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do Povo

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ANNO III—N. e 83© O DEFENSOR DO POVO 3 o de setembro de 1894<br />

Salvação publica<br />

Foi experimentada no <strong>do</strong>mingo<br />

passa<strong>do</strong>, e dan<strong>do</strong> magnifico resulta<strong>do</strong>,<br />

o concerto feito na machina<br />

da Corporação de Salvação Publica,<br />

que rebentou quan<strong>do</strong> trabalhava<br />

no incêndio no cemiterio<br />

velho.<br />

Como se tornou difficil fazerse<br />

o concerto nesta cidade, em<br />

razão de se ter de fundir a peça<br />

em que assenta a camara d'ar,<br />

foi feito pelo distincto artista de<br />

serralheiro, e commandante da<br />

referida corporação, o sr. José<br />

Leopoldino.<br />

É' digno de elogio o sr. José<br />

Leopoldino; e muito folgámos que<br />

se desenvolvam nesta cidade os<br />

bons artistas, para que se não<br />

tenha de recorrer a outra cidade.<br />

Fogos<br />

Hontem pelas 9 horas da manhã<br />

deram as torres signal de incêndio<br />

o qual se havia communica<strong>do</strong><br />

em uma loja da rua de Borges<br />

Carneiro. Compareceram todas<br />

as corporações com o seu<br />

material, sen<strong>do</strong> os primeiros a<br />

chegar ao local <strong>do</strong> sinistro os<br />

Bombeiros Voluntários com a<br />

bomba n.° 2 da 2. a esquadra, e<br />

quasi <strong>do</strong>s últimos os Municipaes,<br />

Não valle a pena cansarem-se.<br />

srs. Municipaes, as vidas estão<br />

curtas, e para ganharem o premio<br />

basta que vão quan<strong>do</strong> o fogo estiver<br />

apaga<strong>do</strong>.<br />

Uns alhos estes municipaes.<br />

O fogo foi promptamente extincto,<br />

sen<strong>do</strong> pequenos os prejuízos.<br />

*<br />

Pelas 3 e l /t horas da tarde<br />

manifestou-se novamente incêndio<br />

na mesma casa, sem consequências<br />

também. Os primeiros bombeiros<br />

que chegaram, foram também<br />

os Voluntários.<br />

Limpeza<br />

E' necessário que a camara<br />

lembre ao sr. commissario, o<br />

cumprimento das posturas municipaes,<br />

na parte que diz respeito<br />

aos depositos de estrume que se<br />

acham na cidade. E' triste.<br />

Cemiterio da Conchada<br />

Na semana finda enterraram-se os<br />

seguintes cadaveres:<br />

João da Silva Espingarda, filho<br />

de Manuel da Silva Espingarda, e<br />

Maria da Silva Espingarda, de Coimbra,<br />

de 80 annos. Falleceu de cvslite-chronica,<br />

no dia 18.<br />

Laura, filha de Thiago Ferreira<br />

d'Albuquerque e Maria José Rocha e<br />

Albuquerque, de Coimbra, de 8 annos.<br />

Falleceu de dipheleria, no dia 18.<br />

Total <strong>do</strong>s cadaveres enterra<strong>do</strong>s<br />

neste cemiterio —17:523.<br />

n Folhetim <strong>do</strong> Defensor <strong>do</strong> <strong>Povo</strong><br />

J. MÉRY<br />

DÉBORA<br />

xx<br />

Um almirante<br />

e <strong>do</strong>is passageiros<br />

—Senhor Conde, disse, tu<strong>do</strong> se<br />

pôde conciliar. Escrevemos, v. ex. a<br />

e eu, as nossas ultimas vontades,<br />

declaran<strong>do</strong> que terminamos a nossa<br />

vida pelo suicídio. Assim, dispensamos<br />

nós de testemunhas.<br />

— Na verdade, almirante, disse<br />

Talormi cruzan<strong>do</strong> os braços<br />

sobre o peito, v. ex. a não é feliz<br />

na escolha de seus expedientes<br />

de duello secreto... Se eu proprio<br />

succumbir, a quem fareis<br />

acreditar em Roma que o conde<br />

Talormi, joven, rico, feliz se suicidasse<br />

desgostoso da vida, na<br />

sua lua de mel com Clélia? Dirse-á<br />

que um rival infeliz matou<br />

traiçoeiramente o conde Talormi.<br />

Desastre<br />

No sabba<strong>do</strong>, 22, quan<strong>do</strong> a familia<br />

<strong>do</strong> sr. Adelino Ferrão passava<br />

na rua da Fonte, na Figueira, onde<br />

está a fazer uzo de banhos <strong>do</strong><br />

mar, descia a mesma rua uma carroça,<br />

guiada por um carroceiro<br />

qualquer, senta<strong>do</strong> na almofada.<br />

Como a rua é muito Íngreme,<br />

o cavallo desbocou-se e foi atropelar<br />

a sogra <strong>do</strong> nosso amigo que<br />

levava a filhinha <strong>do</strong> sr. Ferrão<br />

ao collo, e que devi<strong>do</strong> a isso e á<br />

sua edade, não poude fugir. A pobre<br />

senhora caiu, fican<strong>do</strong> muito<br />

mal tratada e fracturan<strong>do</strong> uma<br />

clavícula e a creança que levava<br />

ao colo foi violentamente arremessada<br />

ao chão, fican<strong>do</strong> muito contundida.<br />

Este desastre impressionou<br />

muito toda a gente que d'elle teve<br />

conhecimento; se a policia cumprisse<br />

o seu dever e não fechasse os<br />

olhos ao abuso que os carroceiros<br />

praticam de ir sobre as carroças a<br />

guial-as, o que deve ser prohibi<strong>do</strong>,<br />

já se não davam d'estes desastres.<br />

Cumpre, pois, á camara e á policia,<br />

que actualmente alli está evitar que<br />

se repitam estes acontecimentos e<br />

para isso basta que só permitia<br />

que os conductores das ditas<br />

carroças as conduzam dentro da<br />

cidade á redea.<br />

X<br />

.A abobora<br />

Uma folha estrangeira diz, que<br />

a abobora de qualquer especie é<br />

o melhor antí<strong>do</strong>to da strychinina<br />

ou de outro qualquer veneno <strong>do</strong>s<br />

mais activos.<br />

Está prova<strong>do</strong> isto, — ajunta a<br />

mesma folha, por experiencias<br />

feitas em um cão, ao qual deram<br />

por trez vezes strychinina, em<br />

augmento progressivo de <strong>do</strong>se,<br />

cessan<strong>do</strong> os efleitos <strong>do</strong> veneno<br />

logo que o animal comia abobora.<br />

E' também este vegetal o melhor<br />

<strong>do</strong>s remedios contra o envenenamento<br />

causa<strong>do</strong> pela decomposição<br />

<strong>do</strong>s utensílios de ferro<br />

uza<strong>do</strong>s nas cosinhas.<br />

MOVIMENTO COMMERCIAL<br />

Os cereaes e legumes regulam<br />

pelos seguintes preços:<br />

Milho branco, 3go—Dito amarello,<br />

3go — Trigo de Celorico,<br />

graú<strong>do</strong>, 55o —Dito tremez, 53o<br />

— Feijão vermelho, 56o—Dito<br />

branco, 420—Dito raja<strong>do</strong>, 410—<br />

Dito frade, 420—Centeio, 460—<br />

Cevada, 3oo — Grão de bico,<br />

graú<strong>do</strong>, 58o—Dito meu<strong>do</strong>, 56o—<br />

Favas, 390 — Tremoços, 260.<br />

*<br />

O agio das libras a 13&100;<br />

ouro nacional, graú<strong>do</strong>, a 23 '/a,<br />

e o miú<strong>do</strong> a 22 72 %.<br />

Esta suspeita odiosa pôde recair<br />

sobre v. ex. a<br />

— Meu Deus, senhor, diz Van-<br />

Ritter baten<strong>do</strong> com o pé, que<br />

tempo perdemos em subtilezas<br />

inúteis!<br />

— Como, interrompeu Talormi,<br />

com um ar de franqueza to;<br />

cante, como um homem de alta<br />

intelligencia e de tão bom senso<br />

pôde tratar de subtilezas inúteis<br />

um/ racioccinio tão justo! De<br />

boa fé, almirante, crê que seja<br />

possível bater-nos sem testemunhas<br />

?<br />

— Conde Talormi, disse bruscamente<br />

o almirante, as testemunhas<br />

são confidentes; ha já muitos<br />

escandalos em volta <strong>do</strong> nome de<br />

uma mulher. Nem mais palavra!<br />

Silencio e acção! Acredita-me disposto<br />

a tomar ainda debaixo <strong>do</strong><br />

braço <strong>do</strong>is fidalgos romanos para<br />

lhes contar tristes coisas, e fazel-os<br />

sorrir em quanto elles<br />

terão o ar de me lastimar? A<br />

astúcia italiana é temível para<br />

certas questões; ella já tem usa<strong>do</strong><br />

bastante <strong>do</strong>s seus direitos; não<br />

quero que abuse mais por minha<br />

culpa...<br />

De resto, o homem que não<br />

Monte-Pio Conimbricense<br />

MARTINS DE CARVALHO<br />

Balancete da receita e depeza desde<br />

1 de maio até 31 d'agoslo de<br />

1894.<br />

RECEITA<br />

Quotas... 619,5740<br />

Ditas para botica 60,5540<br />

Jóias 33,5500<br />

Multas... 62)5100<br />

Juros, móra, e multa. 253,5425<br />

Cedencia de soccorros. 280<br />

Dita feita pelos pliarmaceuticos<br />

50$945<br />

1:080$531<br />

Fun<strong>do</strong>s existentes em 30<br />

dabril 10:284,5287<br />

DESPEZA<br />

11:364^818<br />

Soccorros pecuniários. 220)5980<br />

Ditos pharmaceuticos.. 298)5396<br />

Pensões 152,5500<br />

Subsídios a inváli<strong>do</strong>s.. 89)5575<br />

Ditos para funeraes... 14)5400<br />

Vencimentos 150,5000<br />

Renda de casas 30,5000<br />

Decima de juros 5$200<br />

Papel e impressos... . 16,5100<br />

Encadernação de livros. 3,5400<br />

Papel e impressão <strong>do</strong>s<br />

estatutos 29,5000<br />

Idem <strong>do</strong> relatorio de<br />

1893 34,5000<br />

Expediente 7,5530<br />

2 tinteiros e uma campainha<br />

8$300<br />

2 mezas e 2 cadeiras. 27)5000<br />

Lavatorio completo... 5)5500<br />

1:090,5881<br />

Fun<strong>do</strong>s existentes em<br />

31 d'agosto 10:273)5937<br />

O presidente,<br />

11:364,5818<br />

Januario Damasceno Ratto.<br />

O secretario,<br />

José Manso de Carvalho.<br />

Correspondência<br />

Castanheira de Pera, 27.<br />

Escrevi, na minha ultima correspondência,<br />

conslar-me que a fonte<br />

publica, se achava em um deplorável<br />

esta<strong>do</strong>. Fui lá e anojei me de tanta<br />

porcaria. Parece impossível que uma<br />

terra como a Castanheira que querem<br />

dizer um modelo <strong>do</strong> progresso e<br />

para a qual alguém já se lembrou de<br />

incitar o povo a pedir o julga<strong>do</strong> municipal,<br />

esteja tão atrazada. Se um<br />

dia fosse affectada de qualquer febre<br />

maligna (aparte outra febre maligna<br />

que sempre impera 110 seio) estavamos<br />

to<strong>do</strong>s perdi<strong>do</strong>s. Pelo que vejo,<br />

isto é um modelo da porcaria, e<br />

quer bater-se encontra sempre<br />

boas razões para encobrir a sua<br />

cobardia.<br />

A estas palavras, Talormi fez<br />

um movimento soberbo e, toman<strong>do</strong><br />

um tom secco continuou:<br />

— Almirante, fiquemos aqui e<br />

acabemos; eu quero fazer-lhe uma<br />

concessão. Acceito bater-me com<br />

uma testemunha, uma única testemunha<br />

para nós <strong>do</strong>is, pôde<br />

mesmo v. ex. a tomal-a da condição<br />

mais humilde, ainda que não<br />

queira pessoas de alta sociedade;<br />

pôde mesmo escolher de sua própria<br />

casa, d'aqui, no Vaticano, ou<br />

na praça Navonne. Seria sempre<br />

uma testemunha acceite por mim.<br />

Vê, almirante, que eu não sou muitó<br />

exigente? Proponha-me um crea<strong>do</strong>,<br />

um intendente, um escudeiro,<br />

um homem emfim já inicia<strong>do</strong> em<br />

to<strong>do</strong>s os seus segre<strong>do</strong>s de familia,<br />

e to<strong>do</strong>s cs meus escrupulos estão<br />

destruí<strong>do</strong>s. Ousará dizer, pois, almirante,<br />

que eu procure uma desculpa<br />

para evitar este duello?<br />

Van-Ritter reflectiu um instante,<br />

e respondeu:<br />

— Está aqui muito proximo<br />

um homem que acaba de dar provas<br />

de dedicação a nossa familia<br />

áquelles que mais obrigação teriam |<br />

de saenar tantos males, a<strong>do</strong>ptan<strong>do</strong> ou<br />

fazen<strong>do</strong> a<strong>do</strong>ptar rigorosas medidas de<br />

liygiene são os primeiros a <strong>do</strong>rmir<br />

sobre o caso, já porque vivem ou<br />

chapinham no mesmo charco de immundicie,<br />

já porque talvez lhes convenha<br />

tal esta<strong>do</strong> de coisas: porque<br />

se governam melhor, porque não<br />

têem assim cuida<strong>do</strong>s.<br />

A agua da Castanheira e me>mo<br />

a de to<strong>do</strong>s estes sítios, é a melhor<br />

que tenho encontra<strong>do</strong>.<br />

Pena é, pois, que não nos seja<br />

da<strong>do</strong> o prazer de a poder ver bem<br />

cuidada, isentan<strong>do</strong>-a de se misturar<br />

com porcarias que lo<strong>do</strong>s bebemos<br />

sem saber. Ja não quero que se<br />

construísse um chafariz no centro da<br />

povoação; mas ao menos no proprio<br />

togar onde actualmente é colhida a<br />

agua.<br />

Não seria muito avultada a despeza<br />

e aquelle que conseguisse tal<br />

melhoramento sempre ficaria na memoria<br />

<strong>do</strong> povo Castanheirense.<br />

Lembro isto ao presidente da<br />

camara municipal de Pedrogam.<br />

Como filho da terra, quasi, onde<br />

tem grangea<strong>do</strong>, talvez, tu<strong>do</strong> o que<br />

possue, praticaria um acto de benemerito.<br />

Oxalá que o meu pedi<strong>do</strong> seja<br />

attendi<strong>do</strong>, a bem de to<strong>do</strong>s, e que<br />

breve me digam:<br />

«A Castanheira vae ter um chafariz.<br />

Nesse dia eu gritarei: Urrah<br />

pfelo presidente da camara de Pedrogam<br />

1<br />

*<br />

Dizem-me que nós to<strong>do</strong>s andamos<br />

ás escuras pelas ruas da povoação<br />

e dizem-me que isto não pôde<br />

ser nem deve.<br />

Estranho que amigos meus se<br />

admirem d'esla falta. Quan<strong>do</strong> Goethe<br />

estava proximo a expirar, disse:<br />

Mais luz! Pois apesar d'isso havemos<br />

de morrer ás escuras. Não admirará<br />

pois, que os últimos sejam os primeiros.<br />

Eu não deixarei de desejar vêr<br />

onde ponho os pós quan<strong>do</strong> an<strong>do</strong> de<br />

noite e poder dar conta de qualquer<br />

malandro que se incubra com a sombra,<br />

esperan<strong>do</strong> occasião de me aggredir.<br />

Este pedi<strong>do</strong>, pois,—de mais luz!<br />

é feito quasi que exclusivamente em<br />

meu nome, a bem das minhas costas,<br />

a um amigo que certamente concebe<br />

o segre<strong>do</strong> da minha revelação.<br />

Que os registos das candeias,<br />

pois, dêem mais uma volta á torcida<br />

e que o homem que nos deixa ás<br />

escuras ás 10 '/a horas da noite, as<br />

apague mais ce<strong>do</strong>, é o que cu estimo.<br />

*<br />

Acaba de se estabelecer aqui um<br />

club de dança com musica. A sociedade<br />

couta já alguns adeptos distinctos<br />

e apaixona<strong>do</strong>s. A Castanheira<br />

está progredin<strong>do</strong> muitíssimo.<br />

*<br />

Vin<strong>do</strong> das Caldas de Aregos onde<br />

foi fazer uso de banhos, regressou a<br />

esta terra o sr. José das Neves.<br />

e aos meus amigos; está ao serviço<br />

<strong>do</strong> cardeal Santa-Scala...<br />

— Meu Deus! disse Talormi<br />

da maneira mais graciosa, tu<strong>do</strong><br />

me é indifferente; acceito, é uma<br />

testemunha; não é preciso mais.<br />

Será a garantia de ambos.<br />

— Espere um instante, disse<br />

Van-Ritter, quero procurar a testemunha.<br />

O almirante saiu da columnada,<br />

ganhou precipitadamente a<br />

escada pontifical e subiu a casa<br />

de Santa-Scala, onde estava a<br />

testemunha que Talormi lhe tinha<br />

tão habilmente proposto.<br />

Eu tinha necessidade <strong>do</strong> seu<br />

cria<strong>do</strong> por <strong>do</strong>is dias, disse Van-<br />

Rittera seu cunha<strong>do</strong> Santa-Scala;<br />

e Barbone, descobrin<strong>do</strong> nesse singular<br />

emprestimo um raio <strong>do</strong> génio<br />

de Talormi, tomou um passo<br />

vacilante e desceu para a praça<br />

de S. Pedro seguin<strong>do</strong> o almirante<br />

de perto.<br />

— Eis aqui a nossa testemunha,<br />

disse Van-Ritter a Talormi.<br />

Talormi olhou Barbone com<br />

um ar indifferente e Barbone olhou<br />

Talormi e Van-Ritter com um<br />

mo<strong>do</strong> estúpi<strong>do</strong>, como um crea<strong>do</strong><br />

que não ousa interrogar altos<br />

*<br />

Está ha dias em Coimbra, a esposa<br />

<strong>do</strong> meu amigo sr. Manoel Joaquim<br />

Pereira.<br />

*<br />

Às ultimas chuvas demoliram parte<br />

<strong>do</strong> paredão <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>, que faz<br />

face para o caminho, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> sul.<br />

*<br />

Esteve no passa<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo aqui,<br />

dan<strong>do</strong>-me a honra da sua visita o<br />

distincto engenheiro e meu particular<br />

amigo, sr. Arthur Lobo. Seguiu para<br />

Lisboa.<br />

*<br />

A proposito e para terminar:<br />

Não recebi o ultimo Defensor.<br />

De quem terá si<strong>do</strong> a culpa, <strong>do</strong><br />

expedi<strong>do</strong>r, ou <strong>do</strong> correio? E' isso que<br />

eu não advinho.<br />

Até mais ver. M.<br />

Noticias diversas<br />

Em Portalegre também começaram<br />

as vindimas, manten<strong>do</strong> os<br />

mostos alto preço.<br />

Houve esta semana grande<br />

baixa no azeite, cujo preço regula<br />

a 1:600 réis por decalitro.<br />

Os depositos da capital <strong>do</strong><br />

Alemtejo estão completamente<br />

cheios.<br />

São grandes os prejuízos que<br />

resultam da repentina alteração<br />

de preços.<br />

*<br />

Algumas casas de inglezes<br />

teem compra<strong>do</strong> na Regoa vinho a<br />

4oj6ooo e 45^000 réis a pipa.<br />

*<br />

Em Monsão principiaram as<br />

vindimas, esperan<strong>do</strong>-se uma colheita<br />

superior á <strong>do</strong> anno passa<strong>do</strong>.<br />

*<br />

Dizem de Penafiel que um rapaz,<br />

disparan<strong>do</strong> accidentalmente uma<br />

espingarda, feriu uma rapariguita<br />

num braço, que terá de lhe ser<br />

amputa<strong>do</strong>.<br />

Brie-à-brae<br />

Um barbeiro quan<strong>do</strong> fazia a barba<br />

a um seu freguez.<br />

— Corre por ahi como certo que<br />

se acaba o mun<strong>do</strong> no proximo mez.<br />

— Deveras ?<br />

— Sim senhor; a 3 de dezembro<br />

morrem as bestas e no dia 5 chegará<br />

a vez aos homens.<br />

— Oh! com os demonios, então<br />

quem me ha de fazer a barba no<br />

dia 4?<br />

*<br />

Uma justíssima observação:<br />

«Se um homem pobre tem o nariz<br />

vermelho, to<strong>do</strong>s dizem que é effeilo<br />

<strong>do</strong> álcool, se o nariz vermelho<br />

pertence a um rico, o que se diz é<br />

que é <strong>do</strong>ença de pelle.<br />

personagens e espera a sua sorte<br />

com anciedade.<br />

Van-Ritter tomou Talormi á<br />

parte e disse-lhe:<br />

— Eu fiz o que v. ex. a quiz;<br />

agora v. ex. a fará e que eu quizer.<br />

Um encontro entre nós não<br />

deve ser senão para um duello de<br />

morte.<br />

Talormi inclinou a cabeça em<br />

signal de consentimento. Barbone<br />

parecia muito entreti<strong>do</strong> em procurar<br />

o arco-iris que se reflectia na<br />

praça <strong>do</strong> Vaticano.<br />

—Na minha edade e com a minha<br />

profissão, não se faz <strong>do</strong> duello<br />

um passeio de escola extra-muros.<br />

— E' essa a minha opinião,<br />

disse Talormi.<br />

— Nós respeitaremos o territorio-romano,<br />

disse o almirante;<br />

veja que eu concor<strong>do</strong> já com as<br />

suas propostas; ás 9 horas da<br />

manhá, espero-o em Civita-Vechia,<br />

no hotel Grande-Europe.<br />

I mpresso 11a Xypogra»<br />

phia Operaria — Largo da<br />

Freiria n.° 14, proximo á ri>» 4o8<br />

Sapateiros,—COIMBBA,

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