies peritoneais
Quadro clínico<br />
DIAGNÓSTICO<br />
Ultrassonografia abdominal<br />
Punção por agulha fina<br />
TC<br />
RNM<br />
Operatório > aspecto macroscópico de ascite mucinosa<br />
e implantes.
USG TC RNM<br />
Ascite septada Ascite septada Valores T1 e T2 mais<br />
baixos que o da ascite,<br />
pseudocistos, e mais<br />
baixo ainda que o da<br />
água<br />
Ecos esparsos Massa densa de limites<br />
definidos, paredes finas,<br />
espalhadas na pelve e<br />
abdome<br />
Não movem com a<br />
mudança de decúbito<br />
Lobulações do fígado e<br />
baço<br />
Material heterogêneo,<br />
densidade de gordura<br />
Lobulações do fígado e<br />
baço<br />
Massa cística com septos<br />
espessados, intensidade<br />
de sinal elevada
TRATAMENTO<br />
NÃO RESPONDE A QUIMIOTERAPIA SISTÊMICA<br />
CIRURGIA CITORREDUTORA<br />
QUIMIOTERAPIA HIPERTÉRMICA LOCALIZADA<br />
INTRA – ABDOMINAL IMEDIATAMENTE APÓS A<br />
CIRURGIA<br />
OUTRAS SESSÕES DE DIÁRIAS DE QT INTRA -<br />
ABDOMINAL
TRATAMENTO<br />
Cirurgia citorredutora:<br />
Reitirar todas as secreções mucinosas (remoção dos implantes<br />
peritoneais)<br />
Peritonectomia<br />
Ressecção de órgãos ou estruturas comprometidas<br />
Apendicectomia<br />
Sobrevida em 5 anos:<br />
92% > ótima<br />
48% > moderada<br />
20% > grosseiras<br />
Clinical Ocology 2003<br />
Published by Elsevier Science Ltd on behalf of The Royal<br />
College of Radiologistis
TRATAMENTO<br />
CC - 0 Sem lesão macroscópica<br />
CC - 1 Dç residual < 2,5mm<br />
CC – 2 Nódulos entre 2,5 e 25mm<br />
CC - 3 Nódulos > 25mm ou confluentes<br />
Prática Hospitalar – Dez / 2003
Prática Hospitalar – Dez / 2003
TRATAMENTO<br />
Quimioterapia intra abdominal hipertérmica<br />
Critérios de seleção:<br />
1. Origem do tumor primário<br />
2. Características anatomopatológicas<br />
3. Doença restrita a cavidade peritoneal<br />
4. Extensão da disseminação<br />
5. Citorredução ótima, subótima, falha<br />
6. Condição clínica do paciente<br />
Prática Hospitalar – Dez / 2003
TRATAMENTO<br />
Quimioterapia intra abdominal hipertérmica<br />
PREVENTIVA TERAPÊUTICA<br />
Minimizar risco de<br />
recidiva<br />
Disseminação<br />
peritoneal
TRATAMENTO<br />
Quimioterapia intra abdominal hipertérmica<br />
Efeito potencializado pelo calor<br />
1. Melhora o transporte ativo das drogas<br />
2. Alteração do metabolismo<br />
3. Reduz a pressão de fluxo do interstício tumoral<br />
4. Remoção de celulas tumorais flutuantes<br />
5. Efeito tóxico direto do calor
TRATAMENTO<br />
Quimioterapia intra abdominal hipertérmica<br />
1 sessão imediatamente após a ciruia<br />
5 sessões diárias consecutivas
5 ANOS:<br />
ACOMPANHAMENTO<br />
EXAME LAB 3/3 MESES<br />
TC 6/6M<br />
APÓS 5 ANOS:<br />
EXAME LAB 6/6 MESES<br />
TC 12/12M
PROGNÓSTICO<br />
PROGNÓSTICO RUIM:<br />
1. ENVOLVIMENTO HEPÁTICO<br />
2. DEMORA PARA TTO<br />
3. PRESENÇA DE TUMORES SÓLIDOS AO EXAME<br />
ABDOMINAL<br />
4. CEA E CA 125 ELEVADOS<br />
5. CITORREDUÇÃO INCOMPLETA<br />
6. DISTRIBUIÇÃO INADEQUADA DA QUIMIOTERAPIA<br />
INTRA ABDOMINAL
RELATO DE CASO<br />
27/07/2010<br />
ID.: G.R.S, 50 anos, feminina, solteira, natural RJ, “do lar”.<br />
HDA: Dor pélvica e poliúia há 7 meses, evoluindo com piora. Procurou<br />
atendimento ambulatorial. Foi solicitado TC de abdome e pelve que<br />
evidenciou: formação expansiva, predominantemente cística, de<br />
paredes finas, medindo 20x12x12cm, ocupando a região abdominal e<br />
pélvica, comprimindo a bexiga, desviando lateralmente os ureteres,<br />
com hidronefrose bilateral E>D.<br />
HPP: sem comorbidades, segmentectomia em 2006 mama esq (histopat -<br />
), HTA + salpingooforectomia E em 2007 (histopat -)<br />
HS: ex tabagista (parpu há 8 anos)<br />
HF: mãe, avó e tia CA mama<br />
Abdome: Flácido e indolor, massa palpável em reg. hipogástrica.<br />
Ectoscopia e exame físco sem alterações
RELATO DE CASO<br />
Risco cirúrgico ASA II<br />
28/07/2010<br />
Foi submetida a laparotomia exploradora devido a massa cística em região<br />
abdominal.<br />
Boletim Operatório<br />
Incisão mediana<br />
Encontrado gde qtd de líquido mucinoso na cavidade abdominal, e massa<br />
cística em região pélvica, implante do líquido por toda a cavidade<br />
abdominal.<br />
Houve lesão da região retossigmóide durante o descolamento da massa<br />
cística<br />
Foi encontrado tumoração endurecida em ângulo esplênico<br />
Realizado hemicolectomia esquerda + colostomia, retirando a lesão de ângulo<br />
esplênico, lavagem da cavidade e retirada de implantes mucinosos da<br />
cavidade.
RELATO DE CASO<br />
Internação: 27/07/10/26/08/10<br />
Histopaológico:<br />
(A) Adenocarcinoma de cólon, moderadamente diferenciado,<br />
margens livres de neoplasia. 6 linfonodos negativos<br />
(B) Adenocarcinoma mucinoso<br />
Iniciou acompanhamento na oncologia no dia 09/09/10<br />
Sem QT<br />
Marcadores tumorais negativos
RELATO DE CASO<br />
29/01/10<br />
ID.: J.J.S, masculino, 67 anos, aposentado, natural da Paraiba, casado<br />
HDA.: Dor abdominal em região hipogástrica e FID há 3 anos, realizou USG<br />
Abd que mostrava massa abdominal (sic), Fez TC de abdome que<br />
evidenciou formação cística, de limites bem definidos, contorno irregular,<br />
lobulada e septada, parede fina, captando contraste, mantendo<br />
vascularização.<br />
HPP.:sem comorbidades<br />
HS.: tabagismo por 27 anos, etilismo social<br />
HF.: NDN<br />
Abdome.: massa palpável em FLD e FID, dura, fixa, indolor<br />
Ectoscopia e exame físico normais
RELATO DE CASO<br />
Risco cirurgico ASA II<br />
Marcadores tumorais negativos<br />
Dificuldade de realizar colono devido ao preparo de cólon<br />
Colonoscopia 26/02/10 = normal<br />
12/03/10<br />
Boletim operarório:<br />
Incisão mediana<br />
Encontrado gde qtd de líquido mucinoso na cavidade abdominal,<br />
tumoração ocupando 2/3 distais do apêndice vermiforme<br />
Realizado apendicectomia, sepultamento do coto apendicular,<br />
lavagem da cavidade e retirada do liquido mucinoso
RELATO DE CASO<br />
Internação: 18/02/10 – 21/03/10<br />
Histopatológico:<br />
Liquido peritoneal mucinoso<br />
Mucocele de apêndice, com extravazamento de aterial mucinoso para<br />
o meso a apêndice<br />
Acompanhamento apenas na cirurgia geral
Mucocele do apêndice<br />
Dilatação cística do apêndice devido ao acúmulo de<br />
material mucinoso em sua luz.<br />
Apresentações:<br />
Mucocele simples; cistadenoma mucinoso;<br />
cistoadenocarcinoma mucinoso<br />
Pior complicação da mucocele do apêndice ><br />
pseudomixoma peritoneal<br />
TTO cirurgico = hemicolectomia direita /<br />
apendicectomia?
DISCUSSÃO<br />
São tumores raros, e não - invasivos, que acomete o peritoneo com grandes<br />
quantidades de líquido mucinoso com característica de apresentar<br />
fenômeno de redistribuição por implantes tumorais<br />
Mais comum originar – se do apêndice ou do ovário<br />
Diagnóstico clínico e por imagem não muito fáceis<br />
Encontrado líquido mucinoso (gelatinoso, amarelado) por toda a cavidade<br />
Tratamento cirúrgico (cirurgia citorredutora / hemicolectomia direita) associado<br />
a quimioterapia hipertérmica<br />
Acompanhamento ambulatorial<br />
Complicações devido aos implantes peritoneais de repetição e obstrução<br />
intestinal.
FIM